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1. INTRODUÇÃO AOS SEIS SIGMA Curso de Green Belt Six Sigma da RL & Associados, apresentado por Ricardo K. Nagano (Master Black Belt). Apresenta a empresa, sua missão de compartilhamento de conhecimento para alta desempenho. Objetivos do treinamento: Para reconhecer e analisar oportunidades para uso da metodologia Six Sigma; Entender os benefícios do método científico na solução de problemas; Capacitar para desenvolver e coordenar projetos e equipes nas organizações; Apresenta ainda os conceitos-chave, inerentes ao Six Sigma, metodologia científica e multidisciplinar. 6 SIGMA - Junção de 6 (numeral) e Sigma (letra grega); - Método ágil para solução de problemas. Substitui o método de tentativa e erro, menos assertivo; - Problemas complexos demandam mais ferramentas; Sigma: Busca medir a variabilidade, inerente a todos os processos (série de atividades que se repetem da mesma forma, contínuo, mas que possuem variações), diferente, porém, dos projetos (que possuem início, meio e fim); Busca a média entre as variações, através da curva de variável, a ser avaliada a partir da referência. Ponto de inflexão da curva > distância entre este ponto até à média: desvio-padrão (é o desvio médio de todos os dados em relação à média). A quantidade de desvios-padrão que cabem dentro de uma referência é acompanhada da letra sigma. Sendo um desvio-padrão igual a um sigma. Ou seja, se há um ponto de inflexão fora da referência, a este chamaremos um sigma. Se há dois pontos de inflexão fora da referência, a estes chamaremos dois sigma. Ao que se encontra fora do desvio-padrão, que não corresponde ao que foi solicitado nem é aceito pelo cliente, chamamos de não conformidade, defeito, falha no processo. A quantidade de sigma determina o valor da não conformidade; Logo, se a curva total é 100% e se tem dois sigma, a quantidade de não conformidade/defeito/falha será de 30%. A metodologia Six Sigma, portanto, consiste em buscar anular, senão reduzir ao máximo, a quantidade de não conformidades nos processos da organização. Como transformar o processo 2 sigma em 6 sigma. Mudar meu processo. 1º. Reduzir minha variabilidade: eliminar os causadores da alta variabilidade; 2º. Reduzindo a variabilidade, reduzo meu desvio-padrão; A metodologia Six Sigma, portanto, busca reduzir a variabilidade dos processos, levando estes a praticamente zero-falha/defeito/não conformidade, usando uma série de ferramentas da qualidade de estatística. Por que SIX Sigma se podemos atingir mais? A média de aceitação de grandes empresas para desvio de qualidade (desvio-padrão) é, atualmente, entre 6 e 10 por milhão. A metodologia Six Sigma consegue reduzir para até 3,4 por milhão, suprindo a aceitação sem exigir mais dos processos. Seis é um nível altíssimo de qualidade, praticamente zero defeitos. Nível Sigma > Defeitos/Milhão > % Boa 2 308.537 69,146% 3 66.807 93,319% 4 6.200 99,379% 5 233 99,976% 6 3,4 99,999% Em um hospital de grande porte, a diferença entre 4 e 6 sigma é de suficientes 5.000 para 2 procedimentos incorretos. O que não apenas garante melhoria para a organização como garante a qualidade, senão a própria manutenção da vida do paciente (cliente). Quanto pode custar um defeito? A própria empresa, a vida de alguém. Concluindo-se assim que 99% não é bom, pois 1% pode ser catastrófico. 2. O QUE É QUALIDADE? Nível Sigma x Custo da Qualidade Sigma Defeitos/Milhão de Oportunidade Custo da Qualidade 2 308.537 (Não competitiva) Não aplicável 3 66.807 25 - 40% das Vendas 4 6.210 (Média da Indústria) 15 - 25% das Vendas 5 233 5-15% das Vendas 6 3,4 (Classe Mundial) Máx. 1% das Vendas Retrabalhar? Vender mais barato? Jogar fora? Inspeção? São executadas, mas geram muito desperdício. Este custo é chamado de Custo de Qualidade, mas pode ser considerado Custo da Falha ou da Má Qualidade. Em média, gasta-se 20% com este tipo de despesa. Atualmente, as empresas geram maior ganho na redução de custos mais do que no aumento de preço. Six Sigma e Lean Manufacturing são excelentes alternativas para redução de custos. Quanto tempo uma empresa de 3 sobe para 6 Sigma? Depende da velocidade em que se busca realizar as melhorias na organização. 10% > 90 anos 20% > 40 anos 30% > 25 anos 40% > 18 anos 50% > 10 anos 60% > 8 anos 70% > 6 anos 80% > 5 anos 90% > 3 anos Reduzir a variabilidade é tema central da 6 Sigma, pois aquela é inimiga da Qualidade. Conceitos de Qualidade: 1. "Totalidade dos requisitos e características de um produto ou serviço que estabelecem a sua capacidade de satisfazer determinadas necessidades" (American Society for Quality - ASQ 1978). 2. "Total de características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades implícitas e explícitas" (NBR-ISO 9000:2000). 3. "Qualidade é a ausência de deficiências" (Joseph Moses Juran - 1992). 4. "Qualidade é tudo aquilo que melhora o produto do ponto de vista do cliente" (William Edwards Deming - 1993) Todas as definições são focadas no cliente: A principal parte interessada de uma organização é o cliente. Por isso os conceitos centrais de qualidade todos carregam este elemento: "satisfazer determinadas necessidades"; "satisfazer as necessidades implícitas e explícitas"; "ausência de deficiências"; "melhora o produto do ponto de vista do cliente". Fábrica Oculta é tudo o que não faz parte do processo normal, não contribui para o produto final, mas que, igualmente, GERA CUSTO para a empresa. Em outras palavras, são todos os 'RE...'" (retrabalho, reinspeção, recuperação, refazer, reprogramar, rejeitar, etc.). É na Fábrica Oculta que se escondem as falhas: cliente perdido, viagens para correção, retrabalho, aumento de estoque, problemas de entrega, paradas, redução da capacidade, tempo de engenharia, inspeções na linha. Análise dos problemas: Ao se questionar: Qual foi o acontecimento? Qual foi a causa? Quanto custou? Quanto se gastaria para ter sido evitado? Qual a regra da qualidade que foi desrespeitada? É possível analisar o evento adverso, definindo ajustes e correções para que os erros não se repitam. "Qualidade é o resultado de um ambiente cultural cuidadosamente construído" (Philip Crosby). “Qualidade significa fazer certo quando ninguém está olhando" (Henry Ford). Qualidade é como a nossa saúde: tendemos a não nos preocupar com ela e só damos atenção quando ela falha" (Sipho Tjabadi, gerente de Qualidade do Grupo Eskom - África do Sul). FILME INDICADO: O Custo da Má Qualidade, produzido pelo Grupo Eskom, apresentado pelo gerente de Qualidade da empresa sul-africana, Sipho Tjabadi. 3. ANÁLISE DO FILME 3.1. 1986: A nave espacial Challenger se despedaça 73 segundos após seu lançamento nos EUA. Causa: Um anel de vedação de borracha de partiu; Gerentes tinham conhecimento do erro; Regra(s) da qualidade desrespeitada(s): Assegure-se que seus fornecedores estão aptos a entregar ótimos resultados, tomada de decisões baseada em evidências, comunicação, organização voltada ao cliente; Quanto gastaria para ser evitado: algumas centenas de milhares de dólares para reprojetar os anéis de vedação; Quanto custou: 7 mortos, mais de um bilhão de dólares de prejuízo. Outras regras que não foram seguidas: Envolver sempre as pessoas para resolver problemas; Foco no processo. 3.2. 2009: Toyota convoca recall de 9 milhões de carros após defeito. Causa: Tapete problemática e freios com defeito, causando aceleração involuntária; Regra(s) da qualidade desrespeitada(s): envolvimento das pessoas, organização voltada ao cliente; Quanto custou: 52 mortos, 38 feridos, 5,5 bilhões de dólares em prejuízo; Outras regras que não foram seguidas: Envolver sempre as pessoas para resolver problemas; Foco no processo.3.3. 2010: Explosão de plataforma de perfuração em águas profundas da BP. Causa: cimento fraco no entorno do poço; Regra(s) da qualidade desrespeitada(s): conhecer os requisitos de entrada e saída, tomada de decisão baseada em evidências, comunicação, caminho sistêmico para gerenciamento (como os processos de terceiros atingem o da organização), organização voltada ao cliente. Quanto custou: 11 mortos, 10 bilhões de dólares em prejuízo, danos ambientais incalculáveis. Quanto gastaria para ser evitado: 128 mil dólares e dez horas para teste do cimento. Regras da qualidade que não foram seguidas nos três processos: Foco no cliente (compreender as necessidades dos clientes internos e externos). Six Sigma: estratégia de negócios; mudança organizacional; ferramenta para atingir excelência; busca sobretudo reduzir a variabilidade e melhorar drasticamente os níveis de falhas; aplica-se a todos os processos das organizações. Em razão disso, empresas estão adotando, cada vez mais, a metodologia Six Sigma para melhoria de processos, redução de erros e, inclusive, evitar mortes. "Qualidade pode significar a diferença entre a excelência e o desastre" (Sipho Tjabadi) 4. UM POUCO DE HISTÓRIA O 6 Sigma foi criado em 1987, pela de tecnologia Motorola. Garantiu a redução de 2,2 bilhões de dólares ainda nos quatro primeiros anos da implementação. O custo de sua adoção foi menor do que 10% da redução obtida; Passou a ser adotado por empresas como Asea Brown Boveri (ABB), Seagate e General Electric. Foram reduções de milhões ao ano, logo nos primeiros anos. Nos anos 2000 a metodologia explodiu, garantindo recuperação de empresas como a General Electric. “Se você não pode descrever o que voce está fazendo em termos de processos, você não sabe o que está fazendo” (William Edwards Deming). “Sem um standard [padrão] não há base lógica para se tomar uma decisão ou agir” (Joseph Moses Juran). “Os conceitos de controle e melhoria são sempre confundidos. Isso porque controle de qualidade e melhoria de qualidade são inseparáveis” (Kaoru Ishikawa). “Em 1994..., quando dissemos que havia uma 'capacidade infinita de melhor tudo', nós realmente acreditávamos muito nisso. Porém, não tínhamos uma metodologia ou disciplina acompanhando esta crença... Mas agora temos. Trata-se da Qualidade Seis Sigma, juntamente com uma cultura de aprendizagem, compartilhamento e empolgação sem fim.” (John Francis Welch Jr.) “Oitenta e cinco por cento das razões para as falhas encontradas pelos clientes são relatadas como deficiências em sistemas e processos, ao invés do empregado. A regra de gerenciamento é para mudar o processo ao invés de atormentar os indivíduos para fazerem melhor.” (William Edwards Deming). Alguns conceitos são fundamentais à metodologia Six Sigma, os processos, a padronização, controle de qualidade e melhoria. Os processos permitem a produção, a padronização garante a produção em conformidade, o controle de qualidade localiza a falha, enquanto a melhoria elimina a falha. O Six Sigma envolve também uma cultura de aprendizagem, compartilhamento e melhoria que permite a atuação coletiva, mudar os processos em detrimento de responsabilizar os colaboradores, tornar o processo padronizado garantindo sua conformidade. Concentra-se em problemas reais relacionado diretamente ao impacto financeiro; apresenta resultados rápidos, em torno de 4 a 6 meses; adota múltiplas ferramentas; sustenta a melhoria contínua, a longo prazo. É agente de mudança, conduzindo a melhoria em toda organização. Atuando sobre os processos, tem-se 85% de chance de reduzir defeitos/falhas/não conformidades. São beneficiados o cliente, com produtos bons; os funcionários, pois uma empresa que vai bem oferece bons salários; o acionista, que observa redução de custos com aumento de lucros; a comunidade, através de sustentabilidade, redução de impacto ambiental e aumento na oferta de empregos. Quanto à origem das falhas, indica-se a adoção da ferramenta SIPOC, que permite visualizar todo o fluxo do processo, seja ele qual for. É o acrônimo de Suppliers (fornecedor), Input (entrada), Process (processo), Output (saída) e Custumers (cliente). As variações observadas no fornecedor e no processo são as causadoras dos defeitos/falhas/não conformidades, que serão sentidas pelo cliente. Origem das falhas: SIPOC Suppliers: fornecedor**; Input: entrada; Process: processo**; Output: saída; Custumers: cliente. Quem sente a falha: o cliente; Causam a falha: variações no fornecedor(es) e processo(s). 5. ESTRUTURA SIX SIGMA A estrutura da metodologia Six Sigma para implementação envolve pessoas com determinadas faixas (belts). Master Black Belt: Coordena todo o programa Six Sigma na organização: oferece suporte técnico, ministra treinamentos na área Six Sigma (por conhecer todas as ferramentas), a função geralmente é ocupada pelo responsável pelo planejamento estratégico da organização. Necessário às grandes empresas, com várias unidades e projetos. Black Belt: Possui dedicação exclusiva. Focado na resolução de problemas da empresa. Gerencia e fornece suporte aos projetos maiores. Geralmente um a cada cem funcionários é a quantidade ideal desta função. Green Belt: Coordena, executa e coordena as equipes em pequenos projetos de melhoria na empresa. Tem dedicação parcial de dedicação à resolução dos problemas (geralmente 25%). A quantidade de Green Belt em uma empresa depende da disponibilidade da mesma e da velocidade que pretende adotar para implementar as melhorias. Capacitado a resolver problemas, atua, em média, de 4 a 6 meses para concluir pequenos projetos. A cada ano, portanto, um Green Belt é capaz de desenvolver dois projetos, de modo que a empresa tende a demorar um pouco mais para observar a evolução nas melhorias. Na prática: um Black Belt coordena o Green, distribuindo funções para melhorias. O Green, por sua vez, pode montar uma equipe de Yellow Belt, para ampliar a eficácia de seu trabalho. Yellow Belt: Conhece as ferramentas básicas do 6S. Auxilia na busca pela solução (recomendado que todos os funcionários da empresa sejam). White Belt: Empresas que usam a metodologia e estrutura Six Sigma: Itaú, Garoto, Ford, Coca-cola, Hospital Albert Einstein, Caterpillar. Como começar um Programa Six Sigma: Para implementar o programa é necessário adotar o método da Six Sigma, o DMAIC, acrônico em português para Definir, Medir, Analisar, Implementar e Controlar: Definir: como montar equipes, definir projeto, mapear processos, registrar informação; Medir: através de métodos e ferramentas adequadas; Analisar: encontrando e validando a causa-raiz com dados estatísticos, encontrando soluções; Implementar: ações de melhoria para solucionar os problemas; Controlar: os processos, analisando-os para que as falhas/defeitos/não conformidades não voltem a acontecer. Além da ferramenta DMAIC, composto por vinte etapas, o Six Sigma adota outras ferramentas, usando apenas aquelas mais adequadas, conforme o problema/necessidade.
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