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25 Lição 2 - Administração e Organização Nesta lição você analisará as várias definições possíveis para o termo Admi- nistração. Compreenderá que, apesar da variedade de conceitos, o funda- mental está na atuação do homem como agente que planeja, decide, opera, controla e realiza tantas outras atividades dentro de uma organização, em busca de uma meta específica. A conceituação de Organização também será estudada. Após a análise do que é hierarquia, abordaremos as partes de níveis de po- der, de acordo com uma escala de tomada de decisões. Nesta distribuição de poder, conheceremos quais diferentes habilidades são pré-requisitos para as pessoas que estiverem interessadas nestes diferentes níveis. Diferenciar organizações lucrativas de não lucrativas encerra a presen- te lição. Os objetivos principais deste tópico são a fixação do conceito de Administração e Organização, o entendimento da formatação da pirâmide hierárquica das organizações e a compreensão de que qualquer tipo de or- ganização precisa de administração. Ao término desta lição, você deverá ser capaz de: a) explicar o que é Administração; d) diferenciar os tipos de Administrações e campos de atuação; c) entender o que é uma organização. 1. Conceito de Administração O conceito de administração representa uma governabilidade, gestão de uma empresa ou organização de forma que as atividades sejam administradas com planejamento, organização, direção e controle. Montana e Charnov, em 2003, afirmaram que o ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de outras pessoas na busca de realizar os objetivos da organização, bem como de seus membros. (Fonte: www.administradores.com.br) As principais funções administrativas envolvem negociação, tomada de deci- sões, estabelecimento de metas, identificação e resolução de problemas, lide- rança de pessoas, organização de recursos materiais, financeiros, humanos e mercadológicos. 26 O que produzir? Para quem produzir? Como produzir? A decisão relativa à produção da empresa Figura 1 – Objetivos da administração. 1.1 Administração Estratégica É no campo da administração que é feito o planejamento estratégico da em- presa. Ele define quais são os objetivos, metas, projetos, orçamentos, logísti- cas, táticas e planos de ação. A organização entra no processo e compreende o funcionamento do processo do negócio, método para se atingir as metas e a estrutura, ou seja, hierarquia, divisão do trabalho e das responsabilidades. Saiba Mais A logística é a área da administração responsável por prover recursos, equipamentos e informações para a execução de todas as atividades de uma empresa. A logística é uma sub-área da Administração, envolvendo diversos recursos da engenharia, economia, contabilidade, estatística, marketing e tecnologia, do transporte e dos recursos humanos. Fundamentalmente a logística possui uma visão organizacional, onde esta administra os recursos materiais, financeiros e pessoais, onde exista movimento na empresa, gerenciando desde a compra e entrada de materiais, o planejamento de produção, o armazenamento, o transporte e a distribuição dos produtos, monitorando as operações e gerenciando informações, ou seja, monitorando toda parte de entrega e recebimento de produtos na empresa. Pela definição do Council of Supply Chain Management Professionals, “Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes” (Carvalho, 2002, p. 31). Gestão da cadeia de suprimentos de negócios (em inglês) Supply chain management (SCM) é o gerenciamento de uma rede interligada de negócios envolvidos na provisão final de pacotes produto e serviço requeridos por clientes finais (Harland, 1996). A gestão da cadeia de suprimentos abrange todo o movimento e armazenamento de matéria prima, trabalho em processo de inventário, e produtos acabados do ponto de origem até o ponto de consumo (cadeia de suprimentos). O Conselho de Profissionais da Gestão da Cadeia de Suprimentos (em inglês, Council of Supply Chain Management Professional - CSCMP) define, em seu glossário, a Gestão da Cadeia de Suprimentos como “o planejamento e a gestão de todas as atividades associadas à logística interna e interorganizacional, bem como a coordenação e colaboração entre todos os parceiros da cadeia, sejam eles fornecedores, prestadores de serviço ou consumidores”. Outra definição é fornecido pelo Dicionário da Sociedade Americana de Controle de Inventário e Produção (em inglês, “American Production And Inventory Control Society” - APICS) quando define SCM como “design, planejamento, execução, controle, e monitoramento das atividades da cadeia de suprimentos com o objetivo de criar valor líquido, construção de uma infra-estrutura competitiva, alavancagem logística mundial, sincronizar a oferta e a procura e avaliação do desempenho global.” 27 O ambiente de negócios se coloca como parte de um sistema dinâmico e complexo, de forma que nunca foi e nunca será um ambiente estático (Matias, 2008). A maneira como o gerenciamento das atividades é desenvolvido nas empresas depende das características do macroambiente na qual a mesma se insere, sendo que este se apresenta sempre em constante mudança, sejam estas de ordem social, econômica, política, tecnológica etc., ou uma combinação destas. Ainda segundo Matias (2008) o cenário econômico atual apresenta-se como um ambiente competitivo, derivado de um ambiente de negócios dinâmico e instável baseado em: mercados globais, fronteiras muito tênues, demandas variável e restrita, custos financeiros e materiais altos, previsões pouco confiáveis, ciclo de vida de produtos mais curtos, inovações tecnológicas constantes, incertezas econômicas, dentre outras variáveis. O mesmo autor afirma ainda que a capacidade das empresas de se adaptarem e de se manterem em equilíbrio com o macroambiente no qual estão inseridas, se apresenta como vantagem competitiva perante as concorrentes, e é forma das mesmas se perpetuarem. Dessa forma, Kurien e Quershi (2011) colocam a construção, e gestão, da cadeia de suprimentos como passo indispensável para se obter vantagem competitiva na velocidade exigida pela economia atual. Para Christopher (2005), a vantagem competitiva também é encontrada na capacidade de uma organização diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente (vantagem em valor) e/ou na capacidade de operar a baixo custo e, portanto, com lucro maior (vantagem em produtividade). ► 1.1.1 O Papel do Administrador Um administrador mede a relação entre a empresa e os empregados, par- ticipa do processo de seleção, admissão e demissão de funcionários. Em termos de recursos financeiros e materiais, é de sua responsabilidade con- trolar custos, orçamentos e fluxo de caixa, além de compra e estocagem de matéria-primas, logística, insumos e produtos finais. Observação das ten- dências de mercado também faz parte do negócio para avaliar oportunida- des de investimento e monitorar as ações da concorrência. A direção do business (dos negócios) requer bom posicionamento de lideran- ça, prevenção e correção de erros. Para isso, espera-se de um gestor de admi- nistração boa comunicação, liderança de pessoas, boas estratégias de nego- ciação, habilidade para tomada de decisões e boa observação das situações de forma global e sistêmica. Com as habilidades é possível navegar entre as quatro áreas básicas adminis- trativas: marketing, produção, finanças e recursos humanos. O administra- dor pode trabalhar com marketing e vendas, execução do produto ou serviço, suprimentos,expedição e distribuição, recebimentos e pagamentos, controle de pessoal, relações humanas, controladoria e outras áreas administrativa do negócio. Nelas, o administrador vai fazer o planejamento de estratégias, o gerencia- mento cotidiano da empresa e a gestão de recursos. Assim, o papel da ad- ministração é também o de planejar metas para que elas saiam do papel e encontrem a melhor maneira de serem executadas. 28 Para isso, mais do que um executor, o administrador precisa fazer uma aná- lise e um diagnóstico das diversas situações, focando nos objetivos traçados para a empresa. É ele quem resolve os problemas e maneja os recursos para realizar os planos da organização. ► 1.1.2 Papel da Administração na Sociedade Atual A administração é um instrumento imprescindível às organizações, sejam elas públicas ou privadas, sem fins lucrativos ou de economia mista. Toda e qualquer organização precisa da administração para planejar seu desenvol- vimento contínuo: a administração é exercida em todos os ramos de ativi- dade, seja na indústria, nos hospitais, escritórios de advocacia e de contabi- lidade, hotéis, repartições públicas, ONGs etc. Segundo Chiavenato, 2008, “A administração é uma necessidade comum a todos os negócios”. Desde a antiguidade a sociedade precisa da administração para desenvolver novos produtos e serviços que possam atender às suas necessidades básicas, pois é a partir das necessidades que se pode criar, recria e inovar produtos e serviços. É sabido que as grandes invenções tecnológicas, como a máquina a vapor, a eletricidade, lâmpada elétrica, automóveis, rádio e televisão, contribuíram para o desenvolvimento da sociedade moderna. Entretanto, sem a adminis- tração, isso não seria possível. Foi por meio da administração organizada que a sociedade pôde ter acesso a essas grandes invenções. A administração funciona como um elo entre a sociedade e as empresas, ca- talisando as necessidades sociais e transformando simples invenções em ne- gócios de sucesso. Além dessa compreensão, podemos falar do espírito em- preendedor que alguns candidatos a empresários de sucesso desenvolvem a partir de uma necessidade social. São os chamados nichos de mercado não percebidos pelas grandes organiza- ções industriais, deixando uma lacuna a ser preenchida por empreendedores detentores de muita força de vontade, proatividade, criatividade, capacidade de inovação e coragem para assumir riscos calculados. Ao que se sabe, o mundo dos negócios não é feito somente de grandes corpo- rações, mas também de pequenas e médias empresas, que geram emprego, renda, imposto e desenvolvimento para os mercados regionais. Nesse aspec- to, o administrador tem um papel fundamental, pois ele é o principal res- ponsável por organizar recursos e pessoas, essências para o desenvolvimento contínuo das organizações. Além da administração de todas as áreas da empresa, sejam elas públicas, privadas com ou sem fins lucrativos, é necessário cuidar não apenas das fi- nanças como também das operações de produção, investimentos, estrutura 29 física, marketing e pessoal. Sem esses instrumentos funcionando em perfeita sintonia, as empresas entram em declínio e podem sucumbir diante do mer- cado competitivo em que as empresas enfrentam nos dias atuais. É preciso cuidar dos negócios em sua totalidade, ter uma visão sistêmica fo- cada nas partes e não no único, é preciso pensar no todo de maneira inte- grada, orientada para gestão participativa: somar é necessário, multiplicar é oferecer resultados ampliados. Para Pesquisar No século atual, alguns autores são considerados “pais da Administração”, tais como Peter Drucker, pai da administração moderna. Pesquise sobre esses autores, pois suas teorias irão agregar informações importantes sobre o modelo atual de administração. Peter Ferdinand Drucker (19 de novembro de 1909, em Viena, Áustria - 11 de novembro de 2005, em Claremont, Califórnia, EUA) foi um escritor, professor e consultor administrativo de origem austríaca, considerado como o pai da administração moderna, sendo o mais reconhecido dos pensadores do fenómeno dos efeitos da globalização na economia em geral e em particular nas organizações - subentendendo-se a administração moderna como a ciência que trata sobre pessoas nas organizações, como dizia ele próprio. Saiba Mais Peter Drucker afirmava que a empresa que conseguir vender o produto/serviço certo, para o cliente certo, com a distribuição adequada, por um preço adequado e no momento oportuno, verá seus esforços de venda reduzirem-se a quase zero, ou seja, a venda tornar-se-á automática em função de a demanda ter sido corretamente equacionada e trabalhada. Presidente honorário da Drucker Foundation e professor de ciências sociais da Claremont Graduate na Califórnia, EUA, escreveu muitos artigos e mais de 30 livros. O pensador produziu ao longo de sua carreira uma mistura única de rigor intelectual, popularização, praticidade e profundo conhecimento das tendências cruciais, como definiu Robert Heller, fundador e editor de uma das maiores revistas de negócios inglesas, a Management Today. Pode-se afirmar que não há management theory (teoria da administração) que não parta da obra de Drucker. Entre seus livros mais recentes figuram Desafios Gerenciais para o Século XXI, Administrando em Tempos de Grandes Mudanças e Sociedade Pós-Capitalista, todos publicados pela editora Pioneira, atualmente Thomson. “A administração é um processo operacional composto por funções como: Planejamento, organização, direção e controle.” _ Peter F. Drucker “O planejamento não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes” Dez anos depois de publicar Administrando para o Futuro (1992), e cinco depois de Administração em Tempos de Grandes Mudanças, em seu livro, Management in the Next Society (2002), Peter Drucker explorou as tarefas imprescindíveis da alta gerência nas primeiras décadas do século XXI. Ele partiu de uma minuciosa descrição do cenário de negócios mais provável, determinado pela análise das tendências atuais mais marcantes e de suas consequências mais lógicas, à luz de circunstâncias históricas esclarecedoras por suas semelhanças com as atuais. 30 “Já acreditei numa nova economia”, dizia o mais reconhecido dos teóricos da administração. Drucker explicou que isso ocorreu em 1929, quando era estagiário nos escritórios europeus de uma grande empresa de Wall Street. Seu chefe, um economista europeu, estava convencido de que o boom de Wall Street duraria para sempre, e o havia demonstrado de forma “conclusiva” em um livro seu. Dois dias depois da publicação, ocorreu o crash da bolsa. Setenta anos mais tarde, em meados dos anos 90, Drucker voltaria a ouvir falar de um boom perpétuo do mercado acionário, dessa vez impulsionado pela nova economia. “Senti que já havia estado ali”, escreveu em Management in the Next Society, elaborado quase em sua totalidade antes dos atentados de 11 de setembro de 2001 (exceto dois capítulos). Considerado por muitos o maior guru do management de todos os tempos, Peter Drucker escreveu esse novo livro: Managing in the Next Society, lançado inicialmente no Japão, chegando em 2003 ao Brasil. De suas principais idéias – uma das mais surpreendentes é a previsão de que aumentará a mobilidade social, a partir do acesso à educação formal. Outra característica importante será a existência de duas forças de trabalho distintas à disposição dos empregadores: a das pessoas de menos e a de mais de 50 anos de idade. As empresas deverão remunerá-las também de modos diferentes: as primeiras necessitarão de renda constante e emprego estável; as segundas poderão cuidar dos trabalhos temporários. Peter Drucker iniciou com o conceito de “(re)privatizações”, que significa a privatização dos serviçospúblicos, como forma de reduzir a burocracia. O seu segundo conceito pode ser a “gestão por objetivos”, ou seja, é um tipo de gestão caracterizada como um método de planejamento e avaliação, baseado em fatores quantitativos. Já o terceiro conceito é a “descentralização das empresas” que ele podia explicar como sendo a divisão de trabalho. 2. Conceito de Organização É importante destacar a diferença entre Organização e Estrutura Organi- zacional. A primeira é a união de pessoas, ideias, ideologias, e recursos para atingir objetivos. A segunda trata da forma como essa organização será racio- nalizada, seus métodos e estruturação para agir. Com tantos conceitos semelhantes de organização, escolhemos dois deles. O primeiro é o conceito desenvolvido por Cury (2000), a partir da união de conceitos de autores diversos: “[...] a organização é um sistema planejado de esforço cooperativo no qual cada participante tem um papel definido a de- sempenhar e deveres e tarefas a executar”. (CURY, 2000, p. 116). O segundo conceito vem de Meireles e Paixão (2003). Relacionando a ideia de estrutura complexa de Gareth Morgan à ideia de artefato de Herbert Simon, Meireles e Paixão, que chegaram ao seguinte conceito: [...] a organização é um artefato que pode ser abordado como um conjunto articulado de pessoas, métodos e recursos materiais, projetado para um dado fim e balizado por um conjunto de imperativos determinantes (crenças, valo- res, culturas etc.). (MEIRELES, 2003, p. 46). 31 1. Adhocrática Adhocrática ou adhocracia é um sistema temporário variável e adaptativo, organizado em torno de problemas a serem resolvidos por grupo de pessoas com habilidade e profissões diversas e complementares. Meireles (2003) divide este artefato complexo em cinco questões básicas: Quem? Como? Com quê? O quê? Por quê? 1) O “quem” representa o humanware – conjunto de pessoas requeridas pelo artefato. 2) O “como” representa o software – tecnologia procedimental, a maneira de fazer as coisas. 3) O “com o quê” representa o hardware – conjunto de recursos materiais (incluindo financeiros): equipamentos, máquinas, valores escriturais, créditos e valores. 4) O “o quê” representa o foco – alvo de toda ação administrativa desenvolvida no interior do artefato. 5) O “por quê” representa os imperativos determinantes – fonte da ação humana administrativa: apetites, sentimentos, interesses, atitudes, hábitos, cultura, crenças, valores, princípios. (MEIRELES, 2003, p. 46). 2.1 Classificação das Organizações Cury (2003) classifica as Organizações segundo três critérios: flexibilidade, complexidade e evolução histórica. A Organização pode ser definida segundo sua capacidade de ser mais ou me- nos flexível. Organizações menos flexíveis tendem ao estilo de organização burocrática. Já as Organizações mais flexíveis tendem ao estilo de organiza- ção adhocrática1. Os conceitos de Burocracia e Adhocracia foram desenvolvi- dos respectivamente por Max Weber e Alvin Toffler. Complexidade não significa necessariamente tamanho, uma grande empre- sa pode ser menos complexa que uma pequena empresa. Complexidade está ligada aos processos internos da organização, sua estrutura e à forma com que ela age. Cury (2003) divide as empresas em três tipos segundo sua complexidade: Empresa de 1º tipo, isto é, empresa tradicional, de tecnologia simples, de pro- dução rotineira, de ambiente estável, mecanicista, com ênfase em suas pró- prias atividades; Empresa do 2º tipo, isto é, empresa um pouco mais complexa, tanto no que diz respeito à tecnologia utilizada quanto no que se refere ao cenário de produ- ção, não tão programável, de ambiente de certa complexidade, com ênfase no indivíduo, procurando motivá-lo no trabalho, portanto organiza; 32 Empresa do 3º tipo, isto é, empresa de tecnologia de ponta, às vezes nova, de ambiente de alta incerteza, turbulento, de alta interdependência entre suas diversificadas áreas, com ênfase grupal, buscando a mobilização da força de trabalho, induzindo a uma abordagem adhocrática e contingencial, com es- truturas predominantemente temporárias. (CURY, 2003, p. 131). O Mundo hoje requer organizações mais complexas, pois elas devem acom- panhar a sua alta complexidade e volatilidade, porém as empresas devem procurar a melhor maneira de se organizar e que lhe trará os melhores resul- tados, seja ela do 1º, 2º ou 3º tipo. Através da linha do tempo as organizações se estruturaram de maneiras dife- rentes, adequadas a cada momento histórico que vivenciaram. Cury (2003) destaca três modelagens das organizações em busca de efetivida- de: Tradicional, Moderna e Contemporânea, é importante ressaltar que todos os momentos foram fundamentais para se entender e chegar ao estilo mais adequado de cada empresa dentro de suas limitações e objetivos. Cada momento foi imprescindível para que se aprender com as falhas histó- ricas e procurar os acertos, aprimorando através do tempo e desenvolvendo diferentes formas de se realizar a arte e ciência de administrar. 3. Tipos de Organizações Existem três tipos tradicionais básicos de estrutura organizacional: a organi- zação linear, a organização funcional e a organização linha-staff. Organização Linear: é uma organização que ocorre de forma escalar, ou seja, fica bem clara a hierarquia da empresa, onde o comando se dá de forma ver- tical, a ordem passa do presidente para os gerentes, e dos gerentes para os respectivos subordinados. É um estilo de organização onde há poder de au- toridade. Gerência Geral Gerência de Serviços Gerência de Industrial Seção de pessoal Seção Financeira Seção de fabricação Seção de comercial Seção de materiais e serviços de apoio Seção de planejamento e controle de produção Figura 2 – Exemplo de organização linear. 33 Organização Funcional: este tipo de organização reflete a especialização das funções, que é um dos princípios de Frederick Winslow Taylor (pai da Admi- nistração Científica). Também é um dos princípios de Henry Fayol (fundador da Teoria Clássica), que diz que, quanto mais especialista for um funcionário no seu cargo, mais este poderá produzir, dar lucros para a empresa e conse- quentemente ganhar mais. Cada gerente tem sua equipe de trabalho, e esta equipe deve obedecer somente ao seu próprio gerente para que não haja fa- lhas da comunicação e que seja mantida desta forma a ordem na organização. Organização Áreas de Especialização Produção Operações Processos Finanças Dinheiro Pessoas Pessoas Marketing Mercado Foco Foco Foco Foco Figura 3 – Exemplo de organização funcional. Organização Linha-staff: este tipo de organização presta serviços de con- sultoria técnica, aconselhando e dando sugestões no sentido de tomada de decisões, tendências, planejamento, controle, levantamentos, relatórios etc. Departemento de administração e recursos humanos Departemento de produção Departemento de finanças Diretoria Geral Assessoria juridica Assessoria de planejamento Figura 4 – Exemplo de organização de linha-staff. 34 Aspecto Linha Staff Papel Principal É quem decide É quem assessora Atuação É como cuida da execução É quem dá consultoria Tipo de Atividade • Comando • Ação • Trabalho campo • Recomendação • Alternativa/opções • Trabalho gabinete Responsabilidade • Pela operação• Pela resultados • Pelo planejamento • Pelas sugestões Exemplo Gerente de departamento Gerente de Staff Figura 5 – Características da linha e do staff. Tabela 1 – Comparativos entre os três tipos de organização administrativa Estrutura Linear Estrutura Linear Estrutura Linear Gerente Execução Gerente Execução Diretor Gerente Execução Gerente Execução Diretor StaffAssessoria Staff Assessoria Diretor Dica de Cinema Filme: Wall Street (Poder e Cobiça), de 1987. A trajetória de Gordon Gekko traz subsídios importantes para os estudantes da área de negócios, sobretudo no que diz respeito aos bastidores obscuros de Wall Street. O filme mostra os bastidores do mundo dos grandes negócios da década de 1980. Um ambicioso e jovem corretor da bolsa sonha em conhecer o seu ídolo, Gordon Gekko, um milionário ganancioso e frio, que ignora os sentimentos quando se trata de negócios. Para Pesquisar Pesquise sobre qual década o estudo da Administração ganhou importância no Brasil. 35 Exercícios Propostos 1. Assinale a alternativa abaixo que define Administração: ( ) a) Administração é o termo que usamos para denominar o conjunto de práticas de gestão de uma empresa ou organização, com o objetivo de cumprir metas pré-estabelecidas. Esta gestão pode englobar a área pessoal, financeira ou empresarial. ( ) b) Administração é forma de gerenciar apenas os recursos materiais das organizações, gerando redução dos custos e rentabilidade. ( ) c) Administração é o termo que serve para fixar as práticas de gestão de uma empresa ou organização, voltados exclusivamente para a produ- ção e voltado para a linha operacional. ( ) d) Administração é a forma de gerenciar e controlar todas as ações dentro das organizações, sem ter uma meta ou objetivo fixo nos processos. ( ) e) Administração é a ciência exata voltada para as práticas financeiras de uma organização, ou seja, o gerenciamento de recursos financeiros para atingir objetivos da empresa. 2. Sobre o conceito de Organização: ( ) a) A forma de organizar os processos dentro de uma empresa. ( ) b) As organizações são processos vinculados a todos os recursos organi- zados em uma empresa. ( ) c) Uma organização é formada pelo soma de pessoas, máquinas e ou- tros equipamentos, recursos financeiros e outros, como assessoria, por exemplo. A organização então é o resultado da combinação de todos estes elementos orientados a um objetivo comum. ( ) d) Uma organização é formada pelo soma de máquinas e outros equipa- mentos, recursos financeiros e outros. ( ) e) A organização é o resultado da combinação de todos os recursos mate- riais e humanos orientados a um objetivo comum. 3. Qual o papel do administrador na relação com os recursos financeiros da empresa? ( ) a) Os recursos financeiros e materiais são os recursos para se alcançar lucros nas empresas. ( ) b) Em termos de recursos financeiros e materiais, é de sua responsabili- dade controlar custos, orçamentos e fluxo de caixa, além de compra e estocagem de matérias-primas, logística, insumos e produtos finais. ( ) c) É de sua responsabilidade controlar custos e orçamentos para honrar com as obrigações trabalhistas na empresa. ( ) d) Em termos de recursos materiais, é de sua responsabilidade para não gerar prejuízo e se possível reciclar os materiais que sobram. ( ) e) Tem o papel de remunerar bem seus funcionários para que todos con- sigam produzir mais. 36 4. As quatro áreas básicas administrativas no papel do administrador são: ( ) a) Vendas, atendimento, finanças e recursos humanos. ( ) b) Marketing, logística, comercial e recursos humanos. ( ) c) Secretaria, vendas, comercial e recursos humanos. ( ) d) Diretoria, atendimento, logística e recursos humanos. ( ) e) Marketing, produção, finanças e recursos humanos. 5. Sobre a finalidade da administração estratégica: ( ) a) A de agir de curto prazo na tomada de decisão. ( ) b) Define apenas os projetos futuros dentro das organizações. ( ) c) Ele define quais são objetivos e metas em médio prazo, para que não ajam prejuízos. ( ) d) Ele define quais são objetivos, metas, projetos, orçamentos, logísticas, táticas e planos de ação. ( ) e) Tem a finalidade de elaborar táticas e planos de ação em curto e médio prazo nas organizações.
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