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Juliana Silva | 1 Dermatologia Micoses superficiais! São infecções fúngicas da pele, cabelo e unhas — raramente invadem a pele ou órgãos internos (comprometimento extracutâneos) Importância: ⇢ Muito frequentes ⇢ Causam morbidade e favorecem a infecções bacterianas (é comum que o paciente tenha uma micose e sofra infecção bacteriana secundária) ⇢ Calor, umidade do meio ambiente e sudorese abundan te favorecem desenvo lv imen to (esportistas, habitantes de regiões quentes são mais sujeitos) ⇢ Também há condições sistêmicas que favorecem o surgimento, qualquer imunossupressão, principalmente diabetes mellitus ⇢ O quadro clínico pode ser inf lamatório, predominando eritema ou pode ser não inf lamatório Também são chamadas de dermatof itoses. Agentes: ⇢ Microsporum ⇢ Trichophyton ⇢ Epidermophyton Os agentes se dispõem em hifas! O quadro clínico resulta da ação direta do fungo na pele no fânero e da resposta imunológica do paciente que leva ao eritema. Patogenia:: ⇢ Ação direta do fungo ⇢ Resposta imunológica → eritema Epidemiologia: ⇢ Tinha de couro cabeludo: mais comum em crianças A mãe traz a criança com queixa de alopecia. Ao exame, tem-se pontos de saída de secreção purulenta. ⇢ Tinha inguinal e do pé: homem adulto (roupa e calçados). Micoses superficiais Micoses superficiais inflamatórias Micoses superficiais não inflamatórias Micoses superficiais inflamatórias Juliana Silva | 2 Dermatologia As tineas podem comprometer toda a pele, couro cabeludo, unhas, sola dos pés. No couro cabeludo é raro nos adultos, é quase exclusivo da infância. Já, na região inguinal e pé, é mais comum em homens adultos. Classificação: Fungos antropofílicos • Fungo parasita queratina do pelo e da epiderme → descamação e alopecia • São transmissíveis de um individuo para o outro • Quadro menos inf lamatório • São fungos adaptados ao ser humano Fungos zoofílicos: • Fungos encontrados em animais • Dermatof itoses intensamente inf lamatórias, podendo ser supurativas • Não são transmissíveis entre humanos Fungos geofílicos: • Originados do solo; por contato direto infectam humanos Fatores de risco: ⇢ Umidade ⇢ Pele lesada Fatores de proteção: ⇢ Ácidos graxos da pele ⇢ Descamação natural da pele Modo de transmissão: ⇢ Contato direto com animais, solo ou pessoas ⇢ Contato indireto (material contaminado) Tinea capitis ou Tinha do couro cabeludo ➡ Compromete principalmente crianças, indivíduos na faixa pediátrica antes da puberdade Transmissão: ‣ Contato com indivíduos infectados, animais ou terra Agentes: ‣ Trichophyton (antropofílico) → é mais adaptado ao ser humano, o quadro é menos exuberante ‣ Microsporum (zoofílico) • Tem maior af inidade pelo animal → muitas vezes o animal de estimação não apresenta nenhum quadro clínico, porque o fungo é bem adaptado a eles. Quando entra em contato com a pele humana, o fungo gera uma reação imunológica mais exuberante • O quadro clínico é tão exuberante que pode ser confundido com abscesso (infecção bacteriana) → quadro de alopecia com intensa inf lamação e supurarão no couro cabeludo. ➡ Invade o folículo, quebra a haste do pelo e invade a área circunjacente ➡ Paciente pode ter lesão única ou múltipla ➡ Não é comum individuos da mesma família acometidos Juliana Silva | 3 Dermatologia ➡ Transmite de uma criança para outra ➡ Manifesta-se com áreas de perda de cabeludo Quadro clínico: ‣ Tinha tonsurante ‣ Querion Como eles parasitam a haste, é por isso que o pelo quebra — tonsura é um outro nome técnico para se designar a pelo cortado. A presença do fungo dentro do pelo causa partição deste pelo, causando alopecia. Tinha tonsurante: • Forma não inf lamatória • Lesões únicas ou múltiplas, um ou mais membros de família, com tendência a cronicidade • Placas de tonsura = cabelos partidos + descamação Quérion: • Forma inf lamatória → é uma forma hiper inf lamatória de infecção fúngica • Placa única, surge de modo agudo • Elevada, dolorosa com pústulas e microabscessos • Não há infecção bacteriana, é reação exarcebada ao fungo • Aparecimento agudo, placa única, pode aparecer abscesso, individuo afebril, tem sinais de dor Dermatoscopia: ‣ Pelos em saca-rolha ou em vírgula Com isso já conseguimos conf irmar o diagnóstico! Tratamento oral mandatório: É OBRIGATÓRIO! A tinea atinge a profundidade do folículo, se o tratamento for tópico, f icaria apenas na superfície. Por isso que o tratamento precisa ser via oral, por no mínimo 8 - 12 semanas até, em média, 4 meses. 1ª escolha: Griseofulvina ou terbinaf ina via orał por período mínimo de 8-12 semanas, até a cura clínica e laboratorial. Alternativas: itraconazol e f luconazol (alto índice de falhas) → tem no posto de saúde mas não trata adequadamente Complementar: tópicos e xampu antifúngicos (elimina fômites) — principalmente na forma tonsurante para evitar disseminação aos contactantes → não são adequados para esse tipo de tratamento ‣ Verif icar necessidade de tratar demais membros da família nos casos de múltiplas placas (ver se Juliana Silva | 4 Dermatologia precisa tratar outros membros da família) → nas tineas pouco inf lamatórias ‣ Tratar animal, que pode ter comprometimento discreto Atenção! o tratamento via oral é necessário pois os tópicos não penetram na profundidade do folículo Tinea corporis “Tinha da pele glabra" ➡ Também chamada de tinea do corpo! ➡ Distribuição mundial, mas é mais frequente em climas quentes e úmidos e em pessoas imunossuprimidas ➡ Compromete todos os individuos, com mais i n tens i dade/exuberan te nos pac i en tes imunossuprimidos ➡ Em imunossuprimidos e diabéticos → quase sem inf lamação, formas extensas, mas com borda nítida, por vezes referida como “tinea incógnito” Agentes: ‣ Trichophyton rubrum ‣ T. mentagrophytes Quadro clínico: ‣ Placa eritematosa com grau variado de eritema e descamação borda mais acentuada, apresenta vesiculação mais acentuada na borda ‣ Lesões únicas ou múltiplas, com crescimento centrífugo ‣ As lesões podem formar círculos concêntricos ‣ Presença de prurido Atenção para borda ativa, ou seja, com mais eritema, mais descamação! Tratamento: Forma localizada: tratamento tópico por 4 semanas - Cremes 1% imidazólicos (miconazol, isoconazo, tioconazol, econazol, bifonazol, cetoconazol, ciclopirox lâmina) - miconazol tem na rede publica - Secar bem regiões afetadas após o banho Forma extensa ou inflamatória: tratamento sistêmico durante 4 semanas - Terbinaf ina 250 mg/d - Itraconazol - Fluconazol 150 mg/sem Se o paciente é imunossuprimido, se há mais de um local acometido, é indicado o tratamento sistêmico. Juliana Silva | 5 Dermatologia Ademais, as vezes pode ser que seja necessário um tratamento mais prolongado. Esses antifúngicos são muito pouco hepatotóxicos, portanto, são medicamentos que podem ser usados com segurança. O f luconazol é mais hepatotóxico do que a terbinaf ina, mas sua dose é tão baixa que raramente o paciente terá efeitos colaterais. Contudo, é o medicamento com menor ef icácia. Tinea cruris ➡ Homens adultos: mais frequentes Agentes: ‣ T. rubrum ‣ T. mentagrophytes ‣ E. f loccosum Quadro clínico: ‣ Placa eritematosa, descamativa, com borda acentuada ‣ Progressão centrífuga, prurido ‣ Coceira importante Relacionada com: ‣ Tinea pedis ou onicomicose (autoinfecção) ‣ Diabetes ‣ Obesidade (↑ sudorese) ‣ Sudorese intensa (esportes, ocupação) Tinha do pé e tinha da mão ➡ Pé mais comum que a mão (pé de atleta) ➡ “two feet - one hand” = dois pés, uma mão - forma crônica, não usual mas muito característica Quadro clínico: ‣ Graus variados de eritema (pode ser muito vivo ou quase nada), descamação e vesículas. ‣ Aspecto macerado entre os dedos (nas regiões de dobras), ocorre por causa da queratina hidratada (f ica comesse aspecto esbranquiçado) ‣ Causa muito prurido → quando no pé, ao coçar, autoinfecta a mão. Tinea pedis Tinea mantum Juliana Silva | 6 Dermatologia Clínica: ‣ Forma vesico-bolhosas até formas escamativas ‣ Forma vesico-bolhosa: aguda, prurigonosa ‣ Forma intertriginosa: umido, descamativo, aspecto branco - maceração e f issuras no espaço interdigital ‣ Forma escamosa (crônica): descamação plantar ou luva Tinha ungueal ou onicomicose ➡ A fonte mais comum de onicomicose é compartilhamento de material de manicure ➡ As tineas da unha são raras na infância porque a criança apresenta uma maior velocidade de crescimento ungueal. ➡ A unha do adulto demora cerca de 8 meses para renovação → contribui para infecção fúngica. Por isso que é raro ter onicomicose em criança, em geral é porque está cortando com material de adulto com onicomicose ➡ Associação com tinea pedis é comum Agentes: ‣ Tricophyton ‣ Epidermophyton Clínica: ‣ Início distal e/ou lateral ‣ Pode haver comprometimento total ou até a matriz ‣ Unha opaca com detritos córneos O comprometimento vem da borda livre. O fungo vai se deslocando e causa descolamento da unha - descolorações - unha f ica opaca, descolada do leito. A onicomicose que começa pela matriz é um sinal inequívoco de imunossupressão. ‣ A lesão vai progredindo, posteriormente, há graus de distrof ia e descamação ‣ No início tem-se uma separação da unha e do leito (onicólise), espessa-se, e há um acúmulo de substâncias da camada córnea. Juliana Silva | 7 Dermatologia Diagnóstico diferencial: ‣ Descolamento traumático ‣ Psoríase ‣ Liquen plano Sempre lembrar que nem toda condição que ocorre na unha é onicomicose! Para diferenciar da psoríase, deve-se examinar o paciente inteiro e procurar outras lesões de psoríase. Caso não tenha, procura-se a mancha de óleo que é característica da psoríase. O diagnóstico def initivo pode ser feito pela cultura e pesquisa direta de fungo (até porque nada impede que o paciente tenha psoríase e também apresente onicomicose) Tratamento: ‣ O tratamento sistêmico é mais ef iciente ‣ A terapia topica é indicada apenas quando tiver comprometimento da borda apenas. Terapêutica tópica: • Indicações: - Sem acometimento da matriz - Se houver contraindicação de tratamento sistêmico • Lixamento + esmalte antifúngico • Amorol f ina, ciclopirox 8% ou tioconazol 28% solução Frequência: 2 a 7 vezes por semana (em vez de lixamento, pode ser realizada avulsão química, mecânica ou cirúrgica). Terapêutica sistêmica: até a cura clínica - O medicamento mais indicado é a terbinafrina → é a mais indicada para tratamento prolongado. Tem pouca interação medicamentosa com outras drogas - O mais usado é o f luconazol, mas a performance é ruim → 100% de recidiva quando para, tem na rede pública - Acometimento da matriz - Terapia longa (renovação da unha do hálux: 8-12 meses) o tratamento da onicomicose dece ser feito enquanto a unha está crescendo) Terapia mista: - Tópica + sistêmica O ideal é usar os dois tratamentos! Tinha da Barba ➡ Era um quadro que havia diminuído a incidência, mas pelo hábito de fazer a barba em barbeiro, os casos voltaram a aumentar ➡ Não é tão comum ➡ O mais comum sao lesões eritemato-descamativas, com bordas acentuadas, com círculos concêntricos, vários focos ou apenas um foco Clínica: ‣ Tipo inf lamatório: exsudativo e supurativo, circunscrita ‣ Tipos herpes circinado: lesões anulares, eritemato-papulo-vesiculosas, cura central Juliana Silva | 8 Dermatologia ‣ Tipo sicosiforme: pústulas foliculares e crostas (semelhante à foliculite bacteriana) As vezes as lesões podem ser anulares, e também podem formar uma inf lamação profunda. Tratamento: Necessariamente sistêmico! ‣ Duração mínima de 4 semanas ‣ Associar tópico (imidazólicos) a medicação sistêmica, como na tinha do couro cabeludo - Terbinaf ina - Fluconazol - Itraconazol Se a tinea é de pelo → é mandatório que o tratamento seja via oral, porque o folículo está perto do subcutâneo (o medicamento tópico não alcança). Isso serve para tinea do couro cabeludo também! Diagnóstico laboratorial de dermatofitoses As tineas do pelo podem ter diagnóstico fechado por meio da dermatoscopia. Logo, o método mais empregado é a pesquisa direta. Pesquisa direta: Como é feita? Raspado de escamas ou escamas + pelos em lâmina + solução de KOH Nesse caso é possível apenas visualizar hifas, não é possível determinar qual é a espécie. Identificação da espécie: Feito em laboratórios de diagnóstico (mas não é feito na rotina de dia a dia, apenas para pesquisas) ‣ Cultura em meios específ icos (4 semanas) ‣ Identif icação do fungo ‣ Análise macroscópica da colônia ‣ Análise microscópica da colônia ‣ Microcultivo ‣ Ensaios bioquímicos ‣ Testes complementares ‣ Sorologia ‣ Testes intradérmicos Juliana Silva | 9 Dermatologia No primeiro caso os esporos estão ao redor do pelo, e no segundo, os esporos estão dentro do pelo. Ectotrix: o fungo não consegue penetrar o inferior do pelo, permanecendo circunscrito à bainha externa. Endotrix: o fungo destrói a bainha externa do pelo, alojando-se e proliferando no interior deles. Conf irmação do diagnóstico: pesquisa direta e cultura Testes complementares: não são tão usados atualmente Pitiríase versicolor Afecção da camada córnea epidérmica, causada principalmente por leveduras do gênero Malassezia (M. furfur, M. globosa e M. sympodialis ➡ É saprofítica em 90% da população, mas condições como sudorese abundante e calor favorecem a transformação para micélios (patogênicos) ➡ Alimenta-se de um lípide que o indivíduo produz ➡ Essa levedura lipofílica tem menor ocorrência em crianças e idosos. Acontece mais em indivíduos após a puberdade ➡ Não tem relação com o status imunológico do paciente! Lesões: ‣ Manchas com descamação delicada, f ina. Na maior parte das vezes as manchas são hipocrômicas, começam isoladas e vão conf luindo → descamação furfurácea ‣ Podem ser acastanhas ou até avermelhadas ‣ Áreas seborreicas → compromete mais a região que produz mais lípides, que é pescoço e tórax superior. Os lípides da face e couro cabeludo não são procurados por esse fungo. ‣ Não aparecem em palma, planta e mucosas Criança tem tinea de couro cabeludo e adulto não porque tem mudança de perf il lipídico, e assim, muda o status imunitário! Micoses superficiais não inflamatórias Juliana Silva | 10 Dermatologia ‣ É muito frequente! Para conf irmar clinicamente, pode-se utilizar uma lâmina ou espátula para ver a descamação. Além disso, ao tracionar as lesões, a escama se evidenciam. Sinal da unha: descamação furfurácea ao atrito da lesão. Sinal de Zireli: descamação furfurácea quando estira a lesão (as escamas saltam/pulam) Quase sempre sintomática, evidente após sol, quando se evidencia lesões discrômicas (versicolor), a hipocromia decorre da inibição da tirosinase ou da disfunção de melanócitos pelo ácido azelaico. ⇢ Pele clara: hipercrômica acastanhada ⇢ Pele escura: hipercrômicas acastanhado- acinzentado Juliana Silva | 11 Dermatologia Ocasionalmente aparece em crianças (período neonatal), apresentar lesões, usualmente na região frontal e da glabela. Em períodos antes da puberdade, se tiver, investigar os esteroides Diagnostico diferencial: ‣ Vitiligo: localização características,descamação, manchas acrômicas - na pitiríase é hipocrômica. ‣ Ptiríase alba: porções superiores do tronco e braços (lesões hipocromicas que acometem face e dorso do braço, mais comum em crianças, relação com ressecamento da pele) Diagnóstico: ‣ É clinico (por meio dos sinais) - Sinal de Zireli: com a tração lateral da pele as escamas f icam mais evidentes ‣ Laboratorial: - Luz de Wood: f luorescência rosa-dourado - Micológico: obrigatoriamente positivo (esporose hifas) - Cultura: meio óleo de oliva - Histológico Tratamento: ‣ Uso de bucha vegetal no banho Tópicos: • Shampos antifúngicos: sul feto de selênio ou cetoconazol (passar no corpo durante banho, esperar uns minutos e retirar depois) • Ácido salicílico • Imidazólicos, Terbinaf ina Sistêmicos: • Itraconazol: durante 10 dias, é o melhor • Fluconazol: alto índice de recidivas Prevenção de recidivas: tópicos, xampus Tratamento de manutenção com os tópicos para prevenir recidiva. Há pessoas que possuem tendência à recidiva, não signif ica que são pessoas imunossuprimidas. Isso ocorre porque estas pessoas apresentam produção lipofílica favorável à malassezia. Não comprometem mucosas, porque dependem de queratinas e líquidos. Somente a cândida é responsável por parasitar mucosas! Juliana Silva | 12 Dermatologia Piedra Negra (tinha negra) Infecção do pelo caracterizada por nódulos pretos que envolvem e são aderentes à haste dos cabelos e, eventualmente, barba ou bigode Agente: ‣ Piedraia hortae Lesão: ‣ Pequenos nódulos que envolvem e aderem às hastes dos cabelos Diagnóstico: ‣ Exame direto: nódulos = ascos com ascósporos Tratamento: ‣ Corte dos cabelos ‣ Uso de antifúngicos tópicos Piedra branca Caracteriza-se por concreções de cor branca a castanho-clara, acometendo as hastes pilosas de pelos pubianos, genitais, axilares e, eventualmente, barba, bigode e couro cabeludo. ➡ Frequente em climas temperados Agente: ‣ Trichosporo sp Diagnóstico: ‣ Exame direto com Bastos ou artroconídeos envolvendo o pelo Diagnóstico diferencial: ‣ Lêndeas ‣ Escamas Juliana Silva | 13 Dermatologia Tratamento: ‣ Remoção dos nódulos com pente f ino - tricotomia ‣ Antifúngicos tópicos + agente esfoliante Candidíase ➡ Causada por levedura Candida albicans, que também vive como sapróf ita no tubo gastrointestinal e na mucosa vaginal (enquanto a malas ➡ Compromete pele, unhas e mucosas, dif icilmente há comprometimento sistêmico ➡ Favorecem sua multiplicação: baixa imunidade, gravidez, anticoncepcional, diabetes, corticoides, umidade, maceração Diagnóstico: ‣ Exame direto/micológico ‣ Cultura O que favorece os quadros de candidíase são os quadros de imunossupressão principalmente. Candidíase oral ➡ Também conhecida como estomatite por cândida ou sapinho ➡ É comum em lactentes, após a segunda semana de vida → a causa se dá porque a f lora microbiológica da boca não está estabelecida e há provável contaminação durante a passagem, no parto, pelo canal vaginal ➡ Ocorre em idosos com dentes mal conservados ou com próteses, e em imunodepressões, especialmente AIDS. Lesões: ‣ Placas esbranquiçadas de aspecto cremoso e erosivas, circulares ou ovais, isoladas ou conf luentes, que podem se estender por toda a cavidade oral ‣ As placas são recobertas por induto esbranquiçado e em casos graves, atingem a faringe, a laringe, o esôfago, a traqueia e os brônquios, podendo causar dif iculdade respiratória Diagnóstico: ‣ Pode ser conf irmada pelo exame de raspado de lesões, em preparações com KOH a 10% ‣ Pode ser feita cultura Queilite angular (perleche) ➡ Representada por f issuras na junção dos lábios ➡ Pode ser provocada por cândida, entretanto, na maioria dos casos, particularmente em idosos, a Juliana Silva | 14 Dermatologia levedura é concomitante, já que a causa é a dobra cutânea, pelo uso de próteses inadequadas ➡ Mais comum em RN e idosos (lesão primária pelo uso de próteses ou por perda da sustentação óssea) ➡ Inf lamação do angulo do lábio ➡ Pode ter associação bacteriana Quadro clínico: ‣ Eritema, descamação e f issuras na junção dos lábios Candidiase intertriginosa ➡ Ocorre nas dobras axilares, inguinais e submamárias ➡ Caracteriza-se por lesões eritematosas, úmidas, secretórias, que podem destruir a epiderme, formando erosões ou f issuras, que são envoltas por um colarete córneo esbranquiçado, muito sugestivo de candidíase intertriginosa. ➡ Lesões em satélite → iniciam-se como vesículas ou pústulas;; podem ser eritemato-escamosas ou pistas abacterianas ➡ Há prurido de intensidade variável que pode ser acompanhado de ardor ➡ Eritema e descamação de áreas de dobra ➡ Dobras: interdigais, inframamárias, axilares e inguinais ➡ Nas mãos → quem mexe muito com água ➡ As causas predisponentes são obesidade, diabetes, umidade e higiene inadequada Candidose periungueal e ungueal Quadro clínico: ‣ Paroníquea: eritemato-edematosa, dolorosa, ao redor da matriz ungueal. ‣ Com a compressão pode liberar líquido sero- purulento ➡ Acometimento da borda proximal da unha levando a uma distrof ia ungueal, pode chegar a onicólise ➡ A unha f ica distrof ia porque a matriz está contaminada pela cândida Juliana Silva | 15 Dermatologia Fatores de risco: ‣ Ocupacional ‣ Tirar a cutícula ‣ Associação com bactérias Candidíase vulvovaginal ➡ É infecção frequente pelos seguintes fatores predisponentes: gravidez, uso de anticoncepcionais, diabetes, antibioticoterapia prolongada, irritação mecânica ou química da mucosa vaginal (duchas vaginais), que facilitam o desenvolvimento da levedura, oriunda do intestino ➡ Pode haver transmissão sexual Quadro clínico: ‣ Caracteriza-se por placas esbranquiçadas, úmidas, cremosas e pruriginosas em vulva e mucosa vaginal, associadas a leucorréia Candidose balanoprepucial ➡ Caracteriza-se por lesões eritematosas ou eritemato-erosivas na glande, podem ser ou não recobertas por camada esbranquiçadas ➡ No prepúcio, há eritema e edema ➡ Pode haver ardor e prurido ➡ Pode ocorrer secreção purulenta por infecção bacteriana secundária Predisposição: ‣ Idosos ‣ Obesos ‣ Diabetes mellitus ‣ Baixa higiene ‣ Fimose ‣ Pode haver transmissão sexual e pode ocorrer por higiene inadequada Juliana Silva | 16 Dermatologia Candidíase da região das fraldas ➡ Candidose pode ser fator complicador ou de resistência ao tratamento de dermatite das fraldas em qualquer faixa etária Quadro clínico: ‣ Caracteriza-se pela presença de pústulas e pápulas ao redor da lesão da dermatite das fraldas (sugere o diagnóstico) ‣ Presença de um eritema muito vivo ‣ Criança tem muito incomodo, ardor e dor, prurido ‣ Na região perianal: pápulas eritematosas achatadas Começa a ter uma dermatite de contato pelas fezes e pela urina. A cândida que está no TGI se aproveita da quebra da barreira cutânea e causa lesões satélites. Na foto 2, o quadro denominado pápulo-sif ilóide de Jacquet → consiste em pápulas achatadas e brilhantes persistentes na região perianal de lactente, causado pela cândida. ⇢ Diagnóstico diferencial com síf ilis congênita → no período neonatal Tratamento das candidoses ➡ Eliminação dos fatores predisponentes: umidade Medicamentos tópicos: ‣ Imidazólicos: miconazol (rede publica), cetoconazol, isoconazol, etc ‣ Nistatina: só tem ação tópica, não absorve via intestinal ‣ Violeta de genciana: tradicional, hoje em desuso Medicação sistêmica: alguns casos necessita ‣ Fluconazol, itraconazol e cetocomazol ‣ An f o ter i c i na B- i n f e ccao s i s t êm i ca em imunossuprimidos Tinea capitis ou Tinha do couro cabeludo Tinea corporis “Tinha da pele glabra" Tinea cruris Tinha do pé e tinha da mão Tinha ungueal ou onicomicose Tinha da Barba Diagnóstico laboratorial de dermatofitoses Pitiríase versicolor Piedra Negra (tinha negra) Piedra branca Candidíase Candidíase oral Queilite angular (perleche) Candidiase intertriginosa Candidose periungueal e ungueal Candidíase vulvovaginal Candidose balanoprepucial Candidíase da região das fraldas Tratamento das candidoses