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FACULDADES INTEGRADAS PADRÃO – GUANAMBI-BA SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV ALEXIA ALEXANDRINA POSSIDONIO ALMEIDA 4º PERÍODO ATIVIDADE ACADÊMICA TIC´s – TRABALHO DE PARTO – SEMANA XII GUANAMBI/BA 2022 PERGUNTA: Quais os objetivos / propostas da avaliação inicial (primeira etapa do trabalho de parto) da gestante em trabalho do parto? Qual a propedêutica recomendada nesta etapa? E a amniotomia? Deve ser realizada? A gestante nesta etapa pode se alimentar? Quais as condições? Devemos utilizar quimioprofilaxia com antibióticos sistêmicos? RESPOSTA: A avaliação inicial da gestante tem, como objetivo, a obtenção do prognóstico do parto, a identificação de possíveis complicações e de características que possam indicar a melhor via de parto. A primeira etapa do trabalho de parto é composta pela anamnese e exame físico completo, importante para o prognóstico do parto, momento no qual o médico pode pontuar possíveis complicações e a melhor estratégia para a segurança do bebê e da mãe. A anamnese deve focar nas queixas da paciente relacionadas às contrações uterinas (frequência e intensidade), perda de tampão mucoso e rotura da bolsa de águas (tempo de rotura decorrido). O exame físico deve conter inspeção geral (inclusive das mucosas), avaliação de medidas antropométricas (peso e altura) e de sinais vitais (temperatura, frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial), palpação da tireóide e do abdome, além de exame das extremidades. Por fim, deve ser feito o exame físico obstétrico, fator relevante para a escolha da via de parto, avaliando o peso e crescimento fetal, dilatação do colo do útero, medida da altura uterina, toque vaginal, palpação obstétrica (manobras de Leopold, útil para identificação da situação, posição, apresentação e insinuação do feto e para a avaliação das contrações uterinas - dinâmica uterina) e ausculta dos batimentos cardíacos fetais. A amniotomia consiste na rotura artificial das membranas amnióticas e tem, como objetivo, acelerar as contrações uterinas, através da estimulação da liberação de prostaglandinas, reduzindo a duração do parto. Esse procedimento não deve ser feito rotineiramente, visto que não apresenta muitos benefícios, além de aumentar a incidência de cesariana, infecção amniótica e poder causar danos fetais, maternos e prolapso de cordão umbilical (gerando hipoxemia fetal). A bolsa e o líquido amniótico possuem ação antibacteriana, protegendo o feto contra infecções e pressões sobre o cordão. Assim, a amniotomia deve ser reservadas a casos especiais, como distócias (alterações no trabalho de parto, onde fatores estruturais ou fisiológicos impedem a evolução do nascimento) e/ou dilatação cervical entre 6 e 8 cm (sendo 10 cm a dilatação suficiente para o parto normal). No período premonitório (pré-parto), as gestantes, ao sentirem as dolores praeparentes, devem passar a ingerir apenas alimentos leves e abster-se de grandes refeições. Já no momento do trabalho de parto, os alimentos sólidos ficam proibidos, devido aos riscos inerentes às anestesias em tais condições. Em casos de gestação de baixo risco, pequenas quantidades de líquidos claros (água, sucos de frutas sem polpa e chás) podem ser ingeridas. Já em casos de gestação de risco para cesariana (obesas, diabéticas, com via aérea difícil), o jejum é a melhor opção. Caso seja necessária a hidratação, a exemplo de dias quentes e trabalho de parto de longa duração, são utilizadas soluções glicosadas a 5 ou 10%, via endovenosa. Devido ao uso indiscriminado de antibioticoprofilaxia no período anteparto ou intraparto, houve o surgimento de cepas resistentes e o aumento da virulência de bactérias comuns, interferindo na microbiota oral e intestinal dos neonatos. Assim, essa quimioprofilaxia fica reservada a casos específicos, como a cesariana, a ruptura prematura de membranas ovulares (RPMO), o trabalho de parto pré-termo (TPP) com membranas íntegras (antibioticoprofilaxia somente em casos de suspeita de infecção por estreptococo do grupo B), a profilaxia para endocardite bacteriana (antibioticoprofilaxia com ampicilina, cefazolina, ceftriaxona ou clindamicina reservada a pacientes com história de endocardite bacteriana, transplantadas cardíacas com regurgitação valvar, portadoras de cardiopatia congênita cianótica ou válvula protética) e os procedimentos obstétricos pós-parto (uso de cefalosporina em casos de lacerações perineais com lesão de esfíncter anal). Todas as gestantes que fazem cesariana devem receber antibioticoprofilaxia (cefalosporina), uma vez que este reduz em até 62% o risco de endometrite, excetuando-se aquelas que já estão em tratamento com antibiótico de amplo espectro por algum motivo, a exemplo da corioamnionite. Em casos de RPMO antes de 34 semanas de gestação, por sua vez, o uso de antibiótico é feito para aumentar o período de latência entre a RPMO e o nascimento, devendo ser feito o rastreio para estreptococo do grupo B (GBS) e a administração de ampicilina associada à eritromicina ou azitromicina (2 dias), seguida de 5 dias de amoxicilina. Já em casos de RPMO com idade gestacional (IG) maior que 34 semanas, o parto não deve ser postergado e o antibiótico não deve ser prescrito de rotina, somente em casos de swab positivo para GBS, urocultura positiva para GBS, antecedente de filho com sepse por GBS e swab desconhecido, somado a febre intraparto, tempo de bolsa rota superior a 18 horas e IG menor que 37 semanas. REFERÊNCIAS: Realização de amniotomia de rotina durante o trabalho de parto. Disponível em: <https://1library.org/article/realiza%C3%A7%C3%A3o-de-amniotomia-de-rotina- durante-trabalho-parto.z3g238ey>. Acesso em: 7 nov. 2022.GOMES, Julianna Vasconcelos. Como e quando usar antibioticoprofilaxia durante o intraparto? PEBMED. Disponível em: <https://pebmed.com.br/como-e-quando-usar-antibioticoprofilaxia-durante-o-intr aparto/>. Acesso em: 7 nov. 2022. Prolapso do cordão umbilical - Ginecologia e obstetrícia. Manuais MSD edição para profissionais. Disponível em: https://1library.org/article/realiza%C3%A7%C3%A3o-de-amniotomia-de-rotina-durante-trabalho-parto.z3g238ey https://1library.org/article/realiza%C3%A7%C3%A3o-de-amniotomia-de-rotina-durante-trabalho-parto.z3g238ey https://pebmed.com.br/como-e-quando-usar-antibioticoprofilaxia-durante-o-intraparto/ https://pebmed.com.br/como-e-quando-usar-antibioticoprofilaxia-durante-o-intraparto/ <https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%A Dcia/anormalidades-e-complica%C3%A7%C3%B5es-do-trabalho-de-parto-e-do -parto/prolapso-do-cord%C3%A3o-umbilical>. Acesso em: 7 nov. 2022. MONTENEGRO, Carlos Antonio B.; FILHO, Jorge de R. Rezende Obstetrícia, 13ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788527730723. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730723/>. Acesso em: 07 nov. 2022. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-e-complica%C3%A7%C3%B5es-do-trabalho-de-parto-e-do-parto/prolapso-do-cord%C3%A3o-umbilical https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-e-complica%C3%A7%C3%B5es-do-trabalho-de-parto-e-do-parto/prolapso-do-cord%C3%A3o-umbilical https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-e-complica%C3%A7%C3%B5es-do-trabalho-de-parto-e-do-parto/prolapso-do-cord%C3%A3o-umbilical https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730723/
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