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Cefaleia: Conceito, Classificação e Sinais de Alarme

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OBJETIVOS: 
1- Conceituar a cefaleia considerando os seus sinais de alarme 
2- Analisar as principais cefaleias primárias (migraneas, tipo 
tencional, em salvas) 
3- Descrever a cefaleia ocasionada pelo abuso de analgésicos 
4- Conhecer a classificação internacional de cefaleias 
 
CEFALÉIA 
CONCEITO E EPIDEMIOLOGIA 
❖ No mundo, a prevalência em um ano é de 90% e ao longo da vida é de 94% em homens e 99% em mulheres. 
 
❖ Nos ambulatórios de clínica médica, a cefaleia é a terceira queixa mais frequente (10,3%), atrás apenas de infecções de 
vias aéreas e dispepsias. 
 
❖ Nas Unidades de Saúde, a cefaleia é responsável por 9,3% das consultas não agendadas, e nos ambulatórios de neurologia 
é o motivo mais frequente de consulta 
 
❖ A OMS classifica as cefaleias como uma das 20 principais queixas de incapacitância e perda de anos de vida. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALEIAS 
 
❖ PRIMÁRIAS: sintoma principal são episódios recorrentes de dor de cabeça (ex.: migrânea, cefaleia do tipo tensional e 
cefaleia em salvas). 
 
❖ SECUNDÁRIAS: são o sintoma de uma doença subjacente, neurológica ou sistêmica (ex.: meningite, dengue, tumor 
cerebral). A causa da cefaleia secundária deve ser investigada por meio de exames complementares. 
SINAIS DE ALARME 
DADOS DA ANAMNESE 
 
❖ Cefaleia de início recente: risco aumentado de se relacionar com causas graves. O primeiro episódio de uma dor de cabeça 
é sempre motivo para alerta. Algumas vezes, o paciente tem história de cefaleia, de longa data, MAS manifesta um novo 
tipo de cefaleia. 
❖ Obs: Cefaleia recorrente, com início há vários anos, raramente tem como causa condições graves 
 
❖ A pior cefaleia já sentida: pode supor uma nova forma de cefaleia sendo motivo para investigação, sintoma indicativo de 
hemorragia subaracnóidea ou infecções do SNC 
 
❖ Sintomas focais que não uma aura típica de migrânea (enxaqueca): fenômenos visuais monoculares, sintomas que 
persistam por mais de 1 hora ou menos que 5 minutos, paresia ou qualquer outra queixa motora. 
 
❖ Obs: As auras de migrânea mais comuns são a visual, a parestésica e a afásica. As auras típicas de migrânea duram de 5 a 
60 minutos, se desenvolve gradualmente, em minutos 
 
 
PROBLEMA 7: CEFALEIA 
REFERÊNCIAS 
❖ ARTIGO: Protocolo nacional para diagnóstico e 
manejo das cefaleias nas unidades de urgência do 
Brasil – 2018 (Academia Brasileira de Neurologia) 
❖ CURRENT- Diagnóstico e Tratamento (neurologia) 
❖ Tratado de Neurologia (Associação Brasileira de 
Neurologia) – 2ªed 
❖ Classificação Internacional das Cefaléias- 3ª 
edição- Sociedade Internacional de Cefaleia 
 
ANA LUIZA. A PAIVA – T XXV 
❖ Cefaleia desencadeada por tosse ou exercício ou relacionada com a atividade sexual: surgimento de uma nova dor de 
cabeça com essas características requer investigação. A cefaleia provocada pela tosse, espirro e esforço de evacuação pode 
ser manifestação de malformação de Chiari. 
 
❖ Cefaleia de forte intensidade de início recente durante a gravidez ou o puerpério: essas pacientes são sujeitas a múltiplas 
formas de doença vascular que podem cursar com dor de cabeça. 
 
❖ Cefaleia de instalação rápida durante exercícios intensos: em se tratando de um primeiro episódio, essa pode ser a 
manifestação de hemorragia intracraniana ou de dissecção carotídea, requerendo investigação. 
 
❖ Obs: Existem formas primárias de cefaleia recorrente desencadeadas pelo exercício 
 
❖ Cefaleia que se inicia após os 50 anos de idade: o envelhecimento diminui a prevalência das cefaleias primárias, mas 
aumenta o risco de desenvolvimento de cefaleias secundárias e secundárias a causas potencialmente graves. 
 
❖ Cefaleia em trovoada: cefaleias de forte intensidade e de início abrupto (atingindo a intensidade máxima em segundos 
até um minuto). Pode ser indicativo de hemorragia subaracnóidea por ruptura de aneurisma sacular, hemorragias 
intraparenquimatosas e outras causas menos comuns, como a síndrome da vasoconstrição cerebral reversível e a apoplexia 
hipofisária. 
 
❖ Manifestações sistêmicas ou neurológicas acompanhadas de cefaleia: doenças do colágeno, vasculites e infecções, bem 
como doenças neurológicas, podem cursar com cefaleia. 
 
❖ Cefaleia progressiva: Cefaleia aguda ou subaguda nas quais frequência e intensidade aumentam gradativamente pode ser 
manifestação de neoplasias, arterite de células gigantes, hematoma subdural ou uso excessivo de medicação analgésica. 
 
❖ História de uso de substâncias ilícitas, anticoagulantes, antiagregantes plaquetários: Drogas ilícitas como a cocaína e a 
metanfetamina e algumas medicações aumentam o risco de sangramentos intracranianos. 
 
❖ Cefaleia nova em pacientes com imunodeficiência ou câncer. Suspeitar de neoplasias, e infecções oportunistas. 
 
ACHADOS AO EXAME FÍSICO 
 
❖ Rigidez de nuca, meningismo, papiledema, hemorragia sub-hialóidea (à fundoscopia) 
❖ sinais neurológicos focais (reflexo cutaneoplantar ou alteração/desvio pronador unilateral), 
❖ alteração da consciência (vigília, cognição, comportamento), delirium 
❖ níveis tensionais elevados (sistólica > 180 ou diastólica > 120), sinais de trauma craniano ou facial 
❖ dor à palpação da artéria temporal superficial, doença dos seios paranasais ou dos pulmões 
MIGRÂNEA (ENXAQUECA) 
 
INTRODUÇÃO 
❖ É a causa mais importante de cefaleia incapacitante e o principal motivo da busca de assistência médica 
 
❖ É uma cefaleia primária 
 
❖ No Brasil, a prevalência anual da migrânea é de 15.8%, acometendo cerca de 22% das mulheres e 9% dos homens, com 
pico de prevalência entre 30 e 50 anos. 
ETIOLOGIA 
❖ Genética: o risco relativo aumenta 2 vezes no caso da migrânea sem aura, e quatro vezes para a migrânea com aura, em 
pessoas que possuam pelo menos um parente de primeiro grau acometido 
 
CLASSIFICAÇÃO 
❖ Migrânea sem aura: cefaleia com características específicas e sintomas associados 
 
❖ Migrânea com aura: sintomas neurológicos focais transitórios que habitualmente precedem ou, às vezes, acompanham a 
cefaleia 
QUADRO CLÍNICO 
 
❖ Sintomas premonitórios: precedem a cefaleia por horas ou até dias. Nesta fase o paciente pode apresentar irritabilidade, 
com raciocínio e memorização mais lentos, desânimo e avidez por alguns tipos de alimentos 
 
❖ Aura: complexo de sintomas neurológicos que se desenvolve gradualmente (ao longo de no mínimo 5 minutos) e dura até 
60 minutos. A aura típica é um distúrbio visual constituído por pontos fosfenos, perda ou distorção de um dos hemicampos 
visuais ou parte deles. Às vezes associam-se parestesia unilateral e/ou disfasia 
 
❖ Cefaleia: é de forte intensidade, latejante/pulsátil, piorando com as atividades do dia a dia. A duração da fase de dor é 
de 4 a 72 horas. A dor é unilateral em dois terços das crises, geralmente mudando de lado de uma crise para outra . 
 
❖ Sintomas associados: náuseas e/ou vômitos, foto e fonofobia. 
 
❖ Fase de recuperação: fase de exaustão em que alguns pacientes necessitam de um período de repouso para seu completo 
restabelecimento 
 
Sintomas menos comuns 
 
❖ Podem ser bilaterais e não pulsáteis (isoladamente não permite diagnóstico de enxaqueca) 
 
❖ A dor cervical, muitas vezes unilateral é comum (leva ao diagnóstico equivocado de cefaleia tensional) 
 
❖ Presença de lacrimejamento e rinorreia secundários à ativação dos nervos parassimpáticos pode confundir o diagnóstico 
da enxaqueca com cefaleia de origem sinusal. 
 
❖ A maioria dos pacientes não apresenta aura (80%) 
 
FISIOPATOLOGIA 
❖ A teoria vascular da enxaqueca teve aceitação ampla até os nãos de 1970, na qual entendia que os sintomas eram causados 
por hiperemia e isquemia. 
 
❖ Os indivíduos com migrânea possuem um córtex cerebral hiperexcitável, o que provavelmente justifique as auras e as 
comorbidades psiquiátricas mais comuns (depressão, ansiedade, mania) 
 
❖ A dor está relacionada com a sensibilização das terminações nervosasperivasculares periféricas (dilatação dos vasos 
meníngeos, com consequentes ativação e sensibilização do sistema trigeminal central) 
 
❖ A liberação de neuropeptídeos leva a inflamação neurogênica dos vasos meníngeos e à ativação adicional de fibras 
sensitivas trigeminais. Ex: a substância P e o neuropeptídeo relacionado com o gene da calcitonina iniciam essa resposta 
inflamatória. 
 
❖ Há um processo autossustentado de dor, inflamação e sensibilidade adicional dos neurônios trigeminais centrais, o que 
parece indicar a existência de um circuito central, localizado na porção superior do tronco encefálico. 
 
DIAGNÓSTICO 
 
Enxaqueca sem aura (80% dos pacientes) 
❖ Pelo menos 5 crises 
❖ Crise de cefaleia com duração de 4-72h 
❖ Pelo menos 2 das seguintes características da dor: 
-Localização unilateral 
-Qualidade pulsátil 
-Intensidade moderada a grave 
-Agravada pela atividade física habitual 
❖ Durante a cefaleia, pelo menos um dos seguintes: 
-Náuseas e vômitos 
-Fotofobia e fonofobia 
 
Enxaqueca com aura (15% a 20% dos pacientes) 
 
❖ Mesmas características da enxaqueca sem aura 
❖ Um ou mais dos seguintes sintomas de aura plenamente reversíveis: 
1. visual, positivos (ex: luzes, pontos ou linhas oscilantes) ou negativos (ex: pontos cegos, perda de visão) ou ambos 
2. sensorial, positivos (formigamento) ou negativos (dormência) ou ambos 
3. fala e/ou linguagem 
4. motor 
5. tronco cerebral 
6. retiniano 
❖ Ao menos três das seis seguintes características: 
1. ao menos um sintoma de aura alastra-se gradualmente por ≥5 minutos 
2. dois ou mais sintomas de aura ocorrem em sucessão 
3. cada sintoma de aura individual dura 5-60 minutos 
4. ao menos um sintoma de aura é unilateral 
5. ao menos um sintoma de aura é positivo 
6. a aura é acompanhada, ou seguida dentro de 60 minutos, por cefaleia 
 
ENXAQUECA CRÔNICA 
 
❖ frequência das crises é igual ou superior a 15 dias por mês, ao longo de, pelo menos, 3 meses. 
❖ alterações progressivas na modulação da dor no nível do tronco cerebral e do encéfalo, 
TRATAMENTO 
❖ Nas crises de fraca intensidade podem-se tentar medidas não farmacológicas, como o repouso em um quarto escuro e 
silencioso. Conciliar o sono, se possível, e utilizar compressas frias na região dolorosa também pode ser útil 
CRISES AGUDAS 
❖ Tem por objetivo cessar completamente a cefaleia e os sintomas associados sem produzir sedação, efeito colateral 
incapacitante 
 
❖ Os pacientes devem ser instruídos a identificar e tratar, de modo agressivo, suas crises ainda nos estágios iniciais. O retardo 
no tratamento conduz à resolução incompleta das crises e à necessidade de repetição das doses dos medicamentos em 
razão da recorrência das cefaleias 
 
1. Drogas anti-inflamatórias não esteroides (naproxeno, ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida) : não causam sedação nem 
náuseas 
 
2. Triptanos: indicados em caso de quadro incapacitante. Os triptanos com meias-vidas mais longas (naratriptano e 
frovatriptano são menos efetivos do que os demais para tratamento de crises agudas. 
 
❖ Quando a cefaleia é aliviada, mas reaparece dentro de 24h, ela é considerada recorrente. O tratamento precoce com 
triptano em dose alta, muitas vezes reduz os índices de recorrência. 
 
❖ Quando as náuseas ocorrem já no ínicio da crise, a absorção dos medicamentos utilizados por via oral pode estar reduzida. 
Mas quando as náuseas aparecem na fase tardia da crise, os comprimidos de triptano geralmente são satisfatórios, já que 
também aliviam náuseas, vômitos, fotofobia e fonofobia. 
 
❖ Todos os triptanos são contraindicados nos pacientes com doença arterial coronária e doença cerebrovasculares 
 
❖ O sumatriptano injetável, quando administrado ainda durante a aura, não a prolonga, mas é menos eficaz no tratamento 
da cefaleia subsequente (a aura não é necessariamente seguida por cefaleia) 
 
 
 
 
3. Ergots: são menos eficazes que os triptanos para o alívio de sintomas migranosos.O tartarato de ergotamina é um potente 
vasoconstritor arterial; a di-hidroergotamina(DHE) produz contração venosa significativa. A ergotamina é pouco usada 
atualmente, mas a DHE continua sendo um agente útil no tratamento da enxaqueca e nos pacientes com cefaleia intratável 
ou induzida por medicamentos. 
OBS: Os triptanos e o ergot não podem ser usados em conjunto, nem nas primeiras 24h após o uso de cada um. 
 
4. Analgésicos (ácido acetilsalicílico, paracetamol e dipirona): os analgésicos a base do butalbital são satisfatórios para o 
tratamento de crises agudas, mas não devem ser usados em excesso. Apesar de curta duração de ação, a meia vida do 
butalbital é longa e pode causar acumulo. 
 
❖ A cefaleia rebote ou produzida pelo uso excessivo de medicamentos é comum com esses agentes 
❖ O seu uso prolongado pode provocar depressão, enquanto a interrupção abruta pode causar convulsões 
 
5. Analgésicos opioides: os neurônios trigeminovasculares possuem um baixo número de receptores opioides e além disso, a 
cefaleia da enxaqueca esta associada a inflamação neurológica e os opioides são agentes pro-inflamatórios e por isso não 
são eficazes no tratamento da enxaqueca. 
 
6. Corticosteroides: diminuem a duração das crises prolongadas e reduz os índices de recorrência, mas não atuam na fase 
aguda e são impróprios para uso prolongado. 
 
7. Isometepteno: é um vasoconstritor, mas é considerado apenas como “possivelmente eficaz”. 
 
8. Nas unidades de emergência deve-se priorizar o diagnóstico diferencial da cefaleia (primária ou secundária) e o alívio da 
dor e dos sintomas associados. Além das medicações já citadas, podem ser utilizados, nesse ambiente, a dipirona 1 grama 
intravenosa (IV), o cetoprofeno 100 mg intramuscular (IM) ou IV, a sumatriptana 6 mg subcutâneo (SC) ou a 
clorpromazina IV na dose de 0,1 mg/kg. Nos casos em que o paciente chega à emergência com dor há mais de 72 horas 
(estado migranoso), o uso de dexametasona 10 mg IV lentamente, associada aos medicamentos anteriormente citados, é 
recomendado 
 
CRISES PROLONGADAS 
 
❖ São muito mais difíceis de serem tratadas do que os estágios iniciais de uma crise “normal” 
 
❖ Quando não são aliviadas provoca a alodinia cutânea. Os pacientes com alodiam relatam dor ao escovar o cabelo e que 
seus óculos, roupas e joias causam desconforto. 
 
❖ As drogas usadas para crise agudas, quando administradas tardiamente, tendem a aliviar apenas a dor pulsátil no território 
da inervação do nervo trigêmeo e não a cefaleia generalizada 
 
❖ O uso de corticosteroides intravenosos (dexametasona), ácido valproico, quetorolac, di-hidroergotamina ou 
neurolépticos (proclorperazina) tendem a produzir alívio mais eficaz para pacientes com crises prolongadas. 
 
PREVENÇÃO DAS CRISES 
 
❖ As crises de enxaqueca podem levar à algumas alterações estruturais no encéfalo devido a natureza progressiva do distúrbio 
 
❖ É iniciado quando as crises ocorrem mais de 2 a 3 vezes por semana 
 
❖ A redução de 50% da frequência das crises cefaleias ocorrem em 50% dos pacientes com enxaqueca. 
 
Tratamentos alternativos e complementares 
 
❖ A riboflavina em doses altas, a camomila e o Petasytes hybridus são medicamentos naturais que possuem fundamento 
cientifico para alivio dos sintomas 
 
Suplementação de estrógeno 
 
❖ A redução dos níveis de estrógeno durante o ciclo menstrual pode desencadear crises de enxaqueca, a suplementação do 
estradiol durante a fase lútea tardia pode prevenir ou retardar as crises. 
 
❖ OBS: O aumento dos níveis de estrogênios durante a gravidez tende a aliviar a enxaqueca, particularmente no segundo e 
terceiro semestre. Além disso, a amamentação também diminui a recorrência de enxaquecas no puerpério. Por fim, as 
mulheres com enxaqueca e que fazer uso de contraceptivos orais contendo estrógeno podem apresentar crises intensas 
de cefaleia quando suspendem seu uso. 
 
❖ A enxaqueca geralmente melhora na menopausa, masesse alivio pode não ocorrer se a mulher fizer reposição hormonal 
devido a oscilação do nível de estrogênio no sangue, quando a reposição é interrompida ao término de cada ciclo 
 
Estimulação transcutânea do nervo supraorbitário (SON) 
 
❖ tiara apoiada nas orelhas e em um eletrodo aderido à fronte chamada Cefaly, inibe a periferia da transmissão nociceptiva 
pelas fibras finas e pode modular a atividade nociceptiva no gânglio trigeminal. 
 
Fármacos 
 
❖ Os principais grupos farmacológicos recomendados para a profilaxia da migrânea são os betabloqueadores, os 
antidepressivos, os anticonvulsivantes, os bloqueadores dos canais de cálcio e os antagonistas dos receptores de 
serotonina 
 
 
 
PROGNÓSTICO 
 
❖ A enxaqueca é maior em tornos dos 40 anos de idade 
❖ Nos pacientes mais jovens, essas crises tendem a cessar com a idade 
❖ A enxaqueca crônica pode não apresentar remissões com a idade 
 
CEFALEIA TENSIONAL 
 
❖ Constituem a forma mais comum de cefaleia 
 
❖ Prevalência em adultos varia de 35 a 78% 
 
❖ Raramente são graves e em geral respondem aos medicamentos cuja venda sem prescrição médica é liberada e por isso 
quase nunca os pacientes procuram assistência médica inicial (menos de 5%). 
 
FISIOPATOLOGIA 
❖ Existem poucas evidencias de que a contração dos músculos pericranianos sejam a causa dessa cefaleia, mas a palpação 
desses músculos tende a provocar dor. 
 
❖ Também não existe nenhuma evidência que sugere que esse tipo de cefaleia seja causada por estresse físico ou emocional 
QUADRO CLÍNICO 
❖ As cefaleias geralmente são descritas como sendo “em faixa”, não havendo qualquer fenômeno autonômico significativo 
associado 
 
❖ Podem ser de curta ou longa duração 
 
❖ A forma crônica pode se instalar com o passar do tempo, muitas vezes associadas ao uso excessivo de medicamentos. 
 
❖ Quando as cefaleias tensionais são incapacitantes, geralmente estão associadas à enxaqueca e respondem aos mesmos 
medicamentos usados para tratamento da enxaqueca 
 
❖ A dor pode melhorar com atividades físicas. Surge, em geral, no final da tarde, relaciona-se com estresse físico (cansaço, 
exagero de atividade física, especialmente no calor e sob o sol), muscular (posicionamento do pescoço no sono ou no 
trabalho) ou emocional. 
 
DIAGNÓSTICO 
 
❖ Pelo menos 10 episódios que, em média, ocorrem em menos de 1 dia por mês 
❖ Cefaleia com duração de 30min a 7 dias 
❖ Pelo menos 2 das seguintes características da dor 
-Localização bilateral 
-Qualidade compressiva ou constritiva (não pulsátil) 
-Não agravada pela atividade física habitual 
❖ Ausência de náuseas e vômitos 
❖ Fotofobia ou fonofobia, nunca simultâneas 
 
TRATAMENTO 
 
❖ É difícil de ser controlada e reponde melhor a associação do tratamento farmacológico com não farmacológico. 
 
❖ Algumas cefaleias podem responder ao uso de relaxantes musculares de ação central ou inibidores seletivos de recaptação 
de serotonina 
 
❖ As injeções de toxina botulínica tipo A nas regiões frontal e cervical podem ser eficazes no tratamento desse tipo de cefaleia. 
 
❖ A fisioterapia e a acupuntura parecem ser uteis em alguns indivíduos 
 
❖ Os analgésicos comuns (aspirina: 500 a 1.000 mg, paracetamol: 1.000 mg) e os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs, 
ibuprofeno: 200 a 800 mg; cetoprofeno: 25 mg: naproxeno: 375 a 55 mg e diclofenaco: 12,5 a 100 mg) são eficazes no 
controle da crise álgica na CTT episódica (ou mesmo na forma crônica) 
 
CEFALEIA EM SALVAS 
❖ Representa o tipo mais doloroso de cefaleia primária 
 
❖ Estrita periodicidade circadiana 
 
❖ prevalência no Brasil é de 0,04%. 
 
❖ A CS é mais comum em homens, relatada como sendo de 8:1, porém atualmente esta proporção vem caindo, ultimamente 
observada em 2,5:1. 
 
❖ É a cefaleia trigêmino-autonômica mais frequente, acometendo 1 em cada 1.000 indivíduos (85% das pessoas afetadas são 
do sexo masculino). 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
❖ Ocorre a ativação da porção posterior do hipotálamo (mediação dos ritmos circadianos) 
 
❖ Uma disfunção na produção de melatonina noturna é relatada, mas níveis anormais de testosterona, alterações dos valores 
noturnos da saturação de oxigênio e transtornos do sistema trigeminovascular são mecanismos também aventados 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
❖ As crises tendem a se manifestar por paradoxismos, incluindo cefaleias diárias durante semanas ou meses, seguidas por 
período de remissão. 
 
❖ Tende a apresentar 1 a 4 crises diárias, que duram de 20min a 3h 
 
❖ O inicio das crises é mais rápido do que na enxaqueca 
 
❖ A dor é forte ou muito forte unilateral, orbitária, supraorbitária e/ou temporal, e muitas vezes as crises ocorrem sempre do 
mesmo lado 
 
❖ São acompanhadas por pelo menos um sinal ou sintoma autonômico ipsilateral: hiperemia conjuntival, lacrimejamento, 
congestão nasal, rinorreia, edema palpebral, sudorese facial, miose e ptose 
 
❖ Habitualmente as crises são noturnas e tendem a acordar o paciente 
 
❖ A qualidade da dor é descrita como penetrante ou em pontada 
 
❖ A ocorrência de náuseas e vômitos é incomum 
❖ Alguns fatores são considerados desencadeiadores da crise (apenas durante o surto), como álcool, medicamentos 
vasodilatadores, histamina, sono, alterações comportamentais, aumento das atividades física, mental ou emocional e a 
apneia do sono 
 
DIAGNÓSTICO 
❖ Crises frequentes de dor unilateral nas regiões orbitais, supraorbital ou temporal, com duração de 15 a 180min quando não 
tratadas 
❖ Durante a cefaleia, pelo menos uma das seguintes manifestações 
-Hiperemia conjuntival e/ou lacrimejamento unilateral 
-Congestão nasal e /ou rinorreia ipsolaterais 
-Edema palpebral ipsolaeral 
-Sudorese na fronte e na face ipsolaterais 
-Miose e/ou ptose ipsolateral 
-Sensação de inquietação ou agitação 
❖ Frequência das crises variável, desde diária até intermitente 
 
TRATAMENTO 
 
TRATAMENTO SINTOMÁTICO DAS CRISES AGUDAS 
 
❖ inalação de O2 (8-12L/ min até a solução da crise) 
 
❖ Sumatriptana injetável (6mg), mas com uso limitado a 2 doses diárias. É um agonista seletivo dos receptores serotoninérgicos 
5HT1B-1D e considerada. 
 
TRATAMENTO PROFILÁTICO 
 
❖ Corticoesteroides em altas doses, mas não são adequados durante o período de salvas 
 
❖ Verapamil: droga de escolha para crise episódica, sendo eficaz quando usado em doses altas (240 a 1.200 mg/dia), divididos 
em três tomadas. É um bloqueador dos canais de cálcio da classe fenilalquilamina 
 
❖ Divalproex, carbonato de lítio (casos crônicos) ou topiramato (casos episódicos e crônicos) associado ao verapamil podem 
proporcionar benefício adicional 
 
❖ Os betabloqueadores são ineficazes e além disso, podem ser perigosos, já que, algumas salvas estão associadas a bradicardia 
significativa em função do envolvimento parassimpático durante a crise. 
 
❖ Interrupção do consumo de álcool e tabaco 
 
❖ Melatonina: é um hormônio que é secretado pela glândula pineal e age como um regulador dos ritmos biológicos (ou ritmos 
circadianos), dos quais o mais conhecido é o sono-vigília. A dose recomendada é de 10 mg ao dia, em dose única à noite. 
 
❖ Baclofeno: Utilizado na dose de 15-30 mg/dia, divididos em três doses. 
 
❖ Gabapentina: mostrou-se eficaz na profilaxia da CS episódica e crônica. A dose varia de 900- 3.600 mg/dia, divididos em três 
doses. 
 
❖ Clonidina: dose varia de 0,2-0,3 mg/dia. 
 
PROGNÓSTICO 
 
A melhora em função da idade é bem menos comum do que a enxaqueca 
 
 
CEFALEIA CRÔNICA POR ABUSO DE ANALGÉSICOS 
 
INTRODUÇÃO 
 
❖ Mesmo que o uso excessivo de analgésicos não seja a única causa de cefaleias crônicas, ela é responsável pela maioria dos 
casos. 
❖ Qualquer medicamento usado para alívio agudo da cefaleia, quando em excesso, pode transformar uma dor episódica em 
cefaleia crônica 
 
ETIOLOGIA 
 
❖ Os agentes mais comuns são os opioides e aqueles contendo butalbital ou cafeína, mas uso abusivo deergots,triptanos ou 
outros agente também podem resultar em cefaleias crônicas diárias. 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
❖ O indivíduo nota que a cefaleia episódica se sobrepõe a uma dor mais generalizada e penetrante, e que os medicamentos 
usados para alívio dos sintomas se tornam ineficazes ou seus efeitos passam a ter curta duração 
 
❖ A classe dos medicamentos pode dar alguns indícios. Ex: pessoas deprimidas ou com distúrbios de sono frequentemente 
consomem cafeína em excesso. 
 
❖ ocorre diariamente ou quase diariamente, apresentando um caráter moderado, com intensidade variável, podendo ser 
deflagrada pelo menor esforço físico ou mental 
 
❖ Sintomas associados: náuseas, astenia, agitação, ansiedade e irritação 
 
DIAGNÓSTICO 
 
CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO (CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DAS CEFALEIAS) 
 
❖ presença da cefaleia durante 15 dias ou mais, no mês; 
❖ uso regular e excessivo de um ou mais fármacos para o tratamento agudo e/ou sintomático da dor de cabeça, durante três 
meses ou mais; 
❖ desenvolvimento da cefaleia ou agravo durante o uso abusivo dos medicamentos; 
❖ desaparecimento da cefaleia ou retorno ao padrão anterior, dentro de dois meses após cessar os medicamentos 
 
TRATAMENTO 
 
❖ Suspensão do medicamento, mas a redução depende do agente, da posologia usada e de eventuais comorbidades 
❖ A melhora da cefaleia ocorre após 2 meses, podendo variações de acordo com o medicamento e posologia 
 
DIÁRIO DE CEFALEIA 
 
❖ Perceber gradativamente, quais são os fatores que se repetem nas ocorrências de dor de cabeça para garantir uma maior 
precisão no diagnóstico do tipo de cefaleia. 
❖ Data da dor: se tiver várias crises no mesmo dia, deverá anotar cada uma delas numa nova célula com a mesma 
data. 
 
❖ Horário de início da dor: anotar o horário preciso ou o turno. 
 
❖ Intensidade máxima da dor: maior intensidade atingida naquele dia (fraca, moderada ou forte) 
-Fraca: dor que não interfere com as atividades da vida cotidiana (trabalho, obrigações domésticas, estudo, etc); 
-Moderada: dor que não impede, mas interfere com as atividades; 
-Forte: dor que impede as atividades. 
 
❖ Qualidade da dor: pulsátil (latejante), constante (não pulsátil, em peso, em aperto, em queimação) ou em 
pontadas (fisgadas). 
 
❖ Localização da dor: unilateral direita, unilateral esquerda ou bilateral. 
 
❖ Medicamentos utilizados nomes dos medicamentos que costuma utilizar para o tratamento das crises de dor de 
cabeça, o número de comprimidos ou de doses de cada medicamento utilizado naquela crise. 
 
❖ Duração da dor: duração de segundos, minutos ou horas 
 
❖ Fatores desencadeantes: um fator observado 
 
❖ Menstruação: o primeiro dia de fluxo menstrual e o último daquele mês 
 
CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DAS CEFALÉIAS 
 
❖ diagnosticar a mesma cefaleia no mesmo paciente, independente de quem ou onde o paciente seja avaliado, ou seja, 
padronizar o diagnóstico. 
 
❖ É um documento que não precisa ser decorado, serve apenas para ser consultado várias e várias vezes. Dessa forma, você 
logo irá aprender os critérios diagnósticos. 
 
❖ Na prática clínica você não necessita da classificação para os casos óbvios de migrânea ou de cefaleia do tipo tensão, mas 
ela é útil quando o diagnóstico é incerto. 
 
❖ Na prática clínica geral, apenas diagnósticos de primeiro ou de segundo dígitos são habitualmente empregados, enquanto 
que na prática especializada e nos centros de cefaleia, um diagnóstico de quarto ou quinto dígito é apropriado

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