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TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL EM GRUPO Prof.ª Esp. Beatriz S. da Rocha Disciplina Teorias e Técnicas em grupo O grupo O terapeuta deve evitar possíveis respostas de esquiva ou de agressividade entre os clientes. Uma característica da abordagem comportamental que aumenta sua eficácia e que fica evidente no trabalho com grupos é o seu aspecto pedagógico ou instrucional. O grupo os resultados mais duradouros e generalizados são obtidos quando o cliente aprende a analisar as contingências de seu ambiente envolvidas em suas queixas. no entanto, que para que esta estratégia seja efetiva é necessário adequar a linguagem e utilizar exemplos da vida dos clientes, sem a preocupação de utilizar termos técnicos que podem ser de difícil entendimento para algumas pessoas. O grupo propicia condições de aprendizagem através de uma participação ativa como através da observação. Por exemplo, já tivemos clientes que após algumas sessões nas quais emitiram baixa frequência de verbalização relatam que “me lembrei daquela situação que o V. contou da relação dele com o pai e das alternativas que o grupo levantou e resolvi fazer igual com o meu pai.. Deu certo, adorei...”. O grupo Os membros do grupo proveem um reforço imediato para aquilo que se constitui num comportamento apropriado em dada situação. Além disso, os membros do grupo podem experimentar novas formas de comunicação com outras pessoas em situações que simulem mais proximamente o mundo real. Há uma ampla base para modelação social em grupos, e os membros do grupo podem facilitar a aquisição, e a manutenção de comportamentos socialmente reforçados. Qual o objetivo do grupo? Uma das características da Análise do Comportamento é a utilização de uma definição objetiva dos problemas para fins da análise funcional. A definição e descrição operacional dos objetivos são indispensáveis para o planejamento das intervenções e, também, para a avaliação dos resultados. Quantos clientes participarão do grupo? Grupos maiores (mais de 8 participantes) demandam um maior treino-terapêutico, embora sejam muito úteis nas instituições (hospitais, empresas) nas quais a demanda por atendimento costuma ser maior. Terapeutas menos experientes provavelmente se beneficiam se trabalharem com grupos menores (4 a 5 pessoas) e, portanto, com menos diferenças individuais em termos de problemas e de história de aprendizagem. um grupo com 6 a 8 clientes, traz vantagens em termos de interação, modelação e aprendizagem interpessoal e ao mesmo tempo, permite a atenção adequada para a análise e intervenção com cada um dos clientes. Quantos terapeutas? Um terapeuta pode atender ao grupo sozinho. Entretanto, contar com um co-terapeuta tem se mostrado extremamente produtivo. Em situações que podem ser aversivas ou mais difíceis para um dos terapeutas - por exemplo, quando o relato de um cliente evocar encobertos intensos em um dos terapeutas - o outro terapeuta usar modelação ou auto-revelação de forma mais objetiva. Quantos terapeutas? A falta de contato entre os dois terapeutas e as dificuldades interpessoais precisam ser resolvidas antes de iniciar o trabalho em equipe. Os objetivos do observador são observar e registrar os comportamentos verbais e não-verbais dos membros do grupo em sua interações com os terapeutas para aumentar a fidedignidade dos dados coletados. O grupo será homogêneo ou heterogêneo? Preferimos grupos heterogêneos porque, a partir da , prática clínica com estes grupos, concluímos que há uma maior probabilidade de generalização para a situação natural, dada a diversidade de modelos e de reforçamento. O grupo será aberto/fechado? Quando se trabalha com grupo aberto o terapeuta deve se lembrar que sempre que um novo membro for acrescido deverá ser já ocorreu no grupo e uma retomada das regras e condições do grupo. Ambulatórios > grupos fechados Enfermarias > grupos abertos (rotatividade) Local, duração, frequência e valor das sessões Grupos semanais com 2h de duração. trabalham dois terapeutas e um observador e planejamento e discussão da sessão demanda várias horas além das utilizadas durante o atendimento. Na nossa experiência, no atendimento em grupo em consultório particular, é justo cobrar 50% do valor da sessão individual. Esquema combinado faz parte das regras combinadas com o grupo a possibilidade de ocorrerem eventuais sessões individuais, solicitadas por um cliente ou pelo terapeuta, para facilitar o desenvolvimento do grupo. Pouca frequência o indivíduo é incentivado a contar quando estiver em uma sessão com o grupo sobre os assuntos da sessão individual O início Em sessões individuais (uma ou duas) antes da primeira sessão do grupo, os terapeutas coletam informações sobre as expectativas dos clientes, os comportamentos que estes consideram como problema e, se possível, as contingências de aquisição e a sua manutenção > audiência não-punitiva. Na primeira sessão em grupo > criar condições para os membros se conhecerem O início Reforçar o comportamento de “ser cliente” (pontualidade, assiduidade, cooperação), e continuar a análise dos dados que foram abordados nas entrevistas individuais. Grupo coeso Os membros de um grupo coeso sentem afeto, conforto num sentido de pertinência no grupo. Eles valorizam o grupo e sentem que são valorizados, aceitos e amparados pelos outros membros.” Pode-se considerar a coesão como uma razão entre a taxa de reforçamento e a de punição liberada no grupo, isto é, grupos mais coesos são aqueles nos quais existem mais comportamentos mantidos por controle positivo do que por controle aversivo. Avaliação Déficits comportamentais Excessos comportamentais Nas primeiras sessões, o terapeuta emite mais verbalizações (fase de orientação inicial do grupo). O desenvolvimento do grupo O trabalho do terapeuta será criar condições que levem o cliente a identificar as classes de contingências de reforçamento na sua história de vida que o levaram a emitir aquele comportamento que ele relata trazer sofrimento (tem consequências aversivas). A neutralidade do terapeuta Contingências da história de vida do próprio terapeuta também estarão sempre presentes, seus valores, regras e experiência de vida. O terapeuta neutro ou “distante” é uma falácia no processo terapêutico. Quando o terapeuta se sente cansado (por exemplo), deve-se perguntar: é uma amostra de seu comportamento na situação natural e dos respondentes que evoca nas outras pessoas ou eu estou irritado porque estou cansado? Modelação Modelação ou aprendizagem por observação é um dos instrumentos de maior importância. O terapeuta é um modelo para comportamentos" no grupo e estes também são modelos uns para os outros. A imitação é fundamental para a existência de uma cultura, pois permite a reprodução e continuidade dos seus valores, economizando tempo de aprendizagem p garantindo a aquisição de comportamentos adaptativos à sobrevivência da espécie > história filogenética. O término do grupo Quando o cliente consegue, em sua vida cotidiana, aplicar os princípios de comportamento que aprendeu no grupo em situação natural, pode-se afirmar que a intervenção foi bem sucedida. A emissão dos comportamentos na situação natural é também importante para levar o cliente à independência em relação ao terapeuta e demais membros do grupo, identificando-se como no verdadeiro agente de sua mudança. O término do grupo Uma das características fascinantes da análise aplicada do comportamento é seu aspecto pedagógico. O cliente pode e deve aprender a se observar e identificar as contingências de controle de seus comportamentos.
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