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Cefaleias: Classificação e Tratamento

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Cefaleias 
Introdução 
É todo processo doloroso referido no segmento 
cefálico com origem em estruturas faciais ou 
cranianas. 
O mais comuns é CTT e migranea 
- Estruturas sensíveis a dor: estruturas da face, 
couro cabeludo, vasos sanguíneos extracranianos, 
periósteo, nervos sensitivos... 
Estruturas não sensíveis a dor: ossos da calota 
craniana, parênquima encefálico, leptomeninges, 
vasos localizados no interior do parênquima... 
Escalas para cefaleia MIDAS e HIT 6 não são tão 
importantes na prática, utiliza mais em estudos. 
Classificação: 
- Primárias: 
A dor de cabeça é seu principal sintoma, sem 
sinais ou sintomas sistêmicos; 
O diagnóstico é clínico com exclusão de causas 
secundárias; 
São essas: enxaqueca ou migrânea, cefaleia 
tensional, cefaleias trigêmino – autonômicas 
(migrânea, CTT, CTA); 
A cefaleia trigêmino – autonômicas se divide em 
várias outras, como exemplo cefaleia em salvas; 
Tem tendência para a cronicidade. 
- Secundárias: 
Afecções sistêmicas subjacentes, causadas por 
uma doença de base; 
Tem etiologia estrutural, necessária de 
propedêutica complementar. 
Ex: pós traumática, LCR, TVC, AVCh, neuralgias 
 
Cefaleias primárias 
Migrânea (enxaqueca) 
Se divide em com ou sem aura; 
Epidemiologia: 
É mais prevalente em mulheres, principalmente 
quando está no período menstrual (provável 
estímulo estrogênico); 
A faixa etária mais acometida é dos 30 aos 50 
anos de idade. 
O início da enxaqueca após os 50 anos deve ser 
investigado, pois é raro, investigar causas 
secundárias. 
Enxaqueca sem aura é mais frequente do que 
com aura 
70% tem histórico familiar (pode ser genético) 
Fases: 
Prodrômica -> aura (não obrigatória) -> cefaleia -
> resolução 
 
Critérios diagnósticos 
 
Aura: 
Não é obrigatório a presença desses sintomas 
para definir enxaqueca; 
Um ou mais dos seguintes sintomas de aura, 
totalmente reversível: visual, sensitivo, 
fala/linguagem, motor, tronco cerebral 
Geralmente ocorre antes da dor de cabeça iniciar; 
Cada sintoma individual dura de 5 a 60 minutos. 
O mais comum é a aura de tipo visual que são 
fenômenos positivos (luzes, cores, cintilantes) e 
negativos (escotomas); 
Complicações: 
1. Estado migranoso – duração maior do que 
72h; 
2. Aura persistente sem infarto – aura de 
duração maior do que 1 semana, sem 
infarto na neuroimagem; 
3. Infarto migranoso – aura que persiste por 
mais de 60 min e infarto na neuroimagem; 
4. Crise convulsiva desencadeada por 
migranea – convulsão provocada por um 
episódio de enxaqueca com aura, 
ocorrendo até 1h após esta; 
A migrania crônica é o aumento da frequência 
das crises até se tornarem diárias ou quase 
diárias (> 15 dias por mês com dor por mais de 
3 meses) 
Como investigar? 
Anamnese e exame físico, identificação de 
desencadeantes, tratamento de crises, 
tratamento profilático, reavaliações periódicas; 
Quais são os fatores desencadeantes? Os mais 
comuns são estresse, noites mal dormiadas, 
abuso de medicamentos, jejum prolongado, 
alimentos e bebidas, fatores hormonais, esforço 
físico, fumo, fatores emocionais... 
Tratamento 
- Fase aguda: 
Não farmacológico 
Hidratação VO ou EV; 
Repouso e conforto; 
Pouca luz; 
Silêncio; 
Compressa fria 
Farmacológico 
Analgésicos simples: paracetamol, dipirona 
AINES: naproxeno, celocoxibe 
 
Triptanos: sumatriptano, rizatriptano (de início 
rápido), naratriptina, frovatriptano (início lento) 
 
 
 
 Os triptanos de apresentação injetável e 
nasal tem início mais rápido. Se a dor 
continuar forte após administração, 
repetir após 4h (não pode ser 
administrado mais do que 2x). 
 
 
- Tratamento profilático: 
Indicado para pacientes com 3 dias de dor por 
mês e grau de incapacidade; 
Beta – bloqueadores, BCC, antidepressivos 
tricíclicos, ácido valpróico/divalproato, 
topiramato, toxina botulínica, anticorpos 
manoclonais... 
Beta bloqueadores – propranolol é o mais usado, 
evitar usar em pacientes asmáticos e hipotensos; 
BCC – pouco utilizado, flunarizina, verapamil; 
Antidepressivos tricíclicos - amitriptilina e 
nortriptilina. Desvantagem: ganho de peso, 
sonolência, ideal utilizar em pacientes com 
insônia e ansiedade; 
Ácido valpróico/divalprotato – tem alto índice de 
teratogenicidade, então não deve ser utilizado 
em pacientes em idade fértil, induz alopecia e 
ganho de peso; 
Topiramato – perda de peso, dá pra usar em 
pacientes obesos. 
Toxina botulínica: bloqueia nervos periféricos do 
trigêmeo, uma aplicação a cada 4 meses, é caro. 
Antes disso, tentar o tratamento medicamentoso 
primeiro; 
Cefaleia tensional 
Normalmente é atribuída ao estresse físico, 
muscular ou emocional. 
Epidemiologia 
É a cefaleia primária mais frequente, não tem as 
fases definidas. Mais frequente em mulheres; 
 
Características da dor: 
dor em peso, pressão, de intensidade leve ou 
moderada, com ausência de náuseas ou vômitos, 
não piorando com atividade física com a duração 
de 30 min a 7 dias. 
Critérios diagnósticos: 
- CTT episódica infrequente: 
 
- CTT episódica frequente: 
 
Tratamento 
- Agudo: 
Analgésicos, AINES, relaxante muscular 
 Não é indicado o uso de tramal (opióides) 
em nenhuma hipótese; 
- Profilático: 
Mudanças de hábitos, controle de estresse, 
terapias cognitivo-comportamental, tratamento e 
comorbidades, antidrepressivo tricíclicos. 
Cefaleia trigêmino – autonômica 
Cefaleia em salvas 
É a mais comum das CTAs, mas ainda sendo rara, 
e mais prevalente no sexo masculino. 
Inicia entre os 20 e 40 anos de idade, com 
importante fator hereditário. 
Características da dor: 
 Tratamento da crise 
O2 por máscara nasal 10-12L/min, sumatriptano 
injetável (6mg SC), sumatriptano spray nasal 
(20mg) 
Ordem : O2 -> Triptano injetável -> verapamil 
Tratamento preventivo 
Verapamil ( BCC), carbonato de lítio, ácido 
valproico, topiramato, corticoesteroides. 
Cefaleias secundárias 
São aquelas que se desenvolveram em relação 
temporal com o início da causa presumida OU 
sofrem interferência (piora ou melhora) de 
acordo com a evolução da doença de base 
 
Cefaleia pós traumática 
Os fatores de risco para esse tipo de cefaleia é 
sexo feminino, nível educacional ou 
socioeconômico mais baixos, histórias de 
traumatismos cranianos anteriores, idade 36-55 
anos 
Inicia em < 7 dias do trauma 
Agudas x persistentes (>3m) 
Padrão de migranea/CTT 
Tratamento 
Agudo: analgésicos, AINES ou triptanos 
Profilático: divalproato, topiramato e tricíclicos 
Cefaleia atribuída a hipotensão liquorica 
Punção lombar, fístula liquórica, hipotensão 
intracraniana espontânea 
Mais frequente em mulheres 
Piora na posição ereta e melhora em decúbito 
dorsal; 
Em aperto occipital bilateral; 
Fazer: RM de crânio, punção lombar, 
mielotomografia; 
Neuralgias cranianas 
É qualquer alteração nos nervos cranianos. 
Neuralgia do trigêmeo 
É a neuralgia mais comum, que tem início por 
volta dos 50 anos e a prevalência aumenta com a 
idade. Causa estrutural é encontrada em <15% 
dos casos; 
Características 
Dores recorrentes unilaterais breves semelhantes 
ao choque elétrico, tem início e término 
repentinos, limitado à distribuição de uma ou 
mias divisões do NC . Causa aparente ou ser um 
resultado de outra desordem diagnosticada 
- Neuralgia trigeminal clássica; 
- Neuropatia trigeminal dolorosa 
 
Critérios diagnósticos 
 
Tratamento 
Clínico: 
Carbamazepina, oxcarbamazepina, lamotrigina, 
baclofeno, gabapentina e fenitoina 
Não clínico: 
Descompressão microvascular, procedimentos 
percutâneos no gânglio de gasser, radioterapia 
estereotáxica 
Cefaleias na urgência 
 
 
 
 
RED FLAGS 
 
 
Tratamento 
Cefaleia aguda recorrente 
CTT EPISÓDICA 
Sem necessidade de exames 
- Anagésicos: paracetamol 750 – 1000mg até 
6/6h; dipirona 500 – 1000mg 6/6h e/ou AINES 
ibuprofeno 400-800mg 6/6h, diclofenaco
50mg 
8/8h 
MIGRANEA 
Repouso + ambiente adequado 
< 72h: 
anti emético + dipirona + cetoprofeno -> 
sumatriptano SC -> especialista 
>72h: 
Anterior + hidratação EV + dexametasona 10mg 
EV -> clorpromazina 0,1 – 0,25mg/kg IM 
(podendo repetir 3x) -> especialista 
NÃO PRESCREVER OPIÓIDES 
SALVAS 
O2 100% em MR 10 -12L/min por 20 min ou 
sumatripano SC 
 
Cefaleia crônica não progressiva 
CTT e migranea crônica 
Clorpromazina 0,1 – 0,25 mg/kg IM (repetir no 
max 3x); 
Cefaleia crônica progressiva 
Geralmente secundária. 
Sinais de alarme -> urgência neurológica; 
Sem sinais de alarme -> ambulatório neurologia 
(<15 dias)

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