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Medicina Laboratorial - Infarto agudo do miocárdio (3 Período)

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Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
Infarto agudo do miocárdio 
MEDICINA LABORATORIAL: SP 3.2 
DEFINIÇÃO 
Infarto agudo do miocárdio é a necrose da célula 
miocárdica resultante da oferta inadequada de 
oxigênio ao músculo cardíaco. 
O diagnostico inicial de IAM é feito por uma 
combinação de sintomas, achados no exame físico e 
alterações do ECG características. 
Em 49-76% os pacientes com IAM os ECGs não ajudam 
no diagnostico; 
A confirmação do IAM depende, muitas vezes da 
detecção de marcadores bioquímicos. 
FATORES DE RISCO CARDÍACO 
→ Diabetes; 
→ Níveis séricos elevados de colesterol e triglicérides; 
→ Tabagismo; 
→ Obesidade; 
→ Falta de atividade física, sedentarismo; 
→ Períodos prolongados de tensão, frustração ou 
hostilidade; 
→ Idade (a incidência aumenta depois dos 30 anos) 
→ Sexo masculino; 
→ Uso de contraceptivo oral por mulheres com mais 
de 40 anos. 
DIAGNÓSTICO 
→ História típica de dor precordial; 
→ Alterações eletrocardiográficas; 
→ Elevação dos marcadores cardíacos. 
BIOMARCADORES DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 
Por que os marcadores cardíacos? 
→ Alta concentração no miocárdio; 
→ Ausência nos tecidos não cardíacos; 
→ Alta sensibilidade e especificidade; 
→ Liberação rápida destas substâncias no sangue após 
lesão cardíaca; 
→ Permanência no sangue por vários dias; 
→ Níveis séricos correlacionados com a extensão da 
lesão cardíaca e com o prognóstico; 
→ Kits comerciais rápidos, simples e automáticos; 
→ Múltiplos estudos clínicos para o diagnóstico e 
tratamento do IAM. 
Biomarcadores cardíacos clássicos: 
→ Mioglobina; 
→ Creatina-quinase cardíaca (CKMB); 
→ Troponina T e I. 
OBS.: A Sociedade Brasileira de Cardiologia preconiza 
que no processo investigativo de IAM devem ser 
usados pelo menos dois Biomarcadores: um precoce 
(mioglobina e CK-M) e outro tardio definitivo 
(troponinas). 
MIOGLOBINA 
→ Proteína ligadora de O2 presente no músculo 
estriado cardíaco e esquelético; 
→ Apresenta função fisiológica incerta, podendo servir 
como reservatório de O2 acessível somente em casos 
de hipóxia extrema; 
→ Aumento sérico Trauma em músculo esquelético ou 
cardíaco (pouco específico); 
→ Marcador inicial do IAM (Subida precoce: após 2 
horas); 
→ Em pacientes com IAM, os níveis de mioglobina 
podem elevar até 10 vezes o padrão normal; 
→ Apresenta uma sensibilidade de 97,1% e 
especificidade de 97,9%; 
→ Pouco específico em relação ao Infarto Agudo do 
Miocárdio; 
→ Subida muito precoce (marcador inicial); 
Subida após 2h. 
Pico entre 6 a 12h. 
Normalização após 24h. 
Referência: Homem: 16 - 96 mg/L; Mulher: 9 - 82 mg/L. 
OBS.: Embora sensível, não é um marcador específico, 
alterando-se na presença de lesões musculares, 
insuficiência renal crônica, exercícios extenuantes e 
exposição a drogas e toxinas. 
CREATINOQUINASE: CREATINA FOSFOQUINASE 
→ Enzima com papel regulador no metabolismo 
intracelular dos tecidos contráteis. Composta pela 
união de duas subunidades do tipo B e/ou M 
→ Molécula dimérica responsável pela transferência 
de grupos de alta energia (fostatos – ATP); 
→ Isoenzimas (enzimas que possuem a mesma função 
em uma mesma espécie): 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
→ CK-MM (muscular), CK-BB (cerebral) e CK-MB 
(cardíaca); 
→ O músculo cardíaco é o único que contém mais de 
5% da atividade total da CK como isoenzima CK-MB; 
→ Teste tradicional no diagnóstico de Infarto Agudo 
do Miocárdio; 
Métodos laboratoriais: 
- eletroforese (U/L); 
- imunoensaio (mg/dl). 
CK TOTAL 
→ Aumenta nas primeiras 4 a 6 horas após o início do 
quadro. 
→ Pode aumentar entre 3 a 20 vezes. 
→ Pico: 18-24 horas 
→ Permanece alterada: 2 a 3 dias 
→ Pode apresentar normal no período precoce pós-
infarto, a CK-MB já começa a se elevar. 
→ Variações: idade, atividade física e volume de 
massa muscular. 
→ Não é mais recomendada para o diagnóstico de 
infarto do miocárdio, por causa da ampla distribuição 
nos tecidos, resultando em baixa especificidade. 
CK-MB 
Métodos de medição: 
→ Atividade enzimática: teste clássico onde é medida 
a atividade da enzima no soro ou plasma; 
→ Imunológico: são utilizados anticorpos 
monoclonais que se legam especificamente à enzima 
CKMB. 
Diagnóstico de IAM: 
→ CKMB (massa) dividido por CK total é utilizado para 
diferenciar lesão tecidual em músculo esquelético de 
cardíaco. 
→ CKMB/Cktotal > 6% = lesão no miocárdio; 
→ CKMB/Cktotal < 6% = lesão no músculo esquelético. 
→ Isoenzima cardioespecífica; 
→ Representa 30% da CK total no coração. 
Subida entre 4-6h; 
Pico entre 18-24h; 
Normalização após 48-72h. 
OBS.: A atividade da CK-MB também está elevada em 
cardiopatias, traumatismos e cirurgias cardíacas na 
presença de doenças musculares periféricas agudas e 
crônicas e na presença de doença maligna. 
→ Esta isoenzima possui elevada sensibilidade e 
especificidade para o diagnóstico de lesão do músculo 
cardíaco. 
→ Em geral, são realizadas três determinações seriadas 
num período de 9 a 12 horas. 
→ Se as três dosagens estiverem dentro dos intervalos 
de referência, o diagnóstico de infarto pode ser 
excluído. 
→ A isoenzima MB é uma opção adequada, 
especialmente se a dosagem de uma das troponinas 
não estiver disponível. 
TROPONINA 
→ É uma proteína muscular que, juntamente com a 
tropomiosina, regula a interação entre a actina e 
miosina no processo de contração muscular e que em 
situações normais, não estão presentes na circulação 
sanguínea; 
→ Há três polipeptídeos de troponina, os quais se 
ligam à tropomiosina (TnT), à actina (TnI) e ao cálcio 
(TnC); 
→ A TnT e a TnI foram descritas como biomarcadores 
para IAM pela sua especificidade cardíaca; 
→ As troponinas são consideradas o padrão-ouro, 
devendo-se considerar que elas podem se elevar 
diante de pequenos (micro) infartos, mesmo em 
ausência de elevação da CK-MB. 
TROPONINA T E I 
→ Cardioespecíficas e longa permanência no plasma; 
→ Aumenta mais de 20 vezes em relação ao valor 
basal. 
TROPONINA T I 
Início 4-6h 4-6h 
Pico 10-24h 14-20h 
Normalização 10-15 dias 5-7 dias 
→ Pela alta concentração nos músculos cardíacos, por 
sua alteração precoce e por normalmente não estar 
presente na circulação, a dosagem das troponinas, 
especialmente a troponina I, tem sido utilizada com 
alta sensibilidade e especificidade como novo 
marcador de lesão miocárdica. 
→ Embora consideradas específicas para o miocárdio, 
resultados falso-positivos de troponina foram 
publicados por causa da presença de fibrina no soro e 
da reação cruzada com anticorpos humanos. 
Um Marcador Cardíaco Ideal precisaria possuir alta 
Sensibilidade e Especificidade; aparecer rapidamente 
após IAM; e permanecer anormal por vários dias. 
Contudo, não existe um marcador assim, vários 
marcadores são necessários. 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
Anteriormente o LDH e AST (Aspartato 
aminotransferase) eram utilizados como marcadores 
para avaliar diagnóstico de Infarto Agudo Do 
Miocárdio, sendo dispensados com o surgimento de 
marcadores mais sensíveis e específicos. 
COLETA SERIADA DE AMOSTRAS 
→ Os resultados das dosagens dos níveis sanguíneos 
dos marcadores cardíacos são altamente dependentes 
do tempo decorrido entre o início dos sintomas e a 
coleta da amostra. 
→ Considerando o fato de que os pacientes são 
atendidos em tempos variados após o início do evento 
isquêmico, independentemente do marcador em 
questão, devem ser coletadas amostras seriadas, em 
geral, na admissão, 3, 6 e 9 horas. 
→ A necessidade de coletas seriadas se impõe, mesmo 
em se tratando de marcadores com elevada 
especificidade, como a cTnI, uma vez que existem 
outras condições, além do infarto agudo do miocárdio, 
que podem se associar à variações na sua concentração 
no sangue. 
DIAGNÓSTICO DE IAM 
→ Dosagens seriadas de cTnI,resultados do 
eletrocardiograma e a condição clínica são necessários 
para o diagnóstico diferencial entre infarto agudo do 
miocárdio e outras doenças cardíacas. 
→ Como nenhum dos marcadores possui todas as 
características desejáveis, a NACB - National Academy 
of Clinical Biochemistry propõe o uso de dois 
marcadores para o diagnóstico de infarto agudo do 
miocárdio: a mioglobina, como marcador precoce e 
uma das troponinas (cTnI ou cTnI) como definitivo.

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