Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Juliana Silva | 1 Cardiologia Síndrome Coronariana Aguda É uma lesão vascular associada a inúmeros fatores de risco (DM, obesidade, HAS, dislipidemia). Nos países subdesenvolvidos, a principal causa de morte é por doenças infecto-contagiosas. Contudo, nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, as doenças coronarianas são a principal causa da morte. Síndrome = conjunto de sinais e sintomas Por algum motivo, o paciente apresenta uma isquemia miocárdica, ou seja, cessação do fluxo sanguíneo para determinada área do músculo cardíaco. Caso persista, evolui para necrose. No caso do AVC, é uma liquefação, no coração, é a necrose de coagulação Essa isquemia, essa desproporção entre oferta e consumo de oxigênio é menor do que a quantidade que o indivíduo necessita! Entidades ⇢ Angina estável ⇢ Infarto com supra de ST ⇢ Infarto sem supra de ST (é o infarto que o ECG vem na maioria das vezes normal) P!fusão c"on#iana A perfusão coronariana é durante o período diastólico (relaxamento ventricular) A síndrome coronariana aguda é um conjunto de sinais e sintomas desencadeados pela isquemia coronariana (miocárdica). Juliana Silva | 2 Cardiologia Artéria coronária direita → irriga boa parte do ventrículo direito, porção inferior e posterior do ventrículo esquerdo ⇢ Manda ramos para o nó sinusal e nó AV. Observaçao! para irrigar o músculo do VE é necessário muito mais sangue do que para irrigar o VD. Por isso que há apenas uma coronária para irrigar o VD, enquanto para irrigar o VE, há duas artérias (descendente anterior esquerda e circunflexa) tronco de coronária esquerda → bifurca- se em artéria descendente anterior (ADA) — pacientes que morrem de infarto súbito a maioria dos casos é na ADA Artéria descendente anterior → irriga toda a parede anterior do VE, septo lateral junto com a artéria circunflexa. ⇢ A artéria descendente anterior esquerda é a artéria mais importante! Infarto ventricular esquerdo: é o que mais mata, isto é porque o sistema que deve trabalhar com o maior regime de pressão para conseguir enviar sangue para todo o restante dos tecidos corporais (ventrículo esquerdo tem mais músculo) ⇢ Os ramos da ADA são chamados de DG (diagonais) ⇢ A ADA é a que mais compromete o VE. ⇢ A artéria circunflexa dá origem aos ramos marginais ⇢ A mortalidade do infarto VD é mais baixo em relação ao esquerdo. o que desencadeia a isquemia miocárdica? ⇢ 97% dos casos é por conta de placa de ateroma instável. ⇢ O SN simpático libera adrenalina e noradrenalina para melhorar a perfusão coronariana, mas não age apenas no coração, age em todo o organismo. Faz com que tenha cianose e o indivíduo fica A. coronária direita A. Ventricular posterior A. DP Os infartos são mais frequentes no ventrículo esquerdo! Juliana Silva | 3 Cardiologia com temperatura corporal mais baixa, isso para que o sangue vá para os órgãos mais nobres Isquemia C"on#iana A doença aterosclerótica é a doença que mais causa isquemia coronariana. Arteriosclerose X Aterosclerose ➤ Arteriosclerose: o envelhecimento causa endurecimento dos vasos, causando perda da elasticidade, o que pode comprometer a perfusão de órgãos e tecidos ➤ Aterosclerose: acúmulo de gordura entre a camada íntima e a camada muscular do vaso Placa de At!oma Todos os nossos vasos sanguíneos, seja artéria ou veia, apresenta 3 camadas. Mais inferior → endotélio (camada íntima) Meio → camada média Externa → camada serosa (conjuntiva) A placa é formada entre a íntima e a média. O LDL oxidado em excesso penetra pelo endotélio (não é um endotélio saudável, é um endotélio que apresenta permeabilidade aumentada) e desencadeia um processo inflamatório com migração de monólitos e macrófagos. O macrófago engloba essa gordura e dá origem às células espumosas Essas células espumosas vão se unindo uma às outras e darão origem ao núcleo gorduroso. A c a s c a t a i n f l ama t ó r i a , q u e a ge principalmente na via da prostaglandina, gera a inflamação no vaso, liberando células inflamatórias e outras substâncias pró- inflamatórias, como citocinas, interleucinas, prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxane. Juliana Silva | 4 Cardiologia ⇢ Prostaciclina: promove vasoconstrição ⇢ Tromboxano: promove agregação planetária Portanto, esse processo inflamatório pode alterar a perfusão, vasoconstrição e dinâmica das células sanguíneas Se esta placa permanecesse estável, não teria problemas. Contudo, na maioria das vezes, essa placa instabiliza. O sangue bate na placa e causa um turbilhonamento. O sangue bate e pode lacerar, erodir, fissurar e expor substâncias do subendotélio, o organismo entende que está ocorrendo uma agressão no vaso, induz agregação plaquetária e forma um trombo. Este trombo pode sub-ocluir, ou ocluir completamente o vaso O que torna a placa instável é o rompimento e a erosão da placa estável! Quando rompe, expõe substância do subendotélio, como o colágeno, que é um importante agente de ativação do sistema de agregação planetária e dos fatores de coagulação. Isso forma um trombo, geralmente na artéria é branco. Esse trombo fecha ou sub-oclui o vaso, por exemplo, na coronária. Essa hipoperfusão pode levar a necrose, como injúria muscular. • Se não teve necrose mas teve os sintomas e sinais → angina. Juliana Silva | 5 Cardiologia Angina estavel • Placa estável em uma artéria significativa. • Quando este paciente faz um esforço excessivo, aumenta a demanda de oxigenação, e causa desconforto • É uma doença coronariana crônica, em que a obstrução é fixa! Diferenca entre Infarto e Angina Ambos tem dor torácica (70% dos casos), mas não é patognomônico. No infarto tem que ter necrose, na angina não! Epidemiologia 1 100 óbitos por dia no Brasil por doenças relacionado a síndrome coronariana aguda (doenças cardiocerebrovascular) • 1/3 das causas de morte no Brasil → é a principal causa de morte • 2ª causa de morte → causa externa • 3ª causa de morte → câncer Nos países desenvolvidos a incidência e prevalência de infarto está diminuindo, a principal causa é a diminuição de tabagismo. No entanto, o índice nos jovens está aumentando por conta do vape. ⇢ Homem tem mais infarto. Mas das mulheres que infartam, a mortalidade é maior do que os homens. ⇢ As mulheres morrem mais porque podem não sentir dor e o mais importante é que a perfusão coronariana na mulher é menor do que no homem. ⇢ Os casos de sindrome coronariana aguda aumentam com a idade. ⇢ Na mulher o aumento dos casos é mais evidente no pós-menopausa. A quantidade de mulheres infartando é muito maior do que os homens após menopausa! ⇢ A partir dos 60 anos aumenta o risco cardiovascular nas mulheres. Juliana Silva | 6 Cardiologia Quadro clínico ⇢ Dor torácica (70%) Quando suspeitamos de infarto e angina?! ⇢ Dispneia ⇢ Sudorese ⇢ Irradiação da dor / dor referida ⇢ Dor no epigástrio ⇢ Vomito ⇢ Náusea ⇢ Taquicardia ⇢ Hipertensão ⇢ Pode ter sinais de choque (choque cardiogênico) Pressão baixa no infarto indica pior prognóstico! • Ao liberar catecolaminas, aumenta o trabalho cardíaco e piora a área isquêmica. Observação! 30% dos pacientes não tem dor torácica — esses pacientes são os diabéticos. Eles não tem dor porque apresentam neuropatia periférica! ⇢ Além dos diabéticos, mulheres e idosos(as) também podem infartar e não ter dor torácica Fisiopatologia A fisiopatologia gira em torno de isquemia miocárdica Causas de infarto: • Instabilidade de placa de ateroma (97%dos casos) Essa isquemia ocorre, em 97% das vezes, por instabilidade de uma placa de ateroma. • Anomalias coronarianas (3%) 3% situações que o consumo de O2 é maior do que a ofertada — choques, sepse, drogas (cocaína, maconha), vasculites (doença de Takaiatsu), doença de Kawasaki, tireotoxicose., drogas lícitas A anomaliamais comum no jovem é a ponte miocárdica. Juliana Silva | 7 Cardiologia ⇢ É uma ponte muscular que passa por cima da coronária, ou chamado de segmento intramiocárdico da coronária. ⇢ Se o jovem nasce com isso, pode sofrer infarto, é uma causa obstrutiva não aterosclerótica. Um paciente pode infartar sem alterações no ECG, apenas com alteração da dosagem de proteínas cardíacas, mesmo sendo jovem. Nesse caso, pensar em ponte miocárdica. O paciente aumenta a demanda de sangue e causa um infarto por obstrução. Proteínas cardíacas: proteína liberada pelo músculo destruído/necrosado. Essa enzima pode ser detectada e dosada na circulação. Hipertrofia do miocárdio: o coração hipertrofia, mas a coronária continua do mesmo tamanho e com a mesma quantidade de sangue. Portanto, é outra condição que poderá causar infarto quando aumentar a demanda. Hipertireoidismo: organismo aumenta o consumo de oxigênio no miocárdio e pode causar infarto Sepse: o organismo tenta combater o quadro infeccioso e acaba gerando repercussões sistêmicas (inflamação em excesso). Esse excesso exige muito do coração, podendo causar déficit de função coronária Inf#to X Angina O quadro clínico geralmente é de dor torácica. Mas nem todo paciente que infarta ou tem quadro anginoso apresenta dor. A dor é a mesma, pode não ter diferença entre os dois quadros. Há pacientes que podem infartar e não ter sintomas clássicos, como o paciente diabético, isso porque pode apresentar neuropatia no coração e não ter dor. Morte súbita: Morte em um período inferior a 24 horas, sem diagnóstico definido. Há apenas suposições, mas não é possível saber a causa. Das causas de mor te s úb i t a , a s cardiovasculares são as mais frequentes. No atestado de óbito pode não ser colocado parada cardiorrespiratória, porque todo paciente que morre tem essa parada, isso não é uma causa de morte. A diferença entre os dois quadros é que no infarto tem necrose, ou seja, morte do tecido com reparação. Quando um miócito morre, não cresce outro, ocorre fibrose. Na angina, não teve necrose, não deu tempo. Portanto, um quadro de infarto é muito pior do que um quadro de angina. Juliana Silva | 8 Cardiologia Angina Isquemia coronária, seja por fator obstrutivo ou não. A maior causa é a instabilidade de uma placa, dando origem à SCA. Qual é a diferença da angina instável e da angina estável? A placa mais perigosa é a menor, com uma capa fibrosa delgada (placa mole). En- quanto a placa de ateroma grande, mas com capa fibrosa espessa, é a estável (placa dura) Angina estável: A placa dura pode causar angina em situações que exigem maior demanda de oxigênio, por exemplo, quando o indivíduo corre e faz exercícios físicos, causando desconforto torácico. Mas quando o indivíduo está em re- pouso não causa repercussões. É uma doença crônica! Angina instável: A obstrução não é muito grande, não causa déficit quando aumentar a demanda de oxigênio. Contudo, por algum motivo, essa placa fissurou, erodiu, e causou exposição de substâncias do endotélio, formando um trombo. Esse trombo pode sub-ocluir ou ocluir o vaso. Se essa oclusão causar necrose, é um infarto. Caso não chegue a ter necrose, é apenas uma angina. Portanto, clinicamente não tem como diferenciar angina de infarto. Geralmente, no infarto ocorre instabilidade hemodinâmica ou arritmia. Tipos de Inf#to Há dois tipos de infarto: • Com supra de ST → é uma alteração eletrocardiográfica que está relacionada com oclusão da coronária (ou seja, o trombo causou oclusão por completo no vaso) • Sem supra de ST → caso tenha apenas uma sub-oclusão, o ECG não terá supra. Ambos alteraram o músculo cardíaco e a isquemia teve evolução para necrose, mas apenas um teve obstrução total. Para saber que o músculo sofreu necrose, deve-se dosar as enzimas cardíacas. Juliana Silva | 9 Cardiologia ⇢ Entre os 25% — 70% é por síndrome coronariana sem supra de ST, que pode ser angina estável ou infarto sem supra de ST ⇢ 30% pode ser infarto com supra de ST. ⇢ Geralmente os fenômenos relacionados a isquemias miocárdica modificam o segmento ST no ECG. ⇢ Quando tem supra de ST é porque tem oclusão coronária. ⇢ Se a onda T estiver apiculada e for simétrica, uma causa frequente é isquemia. ⇢ A maior parte dos ECG relacionados na síndrome coronariana aguda vem normal Equivalente isquêmico ou anginoso Quadro clínico → pode ser o mesmo para as 3 entidades que compõem a SCA. Equivalente isquêmico/anginoso: não precisa ter a angina/dor torácica para estar infartando. Apresentam outros sintomas que acompanham. Esse fenômeno pode ocorrer em mulheres, diabéticos e idosos. Tipos de inf#to Existem 5 tipos de infarto! Tipo I: é o mais frequente Doença aterosclerótica (é o tipo mais comum). 97% dos infartos são desencadeados por instabilidade de uma placa de ateroma (97% das vezes) → é o tipo mais comum Tipo II: causada por consumo. Não precisa necessariamente ter SCA. Pode até mesmo ter uma placa de ateroma, mas não vai ser a causadora do infarto. Pode ser hipertrofia de ventrículo, anemia, sepse, choque, taquiarritmias, drogas ilícitas, emergência hipertensiva. Tipo III: morte súbita (morte inesperada em um período de 24 horas sem um diagnóstico definido, mas geralmente tinha um pródromo) → o pródromo no infarto tipo 3 é a dor torácica Em alguns lugares não tem como saber que a causa de morte súbita é por doença cardiovascular, pode não ter SVO (Serviço de Verificação de Óbito). Contudo, através do quadro clínico descrito pelo paciente antes de morrer para pessoas próximas, é possível saber (em alguns casos). Nem toda dor torácica seguida de morte súbita pode ser por infarto, pode ser por TEP, por exemplo. Juliana Silva | 10 Cardiologia Tipo Iv: infarto relacionado a cateterismo, angioplastia coronariana. Qualquer infarto que ocorra antes, durante ou depois do procedimento. É o procedimento para colocação de stent. No cateterismo consegue-se diagnosticar o local em que se tem obstrução significativa ou não. O stent abre e, de uma forma mecânica, começa a amassar a placa de ateroma na parede do vaso. Portanto, não retirou a placa, apenas amassou. O stent ficará para sempre no interior do vaso, assim como a placa. Contudo, como a placa é um processo inflamatório, a inflamação continua presente. Pós angioplastia, tem o risco de ruptura da placa e agregação plaquetária, formando trombos, o que pode obstruir o stent. Tipo v: infarto relacionado a cirurgia de revascularização miocárdica (antes, durante ou pós) — colocar ponte de safena/by-pass. A ponte de safena é: pegar um segmento de safena magna da perna sem válvula (é uma veia, portanto, comparado a uma artéria, apresenta a camada muscular menor) e anastomosar no coração. essa cirurgia também pode ser feita com a artéria mamária/torácica interna. A cirurgia, quando realizada com a mamária dura mais, porque é a artéria, diferente da safena que é veia. Preferencialmente, quando vai ser realizada uma anastomose, a escolha é pela artéria. Quando se utiliza a safena, dura 5 a 7 anos, enquanto a meia vida da mamária é de 10 a 12 anos. Contudo, as vezes a doença coronariana é tão grave que também apresentará repercussão na mamária. Modelo de progressão da placa Crescimento concêntrico: Cresce para o interior do vaso, diminui o diâmetro do vaso. É o pior, mas depende se a placa é instável ou estável Células espumosas → estrias gordurosas → lesão intermediária (crescimento por acúmulo de lipídeos) → ateroma → placa fibrosa → lesão complicada e ruptura Crescimento excêntrico: Aterosclerose → placa vulnerável → SCA (fissura) → prevenção secundária. A placa começa a crescer excentricamente, não diminuindo a luz do vaso, somente após muito tempo ela cresce para dentro. ➡ Angioplastia é indicada apenas quando obstruir mais de 70%do vaso. Contudo, as que mais instabilizam são as placas menores. Juliana Silva | 11 Cardiologia Insuficiência c"on#iana “Insuficiência coronariana” é a expressão genérica utilizada para traduzir situações caracterizadas por um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio no coração, com perda parcial ou total da integridade funcional das células miocárdicas. É um conjunto de sinais e sintomas decorrentes da isquemia miocárdica aguda: ⇢ Infarto agudo do miocárdio com supra- desnível de ST ⇢ Infarto agudo do miocárdio sem supra- desnivel de ST ⇢ Angina estável Lembrar que dor torácica é a principal apresentação clínica! Como diferenciar infarto de miocardite? Por meio de ressonância cardíaca! Fat"es de Risco Modificaveis ➤ Diabetes mellitus ➤ Tabagismo ➤ Hipertensão ➤ Dislipidemias ➤ Trigliceridemias ➤ Obesidade ➤ Sedentarismo Tabagismo e DM são os dois maiores fatores de risco (são os que apresentam maior impacto). Indivíduos abaixo de 40 anos que infartaram Nao Modificaveis ➤ Idade ➤ Sexo (sempre maior risco no sexo masculino, mas essa desproporção cai um pouco na menopausa) ➤ Antecedente familiar (1º e 2º geração) 25% dos pacientes que chegam com dor torácica é por SCA (isquemia coronária) Outras causas: TEP, refluxo, espasmo esofagiano, pneumonia, gastrite, herpes zooster, ruptura de esôfago, osteoarticular, ansiedade . Juliana Silva | 12 Cardiologia Exame físico Normalmente, o exame físico não é muito rico, ao menos que o paciente esteja evoluindo com complicações mecânicas ou elétricas ➡ Normal ➡ Alteração de PA ➡ Alteração de FC ➡ Alteração das bulhas → B3 ou B4 (ritmo de galope, evoluindo com sobrecarga ventricular) ➡ Sopros (por causa das alterações mecânicas) ➡ Atrito pericárdico ➡ Alteração do SNC → devido à baixa perfusão cerebral Diagnóstico Triplé da SCA: ⇢ Quadro clínico ⇢ ECG (75% dos ECG nas SCA são normais) ⇢ Enzimas cardíacas Este triplé é imprescindível para o diagnóstico! Quadro clinico: dor toracica ⇢ A n g i n a c l á s s i c a : p o d e e s t a r a c o m p a n h a d a d e d i f i c u l d a d e respiratória, palpitação, sudorese, náusea e vômito ⇢ Equ iva lente i squêm ico : fa lênc ia ventricular súbita ou descompensada ( d i s pne i a ) o u a i n da , a r r i tm i a s ventriculares (palpitações e síncope) ⇢ Dor torácica atípica: desconforto ou dor que se localiza na área do precórdio. Queixa de dorsalgia (a dor no dorso/costas é mais intensa). Sempre que o paciente chegar com queixa de dor torácica, deve-se aferir a pressão em ambos os membros superiores, comparando. Classificação da dor cardíaca: A → definitivamente anginosa B → provavelmente anginosa C → provavelmente não anginosa D → definitivamente não anginosa Juliana Silva | 13 Cardiologia Enzimas c#díacas 1/5 das dores torácicas que chegam ao PS são de causa coronariana, o restante poderá ser por diversas outras causas. Em alguns casos é difícil saber detectar o infarto, por isso que se deve pedir as enzimas cardíacas e ECG para os pacientes com dor torácica. • CPK → demora 2 horas para subir e para normalizar 24 horas • CPK MB → demora 24 horas para subir e normaliza em 48 horas • Troponina → demora 3-4 horas para subir e 7 dias para normalizar A troponina é uma enzima muscular, porém, é mais sensível e mais específica para a musculatura do coração. Lesão ao músculo causa liberação dessas enzimas na circulação. Antigamente, eram solicitadas todas essas enzimas, hoje, o protocolo recomenda apenas a solicitação da dosagem de troponina, porque é mais específica. Contudo, há outras situações, além do infarto, que podem causar aumento dessa troponina: ⇢ TEP ⇢ Miocardite ⇢ Sepse ⇢ Insuficiência cardíaca congestiva ⇢ Pericardite ⇢ Arritmia cardíaca ⇢ Insuficiência renal ⇢ Cardioversão elétrica ou desfibrilação ⇢ AVCH É a ÚNICA enzima utilizada para o diagnóstico de angina com ou sem supra. Pela última diretriz, é solicitado a cada 3h uma nova amostra. Contudo, a primeira dosagem pode ser normal, porque demora de 3 a 4 horas para alterar (geralmente, realiza-se 4 amostras repetidas). Troponina normal = 0,01 a 0,1 O pac iente com DRC apresentará constantemente alteração de troponina. Para esse paciente, o diagnóstico de infarto não pode ser feito pela dosagem basal de troponina (porque é alterado pela DRC) e nem pelo ECG (75% dos ECGs nas SCA são normais). O diagnóstico será dosado pela dosagem seriada de troponina (a dosagem dessa enzima estará crescente). Juliana Silva | 14 Cardiologia Atualmente: dosa-se troponina ultra-sensível apenas na SCA. ➡ Ela demora 1 hora para alterar. Logo, atualmente, seriamos da seguinte forma: ECG em 10 minutos — já coleta a 1º amostra da troponina ultra-sensível. Depois de 1 hora dosa-se novamente! — se tiver alterado, dá o diagnóstico Em cidades que não tem troponina ultra- sensível → dosa-se CPK e CPKmb O que pode alterar troponina? Ela não é específica da musculatura cardíaca. Nem toda alteração de troponina é infarto. ⇢ AVC hemorrágico ⇢ Insuficiencia renal ⇢ TEP ⇢ Miocardite He#t Sc"e O diagnóstico inicial se baseia em 3 pontos: ➤ Quadro clínico ➤ ECG ➤ Enzimas Porém, a maioria dos pacientes que internam com dor torácica apresentam ECG e enzimas cardíacas normais, o que é chamado de angina estável. 1/5 será liberado, irá para casa e morrerá. Como saber quem deve ser internado e quem pode ser liberado, se a maioria dos ECG e enzimas são normais? HEART SCORE! H – História: ➡ 2 – fortemente sugestivo de SCA ➡ 1 – risco moderado ➡ 0 – não sugestivo E – ECG: ➡ 2 – Infra de ST ➡ 1 – ARV, alteração de repolarização ventricular (onda T assimétrica) ➡ 0 – normal A - AGE (IDADE): ➡ 2 — 65 anos ➡ 1 — 45 a 64 anos ➡ 0 — < 45 anos O paciente que mais morre com o infarto, são os jovens, porque não conseguem compensar, não possuem neovasos. Fatores que alteram a troponina Juliana Silva | 15 Cardiologia R – Fator de Risco: ➡ 2 – pelo menos três fatores de risco ➡ 1 – um ou dois fatores de risco ➡ 0 – sem fator de risco T – Troponina: ➡ 2 – maior do que 3x o valor de referência ➡ 1 – até 2x o valor ➡ 0 – normal Qualquer paciente com > 3 pontos → internar para estratificar o risco (monitorar o paciente). Até 3 devemos liberar o paciente. Angina estável Diferença entre Infarto e Angina Modificáveis Não Modificáveis Quadro clínico: dor torácica
Compartilhar