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NIC – REVISÃO AV1 GINECOLOGIA 2022 1. DIP Para ser DIP, as bactérias têm que ascender pelo OCI (orifício cervical interno) É a complicação mais séria e final de uma IST/DST Baixa mortalidade, mas alta morbidade (com sequelas) Conjunto de sinais e sintomas consequentes à ascensão e à disseminação, no trato genital feminino superior de micro-organismos provenientes do trato genital feminino inferior (endocervice e a vagina) O diagnóstico e o tratamento precoce são essenciais para a prevenção de sequelas, entre elas: Gravidez ectópica, infertilidade por fator tubário, dor pélvica crônica, necessidade de múltiplas cirurgias e internações! É um processo infeccioso agudo, exceto por TUBERCULOSE e ACTINOMICOSE É mais comum em mulheres jovens, que possuem pouco hábito de sexo seguro EPIDEMIOLOGIA É rara em mulheres que não menstruam, gestantes e pós-menopáusicas É mais comum em: o Tabagistas o Raça não branca o Nulíparas, com histórico de DIP anterior e + de 2 parceiros nos últimos 30 dias sem uso de preservativos o História de gonorreia o Queixa de dor pélvica há 3 dias ou menos o Sexo desprotegido em mulheres de 15 a 25 anos Pode levar a: Infertilidade tubária Gravidez ectópica Dispaurenia e dor pélvica crônica FATORES DE RISCO Baixo nível social cultural econômico Solteiras Múltiplos parceiros ou parceiro com uretrite DST’s prévias com taxas de recorrências (Métodos de barreira diminuem o risco de DST e DIP, o ACO altera a viscosidade do muco cervical, dificultando a ascensão de micro-organismos!) Fumar aumenta o risco de DIPA 2x Uso de tampões e duchas vaginais é um dos fatores de risco para DIPA, assim como vaginite e vaginoses recorrentes HIV: Pode existir uma maior incidência de DIP em mulheres HIV-positivas, por diminuição da contagem de células CD4+ e um aumento na colonização de anaeróbios! o Os agentes etiológicos da DIP em mulheres com HIV positivas são os mesmos das soronegativas. No entanto, as soropositivas têm mais infecções concomitantes por outros agentes. DIU x DIPA: As usuárias de DIU apresentam risco ligeiramente aumentado de DIP, em comparação as mulheres que não usam contraceptivos ou usam outros métodos. A exposição a IST é responsável pela ocorrência de DIP no primeiro mês de uso, e não o uso do DIU. OBS: Os fatores de risco servem para NORTEAR, mas não deve se basear apenas neles para dar o diagnóstico, pois existe a DIP assintomática e DIP sem fatores de risco AGENTES ETIOLÓGICOS Tem uma etiologia polimicrobiana (Gardnerella vaginallis, hemofilus influenza, S. agalactiae) Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis (são os mais frequentes e os únicos agentes patógenos confirmados PRIMÁRIOS da DIP) A DIPA é um processo agudo, mas pode existir a DIP crônica (agente causador da tuberculose e actinomicose) o A DIP tuberculosa é crônica e insidiosa, o bacilo de Koch é veiculado por via hematogênica, portanto NÃO é de via sexual o Já a DIP por actinomyces ocorre mais em usuárias de DIU de cobre A DIP, normalmente, se inicia por uma cervite por clamídia ou gonorreia, que ascedem pelo trato genital superior e na maioria dos casos conduz a infecção poli microbiana. Esses agentes primários NIC – REVISÃO AV1 GINECOLOGIA 2022 ocasionam alterações imunológicas e bioquímicas, com menos produção de radicais livres, que favorecem a instalação e a manutenção de agentes secundários. ETIOLOGIA Estudos tem demonstrado que a presença de agentes de vaginose bacteriana aumentam em mais que duas vezes o risco de DIP! Etiologia POLI MICROBIANA: À medida que o processo evolui, ocorre gradativamente diminuição da concentração de oxigênio local, aumentando a presença de anaeróbios! Em mulheres com infecção por gonorreia e clamídia, a detecção de anaeróbios no trato genital superior está relacionada a doença mais grave! DIP CRÔNICA 80% dos casos a bactéria provêm de foco PULMONAR Caráter insidioso, deve ser pensada naqueles casos de DIP em que não há melhora clínica com os antibióticos utilizados de rotina para a DIP Ocorre em 1/3 das pacientes com DIPA, pode ter um caráter agudo, mas aquelas pacientes oligo sintomáticas ou assintomáticas, que não foram tratadas, podem evoluir para uma DIP crônica! Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis: O exsudato inflamatório da pelve, que é gerado pelo processo inflamatório, pode escorrer pela goteira parietocólica direita e atingir o fígado, determinando uma peri-hepatite, que se caracteriza pela formação de aderências entre o fígado, a cápsula de Glisson e o diafragma. Essas aderências parecem cordas de violino. o O diagnóstico é feito através de uma videolaparoscopia, sendo muitas vezes um achado desse exame! PATOGÊNESE É uma ascensão intracanicular de microrganismos da cérvice e da vagina para o trato genital superior. Em geral, a infecção ascende quando já há infecção do colo, uma vez que o muco cervical e o canal endocervical são considerados uma das maiores proteções a ascensões de micro-organismos. Ocorre destruição da endossalpinge com produção de exsudato purulento resultando em pelviperitonite; O organismo tenta se proteger e as fimbrias se fecham, provocando piossalpinge, e se houver envolvimento ovariano, se transforma em abscesso tubo ovariano. Fatores que podem contribuir para ascensão dos micro-organismos: o Instrumentação uterina o Alterações hormonais que modificam o muco cervical o Menstruação retrógrada o Potencial virulento dos micro- organismos ETIOPATOGENIA 1. No início do processo, há CERVICITE por clamídia, caracteriza-se estágio 0 (pré-DIP). A infecção superior ainda não foi instalada, mas há uma chance de 20% a 30% de que ocorra, sendo essa chance maior quanto menor a idade da mulher 2. Ocorre ascensão desses agentes e passagem pelo endométrio, ocorrendo ENDOMETRITE 3. Os microorganismos que fazem parte do meio ambiente vaginal (fisiologicamente) ascendem através da cervicite, via canalicular, instalando-se na tuba 4. Inicia-se formação de conteúdo purulento, que pode se desprender, passar através das fimbrias e derramar no peritônio pélvico, ocasionando PELVIPERITONITE Pelo fato de o acúmulo maior ser no fundo do saco de Douglas, esse local se apresenta com maior sensibilidade, desencadeando dispareunia e dor ao toque vaginal. Principalmente no fundo de saco de Douglas 5. Alças intestinais e epíplon tendem a bloquear o processo purulento, formando o denominado complexo tubo-ovariano 6. Á medida que aumenta a viscosidade desse conteúdo, pode NIC – REVISÃO AV1 GINECOLOGIA 2022 ocorrer a fusão das fimbrias tubárias, provocando aprisionamento de pus dentro das tubas, denominando PIOSSALPINGE 7. Com o conteúdo aprisionado, ocorre a diminuição dos níveis de oxigênio e proliferação de anaeróbios. Esse conteúdo purulento pode se propagar para os ovários, constituindo o abcesso tubo ovariano. 8. Ele pode ser esterilizado e formar uma massa multicística com conteúdo citrino estéril: HIDROSSALPINGE 9. Caso o abcesso tubo ovariano (ATO) aumente muito de pressão, ele pode romper e ocasionar um quadro grave com derramamento de pus no peritônio, levando ao choque séptico e até o óbito. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS É facilitada próximo a menstruação (Ocorre fluidez do muco cervical, abertura do colo, sucção na contratilidade uterina) Ponto de partida: ENDOMETRITE O gonococo e a clamídia causam lesão direta e indireta ao epitélio ciliar, que induz a intensa reação inflamatória, levando a edema e infiltrado leucocitário, por isso a dor a mobilização e palpação de anexos. Essa inflamação da superfície tubaria leva a aderências, justificando a dor pélvica crônica e a oclusão do osteotubário e formação de traves, justificando a infertilidade. Essas traves também podem favorecer a gravidez ectópica. QUADRO CLÍNICO: Síndrome de Fitz- Hugh-Curtis Decorre da formação de múltiplos abcessos na superfície hepática Na fase aguda há presença de exsudato purulento visível na cápsula de Glisson, sem haver comprometimento do parênquima hepático Na fase crônica há as aderências tipo cordas de violino, entre a parede abdominal anterior e a superfície hepática! DIAGNÓSTICO o Anamnese + Quadro clínico o Exame físico o Exames laboratoriais, culturas, PCR o Exames de Imagem: USG transvaginal Sumário de urina p/ excluir ITU Cultura de secreção cervical: Gonococos (thayer – martin), gram em secreção vaginal, exame a fresco da secreção e imunofluorescência indireta para clamídia Laparoscopia é o PADRÃO-OURO para o diagnóstico VDRL, beta HCG USG EV: Trompas cheias de material espesso? Afastar abcessos ou massas pélvicas. RM tem maior acurácia quando comparada a USTV p/ diagnóstico de DIP, pode substituir a laparoscopia TODAS as mulheres que têm DIPA devem ser testadas para HIV CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS CLÍNICOS DA DIPA 3 critérios maiores + 1 critério menor OU 1 critério elaborado CRITÉRIOS MAIORES (OBRIGATÓRIOS) o DOR ABD INFERIOR o DOR À PALPAÇÃO DE ANEXOS o DOR À MOBILIZAÇÃO DO COLO UTERINO CRITÉRIOS MENORES o Temp. Axilar > 37,5° o Conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal o Massa pélvica o >5 leucócitos por campo o Leucocitose o PCR ou VHS elevado o Comprovação laboratorial de infecção por clamídia ou gonorreia CRITÉRIOS ELABORADOS o Histopatologia com evidência de endometrite NIC – REVISÃO AV1 GINECOLOGIA 2022 o USG com presença de abcesso tubo- ovariano ou no fundo do saco de Douglas o Laparoscopia com evidência de DIP TRATAMENTO Iniciar o mais breve possível Tratamento ambulatorial ou hospitalar. O ambulatorial é feito com antibióticos, já que sabemos que é uma infecção polimicrobiana. Sabendo dessa possibilidade, precisamos de antibióticos que sejam eficazes para os demais agentes, inclusive os anaeróbios. ATENTAR para presença de outras ISTs, e para o rastreamento de neoplasias associadas: HPV x Câncer do colo uterino. O parceiro deverá ser orientado para o tratamento de agentes das cervicites (clamídia e gonorreia) CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO o Suspeita de abcesso pélvico ou tubo- ovariano o Febre > 38, com quadro clínico grave o Peritonismo ou Sepse o Incerteza do diagnóstico o Falha do trat. Ambulatorial o Sem acesso financeiro o HIV+ TRATAMENTO AMBULATORIAL OMS: Ceftriaxona 500mg IM – Dose única + Doxiciclina 100mg 12/12hrs – 14 dias + Metronidazol 500mg 12/12hrs – 14 dias CDC: Ceftriaxona 250mg IM – Dose única + Doxiciclina 100mg 12/12hrs – 14 dias + Metronidazol 250mg 12/12hrs – 14 dias (USO OPCIONAL) INDICAÇÕES TRATAMENTO CIRÚRGICO: Falta de resposta ao tratamento clínico Massa pélvica que persiste ou até aumenta com o tratamento clínico Suspeita de rotura do abscesso tubo- ovariano Evidência de sangramento intraperitoneal por conta de erosão e rotura vascular pelo processo infeccioso Abcesso de fundo de saco de Douglas PARCEIRO DEVE SER SEMPRE TRATADO COM: Azitromicina 1g VO + Ofloxacina 400mg VO (DOSE ÚNICA). Deve-se tratar TODOS os parceiros que mantiveram relações sexuais até 60 dias antes do início dos sintomas da paciente COMPLICAÇÕES o Sequelas precoces: Peri-hepatite o Abscesso tubo-ovariano o Morte o Sequelas tardias: Infertilidade o Gravidez ectópica o Dor pélvica crônica o DIP Recorrente (Ocorre em cerca de 25% dos pacientes) CUIDADOS E ACONSELHAMENTOS Melhora clínica deverá acontecer nos três primeiros dias! Laparotomia está indicada nos casos de massas anexiais não responsivas ao tratamento ou ruptura delas. Em casos particulares, os abcessos podem ser esvaziados com punção transabdominal guiada por USG A paciente deve retornar ao ambulatório para seguimento na primeira semana pós alta hospitalar, e deve seguir abstinência sexual até a cura clínica. Se a paciente for usuária de DIU, não há necessidade sistemática da remoção dele, mas caso exista indicação, a remoção NÃO deve ser anterior à instalação da antibioticoterapia, só após duas doses do esquema terapêutico. NIC – REVISÃO AV1 GINECOLOGIA 2022 2. PLANEJAMENTO FAMILIAR É direito de todos decidir o futuro da família e cabe à FAMÍLIA a decisão nos planos e estratégias do planejamento familiar. CONCEITOS Índice de Pearl: É o principal avaliador da eficácia de um método contraceptivo. São 100 mulheres usando um método em um ano, e sua taxa de falha nesse período. Quanto MENOR o índice de Pearl, maior a eficácia. Eficácia: Condições ideais, uso perfeito Efetividade do método: Uso rotineiro, VIDA REAL! OMS não recomenda um método contraceptivo que tenha índice de Pearl < 4 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DA OMS Categoria 1: Pode ser utilizado sem restrições Categoria 2: Pode ser utilizado com restrições, precauções Categoria 3: Os ricos superam os benefícios Categoria 4: Não deve ser utilizado, uma vez que apresenta risco inaceitável DIU: Não hormonais vs Hormonais Os dispositivos intrauterinos são artefatos de polietileno, com ou sem adição de substâncias metálicas ou hormonais, que exercem efeito anticonceptivo quando colocados dentro da cavidade uterina Podem ser classificados basicamente em duas categorias: A) DIU não medicado (inerte): Não contém ou liberam substâncias ativas. São unicamente constituídos de polietileno B) DIU medicado (ativo): Além da matriz de polietileno, contém sustâncias, como metais (cobre) ou hormônios (exercem ação bioquímica local, aumentando a eficácia anticonceptiva). O DIU exerce seu efeito antifertilidade de formas variadas e pode interferir no processo reprodutivo antes mesmo do óvulo atingir a cavidade uterina. Ele atua sobre os óvulos e espermatozoides de várias maneiras, a depender do tipo de DIU utilizado: 1. Estimula reação INFLAMATÓRIA pronunciada no útero, por ser um corpo estranho. A concentração de diversos tipos de células e enzimas nos fluidos uterino e tubário aumenta consideravelmente, especialmente nos DIUs com cobre 2. As alterações bioquímicas interferem no transporte dos espermatozoides no aparelho genital, bem como alteram os espermatozoides e óvulos impedindo a fecundação OBS: SIU-LNG existem dois tipos, MIRENA e KYLEENA, o segundo é menor e tem menos hormônio. DIU de COBRE O ambiente fica mais reativo, o espermatozoide não encontra um ambiente favorável para fecundar. Os movimentos das trompas são alterados pelo cobre. Provoca reação inflamatória no endométrio, com alterações histológicas e bioquímicas importantes que interferem na fisiologia normal da espermomigração, fertilização do óvulo e implantação do blastocisto. Os íons de cobre interferem na vitalidade e na motilidade espermática, prejudicando-as, e diminui a sobrevida do óvulo no trato genital. Assim, pode-se concluir que os DIUs com cobre agem não apenas na cavidade uterina, mas também fora dela, interferindo em várias etapas do processo reprodutivo. É o mais eficaz de todos, duração de 10 anos Ocorrem: o Mudanças bioquímicas e morfológicas endometriais o NÃO AFETA A OVULAÇÃO o Modificação do muco cervical o Alteração no transporte tubário o Interferência na função e viabilidade dos gametas o O cobre potencializa e aumenta as reações inflamatórias desde o muco cervical, pois aumenta a produção de prostaglandinas. NIC – REVISÃO AV1 GINECOLOGIA 2022 Interfere na mobilidade dos espermatozoides dificultando a capacitação espermática.EFEITOS COLATERAIS e BENEFÍCIOS: o Aumento do fluxo menstrual, piora da dismenorreia: Causas mais frequentes de abandono do uso o Longa duração, eficaz, duradoura o NÃO TEM HORMÔNIOS o Imediatamente reversível: Quando removido, a mulher pode engravidar tão rapidamente quanto uma mulher sem DIU o Não interfere no aleitamento, na qualidade ou quantidade do leite o Pode ser utilizado logo após o parto e abortamento o Pode ser utilizado na menopausa o Não interage com outras medicações SIU-LNG (Sistema Liberador de Levonorgestrel) O SIU previne a gravidez através do controle do desenvolvimento mensal da camada de revestimento do útero (endométrio), de forma que esta não fica suficientemente espessa para possibilitar a gravidez e preparar para uma implantação embrionária. O endométrio fica fino e inativo. Além disso, promove o espessamento do muco no canal cervical, o que dificulta a entrada do espermatozoide dentro do útero, evitando a fertilização. Afeta o movimento dos espermatozoides dentro do útero Como o efeito do SIU é atribuído principalmente ao seu efeito local, a maior parte dos ciclos são ovulatórios com ruptura folicular em mulheres em idade fértil, mas é provável que haja inibição da ovulação em alguns ciclos. (Ou seja, alguns são ovulatórios e alguns são anovulatórios) O mecanismo de ação consite na ação primária da PROGESTERONA: Muco cervical espesso, hostil, dificultando a penetração do espermatozoide. Inibe a motilidade no endométrio e trompas, prevenindo a fertilização. Os níveis baixos de esteroides circulantes podem, às vezes, inibir a ovulação A lubrificação vaginal está normal, pois há produção estrogênica, mesmo que baixa Sua grande vantagem é a sua ação basicamente local, com poucos efeitos sistêmicos e a diminuição do volume menstrual. EFEITOS COLATERAIS e BENEFÍCIOS: Sangramento irregular e de escape dos 3 aos 5 meses, é a principal causa de descontinuidade do método Cefaleia, náusea, depressão Acne, mastalgia e ganho de peso é MENOS COMUM Diminui o fluxo e a dismenorreia Previne a anemia, não interfere na coagulação sanguínea, no metabolismo dos carboidratos, lipídios, HDL, colesterol ou enzimas hepáticas Não interfere na PA Promove o controle da menorragia Tem a fertilidade rapidamente dertomada INTERCORRÊNCIAS COM O USO DE DIU e SIU Perfuração uterina – RARO!!! Expulsão – É mais frequente no primeiro mês após a colocação, e a paciente é nuligesta DIU vs DIP: Não há associação. Existe um discreto aumento nas 3 primeiras semanas após a inserção, decorrente de uma infecção preexistente ou de uma má técnica asséptica na inserção. o Deve tratar a DIP com antibióticos adequados, nem sempre precisa remover o DIU. Deve-se retirar o DIU caso não ocorra melhora clínica em 48horas. Profilaxia antibiótica de rotina NÃO ESTÁ indicado para a colocação do DIU, deve ser reservada apenas para pacientes com risco de endocardite. Idade < 20 anos é fator de risco para DST, o uso do DIU nesta faixa etária poderia permitir o mal uso do método de barreira (ser NIC – REVISÃO AV1 GINECOLOGIA 2022 ignorado) devido ao comportamento sexual liberal ser comum nessa faixa etária. GRAVIDEZ vs DIU: Quando há falha no DIU, ocorre uma maior chance de gravidez ser ectópica. o Quando ocorre a gravidez, em uso de DIU, deve orientar quanto aos ricos de infecção intrauterina e propor a retirada do dispositivo, que deve acontecer até a 12ª semana. o Cerca de 50% das pacientes que engravidam com o DIU terão um abortamento espontâneo. A retirada do DIU aumenta as chances de manutenção da gravidez. Assim como no uso das pílulas, o DIU também tem uma indicação de tempo adequado para ser introduzido. Não é regra, mas é preferível que seja colocado durante o período menstrual porque é quando o colo do útero está mais dilatado e quando há menor probabilidade de engravidar. USG de controle NÃO é consenso. MECANISMO DE AÇÃO DO PROGESTÁGENO ISOLADO – MINIPÍLULA Os contraceptivos contendo apenas progestogênios promovem ciclos ovulatórios em 40% dos casos e, eventualmente, há maturação do folículo ovariano. Agem principalmente atrofiando o endométrio e tornando o muco cervical mais espesso, alterando a motilidade tubária. São mais utilizados para a lactação, visto que sua eficácia menor pode ser compensada pelo efeito anticoncepcional da lactação Pode ser utilizada por mulheres que não amamentam, principalmente em situações especificas, como a proximidade com a menopausa Atrofiam o endométrio Tornam o muco cervical muito espesso Altera a motilidade tubária Dose abaixo dos ACO Escapes, alterações de fluxo menstrual CONTRACEPTIVOS HORMONAIS COMBINADOS Estrógenos + Progestagenos: Monofásicas, bifásicas e trifásicas Monofásicas são mais utilizadas, mantem a dose hormonal durante todo o ciclo Bifásicas e trifásicas apresentam variações na quantidade hormonal, tentando mimetizar o ciclo. MECANISMO DE AÇÃO DOS MÉTODOS COMBINADOS Os contraceptivos combinados (ORAIS, INJETÁVEIS, ADESIVOS OU ANEL) promovem uma anovulação através do bloqueio do eixo hipotálamo hipófise. Ocorre a supressão do LH e FSH basais e diminuem a capacidade da hipófise de secretar gonadotrofinas quando estimulada pelo GnRh, além de possuírem ação hipotalâmica. O componente progestagênico inibe predominantemente a secreção do LH, enquanto o componente estrogênico inibe a secreção do FSH. Com isso, os folículos ovarianos não amadurem, não produzem estrogênio e não ocorre o pico de LH no meio do ciclo, que é fundamental para a ovulação. Resumindo: o Tornam o muco espesso e dificulta a ascensão do espermatozoide o Torna o endométrio atrófico e desfavorável a implantação o A dosagem de estrogênio acima de 35mcg aumenta o risco trombogênico, a MENOR quantidade utilizada é a de 15mcg o Quanto menor a dose do estrógeno, maior o escape e maior a chance de amenorreia pós-pílula, como tem menos estímulo estrogênico, vai resultar em uma atrofia! Apresentação: o Contraceptivos orais combinados o Adesivos trans dérmicos o Anel vaginal o Injetáveis mensais NIC – REVISÃO AV1 GINECOLOGIA 2022 Desvantagens do esquema padrão: Sangramento por suspensão hormonal, pode ser volumoso ou indesejado Cefaleia, mastalgia ou alterações de humor no período de pausa Desvantagens do esquema contínuo: Sangramento de escape imprevisível durante o uso Classificação dos ACO de acordo com a dose do estrógeno: o ALTA: >50mcg o MÉDIA: 50mcg o BAIXA: 30-35mcg o MUITO BAIXA: 15-20mcg Baixa dose: Formulações com menos de 50mcg. O índice de Pearl é o mesmo independente da concentração (35, 30, 20 ou 15mcg) O risco trombogênico pode ser potencializado pela associação com a progesterona: maior risco (DESOGESTREL), menor risco (LEVONORGESTREL) O fumo é um fator de risco para TVP e trombose arterial quando associado ao ACO: Interação sinérgica da nicotina e o estrogênio, influindo fatores de coagulação, agregação plaquetária e ação vasoconstrictora da nicotina mediada pela alteração na formação das prostaciclinas. Logo, o tabagismo em mulheres >35 anos constitui contraindicação para o AHCO. Caso a paciente pare de fumar, deve esperar 12 meses para fazer o uso. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Reduzem a eficácia: Rifampicina, anticonvulsivantes (fenobarbital, carbamazepina, fenitoína, primidona), alguns retrovirais (nelfinavir, ritonavir, lopinavir, nevirapina) Os ACO diminuem a eficácia de: Metildopa, hipoglicemiantes, guanetidina OBS: É recomendado que mulheres que estejam amamentando só iniciem o uso de ACO combinados a partir do término do aleitamento, ou a partir do sexto mês pós- parto. Caso não estejaamamentando, pode iniciar o uso na 3ª semana pós-parto se não apresentar fatores de risco para TVP. ANTICONCEPCIONAIS INJETÁVEIS TRIMESTRAIS Espessamento de muco cervical Efeitos indesejáveis: Retorno demorado da fertilidade, depressão, ganho de peso, alteração na libido e no humor, acne, queda de cabelo, mastalgia e sangramento irregular NÃO interfere na trombose Ação: Inibir os picos de estradiol e consequentemente os de LH, evitando a ovulação, além de provocar espessamento do muco cervical. Deve ser administrado no 5° dia do ciclo, via muscular profunda, doses subsequentes a cada 90 dias. Não deve massagear ou colocar bolsa de água quente no local, para não acelerar sua absorção. ANTICONCEPCIONAIS INJETÁVEIS MENSAIS Embora os anticoncepcionais injetáveis mensais sejam semelhantes ao ACO, a principal diferença é que há a presença de um estrogênio natural nos injetáveis em oposição a um sintético no ACO. Essa característica confere maior segurança no uso dos injetáveis em relação a pílula combinada. Injeções mensais, intervalos de 27-33 dias. Medida de segurança: Tomar sempre no mesmo dia do mês, se for durante o fds, pode esperar até a segunda. Efeitos não desejados: Ganho ponderal, cefaleia, irregularidade menstrual, alterações no humor. ANEL VAGINAL Posicionado no fundo de saco posterior, pela própria mulher, deixando por três semanas, quando deve ser retirado e descartado. Utiliza 3 semanas, faz a pausa de 1 semana. A posição do anel NÃO é um fator fundamental para a sua eficácia, visto que não se trata de um método de barreira (diafragma), mas sim hormonal. Vantagens: Menor falha por esquecimento, liberação constante de hormônios (sem NIC – REVISÃO AV1 GINECOLOGIA 2022 flutuações, e em menor dose), menos efeitos colaterais, rapidamente reversível, sem 1ª passagem hepática. ADESIVOS TRANSDÉRMICOS Devem ser sempre aplicados em áreas secas e limpas da pele, preferencialmente nos glúteos, face externa dos braços, abdome e tronco. NÃO deve ser aplicado nas mamas, área genital, região de cabeça e pescoço e extremidades inferiores. É utilizado por três semanas, com pausa na 4ª semana, quando ocorre o sangramento de escape. Pacientes com mais de 90kg apresentam redução na efetividade. Não sofre efeito da 1ª passagem hepática Não tem picos hormonais Absorção não é afetada por problemas no TGI. É um progestágeno com baixo poder androgênico, favorece o uso em paciente com acne e pele oleosa. IMPLANTE É inserido após a realização de pequeno botão anestésico e preferencialmente a seis centímetros da prega do cotovelo, no sulco entre bíceps e tríceps, na face medial do braço. Vantagens: Amenorreia, diminuição das dismenorreia, melhora da TPM Desvantagens: Ausência menstrual pode não ser bem-vista por alguns pacientes, exige um profissional qualificado, mulheres com mais de 70kg apresentam maior taxa de falha do método. CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA o Indicações: Estupro o Ruptura de camisinha o Deslocamento de DIU o Coito episódio não protegido NÃO PROTEGE CONTRA DST & NÃO PODE SER UM MÉTODO USUAL. Levonorgestrel 0,75mg de 12/12hrs – 2 doses OU 1,5mg dose única Pode tomar até 5 dias pós coito, embora o ideal seja até no máximo 72horas! CONTRACEPÇÃO CIRÚRGICA Homens e mulheres com capacidade civil plena, >25 anos, ou pelo menos, 2 filhos vivos. Prazo mínimo de 60 dias entre decisão e ato cirúrgico Risco de vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, com ata de 2 médicos Termo consentindo e informado
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