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Aids no Brasil: Transmissão e Epidemiologia

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MED RESUMOS
 A Aids é uma doença causada pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV), um
retrovírus, e caracteriza-se por profunda
imunossupressão que leva a infecções
oportunistas, neoplasias secundárias e
manifestações neurológicas.
A transmissão do HIV ocorre s ob condições
que facilitam a troca de sangue ou líquidos
corporais contendo o vírus ou células
infectadas pelo vírus. As três principais vias
de transmissão são contato sexual,
inoculação parenteral e passagem do vírus
de mães infectadas para seus recém-
nascidos.
 
 
É claramente o modo predominante de
infecção no mundo todo, sendo responsável
por mais de 75% de todos os casos de
transmissão do HIV.O vírus é carregado no
sêmen e entra no corpo do receptor através
de abrasões na mucosa retal ou oral ou por
contato direto com as células de
revestimento das mucosas. A transmissão
viral ocorre de dois modos: (1) inoculação
direta nos vasos nos quais se abriram
brechas por trauma e (2) infecção das
células dendríticas ou CD4+ no interior da
mucosa.
Há evidências apoiando a transmissão de
mulher para homem. O HIV está presente
em secreções vaginais e células cervicais de
mulheres infectadas. 
TRANSMISSÃO SEXUAL
TRANSMISSÃO PARENTAL
TRANSMISSÃO POR TRANSFUSÃO DE 
SANGUE OU HEMODERIVADOS 
 HivHiv
Todas as formas de transmissão sexual do
HIV são ampliadas por doenças
sexualmente transmissíveis coexistentes,
especialmente as associadas à ulceração
genital. Com referência a isto, sífilis,
cancroide e herpes são particularmente
importantes.
Usuários de drogas intravenosas
Hemofílicos que receberam
concentrados de fator VIII e fator IX 
Receptores aleatórios de transfusão de
sangue. 
A transmissão parenteral do HIV tem
ocorrido em três grupos de indivíduos:
Destes três, os usuários de drogas
intravenosas constituem, de longe, o maior
grupo. A transmissão ocorre pelo
compartilhamento de agulhas, seringas e
outra parafernália contaminada com
sangue contendo HIV.
Síndrome da Imunodeficiência 
adquirida
(AIDS)
Como concentrados liofilizados dos fatores
VIII e IX, foi virtualmente eliminada. Este
resultado afortunado é decorrente do
aumento do uso de fatores de coagulação
recombinantes e de três medidas de saúde
pública: triagem de anticorpos contra o HIV
no sangue e no plasma doados, critérios
rígidos de pureza para as preparações dos
fatores VIII e IX e triagem dos doadores com
base na história. No entanto, persiste um
risco extremamente pequeno de adquirir
Aids através de transfusão de sangue
soronegativo porque um indivíduo
recentemente infectado pode ser negativo
para anticorpos.
MED RESUMOS
De 1980 a junho de 2021, foram identificados
1.045.355 casos de aids no Brasil. O país tem
registrado, anualmente, uma média de 36,8
mil novos casos de aids nos últimos cinco
anos. O número anual de casos de aids vem
diminuindo desde 2013, quando se
observaram 43.493 casos; em 2020 foram
registrados 29.917 casos.
A distribuição proporcional dos casos de
aids, identificados de 1980 até junho de 2021,
mostra uma concentração nas regiões
Sudeste e Sul, correspondendo cada qual a
50,6% e 19,8% do total de casos; as regiões
Nordeste, Norte e Centro-Oeste
correspondem a 16,5%, 6,9% e 6,2% do total
dos casos, respectivamente. Nos últimos
cinco anos (2016 a 2020), a região Norte
apresentou uma média de 4,4 mil casos ao
ano; o Nordeste, 8,7 mil; o Sudeste, 14,1 mil; o
Sul, 6,9 mil; e o Centro-Oeste, 2,8 mil.
De 2000 a junho de 2021, registrou-se um
total de 835.791 casos de aids no país, sendo
que 572.972 (68,6%) foram notificados no
Sinan.
A TRANSMISSÃO DA MÃE PARA A CRIANÇA
É a principal causa de Aids pediátrica. As
mães infectadas podem transmitir a
infecção ao seu filho por três vias: (1)
intraútero por propagação transplacentária,
(2) durante o parto através de um canal de
parto infectado e (3) depois do nascimento,
por ingestão de leite materno. Destas, a
transmissão durante o parto (intraparto) e
no período imediato daí em diante
(periparto) é considerada a modalidade mais
comum nos Estados Unidos. 
O risco mais alto de transmissão se associa à
alta carga viral materna e a baixas
contagens de linfócitos T CD4+, bem como à
corioamnionite. Atualmente, com a terapia
antirretroviral dada a mulheres grávidas
infectadas nos Estados Unidos, a
transmissão mãe-filho foi virtualmente
eliminada.
EPIDEMIOLOGIA
De 2007 até junho de 2021, foram notificados
no Sinan 381.793 casos de infecção pelo HIV
no Brasil, sendo 165.247 (43,3%) na região
Sudeste, 75.618 (19,8%) na região Nordeste,
75.165 (19,7%) na região Sul, 36.218 (9,5%) na
região Norte e 29.545 (7,7%) na região
Centro-Oeste.
No ano de 2020, foram notificados 32.701
casos de infecção pelo HIV, sendo 4.299
(13,2%) casos na região Norte, 8.190 (25,0%) no
Nordeste, 11.270 (34,5%) no Sudeste, 5.732
(17,5%) no Sul e 3.210 (9,8%) no Centro- Oeste.
No período de 2007 a junho de 2021, foi
notificado no Sinan um total de 266.360
(69,8%) casos em homens e 115.333 (30,2%)
casos em mulheres. A razão de sexos para o
ano de 2020 foi de 2,8 (M:F), ou seja, 28
homens para cada dez mulheres. No período
analisado, no que se refere às faixas etárias,
observou-se que a maioria dos casos de
infecção pelo HIV encontra-se na faixa de 20
a 34 anos, com percentual de 52,9% dos
casos.
CASOS DE AIDS
ETIOLOGIA
(a) HIV-1 com quatro subgrupos: M
(major), N (on-M), O (outlier) e P (pending
the identification); o subgrupo M tem
nove subtipos, sendo o HIV-1M, subtipo
B, o mais prevalente fora do continente
africano e o responsável pela pandemia
existente em todos os continentes; 
(b) HIV-2, circunscrito à África oriental e a
algumas regiões da Índia
O HIV é um lentivírus com genoma RNA da
família Retroviridae, pertencente ao grupo
dos retrovírus não citopáticos e não
oncogênicos que necessitam, para
multiplicar-se, da enzima transcritase
reversa, responsável pela transcrição do
RNA viral em uma cópia de DNA (provírus)
capaz de se integrar ao genoma da célula
hospedeira. 
Há dois tipos do vírus: 
As proteínas virais sintetizadas regulam a
síntese de novos genomas virais e
formam a estrutura externa dos vírus
que serão liberados
 O vírion recém-formado é liberado no
meio circundante da célula hospedeira,
podendo permanecer no fluido
extracelular ou infectar novas células.
Representação esquemática do genoma do HIV e sua
estrutura molecular. Ao lado, posição dos genes do vírus do
DNA transcrito a partir do RNA viral LTR: Long Terminal
Repeat; GAG: Gene Para Proteínas do Cerne do Vírus; POL:
Gene Para Transcritase Reversa; ENV: Gene Para
Glicoproteínas do Capsídeo; VPR, TAT, VIF, VPU, REV e NEF:
Regiões Reguladoras.
Ligação de glicoproteínas virais (gp120)
ao receptor da superfície celular
(principalmente CD4) e correceptores,
sobretudo receptores de quimiocinas
Fusão do envoltório do vírus com a
membrana da célula hospedeira
Liberação do core do vírus no citoplasma
da célula hospedeira
 Transcrição do RNA viral em DNA
complementar (cDNA), por ação da
enzima transcritase reversa
 Transporte do cDNA para o núcleo da
célula, onde integra-se ao genoma
celular (provírus), por ação da enzima
integrase, ou permanece na forma
circular isolada
O provírus é reativado e transcreve
RNAm viral, que é processado e vai para
o citoplasma
 
Os HIVs tipos 1 e 2 têm aparentemente
origem filogenética comum a partir do SIV
(vírus da imunodeficiência símia). As
partículas virais, com cerca de 100 nm de
diâmetro, apresentam um core
cilíndricodensocircundadoporenvoltóriolipíd
ico.O genoma de RNA contém
aproximadamente 10.000 pares de bases
(Figura 33.1), tem dois LTR (long terminal
repeats) e nove regiões, três codificadoras
de proteínas (gag, pol e env) e seis
reguladoras (Tat, Rev, Nef, Vpu, Vpr e Vif). As
regiões gag, pol e env codificam as
proteínas virais p24, p17, gp120, gp41 e as
enzimas transcritase reversa, proteases e
integrases.
Ciclo de vida do HIV em um linfócito t cd4+.
1. o HIV liga-se ao cd4 e ao receptor de quimiocina (RQ).
2. 0 envelope do vírus funde-se à membrana do linfócito e o
capsídeo, com o RNA viral, vai
parao citosol.
3 e 4. O capsideo é desmontado e o RNA viral serve de molde
para a cópia do DNA
complementar do virus, com participação da transcritase reversa
(TR).
5. O CDNA viral (provirus) é transportado ao núcleo, onde se
integra ao DNA do linfócito (6),
com participação de integrasse, ou permanece como dna
circular.
7. 0 DNA viral é transcrito em RNA, que é processado e origina
RNA mensageiros que são
transportados ao citoplasma (9), onde são traduzidas as
proteinas do vírus.
8. O RNA viral genômico não é processado e é transportado ao
citoplasma, onde se associa a
proteínas do vírus para montagem do capsídeo (10).
11. O capsídeo é deslocado até a membrana citoplasmática, onde
se forma o envelope viral, com participação de componentes da
membrana do linfócito.
12. Uma vez envelopado, o vírus é eliminado 
MED RESUMOS
FATORES DE RISCO
Qualquer pessoa de qualquer idade, raça,
sexo ou orientação sexual pode estar
infectada com HIV / AIDS. 
No entanto, você corre maior risco de
contrair HIV / AIDS se:
Fizer sexo desprotegido: 
Use uma nova camisinha toda vez que fizer
sexo. O sexo anal é mais arriscado do que o
sexo vaginal. O risco de contrair HIV
aumenta se você tiver múltiplos parceiros
sexuais;
 
Tenha alguma IST:
Muitas ISTs produzem feridas abertas nos
órgãos genitais. Essas feridas funcionam
como portas de entrada para o HIV entrar
em seu corpo;
Use drogas IV:
Pessoas que usam drogas intravenosas
geralmente compartilham agulhas e
seringas. Isso os expõe a gotas de sangue de
outras pessoas;
PATOGENIA DA INFECÇÃO PELO HIV E DA 
AIDS
Conquanto o HIV possa infectar muitos
tecidos, há dois alvos principais da infecção
pelo HIV: o sistema imune e a parte central
do sistema nervoso.
A imunodeficiência profunda, afetando
primariamente a imunidade celular, é a
marca de autenticidade da Aids. Isto resulta
principalmente da infecção de linfócitos T
CD4 + e grande perda deles, bem como do
comprometimento de função dos linfócitos
T auxiliares sobreviventes.
Os macrófagos e células dendríticas
também são alvos da infecção pelo HIV. Este
entra no corpo através dos tecidos das
mucosas e pelo sangue e infecta primeiro os
linfócitos T, bem como as células dendríticas
e os macrófagos. A infecção se estabelece
nos tecidos linfoides, onde o vírus pode
permanecer latente por longos períodos. A
replicação viral ativa associa-se a mais
infecção de células e progressão para Aids.
INFECÇÃO PELO HIV
A infectividade do HIV é baixa, havendo
variações entre os diferentes tipos virais,
maior no HIV-1 grupo M, que é responsável
por mais de 99% das infecções no Brasil. O
vírus penetra no organismo através de
mucosas (orofaringe, reto ou genitais), de
sangue e de outros fluidos biológicos.
Contato de material contaminado com a
pele ou mucosas íntegras parece não causar
infecção. Sangue e esperma são os produtos
mais infectantes (nos quais existem vírus
livres e células infectadas), sendo duvidosa a
existência do vírus em secreções exócrinas,
como a saliva. Contato sexual, transfusões de
sangue contaminado ou seus derivados e
uso de drogas injetáveis são as formas mais
comuns de transmissão do vírus. A carga
viral no material infectante é importante no
risco de infecção.
A infecção viral depende do receptor CD4 e
de correceptores nas células. Na lâmina
própria de mucosas, o vírus encontra
macrófagos, LT CD4+ ativados (LT de
memória) e células dendríticas (CD). O vírus
infecta especialmente LT CD4+, embora
macrófagos e CDs que expressam CD4 e
CCR5 sejam também alvos da infecção. As
células com o vírus em multiplicação
ganham a circulação sanguínea e linfática
(viremia primária) e chegam ao tecido
linfoide do baço, de linfonodos e do intestino
(GALT, gut-associated lymphoid tissue).
Nessa fase, a viremia é alta e ocorre antes de
qualquer resposta imunitária contra o HIV.
Cerca de 50 a 70% dos indivíduos
desenvolvem manifestações clínicas de
infecção primária (infecção aguda, síndrome
de soroconversão): febre, linfonodomegalia,
hepatoesplenomegalia, mialgia, artralgia,
exantema maculopapular e meningite são
as mais comuns.
Em seguida, o hospedeiro monta uma
resposta imunitária anti-HIV, humoral e
celular, com produção de anticorpos anti-
HIV e redução da viremia.
MED RESUMOS
MED RESUMOS
Uma característica importante da infecção pelo 
HIV é que, após o seu estabelecimento nas células 
e independentemente da resposta imunitária, 
não há perspectiva de eliminação do vírus pelo 
organismo. 
A partir da multiplicação viral nos órgãos
linfoides, surge viremia secundária. 
A penetração do vírus em células faz-se por
ligação da gp120 com o receptor CD4 e com
uma molécula correceptora do grupo de
receptores para quimiocinas (CCR5 ou
CXCR4). CCR5 é correceptor em células
dendríticas e macrófagos, enquanto CCR5 e
CXCR4 são correceptores em LT CD4+. A
penetração inicial faz-se geralmente com
auxílio de CCR5, mas mutações no vírus
favorecem o uso de CXCR4.
No início da infecção, há intensa replicação
viral nos linfonodos e no baço, mas é no
tecido linfoide associado à mucosa intestinal
(GALT) que a replicação é maior, pois aí se
encontra o maior número de LT CD4+
ativados que expressam CCR5 e CXCR4 (LT
ativados ou de memória). A viremia é
ascendente e atinge o pico em 4 a 6
semanas após a infecção. No GALT, em
linfonodos e no baço, há grande destruição
de LT CD4+, cujo número na circulação cai
nesse período de viremia alta e recupera-se
logo em seguida, embora não volte aos
níveis iniciais.
No SNC, a infecção tem algumas
particularidades. A chegada do vírus ao SNC
ocorre durante a viremia secundária e se faz
por meio de monócitos infectados que
atravessam a barreira hematoencefálica.
Algumas drogas, como cocaína e
metanfetamina, lesam a barreira
hematoencefálica e facilitam a entrada de
monócitos infectados no SNC. 
No tecido nervoso, os monócitos
diferenciamse em macrófagos/micróglia e
produzem citocinas pró-inflamatórias (IL-β,
IFN-γ e TNF), que aumentam a
permeabilidade da barreira
hematoencefálica, favorecendo a entrada de
mais monócitos infectados no SNC.
A partir dessas células, astrócitos são
infectados por mecanismo independente
do receptor CD4+ (astrócitos não possuem
esse receptor) por meio de vesículas
intracelulares CD81+ que atuam como
reservatório viral e disseminam o vírus no
SNC por difusão de célula a célula. 
EVENTOS INICIAIS DA INFECÇÃO PELO HIV:
O vírus penetra através da célula "M", presente em epitélios por
onde se dá a infecção (genital, trato digestivo). Em seguida, o
vírus entra em contato com macrófagos e célular dendríticas
(notar integração entre os receptores destes e o HIV); através
dessas células, o vírus é apresentado aos linfócitos TCD4 (LT
CD4+, principal célula-alvo da infecção). Por meio desses
linfócitos, o vírus cai na circulação (viremia primária) e é levado
a linfonodos, baço e galt, onde ocorre replicação viral que
resulta em viremia secundária, que leva partículas virais ao
sistema nervoso central, trato digestivo e outros órgãos,
inclusive linfonodos.
MED RESUMOS
Macrófagos/micróglia e astrócitos atuam
como reservatório do vírus: (1) abrigam
provírus capaz de se replicar; (2) têm meia-
vida de meses a anos, permitindo a
persistência do vírus por longo tempo; (3)
macrófagos, células microgliais e astrócitos
são menos infectados pelo HIV em
indivíduos sem alterações cognitivas do que
naqueles com transtornos cognitivos; tais
células representam número considerável
de células infectadas; (4) DNA proviral e RNA
do HIV são identificados in vivo e in vitro em
astrócitos, que sintetizam e exportam
proteínas virais não estruturais (Tat, Rev e
Nef) capazes de induzir inflamação e lesão
neuronal; (5) in vitro, astrócitos infectados
pelo vírus e estimulados por IFN-γ, fator
estimulador de colônia macrófago-
granulócito e TNF produzem partículas
virais; caso ocorra também in vivo, tal
propriedade pode reativar a infecção,
completando as condições para que essa
célula atue como reservatório viral. 
Na fase inicial da infecção, em geral não há
manifestações neurológicas, emboraalguns
indivíduos apresentem sinais e sintomas de
meningite, encefalite e polineuropatia,
quase sempre associados a manifestações
clínicas sistêmicas de infecção primária e
soroconversão. Os sintomas persistem por 2
a 3 semanas e depois regridem, coincidindo
com o desenvolvimento da resposta
imunitária anti-HIV. A presença do HIV no
SNC e o encontro de alterações
inflamatórias e RNA viral no liquor no início
da infecção indicam a necessidade de
medidas terapêuticas precoces, tão logo
seja confirmado o diagnóstico.
A infecção do SNC pelo HIV pode evoluir
para neuroAIDS, que é infecção crônica,
persistente e progressiva acompanhada de
neurodegeneração. Clinicamente, há
transtorno cognitivo e déficit de atenção,
concentração, memória, aprendizado,
processamento da informação e função
executiva.
. 
 
Surgem também alterações motoras, como
lentidão de movimentos, incoordenação e
tremores, que podem progredir para
fraqueza, espasticidade, distúrbios do
movimento extrapiramidal e paraparesia,
além de distúrbios do comportamento
(apatia e irritabilidade).
Agravidade do processo varia, havendo
formas: 
 
1. ASSINTOMÁTICAS 
(30 a 35% dos pacientes), conhecidas como
distúrbio neurocognitivo assintomático,
diagnosticado por testes neuropsicológicos,
sem interferir com as atividades
ocupacionais e sociais
2. SINTOMÁTICAS 
(20 a 25% dos casos), que afetam pouco a
cognição e as atividades do dia a dia,
referidas como distúrbio neurocognitivo
discreto
3. GRAVES 
(2 a 3% dos casos), que comprometem a
cognição e as atividades ocupacionais e
sociais, denominadas demência associada
ao HIV
Fatores ligados ao HIV e ao hospedeiro têm
papel nas lesões: 
(1) a diversidade genética do HIV, que
possivelmente modula a neurovirulência e a
neurodegeneração por meio de alterações
na proteína viral Nef, causando morte
astrocitária e, secundariamente, neuronal;
(2) as proteínas virais gp120 e Tat induzem in
vitro a expressão de TNF por
macrófagos/micróglia, que aumenta a
expressão de ICAM-1, VCAM-1 e selectina-E
em astrócitos e células endoteliais,
favorecendo a migração transendotelial de
macrófagos ativados para o SNC; 
1.
MED RESUMOS
(3) macrófagos/micróglia e astrócitos
ativados produzem citocinas pró-
inflamatórias (TNF, IFN-γ, IL-1 ), enquanto
macrófagos/micróglia ativados produzem
óxido nítrico, o que resulta em lesão
oxidativa em astrócitos e células endoteliais
e astrocitose fibrilar;
(4) síntese elevada de TNF aumenta a
liberação de glutamato por astrócitos e
reduz a sua captação por
macrófagos/micróglia, com
superestimulação do receptor N-metil-D-
aspartato (NMDA), influxo maciço de Ca++
intracelular e geração de óxido nítrico e
outros ânions superóxidos, causando poda
sinapto-dendrítica e apoptose neuronal;
(5) metaloproteinases, fator ativador de
plaquetas, ácido quinolínico (agonista do
NMDA) e derivados do ácido araquidônico
também participam da lesão neuronal. 
Portanto, a neuroniotoxicidade pelas
proteínas do HIV e/ou por fatores secretados
por macrófagos/micróglia/astrócitos
infectados, por mecanismo de amplificação
da resposta pró- inflamatória, produção de
espécies reativas de oxigênio, estresse
oxidativo e excitoxicidade, podem explicar a
perda neuronal e a reação tecidual com
gliose e ativação microglial que contribuem
para o distúrbio neurocognitivo associado
ao HIV.
HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO
A doença acusada pela HIV inicia-se
comouma infecção aguda que é
parcialmente controlada pela resposta
imune do hospedeiro e avança para uma
infecção progressiva crônica dos tecidos
linfoides periféricos.
FASE AGUDA 
O vírus entra através da superfície mucosa e
a infecção aguda (inicial) é caracterizada
pela infecção das células TCD4+ de
memória (que expressam CCR5) nos tecidos
linfoides da mucosa e a morte de muitas
dessas células infectadas. Como os tecidos
da mucosa são o maior reservatório de
células T no corpo e um local importante de
residência das células T de memória, essa
perda local resulta em depleção
considerável de linfócitos. Nesta fase,
algumas células infectadas são detectáveis
no sangue e em outros tecidos.
A infecção da mucosa é seguida pela
disseminação do vírus e pelo
desenvolvimento da resposta imune do
hospedeiro. As DCs do epitélio no sítio de
entrada do vírus capturam o vírus e depois
migram para os linfonodos. Uma vez nos
tecidos linfoides, as DCs transmitem o HIV
às células TCD4+ através do contato direto
célula-célula. Poucos dias após a primeira
exposição ao HIV, a replicação viral pode ser
detectada nos linfonodos. Essa replicação
causa viremia, durante a qual estão
presentes grandes quantidades de
partículas do HIV no sangue do paciente. O
vírus se dissemina por todo o corpo e infecta
as células T auxiliares, macrófagos e DCs nos
tecidos linfoides periféricos.
Dentro de 3 a 6 semanas após a infecção
inicial, 40 a 90% dos indivíduos infectados
desenvolvem a síndrome aguda do HIV, que
é desencadeada pela disseminação inicial
do vírus e pela resposta do hospedeiro. Esta
fase está associada a uma doença
autolimitada com sintomas inespecíficos
que incluem dor de garganta, mialgias,
febre, perda de peso e fadiga,
assemelhando-se a uma gripe. Erupção
cutânea, linfadenopatia, diarreia e vômitos
também podem ocorrer. O quadro
normalmente se resolve espontaneamente
em 2 a 4 semanas.
MED RESUMOS
A medida que a infecção se espalha, o
indivíduo monta respostas imunes
antivirais humorais e mediadas por células.
Essas respostas são evidenciadas pela
soroconversão (geralmente dentro de 3 a 7
semanas após a exposição presumida) e
pelo aparecimento das células T citotóxicas
CD8+ específicas para o vírus. As células
TCD8+ específicas para o HIV são
detectadas no sangue aproximadamente
no momento em que os títulos virais
começam a diminuir e provavelmente são
os responsáveis pela contenção inicial da
infecção pelo HIV. Essas respostas imunes
controlam parcialmente a infecção e a
produção viral, e esse controle é refletido
pela queda na viremia, porém em níveis
detectáveis, cerca de 12 semanas após a
exposição primária.
Após um período variável, surgem
infecções oportunistas graves, neoplasias
secundárias ou doença neurológica clínica
(agrupadas e classificadas como doenças
indicadoras de AIDS ou doenças que
definem a AIDS, discutidas mais tarde), o
que implica que o paciente desenvolveu
AIDS.
FASE CRÔNICA
Na fase crônica da doença, os linfonodos e
o baço constituem os locais de replicação
contínua do HIV e de destruição celular.
Durante este período da doença, existe
pouca ou nenhuma manifestação clínica
da infecção pelo HIV. Portanto, esta fase é
chamada período de latência clínica.
Embora poucas células T do sangue
periférico abriguem o vírus, a destruição de
células TCD4+ nos tecidos linfoides (até 10%
deles podem estar infectados) continua
durante esta fase e o número de células
TCD4+ circulantes diminui
progressivamente. Eventualmente, ao
longo de um período de anos, o ciclo
regular de infecção viral, morte das células
T e nova infecção causa declínio contínuo
no número de células TCD4+ nos tecidos
linfoides e na circulação.
AIDS
A fase final é a progressão para a AIDS,
caracterizada pela falha da defesa do
hospedeiro, um aumento substancial no
número de vírus no plasma e doença
clínica grave e potencialmente fatal.
Normalmente, o paciente apresenta febre
duradoura (>1 mês), fadiga, perda de peso e
diarreia.
EVOLUÇÃO CLÍNICA DA INFECÇÃO PELO HIV
(A) Durante o período inicial após a infecção primária, há
disseminação viral, desenvolvimento de resposta imune contra o
HIV, e muitas vezes uma síndrome viral aguda. Durante o
período de latência clínica, a replicação viral continua e a
contagem de células TCD4+ diminui gradualmente, até atingir
um nível crítico abaixo do qual existe um risco substancial de
desenvolvimento de doenças associadas à AIDS.
(B) Resposta imune à infecção pelo HIV. A resposta citotóxica de
linfócitos T(CTL) contra o HIV é detectável durante 2a 3 semanas
após a infecção inicial e atinge um pico entre 9 a 12 semanas. A
expansão evidente dos clonesde células TCD8+ específicos para
o vírus ocorre durante este período, e até 10% dos CTLs de um
paciente podem ser específicos para o HIV em 12 semanas. a
resposta imune humoral ao HIV chega ao pico em cerca de 12
semanas.
MED RESUMOS
PATOGENIA DA INFECÇÃO PELO HIV-1
A infecção inicial começa nos tecidos da mucosa, envolvendo
principalmente células TCD4+ e células dendríticas, e se espalha
para os linfonodos. A replicação viral causa viremia e ampla
disseminação do vírus para tecido linfoide. A viremia é
controlada pela resposta imune do hospedeiro e o paciente
então entra em uma fase de latência clínica. Durante essa fase, a
replicação viral nas células T e macrófagos permanece
inalterada, mas existe alguma contenção imune do vírus (não
mostrada). A destruição gradual das células CD4+ é contínua e.
por fim, o número de células T CD4+ diminui e o paciente
desenvolve sintomas clínicos de AIDS. 
CTL, Línfócitos T Citotóxicos
A extensão da viremia, quantificada pelos
níveis de RNA do HIV-1 no sangue, é um
marcador útil da progressão da doença do
HIV e é valiosa no tratamento dos
indivíduos infectados pelo HIV. A carga viral
no final da fase aguda reflete o equilíbrio
entre o vírus e a resposta do hospedeiro, e
em determinados pacientes pode
permanecer bastante estável por vários
anos. Este nível estacionário de viremia,
chamado set point viral, é um preditor da
velocidade de declínio das células T CD4+ e,
portanto, da progressão da doença
causada pelo HIV.
Como a perda da contenção imune está
associada ao declínio na contagem de
células T CD4+, o Centers for Disease
Control and Prevention (CDC) (Centro de
Controle e Prevenção de Doenças)
classificou a infecção pelo HIV e estratificou
os pacientes em três grupos com base na
contagem de células CD4+: maior ou igual
a 500 células/μL, 200 a 499 células/μL e
menos de 200 células/μL.
Na ausência de tratamento, a maioria dos
pacientes infectados pelo HIV progride
para AIDS após uma fase crônica que dura
de 7 a 10 anos, mas há exceções. Nos
progressores rápidos, a fase crônica,
intermediária, é reduzida para 2 a 3 anos
após a infecção primária.
Cerca de 5% a 15% dos indivíduos
infectados são não progressores de longo
prazo, definidos como indivíduos
infectados pelo HIV-1 não tratados que
permanecem assintomáticos por 10 anos
ou mais, com contagem de células T CD4+
estáveis e baixos níveis de viremia no
plasma (geralmente <500 cópias de RNA
viral/mL).
Surpreendentemente, cerca de 1% dos
indivíduos infectados apresentam carga
viral indetectável (<50 a 75 cópias de RNA /
mL); estes foram chamados controladores
de elite. Indivíduos com uma evolução
clínica tão incomum atraiu grande atenção
médica na esperança de que ao serem
estudados, poderiam ser obtidos
esclarecimentos sobre os fatores
hospedeiros e virais que influenciam a
progressão da doença. Até o momento, os
estudos deste grupo indicam que as
variáveis que influenciam a evolução da
doença são muito heterogêneas. Na
maioria dos casos, os isolados virais não
apresentam anormalidades qualitativas, o
que sugere que a evolução sem
intercorrências não pode ser atribuída a
um “mau” vírus. Em todos os casos, há
evidências de uma resposta imune anti-
HIV vigorosa, mas a correlação imune de
proteção ainda é desconhecida.
Alguns desses indivíduos apresentam altos
níveis de respostas de células TCD4+ e
CD8+ específicas para o HIV, e esses níveis
são mantidos ao longo da infecção. A
herança de determinados alelos de HLA
parece correlacionar-se com a resistência à
progressão da doença, talvez refletindo a
capacidade de montar respostas antivirais
pelas células T.
INFECÇÃO LATENTE, 
RESERVATÓRIOS DO HIV
Com a terapêutica antirretroviral eficiente,
tem-se observado que a carga viral é
mantida indetectável enquanto se
mantém a medicação, mas que a viremia
reaparece e progride quando o tratamento
é suspenso
MED RESUMOS
Uma explicação para a reativação da
viremia é a existência de infecção latente
pelo HIV. Infecção latente por um retrovírus
é condição na qual o DNA viral (provírus
integrado ao DNA da célula) está
silenciado, mas pode voltar a ser transcrito
quando estimulado por fatores que
revertem a latência. 
Infecção latente tem sido demonstrada de
modo inequívoco com o HIV,
especialmente em linfócitos T de memória,
que permanecem quiescentes por longos
períodos; embora existam demonstrações
de infecção latente em linfócitos T
foliculares, linfócitos T virgens, macrófagos,
células dendríticas e astrócitos, não há
evidências de que a latência nessas células
tenha a estabilidade da encontrada em
linfócitos T de memória. Na infecção
latente, o vírus sobrevive, pois a célula
infectada não é alvo de resposta imunitária
nem de antirretrovirais, impedindo a efeito
curativo do tratamento. 
Os mecanismos de latência são ainda
pouco conhecidos. Há algumas hipóteses: 
(1) o DNA do provírus integra-se em íntrons
de genes com grande atividade
transcritora ou em regiões flanqueadas por
heterocromatina, onde a transcrição
gênica é menos ativa; 
(2) mecanismos epigenéticos,
especialmente os que controlam DNA
metiltransferases que metilam sequências
de LTR do vírus que funcionam como
promotores, silenciando-as por impedir a
ligação de fatores ativadores de transcrição
ou de histonas desacetilases, dificultando a
desespiralização do DNA para transcrição; 
(3) fatores que interferem na
disponibilidade de fatores de transcrição (p.
ex., NFκB, NFAt, STAT5) que ativam a
transcrição do DNA proviral; 
(4) bloqueio no transporte do RNA
transcrito para o citoplasma. Com base
nesses possíveis fatores de latência, têm
sido tentadas moléculas capazes de
revertê-la, induzindo a transcrição do vírus
e a tradução de proteínas que marcariam a
célula para ser eliminada pela resposta
imunitária restabelecida pelo uso dos
antirretrovirais. 
A retirada do tratamento, associada a
medicamentos que revertem a latência,
seguida da reintrodução de antirretrovirais,
poderá ser, no futuro, uma estratégia para
a erradicação do vírus.
Células com infecção latente funcionam
como reservatórios dos vírus, embora nem
todos os reservatórios virais estejam
relacionados com infecção latente. Células
infectadas podem permanecer e proliferar
em sítios onde a chegada de
antirretrovirais é mais difícil, como o
sistema nervoso central. Macrófagos,
micróglia e astrócitos podem ser
infectados e manter a proliferação viral
sem se tornarem alvos de antirretrovirais,
embora não alterem a viremia indetectável
por ação do tratamento. Retirados os
medicamentos, a viremia retorna a partir
desse reservatório no SNC.
MECANISMO DE DEFESA
(a) fatores de restrição à multiplicação
do vírus; 
(b) imunidade inata; 
(c) resposta imunitária adaptativa.
Os primeiros mecanismos de defesa contra
o HIV são representados por: 
Os fatores de restrição, que são a primeira
linha de defesa do organismo contra vírus,
são proteínas sintetizadas de forma
constitutiva pelo hospedeiro que
interferem desde a entrada do vírus na
célula até sua montagem e exocitose; ou
seja, tais moléculas restringem a replicação
viral. 
MED RESUMOS
De outro lado, o HIV possui formas ou
modos de evasão que tornam esses
mecanismos ineficientes, garantindo a
persistência do vírus na maioria das
pessoas infectadas. Nos indivíduos
infectados são considerados progressores
lentos e nos controladores de elite os
mecanismos defensivos são mais
eficientes.
A resposta imunitária inata instala-se
rapidamente: após a infecção, receptores
de reconhecimento de agentes invasores
(TLR, NLR, RLR) e fatores de restrição
reconhecem o vírus e ativam fatores de
transcrição associados a interferons (IRFs),
os quais ativam a transcrição de interferons
dos grupos 1 (alfa e beta) e 3 (delta).
Interferons ativam genes codificadores de
fatores de restrição. Além de IRFs, o vírus
ativa o NFκB, que induz a expressão de
genes pró-inflamatórios. NFκB ativado e
outros fatores de transcrição (NFAT, STAT5)
são importantes para ativar a transcrição
do DNA proviral, favorecendo, portanto, a
proliferação do vírus. Citocinas equimiocinas atraem e ativam células NK,
que têm efeito citotóxico sobre células
infectadas, lisando-as. Um mecanismo de
resposta inata muito importante é a ação
não citolítica de LTs CD8+, que, atraídos
para o local, inibem a proliferação do vírus
no interior de LT CD4+ sem exercer efeito
citolítico. Tal efeito inibidor é mediado por
um fator ainda não identificado, depende
de contato com a célula infectada e não
sofre restrição por MHC. Nos infectados
progressores lentos e nos controladores de
elite, essa atividade citotóxica, mas não
citolítica de LT CD8+, é mais acentuada do
que nos progressores rápidos
A resposta imunitária adaptativa instala-se
lentamente e torna-se evidente 4 a 6
semanas após a infecção (período de
soroconversão), quando a viremia começa
a cair. Nesse período, aparecem anticorpos
e LT CD8+ citotóxicos ativados, o que reduz
a viremia: a carga viral estabiliza-se em
níveis muito baixos, podendo tornar-se
indetectável; quanto menor a carga viral
estabilizada, mais lenta é a progressão da
doença.
Os primeiros anticorpos a aparecer são
anti-p24 e anti-gp120; seus títulos elevam-
se rapidamente e mantêm-se altos até o
início das manifestações de
imunodeficiência, quando tendem a cair.
Os primeiros anticorpos são ativadores do
complemento e não neutralizam o vírus;
anticorpos neutralizantes só aparecem
após 8 a 10 semanas.
Quanto mais precoce é a ativação de
células auxiliares vírus-específicas, mais
eficaz é o controle da viremia. O controle
rápido da viremia na fase aguda da
infecção deve-se à menor mutagenicidade
do vírus nessa fase. Anticorpos
neutralizantes e células citotóxicas
mantêm a viremia baixa, mas não a
elimina. Quando a viremia se estabiliza,
mutações são frequentes. Mutações
favorecem a glicosilação de gp120 e gp24,
que modifica os epítopos por adição de
glicanos da célula hospedeira. Resposta T
citotóxica instala-se paralelamente à
produção de anticorpos, sendo grande o
número de linfócitos Tc (CD8+) antivírus
nas fases iniciais da infecção (25% de
células T CD8+ circulantes). 
A eliminação dos vírus faz-se por: (1)
anticorpos neutralizantes, dos quais o vírus
escapa por mutações; (2) anticorpos não
neutralizantes – anti-p24 (core), antip17
(matriz) e anti-p120 (envoltório), que
formam imunocomplexos com os vírus e
facilitam sua retirada da circulação por
fagócitos; (3) células T CD8+, que eliminam
parte das células CD4+ infectadas. Tais
mecanismos persistem na fase de viremia
estabilizada, embora com perda de
eficiência; cai o número de linfócitos T
CD4+ e, sobretudo, de linfócitos T CD8+,
por ação direta do vírus e por
hiperestimulação do sistema imunitário. 
MED RESUMOS
A instalação da AIDS ocorre quando os
linfócitos estão em número reduzido e são
menos capazes de responder aos
estímulos, o que diminui a capacidade de
sintetizar anticorpos neutralizantes e de
originar LT CD8+ aptos a deter o vírus,
permitindo a rápida elevação da viremia, a
instalação de infecções oportunistas ou a
exacerbação de infecções crônicas até
então controladas.
FASE AGUDA DA INFECÇÃO PELO HIV:
Comportamento das células infectadas, retenção do
vírus em linfonodos (LN) e resposta imunitária celular (T
Citotóxica) e humoral (dados baseados na infecção
humana e na infecção com o vírus da imunodeficiência
de macacos).
EVOLUÇÃO DA INFECÇÃO PELO HIV
Relação da viremia com a resposta imunitária nas
diferentes fases da infecção.
MECANISMO DE IMUNODEFICIÊNCIA
Os mecanismos de imunodeficiência são
complexos e ainda não totalmente
conhecidos. Destruição de LT CD4+ é o
evento mais característico e mais
importante: a AIDS manifesta-se
justamente quando o número desses
linfócitos cai abaixo de 200/μL. Há também
redução de LT CD8+ e de anticorpos
neutralizantes, em parte pela falta do
estímulo auxiliar dependente de LT CD4+.
A infecção com carga viral estabilizada
entra em uma fase latente, com duração
variável: curta em progressores rápidos e
longa em progressores lentos e
controladores de elite. Na fase latente, os
LT CD4+ reduzem-se progressivamente. Os
LT CD8+ que aumentaram na fase inicial da
infecção também sofrem redução
progressiva, embora em menor
intensidade do que os LT CD4+. Com
proliferação continuada do vírus, perda
progressiva de LT CD4+ e alterações
arquiteturais nos órgãos linfoides, instala-
se a imunodeficiência que caracteriza a
AIDS.
Admite-se que grande parte da disfunção
imunitária resulta de ativação continuada
da resposta imunitária por persistência do
vírus. Ativação persistente
(hiperestimulação por antígenos virais e
por antígenos da microbiota por alteração
na permeabilidade intestinal) tem dois
efeitos que agravam a doença: aumenta a
proliferação do vírus e conduz a um estado
de exaustão imunitária e senescência
replicativa de linfócitos que reduz a sua
atividade antiviral. A expressão de
moléculas indicadoras de exaustão
imunitária (PD-1, CTLA-4 e outras) aumenta
progressivamente, enquanto linfócitos T e
B e células NK mostram marcadores de
exaustão, com reduzida capacidade de
sintetizar moléculas efetoras e de proliferar.
MED RESUMOS
(1) perda progressiva de LT CD4+ pelo
efeito citopático viral (a infecção dessas
células causa destruição delas) por
apoptose de linfócitos infectados e não
infectados e por menor produção
celular na medula óssea (infecção de
células progenitoras CD34+ e CD4+
inibe a linfopoese); 
(2) alterações funcionais em LT CD4+
(defeitos no reconhecimento de
antígenos, menor produção de
citocinas e baixa resposta proliferativa)
decorrentes de exaustão imunitária e
de senescência replicativa induzidas
por hiperestimulação antigênica, o que
compromete a resposta imunitária
celular; 
(3) menor atividade de LT CD8+
(citotóxicos) por falta de cooperação de
LT CD4+; 
(4) defeitos na atividade de macrófagos
e células apresentadoras de antígenos,
apesar de essas células estarem
ativadas na infecção; 
(5) embora raramente infectados,
linfócitos B produzem menos
anticorpos Tdependentes, pela baixa
cooperação com linfócitos T; 
(6) com o progredir da infecção, o vírus
sofre mutações e torna-se resistente
aos LT CD8+; (7) na fase tardia da
infecção, surge desorganização da
arquitetura dos órgãos linfoides que
compromete a resposta imunitária
Em síntese, a patogênese da
imunodeficiência na AIDS é complexa, em
parte é desconhecida e envolve múltiplos
fatores:
CLASSIFICAÇÃO
A classificação da infecção pelo HIV mais
utilizada é a do Centro para o Controle de
Doenças dos EUA (Centers for Disease
Control – CDC, Atlanta, EUA), de 1993, que
se baseia no estado imunitário do paciente
(número de linfócitos T CD4+ no sangue
periférico) e em categorias clínicas. Tal
classificação foi feita antes do advento da
terapia antirretroviral combinada e
categoriza os indivíduos segundo a
situação clínica ou laboratorial indicativa
do grau de comprometimento imunitário. 
Como em outras classificações (p. ex.,
Sistema de Estágios da OMS), não há uma
maneira de reclassificar os indivíduos de
acordo com a restauração da imunidade e
a recuperação clínica.
No Brasil e em países com acesso a exames
de quantificação da carga viral e de
linfócitos T CD4+, a utilização desses
sistemas vem perdendo importância como
orientação aos profissionais de saúde.
Adicionalmente, a prática de tratar todas as
pessoas com HIV/AIDS (com poucas
exceções) faz com que tais sistemas de
classificação percam importância na
prática clínica. A profilaxia para agentes
infecciosos depende de cada paciente. As
principais decisões terapêuticas podem ser
tomadas com base nas manifestações
clínicas e em parâmetros laboratoriais
(número de linfócitos T CD4+ e carga viral)
MED RESUMOS
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Nos Estados Unidos, o paciente adulto
típico com AIDS apresenta febre, perda de
peso, diarreia, linfadenopatia generalizada,
múltiplas infecções oportunistas, doenças
neurológicas e, em muitos casos,
neoplasias secundárias.
Classificação da infecção pelo HIV em adolescentes e 
adultos (CDC)
PATOGENIA DO 
ENVOLVIMENTO DO SNC
Assim como o sistema linfoide, o sistema
nervoso é alvo dainfecção pelo HIV.
Macrófagos e micróglia, células do SNC que
pertencem à linhagem de macrófagos, são
os tipos celulares predominantemente
infectados, pelo HIV, no cérebro. Acredita-
se que o HIV seja carregado para o cérebro
através de monócitos infectados. Dessa
forma, os isolados de HIV do cérebro são
quase exclusivamente M-trópicos. O
mecanismo da lesão induzido pelo HIV no
cérebro, no entanto, permanece obscuro.
Uma vez que os neurônios não estão
infectados, e a extensão das alterações
neuropatológicas geralmente é menor do
que o esperado pela gravidade dos
sintomas neurológicos, a maioria dos
médicos acredita que o déficit neurológico
é causado de forma indireta pelos produtos
virais e por fatores solúveis produzidos na
micróglia infectada, como as citocinas IL-1,
TNF e IL-6.
AIDS
INFECÇÕES OPORTUNISTAS
Aproximadamente 15% a 30% dos
indivíduos infectados pelo HIV não
tratados desenvolvem pneumonia
causada pelo fungo Pneumocystis
jiroveci em algum momento durante a
progressão da doença. Antes do
advento da HAART, esta infecção era
uma apresentação característica em
cerca de 20% dos casos, mas a
incidência é muito menor em pacientes
que respondem a HAART.
As infecções oportunistas representam a
maioria das mortes entre os pacientes com
AIDS não tratados. Muitas dessas infecções
representam a reativação de infecções
latentes, que geralmente são mantidas sob
controle por um robusto sistema imune,
mas não são completamente erradicadas
porque os agentes infecciosos evoluíram
para coexistir com seus hospedeiros.
Atualmente, a frequência das infecções
varia entre as diferentes regiões do mundo
e foi substancialmente reduzida após o uso
da terapia antirretroviral altamente ativa
(chamada HAART ou ART), que depende de
uma combinação de três ou quatro
fármacos que bloqueiam diferentes etapas
do ciclo de vida do HIV.
MED RESUMOS
A criptococose ocorre em cerca de 10%
dos pacientes com AIDS. Em outras
situações associadas à
imunossupressão, a meningite é a
principal manifestação clínica da
criptococose. Toxoplasma gondii, outro
invasor frequente do SNC na AIDS,
causa encefalite e é responsável por
50% de todas as lesões de massa no
SNC.
O vírus JC, um papovavírus humano, é
outro importante agente causador de
infecções do SNC em pacientes
infectados pelo HIV. Causa
leucoencefalopatia progressiva
multifoca. A infecção pelo vírus Herpes
simples manifesta-se como ulcerações
mucocutâneas que envolvem boca,
esôfago, genitália externa e região
perianal. A diarreia persistente, que é
comum em pacientes não tratados com
AIDS avançada, muitas vezes é causada
por infecções com protozoários ou
bactérias entéricas.
A candidíase é a infecção fúngica mais
comum nos pacientes com AIDS e a
infecção da cavidade oral, vagina e
esôfago é a manifestação clínica mais
comum. Nos indivíduos infectados pelo
HIV, a candidíase oral é sinal de
descompensação imune e muitas vezes
anuncia a transição para a AIDS. A
candidíase invasiva é pouco frequente
em pacientes com AIDS, e geralmente
ocorre quando há neutropenia induzida
por drogas ou uso de cateteres
permanentes.
 
O citomegalovírus (CMV) pode causar
doença disseminada, mas geralmente
afeta os olhos e o trato gastrointestinal.
A coriorretinite costumava ser
encontrada em aproximadamente 25%
dos pacientes, mas diminuiu
drasticamente após o início do HAART.
A retinite por CMV ocorre quase que
exclusivamente em pacientes com
contagem de células TCD4+ inferior a
50 por microlitro. A infecção por CMV
gastrointestinal, observada em 5% a 10%
dos casos, manifesta-se como esofagite
e colite, e esta última está associada a
múltiplas ulcerações da mucosa.
 
A infecção bacteriana disseminada por
micobactérias não tuberculosas ou
atípicas (principalmente
Mycobacterium avium intracellulare)
também ocorre tardiamente, associada
ao quadro de imunossupressão grave.
Coincidentemente com a epidemia de
AIDS, a incidência de tuberculose
aumentou drasticamente. Em todo o
mundo, quase um terço de todas as
mortes de pacientes com AIDS são
atribuídas à tuberculose, mas esta
complicação continua a ser incomum
nos Estados Unidos. Pode haver tanto a
reativação da doença pulmonar latente
como uma nova infecção primária.
Assim como acontece na tuberculose
em outros quadros, a infecção pode
permanecer limitada aos pulmões ou
pode envolver múltiplos órgãos. A
maior preocupação atualmente é o
número cada vez maior de relatos que
descrevem um número crescente de
isolados resistentes a múltiplos
medicamentos antimicobacterianos.
DOENÇA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
O envolvimento do SNC é uma
manifestação comum e importante da
AIDS. Dos pacientes, 90% apresentam
alguma forma de envolvimento
neurológico à necrópsia, e 40 a 60%
exibem disfunção neurológica
clinicamente aparente. Em alguns
pacientes, as manifestações neurológicas
podem ser a única ou a mais antiga
característica de apresentação da infecção
pelo HIV. As lesões incluem uma
meningoencefalite viral autolimitada ou
meningite asséptica, mielopatia vacuolar,
neuropatias periféricas e, mais
comumente, encefalopatia progressiva
denominada transtorno neurocognitivo
associado ao HIV
MED RESUMOS
detecção de anticorpos; 
detecção de antígenos; 
cultura viral; 
amplificação do genoma do vírus.
Os testes para detecção da infecção pelo
HIV podem ser divididos basicamente em
quatro grupos: 
1.
2.
3.
4.
As técnicas rotineiramente utilizadas para
o diagnóstico da infecção pelo HIV são
baseadas na detecção de anticorpos
contra o vírus. Estas técnicas apresentam
excelentes resultados e são menos
dispendiosas, sendo de escolha para toda e
qualquer triagem inicial. Porém detectam
a resposta do hospedeiro contra o vírus, e
não o próprio vírus diretamente. As outras
três técnicas detectam diretamente o vírus
ou suas partículas. São menos utilizadas
rotineiramente, sendo aplicadas em
situações específicas, tais como: exames
sorológicos indeterminados ou duvidosos,
acompanhamento laboratorial de
pacientes, mensuração da carga viral para
controle de tratamento, etc. 
DIAGNÓSTICO
TESTE DE DETECÇÃO DE ANTICORPOS
ELISA (TESTE IMUNOENZIMÁTICO)
Este teste utiliza antígenos virais (proteínas)
produzidos em cultura celular (testes de
primeira geração) ou através de tecnologia
molecular recombinante. Os antígenos
virais são adsorvidos por cavidades
existentes em placas de plástico e, a seguir,
adiciona-se o soro do paciente. Se o soro
possuir anticorpos específicos, estes serão
fixados sobre os antígenos. Tal fenômeno
pode ser verificado com a adição de uma
antiimunoglobulina humana conjugada a
uma enzima como, por exemplo, a
peroxidase. Em caso positivo ocorre uma
reação corada ao se adicionar o substrato
específico da enzima. Esta técnica é
amplamente utilizada como teste inicial
para detecção de anticorpos contra o vírus,
devido à sua facilidade de automação e
custo relativamente baixo. Apresenta
atualmente altas sensibilidade e
especificidade.
WESTERN-BLOT
Este ensaio envolve inicialmente a
separação das proteínas virais por
eletroforese em gel de poliacrilamida,
seguida da transferência eletroforética dos
antígenos para uma membrana de
nitrocelulose. Em um terceiro momento, a
membrana é bloqueada com proteínas que
são adsorvidas por sítios não ocupados
pelos antígenos. Posteriormente a
membrana é colocada em contato com o
soro que se deseja pesquisar. As reações
antígeno-anticorpo são detectadas por
meio da reação com anti-imunoglobulina
humana, conjugada com um radioisótopo
ou uma enzima. A revelação é feita por
auto-radiografia ou por substrato
cromogênico. Geralmente este teste é
utilizado para confirmação do resultado
reagente ao teste ELISA (ou seja, teste
confirmatório da infecção), devido à sua
alta complexidade e custo. Tem alta
especificidade e sensibilidade.
 IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA
Fixadas em lâminas de microscópio, as
células infectadas (portadoras de
antígenos) são incubadas com o soro que
se deseja testar. Depois, são tratadas com
outro soro que contenha anticorpos
específicos para imunoglobulina humana
(anti-lg) conjugados a um fluorocromo.A
presença dos anticorpos é revelada por
meio de microscopia de fluorescência.
Também é utilizada como teste
confirmatório.
RADIOIMUNOPRECIPITAÇÃO
A detecção dos anticorpos decorre de
reações com antígenos radioativos. Estes
antígenos são obtidos de células infectadas,
mantidas na presença de radioisótopos
durante a síntese de proteínas virais.
Precipitados formados da reação desses
antígenos com anticorpos específicos são
sedimentados, dissociados com
detergente, e depois, analisados por
eletroforese em gel de poliacrilamida.
Seguese a auto-radiografia. É uma técnica
menos conhecida, mas que pode ser
utilizada para confirmação de diagnóstico.
Outros testes para detecção de anticorpos:
um grande número de testes rápidos para
estudos de campo, triagens de grandes
populações e para decisões terapêuticas
em situações de emergência vêm sendo
desenvolvidos, geralmente baseados em
técnicas de aglutinação em látex e
hemaglutinação.
TÉCNICAS DE CULTURA VIRAL 
CULTURA DE CÉLULAS MONONUCLEARES DE 
SANGUE PERIFÉRICO PARA ISOLAMENTO DO HIV:
Esta técnica foi inicialmente utilizada para
caracterizar o HIV como agente causador
da aids. As culturas são observadas quanto
à evidência de formação sincicial (células
gigantes multinucleadas), presença de
atividade da transcriptase reversa e
produção de antígeno p24 em
sobrenadantes. São consideradas positivas
quando dois testes consecutivos detectam
a presença dos achados acima descritos
em valores superiores ao limite de corte
(cut-off). 
TESTES DE DETECÇÃO DE ANTÍGENO VIRAL
Pesquisa de Antígeno p24: este teste
quantifica a concentração da proteína viral
p24 presente no plasma ou no
sobrenadante de cultura de tecido.
Embora esta proteína esteja presente no
plasma de pacientes em todos os estágios
da infecção pelo HIV, sua maior prevalência
ocorre antes da soroconversão e nas fases
mais avançadas da doença; o teste é
realizado mediante a utilização da técnica
de ELISA (imunoenzimático). 
CULTURA QUANTITATIVA DE CÉLULAS
:É uma técnica que mede a carga viral
intracelular, mediante a diluição seriada
decrescente de uma população de 106
células do paciente infectado. Considera-
se como positiva a menor diluição capaz
de isolar alguma célula infectada.
CULTURA QUANTITATIVA DE PLASMA: 
Técnica semelhante à anterior, porém
utilizando alíquotas decrescentes de
plasma. Considera-se como positiva a
menor diluição capaz de infectar células
mononucleares. 
TESTES DE AMPLIFICAÇÃO DO GENOMA 
VÍRUS 
Carga viral abaixo de 10.000 cópias de
RNA por ml: baixo risco de progressão
ou de piora da doença.
Carga viral entre 10.000 e 100.000
cópias de RNA por ml: risco moderado
de progressão ou de piora da doença. 
Carga viral acima de 100.000 cópias de
RNA por ml: alto risco de progressão ou
de piora da doença.
Análise quantitativa direta da carga viral
através de técnicas baseadas na
amplificação de ácidos nucleicos, tais como
a reação de polimerase em cadeia (PCR)
quantitativa, amplificação de DNA em
cadeia ramificada (branched-chain DNA ou
bDNA) e amplificação seqüencial de ácidos
nucleicos (nucleic acid sequence-based
amplification ou NASBA). Embora as
técnicas sejam diferentes, o PCR
quantitativo e o NASBA apresentam alta
sensibilidade, permitindo o
acompanhamento da resposta terapêutica
antiretroviral. Além disso, valores elevados
de partículas virais detectados ao PCR
quantitativo ou NASBA parecem estar
relacionados com um maior risco de
progressão da doença, independente da
contagem de células TCD4+. Sugere-se sua
monitorização a cada 3-4 meses. Em caso
de início ou mudança de terapia
antiretroviral, alguns autores recomendam
uma dosagem da carga viral com 1 a 2
meses de tratamento, para avaliação da
resposta ao esquema. Os resultados devem
ser interpretados da seguinte maneira:
CONTAGEM DE CÉLULAS CD4+ EM SANGUE 
PERIFÉRICO 
A contagem de células TCD4+ em sangue
periférico tem implicações prognósticas na
evolução da infecção pelo HIV pois é a
medida de imunocompetência celular; é
mais útil no acompanhamento de
pacientes infectados pelo HIV. De maneira
didática pode-se dividir a contagem de
células T CD4+ em sangue periférico em
quatro faixas:
MED RESUMOS
Maior que 500 células/mm3: estágio da
infecção pelo HIV com baixo risco de
doença. Há boa resposta às imunizações
de rotina e boa confiabilidade nos testes
cutâneos de hipersensibilidade tardia,
como o PPD. Casos de infecção aguda
podem apresentar estes níveis de
células TCD4+, embora, de modo geral,
esses pacientes tenham níveis mais
baixos.
Entre 200 e 500 células/mm3: estágio
caracterizado por surgimento de sinais
e sintomas menores ou alterações
constitucionais. Risco moderado de
desenvolvimento de doenças
oportunistas. Nesta fase, podem
aparecer candidíase oral, herpes
simples recorrente, herpes zoster,
tuberculose, leucoplasia pilosa,
pneumonia bacteriana.
Entre 50 e 200 células/mm3: estágio
com alta probabilidade de surgimento
de doenças oportunistas como
pneumocistose, toxoplasmose de SNC,
neurocriptococose, histoplasmose,
citomegalovirose localizada. Está
associado à síndrome consumptiva,
leucoencefalopatia multifocal
progressiva, candidíase esofagiana, etc.
Menor que 50 células/mm3: estágio
com grave comprometimento de
resposta imunitária. Alto risco de
surgimento de doenças oportunistas
como citomegalovirose disseminada,
sarcoma de Kaposi, linfoma não-
Hodgkin e infecção por micobactérias
atípicas. Alto risco de vida com baixa
sobrevida.

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