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Marketing em saúde – Parte 1 H EA LT H CA RE M A N AG EM EN T FO R EX EC U TI V ES - H CA 53 2 - 4 .1 Must University/2018 Marketing em saúde – Parte 1 • 2/14 Objetivos de Aprendizagem • Entender a utilização do marketing em saúde; • Conhecer os componentes do mix de marketing. Marketing em saúde – Parte 1 Conteúdo organizado por Tamara Martins Vanini do livro Essentials of Managed Health Care, Sixth Edition de Peter R. Kongstvedt, 2012. https://player.vimeo.com/video/735882809 Introdução Marketing em saúde - Parte 1 • 3/14 Assim como ocorre em outros setores, na saúde executivos também devem se preocupar com o marketing. Além de garantir a execução dos serviços de qualidade em uma organização em cuidados de saúde, é importante que essa organização também garanta seu marketing frente a um panorama de fortes concorrentes e mudanças constantes relacionadas com população, tecnologia e política. Marketing versus saúde Em linhas gerais, pode-se dizer que o marketing atua no gerenciamento da reputação de uma organização. Contudo, um grande desafio para as empresas e pessoas que trabalham diretamente com o marketing em saúde é a lacuna que há entre o que muitos executivos de saúde pensam sobre o que representa o marketing e como podem atuar para melhorar esse processo. Marketing em saúde – Parte 1 • 4/14 Para o desenvolvimento e o sucesso de qualquer organização de saúde no mercado, é fundamental que haja atenção a dois aspectos importantes: uma reputação cuidadosamente gerenciada e a credibilidade do serviço ofertado. Ainda, executivos de organizações em cuidados de saúde apreciam a capacidade do marketing de identificar seus clientes, bem como, identificar os pontos fortes e fracos de sua organização e se comunicar com mais eficiência com seus fornecedores e clientes. Nesse sentido, observa-se que o marketing é muito importante para a área da saúde. De acordo com Thomas e Calhoun (2007), as razões para utilizar o marketing em saúde são: 1. “Conscientização”: com a introdução de novos produtos e o surgimento de um consumidor informado, as organizações de saúde devem conscientizar continuamente a população sobre seus serviços. 2. “Garantia de maior visibilidade da organização”: com a crescente padronização dos serviços de saúde e uma crescente valorização da reputação, as organizações de assistência à saúde consideram necessário iniciar campanhas de marketing que melhorem a conscientização de seus diferenciais em relação aos concorrentes. Marketing em saúde – Parte 1 • 5/14 3. “Melhoria de destaque no mercado”: as organizações de saúde que enfrentam a crescente concorrência podem usar o marketing como um meio de aumentar o volume de pacientes, melhorar as receitas e ganhar participação no mercado. Dessa forma, o foco é trazer novos clientes, bem como reter os clientes atuais. 4. “Recurso de informação”: quando se fala de “servir como recurso de informação”, fala-se das organizações de saúde que estão usando o marketing com o objetivo de educar a comunidade em relação a comportamentos favoráveis à saúde. 5. “Influência na tomada de decisões do consumidor”: o objetivo do marketing é influenciar a população com relação às suas escolhas em saúde, direcionando, assim, esse público a procurar por esses serviços em uma determinada organização em cuidados de saúde. 6. “Marketing competitivo”: embora não se recomende envolver-se em “guerras de marketing”, adotar uma abordagem agressiva de marketing para estabelecer uma posição no mercado se faz muitas vezes necessário. 7. “Criação de uma força interna de vendas”: trata-se do estabelecimento de uma mentalidade de marketing entre os próprios funcionários da organização através de marketing interno, transformando assim cada um desses funcionários em um “vendedor” e criando uma “organização de marketing”. 8. “Ato de atrair equipe médica e funcionários”: à medida que o setor de saúde se expandiu, a competição por trabalhadores qualificados aumentou. Nesse sentido, organizações em cuidados de saúde entendem a necessidade de incentivar os potenciais funcionários através da divulgação dos benefícios que oferecem aos seus trabalhadores. Unidade 4 - Tema 1 ALTHCARE MANAGEMENT FOR EXECUTIVE O marketing e o cliente na saúde Na área da saúde, o marketing é frequentemente associado à apresentação de um novo serviço ou ao patrocínio de algum "evento”. Contudo, em geral, o marketing não é algo que começa e termina em resposta a situações ou eventos de curto prazo, representando, na verdade, um processo contínuo que reflete a direção estratégica da organização. https://player.vimeo.com/video/735883158 O uso do marketing pelas organizações deve estar direcionado à: • apresentação de algo único à população, como um diferencial relevante e positivo; • oportunidade de fazer algo importante; • oportunidade de fazer algo de boa repercussão para a comunidade. Atualmente, as organizações estão considerando seu bom relacionamento com o cliente, uma vez que observam que esses são os principais responsáveis pelo seu desenvolvimento. Além disso, as organizações estão entendendo que estabelecer um bom relacionamento de longo prazo com seus clientes é mais importante do que “fechar uma venda”. Os quatro componentes do mix de marketing Segundo Thomas e Calhoun (2007), o autor Edmund Jerome McCarthy publicou em seu livro Marketing básico: uma abordagem gerencial, em 1960, um conjunto de variáveis que uma organização pode usar para interagir com seu público-alvo. Marketing em saúde – Parte 1 • 7/14 O autor foi pioneiro dos denominados “quatro Ps”, que representam os quatro componentes do mix de marketing: produto, preço, praça e promoção: • Produto: representa o primeiro “P”, que é o “produto” dos cuidados de saúde, como os bens, serviços e ideias oferecidos por uma organização de saúde. Contudo, a base do marketing é oferecer um produto de qualidade; ou seja, uma campanha de marketing sofisticada nunca conseguirá superar um serviço mal-entregue. • Preço: é o segundo “P” e refere-se ao valor cobrado por um produto, incluindo taxas, encargos, contribuições de prêmio, franquias, copagamentos e outros custos diretos dos serviços de saúde. No passado, o preço não era um fator de diferenciação, razão pela qual não representava uma questão de marketing; no entanto, o surgimento dos cuidados gerenciados, procedimentos eletivos e outros fenômenos mudou esse conceito. Atualmente, a questão do preço dos serviços de saúde é uma preocupação crescente para os profissionais de marketing, uma vez que o mercado dos serviços de saúde tem criado clientes sensíveis a preços em um ambiente cada vez mais voltado para o consumidor. • Praça: como terceiro P, representa onde os bens ou serviços estão localizados ou como são distribuídos para uso pelos consumidores. O elemento “praça” pode melhorar a percepção da qualidade do produto, o que ocorre quando uma organização de saúde está convenientemente localizada, facilitando o acesso aos cuidados, ou quando fornece serviços on-line para um atendimento mais eficiente. • Promoção: é o quarto P do mix de marketing. Refere-se a qualquer meio para informar o mercado de que a organização desenvolveu uma estratégia para atender às suas necessidades. O mix promocional refere-se às várias técnicas de comunicação, como publicidade, promoção de vendas, relações públicas, dentre outras. Marketing em saúde – Parte 1 • 8/14 Em resumo Além de outros aspectos ligados à administração da saúde, o cenário do mercado atual exige muitas estratégias de marketing. Hoje, apesar de as organizações em cuidados de saúde desempenharem serviços de qualidade, é fundamental que os divulguem aos consumidores, garantindo a adesão e a retenção de novos clientes. Entender o que o cliente pensa e o que esse cliente deseja ou necessita é fator crucial para o sucesso da organização e sua reputação. Aplicação prática Na prática, através do marketing, organizaçõesde saúde estabelecem um relacionamento muito diferente com seu público-alvo em comparação com organizações de outros setores. Os consumidores de serviços de saúde estão mais dispostos a confiar nas mensagens disseminadas pelas organizações de saúde, uma vez que entendem que os profissionais de saúde são formados para ajudar a população, e não somente para “ganhar dinheiro”. A partir de então, em um contexto maior, o relacionamento entre o prestador de cuidados de saúde e o consumidor envolve certo nível de confiança. A natureza pessoal dos serviços de saúde envolve um componente emocional que está ausente em outras transações do consumidor. Por fim, pode-se entender também que as mensagens passadas pelas organizações à população terão muito mais relevância quando envolverem alertas ou dicas de cuidados de saúde, contexto no qual agregam valor à mensagem de marketing, cativando ainda mais o cliente. Marketing em saúde – Parte 1 • 9/14 Saiba Mais Para aprofundar seus estudos em marketing e vendas no contexto da assistência à saúde gerenciada nos EUA, leia o Capítulo 16 da sexta edição do livro-base desta disciplina, Essentials of Managed Health Care, de Peter R. Kongstvedt. Saiba mais sobre a influência do marketing na comercialização de medicamentos, conscientização sobre doenças, serviços de saúde e testes laboratoriais nos Estados Unidos por meio do link: https:// jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2720029. Acesso em 17 de agosto de 2022. Na ponta da língua https://player.vimeo.com/video/735883468 https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2720029 Referências Bibliográficas Kongstvedt, P.R. (2012). Essentials of managed health care. Burlington: Jones and Bartlett Learning, 6. ed. Spath, P. (2013). Introduction to healthcare quality management. Chicago: Health Administration Press, 2 ed. Thomas, R.K. & Calhoun, M. (2007). Marketing matters: a guide for healthcare executives. Chicago: Health Administration Press. https://www.directtextbook.com/publisher/health-administration-press Marketing em saúde – Parte 1 • 14/14 Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Essentials of Managed Health Care, Sixth Edition Peter R. Kongstvedt Jones and Bartlett Learning © 2012 Im ag en s: Sh utt er st oc k Marketing em saúde – Parte 2 H EA LT H CA RE M A N AG EM EN T FO R EX EC U TI V ES - H CA 53 2 - 4 .2 Must University/2018 Marketing em saúde – Parte 2 • 2/14 Objetivos de Aprendizagem • Entender o marketing na organização em cuidados de saúde; • Conhecer o processo de marketing na organização em cuidados de saúde. Marketing em saúde – Parte 2 Conteúdo organizado por Tamara Martins Vanini do livro Essentials of Managed Health Care, Sixth Edition de Peter R. Kongstvedt, 2012. https://player.vimeo.com/video/735883572 Introdução Atualmente, em um mercado competitivo com clientes exigentes, as organizações em cuidados de saúde estão se tornando cada vez mais conscientes da importância do marketing. O passo inicial para essas organizações implementarem o marketing é incluir pessoal apropriado na equipe. Embora o departamento de marketing ou mesmo uma agência externa possa ter grande parte da responsabilidade pelas campanhas específicas, o impulso para as ações específicas deve partir de um grupo central de indivíduos que representem a administração, as operações clínicas, o gerenciamento de informações de saúde, a tecnologia da informação, os recursos humanos e a pesquisa, além de pessoal de marketing ou consultores externos. A criação de uma equipe dessa maneira tem o duplo efeito de garantir informações adequadas sobre o processo de marketing, além de manter todos os setores envolvidos informados sobre estratégias de marketing e atividades promocionais. * Ui. ** °<O6., -— cCLUj O marketing na organização de cuidados de saúde O marketing representa um processo demorado, contudo, talvez enganados pela fácil apresentação da publicidade nos meios de comunicação em massa, os executivos da área de saúde muitas vezes não sabem que um inteligente anúncio de 30 segundos é resultado de meses ou anos de preparação. Assim, o produto final desse processo, seja um anúncio impresso ou eletrônico, uma campanha de telemarketing ou uma propaganda com celebridade, representa uma parcela do esforço envolvido em projetar, desenvolver e implementar a atividade de marketing na organização (Thomas & Calhoun, 2007). Nesse contexto, o processo de marketing deve começar antes que a campanha seja formulada. As sementes dessa campanha são encontradas em dois componentes diferentes da organização: • Primeiramente, a ideia, a abordagem e a metodologia incorporadas na iniciativa de marketing devem refletir o plano estratégico da organização. Esse plano deve, por sua vez, refletir a declaração da missão da organização, e o esforço de marketing deve contribuir para suas iniciativas estratégicas. Marketing em saúde – Parte 2 • 5/14 • Em segundo lugar, o esforço de pesquisa de mercado da organização. A campanha de marketing deve ter origem no trabalho de base estabelecido pelo departamento de pesquisa. As ideias de marketing não devem surgir “do nada”, mas sim refletir tanto a orientação estratégica quanto a pesquisa de mercado anterior da organização. Contudo, para isso, é fundamental que a organização tenha um plano estratégico em andamento e trabalhos de pesquisa de mercado. https://player.vimeo.com/video/735883830 Marketing em saúde – Parte 2 • 5/14 O processo do marketing Para o desenvolvimento do processo de marketing, a organização deverá fornecer algumas informações antes de qualquer divulgação. Informações sobre a natureza do serviço ou produto oferecido, seus atributos diferenciais, até que ponto outras organizações oferecem o mesmo serviço e o panorama da concorrência dentro da área de mercado também são considerações importantes. Ainda, informações de distribuição de serviço são necessárias, como onde estão localizados os pontos de atendimento, ou se o serviço só pode ser fornecido em um centro médico ou se estão convenientemente localizados para facilitar o acesso dos clientes etc. A visão geral desenvolvida dessa maneira representa a primeira etapa do processo de marketing. A partir da reunião dessas informações, o comerciante estará em condições de começar a formular o plano de marketing. Marketing em saúde – Parte 2 • 6/14 Definição de objetivos de marketing Os objetivos referem-se aos alvos e propósitos que devem ser alcançados. Embora as metas sejam declarações gerais, os objetivos devem ser muito específicos e declarados em termos claros e concisos. Quaisquer conceitos referenciados em um objetivo devem ser claramente definidos e mensuráveis. Ainda, devem ser estabelecidos prazos claros para o alcance desses objetivos, bem como devem ser passíveis de avaliação. Uma vez que os objetivos de marketing são definidos e revisados pelas partes responsáveis, passarão a representar um tipo de “contrato ou acordo” sobre o propósito do marketing. Formulação de estratégia Durante o processo de marketing, decisões devem ser tomadas em relação à estratégia a ser implementada. A estratégia refere-se à abordagem generalizada de marketing mais adequada para alcançar o objetivo declarado, capaz de fornecer uma orientação geral para o processo de marketing, adequar os recursos disponíveis, minimizar qualquer eventual fragilidade ou resistência e, em última análise, estruturar o processo para atingir as metas da iniciativa de marketing. Para exemplificar a formulação da estratégia, em uma situação hipotética, uma pesquisa inicial indicou que uma população de difícil acesso provavelmente não será facilmente influenciada pelo marketing padrão, assim, uma estratégia envolvendo parcerias com igrejas e outras organizações da comunidade que alcancem esse público-alvo onde moram pode ser necessária. Marketing em saúde – Parte2 • 7/14 Escolha da técnica Na área de marketing, várias opções estão disponíveis para promover um serviço específico. No entanto, o profissional de marketing será capaz de discernir o melhor método para cada campanha específica. A abordagem mais eficaz para divulgação será aquela compatível com as preferências do público-alvo, o tipo de informação a ser comunicada e o objetivo da divulgação, refletindo a estratégia escolhida. Ainda, o formato da divulgação também deve considerar vários fatores diferentes, incluindo o contexto, a mensagem transmitida, o momento da divulgação e os canais mais adequados para disseminar as informações. Dentro da escolha da técnica é importante ressaltar o contexto e a mensagem, o tempo e os canais de comunicação. 1. Contexto e mensagem: o contexto refere-se ao ambiente físico e sociocultural em que a comunicação ocorrerá, já a mensagem representa as informações que serão transmitidas ao público-alvo. Assim, deve-se determinar quais informações fornecer, bem como, o estilo e o tom da apresentação e, por fim o que a mensagem deve transmitir. 2.Tempo: em marketing, tempo (“timing”) é fundamental. O tempo pode se referir ao dia da semana ou à hora do dia em que ocorre uma divulgação. Também pode se referir à frequência de exposição da mensagem e o estado de prontidão do público-alvo para visualizar a divulgação e mensagem que está sendo transmitida. 3.Canais de comunicação: para a divulgação e comunicação de marketing são utilizados canais específicos, podendo incluir canais interpessoais (médicos, amigos, familiares), canais de grupo (atividades em sala de aula, grupos religiosos, reuniões de bairro), ou canais impessoais, como a mídia de massa. Marketing em saúde – Parte 2 • 8/14 Em resumo Por fim, os profissionais de marketing têm muitas habilidades na área, mas provavelmente não terão uma avaliação geral da organização, de seus objetivos e de suas estratégias. Dessa forma, caberá ao executivo se envolver no processo para garantir uma abordagem de marketing de acordo com o plano estratégico da organização. Aplicação prática Na prática, Thomas e Calhoun (2007) propõem alguns fatores de sucesso para o marketing na organização em cuidados de saúde que servem como valiosas dicas aos executivos quando falamos do marketing nessas organizações: • Entenda o que o marketing realmente envolve e os vários objetivos que ele serve; • Entenda que existem razões certas e erradas para o marketing; • Use o marketing para moldar e controlar a reputação da sua organização; • Estabeleça o marketing como uma atividade contínua na organização; • Integre o marketing como uma atividade comparável a outras funções de negócios; • Estabeleça sua organização como uma “organização de marketing”, ou seja, todos os associados e gestores devem trabalhar em prol da identificação de oportunidades que garantam a reputação e a divulgação da organização; • Use marketing para informar e educar a população e o cliente, agregando valor às divulgações da organização. Saiba Mais Para aprofundar seus estudos em marketing nas organizações em cuidados de saúde, acesse o site <https://www.evariant.com/faq/what- is-healthcare-marketing> (acesso em: 26 maio 2021) e leia mais sobre as definições de marketing, benefícios do marketing e principais dúvidas e respostas sobre o marketing nessas organizações. Na ponta da língua ALTHCARE MANAGEMENT FOR EXECUTIVE Unidade 4 - Tema 2 https://player.vimeo.com/video/735884092 https://www.evariant.com/faq/what-is-healthcare-marketing https://www.evariant.com/faq/what-is-healthcare-marketing Referências Bibliográficas Kongstvedt, P.R. (2012). Essentials of managed health care. Burlington: Jones and Bartlett Learning, 6. ed. Spath, P. (2013). Introduction to healthcare quality management. Chicago: Health Administration Press, 2 ed. Thomas, R.K. & Calhoun, M. (2007). Marketing matters: a guide for healthcare executives. Chicago: Health Administration Press. Marketing em saúde – Parte 2 • 14/14 Im ag en s: Sh utt er st oc k Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Essentials of Managed Health Care, Sixth Edition Peter R. Kongstvedt Jones and Bartlett Learning © 2012 Finanças operacionais e orçamento H EA LT H CA RE M A N AG EM EN T FO R EX EC U TI V ES - H CA 53 2 - 4 .3 Must University/2018 Melhoria contínua na assistência à saúde – Parte 1 • 2/14 Objetivos de Aprendizagem • Compreender os conceitos de finanças e orçamento; • Conhecer a importância das finanças e orçamentos nas organizações de cuidados de saúde. Finanças operacionais e orçamento Conteúdo organizado por Tamara Martins Vanini do livro Essentials of Managed Health Care, Sixth Edition de Peter R. Kongstvedt, 2012. https://player.vimeo.com/video/735884189 Introdução Quando se fala em finanças e orçamento, é fundamental ressaltar que, na área da saude, os objetivos financeiros, orçamentários e receitas variam de acordo com a organização ou instituição em saúde. O setor da saúde consiste em um conjunto diversificado de indústrias que envolvem, direta ou indiretamente, os cuidados de saúde da população. Entre as principais indústrias do setor de saúde estão: • Os serviços de saúde (provedores de serviços de saúde), entre os quais se incluem práticas médicas, hospitais, clínicas, ambulatórios e agências de assistência médica domiciliar; • Os planos de saúde, representados pela indústria de seguros de saúde, que faz a maior parte dos pagamentos a provedores de serviços de saúde, incluindo programas governamentais e seguradoras. Também estão incluídas as empresas de cuidados gerenciados, como as organizações de manutenção da saúde (HMOs); • Equipamentos e suprimentos médicos, incluindo os fabricantes de equipamentos médicos duráveis, como equipamentos de diagnóstico e cadeiras de rodas, além de suprimentos médicos descartáveis, como instrumentos cirúrgicos descartáveis e ataduras; Melhoria contínua na assistência à saúde – Parte 1 • 4/14 • Indústria farmacêutica e de biotecnologia, desenvolvem e comercializam medicamentos e outros produtos terapêuticos; • Outros setores no ramo da saúde, desde empresas de consultoria até instituições educacionais, agências de pesquisa governamentais e privadas. Finanças Sabe-se que os princípios e as práticas das finanças devem se basear na realidade do atual ambiente da saúde, incluindo como os serviços de saúde são financiados. Nesse sentido, as finanças representam as funções de contabilidade e de gestão financeira de uma organização ou indústria. A contabilidade refere-se ao registro, em termos financeiros, de eventos econômicos que refletem as operações, os recursos e o financiamento de uma organização, criando informações úteis sobre o status financeiro e as principais operações de uma organização. Como ocorre em empresas de qualquer setor, as principais funções das finanças nas organizações de serviços de saúde são: planejar, adquirir e utilizar recursos para maximizar a eficiência da empresa. Nesse sentido, de acordo com Gapenski (2008), em geral, as atividades financeiras incluem: • Planejamento e orçamento: o financiamento de negócios envolve a avaliação da eficácia financeira das operações atuais e o planejamento para o futuro. Os orçamentos desempenham um papel importante neste processo. • Relatório financeiro: refere-se aos relatos dos resultados das operações e o status financeiro atual da empresa através de um conjunto de demonstrações financeiras. • Decisões de investimento de capital: concentram-se na aquisição de terrenos, edifícios e equipamentos. Essas decisões representam o meio pelo qual as empresas implementam planos estratégicos e, portanto, desempenham um papel fundamental no futuro financeiro de uma empresa. Melhoria contínua na assistência à saúde-Parte 1 • 5/14 • Decisões de financiamento: todas as organizações devem levantar capital para comprar os ativos necessáriospara apoiar as operações. Tais decisões envolvem a escolha entre fundos internos e externos, o uso de dívida versus capital próprio, o uso de dívida de longo prazo versus dívida de curto prazo e o uso de arrendamento versus financiamento. • Gerenciamento de capital de giro: envolve os ativos atuais ou de curto prazo de uma organização, como caixa, títulos e valores mobiliários, contas a receber e estoques. Estes devem ser adequadamente gerenciados, tanto para garantir a eficácia operacional quanto para reduzir custos. • Gestão de contratos: as organizações de serviços de saúde devem negociar, assinar e monitorar contratos com organizações de assistência gerenciada e terceiros pagadores. • Gestão de risco financeiro: muitas transações financeiras que ocorrem para apoiar as operações de uma empresa podem, elas próprias, aumentar o risco da organização. Assim, uma atividade financeira importante é controlar o risco financeiro. Unidade 4 - Tema 3 ALTHCARE íANAGEMENT FOR EXECUTIVE https://player.vimeo.com/video/735884418 Melhoria contínua na assistência à saúde – Parte 1 • 6/14 Planejamento e orçamento Planejamento e orçamento desempenham um papel essencial na função financeira de todas as organizações de serviços de saúde. O planejamento engloba o processo geral de preparação da organização para o futuro. O orçamento, por sua vez, refere-se a um desdobramento do processo de planejamento. Um conjunto de orçamentos é a ferramenta básica de contabilidade gerencial usada para unir as funções de planejamento e controle. Na maioria das vezes, os planos organizacionais concentram-se no cenário geral de longo prazo, enquanto os orçamentos abordam os detalhes do planejamento para o futuro imediato e, por meio do mecanismo de controle, garantem que o desempenho atual seja consistente com os planos e as metas da organização. O orçamento envolve planos detalhados, expressos em moeda americana (dólares), que especificam como os recursos serão obtidos e utilizados durante um período de tempo especificado. É preciso pensar no orçamento não apenas como ferramentas contábeis, mas também como ferramentas gerenciais, uma vez que fornecem os meios para planejar e comunicar expectativas operacionais dentro de uma organização. Embora o planejamento, a comunicação e a alocação sejam propósitos importantes do processo orçamentário, segundo Gapenski (2008), talvez o maior valor do orçamento seja o estabelecimento de referências financeiras para o controle. Quando comparados aos resultados reais, os orçamentos fornecem um feedback sobre o desempenho financeiro relativo da organização. Essas comparações ajudam na avaliação do desempenho da organização como um todo ou de departamentos, linhas de produtos, contratos de reembolso e assim por diante. Melhoria contínua na assistência à saúde – Parte 1 • 7/14 Tipos de orçamentos Veja quais são, de acordo com Gapenski (2008), os tipos de orçamentos e suas definições: • Orçamento estatístico: é capaz de especificar o volume de pacientes e os recursos usados em outros orçamentos. O orçamento estatístico se insere em todos os outros orçamentos, razão pela qual a precisão deste orçamento é particularmente importante. Algumas organizações, especialmente as menores, podem não ter um orçamento separado de estatísticas, mas podem incorporar dados diretamente nos orçamentos de receita e despesas ou talvez em um único orçamento operacional. Contudo, a vantagem de um orçamento de estatísticas separado é que ele força todos os outros orçamentos dentro da organização a usar o mesmo conjunto de premissas de volume e recursos. • Orçamento de receita: nele as informações detalhadas do orçamento de estatísticas são inseridas, combinando-se dados de volume e de reembolso para desenvolver previsões de receita. No orçamento de receita devem ser apresentadas previsões de receitas de todas as fontes em uma organização. • Orçamento de despesas: assim como o orçamento de receitas, é derivado de dados no orçamento de estatísticas. O orçamento de despesas geralmente é dividido em mão de obra (salários, vencimentos e benefícios adicionais, incluindo viagens e educação) e outros componentes relacionados a despesas associadas a itens como arrendamentos, utilidades e suprimentos médicos e administrativos. • Orçamento operacional: que fornece uma visão geral dos custos de uma organização. Para organizações maiores refere-se a uma combinação dos orçamentos de receita e despesa. Para empresas menores, os orçamentos de estatísticas, receita e despesas geralmente são combinados em um único orçamento operacional. Melhoria contínua na assistência à saúde – Parte 1 • 8/14 • Orçamento de caixa: representa a posição do caixa da organização e prevê para um determinado período futuro o fluxo de entradas e saídas de dinheiro na empresa. Estão incluídos nesta previsão todos os ativos de liquidez imediata: dinheiro em caixa, saldos disponíveis em bancos e aplicações em curto prazo. Em resumo Por fim, nos últimos anos, as instituições ligadas à assistência à saúde estão redesenhando suas funções financeiras para reconhecer as mudanças que ocorreram no setor. Nesse sentido, a função financeira deve suportar os esforços de contenção de custos, gerenciamento e negociações de contratos. Além disso, todas as decisões de negócios têm implicações financeiras, razão pela qual gestores devem saber o suficiente sobre finanças para incorporar adequadamente quaisquer implicações financeiras às decisões tomadas dentro de suas próprias áreas ou setores. Na prática, em uma organização de cuidados de saúde, os orçamentos são capazes de fornecer informações sobre o que precisa ser feito para a melhora de desempenho. Quando os resultados reais ficam aquém dos especificados no orçamento, devem ser trabalhadas análises das variações apresentadas para identificar as áreas que causaram o desempenho abaixo da média. Além disso, as informações obtidas através da comparação entre os resultados reais e os resultados esperados serão úteis para melhorar a precisão geral do processo de planejamento. Aplicação prática Melhoria contínua na assistência à saúde – Parte 1 • 9/14 Na ponta da língua Saiba Mais Para aprofundar seus estudos em finanças e orçamento no contexto da assistência à saúde gerenciada, leia o Capítulo 21 do livro Essentials of Managed Health Care, de Peter R. Kongstvedt. Saiba mais sobre o papel da gestão financeira na área da saúde por meio do link: https://smallbusiness.chron.com/role-financial-management- health-care-76263.html. Acesso em 17 de agosto de 2022. https://player.vimeo.com/video/735884742 https://smallbusiness.chron.com/role-financial-management-health-care-76263.html Referências Bibliográficas Gapenski, L. (2008). Healthcare finance: an introduction to accounting and financial management. Chicago: Health Administration Press, 4 ed. Kongstvedt, P.R. (2012). Essentials of managed health care. Burlington: Jones and Bartlett Learning, 6. ed. Spath, P. (2013). Introduction to healthcare quality management. Chicago: Health Administration Press, 2 ed. https://www.directtextbook.com/publisher/health-administration-press Melhoria contínua na assistência à saúde – Parte 1 • 14/14 Im ag en s: Sh utt er st oc k Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Essentials of Managed Health Care, Sixth Edition Peter R. Kongstvedt Jones and Bartlett Learning © 2012 Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 1 H EA LT H CA RE M A N AG EM EN T FO R EX EC U TI V ES - H CA 53 2 - 4 .4 Must University/2018 Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 1 • 2/13 Objetivos de Aprendizagem • Compreender os fundamentos da gestão de cadeia de suprimentos; • Conhecer os modelos de cadeias de suprimentos: tradicional e verticalmente integrado. Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 1 Conteúdo organizado por Tamara Martins Vanini do livro Essentials of ManagedHealth Care, Sixth Edition de Peter R. Kongstvedt, 2012. https://player.vimeo.com/video/735884863 Introdução A liderança de uma organização em cuidados de saúde atualmente deverá trabalhar a gestão “com ênfase nos recursos humanos, no capital intelectual e, principalmente, nos processos (nos quais se inclui a cadeia de suprimentos)" (MV, 2016, [s.p.]). Para que uma organização seja suprida de forma adequada, com materiais adequados que garantam qualidade, produtividade, satisfação dos pacientes e prestação de serviços, grande atenção deve ser dada ao gerenciamento de cadeia de suprimentos. De acordo com Ledlow, Corry e Cwiek (2007), as organizações mais lucrativas, geralmente as melhores empresas reconhecidas no mundo, dominam a ciência e a arte da gestão da cadeia de suprimentos. Essas organizações perceberam há muito tempo que o gerenciamento e o aprimoramento da cadeia de suprimentos exigem comprometimento e esforço total da equipe. A cadeia de suprimentos em saúde OT Of O conceito de uma cadeia de suprimentos na área de saúde é Formado por uma visão mais ampla que considera uma estratégia de planejamento, implantação e controle do fluxo para os processos de obtenção e gerenciamento da movimentação de materiais. Na logística em saúde é preciso considerar toda a infraestrutura existente, desde a organização, as pessoas, os processos até os sistemas de informação de suporte (MV, 2016, [s.p.]). Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 1 • 4/13 Nos dias de hoje, os líderes de saúde estão bem conscientes das crescentes pressões para fornecer resultados positivos e favoráveis acerca dos cuidados com pacientes e para reduzir os custos sempre que possível. Os líderes do setor de saúde aprenderam a operar no ambiente de margens cada vez menores, inclusive com margens negativas, motivo pelo qual faz sentido que esses líderes estejam aproveitando a oportunidade para dominar a gestão e a supervisão da cadeia de suprimentos (Ledlow, Corry & Cwiek, 2007). Como em todos os sistemas, a eficácia de uma área afeta a eficácia de outras áreas. De fato, a cadeia de suprimentos em serviços de saúde impacta a prestação de cuidados ao paciente, os níveis de satisfação de todos os interessados e a saúde financeira de uma organização. Por essa razão, em muitas organizações de assistência à saúde, a melhora da cadeia de suprimentos resultou em aprimoramentos na segurança do paciente e na satisfação do médico. Modelos de cadeia de suprimentos Modelo tradicional Segundo Ledlow, Corry e Cwiek (2007), a atual cadeia de suprimentos de saúde segue o modelo tradicional. Contudo, os autores afirmam que essa cadeia de suprimentos nos EUA precisa de uma nova visão. Por essa razão, descrevem as seguintes características relevantes do modelo tradicional: • Presença de vários sistemas com múltiplos processos que, muitas vezes, não possuem coesão e uniformidade. Muitos sistemas de saúde e instalações autônomas usam diferentes sistemas de informações de gerenciamento de materiais e processos diferentes em instalações e departamentos. • Altas taxas de distribuição. A maioria das organizações de saúde gasta centenas de milhares de dólares ou mais em taxas. Gerenciamento de cadeia de suprimentos-Parte 1 • 5/13 • Falhas de qualidade de serviço e frequência de serviço que não correspondem à necessidade. Os distribuidores geralmente entregam apenas 80% a 90% do pedido. Isso causa grande número de falta de produtos para os médicos todos os dias, o que é uma falha na qualidade do serviço. Em outras ocasiões, os distribuidores sobrecarregam os pedidos, causando excesso de estoque nas prateleiras e custos mais altos para o excedente e para o armazenamento. Quanto à frequência, muitas organizações de saúde recebem suprimentos com base nos horários dos distribuidores, em vez de necessidades clínicas. • Atacadistas controlam processos de farmácia. Os distribuidores/ atacadistas externos que fornecem os medicamentos controlam os sistemas e processos de fornecimento, de pedido, de recebimento e de distribuição de medicamentos. • Processos de gerenciamento inconsistentes. Não é incomum que uma instalação tenha departamentos diferentes que gerenciem a cadeia de suprimentos de maneiras diferentes. Eles podem ter sistemas de informação separados, sistemas de inventário diferentes e até nomenclatura básica diferente. • Dados utilizáveis limitados. Em muitas organizações de assistência médica, produtos idênticos têm nomes diferentes a depender da instalação ou do departamento. Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 1 • 6/13 Isso limita a capacidade de uma organização de agregar dados para tomada de decisões, compra de volume e pedidos em massa (afetando, assim, o resultado final) e apresenta uma possível barreira de comunicação entre o gerenciamento de materiais e os usuários finais. • Muitos intermediários. A maioria dos distribuidores atende a muitos clientes, o que significa que as organizações de assistência à saúde obtêm suprimentos de muitas instalações de distribuição diferentes para atender às suas necessidades ou são orientadas a usar o estoque do distribuidor nessa região de serviço específica. https://player.vimeo.com/video/735885128 Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 1 • 6/13 Modelo verticalmente integrado De acordo com Ledlow, Corry e Cwiek (2007), o gerenciamento da cadeia de suprimento de serviços de saúde precisa melhorar o atendimento aos pacientes de forma mais eficaz e eficiente. A cadeia de suprimentos do modelo tradicional existente precisa ser avaliada estrategicamente, alavancada e usada como vantagem competitiva no mercado. O modelo verticalmente integrado incorpora essas mudanças. Assim, ainda de acordo com os autores, são características importantes deste modelo: • Sistema único, dados comuns e compras eletrônicas: um sistema de informação para gerenciamento de materiais que esteja vinculado a finanças e sistemas clínicos com utilização de dados comuns em toda a organização é vital para melhorar as informações de apoio à decisão e implementar projetos que visam economia e melhoria de qualidade. Isso também permite análises uniformes e processos consistentes em toda a empresa. • Redução e/ou eliminação da taxa de distribuição: é possível reduzir e, em alguns casos, eliminar a necessidade dos intermediários na cadeia de suprimentos, trabalhando diretamente com distribuidores e fabricantes e negociando, assim, diretamente as taxas. • Redução de falhas de serviço e qualidade: as organizações de saúde podem controlar melhor sua qualidade de serviço da cadeia de suprimentos mediante negociação direta com fabricantes e distribuidores. Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 1 • 7/13 • Processos de gerenciamento consistentes e complexidade reduzida: a capacidade de simplificar e adotar processos consistentes para pedidos, compras, recebimento, gerenciamento de estoques, reabastecimento e cobranças diretamente associada à melhoria do desempenho financeiro, à segurança do paciente e à satisfação das partes interessadas. • Serviço confiável e quando necessário: as organizações de saúde que negociam parâmetros de prestação de serviços com os distribuidores têm maior probabilidade de obter suprimentos quando e onde precisam, até mesmo para todas as instalações todos os dias. • Estoque do que é necessário: sistemas únicos de informação, dados comuns e negociações efetivas com distribuidores e fabricantes permitem que a organização em cuidados de saúde armazene o que é realmente necessário naquele local e não seja mais dependente do que vende melhor para os distribuidores. • Benefícios: o modelo verticalmente integrado mantém uma organização interna de compras, distribuição, transporte e cadeia de suprimentos, na qual as metas e o trabalho são coordenados para obter o maior valor para a organização. Em resumo Por fim, há evidências suficientes para indicar que os líderes desaúde precisam entender a cadeia de suprimentos de sua organização em cuidados de saúde, em um nível muito maior do que no passado. Ainda, no atual contexto, é um erro “delegar a responsabilidade de controlar essa área a funcionários não qualificados”, razão pela qual é “preciso que o gestor entenda minimamente de conceitos básicos e da linguagem técnica dos materiais”, garantindo ganhos de qualidade, produtividade, eficiência e eficácia (MV, 2016, [s.p.], grifos no original). Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 1 • 8/13 Na prática, segundo Ledlow, Corry e Cwiek (2007), o modelo verticalmente integrado pode alcançar uma economia líquida nos custos de suprimentos de 15% a 20%. Naturalmente, quanto maior for a operação, maiores serão as economias, além disso, a capacidade de melhorar positivamente a segurança do paciente e a satisfação dos médicos e funcionários é aprimorada pela melhoria do atendimento da cadeia de suprimentos. Assim, o modelo integrado verticalmente requer que a organização de saúde desenvolva e construa infraestrutura para operar e fornecer recursos para a cadeia de suprimentos. Aplicação prática Saiba Mais Para aprofundar seus estudos sobre as novas tendências para otimizar os custos nas operações da cadeia de suprimentos de saúde, leia o artigo “New Trends in Healthcare Supply Chain”, disponível em: <https://www.pomsmeetings.org/confproceedings/043/fullpapers/ fullpaper_files/043-0259.pdf> (acesso em: 26 maio 2021). https://www.pomsmeetings.org/confproceedings/043/fullpapers/fullpaper_files/043-0259.pdf https://www.pomsmeetings.org/confproceedings/043/fullpapers/fullpaper_files/043-0259.pdf Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 1 • 9/13 Na ponta da língua Referências Bibliográficas Kongstvedt, P.R. (2012). Essentials of managed health care. Burlington: Jones and Bartlett Learning, 6. ed. Ledlow, G.R., Corry, A.P. & CWIEK, M.A. (2007). Optimize your healthcare supply chain performance. Chicago: Health Administration Press. MV. (2016). A importância da gestão da cadeia de suprimentos na gestão hospitalar. MV, jan. 2016. Disponível em: <https://bit.ly/2NJh53U>. Acesso: 7 jun. 2018. Spath, P. (2013). Introduction to healthcare quality management. Chicago: Health Administration Press, 2 ed. https://player.vimeo.com/video/735885389 https://www.directtextbook.com/publisher/health-administration-press Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 1 • 13/13 Im ag en s: Sh utt er st oc k Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Essentials of Managed Health Care, Sixth Edition Peter R. Kongstvedt Jones and Bartlett Learning © 2012 Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 2 H EA LT H CA RE M A N AG EM EN T FO R EX EC U TI V ES - H CA 53 2 - 4 .5 Must University/2018 Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 2 • 2/14 Objetivos de Aprendizagem • Conhecer fatores importantes no gerenciamento da cadeia de suprimentos; • Entender a importância da liderança no gerenciamento da cadeia de suprimentos. Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 2 Conteúdo organizado por Tamara Martins Vanini do livro Essentials of Managed Health Care, Sixth Edition de Peter R. Kongstvedt, 2012. https://player.vimeo.com/video/735885516 Introdução Em uma organização de cuidados de saúde, os membros da equipe de liderança precisam entender se sua organização se enquadra mais no contexto do modelo tradicional ou no contexto do modelo verticalmente integrado de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Precisam ainda ter em mente como gostariam que sua organização estivesse nos próximos anos. Nesse sentido, será possível traçar estratégias em busca de melhorias do gerenciamento de cadeias de suprimentos. r ALTHCARE .iANACEMENT FOR EXECUTIVE https://player.vimeo.com/video/735885762 'A Fatores estratégicos da cadeia de supri mentos De acordo com Ledlow, Corry e Cwiek (2007), os fatores estratégicos são fundamentais para o gerenciamento de cadeias de suprimentos. Todos os fatores estratégicos descritos a seguir relacionam-se entre si, estando, portanto, fortemente ligados. Os autores afirmam que fatores estratégicos devem ser culturalmente significativos dentro da organização e, além disso, precisam estar presentes no dia a dia da organização. Por fim, cabe ressaltar que esses mesmos fatores podem influenciar as decisões da cadeia de suprimentos que estão focadas em melhorar o atendimento e a segurança do paciente, a satisfação do médico e da equipe e o desempenho financeiro. Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 2 • 4/14 Fator estratégico 1: Utilidade do sistema de informação, com- pras eletrônicas e integração Dados importantes sendo trabalhados em bons sistemas criam informações que podem ser transformadas em conhecimento para suporte às decisões no gerenciamento da cadeia de suprimentos e ações de melhorias. Os sistemas de informação da cadeia de suprimentos devem ser integrados às principais funções de finanças, operações clínicas, contabilidade de custos e receitas, de modo que a equipe de saúde possa “falar a mesma língua”, além de usar os dados para análises conjuntas, tomadas de decisões eficazes e apresentação desses dados sobre as transações realizadas na organização. Além disso, vale salientar que as compras eletrônicas reduzem significativamente erros e discrepâncias nos pedidos realizados, especialmente com o uso de um catálogo eletrônico, favorecendo maior qualidade no gerenciamento da cadeia de suprimentos. Fator estratégico 2: Expertise em cadeia de suprimentos Todo líder da organização (o diretor executivo, o diretor de operações, e o diretor financeiro, por exemplo) deve ter um entendimento prático dos fundamentos estratégicos e operacionais da cadeia de suprimentos para encontrar oportunidades de melhoria e ter a capacidade, juntamente com a equipe, de implementar boas ideias. Sabe-se que a linguagem da cadeia de suprimentos é muitas vezes estranha às equipes clínicas, às equipes financeiras e às equipes de administração. Nesse sentido, é importante criar na organização, por intermédio dos líderes, uma cultura do gerenciamento da cadeia de suprimentos com todos os funcionários mediante conscientização de toda a equipe acerca da importância desse processo para cada uma das áreas. Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 2 • 5/14 Fator estratégico 3: Despesas da cadeia de suprimentos Quanto mais uma organização de assistência médica gasta, maior é seu poder no mercado para negociar preços, serviços, qualidade e condições de pagamento. Isso permite que a organização aproveite melhor as condições que o mercado oferece. Assim, é fundamental entender a composição dos gastos da cadeia de suprimentos. Os custos dos itens médicos/cirúrgicos e farmacêuticos (referentes ao custo do item multiplicado pelo volume/quantidade) são relativamente fáceis de calcular e entender. Custos mais difíceis associados à cadeia de suprimentos são custos de armazenamento e manutenção, custos de transporte, custos de gerenciamento de estoque, custos do sistema de informação atribuídos às atividades da cadeia de suprimentos e custos de pessoal. Compreender os gastos e onde eles se acumulam são fatores valiosos na tomada de decisões sábias por parte dos líderes. Fator estratégico 4: Nível de colaboração de médicos Quanto maior é o nível de colaboração dos médicos com a liderança e com a equipe de gerenciamento da cadeia de suprimentos, maior é a capacidade de uma organização restringir a compra de suprimentos de alto custo e alto volume em um ou dois fornecedores específicos, melhorando a negociação de compras. Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 2 • 6/14 Em outras palavras, por exemplo, quando os médicos entendem as preocupações e responsabilidades da liderança no gerenciamento da cadeia de suprimentos, bem como quando conhecem os processos da operaçãoda cadeia de suprimentos, eles certamente poderão colaborar com o uso e a solicitação de suprimentos específicos, sem fazer exigências de materiais de outras marcas ou que são vendidos por outros fornecedores. Fator estratégico 5: Nível de colaboração entre enfermeira e equipe clínica Assim como discutido no item anterior, quanto maior for o nível de colaboração do enfermeiro e da equipe clínica com a liderança e com a equipe de gerenciamento da cadeia de suprimentos, maior será a capacidade de uma organização de direcionar a compra de suprimentos de alto custo e alto volume em um ou dois fornecedores. Essa estratégia garantirá maior fidelização da organização aos fornecedores com que já trabalham, favorecendo negociações. Fator estratégico 6: Papel da equipe de liderança A capacidade e a disposição da liderança para influenciar positivamente e orientar os cinco itens trabalhados anteriormente estão intimamente relacionadas à probabilidade de sucesso no gerenciamento da cadeia de suprimentos. Dessa forma, cabe aos líderes identificar e encorajar o comportamento e as ideias de funcionários que estejam em consonância com o sucesso do processo da cadeia de suprimentos. Além disso, a organização, mediante criação de expectativas a serem alcançadas, desenvolvimento de uma estrutura de desempenho, recompensas por comportamentos desejados e metas conquistadas, motivação e incentivos, poderá ter êxito no apoio de toda a equipe ao gerenciamento da cadeia de suprimentos. Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 2 • 7/14 Fator estratégico 7: Disponibilidade de fundos de capital Quanto maiores forem os fundos de capital disponíveis, proporcionalmente maior será a capacidade de uma organização adquirir os sistemas de informação necessários e integrar verticalmente os principais componentes da cadeia de suprimentos. Avaliação e pontuação de fatores estratégicos Ledlow, Corry e Cwiek (2007) propõem uma avaliação dos fatores estratégicos de uma organização pelo uso da escala apresentada a seguir, denominada “Ferramenta de avaliação de fator estratégico”. A escala apresenta pontuação de “1” a “10”, em que “1” representa grande insuficiência avaliada; e “10”, grande suficiência. Para o uso da ferramenta, os líderes devem preencher com um “X” a nota aplicada a cada fator no desempenho atual de cada um dos itens abordados. Ao término do preenchimento, na avaliação dos resultados, para qualquer fator estratégico com pontuação menor ou igual a “4”, será necessário um trabalho considerável para obter melhorias no desempenho da organização em relação à cadeia de suprimentos. Por sua vez, as pontuações de “5” a “7” representam um nível moderado de potencial para o sucesso da cadeia de suprimentos, ao passo que as pontuações maiores ou iguais a “8” indicam uma base sólida no sucesso da cadeia de suprimentos da organização. Tabela 4.1 – Ferramenta de avaliação de fator estratégico Escala de 1 a 10 (10 representa o máximo, suficiência atual). Coloque um “X” para avaliar os níveis atuais da organização: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Utilidade do sistema de informação, compras eletrônicas e integração Expertise em cadeia de suprimentos Despesas da cadeia de suprimentos Nível de colaboração de médicos Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 2 • 8/14 Nível de colaboração de enfermeira e equipe clínica Papel da equipe de liderança Disponibilidade de fundos de capital Precisa ser trabalhado para melhorar Moderado potencial para o sucesso Bom potencial para o sucesso Fonte: adaptada de Ledlow, Corry e Cwiek (2007). Em resumo Por fim, cabe aos líderes das organizações trabalhar em prol dos sete fatores estratégicos para o sucesso do gerenciamento da cadeia de suprimentos. Em resumo, entre esses fatores estão o desempenho da liderança acerca da conscientização dos funcionários e equipes envolvidas, bem como linguagem e sistemas apropriados ao ideal desempenho da cadeia de suprimentos na organização. Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 2 • 9/14 Na prática, após o estabelecimento das metas e dos objetivos para o sucesso da cadeia de suprimentos em toda a organização, bem como a tomada de decisões acerca do modelo adotado, uma direção clara e concisa poderá ser compartilhada por toda a equipe. Além disso, pode ser vantajoso para uma organização incluir também parceiros externos centrais nas discussões, como os stakeholders. No contexto atual da assistência à saúde, os dois modelos de cadeias de suprimentos apresentados (o modelo tradicional e o modelo verticalmente integrado) representam dois extremos dentro das possibilidades que existirão para as organizações e demais provedores de serviços de saúde no futuro. De qualquer forma, para o futuro, a cadeia de suprimentos de saúde evoluirá com base nas forças aplicadas pelo mercado na saúde. Aplicação prática Saiba Mais Para aprofundar seus estudos, leia o Capítulo 1 do livro Optimize your healthcare supply chain performance: a strategic approach, de Gerald R. Ledlow, Allison P. Corry e Mary A. Cwiek. Leia o artigo “Principles of supply chain management in the time of crisis” e saiba mais sobre o gerenciamento da cadeia de suprimentos durante momentos de crises. Disponível em: https:// reader.elsevier.com/reader/sd/pii/S1521689620301129? token=0476530B7B89392FF6AE53BDF0AF08143F08AB6D914D9 6831E18454E3E7D5C05221B8C4F28B4C80FE72C2309E784519B &originRegion=us-east-1&originCreation=20221120204236. Acessado em 20 de novembro de 2022. https://reader.elsevier.com/reader/sd/pii/S1521689620301129?token=0476530B7B89392FF6AE53BDF0AF08143F08AB6D914D96831E18454E3E7D5C05221B8C4F28B4C80FE72C2309E784519B&originRegion=us-east-1&originCreation=20221120204236 Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 2 • 10/14 Na ponta da língua Referências Bibliográficas Kongstvedt, P.R. (2012). Essentials of managed health care. Burlington: Jones and Bartlett Learning, 6. ed. Ledlow, G.R., Corry, A.P. & CWIEK, M.A. (2007). Optimize your healthcare supply chain performance. Chicago: Health Administration Press. Spath, P. (2013). Introduction to healthcare quality management. Chicago: Health Administration Press, 2 ed. https://player.vimeo.com/video/735886103 https://www.directtextbook.com/publisher/health-administration-press Gerenciamento de cadeia de suprimentos – Parte 2 • 14/14 Im ag en s: Sh utt er st oc k Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Essentials of Managed Health Care, Sixth Edition Peter R. Kongstvedt Jones and Bartlett Learning © 2012
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