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Asfixia perinatal

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Geovana Sanches, TXXIV 
ASFIXIA PERINATAL 
 
DEFINIÇÃO 
A asfixia perinatal é a condição ou injúria 
causada ao recém-nascido secundária a má 
oxigenação e/ou inadequada perfusão sistêmica 
ocorrida no período perinatal. 
Resume-se pela falta de oxigênio (principal 
fonte energético), o que induz a ativação de outros 
mecanismos de obtenção de energia e leva a 
produção de substâncias tóxicas, como ácido 
lático. A partir disso, há ataque às células mais 
sensíveis, tais quais. 
Pode ocorrer antes, durante ou 
imediatamente após o parto, por diversas 
condições: 
• Antes do parto 
o Hemorragia placentária 
o Instabilidade hemodinâmica 
materna 
• Durante o parto 
o Rotura uterina 
o Compressão / Interrupção de fluxo 
no cordão umbilical 
o Período expulsivo prolongado 
• Após o nascimento 
o Complicações hemodinâmicas 
o Complicações ventilatórias 
 
EPIDEMIOLOGIA 
• Incidência: 1 a 8/1.000 nascidos vivos 
• Terceira causa de morta neonatal 
• Leva a encefalopatia hipóxico-isquêmico 
(EIH) 
o Morte 
o Paralisia cerebral 
o Retardo mental 
o Déficit motor 
o Comprometimento de memória 
o Hiperatividade 
o Atraso na prontidão escolar 
 
FISIOPATOLOGIA 
 Durante o trabalho de parto, as contrações 
uterinas reduzem fluxo sanguíneo para placenta e 
feto, levando a queda da saturação de oxigênio 
fetal. Quando o feto é saudável, ele resiste a esse 
estresse, mas nas desacelerações tardias a oferta 
pode chegar a paO2 < 21 mmHg e satO2 < 31%. 
Na vigência de hipoxemia e isquemia o feto 
e o RN reagem inicialmente produzindo uma 
centralização do fluxo sanguíneo, visando priorizar 
 
o aporte sanguíneo para o cérebro, o coração e as 
suprarrenais, em detrimento dos pulmões, 
intestino, fígado, rins, baço, osso, músculo 
esquelético e pele. Se o insulto persiste, cessam os 
movimentos respiratórios, acontece uma queda 
da FC e um leve aumento na pressão arterial para 
manter a perfusão cerebral. Este período se 
conhece como apneia primária. A administração 
de oxigênio suplementar e o estímulo tátil durante 
este período levam ao reinício da respiração 
espontânea na maioria dos pacientes. 
 Por outro lado, caso a asfixia persista, 
inicia-se uma respiração tipo gasping 
acompanhada pela redução ainda maior da FC e a 
flacidez do paciente. Nesses casos, trata-se de 
uma apneia secundária, na qual o bebê não 
responde à estimulação tátil e não inicia a 
respiração espontânea. 
 Se o processo persistir, o paciente evolui ao 
óbito. 
Condições associadas 
1. Alterações da oxigenação materna 
2. Diminuição do fluxo materno-placentário 
ou placento-fetal 
3. Alterações na troca gasosa a nível 
placentário ou a nível tecidual fetal 
4. Incremento nos requerimentos fetais de 
oxigênio 
Mecanismo de apoptose neuronal 
 
A asfixia é caracterizada por duas falhas 
energéticas. Na primeira, há redução do fluxo 
sanguíneo e da oxigenação cerebral, levando a 
cascata oxidativa e interrupção da respiração 
mitocondrial, o que cursa com a primeira onda de 
apoptose neuronal. 
Após cerca de 6 horas, ocorre a segunda 
falha energética, a qual é acompanhada de 
inflamação, alteração de fatores de crescimento e 
síntese proteica, cursando com a segunda onda de 
apoptose neuronal. 
 
Geovana Sanches, TXXIV 
Comprometimento sistêmico 
• Circulação e padrão respiratório 
• Distúrbios metabólicos 
o Acidemia importante (inicialmente 
metabólica, sendo posteriormente 
associada a respiratória pelo 
acometimento pulmonar) 
• Comprometimento pulmonar 
o SAM 
o Síndrome de escape de ar 
o Hipertensão pulmonar 
o Desconforto respiratório 
o Edema 
o Hemorragia pulmonar 
• Comprometimento cardíaco 
• Comprometimento renal 
• Alterações gastrointestinais 
o Intestino é o último local que 
ocorre reperfusão, junto à pele e 
músculo à mt cuidado com a dieta 
dessas crianças 
 
CARACTERÍSTICAS 
• Acidemia metabólica ou mista profunda 
(pH < 7) em sangue arterial de cordão 
umbilical; 
• Escore de APGAR de 0 – 3 por mais de 5 
minutos; 
• Manifestações neurológicas neonatais 
o Ex.: convulsões, coma ou hipotonia 
• Disfunção orgânica multissistêmica 
o Ex.: cardiovascular, gastrintestinal, 
hematológica, pulmonar ou renal 
 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA INICIAL 
• Alterações neurológicas 
o Nível de consciência 
o Atividade espontânea 
o Postura 
o Tônus 
o Reflexos primitivos 
o Função autonômica 
o Crises convulsivas 
o Alterações eletrográficas em EEG 
• Demais alterações clínicas frequentes 
o Alterações hemodinâmicas / 
choque 
o Alterações ventilatórias 
o Insuficiência renal 
o Anemia (em casos de perda 
volêmica) 
 
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA DA EIH 
Escala de SARNAT e SARNAT 
 
 Pacientes considerados com EHI 
moderada, caso permaneçam em alojamento 
conjunto, devem ser muito bem acompanhados, 
tendo em vista que podem apresentar episódios 
convulsivos em cerca de 72h. 
 
TRATAMENTO 
• Hipotermia terapêutica 
• Evitar hipóxia e hiperóxia 
• Evitar hipocapnia e hipercapnia 
• Tratar crises epilépticas (clínicas e 
subclínicas) 
• Evitar hipertermia 
• Evitar uso de bicarbonato 
• Manejo de dor e estresse 
• Acompanhamento multidisciplinar 
o Principalmente nos casos em que 
não ocorreu problema algum 
durante o pré-natal 
Hipotermia terapêutica 
 A hipotermia terapêutica consiste no 
resfriamento do bebê até cerca de 33º a 34º, 
devendo ser reduzido 0,5ºC por hora. Ela impede 
a 2ª falha energética, diminuindo o óbito; 
entretanto, não impede exatamente a alteração 
neurológica posterior. 
Mecanismo de ação 
• Reduz metabolismo cerebral 
• Previne o edema 
• Reduz a extensão da lesão cerebral 
Indicação (pacientes elegíveis) 
• IG > 35 semanas + PN > 1.800g+ 
Necessidade de reanimação em sala de 
parto + Suspeita de asfixia com APGAR < 7 
no 5º min de vida e/ou presença de evento 
perinatal agudo 
Geovana Sanches, TXXIV 
• Evento perinatal agudo 
o DIP II 
o Prolapso de cordão umbilical 
o Rotura uterina 
o Hemorragias do terceiro trimestre 
o Parada cardiorrespiratória materna 
o Sofrimento fetal agudo 
Na sala de parto 
• Estabilização, gasometria de cordão e/ou 
do RN na 1ª hora de vida 
• Reanimação e Transporte 
• Evitar hipertermia 
Na UTI neonatal 
• Gasometria arterial – 1ª hora ou cordão 
• Evento perinatal agudo 
• Avaliação EIH- Sarnat e Sarnat 
• Critérios de exclusão 
o IG < 35 sem 
o Peso < 1.800g 
o Malformações congênitas graves 
o Sangramento ativo 
o Hipertensão pulmonar e choque 
refratários 
 
 
 
Indicações de suspensão da hipotermia 
• Sangramento ativo 
o A hipotermia cursa com distúrbio 
de coagulação, podendo causar 
sangramentos 
• HP não controlada 
• Choque refratário 
Em resumo... 
• Início até 6 horas de vida 
• Duração 72 horas 
• Controle de temperatura retal ou 
esofágico: manter entre 33º e 34º 
• Acesso vascular, SVD 
• Jejum e NPP 
• Oferta hídrica: 50 a 60 ml/kg/dia 
• Suporte ventilatório 
• Sedação 
• PA, suporte hemodinâmico, exames 
laboratoriais 
• Dispositivos de monitorização cerebral 
• Exames de imagem 
o US transfontanela 
o RNM: é o maior preditor do 
prognóstico (grau de dano do 
tecido cerebral) 
 
SEGUIMENTO 
• Apoio familiar 
• Avaliação prognóstica 
• Acompanhamento do desenvolvimento 
o Perda motora ou sensorial severa 
(1º ano de vida) 
o Baixo quociente de 
desenvolvimento (2º ano) 
o Disfunção motora fina e grosseira 
(2 a 4 anos) 
o Anormalidades na função cognitiva 
(4 a 7 anos) 
o Dificuldades de aprendizagem (7 a 
9 anos)

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