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MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 PARASITOLOGIA N1 INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA: - Parasitologia médica: estuda os parasitas. É o estudo dos parasitas, da sua morfologia, da sua biologia, com o foco pensando em como causará a doença (patologia e diagnóstico), e também pensar nas formas de tratamento e maneiras de prevenção. - Parasitismo: é um tipo de vida associativa entre seres vivos. Para ser considerado há necessidade de associação em que um seja prejudicado. - Parasito: vive em outro organismo. O tempo que ele vive no organismo pode variar. No tempo em que ele vive no outro indivíduo, ele causa danos. - Comensalismo: há hóspede e hospedeiro. O hóspede faz uso do hospedeiro sem causar dano ao hospedeiro. Como a rêmora e o tubarão. - Mutualismo: há favorecimento dos dois indivíduos. Ambos de interagem, mas os dois se aproveitam um do outro. São favorecidos pela associação. • Mutualismo obrigatório simbiótico: um exemplo clássico são os líquens. • Mutualismo obrigatório não simbiótico: a abelha que vai na flor e se alimenta do néctar mas ao mesmo tempo leva o pólen. • Mutualismo facultativo. - Importância da parasitologia: em países como o brasil, com diferenças climáticas, diferenças de saneamento, de renda, a parasitose é favorecida. Essas parasitoses aparecem de forma esporádica, endêmica ou epidêmica. Há preferencia por região tropical e subtropical. I. Tipos de parasitos: A. De acordo com o comportamento biológico: 1. Quanto à sua maior ou menor exigência parasitária: - Obrigatórios: protozoários e helmintos (em geral não sobrevivem fora do organismo do hospedeiro), e alguns artrópodes (como a sarna). - Facultativos: como as larvas de moscas (miíases humanas); elas podem viver também em cadáveres. 2. Q u a n t o a s u a m a i o r o u m e n o r permanência no hospedeiro: - Permanentes: exige o contato com o hospedeiro. Como esquistossomose, tênia, e lombriga. - Periódicos: parte da vida como parasito e parte livre. - Temporário: artrópodes hematófagos que entram em contato com o hospedeiro para sugar sangue (de tempo em tempo). Podem ser intermitentes ou remitentes. Os intermitentes são os que vem, sugam e saem, não ficam em contato (pernilongo). Os remitentes são os que sugam o sangue mas não saem do contato (carrapato). 3. Quanto a especificidade parasito- hospedeiro: - Estenoxenos: necessidade de um hospedeiro específico. Exemplo: piolho. - Eurixenos: podem infectar diferentes e s p é c i e s d e a n i m a i s . E x e m p l o : toxoplasmose, carrapato. 4. Quanto à especificidade alimentar: - Estenotróficos: precisam de um único tipo de alimento. Exemplo: piolho, e moscas hematófagas. PAULA R. C. PENTEADO �1 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 - Euritróficos: nutrem-se de diferentes substâncias do organismo do hospedeiro. Exemplo: Necator americans, e Enterobius vermicularis. 5. Quanto ao número de hospedeiros necessários ao ciclo evolutivo: - Monoxenos: completam o ciclo evolutivo em um único hospedeiro. Exemplo: lombriga. - Heteroxenos: necessitam de 2 ou mais hospedeiros para que o ciclo evolutivo se complete. Exemplo: esquistossomose. B. De acordo com o tipo de hospedeiro: - Hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasito em sua fase de maturidade ou em fase de reprodução sexuada. - Hospedeiro intermitente: é o que apresenta o parasito em sua fase larvária ou assexuada. - Hospedeiro reservatório: é o hospedeiro que possui o agente etiológico e não padece com sua presença. II. Transmissão de doenças parasitárias: 1. Transmissão por contato direto: - Pessoa-pessoa ou objetos inanimados. 2. Transmissão por via oral: - Água e alimentos. 3. Transmissão por penetração ativa do parasito na pele: - Ancilostomose e esquistossomose. 4. Transmissão por intermédio de vetores: - Transmissão acidental (contaminativa): é acidental. Vetores são veiculados acidentais conduzem do portador para o receptor. - Transmissão biológica (essencial): vetor tem participação essencial na transmissão. Há dependência do vetor. Como por exemplo no caso de leishmaniose, Chagas. III. Parasitismo e doença: - Doença: é o conjunto de manifestações da associação parasito-hospedeiro. - Infecção: é um indivíduo albergando um parasito. - Portador: aquele individuo que esta infectado mas não manifesta a doença. - Como o parasita produz a doença? Número de parasitas; capacidade de multiplicação dos parasitas no hospedeiro; dimensões do paras i ta ; local ização no organismo; virulência. • Fatores pertinentes ao hospedeiro, como idade do hospedeiro (indivíduos jovens são mais suscetíveis), imunidade, estado nutricional do hospedeiro e microbiota associada. • Ação espoliativa: parasito absorve nutrientes ou sangue do hospedeiro. • Ação tóx ica : substanc ias tóx icas introduzidas no hospedeiro a partir de secreções produzidas pelo parasita, com ação local ou à distância. • Ação traumática: ação parasitária que provoca solução de continuidade nos tecidos do hospedeiro. • Ação mecânica: compressão de órgãos e obstrução de condutos. • Mobilização dos sistemas reacionais. • Depleção e perda de substâncias: no caso do Necater americans causa anemia, em caso de parasitoses leva a um quadro de diarréia. • Processos degenerat ivos: como a Entamoeba hystolistica que causa uma necrose na parede intestinal. PARASITOS FLAGELADOS: - S ã o p a r t e d e u m g r u p o c h a m a d o protozoários. São encontrados nos mais PAULA R. C. PENTEADO �2 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 diversos organismos, causando diversos tipos de doenças. - Todos são unicelulares. São eucariontes e heterótrofos. Podem ser de vida livre ou parasitas. São encontrados em água doce, salgado e em ambientes úmidos (para conseguirem alimentação, precisa estar diluído em líquidos). - Podem estabelecer relações benéficas com outros seres, como o Triconympha (intestino de cupim - para o cupim pode digerir a madeira, esse parasita auxilia na digestão - mutualismo). - Podem ser divididos em 4 classes, de acordo com sua estrutura de locomoção. 1. Protozoários: - Rhizopoda: capacidade de criar psudópodos para locomoção e alimentação. Possuem d e t e r m i n a d a p r o p o r ç ã o p a r a o deslocamento. Faz prolongamentos da membrana citoplasmática que engloba o que for de interesse do protozoário. Exemplo: Entamoeba hystolistica. - Ciliados: possuem cílios para a locomoção. Exemplo: Paramecium. Existem ciliados que causam a doença como o Balatidium coli. - Flagelados: se locomovem através dos fl a g e l o s . E s s e s o r g a n i s m o s s ã o exempl ificados pela Giard ia e pelo Trichomonas. - Esporozoários: não possuem estruturas de locomoção. São parasitas intracelulares obrigatórios. Consomem os nutrientes que e s t ã o d e n t ro d a c é l u l a . E x e m p l o : Plasmodium (malária). 2. Características: - Possuem reprodução assexuada (divisão binária). Cada uma das espécies e dos gêneros possuem a divisão binária mais específica. - Possuem reprodução sexuada (conjugação). Transferencia de material genético entre protozoários próximos um do outro, aumentando a diversidade genética. 2. Agente etiológico: causador da doença. 3. Vetor: ser que transporta o agente etiológico de um ser para o outro. 4. Sintomas: consequências do parasita. 5. Profilaxias: métodos para evitar o contágio. - No aparelho digestivo há uma variedade de parasitas. Mas no ser humano, dos protozoários flagelados, o que causa doença é a Giardia Lambia. - No aparelho genitourinário é o Trichomonas vagilalis, está mais presente nas mulheres, mas também é encontrado nos homens. I. Giardia lambia: - Possui dois núcleos com material genético. - A célula é considerada simétrica. - Há presença de outras organelas em seu interior porser eucariótica. - Ela se fixa no intestino, na porção duodenal. A. Morfologia: - Possui duas morfologias de acordo com o seu ciclo biológico. - Forma trofozoíta: forma que causa doença. • Para ser um trofozoíta precisa-se ter 12 a 15 µl de comprimento por 6 a 8 µl de largura. • Possui simetria bilateral. • Possui contorno piriforme. • Possui 6 flagenos, 2 mais superiores e um par mais inferiormente envolvido na movimentação. PAULA R. C. PENTEADO �3 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 • Possui um disco suctorial (disco adesivo) no ventre, permite que ela se fixe a superfície do hospedeiro (se fixa na parede duodenal). • Apresenta um par de núcleos. • A Giardia retira a vilosidade da parte do intestino onde ela se fixa. - Cistos: em média de 12 µl de comprimento. • É uma forma de resistência da giardia. • Disposição irregular não simétrica. • Possu i membrana fina res is ten te (presença de quitina quitina). • É resistente à água clorada e aquecimento da água até 60ºC. A fervura elimina. B. Fisiologia: - Anaeróbios: não possuem enzimas para degradar peróxido de hidrogênio. O oxigênio mata as Giardias. - Nutrição por pinocitose. - pH ótimo entre 6,3 e 7, encontrado no duodeno. - P o r s e re m a n a e r ó b i o s , o t i p o d e metabolismo será por fermentação. Enzimas do metabolismo glicolítico estão no citosol. Produzem ácido acético, CO2 e etanol. C. Ciclo biológico: - Monoxênico: ao consumir o cisto, ele resiste ao pH ácido, e ao chegar no duodeno, com a mudança de pH, o cisto muda de cisto para trofozoíta. Uma vez no duodeno, ele sobreviverá muito bem se fizer direito. - Quando se tem mecanismos desvantajosos, começa-se a produzir cistos, e os cistos saem pelo ânus nas fezes e depois podem contaminar outros hospedeiros. D. Patogenia e sintomatologia: - Mais comum em crianças. - Sintomatologia após 2 semanas em geral. - Causa enterite (azia, náusea). - Em casos mais graves e severos há dificuldade de absorção de gorduras e vitaminas lipossulúveis (A, D, E e K) e ácido fólico (B12). - Aumento do peristaltismo no paciente. - Em casos mais graves há diarreia gordurosa, muito fétida, são aguda e autolimitada, ou intermitente, crônica e persistente. - Causa emagrecimento. - Causa quadros de avitaminose. E. Relação parasita-hospedeiro: - Resposta imune protetora: IgA secretora. - São capazes de se proliferar e colonizar toda mucosa do hospedeiro. F. Diagnóstico: - É um diagnóstico por eliminação. - Exame cropológico: busca de cistos nas fezes. Procura de cistos e trofozoíta nas fezes líquidas. - Observação de parasitas do conteúdo duodenal aspirado - este exame dá a certeza do diagnóstico caso haja presença ou ausência do parasita. G. Tratamento: - Derivados nitroimidazólicos: metronidazol (também é um antibacteriano, que produz peróxido de hidrogênio), ordinazol, tinidazol e nimorazol. H. Epidemiologia e profilaxia: - Tem preferência pelo mundo todo, mas tem preferências por zonas temperadas. Há maior incidência em instituições fechadas, como asilos, creches. - Profilaxia: higienização e proteção dos alimentos, tratamento de água, tratamento PAULA R. C. PENTEADO �4 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 dos doentes, verificação em animais domésticos (cães e gatos). - Pacientes assintomáticos são o grande foco de disseminação. São grandes produtoras de cistos, mas são possuem sintomas. II. Trichomonas vaginalis: - É um protozoários flagelado, mas não é encontrada no intestino. É encontrado no trato genitourinário, principalmente nas mulheres. - Ela é patogênica nas mulheres. Os homens são assintomáticos e carreadores. A. Morfologia: - Trofozoíta: 10 a 30 µM de comprimento por 5 a 12 µM de largura. • Possu i fo rma ovó ide ( f ac i lmen te modificável). • Possui 4 flagelos. • Membrana ondulante. • Um único núcleo. • E realizam divisão binária. B. Fisiologia: - Encontrados na mucosa vaginal; prepúcio, uretra e próstata. - pH ótimo 5,5 e 6 (porém com crescimento em ampla faixa). - Nutrientes: glicose, maltose, glicogênio e amido (produzem reservas de glicogênio citoplasmáticas). - Anaeróbios. Se beneficiam por bactérias ao seu redor que degradam o oxigênio. - Hidrogenossomos, são organelas vesiculares com dupla membrana. Seu ciclo metabólico não se limita ao citoplasma. - Produzem CO2, H2, ácidos (apenas parte é ácido lático). C. Ciclo biológico: - Monoxênico: limitado a 1 organismo só. É uma doença sexualmente transmissível. É a principal transmissível tirando o vírus. D. Mecanismos de transmissão: - Sexual (DST). - Água de banho (banheira). - Roupa molhadas (toalha). - Sanitários. - Vida média: secreção vaginal (6 horas) e na água (2 horas). E. Patogenicidade: - Causa doença pela capacidade de se aderir ao trato genitouniário. - Possui efe i tos c i topát icos. Enzimas hidrolíticas, cisteíno-proteases. Fatores de deslocamento de células. - Processo inflamatório das células epiteliais - secreção branca e sem sangue (leucorréia) - descamação do epitélio que pode levar à ulceração. F. Patogenia e sintomas: - Não se estabelece em vaginas com o pH normal (ácido). O parasito é facilitado por alterações da flora bacteriana, aumento do pH, descamação excessiva, entre outros. - Forma assintomática +/- comum em homens: subclínico e benigna. - Forma sintomática +/- comum em mulheres: vag in i t e , vu l vovag in i t e e ce rv ic i t e . Corrimento, forte prurido e ardor. - Pessoas infectadas possuem maior risco de pegar HIV. G. Relação parasita-hospedeiro: - Resposta imune protetora IgA secretora. H. Diagnóstico: PAULA R. C. PENTEADO �5 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 - Clínico: leucorreia. - Laboratorial: direto da mulher (presença de trichomonas), do homem (sedimento urinário e secreção uretral ou prostática). - Cultura. - PCR: reação em cadeia da polimerase. I. Epidemiologia e tratamento: - Cosmopolita: 20 a 40% das mulheres entre 16 e 35 anos. - É uma doença venérea (DST). - Controle: educação sanitária, diagnóstico e tratamento precoce (inclusive parceiros). - Tratamentos: nitroimidazólicos. LEISHMANIOSE: I. Morfologia: - Existem 2 formas presentes no ciclo evolutivo - amastigotas e promastigotas. O mastigo está referente ao flagelo. - Amastigota: ausência de flagelo aparente. Período de reprodução do parasita. - Promastigota: presença de um flagelo aparente. A. Amastigota: - Encontrados principalmente dentro de células fagocitárias, como macrófagos. - Apresenta forma oval ou esférica. - O núcleo é grande e arredondado. - Cinetoplasto em forma de pequeno bastonete. - Não possui flagelo livre. - Reprodução por fissão (divisão) binária (assexuada). B. Promastigota: - Presença de flagelo, longo e livre aparente. - Presença do cinetoplasto em forma de bastonete. - Núcleo arredondado ou oval (situado na região mediana). - Reprodução por fissão binária. II. Ciclo biológico: - Necessário de 2 hospedeiros: invertebrados (vetor) e vertebrados (hospedeiro). A. Invertebrado: - Tem participação no ciclo evolutivo. É necessário do vetor para completar o seu ciclo evolutivo. - Infecção ocorre quando da ingestão de sangue ou indivíduo ou animal infectado. - Alimento, no intestino médio do inseto é envolvido por uma matriz peritrófica (MP). - No inter ior da MP - amastigotas ↝ promastigotas (procíclicos). - Promastigotos, por ação dos proteases da sua superfície, rompem a matriz e liberação dos parasitos ↝ região anterior. - Formas liberadas se multiplicam por divisão binária ↝ formas promastigotas se ligam pelo flagelo às microvilosidades da parede ↝ permanência e desenvolvimento. - Após o desenvolvimento, são liberados e se diferenciam ↝ metaciclogênese ↝ formas menorescom flagelos mais alongados ↝ mais infectantes. - Promastigotas metacíclicos são eliminados pelo inseto no momento da picada. B. Vertebrados: - Desenvolvem a doença. O tamanduá é apenas reservatório. PAULA R. C. PENTEADO �6 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 1. Formas promastigotas inoculadas pelas fêmeas dos insetos vetores no hospedeiro. 2. Paras i to in te r na l i zado por cé lu las fagocitárias (macrófago). 3. Promastigota ↝ amastigota ↝ multiplicação por divisão binária. 4. A m a s t i g o t a s s ã o l i b e r a d o s a p ó s rompimento do macrófago (atraindo mais macrófagos). 5. Formas amastigotas livres no sangue serão sugadas pelo vetor. 6. No vetor, forma amastigota ↝ promastigota. 7. Promastigotas novamente inoculada em homem ou animal. - Por que o sangue não coagula no momento da picada? O mosquito tem uma técnica que faz com que ele sugue o que precisa. - Por que o parasito não é destruído pela ação do macrófago? No seu ciclo ele é fagocitado pelo macrógafo e é lá que ele se desenvolve, mas o parasito não é destruído. III. Fatores que favorecem a infecção no hospedeiro vertebrado: - Vetor tem aparelho bucal curto e dilacera o tecido do hospedeiro para favorecer a sua alimentação. - Saliva do vetor contém efeito anticoagulante, vasodilatador e antiagregador de plaquetas. - Fatores presentes na saliva tem ação quimiotática e agem nos macrófagos impedindo ação efetora sobre o parasito internalizado. - Lipofosfoglicano presente na superfície do parasito retarda o contato entre o vacúolo que contém o parasito e os lisossomos → assim o parasito consegue se adaptar às novas condições. - Protease presente na saliva do vetor degrada enzimas lisossomais. III. Classificação: - Identificação e classificação se dá por: aspectos clínicos apresentados pela doença c a u s a d a ; p a r â m e t r o s b i o l ó g i c o s , epidemiológicos e de distribuição geográfica. - Atualmente existem mais de 20 espécies de Leishmania parasitando humanos ou animais → Velho mundo (Ásia, África e Europa) ou Novo mundo (América latina). IV. Leishmanioses: - Leishmania: afeta o sistema fagocitário mononuclear. A. Leishmaniose tegumentar: - Está largamente distribuída → preferência para populações com baixo poder aquisitivo. PAULA R. C. PENTEADO �7 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 - No mundo: (segundo a OMS - 2015) 1,5 milhões de novos casos/ano. - Leishmaniose → ocorrência em cerca de 88 países. - Países com maior número de casos: Afeganistão, Argélia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Etiópia, Irã, Peru, Sudão e Síria. - Prevalência global → 70 a 75% → associada à má nutrição, problemas com moradia e falhas do sistema imune do hospedeiro. - Fora das Américas → grandes surtos em cidades com alta densidade demográfica (em guerras, conflitos, campos de refugiados, alta concentração de migrantes). B. Leishmaniose tegumentar americana: - Nas Américas é endêmica. Doença com alta incidência no Brasil e com ampla distribuição no território nacional. - Doença de pele e mucosas que podem apresentar: lesões ulcerosas, lesões nodulares, lesões com destruição de tecido cutâneo-mucoso. - Patogenia: formas prómastigotas são inoculadas na derme → células destruídas pelo aparelho bucal do mosquito e a sua saliva inoculada atrai células fagocitárias mononucleares (macrófagos) entre outras da série branca → Macrófagos fagocitam as promastigotas → amastigotas → divisão binária → macrófagos se rompem → Mais macrófagos são atraídos e infectados → A lesão inicial: um infiltrado inflamatório composto principalmente de linfócitos e de macrófagos → grande quantidade de parasitos. 1. Evolução: - Pode regredir espontaneamente. - Pode estacionar. - Pode evoluir para um “histiocitoma” (nódulo na pele), no sítio da picada do vetor. - O ritmo da evolução vai depender da espécie envolvida. - Há formação de infiltrado celular circundando a lesão. Necrose devido à desintegração da epiderme e da membrana basal que leva a uma lesão úlcero-crostosa. Após a perda da crosta, surgem úlceras circulares, bordos altos, fundo granulomatoso, com exsudato seroso ou seropurulento. - Pode ocorre disseminação linfática ou hematogên ica : me tás tase cu tânea , subcutânea ou mucosa. - Após tratamento, há formação de cicatriz. VI. Formas clínicas: - Amplo espectro de formas: lesão auto- resolutiva; lesão desfigurante. - Por que ser agrupado em 3 tipos básicos? Depende do estado imunológico do paciente; depende da espécie do parasita. - Podem ser agrupados em 3 tipos básicos: leishmaniose cutânea, cutâneo-mucosa e difusa. A. Leishmaniose cutânea: - Doença relativamente benigna (pode atingir a cura espontânea) com lesões cutâneas, ulcerosas ou não. PAULA R. C. PENTEADO �8 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 - Presença de úlceras únicas ou múltiplas → DERME. - Grande quantidade de parasito na borda. B. Leishmaniose cutâneo-mucosa: - Doença com lesões muito mutilantes do maciço facial. - Em geral, são lesões secundárias - Doença aparece após lesões cutâneas. - Principal agente causador - Leishmania braziliensis. - Processo lento de curso crônico. - Regiões comumente atingidas: Nariz, faringe, boca e laringe. C. Leishmaniose cutâneo-difusa: - Lesões disseminadas, não ulcerosas em indivíduos anérgicos. - Agente etiológico no Brasil - Leishmania amazonensis. - Lesões difusas, nodulares ou papulares, não ulceradas por toda a pele. - É rara. VII.Epidemiologia: - LTA - afeta primariamente animais silvestres. - Transmissão ao homem → quando penetra em áreas onde a doença ocorre → caráter. - Ciclo epidemiológico de algumas espécies de Leishmania → topo das árvores (animais arborícolas e vetores). - Outras espécies → ciclo ocorre na base das árvores. (roedores terrestres e vetores). VIII.Diagnóstico clínico: - Exame físico. - Anamnese. - Importância do conhecimento dos dados epidemiológicos. - Diagnóstico laboratorial: • Exame direto de esfregaços corados (biópsia ou curetagem nos bordos; coloração específica e avaliação por microscopistas); • Exame histopatológico (preparo de amost ra da lesão para ava l iação histopatológica; presença de amastigotas); • Cultura celular (Cultura de fragmentos em meio de cultura apropriado); • Pesquisa do DNA do parasito (PCR (reação em cadeia de polimerase), alta sensibilidade; • Biópsia das bordas de lesões de pacientes suspeitos → fontes de pesquisa de DNA de Leishmania sp); • Teste de Montenegro (avaliação da resposta celular) (Mais utilizado no Brasil); • Teste intradérmico: avalia a reação de hipersensibilidade do paciente → uso para diagnóstico; • Antígeno - formas promastigotas mortas; • Reação de imunofluorescência indireta (RIFI) (avaliação da resposta imune). IX. Tratamento: - Antimoniais pentavalentes. - Pentamida - Antibióticos: anfotericina B, anfotericina B lipossomal. - Miltefosina. X. Profilaxia: - Controle nas áreas florestais: inviável. - Proteção individual. - Produção da vacina. - Pesquisas avançam no desenvolvimento de vacinas para Leishmania.\ PAULA R. C. PENTEADO �9 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 ENTAMOEBA: - Eucariotos primitivos, ou seja, não tem: m i t o c ô n d r i a , A p a r e l h o d e G o l g i , microtúbulos. - Metabol ismo: microaerófilo aeróbico facultativo, a principal fonte energética é a glicose, presença de vacúolos de glicogênio para estoque. - Emitem pseudópodes como forma e locomoção e alimentação. - A alimentação das amebas também depende dos pseudópodes, uma vez que eles são utilizados na captura de alimento: pequenas algas, bactérias, demais partículas livres na água, um processo chamado fagocitose seguido por exocitose. - Ocorre difusão simples na superfície celular para as trocasgasosas e exceção de amônia. - Vacúolo pulsátil: também chamado de v a c ú o l o c o n t r á t i l . Te m f u n ç ã o osmorreguladora. Em amebas que vivem no mar não encontra-se vacúolo contrátil. A reprodução é assexuada, por divisão binária. - Geralmente encontradas em locais úmidos. Comensais: está relacionado com o organismo, tira vantagem do organismo, mas a sua presença não prejudica o organismo. I. Forma: - Trofozoíto - pleomórfico, com grande variabilidade tamanho sendo que a sua motilidade se dá por meio dos pseudópodes. II. Amebíase — Entamoeba Histolystica: A. Morfologia: - TROFOZOÍTICA (TROFOZOÍTO): forma ativa, que se alimenta (via pinocitose, fagocitose e membrana) e se reproduz rapidamente. - Trofozoítos: 20 - 60 µm. 1 núcleo – forma ativa (reproduz, alimenta-se). • Pleomórfico, at ivo, alongado, com pseudópodes. • I n g e s t ã o : m e m b r a n a / p i n o c i t o s e / fagocitose: bactérias/hemáceas (forma invasiva). • Forma: pleomórfico, grande variabilidade de formas e tamanhos. • Motilidade: pseudópodes. • Metabolismo: aeróbico facultativo - microaerófila; principal fonte energética – glicose (estoque – vacúolos de glicogênio). • O núcleo da Entamoeba histolytica é típico dela pois: há uma cromatina mais condensada nos centros com um anel de pequenas massas mais condensadas ao redor. B. Ciclo biológico: - É monoxênico. - Encontramos uma série de estágios: trofozoíto, pré-cisto, cisto e metacisto. - Se inicia pela ingestão dos cistos maduros, junto de alimentos e água contaminados. - Os cistos passam pelo estômago, resistindo à ação do suco gástrico, chegam ao final do intestino delgado ou início do grosso, onde ocorre o desencistamento, com a saída do metacisto, através de uma pequena fenda na parede cística. PAULA R. C. PENTEADO �10 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 - Em seguida, o metacisto sofre sucessivas divisões nucleares e citoplasmáticas, dando origem a quatro e depois oito trofozoítos, chamados trofozoítos metacísticos. - Esses trofozoítos migam para o intestino grosso onde se colonizam. Em geral, ficam aderidos à mucosa do intestino, vivendo como um comensal, alimentando-se de bactérias. - Sob condições ainda não bem estabelecidas, podem se desprender da parede e, na luz do intestino grosso, principalmente no cólon, sofrer a ação da desidratação, eliminar substâncias nutr i t ivas presentes no citoplasma, transformando-se em pré-cistos; em seguida, secretam uma membrana cística e se transformam em cistos, inicialmente mononucleados. - Através de divisões nucleares sucessivas, se transformam em cistos tetranucleados, que são eliminados com fezes normais ou formadas. Os cistos geralmente não são encontrados em fezes l iquefeitas ou disentéricas. - Ciclo patogênico: em situações não bem conhecidas, o equilíbrio parasito-hospedeiro pode ser rompido e os trofozoítos invadem a submucosa intestinal, multiplicando-se ativamente no interior das úlceras e podem, através da circulação porta, atingir outros órgãos, como o fígado e, posteriormente, o pulmão, rim, cérebro ou a pele, causando amebíase extraintestinal. O trofozoíto presente nestas úlceras é denominado forma invasiva ou virulenta. III. Epidemiologia: - Cosmopolita: varia de acordo com a região, de 5 a 50% pessoas infectadas, 500 milhões de infectados, 10% com formas invasivas . - Óbito anual 100.000 pessoas: regiões tropicais/subtropicais, condições precárias de higiene e estado nutricional deficiente. - Américas: México, América Central, Perú, Colômbia, Equador, Brasil - até 30% (AM,PA, BA,PB,RS). IV. Mecanismo de transmissão: - Ingestão de cistos. • Direta: pessoa-pessoa. • Indireta: água ou alimentos contaminados. - Cistos são viáveis por até ~ 30 dias no meio externo cistos - passam pelo estômago PAULA R. C. PENTEADO �11 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 (quitina) – resiste pH ácido. Enzimas digestivas, pH alcalino. - Desencistamento – intestino delgado. - Ciclo: luz intestino grosso. - Trofozoítas - destruídos no estômago. V. Infectividade: - Cistos viáveis cerca de 20 dias; - Dessecação inviabiliza cistos; - Imunossupressão favorece formas invasivas; - Sexo oral e anal favorecem dermatite amebiana; - Bactérias saprófitas podem favorecer E. histolytica. - Há diferença no grau de patogenicidade entre diferentes isolados de E. histolytica. VI. Transmissão: - Ingestão de cistos maduros. VII.Sinais e sintomas: - Amebíase intestinal (colite amebiana) - Amebíase subaguda. - Amebíase crônica. - Colite amebiana superaguda (fulminante). - Amebíase visceral. VIII.Patologia da amebíase: - E. histolytica: complexo composto de várias linhagens: • Algumas vivem como comensais – luz do intestino – assintomáticas – AMEBÍASE INTESTINAL NÃO-INVASIVA; • Outras v i ru lentas ou patogênicas responsáveis por quadros clínicos da doença – AMEBÍASE INTESTINAL INVASIVA. A. Forma assintomática: - Forma intestinal (não invasiva): • Colites não disentéricas – mais freqüente. Evacuação diarréica ou não, às vezes contendo muco ou sangue. Raramente f e b r e . P e r í o d o s a l t e r n a d o s d e funcionamento normal do intestino. Dores abdominais (cólicas). Diarréias (pode ficar crônica). - Forma intestinal invasiva: • Colites disentérica (10% indivíduos) – cól icas intensas e diarréia col ites amebianas. Cólicas intestinais e diarréia, com evacuações com muco e sangue. Febre moderada, acompanhadas de cólicas intensas e tremores de frio. Colite amebiana aguda, desinteria grave (fezes líquidas). Úlceras intestinais, abscessos. IX. Patogenia: - Amebíase intest ina l gera lmente não patogênica: forma invasiva, facilitada por lesões e invade mucosas íntegras. - Forma extra-intestinal: fígado, pulmão, cérebro e pele. A. Amebíase extra-intestinal: - Abscessos hepáticos (fígado). • Dor abdominal, febre intermitente com calafrio, anorexia, perda de peso e hepatomegalia dolorosa. • Abscessos no fígado e lesão única lobo direito. - Abscessos pulmonares – raros – somente ruptura abscesso hepático. • Há febre, dor torácica no lado direito, tosse e expectoração de material. • Metade dos pacientes tem f ígado aumentado. - Infecções cerebrais: PAULA R. C. PENTEADO �12 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 • Podem simular um abscesso piogênico ( p u s ) o u s e r e m c o m p l e t a m e n t e inespecíficos.. • Todos os paciente apresentam lesões hepáticas – rápida e fatal. B. Patologia: - Necrose da mucosa intestinal (úlceras). - Pouca infiltração inflamatória. - Formas patogênicas podem ultrapassar mucosa instalando-se no fígado, pulmão e cérebro; - Dermatite amebiana ocorre por contato direto na fase intestinal. X. Relação parasito-hospedeiro: - Fatores de Virulência do parasita: • Capacidade de matar e fagocitar células do hospedeiro. • Indução de morte celular de células do hospedeiro por apoptose ( l imita a inflamação e facilita a evasão da reposta imune). • Moléculas da membrana do trofozoíta - Glicoproteínas: 35kDa Gal-specific lectin – fundamental para uma forte adesão. • Glicolipídeos: Lipofosfoglicanas (LPG) – quantidade relacionada com a virulência. • Fatores líticos. A. Mecanismos de invasão: 1. Adesão - via receptores específicos - células do epitélio intestinal. 2. Processo de destruição tecidual (origem do nome - histolytica) - ação de enzimas ( h i a l u r o n i d a s e / p r o t e a s e s / mucoplissacaridases) - formação de úlcera típica. 3. Dispersão – o trofozoíta cai na circulação e atinge o fígado via sistema porta (filopódios, fagocitose). 4. Formação de abscessos, necrose e até obstrução do sistema porta - pode levar o paciente a óbito. B. Interação trofozoítos com células do hospedeiro: - Membrana plasmática do trofozoíta: • C o m p o s t a p r i n c i p a l m en t e p o r glicoproteínas. • Adesinas (glicoproteínas). • Receptores para fibronectina e laminina. • Interação com membrana das células - “capping” e “shadding” de proteínas (importantes na evasão) -“turnover” contínuo de membrana plasmática. • Trofozoítas em movimento deixam um “rastro” - potentes proteases. C. Fatores líticos: 1. Mecanismos dependentes de contato: - Liberação peptídeos ativos - “amebapores” atividade citolítica. 2. Mecanismos independentes de contato: - Liberação de colagenase e cisteíno- proteases degradação matriz extra-celular. 3. Neutrófilos: - Atraídos pelas amebas e por elas lisados liberando suas enzimas. D. Mecanismos de defesa do hospedeiro: - Camada mucosa - mucinas: gel aderente, previne adesão ‘as células epiteliais e facilita a eliminação do parasita. - Glicosidases produzidas pelas bactérias da flora intestinal e proteases do lumen degradam a lectina da E. hystolyica. PAULA R. C. PENTEADO �13 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 - Resposta Imune. XI. Diagnóstico: - Diagnóst ico di ferencia l amebas não patogênicas. - Morfológico: E. histolytica x E. coli e outras comensais. - Sorológico e Molecular: E. histolytica x E. dispar. - EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES (EPF); - Expulsão dos parasitas nas fezes é intermitente, irregular; - Exigência de vários exames em dias alternados; - Fezes líquidas – formas trofozoíticas – com hemáceas - raros os cistos; - Fezes formadas – formas císticas. XII.Tratamento: - Amebicidas luminais: Dicloroacetamidas (Teclosan, Furamida, Etofamida, Clefamida). - Amebicidas teciduais: compostos de nitroimidazol (Metronidazol, Tinidazol, O r n i d a z o l , N i m o r a z o l ) e a i n d a a Deidroemetina e Emetina. - Para abcessos hepáticos: metronidazol. XIII.Profilaxia e controle: - Saneamento básico - Educação sanitária. - Tratamento de água - Controle de alimentos (lavar frutas e verduras). - Tratamento das fontes de infecção. - Cuidados com higiene pessoal (lavar as mãos) - Portadores assintomáticos! - Não existem reservatórios animais além do homem. - Vacinas (experimentais): alvos – trofozoítas (via oral). - Cistos (impedir encistamento). XIV. Formas não patogênicas: - Endolimax nana : trofozoítas, quando corados, mostram o citoplasma claro e cheio de vacúolos digestivos com fungos e bactérias fagocitadas. • Cisto - 4 núcleos pequenos, vesicular, com membrana nuclear delicada e sem revestimento de grânulos internos de cromatina. • E. nana pode ser diferencia da E.histolytica pelo tamanho e núcleo menor. • Importante diferenciar a E. nana da E. h is to ly t ica patogênica em função tratamento. • Ciclo de vida do Endolimax nana envolve: trofozoítos que vivem no intestino grosso do homem e os cistos das fezes. • Homem infesta-se ingerindo cistos, alimento ou água contaminada com fezes humanas. - E. coli = 1 a 8 núcleos-medida que o número de núcleos aumenta = comensal - E. histolitica e E. coli = diagnóstico diferencial = morfologia e número de núcleos nem sempre é conclusiva. XV. Amebíase como doença oportunística: - Naegleria Fowleri. - Meningoencefalite amebiana primária, ocorre principalmente em indivíduos jovens. Doença rara, mas fulminante. - Meningoencefalite necrotizante hemorrágica. PAULA R. C. PENTEADO �14 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 - Mecanismos de invasão: adesão, proteína formadora de poros, fosfolipase, outras proteases. - Diagnóstico: exame do LCR: hemorrágico, neutrófilos, glicose normal ou baixa, proteína elevada. Pesquisa de trofozoítos. Ceratite – raspado de córnea e cultura. Exame direto Cultura. TRYPANOSSOMA CRUZI: - Carlos Chagas se forme e é integrante da equipe de Oswaldo Cruz, onde vai trabalhar em uma cidade pequena de MG para combater a malária. Observou que tinha um protozoário diferente, bem móvel, com cinetoplasto em um inseto, o barbeiro. Colocou o protozoário em animais e viu que esses animais possuíam os mesmos sintomas que muitas pessoas da região. • Suas descobertas não foram bem recebidas pelos pesquisadores brasileiros, ao passo que internacionalmente, foi muito bem reconhecido. - O parasito é protozoário, mastigophora (com flagelos), possui cinetoplasto, é eurixeno, e heteroxeno I. Morfologia: A. Tripomastigota: - Está presente no sangue circulante (hospedeiro vertebrado). Está presente também no reto e nas fezes do vetor (barbeiro). - É a forma infectante, que tem maior mobilidade por conta do flagelo que forma uma extensa membrana ondulante e torna-se livre na porção anterior da célula. Tem cinetoplasto. - Não se reproduz. - Os tripomastigotas apresentam polimorfismo, podendo se diferenciar em miotrópicas (forma mais larga, mais lenta e menos infectante) e macrofagotrópicas (mais delgadas e mais infectantes). B. Amastigota: - Forma que temos o flagelo guardado, não ativado. - Forma que se reproduz, por fissão binária. - Forma arredondada ou oval, com flagelo curto que não se exterioriza. C. Epimastigota: - Forma presente no intestino do vetor. - Se reproduz por fissão binária. - F o r m a a l o n g a d a c o m c i n e t o p l a s t o justanuclear. - P re s e n ç a d e m e m b r a n a o n d u l a n t e lateralmente disposta. II. Vetor: - Barbe i ros ( hemató fagos ) ; t r i a toma ; Panstrogylus; e Rhodnius. - Os barbeiros são hematófagos, se alimentam de sangue. O momento do repasto sanguíneo é a noite. - É originalmente da mata (silvestre), mas com a entrada do homem em seu habitat natural, construções de madeira (pau-a-pique) ficou muito mais propício para ele. - Pessoa dormindo ↝ repasto sanguíneo do barbeiro ↝ aparelho bucal longo ↝ deposita através das fezes do trypanosoma no rosto ↝ pessoa coça ↝ introdução do parasita no local da picada ↝ entrada do parasito. III. Ciclo biológico: - Após o repasto, o indivíduo coça e o protozoário entra no local onde o barbeiro sugou o sangue. As tripomastigotas invadem as células e dai o tripomastigota se transforma em amastigota. O amastigota vai PAULA R. C. PENTEADO �15 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 se multiplicar. Depois de transforma em tripomastigota novamente e vai penetrar outras células. - Interação entre o parasita e a célula do hospedeiro: 1. Adesão celular. 2. Interiorização. 3. Fenômenos intracelulares. - 1º o tr ipomastigota invade a célula hospedeira. Dentro da célula ocorre a diferenciação para amastigota, que se multiplica por fissão binária. Os amastigotas depois de diferenciam em tripomastigotas que rompem a membrana. Ocorre a invasão de células vizinhas ou entrada na corrente sanguínea e disseminação da infecção. As células muito infectadas podem romper-se prematuramente liberando os amastigotas. - No vetor: barbeiro faz o repasto sanguíneo e pega a tripomastigotas sanguíneas. Dentro do ba rbe i ro os t r ipomast igo tas se d i ferenciam em epimast igotas e se multiplicam no intestino desses animais. Dai se diferenciam em formas tripomastigotas metacíclicas. Depois há liberação das formas tripomastigotas metacíclicas junto com as fezes e urina do triatomíneo, durante o repasto sanguíneo. IV. Mecanismo de transmissão: - Transmissão por vetor: tripomastigota nas vezes que contamina durante o repasto sanguíneo do vetor; pelas fezes contamina o indivíduo. - Transmissão sanguínea: ocorre na transfusão sanguínea. - Transmissão congênita: através da placenta. Ocorrem ninhos de amastigotas na placenta, que se diferenciam em tripomastigotas e vai para a circulação fetal. - Transmissão oral: a fase aguda da infecção, o parasita foi encontrado no leite materno; alimentos contaminados com fezes ou urina do vetor; penetração se da pela mucosa da boca íntegra ou lesada. - Transplantes: pode desencadear fase aguda. - Acidentes de laboratório: pesquisadores e técnicosque trabalham com o parasito. Contato do parasito com a pele lesada, mucosa oral ou ocular. Auto inoculação. V. Fatores que interferem no aparecimento de lesões: - Relativos ao parasito: existem cepas mais virulentas do que outras. Tropismo celular (preferência por algumas células do organismo, como a cardíaca). - Relativos ao hospedeiro: constituição genética, resposta imune, estado nutricional. • Resposta imunológica: mobilização dos mecanismos humorais e celulares. Comba te cons tan te ao pa ras i t o . Consequente redução da multiplicação do parasito. Parasito se mantem persistente mas em menor numero, a resposta imune continua, gerando acúmulo de lesões teciduais e o desencadeamento de diversas formas clínicas. VI. Patologia — fase aguda: - Presença de ninhos de amastigotas no tecido muscular e em elementos do sistema mononuclear fagocitário. - Presença de processo inflamatório com predominância de células mononucleadas (linfócitos e macrófagos). - Reação inflamatória pode ser intensa no miocárdio. - Pode ser sintomática ou assintomática, sendo a ultima mais frequente. - De início ocorre o sinal de Romaña (conjuntiva com edema) ou na pele (chagoma de inoculação - lesão ao redor do local de PAULA R. C. PENTEADO �16 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 inoculação). Ocorrem de 4 a 10 dias após a picada. - Mani festações gerais: febre, edema generalizado, hipertrofia múltipla de gânglios linfáticos, hepatomegalia, esplenomegalia, ICC e alterações neurológicas. VII.Patologia — fase crônica: - Forma indeterminada: diminuição do parasitismo e da intensidade do processo inflamatório em comparação com a fase aguda. Período que pode ser considerado de equilíbrio entre parasito e hospedeiro. • Após fase aguda ↝ período assintomático (10 a 30 anos). Parâmetros: positividade de exames sorológicos/parasitológicos; ausência de sinais ou sintomas da doença; ECG normal; coração, esôfago e cólon radiologicamente normais. - Forma cardíaca: cardiomegalia, congestão c a r d í a c a , h i p e r t r o fi a d a s p a r e d e s ventr iculares e atr ia is, presença de m i o c a r d i t e c r ô n i c a e fi b r o s a n t e . Despopulação neuronal grave. • ICC devido a destruição da massa muscular e exsudato inflamatór io. Frequentes fenômenos tromboembólicos. Dispneia de esforço, insônia, congestão visceral e edema nos membros inferiores; cardiomegalia intensa. Comprometimento do SNA regulador das contrações cardíacas. - Forma digestiva: T. Cruzi parasita células musculares, fibrobastos e SN intramural. Inflamação crônica da mucosa e submucosa. miosite, periganglionite e ganglionite. • Megaesôfago (disfagia, dor retroesternal, regurgitação), megacólon (obstrução intestinal), paciente desnutrido. VIII. Diagnóstico clínico: - Conhecimento da origem do paciente. - Condições de habitação. - Invest igar possíveis mecanismos de transmissão. - Fase aguda: sinal de romaña e/ou chagoma de inoculação; febre irregular; adenopatia; hepatoesplenomegalia; edema generalizado ou dos pés. - Fase crônica: ICC, alterações digestivas. IX. Diagnóstico laboratorial: - Fase aguda: pesquisa do parasita por método direto; pesquisa do parasito por método indireto. ↝ Alta parasitemia, presença de Ac inespecífico, início de formação de Ac específicos. - Fase crôn ica : métodos soro lóg icos ( i m u n o fl u o r e s c ê n c i a , E L I S A , hemoaglutinação indireta), pesquisa do parasito por método indireto. Baixíssima parasitemia, presença de Ac específicos. X. Epidemiologia: - T. cruzi ↝ pertence ao ecossistema americano oTripanossomíase ↝ originalmente presente onde há triatomíneos (ciclo silvestre ou doméstico) ↝ Vetor. - Inicialmente ↝ exclusiva de animais e triatomíneos silvestres. - Posteriormente ↝ humanos (modificaram ou destruíram o ciclo silvestre ↝ moradia favorável ao vetor). - D o e n ç a d e C h a g a s n o h o m e m ↝ originalmente limitada a lugares com domiciliação dos vetores - Com movimentos migratórios → doença atinge regiões não endêmicas. XI. Profilaxia: - Melhoria das condições de vida dos moradores das regiões rurais. PAULA R. C. PENTEADO �17 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 - Modificação do hábito de destruição da fauna e da flora. - Melhoria das habitações rurais. - Combate ao vetor. - Controle na doação de sangue. - Controle na transmissão congênita. - Vacinação (resultados contraditórios e pouco promissores). TOXOPLASMOSE: - “Doença do gato”. - Parasita do gênero toxoplasma, que é um esporozoário. Característica básica dos esporozoários é que são serem imóveis. - F a z p a r t e d e u m g r u p o c h a m a d o apicomplexa. Composto por 3 componentes muito importantes: apicoplasto, micronema e a roptria. Todos eles fazem parte de uma região chamada complexo apical, e é onde o protozoário tem contato com a célula hospedeira. I. Toxoplasma gondii: - Descrito em 1908 em fígado de roedor, posteriormente foi descrito como toxon devido ao seu formato.em 1923 foi a primeira descrição em humanos. Em 1937 foi observado que essa pato log ia tem transmissão congênita, onde passa da mão infectada para o filho. Na década de 70 foi descoberto que os felinos são hospedeiros definitivos. A. Importância: - Dentro das infecções parasitárias é uma das mais graves e mais comuns. - Há muitas pessoas soropositivas para a doença. - O foco de pessoas infectadas são pessoas imunodeficientes, em que as doenças são muito mais graves, outro problema é em relação às gestantes, onde o feto pode nascer com defeitos graves. - É uma das zoonoses mais freqüentes porque consegue colonizar a maior parte dos mamíferos e aves. - O humano é uma consequência eventual, porque o ciclo do parasita é principalmente em gatos e não humanos. - Qualquer felídeo que não apresenta uma resposta imunológica para esse parasita, pode ser infectado. Nos humanos não tem ciclo completo, somente nos felídeos, significa que nos gatos tem a fase sexuada e a fase assexuada. Nos humanos somente a fase assesexuada. B. Características: - Tem a capacidade de infectar qualquer célula anucleada (não consegue infectar hemácias), pode estar presente em líquidos orgânicos. - Para que ele possa se replicar e sobreviver ele precisa estar dentro de uma célula (intracelular). - O ciclo de vida dele precisa ocorrer em mais de um hospedeiro (heteroxeno), porém, em gatos eles conseguem fazer o ciclo completo. - Os gatos são hospedeiros definitivos, e os humanos e outros mamíferos e aves são hospedeiros intermediários. C. Morfologia: - No hospedeiro definitivo, ocorre o ciclo completo com fase sexuada e assexuada. - Ele possui morfologias: taquizoítos, bradizoítos, merozoítos, gametócitos, oócitos imaturos. - No hospedeiro intermediário, podemos ser colonizados por taquizoíto, esporozoíto e merozoíto. PAULA R. C. PENTEADO �18 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 - O toxoplasma gondii apresenta o complexo apical na porção apical, que é uma parte afilada distante do núcleo. São envolvidos com a capacidade deste organismo de conseguir aderir a célula do hospedeiro. Também permite que o organismo tenha mobilidade. • Como isso ocorre? Há presença de proteínas do tipo de filamentos de actina e miosina que entram em contato com receptores de adesina do organismo hospedeiro que permitem a aderência e locomoção do parasita. - Apresentam 3 prote ínas pr inc ipa is : micronema (papel de adesão e invasão), roptrias (papel de invasão e formação de vacúolo), apicoplasto (possui um genoma circular que os difere dos demais). 1. Fase taquizoíto (forma clássica): - Fase de rápida multiplicação. - É um tipo de trofozoíto. - É encontrada durante a fase aguda da infecção, onde o protozoário está se estabelecendo no hospedeiro. - Possui as extremidadesmais afiladas. - É pouco resistente ao suco gástrico. - É encontrada em vacúolos de células parasitadas em forma de psudocistos, mas também em líquidos orgânicos na forma liquida. - O processo de entrada é diferente do processo de fagocitose. O taquizoíto, através das proteínas encontradas na superfície, sofre um processo de endocitose, então a vesícula criada é diferente de um vesícula de fagocitose, ou seja, o lisossomo não consegue unir, e destruir. - O vacúolo onde está o trofozoíta é chamado vacúolo parasitário. Dentro do vacúolo ele consegue se reproduzir de forma assexuada. - O mecanismo pelo qual ele se divide é conhecido como endogenia, porque uma célula passa pelo processo de divisão e saem duas células no seu interior que rompem a célula mãe, que morre no processo. 2. Fase bradizoíto: - Vem do prefixo bradi, que significa lento, e a sua replicação é devagar, e é correspondente a fase crônica da doença. - Uma vez formados, eles ficam estáveis e protegidos dentro de células e tecidos formando cistos (rodeado por um envoltório cístico), e são encontradas no músculo, no coração, no tecido nervoso e na retina. - Sempre vão estar localizados dentro de cistos. - Aquela forma mais filada é do taquizoíto, há variação na quantidade de grânulos entre as duas formas. - Na forma taquizoita a reprodução é rápida, ao passo que na bradizoita é lenta. 3. Oocisto: - São a forma de resistência, forma esferica quando ele esta imaturo, ou se elipse quando ele está maduro. - Produzido nas células intestinais dos felinos não imunes, como produto da reprodução sexuada. - É liberado na forma imatura, ou seja, não esporulada, e ela não é infecciosa. - Uma vez as fezes expelidas, no ambiente ocorre a esporogonia (de 1 a 5 dias depois de expelida), que o oocisto imaturo esporula ocorrendo a reprodução dos parasitas, passando de oocisto imaturo para maduro. - Quando a esporulação termina, dentro de cada um dos oocistos, vamos encontrar 2 esporocisto e dentro de cada esporocistos, PAULA R. C. PENTEADO �19 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 vamos encontrar 4 esporozoítos (fase contaminante). - O oocisto aparece nas fezes do gato após 3 a 5 dias após a ingestão de cistos tecidas, ou então 20 a 34 duas após a ingestão de oocistos. II. Ciclo de vida: - Dentro dos félidos possui o ciclo completo. - Através da reprodução sexuada tem a liberação de oocistos que são imaturos no inicio mas depois no ambiente eles sofrem maturação e tem poder de infectar outros organismos como o humano. - Dentro do humano eles ficam em forma de bradizoítos dentro de cistos que podem permanecer a vida toda. Não pode esquecer que pode ter transferencia para o feto. - Os oocistos contaminados do gatos podem ser ingeridos por ratos e os infectarem e quando os gatos comerem o rato, eles se contaminam também. - Há transferencia de parasita por transplante de órgão e por transfusão. III. Hospedeiro definitivo: - Ocorre nas células epiteliais do intestino delgado dos animais e outros felinos não imunes. - Ingestão de: oocistos (eliminado nas fezes), bradizoítos (presente na carne de roedores e aves), taquizoítos (presentes no leito e macrófagos). - Ocorre adesão e penetração no intestino, e logo depo is ocor re o processo de multiplicação (merogonia e endogenia), depois formação de estrutura meroante dentro do vacúolo parasitóforo (merozoítos), e essa reprodução em larga escala rompe e há liberação dos merozoítos que vão infectar outras células e outros tecidos, que ocorre a formação de oocistos, que são liberados nas fezes. - Os merozoítos são a forma sexuada. - Os oocistos se mantém viável no ambiente por cerca de 12 a 18 meses. IV. Hospedeiro intermediário: - Ocorre somente a fase intermediária. - Podemos ingerir o oocisto, taquizoitos (leite) e bradizoitos (carne crua). - A partir do momento que entra no organismo humano, há intensa multiplicação que também ocorre no epitélio intestinal, virando taquizoítos, que vão parasitar vários tipos celulares ocorrendo a formação dos vacúolos parasitóforos e também, há multiplicação por endogenia. Há rompimento celular e liberação de novos taquizoítos no sangue e na linfa que vão invadir outros tecidos. - Desenvolvimento da imunidade e eliminação das formas extracelulares, as que estão cobertas pelo vacúolos não conseguem ser eliminadas e estão na forma de bradizoitos (fase crônica). • A forma crônica se mantém latente até que o hospedeiro tenha alguma baixa imunológica em que o parasita possa se liberar dos vacúolos e colonizar outros tecidos e voltando a fase aguda. - Taquizoítos são característicos da fase aguda, porque se mult ipl icam muito rapidamente e destroem tecidos, pode ter rompimento hematoencefá l ica e da transplacentária. Só infeccioso na forma congênita quando está na forma taquizoíto. - Bradizoíto é a forma da fase crônica da infecção, é resistente ao pH baixo, e a enzimas digestivas. É a forma no qual todos os antiparasitários são resistentes. Há formação dos cistos em vários locais: cérebro, músculo esquelético e no globo ocular. • Permanece ao longo da vida toda do hospedeiro. Quando o paciente é cheio de PAULA R. C. PENTEADO �20 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 bradizoitos, nada demais acontece. Se há uma queda da imunidade do hospedeiro, há a reagudização do quadro, voltando os taquizoítos. - Como ocorre a transformação entre taquizoítos e bradizoítos: em taquizoitos ele está na condição ideal de crescimento, levando estímulo para ficar bradizoito. - Coisas importantes: fase sexuada ocorre no epitélio intestinal de felídeos não imunes. Fase assexuada ocorre nos linfonodos e tecidos de vários hospedeiros e inclui os felídes. V. Vias de transmissão: - Horizontal por ingestão: esporozoíto, bradizoíto, e taquizoito, sendo o taquizoito o mais sensível. - Vertical que é congênita: somente taquizoíto. VI. Epidemiologia: - Mais de 60% da população do brasil tem o contato com o parasita. - É de distribuição global. - A positividade para esta contaminação aumenta com a idade. - Essas infecções ocorrem mais em zonas rurais do que urbanas. - Razões para a grande disseminação: presente em um grande número de animais; o hospedeiro definitivo produz de 2 a 20 milhões de oocistos para 20g de fezes; aumento de índice em animais silvestres; oocisto sobrevive por muito tempo no solo. - Doença de notificação compulsória. Para médicos é de notificação compulsória a forma congênita. - O maior surto de toxoplasmose no mundo foi no brasil. Município de Santa Isabel do Ivaí - PR. 600 pacientes com sintomas, 450 p o s i t i v o s , 7 g e s t a n t e s e 6 b e b e s contaminados e 1 aborto espontâneo. Fonte de contaminação foi o reservatório de agua contaminado com fezes de gato. VII.Patogenia: - Depende da virulência da cepa, da imunidade do hospedeiro, entre outras. - Pode ser assintomática ou levar à morte. - Formas de toxoplasmose: congênita ou pré- natal; pós-natal - ganglionar ou febril aguda, ocular, cutânea, meningoencefá l ica, generalizada. • Congênita e pré-natal: mãe precisa estar na fase aguda da doença (taquizoítos). As alterações congênitas dependem do trimestre de gestação. O risco de contaminação aumenta com o tempo de gravidez. • Pós natal: adquirida é normalmente assintomática; formas graves cometem gânglios, icterícia, hepatomegalia, edema entre outros; pode, ocasionar lesão nos o l h o s ; e x t r e m a m e n t e g r a v e e m imunocomprometidos. • Pode ocasionar neurotoxoplasmose, mais comum em pessoas imunodeprimidas (AIDS), com múltiplas lesões no cérebro. VIII. Diagnóstico: - Forma aguda pode ser procurado o taquizoíto, que pode ser encontrado no sangue, leite, líquor, saliva, entre outros; pode ser feito também a biópsia. - O principal métodoé o imunológico, o IgM aparece no quadro agudo e o IgG também pode estar envolvido no quase agudo, necessário medir depois de 3 semanas para ver se diminui ou aumenta (se se mantem o mesmo valor é fase crônica e se aumenta é aguda), e a IgA é a detecção de infecção recente. Pode dar um IgM com falso positivo. IX. Controle: PAULA R. C. PENTEADO �21 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 - Evitar comer coisas cruas, sendo desde o leite até a carne mal cozida, lavar as mãos após manipular carne crua, controle da população de gatos de rua, lavar bem as mãos após contatos com gatos e outros animais. MALÁRIA: - Protozoário de interesse: Plasmodium spp. Protozoário causador da malária. - É conhecida desde 3 séculos antes de cristo. Os chineses já descreviam as características da malária. Foi Hipócrates quem descreveu as características da doença. - Somente no século XIX que foi efetivamente visto o causador da doença, o protozoário. - P. vivax, P. falciparum, P. malarieae, P .ovale, P. knowlese. - O plasmodium faz parte do filo apicomplexa. F a m i l i a p l a s m o d i i d a e , d o g e n e r o plasmodium. - O agente transmissor é o anopheles. Há necessidade do vetor para completar o ciclo do plasmodium. O vetor é a principal forma de transmissão. I. Morfologia: - Possi variações. - Formas extracelulares, que possuem capacidade de invadir células, além disso tem que ter complexo apical para fazer a interiorização celular; as formas que temos são esporozoitos, merozoitos e oocinetos. - Formas intracelulares; as formas são trofozoíto, esquizontes, e gametócitos. A. Esporozoito: - É a forma infectante, que vai ser inoculada pelo mosquito no sangue. - É alongado, com núcleo central único. - Membrana formada por 2 camadas: a externa é composta por proteína específica → participa de diversos processos de interações celulares - Apresentam grande mobilidade. - Complexo apical bem desenvolvido. - No momento que é inoculada, o seu objetivo é invadir hepatócitos, e lá elas vão se diferenciar em uma forma intracelular, o trofozoíto pré-eritrocítico. B. Trofozoítos: - Forma intracelular, com objet ivo de multiplicação. - Ocorre simplificação da estrutura, perdendo o complexo apical, ficando mais simples e mais arredondado. - Existem as formas eritrocítocas (forma jovem e forma madura) e as formas exoeritrocíticas. • Eles se dividem de maneira característica, tendo primeiro a divisão dos núcleos sem divisão de membranas e à isso se dá o nome de esquizogonia, formando o esquizonte (trofozoíto em processo de divisão com vários núcleos dentro). • Existe o esquizonte tecidual (hepatócito) e o esquizonte eritrocítico (eritrócitos). - Os esquizontes dão sequencia a formação de vários merozoitos que tem capacidade de invasão, e ele invade hemácias; formando novamente as organelas do complexo apical para poder invadir as células). - Os gametócitos são formados a partir de merozoitos em algumas hemácias que são s u g a d o s p e l o v e t o r e v ã o g e r a r macrogametas e microgametas e é onde ocorre a parte de reprodução sexuada do parasito; o macrogameta tem um local onde o microgameta vai se inserir. PAULA R. C. PENTEADO �22 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 • Macrogameta: na fase da fecundação, apresenta estrutura proeminente na superfície. Onde se dá a penetração do microgameta. Apresenta cromatina mais condensada com pigmentação. • Microgameta: membrana que envolve um flagelo e núcleo central. A cromatina é mais dispersa e frouxa. C. Oocineto: - Oocineto e oscito só ocorre no insetos vetor. • Oocineto: após a fecundação há formação do zigoto. Forma se alonga e adquire motilidade. No interior do intestino médio do vetor, ele invade e se fixa e ocorre a transformação em ooscito. • Oocisto: desenvolve-se na superfície do intestino médio do vetor. Possui cápsula envoltória (por onde passa a nutrição para o parasito). - Depois da fecundação do macro com microgameta forma o zigoto. - Esse zigoto tem mobilidade. - Ele se fixa no epitélio do vetor, e ao se fixar ocorre a transformação em oocisto. II. C ic lo b io lóg ico dos p lasmód ios humanos: - Uma de las ocorre nos hospedei ros vertebrados, e outra que ocorre nos mosquitos anopheles. - No vertebrado ocorrer reprodução assexuada e no anopheles ocorrer a reprodução sexuada. 1. No homem: o plasmodio na forma esporozoito é inoculada pelo vetor. • Ciclo exoeritrocítico: - Esses esporozoítos seguem os vasos até chegar nos hepaócitos, e é onde formará os vacúolos parasitóforos. - No hepatocito eles se diferem em trofozoito. - P o r e s q u i z o g o n i a , f o r m a - s e o esquizonte. - A partir do esquizonte tecidual há formação de vários merozoítos (ciclo exoeritrocítico). • Os merozo i tos caem na cor rente sangüínea e inovem hemácias e tem o ciclo eritrocítico. - Ocorre a formação e diferenciação e formação do esquizonte sanguíneo. - A partir desses esquizonte tem a formação de merozoítos sangüíneos que caem na circulação e são levados para outras partes do corpo. - Alguns merozoítos se diferenciam em gametócitos, e são captados pelo inseto vetor. - O ciclo eritrocítico se repete várias vezes e é por conta dele que as pessoas tem febre. 2. No mosquito anopheles: ocorre a reprodução da forma sexuada do parasito. E é considerado o hospedeiro definitivo. - Fêmea do Anopheles (durante o repasto sanguíneo) → ingere as formas sanguíneas do parasito. - Somente os gametócitos serão capazes de evoluir no inseto → c ic lo sexuado (esporogônico). - N o i n t e s t i n o d o i n s e t o o c o r r e a gametogênese → transformação dos gametócitos femininos em macrogameta e d o s g a m e t ó c i t o s m a s c u l i n o s e m microgameta. - Microgameta fecunda um macrogameta → formação do zigoto. PAULA R. C. PENTEADO �23 MEDICINA - 4º SEMESTRE 27 de setembro de 2019 - A p ó s 2 4 h → z i g o t o p a s s a a t e r movimentação → oocineto. - Encistamento do oocineto na camada epitelial do intestino médio do inseto → Oocisto. - Ocorrência de divisão esporogônica - 9 a 14 dias após → l iberação de Esporozoítos. - Esporozoítos são disseminados no inseto. - Atingem as glândulas salivares. - Durante o repasto sanguíneo → Esporozoítos são injetados no hospedeiro vertebrado. III. Transmissão: - Natural: fêmeas do mosquito Anopheles parasitado com Esporozoítos nas glândulas salivares →inoculação de formas infectantes durante o repasto sanguíneo. - A c i d e n t a l : t r a n s f u s ã o s a n g u í n e a , compartilhamento de seringas, acidentes de laboratório ou por via congênita. IV. Sintomatologia: - O tempo de encubação: falciparum é mais rápido e o malariae demora mais. - Mal estar, cefaleia, cansaço, mialgia e febre. Difere em febres específicas após esse sintomas iniciais. - Ataque paroxístico agudo: acesso malárico. Momento em que rompem as hemácias, passando apresentar calafrios, sudorese de 15 min a 1 horas seguida por febre. Após 2 a 6 horas a temperatura volta ao normal e ocorre sudorese profusa e fraqueza intensa. Sintomas aparecem depois de alguma horas. - Para vivax, falciparum, e ovale os sintomas aparecem em dias alternados (48 em 48 horas) — febre tercã. - Para o malariae, ocorre de 72 em 72 horas — febre quartã. - Pode ter a malária não complicada, e a malária grave e complicada (que atinge vários órgãos principalmente cérebro rim e pulmão). V. Epidemiologia: - 90% dos casos está na Amazonia. - É endêmica em países subdesenvolvidos VI. Diagnóstico: - Quando tem áreas em endemia e de difícil acesso aos serviços de saúde os indivíduos com febre são considerados portadores. - Diagnostico laboratorial: pesquisa de parasito no sangue, imunológico e biologia molecular. VII. Tratamento: - De crises agudas(sanguínea), cura radical (sanguíneo e tecidual), profiláticos, evitar a transmissão. VIII. Profilaxia: - Individual vs. coletiva. - Individual todo que ajuda a evitar o contato com o mosquito, como: evitar o contato, uso de repelente, telas nas portas e janelas, e quimioprofilaxia. - Coletivas pode atuar sobre o mosquito adulto ou sobre as larvas, como combate ao mosquito vetor, e combate às larvas PAULA R. C. PENTEADO �24 PARASITOLOGIA N1
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