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Entrevista inicial em saúde mental Capítulo 2 - Queixa principal e fala livre

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Entrevista inicial em saúde mental 
Capítulo 2: Queixa principal e fala livre 
• Questões diretivas - fazer perguntas 
específicas; proporciona explicitamente a 
estrutura que diz ao paciente o tipo de 
informações desejadas. 
• Questões não diretivas - absorve mais 
passivamente as informações que o 
paciente decidir apresentar; produz um 
forte rapport e dados confiáveis, mas 
menos informações. 
 
Entrevista inicial 
Para ter uma maior efetividade, a entrevista inicial 
deve usar os dois tipos de questões, pois, o 
paciente pode, por exemplo, não entender que a 
história familiar é importante. 
A maior parte da entrevista inicial deve ser não 
diretiva, o que ajuda a estabelecer a relação de 
trabalho e descobrir o tipo de problema e 
sentimento que são mais importantes na mente do 
paciente. 
Porém, seu pedido inicial por informações deve 
dizer claramente o que você espera do paciente. 
 
Questão introdutória 
1ª pergunta = seja específico. Diga exatamente o 
que quer ouvir. 
Exemplo: “Me fale dos problemas que te fizeram 
procurar tratamento.” 
Observe que essa pergunta diz exatamente o tipo 
de informação que você quer, mas é aberta o 
suficiente para estimular que o paciente fale mais. 
 
Questões/afirmações abertas que pedem mais 
informações: 
“Eu gostaria de ouvir mais a respeito.” 
“Pode ampliar isso?” 
“O que mais aconteceu?” 
 
Questões/afirmações abertas que trazer a 
história para o presente: 
“O que aconteceu depois disso?” 
“E depois?” 
“O que você você fez?” 
 
Queixa principal 
Mostra as razões do paciente procurar tratamento. 
É a primeira ou segunda sentença completa da 
resposta a sua questão introdutória: 
“Me fale sobre o problema que te trouxe até 
aqui.” 
Ela é importante por duas razões: 
• Como é o problema mais importante na 
mente do paciente, ela lhe dirá a área que 
deve explorar primeiro (geralmente um 
desconforto, problema, medo para o qual o 
paciente precisa de ajuda). 
• Em comparação, às vezes, a queixa 
principal é uma negação total de que algo 
está errado. Quando isso ocorre, fornece 
uma dica sobre o grau de insight, 
inteligência ou cooperação do paciente. 
 
Quando o paciente dá respostas vagas 
Por exemplo “Eu não sei por onde começar.” 
Responda “Por que você não inicia por onde seu 
problema mais recente começou? 
 
Tente descobrir a verdadeira razão da 
consulta 
As primeiras palavras do paciente nem sempre 
expressam a razão verdadeira para procurar ajuda. 
Ou por não reconhecer ou por ter vergonha/medo 
do que irão pensar. Em ambos os casos, a queixa 
principal declarada pode ser apenas um “ingresso” 
para a ajuda que o clínico pode proporcionar. 
Geralmente, você pode esmiuçar o problema real 
na entrevista, perguntando: 
“Tem mais alguma coisa te incomodando?” 
Obs.: às vezes você só poderá determinar a 
motivação subjacente do seu paciente depois que 
completar sua avaliação inicial. 
Independente de queixa inicial apresentada, você 
deve anotá-la nas palavras exatas do paciente e, 
mais tarde, poderá contratá-la com o que acreditar 
que realmente levou o paciente a procurar ajuda. 
 
Fala livre 
Incentiva o paciente a falar sobre as razões que o 
fizeram buscar tratamento. 
Após falar da queixa inicial, o paciente deve ter 
uma chance para discutir livremente suas razões 
para procurar tratamento. 
Para incentivar a maior variedade possível de 
informações, permita que a história se manifeste e 
interrompa pouco. 
 
• Entrevistadores experientes 
recomendam um período, de 8-10 min 
em sessões de 1h, de fala livre por várias 
razões, como: 
o estabelecer você como alguém que 
se interessa o suficiente para ouvir 
as preocupações do paciente. 
o propiciar que o paciente tenha a 
oportunidade de organizar e 
explorar as razões que o fizeram 
procurar tratamento. 
o ter a oportunidade de descobrir o 
que é mais importante na mente do 
paciente. 
o ter uma noção da personalidade do 
paciente. 
o sem a necessidade de direcionar a 
conversa, é possível começar a 
fazer observações sobre o humor, 
comportamento e os processos de 
pensamento do paciente. 
o os traços de caráter têm maior 
probabilidade de emergir em uma 
pessoa que está falando 
espontaneamente do que em 
alguém que esteja respondendo 
uma lista de questões. 
o quando compartilhar o controle 
durante essa parte da conversa, 
estabelece logo de início a 
expectativa de que seu paciente 
seja um parceiro ativo no decorrer 
da terapia. 
o poder dedicar atenção ao conteúdo 
da fala do paciente. 
o proporcionar uma oportunidade 
para o paciente falar de outras 
preocupações que não foram 
mencionadas na queixa principal. 
Há pacientes que irão contar tudo que você precisa 
saber facilmente, mas há outros que irão dar 
respostas mais breves e precisarão de um 
direcionamento, como: 
“eu realmente gostaria que você falasse sobre seu 
problema em suas próprias palavras. Depois, falei 
algumas perguntas específicas que você pode 
responder rapidamente.” 
A fala livre deve durar enquanto o paciente estiver 
trazendo informações relevantes ou até se obter 
uma visão geral ampla dos problemas mais 
importantes para o paciente. Mas antes de encerrá-
la, pergunte ao paciente se existem problemas 
além dos já mencionadas (isso diminui o risco de 
omitir áreas problemáticas vitais - apesar de ainda 
poder obter mais informações posteriormente). 
Antes de encerrar, é importante também sumarizar 
brevemente os pontos para se certificar que 
entender e pedir que o paciente avalie sua análise. 
“Vejamos se entendi direito […]. É mais ou 
menos isso?” 
 
Áreas de interesse clínico 
As pessoas se tornam pacientes da área de saúde 
mental, geralmente por sete das seguintes áreas: 
• Dificuldades para pensar (transtornos 
cognitivos) 
• Uso de substâncias 
• Psicose 
• Distúrbios de humor (depressão e mania) 
• Ansiedade, comportamento esquivo e 
excitação 
• Queixas físicas 
• Problemas sociais e de personalidade 
 
Quando encontrar alguma delas na entrevista, 
considere uma revisão intensiva da área. Esses 
sintomas de “bandeira vermelha” são 
sumarizados na Tabela 2.1

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