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Juliana Silva | 1 Dermatologia Dermatoviroses! Patogênese das lesões cutâneas virais ➡ Inoculação direta (pele com pele) Exemplo: Monkeypox (embora também possa ser transmitido por via aérea, mas é mais difícil). ➡ Infecção sistêmica Exemplo: rubéola, sarampo (pode desenvolver primeiro a doença respiratória e depois a doença cutânea, causando sintomas). ➡ Reativação de foco latente Foi infectado, f ica atende e depois pode se reativar. Verrugas É a mais comum das manifestações virais na pele. ➡ É frequente, pode ser exuberante e exofítica ➡ Áreas peri-orif iciais ⇢ apresentação exofítica ➡ Tem ubiquidade Epidemiologia: • Ocorre em qualquer idade • São mais frequentes nas crianças e adultos jovens • Forma anogenital: pico em torno dos 25 anos em geral (vida sexual ativa) — condiloma acuminado = nome que se dá para quando a verruga está nessa região As doenças virais são mais comuns na infância pois as crianças não apresentam um sistema imune bem desenvolvido! Imunodeprimidos: • Os imunodeprimidas tem lesões mais extensas e difíceis de tratar (curso mais prolongado) São proliferações epiteliais na pele e mucosas causadas por diversos tipos de HPV. Juliana Silva | 2 Dermatologia Prognóstico: • Pode ter remissão espontânea (mais comuns após 2 anos). • Enquanto não remite, causa transmissão para outras pessoas, por isso é necessário tratar Apesar de ter remissão expontânea, trata-se a verruga! Etiologia: • HPV (Human Papilloma Virus) — vírus de DNA • Tem mais de 200 genes ⇢ logo, o HPV pode não ser o mesmo. • Alguns HPVs são oncogênicos (podem modif icar o DNA e causar tumor) Etiopatogenia: O vírus HPV (DNA vírus) entra nas células da camada basal (junção derme e epiderme), geralmente por algum trauma, através de microabrasões/erosões na pele (como após depilações, após tatuagens). Após entrar, o HPV chega no epitélio e aumenta o turn over celular nas células da camada basal, proliferando-se e aumentando a espessura da epiderme (por isso que em geral a verruga é espessa). Aspectos: • Verrucosidade (lesão elementar) ⇢ superfície áspera, dura • Pontos enegrecidos ⇢ necrose capilar produzida pelo HPV Verrugas vulgares: ➡ São as mais comuns ➡ A lesão é pápula ou nódulo, de consistência f irme, hiperqueratótica, com superfície dura - são verrucosidades com superfície dura ➡ Observa-se pontos escuros ou pretos (trombose nos capilares produzida pelo vírus — necrose) ➡ Ocorrem em qualquer área da pele, mas são mais encontradas no dorso das mãos e nos dedos. Podem estar no leito ungueal ou nas dobras periungueais ➡ Tipos: 1, 2, 4, 26, 27, 29, 41, 57, 65, 75, 78 Juliana Silva | 3 Dermatologia Verruga plantar: ➡ Tipos: 1, 2, 4, 60, 63 ➡ Em decorrência da pressão do corpo, essas verrugas são planas e pouco salientes ⇢ não é exofítica ➡ Aspecto de uma área central anfractuosa envolta por um anel hiperqueratótico ➡ Pode fazer lesão em mosaico ou mirmécia (verruga plantar profunda) ➡ É conhecida vulgarmente como olho de peixe (por conta do ponto mais escuro da lesão) Verrugas planas: ➡ Tipos: 3, 10, 27, 28, 38, 41, 49 ➡ São pápulas planas de 1 a 5 mm de diâmetro, levemente amareladas e ligeiramente salientes ➡ Ocorrem principalmente em crianças e adolescentes ➡ Não apresenta aspereza/dureza da verruga vulgar ➡ Apresenta a mesma cor da pele, as vezes hipocrômica. ➡ São lesões numerosas ➡ Fenômeno de Kodene ⇢ repetir a lesão após o trauma (comum em lesões virais) Juliana Silva | 4 Dermatologia Verrugas anogenitais - condiloma acuminado ➡ Apresentam-se como pápulas vegetantes, róseas, não corneif icadas ➡ Ocorrem na mucosa da glande, na vulva, no ânus e na vagina ➡ Podem se desenvolver com aspecto similar à couve-f lor — condiloma acuminado ➡ Quando atingem a pele da região genital ou perianal, o aspecto é de pápulas queratóticas pigmentadas, que podem estar associadas às lesões da mucosa ➡ Pode ser muito exuberante ➡ A lesão elementar, em nome popular, pode ser chamada de “crista de galo” ➡ Pode causar oclusão do canal de parto na mulher (tumor de Buschke-Loewenstein) As verrugas genitais podem estar associadas a carcinoma de colo de útero, por isso deve- se realizar avaliação uretral, do canal anogenital e da vagina Alto risco oncogênico: ‣ Ca cervical ⇢ tipos = 16, 18, 31, 33, 35… - O 16 e 18 tem maior oncogenicidade - Na maioria das vezes é produzida pelo 6 e 11, que tem baixa oncogenicidade. ‣ Ca de orofaringe, anus e pênis ⇢ 16 é o principal! O tipo de HPV mais prevalente é o 6 e 11. Portanto, a maioria do HPV de canal genital é de baixo risco! Cond i l omas acuminados g igan te s (Buschke-Loewenstein) • Ocorrem pelo crescimento exuberante das lesões, que formam massas vegetantes em torno da glande ou obstruem a vulva ou ânus. • São originadas especialmente dos tipos 6 e 11 • Na mulher, a gravidez estimula o crescimento de verrugas e condilomas gigantes. Juliana Silva | 5 Dermatologia Histopatologia: • Conf irma o diagnóstico • Presença de acantose, papilomatose e hiperqueratose • Células vacuolizadas • Massas de querato-hialina Vacinas: É importante vacinar as crianças antes de iniciar a vida sexual para evitar o surgimento de câncer de pele, colo de útero, orofaringe e reto. • Cervarix (glaxo) ⇢ tipos: 16, 18, 31, 45 Proteção: 6, 5 anos. Disponível no SUS • Gardasil (merck) ⇢ tipos 6, 11, 18 e 18 ⇢ disponibilizado pelo governo Proteção 5 anos • Gardasil nonavalente ⇢ tipos 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52, 58. É a vacina mais moderna (apresenta outros genótipos, também envolvidos no câncer de colo de útero). A vacina pode ser tomada em qualquer idade, mesmo que já tenha tido relações sexuais. Contudo, é muito provável que já tenha adquirido o vírus. A vacinação diminui a taxa de câncer de colo de útero. Inicialmente, acreditava que a proteção durava em torno de 5-6 anos, mas hoje já se sabe que a duração é mais prolongada ainda. Tratamento: Existem várias maneiras de tratar, porque causa destruição local da área, isso porque não tem nenhum agente específ ico contra o HPV. Não existe nenhum medicamento que seja específ ico contra o vírus HPV. As medidas terapêuticas são usadas para destruir a área. Agentes químicos: ➡ Ácido salicilico (Verrux - ação queratolítica, causa destruição da queratina) ➡ Ácido láctico (também presente no Verrux) ➡ ATA — é um cáustico aplicado em consultório, causa queimaduras (precisa aplicar apenas na área) ⇢ único tratamento químico que pode ser utilizado em gestantes. Exemplo: podof ilina Juliana Silva | 6 Dermatologia Agentes físicos: ➡ Crioterapia (N - 196ºC) ⇢ é um spray que congela a área com nitrogênio. ➡ Cirurgia: curetagem (destruição com eletrocoagulação para destruir com calor) ➡ Eletrocoagulação Agentes antiproliferativos: O HPV aumenta a proliferação celular, portanto, existem cremes com antineoplásicos que podem ser utilizados intralesão ➡ 5-f luoruracil ➡ Bleomicina ➡ Ácido retinóidco Agentes imunoestimuladores: São agentes que estimulam o sistema imune a destruir o vírus ➡ Imiquinode 5% ⇢ aplicação local em creme ➡ Sul fato de zinco oral ⇢ melhora da resposta imune (mas não há um consenso) Esses são tratamentos demorados, demoram semanas para atingir a cura! Não pode dar ponto em verruga! Nunca tira em fuso, especialmente em lesão plantar. Pode causar uma ulcera plantar e gerar um quadro permanente de dor • Clodof ilina ⇢ melhor nas mucosas • Plantar e mão: ácido salicílico Herpes Vírus Herpes vírus é uma grande família: família herpesviridae. Subfamília ⍺: • Vírus herpes simples tipo 1 • Vírus herpes simples tipo 2. • Vírus herpes humano 3 (varicela-zóster) Subfamília β: • Gênero citomegalovírus (HHV-5) • Herpes virus humano 6 ⇢ exantema súbito ou roséola infantum • HHV-7pitiríase rósea (doença autolimitada em tronco e membros que regride espontaneamente em 6 semanas) Juliana Silva | 7 Dermatologia Família gama: • Epstein-barr: envolviendo em várias doenças, a mais comum é a mononucleose infecciosa - Linfoma de Burkitt - Gianotti-Crosti: doença com lesões populosas nas extremidades - Leucoplasia oral (placas brancas na boca) • HHV-8: sarcoma de Kaposi Atualmente é raro devido ao tratamento. É um tumor que se aproveita do sistema imune comprometido. Tumor de Kaposi clássico: tumor vinhos em regiões inferiores em pessoas de idade (não tem relação com a AIDS, nem com o HHV-8) TRANSMISSÃO: Tipo 1: contato pessoal (90% < 10 anos) Em geral, a maioria das pessoas já tiveram contato com o vírus, mas não causa sintomas na maior parte das pessoas. Tipo 2: contato sexual incubação: • Varia, em torno de 2 a 20 dia Duração: • 7-10 dias (regride espontaneamente, é uma doença autolimitada) Primo-infecção A manifestação clínica da primo-infecção é diferente da infecção recidivante. Herpes simples: É encontrada em indivíduos que nunca tiveram contato prévio com o vírus, sem proteção imunológica. ➡ Período de incubação: aproximadamente 10 dias ➡ Localizado: pele e mucosas ➡ Disseminado: fígado e baço ➡ SNC Exantema súbito: • Doença de lactentes (até 2 anos), febre alta, com um exantema súbito • A criança aprece com uma febre alta e uma vermelhidão súbita do corpo • É uma doença benigna e autolimitada que desaparece apenas com sintomáticos Juliana Silva | 8 Dermatologia No pré-natal é necessário perguntar para a gestante e ao parceiro se já apresentou herpes, porque pode ter o vírus sem manifestação, mas pode passar a criança. A criança pode nascer com herpes localizada ou disseminada (em todo o tegumento, fígado e baço). O maior problema é quanto atinge o SNC, porque pode causar encefalite herpética (situação grave). Se a primo-infecção herpética for após 28 semanas de gestação, a mãe precisará tomar Aciclovir até o f im da gestação, porque a partir desse momento os anticorpos da mãe não são mais transmitidos ao bebê. Nos primeiros trimestres é possível que a mãe apresente uma viremia (cair da circulação), mas as chances são baixas. Se a lesão for ativa na genitália, a indicação é cesárea. Gengivo-estomatite: ➡ É mais comum em crianças ➡ Pode variar de um quadro discreto, com algumas lesões vesicoerosivas e subfebris, até quadros graves com erupção vesiculosa com febre alta, adenopatias e comprometimento do estado geral ➡ Com o rompimento das vesículas, formam- se exulcerações, logo recobertas por placas esbranquiçadas. ➡ A gengiva f ica edemaciada Queratoconjuntivite herpética: ➡ A primo-infecção pode ser no globo ocular com vesículas e erosões na conjuntiva e na córnea. ➡ Após regressão, podem surgir recidivas e a infecção causar ulcerações profundas, eventualmente levando à cegueira ➡ Na fase inicial, a presença de vesículas agrupadas possibilita o diagnóstico Juliana Silva | 9 Dermatologia Quando há dúvidas, para provar que é herpes, pode-se realizar o assoalho da vesícula e fazer o teste de Tzanzk para ver se há inclusão viral nas células examinadas. Não é possível dizer qual é o vírus, mas ajuda no diagnóstico. Vesículas agrupadas ou isoladas ⇢ quadro do herpes Erupção variceliforme de Kaposi: ➡ Também chamado de eczema vacinatum e herpético ➡ Ocorre quando o vírus herpes simples se instala em uma lesão dermatológica estabelecida, não surge em pele normal. ➡ É um quadro de disseminação viral herpético (eczema herpético) ou da vaccínia (eczema vacinatum) ➡ O quadro se caracter iza pe lo aparecimento súbito de vesículas, disseminadas ou em áreas de pele comprometida, que rapidamente se transformam em pústulas, que formam crostas, com eventual infecção bacteriana ➡ Sintomas como febre, prostação, toxemia e adenopatias estão presentes Panarício herpético: ➡ Infecção herpética recidivante que atinge os dedos das mãos, perto da cutícula ➡ É rara ➡ O quadro inicial é de vesículas que coalescem, podendo formar uma única bolha, com adenopatia e febre eventual ➡ É extremamente dolorosa Juliana Silva | 10 Dermatologia Herpes simples genital ➡ Surge vesículas agrupadas dolorosas, que se ulcera, no pênis, na vulva ou no ânus Mulher: vulvite, geralmente é inaparente, vulva f ica inf lamada, dolorida, pode dar vaginite, uretrite, cistite. Homem: pode ter vesículas no pênis, períneo; uretrite com distrai; proctite (perianal - dolorosa, com tenesmo e secreção purulenta) Após a primo- infecção: Após a primeira infecção, o vírus f ica latente em gânglios e nervos crânio-espinhais (gânglios sensitivos paravertebrais) O vírus f ica latente e pode ser reativado em algum momento da vida. Fatores que reativam o vírus: ➡ Menstruação ➡ Febre ➡ Sol ➡ Trauma (após relação sexual) ➡ Nada E as vezes há reativação do herpes simples ⇢ herpes simples recidivante. A manifestação clínica é diferente da primo- infecção Herpes simples: Presença de vesículas isoladas e agrupadas sobre uma base eritematosa ⇢ lesões agrupadas, em cacho de uva. Depois a vesícula se rompe e f ica uma área de erosão, secando em torno de 7 a 10 dias. ➡ Pode ter na região glutea ➡ Coceira ➡ A maior parte das vezes se manifesta no mesmo local, nos arredores da primo -infecção ➡ Pode ocorrer cicatrizes hipocrômicas na pele ondef teve a lesão O ideal é iniciar a terapêutica nos primeiros sintomas! Quando nessa localização, a terapêutica utilizada é a higienização com soro f isiológico e água boricada. O aciclovir não resolve, porque não penetra na pelem apenas em mucosa, portanto, não resolve. Além disso, deve-se evitar os fatores agravantes, como sol e trauma! Juliana Silva | 11 Dermatologia Herpes simples genital: ➡ Na maioria das vezes recidiva após relação sexual ou prática de exercícios físicos Herpes simples congênito ➡ A infecção pelo HSV-2 em gestante pode ser responsável por alterações na embriologia do bebê; infecção intrauterina precoce ou tardia pode ocasionar defeitos congênitos ➡ A primo-infecção herpética pode ser causa de abortamentos O vírus herpes simples é uma das causas da Síndrome de TORCH (Toxoplasmose, Outras infecções, Rubéola, Citomegalovírus, Herpes simples), na qual o agente cruza a barreira placentária, havendo sintomas na criança, embora possa ser clinicamente silencioso na mãe. Herpes simples neonatal: ➡ Ocorre quando a mulher gestante apresen ta herpes gen i t a l , com contaminação do neonato durante o parto ➡ Caracteriza-se por vesículas e bolhas que se rosam, recobertas por crostas, na cabeça ou nas nádegas ➡ É grave e muitas vezes fatal Tratamento do herpes simples ➡ Cuidados locais ➡ Higienizar a área, com soro ➡ Compressas com soro f isiológico ➡ Aciclovir na pele ⇢ é menos absorvido. Já, na mucosa, é bem absorvido Cuidados locais: • Tópica: aciclovir em creme apenas quando há infecções autolimitadas • Oral: primo-infecção herpética ou em lesões recorrentes (aciclovir, valaciclovir, fanciclovir) — trata a crise, mas não evita próximas crises • Intravenosa: infecções severas em imunocomprometidos, infecção neonatal e meningoencefalite (Aciclovir) Juliana Silva | 12 Dermatologia Usar tratamento oral na primo-infecção! Nas formas recorrentes ⇢ + 6 episódios por ano ⇢ autorizado a fazer o tratamento supressão - usa aciclovir oral até 3 anos Terapêutica de supressão: Para pacientes com mais de 6 episódios de herpes por ano. Tenta-se suprimir o surto com o uso de Aciclovir 2x por dia de 6 meses a 3 anos para tentar suprimir o surto. Se em 6 meses de tratamento o paciente não apresentar nenhum surto pode-se suspender o tratamento. Se ainda apresentar, continuar por mais 6 meses, até suprimir. Pode ser que após suspender o tratamento,tenha recidiva. 800 mg de aciclovir durante 6 meses até 3 anos! ➡ Tratamento da crise: se for lesão oral pode usar tratamento oral. ➡ Usar o comprimido de 4 em 4 hrs ⇢ 5 vezes ao dia HHV-3 (vzv) Pode causar varicela ou herpes zoster. Em geral infecta o indivíduo durante a infância, causando o quadro de varicela. Após essa fase de disseminação hematogênica em que atinge a pele, caminha pelos nervos periféricos até os gânglios nervosos, onde poderá permanecer em latência por toda a vida. Quando o vírus é reativado, ele caminha centrifugamente pelo nervo periférico, atingindo a pele, causando o herpes-zóster. É possível uma criança adquirir varicela pelo contato com o doente de zóster! Varicela: A primo-infecção pelo VZV (HHV-3) é caracterizada pelo aparecimento de vesículas em base eritematosa na pele e nas mucosas. ➡ Distribuição universal ➡ Em geral ocorre na infância ➡ Altamente contagiante ➡ Transmissão ⇢ via aérea Juliana Silva | 13 Dermatologia Periodo de incubação: • 14-21 dias (2 a 3 semanas) Em geral, confere imunidade por toda a vida. Ou seja, se o indivíduo for infectado e tiver varicela, não terá varicela novamente! Quadro clinico: • Inicia-se com mal-estar, febre moderada e pequenas manchas eritematosas • Surgem vesículas de 1 a 3 mm, de conteúdo purulento e que, pelo dessecamento, formam crostas • Craniocaudal ⇢ erupção mais extensa no tronco, com menor número de lesões nas extremidades • Começa com lesões na mucosa oral • Coceira • Cefaleia • Distribuição centrípeta! • Acometimento de mucosa, orofaringe, conjuntiva e genital • Pode formar cicatriz se coçar • Em cerca de 1 semana, a febre desaparece e deixam de aparecer novas lesões, permanecendo somente as crostas, que se eliminam em alguns dias A varicela neonatal é uma infecção grave, frequentemente fatal, adquirida por contágio, geralmente quando a mãe tem varicela alguns dias antes do parto. A infecção no primeiro trimestre da gravidez pode causar anormalidades fetais como microf talmia, catarata, atrof ia óptica e atrof ia do sistema nervoso central. ➡ Temos vacina disponível no sus! Juliana Silva | 14 Dermatologia complicações da varicela: • Pneumonia, especialmente no adul to (varicela no adulto é pior do que na criança) • Pode dar encefalite - é mais raro • Infecção secundária Histopatologia: • Células multinucleadas • Vesícula epidérmica com células balonizantes • Podem ser encontradas inclusões eosinofílicas em núcleo de células epiteliais e em células endoteliais Diagnóstico diferencial: Atualmente, o diagnóstico diferencial é monkeypox, mas a distribuição não é craniocaudal, a apresentação é mais genital ou acrais. Outra diferença, é que a lesão clássica de Monkeypox é pústula e apresenta um emoldurado ao redor da vesícula. Doença mão-pé-boca (causada por enterovírus) é outro diagnóstico diferencial, contudo, causa vesículas no pé e na boca, diferente da varicela. A contaminação pode ser oral-fecal. Tratamento: • Cuidados locais • Banho com permanganato de potássio ⇢ pode secar as lesões • Evitar coçar • Aciclovir: crianças > 2 anos e em adultos. Em geral só se usa em casos severos e graves Vacina: Vacina de vírus atenuado • 1º dose: 12 - 15 meses • 2º dose: entre 4 e 6 anos de idade Imunização passiva: A vacina induz a uma resposta ativa, contudo, em algumas circunstancias, pode-se realizar uma imunização passiva (é dado o anticorpo varicela zóster ⇢ Ig varicela-zóster Até 96 horas após a exposição do indivíduo com alguém que está com a varicela Quem deve receber a imunização passiva?: ➡ Imunocomprometidos e gestantes (sem evidencia de vacinação) Juliana Silva | 15 Dermatologia ➡ RN de mãe com varicela 5 dias antes ou até 2 dias após o parto ➡ RN prematuro de 28 semanas ou mais (exposição neonatal) com mãe sem evidencia de imunidade ➡ RN < 28 semanas ou peso < 1 kg (exposição neonatal) ⇢ independente de a mãe ter sido vacinada A imunização passiva é cara, tem alto custo, portanto, não é todo lugar que tem disponibilidade. Herpes zoster: O vírus da varicela quando se reativa volta na forma de herpes zoster! ⇢ se foi vacinado, também pode ter herpes zoster. Quadro clínico: • A maioria dos doentes refere dores nevrálgicas antecedendo as lesões cutâneas A lesão elementar é uma vesícula sobre base eritematosa, a erupção é unilateral, raramente ultrapassando a linha mediana, seguindo o trajeto de um nervo (distribuição dermatômica) ➡ Surge limitado a um dermátomo! Pode pegar apenas um lado ⇢ é unilateral! ➡ Tem tropismo neuronal ⇢ gosta de f icar no nervo na área em que está, logo, não pega o nervo contra-lateral. Dá em apenas um lado ➡ Mani festa-se com vesícu las com distribuição zoosteriforme, linear, precedida de dor! A dor precede a manifestação dermatológica!!!! ➡ As vesículas costumam ser agrupadas seguindo o trajeto nervoso de apenas um lado ➡ Pode causar nevralgia (seca a lesão e ainda produz dor) Duração: • 2 a 4 semanas para sumir da pele • Do nervo pode durar mais tempo Manifestações clínicas: • A infecção é mais comum em adultos e idosos, mas também é encontrada em adolescentes e adultos jovens Juliana Silva | 16 Dermatologia • Raro na infância • Em 20% dos doentes, a nevralgia é intensa e p o d e p e r s i s t i r p o r mes e s , particularmente quando não é feito o tratamento eletivo • Só tem herpes-zóster quem já teve varicela antes ou foi vacinado! Comprometimento do nervo trigêmeo, particularmente o ramo of tálmico: pode danif icar a córnea. Se pegar o nervo trigêmeo, o nervo of tálmico, pode causar alteração na córnea e dar cegueira. Pode também pegar o ramo naso-ciliar ⇢ quando tem vesículas na ponta do nariz, é o mesmo nervo que inerva a órbita, portanto, sempre pedir avaliação of talmológica, porque pode causar cegueira. Tem que verif icar se já teve acometimento ocular Acometimento do nervo facial (nervo misto, predominantemente motor): pode causar paralisia de Bell (parece um AVC, a pessoa não consegue mexer um lado) — é autolimitando, em torno de 21 dias. Comprometimento do gânglio geniculado: pode causar a Sd Ransay-Hunt: hipoacusia, zumbidos, alteração de audição, tontura Juliana Silva | 17 Dermatologia Tratamento: • Cuidados locais • Higienizar com soro f isiológico ⇢ evitar infecção • Fazer compressas Terapia antiviral: ➡ Indivíduos saudáveis, sem comodidade e sem dor importante ⇢ pode não dar medicação oral ➡ Em geral, damos precocemente, para que não surge nevralgia pós-herpética 800 mg de 4 em 4 horas = 20 comprimidos por dia. Durante 7 dias! — aciclovir Valaciclovir: 2 comprimidos de 8 em 8 horas1. Mas é mais caro Profilaxia: ➡ Vacina contra zóster > 60 anos Existe a vacina contra a varicela que é tomada ao primeiro ano de vida, e também a vacina contra o zóster, que pode ser utilizada a partir de 60 anos. Molusco contagioso É causado pela infecção pelo poxvirus, que a t i n ge exc l u s i vamen te a pe l e e , excepcionalmente, as mucosas (raro) ➡ Distribuição universal ➡ Prevalência variável ➡ É mais comum em crianças ➡ Geralmente acomete o tronco e membros ➡ < 10 anos < 5% (USA) ➡ Em adu l t os suspe i t a que tem imunossupressão - mais raro ➡ Mais severo quanto mais baixo o CD4 do indivíduo! Transmissão: • Contato individual • Em adultos, no geral, é por transmissão sexual • Em crianças, é mais frequente em atópicos. Juliana Silva | 18 Dermatologia Manifestações clínicas: A lesão do molusco é uma pápula semiesférica, séssil, de coloração normal da pele, geralmente umbilical no centro ou discreta depressão central • Assintomática, exceto se infectada, que neste caso, pode ser dolorosa • Comuns nos membros e na genitália Tratamento: • Expectante • Caústio (hidróxido de potássio) — manipulado que deve seraplicado apenas localmente com palito de dente para não queimar a área ao redor • Crioterapia — nitrogênio líquido (pode causar uma marca/cicatriz hipocrômica d e f i n i t i v a , p r i n c i p a l m e n t e e m afrodescendentes e asiáticos) • Curetagem — é o tratamento mais utilizado, contudo, causa dor. COVID-19 ➡ Coronavírus - RNA vírus ➡ Causam infecção respiratória em aves e mamíferos Fisiopatologia: O vírus utiliza o receptor ECA-2 para entrar na célula (receptor funcional). Esse receptor é expresso em diferentes estruturas da pele (PCR, IH, ME). Manifestações clínicas: • Exantema: associado ao covid, é o mais prevalente e o mais comum — surge em até 2 semanas e tem remissão espontânea em 7 - 10 dias • Urticária (19%) • Pseudoeritema pérneo: pápulo-nodular em extremidades • Vesicobolhosa • Livedo/purpura/necrosa ⇢ são lesões mais graves Juliana Silva | 19 Dermatologia Mecanismos: • Origem inf lamatória: resposta imune aos nucleotídeos virais • Origem vascular: secundária a fenômeno de vasculite, trombose • Ativação viral de mastócitos e basóf ilos: urticária e exantema Exantema (47-70%): ➡ Surge até 2 semanas ➡ Remissão espontânea em 7 a 10 dias ➡ Exantema morbiliforme ➡ Áreas de exantema entremeadas com áreas de pele normal, é autolimitado Urticária (19%): ➡ Lesões elevadas, edematosas ➡ Surge concomitantemente ou 3 dias antes ➡ Vugaz, dentro de 24 horas, muda de lugar Pseudoeritema-pérneo (19-75%) ➡ Surge após 14 dias ➡ Dura 14 dias com melhora espontânea ➡ Mais reportado em crianças Vesicobolhosa: ➡ Não tem prurido ➡ Não tem distribuição centrípeta ➡ Diagnóstico diferencial com varicela ➡ Surge 3 dias após ➡ Dura 7 - 14 dias com melhora espontânea Livedo/purpura/necrose: ➡ Surgimento tardio em pacientes graves ➡ Relacionado com quadros mais graves. ➡ Mais comum em pacientes internados com quadros graves. ➡ Aumento da coagulopatia e ↑ D-Dímero. Esse paciente precisa ser internado para acompanhar sua coagulação. ➡ Marcador importante e de severidade! Conclusões: ➡ Não há manifestações cutâneas especif icas para COVID-19 ➡ Nem todo paciente com COVID-19 apre- senta manifestações cutâneas. ➡ As manifestações podem ajudar no diagnóstico de pacientes oligossintomaticos. Verrugas vulgares: Verruga plantar: Verrugas planas: Verrugas anogenitais - condiloma acuminado Primo-infecção Herpes simples: Gengivo-estomatite: Queratoconjuntivite herpética: Erupção variceliforme de Kaposi: Panarício herpético: Herpes simples genital Após a primo- infecção: Herpes simples: Herpes simples genital: Herpes simples congênito Herpes simples neonatal: Varicela: Herpes zoster:
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