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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS MÁRCIA JUSTINO DA SILVA UNIDADE 01 Unidade 1 | Introdução Você sabia que esta modalidade é relativamente jovem? Pois é, a princípio seu objetivo era apenas ensinar os adultos, que por algum motivo não foram alfabetizados na escola regular, a ler e escrever. Contudo, através dos tempos, houve mudanças significativas em sua proposta e objetivos, respaldada pela legislação e pelas políticas públicas educacionais. Unidade 1 | Objetivos Compreender a trajetória histórica da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Refletir a respeito da importância da Educação de Jovens e Adultos como uma das modalidades da Educação Básica a partir da sua evolução histórica. Identificar a importância da EJA no processo da inclusão social. Verificar como se dá o processo de alfabetização dos jovens e adultos, enfatizando a importância de uma didática e uso de metodologias adequadas. Dos Jesuítas a Redemocratização Período Jesuítico (1549-1759) Período Pombalino (1760 - 1808) Período Imperial (1822 – 1889) Período Republicano (1889 até hoje): redemocratização e os dias atuais Período Joanino (1808 – 1821) Período Jesuítico ( 1549-1759) Objetivo Principal: catequizar os índios. Foco no ensino do português, da escrita e da leitura para os índios e filhos dos colonos. Implantação de um plano educacional elaborado pelo Padre Manoel da Nóbrega – Ratio Studiorum. Ratio Studiorum: atendia as várias classes da população. Contudo, para cada uma era designado um tipo de ensino. O Currículo era composto de disciplinas como: Gramática Média, Gramática Superior, Humanidades, Retórica, Filosofia, Teologia. Período Pombalino (1760 - 1808) Sebastião José de Carvalho Neto, mais conhecido como Marquês de Pombal, super ministro de Portugal. Expulsão do Jesuítas. Grande ruptura do método educacional implantado e consolidado. Implantado novo modelo e estrutura educacional denominado “Aulas Régias”. Aulas Régias: aulas isoladas com o objetivo de continuar com os estudos presentes nos seminários. 1772: ocorreu a implementação do ensino público oficial no Brasil. A ênfase pombalina estava no ensino secundário. Período Pombalino (1760 - 1808) No princípio do século XIX, a educação brasileira estava reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que pudesse chegar próximo deles foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educação. Esta situação somente sofreu uma mudança com a chegada da Família Real ao Brasil em 1808. Período Joanino ( 1808-1821) Nova ruptura no sistema educacional. Criação das Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina e escolas noturnas. Mas, havia enorme dificuldade em manter estas instituições em funcionamento. A Imprensa Régia na colônia contribuiu para divulgação de fatos e pensamentos para a população letrada. 1810: fundação da Biblioteca e a Academia Militar. 1812: criados cursos de Agricultura na Bahia, a escola de serralheiros, oficiais de lima e espingardeiros, em Minas Gerais e o laboratório de química no Rio de Janeiro 1814: franqueada à população, a Biblioteca Real torna-se nossa primeira biblioteca pública. São criados os cursos de agricultura no Rio de Janeiro. Período Joanino ( 1808-1821) 1816: é criada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. 1818: surge um curso de desenho com o objetivo de "beneficiar muitos ramos da indústria. É criado o Museu Nacional no Rio de Janeiro. 1820: a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios muda para Real Academia de Pintura, Escultura e Arquitetura Civil e depois para Academia de Artes. 1821: retorno da Família Real para Portugal. Período Imperial ( 1822 – 1888) 1822: D. Pedro I proclama a Independência do Brasil. 1823: para suprir a falta de professores é se institui o Método Lancaster ou “ ensino mútuo”. 1824: outorgada a 1ª Constituição do Brasil, que em seu artigo 179 diz: “instrução primária e gratuita para todos os cidadãos”. 1834: o Ato Adicional à Constituição dispõe que as províncias passariam a ser responsáveis pela administração do ensino primário e secundário. 1835: criada a 1ª Escola Normal, em Niterói – RJ. 1837: criado o Colégio Pedro II, com o objetivo de se tornar um modelo pedagógico para o curso secundário. Período Republicano (1889 até hoje) Primeira República (1889 -1929) Grandes modificações no quadro educacional, social e político do Brasil. 1890: a Reforma de Benjamin Constant tinha como princípios orientadores a liberdade e laicidade do ensino, como também a gratuidade da escola primária. 1891: a primeira Constituição da República, reafirma a proibição ao voto do analfabeto às eleições. 1915: Reforma de Carlos Maximiliano surge em função de se concluir que a Reforma de Rivadávia Correa não poderia continuar. Esta reforma volta a oficializar o ensino no Brasil. Liga Brasileira Contra o Analfabetismo no Rio de Janeiro. Período Republicano (1889 até hoje) Segunda República ( 1930 – 1936) A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo capitalista de produção. A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão de obra especializada e, para tal, era preciso investir na educação. 1931: Reforma Francisco Campos, reorganiza o sistema educacional. 1932: Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados educadores da época. ESTADO NOVO (1937 – 1945) 1937: Outorgada uma nova Constituição Havia uma grande preocupação e mobilização para erradicar o analfabetismo no país e em um curto espaço de tempo. Durante o Estado Novo, quase não há registros de iniciativas voltadas para a alfabetização de adultos. Período Republicano (1889 até hoje) NOVA REPÚBLICA ( 1946 – 1964) 1946: o ensino supletivo foi organizado a partir da Lei Orgânica do Ensino Primário. Nova Constituição de cunho liberal e democrático. Determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. 1947: Campanha de âmbito nacional visando alfabetizar a população, conhecida como Campanha de Educação de Adultos (CEA) ou Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA) extinta apenas em 1963. 1950: Campanha Nacional de Educação Rural. 1958: II Congresso Nacional de Educação de Adultos. Paulo Freire pontua que a organização dos cursos deveria ter como base a própria realidade dos alunos e o trabalho educativo deveria ser feito “com” o homem e não “para” o homem. 13 Período Republicano (1889 até hoje) 1961: Promulgada a Lei º4.024 que regulamenta as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A técnica didática, criada por Paulo Freire, propunha-se a alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos. A influência de Paulo Freire abrangeu de forma significativa todos os espaços, possibilitando uma educação popular, de 1960 a 1964. Plano Nacional de Alfabetização de Adultos, o qual foi interrompido pelo Golpe Militar de 31 de março de 1964. Período Militar ( 1964-1985) 1964: é criado o Plano Nacional de Alfabetização (PNA), ainda no governo do Presidente João Goulart. 1967: Movimento Brasileiro de Alfabetização – Mobral 14 Período Republicano (1889 até hoje) Período Militar ( 1964-1985) 1964: é criado o Plano Nacional de Alfabetização (PNA), ainda no governo do Presidente João Goulart. 1967: Movimento Brasileiro de Alfabetização – Mobral Slide 5... https://pixabay.com/pt/illustrations/soldado-mulher-silhueta-guerra-1682561/ Período Republicano (1889 até hoje) Redemocratização ( 1989 em diante) 1988: Nova Constituição Federal 1989: Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos da Cidade de SP 1990: Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC) 1996: Sancionada a Lei no 9394, a LDB que ficou oito anos em discussão no Congresso. 2003: Programa Brasil Alfabetizado Slide 5... Escola e a EJA “A escola tem um papel importante na perspectiva de reconhecer, valorizar e empoderarsujeitos socioculturais subalternizados e negados. E esta tarefa passa por processos de diálogo entre diferentes conhecimentos e saberes, a utilização pluralidade de linguagens, estratégias pedagógicas e recursos didáticos[...] e o combate a toda forma de preconceito e discriminação no contexto escolar.” (CANDAU, 2011, p. 253) Inclusão social e diversidade cultural EJA: é a modalidade de ensino onde mais encontramos turmas absolutamente heterogêneas, desenhando uma diversidade não só social, mas racial, cultural, econômica, religiosa, etária, dentre outras. Como assegurar a inclusão e o respeito às diferenças? Projeto de Formação Continuada para professores; Revisão da prática pedagógica – inovação ( TICs); Respeito a bagagem cultural e às diferenças. Acontecimentos importantes Constituição Federal de 1988. LDB (Lei 9.394/96), Artigo 37: destinação da EJA. Conferência Nacional de Educação Básica de 2008: isonomia e a acessibilidade à educação. BNCC e a EJA: 3ª versão. Alfabetização Alfabetização vai além do domínio da técnica (codificar e decodificar) e das habilidades de ler. Envolve outros processos como a interpretação, a compreensão, a crítica e a produção de conhecimento. Letramento Indivíduo (grupo) se apropria da escrita para ler e interpretar o mundo ao seu redor. Exemplo: Usar a leitura e a escrita para seguir instruções ( ler uma bula); Apoiar à memória ( fazer lista); Comunicar-se (recado, bilhete, telegrama); Divertir e emocionar-se (conto, fábula, lenda); Informar (notícia). Obrigada!
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