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Coaching 02 1. O Que é Coaching 5 Terminologia 6 Competências Fundamentais de um Coach 8 Presença em Coaching 9 Comunicando-Se de Maneira Efetiva 10 Questionamento Instigante 10 Comunicação Direta 11 Facilitando o Aprendizado e Resultados 11 Desenvolver Ações 12 Planejamento e Definição de Metas 12 Gestão de Progresso e Responsabilização 13 Fluxograma de um Processo de Coaching 14 A Qualidade do Relacionamento de Coaching 14 Diretrizes para o Executivo 16 Diretrizes para o Coaching 18 As Competências Essenciais Conhecimento Psicológico 19 Capacidade de Tomar Decisões que Gerem Lucros nos Negócios (Business Acumen) 21 Conhecimento Organizacional 22 Conhecimento de Coaching 24 Tarefas e Habilidades de Coaching 25 Atributos e Habilidades 26 2. Entenda o Processo de Coaching e sua Execução Passo a Passo 29 Qual a Efetividade do Processo de Coaching 29 O Coaching e o Processo de Desenvolvimento de Competências e Habilidades na Aprendizagem Gerencial 31 Competências e Aprendizagem no Âmbito Organizacional 33 3 Coaching: Evolução, Conceitos e Processo 35 Metodologia da Pesquisa 39 Análise e Discussão dos Resultados 41 Avaliação Multidirecional das Competências Emocionais 41 Avaliação Multidirecional das Habilidades Gerenciais 43 Avaliação de Aprendizagem Pós-Coaching 44 Avaliação dos Possíveis Benefícios Após o Processo de Coaching 46 Considerações Finais 47 3. Coaching no Processo de Desenvolvimento Individual e Organizacional 50 Coaching: Uma Breve Revisão de Conceitos 52 Coaching no Desenvolvimento de Competências 55 Metodologia 57 Apresentação e Análise dos Resultados 59 O processo de coaching 61 Desenvolvimento de Competências 62 As Aprendizagens do Processo 67 Considerações Finais 69 O Que é Coaching Esportivo 71 Coaching no Futebol e em Outras Modalidades Esportivas 72 Benefícios do Coaching Esportivo 72 Conheça o Coach Training Esportivo 73 4. Referências Bibliográficas 75 04 5 APOSTILA DE COACHING 1. O Que é Coaching Fonte: Feliz com Você1 oach é uma palavra inglesa, mas de origem húngara (kocsi). Kocs é uma cidade na Hungria que, no século XV, começou a produzir carruagens que se tornaram as mais cobiçadas da época por seu conforto. Assim, as carruagens de kocs eram chamados de kocsi. A palavra coach possui vários significados. Dois são os mais comuns: Veículo para o transporte de pessoas, originalmente car- ruagens. Alguns vagões de trem e tipos de ônibus também são chamados de coaches; Técnico ou treinador de pro- fissionais. 1 Retirado em https://www.felizcomvoce.com.br/ O coaching (Coaching é um processo de desenvolvimento huma- no, pautado em diversas ciências co- mo: Psicologia, Sociologia, Neuro- ciências, Programação Neurolin- guística – PNL, entre diversas ou- tras, que usa de técnicas da Admi- nistração de Empresas, Gestão de Pessoas e do universo dos esportes para apoiar pessoas e empresas no alcance de metas, no desenvolvi- mento acelerado e, em sua evolução contínua.) é um processo no qual (Coach é o termo é usado para de- signar os treinadores, aqueles pro- fissionais responsáveis pelo aperfei- C 6 APOSTILA DE COACHING çoamento de habilidades específicas dos atletas, que estão na beira dos campos e quadras para orientar.) coach (profissional) e coachee (Coa- chee é o cliente atendido pelo coach nas sessões de coaching. E o plural de coachee é coachees). (Pessoa que passa pelo processo de coaching) identificam objetivos, traçam metas e estabelecem os pontos que indica- rão o sucesso. O coach, através do uso das suas técnicas e habilidades, presta assessoria, estimula, apoia e acompanha todo este processo, de modo a garantir que o rumo definido durante as sessões com seu cliente seja seguido e que obstáculos que possam surgir no caminho se-jam superados. O foco do coaching é o futuro: o coach não se aprofunda nas causas dos problemas que seu cliente enfrenta, mas nos sonhos a serem conquistados e nos meios para tal. Coach e coachee traçam essas metas juntos, com base em uma análise comportamental. Assim, é possível estipular, logo na primeira sessão de coaching, objetivos condizentes com o perfil do indivíduo e dar prosse- guimento para as próximas, nas quais, juntos, trabalharão para atin- gir os resultados determinados. As abordagens para o coaching são as mais diversificadas possíveis, sem- pre se adequando com facilidade às necessidades do cliente. O coach evita ao máximo dizer ao indivíduo ou empresa que o con- tratou o que fazer. Seu trabalho é ampliar a percepção do coachee, fazendo com que ele mesmo descu- bra a melhor forma para chegar ao seu objetivo. O coach dá assistência e oferece as ferramentas necessárias para que o cliente trilhe seu próprio caminho de crescimento e continue sempre crescendo de forma inde- pendente. Qualquer um pode se tor- nar um coach. Basta ter vontade e determinação para assumir o con- trole da própria vida e ajudar as pessoas ao seu redor a fazerem o mesmo. Terminologia Coaching: profissão (assim como psicologia, administração, consul- toria, etc.) Coach (plural coaches): Profis- sional (assim como o psicólogo, ad- ministrador, consultor, etc.) Coachee (plural coachees): CLIENTE que passa pelo processo de coaching. Patrocinador: QUEM PAGA pelo processo de coaching. Sessão: Um ENCONTRO entre um coach e seu cliente. Processo: Um CONJUNTO DE SESSÕES entre um coach e seu cliente. 7 APOSTILA DE COACHING Uma sessão de coaching tem duração de cerca de* 50 a 90 minutos e o espaçamento en- tre elas costuma* ser entre uma e duas semanas. (* apli- cam-se exceções); A duração típica* de um pro- cesso de coaching é de 3 a 6 meses onde acontecem em média 6 a 12 encontros ou sessões; Ao pensarmos no coaching, devemos imaginar uma linha de tempo, onde o presente é um “Ponto A” ou estado atual. A situação onde o coachee se encontra hoje. Em cada etapa mais adiante dessa linha está o FUTURO. O futuro pode ser qualquer pon- to a direita do “Ponto A”, sen- do o estado desejado, o “Ponto B”; Para que o coaching seja possível, é necessário que o estado desejado seja diferente, preferencialmente melhor, que o estado atual; Para isso o coaching vai buscar ferramentas, modelos e técni- cas oriundas de diversas ciên- cias e aplicadas em diversos campos de atuação, como os descritos no quadro abaixo. O coaching então é uma es- pécie de TECNOLOGIA, que mistu- ra e se utiliza de uma parte dessas disciplinas para a criação de seu jeito único de TER CONVERSAS RELEVANTES PARA O CLIENTE. Normalmente, através de questiona- mento eficaz, fazendo com que ele desenvolva mais FOCO e AÇÕES com o intuito de se TORNAR quem ele precisa e, por consequência, al- cançar um RESULTADO factível e mensurável. O coachee vai agir com comprometimento em direção a um resultado que ele deseja. FOCO x AÇÃO = RESULTADO (sendo o resultado, o Estado Desejado) “Insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.” - Albert Einstein Então resultado sem aprendi- zado raramente se sustenta e por isso é tão necessário no coaching a geração de conscientização em cada sessão e em cada etapa do processo através de feedback sem julgamento e de feedfoward para a elaboração de ações e das expectativas de desen- volvimento ligadas a esse último. RESULTADO + FEEDBACK = APRENDIZADO APRENDIZADO + RESULTADO = DESENVOLVIMENTO 8 APOSTILA DE COACHING DESENVOLVIMENTO + SUSTENTABILIDADE = SER SER + FAZER = TER (ESTADO DESEJADO) Assim, um dos objetivos do processo de coaching é trabalhar pa- ra que um cliente desenvolva conhe-cimentos, habilidades e atidudes (de agora em diante conhecidas como CHA) para que possa SER a pessoa capaz de FAZER para TER seu esta- do desejado com a capacidade para mantê-lo. Nem sempre, ao agir, o coa- chee tem o resultado que ele espera- va, mas o importante é a ação. Se o resultado não aconteceu, no feed- back, coach e cliente analisam o que deve ser feito ou o que não deve ser feito para corrigir a caminhada em direção ao resultado. O aprendizado é então gerado e prossegue o coa- ching, pois a pessoa agora sabe ma- neiras de não agir também. O coach tem técnicas e ferra- mentas para ajudar uma pessoa se comprometer ainda mais, mas a pes- soa tem que estar disposta a entrar no processo de coaching. Se a ação não for feita, não existe o coaching. O coaching só vai funcionar com a ação, com o cliente se mantendo no foco, medindo e aprendendo cada passo dado em direção ao resultado. Então, para o coaching, a JORNADA é mais importante que o DESTINO. O estado desejado é uma consequên- cia do processo de transformação e evolução do cliente que, agora, tem um tamanho muito maior e as com- petências necessárias para superar os desafios que antes (do estado atual) pareciam intransponíveis. Competências Fundamentais de um Coach Estabelecendo os fundamen- tos: Cumprindo Diretrizes Éticas e Padrões Profissionais - A com- preensão da ética e dos pa- drões em coaching e a habi- lidade de aplicá-los apropria- damente em todas as situações de coaching. Compreender e demonstrar em seus próprios comporta- mentos os Padrões de Con- duta; Compreender e seguir todas as Diretrizes Éticas; Saber comunicar claramente as distinções entre coaching, consultoria, psicoterapia e ou- tras profissões de apoio; 9 APOSTILA DE COACHING Orientar o cliente sobre a ne- cessidade de buscar outro pro- fissional de apoio, sabendo quando isto é necessário e quais os recursos disponíveis. Estabelecendo o contrato de Coaching - Habilidade de com- preender o que é necessário na interação específica de coa- ching e a chegar a um acordo com o novo cliente sobre o processo e relacionamento de coaching. Compreender e discutir de maneira eficaz com o cliente as diretrizes e os parâmetros es- pecíficos do relacionamento de coaching (isto é, logística, preço, programação, inclusão de outras pessoas caso isto seja adequado); Chegar a um acordo sobre o que é e o que não é apropriado no relacionamento, o que está e o que não está sendo ofere- cido, e sobre as responsabili- dades do cliente e do coach; Determinar se existe uma cor- respondência entre o seu mé- todo de coaching e as necessi- dades do cliente em potencial. Co-criando o relacionamento: Estabelecendo Confiança e In- timidade com o Cliente - Habi- lidade de criar um ambiente seguro, de apoio que produza respeito e confiança mútuos continuamente. Mostrar preocupação genuína pelo bem-estar e futuro do cliente; Demonstrar, continuamente, integridade, honestidade e sinceridade; Estabelecer acordos claros e manter promessas; Demonstrar respeito pelas percepções, pelo estilo de aprendizagem e pela maneira de ser do cliente; Fornecer apoio contínuo e encorajar novos comporta- mentos e ações, incluindo aqueles que envolvam riscos e medo do fracasso; Pedir permissão ao cliente pa- ra trabalhar, no coaching, áre- as novas ou sensíveis. Presença em Coaching Habilidade de ser totalmente consciente e criar um relacionamen- to espontâneo com o cliente, empre- gando um estilo aberto, flexível e confiável: Estar presente e ser flexível durante o processo de coa- ching, conforme o momento; Usar a sua própria intuição e confiar no conhecimento inte- rior da pessoa - deixar que as coisas aconteçam de maneira natural; Estar aberto para o desconhe- cido e para lidar com riscos; Ver muitas formas de traba- lhar com o cliente, e escolher no momento o que é mais eficaz; 10 APOSTILA DE COACHING Usar o humor de maneira efi- caz para criar leveza e energia; Ter confiança para mudar a perspectiva e experimentar novas possibilidades para a sua própria ação; Demonstrar segurança ao tra- balhar com emoções fortes, poder se autocontrolar e não ser dominado ou se deixar en- volver pelas emoções do cliente. Comunicando-Se de Maneira Efetiva Escuta Ativa: Habilidade de focar- se completamente no que o cliente está dizendo e no que ele não está di- zendo, entender o significado do que é dito no contexto dos desejos do cliente, e dar apoio para que o clien- te se expresse: Estar presente para o cliente e para a agenda do cliente, e não na agenda do coach para o cliente; Ouvir as preocupações, metas, valores e crenças do cliente sobre o que é e sobre o que não é possível; Distinguir entre as palavras, o tom de voz e a linguagem do corpo; Resumir, parafrasear, repetir, devolver (espelhar) o que o cliente falou para garantir clareza e entendimento; Encorajar, aceitar, explorar e reforçar a expressão de senti- mentos, percepções, preocu- pações, crenças, sugestões, etc. por parte do cliente; Integrar e construir a partir das ideias e sugestões do cliente; “Ir para a última linha” ou compreender a essência da co- municação do cliente e ajudá- lo a chegar diretamente ao ponto ao invés de envolver-se em longas histórias descri- tivas; Permitir que o cliente expresse ou "clareie" a situação sem jul- gamento ou sem se prender para poder seguir adiante. Questionamento Instigante Habilidade de fazer perguntas que revelem as informações neces- sárias para o benefício máximo do relacionamento de coaching e para o cliente: Fazer perguntas que reflitam a escuta e compreensão ativa da perspectiva do cliente; Fazer perguntas que evoquem a descoberta, o insight, com- promisso ou ação (por exem- plo, aquelas que desafiem os pressupostos do cliente); Fazer perguntas abertas que criem maior clareza, possibi- lidades ou novos aprendi- zados; Fazer perguntas que façam o cliente se mover em direção ao que ele deseja, e não perguntas que façam o cliente se justi- ficar ou olhar para trás. 11 APOSTILA DE COACHING Comunicação Direta Habilidade de comunicar-se com eficácia durante as sessões de coaching, e de usar linguagem que tenha o maior impacto positivo pos- sível no cliente: Ser claro, articulado e direto ao compartilhar e fornecer feedback; Reconstruir e articular para ajudar o cliente a compreen- der a partir de outras pers- pectivas o que ele/ela quer ou está incerto sobre; Afirmar claramente os objeti- vos, a agenda de encontros, o propósito e as técnicas ou exercícios de coaching; Utilizar linguagem apropriada e respeitosa com o cliente (por exemplo, não-machista, não- racista, não-técnica, sem jar- gões); Usar metáforas ou analogias para ajudar a ilustrar um pon- to ou criar imagens verbais. Facilitando o Aprendizado e Resultados Criando Conscientização: Habi- lidade de integrar e avaliar com pre- cisão as múltiplas fontes de informa- ção, e fazer interpretações que aju- dam o cliente a se conscientizar e a partir disto atingir os resultados estabelecidos: Ir além do que é dito ao avaliar as preocupações do cliente, não se deixar levar pela des- crição do cliente; Investigar para maior compre- ensão, conscientização e clareza; Identificar para o cliente as suas preocupações subjacen- tes, formas típicas e fixas de perceber a si mesmo e o mun- do, diferenças entre os fatos e a interpretação, disparidades entre pensamentos, sentimen- tos e ações; Ajudar o cliente a descobrir novos pensamentos, crenças, percepções, emoções estados de espírito, etc. para si mesmo, que reforcem as habilidades de realizar ações e alcançar o que é importante para eles; Comunicar perspectivas mais amplas ao cliente e inspirar o compromisso de mudar os seus pontos de vista e encon- trar novas possibilidades para ação; Ajudar o cliente a ver os dife- rentes fatores inter-relaciona- dos que o afetam e afetam seus comportamentos (por exem- plo, pensamentos, emoções, aspectos corporais, contexto); Expressar insights para os clientes de maneira que eles sejam úteis e significativos para o cliente; Identificar grandes pontos for- tes e grandes áreas para apren- 12 APOSTILA DE COACHING dizado e crescimento, e o que é mais importante para tratar durante o coaching; Pedir para que o cliente faça a distinção entre assuntos tri- viais e significativos, compor- tamentos situacionais e recor- rentes, quando for detectada uma separação entre o que es- tá sendo dito e o que está sen- do feito. Desenvolver Ações Habilidade de criar, com o cliente, oportunidades para o apren- dizado contínuo durante o coaching e em situações do trabalho/da vida, e praticar novas ações que irão levar de maneira mais eficaz aos resulta- dos estabelecidos no coaching: Procurar ideias ("Brainstor- ming") e ajudar o cliente a de- finir ações que irão permitir que ele se manifeste, pratique e aprofunde novos aprendi- zados; Ajudar o cliente a focar-se e explorar sistematicamente preocupações e oportunidades específicas que sejam centrais às metas estabelecidas de coa- ching; Envolver o cliente para que ele explore ideias e soluções alter- nativas, para avaliar opções e tomar decisões relacionadas; Promover experiências ativas e autodescoberta, quando o cliente aplicar o que foi dis- cutido e aprendido durante as sessões imediatamente após no seu trabalho ou no seu con- texto de vida; Comemorar sucessos do clien- te e capacidades de crescimen- to futuro; Desafiar os pressupostos e perspectivas do cliente para provocar novas ideias e en- contrar novas possibilidades para ação; Defender ou levar adiante pontos de vista que sejam coe- rentes com as metas do cliente e, sem ficar preso, envolver o cliente de modo a considerá- los; Contribuir para a tomada de iniciativas por parte do cliente durante a sessão de coaching, fornecendo apoio imediato; Encorajar esforços e desafios, mas também um ritmo confor- tável de aprendizado. Planejamento e Definição de Metas Habilidade de desenvolver e manter um plano de coaching eficaz com o cliente: Consolidar a informação cole- tada, estabelecer um plano de coaching e desenvolver metas com o cliente que tratem de preocupações e grandes áreas para aprendizado e desenvol- vimento; 13 APOSTILA DE COACHING Criar um plano com resultados que sejam possíveis de alcan- çar, de medir, sejam específi- cos e tenham prazos de cum- primento; Fazer ajustes nos planos, con- forme permitido pelo processo de coaching e pelas mudanças na situação; Ajudar o cliente a identificar e ter acesso a diferentes recur- sos de aprendizagem (por exemplo, livros, outros profis- sionais); Identificar e estabelecer como alvos primeiros sucessos que sejam importantes para o cliente. Fonte: https://www.jrmcoaching.com.br/ Gestão de Progresso e Respon- sabilização Habilidade de manter a aten- ção no que é importante para o cliente e de deixar com ele a respon- sabilidade de realizar a ação: Requisitar claramente do cliente ações que o movam adiante em direção às metas estabelecidas por ele; Demonstrar acompanhamen- to perguntando ao cliente so- bre estas ações com as quais ele se comprometeu durante as sessões anteriores; Reconhecer o cliente pelo que ele fez, não fez, aprendeu ou conscientizou-se desde as ses- sões anteriores de coaching; Preparar, organizar e rever de maneira eficaz com o cliente as informações obtidas durante as sessões; Manter a continuidade entre as sessões com o cliente, con- centrando a atenção no plano e nos resultados do coaching, nos cursos de ação estabele- cidos e nos tópicos para as próximas sessões; Focar no plano de coaching, mas também estar aberto a comportamentos e ações de ajuste baseados no processo de coaching e mudanças de direção durante as sessões; Ser capaz de mover-se para trás e adiante entre o objetivo em direção ao qual o cliente está voltado, definindo um contexto para o que está sendo discutido e onde o cliente deseja chegar; Promover a autodisciplina do cliente e mantê-lo responsabi- lizado pelo que ele diz que vai fazer, pelos resultados de uma ação que ele pretende realizar, por um plano específico com prazos relacionados; 14 APOSTILA DE COACHING Desenvolver a habilidade do cliente de tomar decisões, tra- tar de preocupações chave e desenvolver a si mesmo (para ter feedback, para determinar prioridades e definir o ritmo de aprendizagem, para refletir e aprender com as expe- riências); Confrontar de maneira positi- va o cliente com o fato de que ele/ela não realizou as ações estabelecidas. Fluxograma de um Processo de Coaching A Qualidade do Relaciona- mento de Coaching A qualidade do relacionamen- to de coaching é um elemento-chave para o sucesso. O coach cria um am- biente seguro no qual o executivo possa se sentir confortável em assu- mir os riscos necessários para aprender e se desenvolver. Selecio- nando de uma ampla base de conhe- cimento e de um repertório sólido de ferramentas de aprendizagem, o coach oferece orientação e ativida- des que ajudam o executivo a alcan- çar suas metas de aprendizagem. Através de conversas investiga-se a atual situação de trabalho do exe- cutivo, no intuito de encontrar opor- tunidades de “aprendizagem de la- boratório” práticas e orientadas para os negócios. A atividade prática do coa- ching é baseada nos princípios da aprendizagem de adultos: consciên- cia, ação, e reflexão. Utilizando da- dos colhidos da fase do processo de avaliação, o coach engaja o executivo em discussões e atividades proje- tadas para: Aumentar a autoconsciência sobre as implicações de com- portamentos típicos Aprender habilidades, cons- truir competências, mudar comportamentos, e alcançar resultados. Refletir sobre maneiras de desenvolver e refinar habilida- des e comportamentos. As ferramentas e atividades de aprendizagem podem incluir, mas não estão limitadas a, conversa in- tencional, ensaios e role-plays, gra- vações em vídeo, questionar e con- frontar ao mesmo tempo em que se 15 APOSTILA DE COACHING dá apoio, leituras relevantes, análise e planejamento do trabalho, e pla- nejamento estratégico. Após a avaliação estar comple- ta e as metas terem sido estabele- cidas, formas adicionais de coa- ching, ou de desenvolvimento além do coaching executivo, podem ser necessárias como parte da aprendi- zagem do executivo. Esses tipos de atividades de coaching e de desenvolvimento in- cluem entre outras, coaching de car- reira, treinamento em desenvolvi- mento de gerência, coaching pes- soal, treinamento em técnicas de apresentação, coaching sobre como se vestir para o sucesso, consultoria de desenvolvimento organizacional, reengenharia de processos, e coa- ching em vídeo. Quando o coach tem experiên- cia nessas áreas e elas entram no es- copo do contrato de aprendizagem, o coach pode fornecer a assistência diretamente. Se o coach não for qua- lificado, ou coaching adicional esti- ver além do escopo do contrato de aprendizagem, outros arranjos são feitos. O coach pode fazer os encami- nhamentos apropriados, ou traba- lhar com outros membros da organi- zação para obter a ajuda adicional. Compromissos do Executivo: Manter uma atitude aberta em relação a experimentar novas perspectivas e comportamen- tos. Ter disposição para ser vul- nerável e assumir riscos. Colocar ofoco no seu próprio crescimento dentro do con- texto do seu papel organiza- cional atual e futuro. Transferir a aprendizagem ad- quirida através do coaching para o seu dia a dia de tra- balho. Compartilhar feedbacks com o seu coach sobre o quanto o coaching está sendo útil. Procurar feedback de outras pessoas na organização sobre os resultados do seu coaching. Compromissos do Coach: Manter o foco do coaching nas metas de aprendizagem Preparar atividades relevantes para todas as reuniões de coaching. Ser você mesmo um modelo eficiente de práticas de lide- rança. Aplicar os princípios da apren- dizagem de adultos durante o coaching. Participar ativamente em to- das as reuniões com o execu- tivo e os outros depositários. Oferecer feedbacks relevantes e verdadeiros. Criar um ambiente que dê su- porte à exploração e mudança. Fazer os encaminhamentos apropriados para outros re- 16 APOSTILA DE COACHING cursos quando você não for a melhor fonte de ajuda adi- cional. Compromissos dos Outros Parceiros: Manter uma atitude apoiadora e paciente em relação ao pro- cesso de mudança. Fornecer feedbacks tanto ao executivo como ao coach sobre os progressos e preocupações. Oferecer-se junto ao executivo para atuar como mentor, coa- ch, modelo, e apoio, a partir da sua própria perspectiva dentro da organização. Ajudar o executivo e o coach a encontrarem recursos adicio- nais dentro ou fora da orga- nização quando uma assistên- cia, que esteja além do escopo do coaching ou da área de es- pecialização do coach, for ne- cessária. Diretrizes para o Executivo Gerenciar a Confidenciali- dade: Associar-se ao coach e a outros membros de sua organização para escrever um acordo de confidencialidade que especi- fique quais informações serão e não serão compartilhadas, em que circunstâncias, com quem, e como, incluindo dire- trizes sobre as formas eletro- nicas de comunicação. Sempre que houver uma dúvi- da sobre como a informação é ou deveria ser manuseada, conversar diretamente com os outros membros da parceria de coaching para chegar a um acordo. Responder ao feedback dos outros de uma forma não-de- fensiva, sem ficar pensando quem deve ter dito o quê, ou fazer retaliações por causa de feedbacks difíceis de ouvir. Atividades Pré-coaching: Consultar os seus depositários para determinar se o coaching executivo é adequado para você, estabelecer as metas apropriadas, e selecionar o melhor coach. Trabalhar em parceria com outras pessoas para assegurar que todos os contratos comer- ciais e financeiros sejam ex- pedidos. Passar informações para o seu coach sobre você, sua organi- zação, e sua situação, e come- çar o processo com uma dispo- sição para aprender. Contratação: Participar ativamente no esta- belecimento de um contrato de aprendizagem e de um con- trato pessoal para o seu coa- ching. Conforme for apropriado den- tro da sua organização, partici- par no estabelecimento, mo- nitoramento, e administração 17 APOSTILA DE COACHING dos contratos comerciais/le- gais/financeiros com o seu coach. Aderir ao contrato de aprendi- zagem e contrato pessoal. Uti- lizá-los para orientar o que você faz nas atividades relacio- nadas ao coaching, inclusive como você mede o seu pro- gresso e sucesso. Avaliação: Investir o tempo necessário para acelerar a sua avaliação. Manter uma atitude aberta em relação aos feedbacks e outros resultados das avaliações. Trabalhar de forma colabora- tiva com o seu coach para identificar e fazer perguntas sobre situações que talvez tra- gam informações e entendi- mento sobre você e sua orga- nização. Fazer o melhor uso dos feed- backs e outras informações das avaliações para mudar a si mesmo e à sua organização conforme o necessário. Estabelecimento de Metas: Colaborar com os depositários para entender como os outros percebem as suas necessida- des de mudança e desenvol- vimento. Ser honesto sobre suas pró- prias prioridades para o coa- ching. Esclarecer o que você precisa fazer para alcançar suas metas. Investir tempo no coaching e no trabalho para alcançar suas metas. Coaching: Estar aberto e disposto a ten- tar novas coisas e assumir ris- cos apropriados. Colocar o foco naquilo que vo- cê precisa fazer para aprender e agir dentro do contexto do seu papel no trabalho. Trocar feedbacks com o seu coach e com outras pessoas na sua organização sobre o seu desempenho e sobre como o coaching tem lhe ajudado a alcançar os resultados dese- jados. Transição para o Desenvolvi- mento de Longo Prazo: Trabalhar com o seu coach e com outras pessoas da sua or- ganização para identificar me- lhorias e oportunidades para continuar o progresso. Participar na formulação de um plano de longo prazo para o seu desenvolvimento conti- nuado. Estabelecer um acordo com uma pessoa apropriada da sua organização para que esta apoie e monitore o seu desen- volvimento futuro. Colocar o seu plano em ação e investir o tempo necessário para alcançar as suas metas de desenvolvimento de longo prazo. 18 APOSTILA DE COACHING Conversar com o seu coach e com as pessoas apropriadas da sua organização sobre a efi- ciência do coach e do processo de coaching. Diretrizes para o Coaching Gerenciar a Confidenciali- dade: Trabalhar dentro das diretri- zes de direitos e confidencia- lidade dos contratos e docu- mentos da organização. De forma geral, dentro dos limites da lei, manter todas as informações organizacionais na confidencialidade, a menos que elas sejam disponíveis para o público. Não compartilhe com nin- guém, exceto com o próprio executivo, quaisquer detalhes que se refiram a este execu- tivo, a menos que os membros da parceria de coaching tenham concordado em outro sentido. Quando estiver colhendo feed- backs de outras pessoas sobre o executivo, deixar claro logo de início os termos de confi- dencialidade e trabalhar estri- tamente dentro desses termos. Atividades Pré-coaching: Participar no processo de se- leção e orientação de coaches da organização. Fornecer as informações ne- cessárias sobre você e o seu trabalho. Associar-se ao executivo e a outros membros da organiza- ção para facilitar a tomada de decisões e a comunicação re- ferente ao coaching. Contratação: Compartilhar seus próprios padrões e diretrizes para con- tratação com o executivo e a organização e ao mesmo tem- po respeitar e concordar em usar os padrões da organiza- ção conforme for viável. Utilizar ativamente o contrato de aprendizagem e o contrato pessoal para planejar e con- duzir o coaching e para avaliar o progresso e os resultados. Negociar os termos dos con- tratos de boa fé e segui-los integralmente, ou restabelecê- los conforme seja mutuamente consensual e de acordo com os prazos. Avaliação: Ter conhecimento de uma am- pla gama de metodologias de avaliação. Administrar apenas aquelas para as quais você tenha sido completamente treinado ou tenha se prepa- rado adequadamente, ofere- cendo um contexto claro sobre os pontos fortes e limitações das mesmas. Dar os feedbacks em um am- biente seguro e de apoio e de 19 APOSTILA DE COACHING forma que encoraje o execu- tivo a agir construtivamente com base nas avaliações. Ajudar o executivo a utilizar os dados da avaliação para criar um plano de ação e desen- volvimento. Estabelecimento de Metas: Facilitar a colaboração entre o executivo e seus depositários para identificar e entrar em acordo sobre metas de coa- ching específicas e mensurá- veis. Documentar as metas do coa- ching e comunicá-las por es- crito para todos os membros da parceria de coaching. Na medida em que o coaching progredir, ajustar as metas com base nos resultados inte-rinos e na mudança de cir- cunstâncias e prioridades. Coaching: Aderir aos padrões e diretrizes para a prática profissional des- critos neste Manual. Manter o foco do coaching nas metas que foram acordadas pela parceria. Participar ativamente em to- das as reuniões com o execu- tivo e seus depositários, prepa- rando atividades relevantes, agindo como um modelo, apli- cando princípios de aprendi- zagem de adultos, e criando um ambiente que dê suporte à exploração e à mudança. Oferecer feedbacks verdadei- ros e relevantes durante o coa- ching de maneira útil e apoiadora. Transição para o Desenvolvi- mento de Longo Prazo: Facilitar, orientar, e fazer re- comendações para um plano de desenvolvimento de longo prazo para o executivo toman- do como base o que foi viven- ciado no processo de coaching e sua experiência profissional. Conversar com o diretor do executivo e/ou depositários para assegurar o compromisso com o desenvolvimento futuro do executivo. Após a conclusão do coaching, se colocar à disposição para perguntas e esclarecimentos. Ocasionalmente checar como vai indo o executivo, conforme for apropriado, para manter o relacionamento e o momen- tum de aprendizagem. As Competências Essenciais - Conhecimento Psicológico Ao apresentar as competên- cias e conhecimentos essenciais do coach executivo eficiente, é impor- tante diferenciar entre o conheci- mento psicológico formal, ou seja, o conhecimento das teorias e concei- tos psicológicos relevantes para a prática do coaching executivo, e o 20 APOSTILA DE COACHING conhecimento psicológico tácito, também chamado às vezes de inte- ligência social ou inteligência emo- cional. Esta sessão descreve o co- nhecimento psicológico formal ne- cessário para o coaching executivo eficiente. Básico Avançado Compreensão de: Compreensão de: Teorias da personalidade Psicologia das transições entre os estágios de desenvolvimento Modelos de motivação humana Modelos de abuso de substância Teorias do desenvolvimento do adulto, incluindo o desenvolvimento moral, intelectual, emocional, relacional, e espiritual Diagnósticos clínicos e como eles atuam no local de trabalho (e.g., narcisismo) Modelos de aprendizagem do adulto Resolução e mediação de conflitos Modelos de desenvolvimento de carreira Teoria dos sistemas familiares Modelos de mudança pessoal e comportamental Psicologia anormal/psicopatologia Equilíbrio vida/trabalho Métodos e ferramentas de avaliação psicológica (e.g., 16PF, Strong Interest Inventory, Firo B) Técnicas de gerenciamento de estresse Psicologia social e como os fatores sociais exercem impacto no comportamento individual ou de grupo Como identificar indivíduos que necessitam de encaminhamento médico ou psicológico Modelos de inteligência emocional O papel da diferença de gênero na vida adulta Modelos e métodos de feedback de 360 graus Modelos de estilo pessoal e de liderança (e.g., MBTI, DISC) 21 APOSTILA DE COACHING Capacidade de Tomar Deci- sões que Gerem Lucros nos Ne- gócios (Business Acumen) Coaches executivos precisam ter a capacidade de tomar decisões que gerem lucros nos negócios (bu- siness acumen) para compreender as metas e contexto de trabalho dos seus coachees. O conhecimento na área de negócios também dá aos coaches executivos credibilidade junto aos seus coachees e a outras pessoas da organização do coachee. Somado ao conhecimento ge- ral na área comercial, os coaches precisam adquirir conhecimento do negócio específico dos seus coa- chees. Básico Avançado Compreensão de: Compreensão de: Práticas e conceitos comerciais Questões de fusões e aquisições Conceitos financeiros básicos (e.g., renda e balancetes) Várias indústrias específicas e suas tecnologias Funções comerciais e sua interdependência O uso e abuso da tecnologia Processo de planejamento estratégico e sua relação com o estabelecimento de metas individuais e de equipe Práticas comerciais de vanguarda Tecnologias de informação atuais Estruturas e práticas governamentais e como elas interferem nas operações comerciais O papel das tecnologias da informação nos negócios (e.g. E.R.P., Enterprise Management) Gerenciamento da cadeia/rede de contatos de suprimentos Tecnologias de melhoria de processos Ciclo de vida dos produtos Capitalismo global e empresas globais Regulamentação do governo (e.g., conformidade com leis ou normas (compliance), aprovação, e outras regulamentações e processos governamentais) As diferenças entre negócios regulamentados e negócios não regulamentados. Como os conselhos atuam em relação à diretoria sênior 22 APOSTILA DE COACHING As diferenças entre negócios com fins lucrativos e negócios sem fins lucrativos. Reengenharia e downsizing Papéis-chaves de liderança nas organizações (e.g. COO, CFO, CTO, CEO, Diretor Executivo, Diretor do Conselho, etc.) Conhecimento dos eventos, questões e tendências atuais no mundo dos negócios Princípios e processos de gerência Gerência de recursos humanos Conhecimento Organizacional Coaches executivos trabalham com coachees que têm que alcançar suas metas de trabalho e avançar em suas carreiras dentro do contexto de sua(s) organização(ões). Portanto, é importante que os coaches executivos compreendam as estruturas, sistemas e processos or- ganizacionais e como avaliar todos esses elementos da organização na qual o coachee trabalha. Básico Avançado Compreensão de: Compreensão de: Estruturas, sistemas e processos organizacionais básicos, incluindo as configurações organizacionais funcional, divisional e de matriz, bem como os padrões comportamentais associados a cada uma. Processos de gerenciamento de talentos executivos e planejamento de sucessão Avaliação e diagnóstico organizacional Tarefas, desafios, e fatores de sucessão associados a executivos assumindo novos papéis ou trabalhos (“onboarding”) Princípios e práticas de planejamento e desenvolvimento organizacional A natureza da, e processos associados à aprendizagem organizacional (e.g. transferência de conhecimento, gerenciamento de conhecimento, compartilhamento de informações, etc.) O impacto e papel das culturas e subculturas organizacionais As diferentes características de empresas de propriedade familiar e de administração familiar 23 APOSTILA DE COACHING As fases do desenvolvimento de equipes e as características da liderança eficiente de equipes Processos associados aos princípios de planejamento organizacional Modelos de liderança As práticas associadas com as mudanças nas configurações organizacionais Programas e processos de desenvolvimento de liderança Questões de gerenciamento da diversidade Metodologias de desenvolvimento organizacional Teoria dos sistemas organizacionais A natureza e o papel da política, poder e influência organizacional Teorias e práticas de gerenciamento de mudanças organizacionais Teoria e práticas de consultoria O papel da ética nos negócios e na consultoria organizacional Modelos da organização que aprende Modelos de sucessão e de transição de liderança O papel da ética nos negócios e na consultoria organizacional Modelos da organização que aprende Modelos de sucessão e de transição de liderança O papel da ética nos negócios e na consultoria organizacional Modelos da organização que aprende Modelos de sucessão e de transição de liderança 24 APOSTILA DE COACHING Conhecimento de Coaching Os coaches executivos preci- sam ter um conhecimento específico da teoria, pesquisa, e prática neste campo em desenvolvimento que é coaching executivo. Básico Avançado Compreensão de: Compreensão de: A história do coaching executivoTendências em evolução na prática do coaching executivo Os modelos e teorias do coaching executivo Como modelos de coaching podem ser desenvolvidos e adaptados para as necessidades e tendências emergentes As definições de coaching e coaching executivo enquanto prática especializada Os sete princípios globais do coaching executivo: perspectiva sistêmica, orientação para resultados, foco nos negócios, parceria, competência, integridade, e julgamento ii As sete diretrizes para o exercício do coaching executivo em suas diferentes fases para o coach, o executivo, e a organização do executivo: gerenciar a confidencialidade, atividades pré-coaching, contratação, avaliação, estabelecimento de metas, coaching, e transição para o desenvolvimento de longo prazo ii Princípios e abordagens subjacentes aos diferentes tipos de coaching e como eles diferem do, e/ou podem ser incorporados ao coaching executivo Diferenças entre o coaching executivo e outros modelos de coaching 25 APOSTILA DE COACHING Tarefas e Habilidades de Coaching O processo do coaching execu- tivo pode ser dividido em seis fases: construir e manter relacionamentos de coaching, contratação; avaliação; planejamento de desenvolvimento; facilitar o desenvolvimento e a um- dança; e concluir o coaching formal e fazer a transição para o desenvol- vimento de longo prazo. Cada uma destas fases, conforme descritas abaixo, possui um conjunto de tare- fas. Muitas dessas tarefas também podem ser vistas como habilidades que o coach executivo pode desen- volver e lapidar. Construir e Manter Relacionamentos De Coaching Básico Avançado Construir e sustentar a confiança Dar orientação em diversas questões culturais e interculturais Fazer com que o coachee, seu chefe, e o RH se mantenham responsáveis Utilizar a confiança conquistada para desafiar valores, suposições, e práticas de negócios Identificar e gerenciar resistências e conflitos Trabalhar com um grupo diversificado de clientes e depositários (culturas, raças, gêneros, estilos, etnia, etc.) Influenciar com e sem autoridade Fazer sessões com o diretor sênior e com o pessoal de RH / Eficiência Organizacional para compartilhar observações, conhecimento organizacional, dados, e temas relacionados a liderança e questões organizacionais Manter a confidencialidade em questões organizacionais e individuais delicadas Manter múltiplas perspectivas Solicitar feedback sobre seu próprio desempenho como coach Utilizar o relacionamento de coaching como uma ferramenta para ajudar o coachee Manter o equilíbrio entre o relacionamento próximo do coaching e os limites profissionais 26 APOSTILA DE COACHING Fazer observações e explicar sobre o que acontece no relacionamento de coaching e suas similaridades e diferenças em relação aos outros relacionamentos do coachee Desafiar apropriadamente o coachee e lidar com suas defesas sem prejudicar o relacionamento de coaching Atributos e Habilidades Vários atributos e habilidades subjacentes facilitam o desempenho das Tarefas de Coaching, descritas na seção anterior. Um indivíduo que demonstre as nove categorias de atributos seguintes provavelmente será mais eficiente como coach exe- cutivo: autoconfiança madura; ener- gia positiva; assertividade; sensibili- dade interpessoal; abertura e flexi- bilidade; orientação em direção a metas; parceria e influência; apren- dizagem e desenvolvimento contí- nuos; e integridade. Um coach exe- cutivo eficiente pode continuar a de- senvolver estes atributos e habilida- des como resultado das demandas e oportunidades do papel de coach. Autoconfiança Madura Básico Avançado Mostra-se confortável consigo mesmo Demonstra um senso de conforto no convívio com o diretor sênior e outras pessoas no poder; vê a si mesmo como alguém do mesmo nível dos diretores seniores Mostra maturidade; demonstra que vem adquirindo sabedoria com a experiência pessoal e profissional Demonstra coragem; está disposto a assumir situações que talvez envolvam um risco significativo Mostra confiança; dá o valor apropriado a suas próprias habilidades e perspectivas Pensa de forma independente; considera opções ou perspectivas que talvez estejam indo contra a visão que prevalece Mostra humildade; demonstra ter consciência de que o sucesso geralmente vem dos esforços de um grupo ou equipe de outros indivíduos, e não apenas dos próprios esforços Vem colhendo experiências e aprendendo a partir de uma variedade de desafios pessoais e de trabalho 27 APOSTILA DE COACHING Energia Positiva Básico Mostra energia, otimismo e entusiasmo Gerencia eficientemente suas emoções Demonstra resiliência; se recompõe após erros e fracassos Demonstra um senso de humor apropriado Ajuda o coachee a apreciar seus pontos fortes e habilidade de superar barreiras Ajuda o coachee a imaginar novas possibilidades Transmite esperança 2 8 29 APOSTILA DE COACHING 2. Entenda o Processo de Coaching e sua Execução Passo a Passo Fonte: Coaching2 um relacionamento profissio- nal que ajuda pessoas a produ- zir resultados extraordinários em sua vida pessoal, carreira, empreen- dimentos ou organização. A intera- ção entre o Coach (profissional) e o Coachee (cliente) faz com que o Coachee descubra seus sonhos, me- tas e o seu potencial inexplorado. O Coach ajuda o Coachee a encontrar a melhor maneira de se atingir um ob- jetivo. O Coach apenas dá ao Coa- chee a estrutura necessária para que ele possa se encontrar e crescer. O processo de Coaching, na prática, significa auxiliar o seu cliente a explorar o melhor do potencial dele em busca de seus objetivos. Na ver- dade, em busca de seus sonhos. Aí está a verdadeira essência no pro- cesso de COACHING: ajudar o clien- 2 Retirado em https://www.ibccoaching.com.br/ te a ir em busca de seus sonhos, uti- lizando dos seus próprios recursos ou desenvolvendo novos recursos que o cliente julgue importantes e necessários para que ele possa atingir o resultado desejado. O Coa- ch tira o Cliente da sua zona de con- forto para que ele possa enxergar novas possibilidades. Qual a Efetividade do Pro- cesso de Coaching É simples. Pesquisas explicam claramente que dois terços da hu- manidade não sabem COMO devem fazer para serem felizes e realizarem seus objetivos. O Coach não irá tra- çar o caminho da sua felicidade. Ele lhe ajuda a abrir os olhos para que você veja o que sempre existiu, po- E 30 APOSTILA DE COACHING rém até então não deu a devida atenção. São surpreendentes os re- sultados, mesmo que a solução seja simples. O coaching é um dos 10 mais importantes processos para aumento do desempenho humano, com foco exclusivamente no cliente. O coaching é um processo de aprendizado que oferece as mais atuais e adequadas ferramentas que podem levar qualquer pessoa a ocu- par um lugar de destaque em um ambiente profissional, além de con- ciliar uma carreira de sucesso com uma excelente vida pessoal. É um processo de orientação e assessoramento ao desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo ou mesmo empresa, fundamentado em uma relação de ajuda e facilita- ção aos esforços pessoais do Cliente, na obtenção dos meios que lhe per- mitam realizar seus projetos e al- cançar os resultados pretendidos. Neste estudo vamos entender o passo a passo de todo o processo de Coaching, com as principais fer- ramentas e quando devem ser apli- cadas cada uma delas, para que se possa obter o resultado desejado destas ferramentas. A aplicação do processo faz o uso das principais fer- ramentas listadas abaixo, que irão gerar todos os insights: Responsabilidades do Coach e do Coachee Rodada Vida; Roda de Valores; Área de Alavancagem; Definição da Meta (Espe- cífica); Valor por trás da Meta; Definição de tarefas; Medição e cobrança das tarefas; Uso do Back Tracking e das Perguntas Poderosas; Aplicação da Grade de Metas; Identificando crenças que atrapalham o processo; Transformando Crenças Limi- tantes em Possibilitadoras; Gerando apoio em fases de transição; Garantindo o processo 100%; Preparando um Plano de Ação; Validando e fixando o Plano de Ação; Refazendo Roda da Vida e Valores; Sessão Final de Coaching. As responsabilidades tanto do Coach quanto do Coachee devem ser bem esclarecidas desde o início do processo para que tanto um quanto outro saiba muito bem qual o seu papel dentro do processo que irá ser iniciado. As responsabilidades de cada um são: Responsabilidades do Coach: Processo; Acompanhamento das Ta- refas; 31 APOSTILA DE COACHING Verificar Metas / Valores; Não influenciar; se necessário, sugerir; Rapport; Flexibilidade; Não generalizar os Clientes; Responsabilidades do Coachee: Definição e execução das Ta- refas Objetivos/Metas Todos os Resultados Gerar as Ações As ferramentas Roda da Vida e Roda de Valores são fundamentais para conhecer o Coachee e qual o Es- tado Atual do mesmo, ou seja, aonde ele se encontra referente tanto às áreas da vida dele quanto de valores que são importantes para o mesmo. O Coaching e o Processo de Desenvolvimento de Compe- tências e Habilidades na Aprendizagem Gerencial O contexto de mercado, alta- mente competitivo e instável, acaba tendo um forte impacto no papel e nas funções do gestor (RUAS; BE- CKER, 2007). Credita-se isso a uma suposta influência que exerça sobre o desempenho das equipes de tra- balho e, consequentemente, sobre os resultados organizacionais. Em ter- mos de aprendizagem no ambiente de trabalho, essas demandas causa- ram uma troca do ensinar as pessoas por uma ênfase no ensinar as pes- soas a aprender (ANTONELLO, 2010). Tornaram-se necessárias, também, a mobilização de conheci- mentos, habilidades e outras apti- dões, entre elas as competências emocionais. As competências emo- cionais ganharam espaço e assu- mem a posição de diferencial nas organizações. Conforme Kofman (2002), o que se aprende na escola refere-se à capacidade limiar para a pessoa ingressar no processo com- petitivo organizacional. Para o au- tor, as competências mais relevantes para o desempenho brilhante são as emocionais. Assim, para prosperar no mercado de trabalho, cada vez mais turbulento, as organizações estão começando a perceber que o êxito requer mais que maestria téc- nica. Qualidades interiores como re- sistência, iniciativa, otimismo e adaptabilidade estão recebendo no- va valorização (GOLEMAN, 2001). O mundo organizacional glo- balizado e informacional dispõe de diversos métodos, técnicas e meto- dologias que colaboram no processo de aprendizagem organizacional e no desenvolvimento de competên- cias gerenciais para atender essas novas demandas. De acordo com Bitencourt (2004), o treinamento 32 APOSTILA DE COACHING tradicional já não responde mais às necessidades de formação de pes- soas, às expectativas das empresas em termos de novas habilidades e atitudes mais alinhadas à realidade organizacional e às exigências do mercado competitivo. Entre as alter- nativas de intervenções profissio- nais existentes que contemplam as novas condições e exigências, existe o coaching. Coaching é um processo de desenvolvimento de competências (CELESTINO, 2005). O processo de coaching se baseia nos princípios da aprendizagem de adultos. Encaixa- se especialmente no modelo de aprendizagem vivencial de Kolb (1984) e se fundamenta nas teorias de reflexão e ação, perpassando o conceito de autodesenvolvimento e aprendizagem organizacional. Uma das suposições básicas é a de que o autodesenvolvimento baseado no modelo reflexão-ação (WESTBRO- OK, 2010; KOLB, 1984) facilita o processo de aprendizagem organiza- cional. Entende-se que, quando o coaching é aplicado no desenvolvi- mento ou no aprimoramento de competências, há a ampliação nos níveis de desempenho das lideran- ças e de toda a organização empresa- rial como “focos irradiadores de ex- celência, que tendem a se expandir pelo sistema organizacional como um todo” (KRAUSZ, 2007, p.28). O mercado de coaching, em 2011, movimentou algo em torno de 5 bilhões de reais no mundo. Das maiores empresas americanas, 93% utilizaram o coaching. De acordo com o estudo Executive Coaching in Latin America, de 2010, realizado por iniciativa da Latin American Human Resource Partnership (LAHRP), que pesquisou 182 empresas em 16 paí- ses latino-americanos, sendo 39 no Brasil, 84,6% já utilizaram o coa- ching. No Brasil, 84% das grandes empresas aplicaram o coaching em 2011(SOCIEDADE BRASILEIRA DE COACHING, 2013). Assim, o coaching passou da condição de ati- vidade experimental e complemen- tar para um processo de aprimora- mento, desempenho e resultados dentro do ambiente organizacional (LAGES; O’CONNOR, 2010). Neste contexto, essa pesquisa tem como objetivo geral avaliar a influência da aplicação do coaching no desenvolvimento das competên- cias emocionais e habilidades geren- ciais dos gestores em uma empresa de serviços. A opção por investigar a influência da aplicação do coaching nas competências emocionais e há- bilidades gerenciais dos gestores em uma empresa de serviços deve-se à emergência do tema e ao grande crescimento em torno dessa prática. Assim, este estudo espera contribuir 33 APOSTILA DE COACHING com o desenvolvimento deste tema para o mundo empresarial, de modo especial para os gestores e pesquisa- dores da área de gestão de pessoas e liderança. Competências e Aprendiza- gem no Âmbito Organiza- cional O processo de desenvolvimen- to de competências no indivíduo inicia-se na aprendizagem. Primeiro de forma individual e, aos poucos, compartilhada para a equipe. De acordo com Senge (1998), o apren- dizado ocorre no cotidiano, ao longo do tempo, quando as pessoas estão envolvidas em questões desafiado- ras. Fleury e Fleury (2001) consi- deram que as conjugações de situa- ções de aprendizagem podem propi- ciar a transformação do conheci- mento em competência. A aquisição de conhecimento e competências não obedece a uma lógica cumulati- va e aditiva, mas envolve certa re- composição por meio da qual novos saberes são construídos integrando- se àqueles já detidos pela pessoa (GALVÃO; SILVA; SILVA, 2012). Segundo Vasconcelos e Mas- carenhas (2007), o tipo de apren- dizagem que mais influencia a pes- soa é aquele que se adquire por meio de reflexões, experiências e ações. Por exemplo, ao criar o Modelo de Aprendizagem Vivencial, Kolb (1984) articula conceitos como ex- periência, percepção, cognição e comportamento, e enfatiza o caráter processual da aprendizagem. Assim, o indivíduo percebe uma realidade, analisa-a, formula uma hipótese, aplica-a e verifica o resultado da ação, ajustando então seus padrões de comportamento às impressões derivadas daquela nova experiência. A aprendizagem organizacio- nal se refere ao estudo dos processos de aprendizagem nas e das orga- nizações. É o processo de mudança cognitiva – do pensamento indivi- dual e compartilhado - e de mudan- ça comportamental (DUSYA; CROS- SAN, 2005). Conforme Antonaco- poulou (2000), a aprendizagem de gerentes se efetiva quando há a par- ticipação ativa do aprendiz a partir do reconhecimento da necessidade de desenvolver a si próprio e ao estarem dispostos a aprender. Kolb (1997) acrescenta que a capacidade de aprender em nível individual e organizacionalé a base para a pes- soa se tornar adaptável as mudan- ças. O autodesenvolvimento e a aprendizagem autodirigidas são a base no processo de desenvolvimen- to de gerentes (ANTONELLO, 20 10). O autodesenvolvimento enfatiza a escolha e a auto direção. Alinhado a princípios da área de desenvolvi- mento de pessoas, concentra-se ini- 34 APOSTILA DE COACHING cialmente no desenvolvimento do indivíduo. Para que a aprendizagem na organização se efetive, torna-se necessário um intercâmbio entre o indivíduo e a situação real de traba- lho (PAULSSON; SUNDIN, 2000). Os programas de desenvolvimento gerencial devem compatibilizar edu- cação, desenvolvimento, práticas gerenciais por meio da reflexão e ação e assim serem disseminados na organização. Vários trabalhos fortaleceram o aprimoramento da discussão so- bre a temática. Entre eles, evidencia- se o de Argyris e Schön (1974), em que são desenvolvidas as concepções de ciclo simples, ciclo duplo e triplo de aprendizagem. A aprendizagem de ciclo sim- ples é uma forma de aprendizagem instrumental, envolve a descoberta e correção de erro dentro de um con- junto de variáveis administrativas. Ocorre quando regras e valores que regulamentam o processo não po- dem ser alvo de questionamentos, devendo, apenas, ser cumpridos e fomentar a aprendizagem. Enfatiza- se que esse tipo de aprendizagem é ineficiente em uma situação de um- dança organizacional, pois resolve superficialmente a questão e não questiona as causas do problema. Em contraste a essa aprendizagem tem-se o ciclo duplo, de caráter não rotinizado e baseado em processos cognitivos. Resulta nas mudanças mentais subjacentes; há um proces- so de questionamento sobre regras, valores e problemas, possibilitando ao gestor uma tomada de atitudes mais direcionada à realidade. Por fim, a aprendizagem do ci- clo triplo envolve “aprender a apren- der” e exige que o indivíduo reflita sobre a natureza do seu sistema de aprendizagem e seus efeitos. O indi- víduo aprende a modificar a sua for- ma de aprender, por meio da extra- ção de lições das próprias experiên- cias; aprende a aprender- a apren- dizagem torna-se objeto da própria aprendizagem e contribui para me- lhorar o funcionamento dos dois ci- clos anteriores (ARGYRIS; SCHÖN, 1974). Os estudos atuais, conforme Fleury e Fleury (2008), direciona- dos à aprendizagem organizacional, tendem a privilegiar as abordagens cognitivas, que envolvem mudanças comportamentais e as crenças e percepções do indivíduo. A criação de um novo conhecimento começa pelo indivíduo. Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), a criação do co- nhecimento provém do esforço indi- vidual para justificar a crença e o compromisso do indivíduo com o seu cargo e com a empresa. O indi- víduo é ser ativo e responsável pelo seu próprio desenvolvimento. O processo de aprendizagem indivi- 35 APOSTILA DE COACHING dual envolve a estrutura de apren- dizagem do adulto, que se constitui, segundo Kolb (1984), um ciclo de aprendizagem. Na abordagem de organiza- ções que aprendem, Garvin (1993), assumindo uma visão cognitiva e comportamental, define organiza- ções que aprendem (learning orga- nizations) como aquelas capazes de adquirir, criar, produzir novos in- sights, transferir conhecimentos e modificar o comportamento de seus membros. Partindo de um conceito mais genérico e simplificado, Senge (1990) enfatiza que uma empresa que atua de forma ativa e produtiva e que sempre melhora sua capacida- de está na situação de aprendizado. Coaching: Evolução, Conceitos e Processo O coaching é tão antigo quanto a própria humanidade. Sócrates, por meio de diálogos com seus discípu- los, descritos com excelência por Platão, e baseado em que a verdade está dentro de nós, já praticava um dos métodos do coaching, no V sécu- lo a.C. (KRAUSZ, 2007). As princi- pais correntes sobre a origem do coaching baseiam-se na simbologia de uma carruagem, do francês anti- go coche. A disseminação do termo teria ocorrido a partir da França, alcançado a Inglaterra e, a partir de então, se popularizado na Europa e pela América do Norte (DINGMAN, 2004). Atualmente, o coach é um profissional capacitado que oferece aos executivos a oportunidade de desenvolver suas potencialidades por meio de ferramentas adequadas. Assim, o processo de coaching torna-se uma prática de desenvolvi- mento humano (SINCLAIR, 1994; UNDERHILL et al., 2010). O termo coaching no sentido contemporâneo apresenta diversas versões. Grant e Cavanagh (2004) indicam o trabalho de Gorby (1937) como pioneiro na literatura sobre coaching, e na sua pesquisa sobre o Fase Período Característica Atividade interna 1930 a 1960 Coaching interno; atividade exercida pelo supervisor hierárquico; forma de treinamento. Rigor acadêmico 1960 a 1990 Período em que documentos submetidos à apreciação de pares começam a ser publicados; pesquisas e discussões atendem maior rigor acadêmico. Ciência e pesquisas científicas A partir de 1990 Crescimento de teses, dissertações e artigos acadêmicos sobre atividade de coach externo nas organizações. 36 APOSTILA DE COACHING assunto citam também o artigo de W. R. Mahler (1964), como o primei- ro a utilizar o termo coaching rela- cionado à administração pessoal (KRAUSZ, 2007). Na literatura so- bre o assunto, Gallwey (1996), pro- fessor de tênis e de linguística, é fre- quentemente citado como precursor dessa atividade na forma como é aplicada atualmente. Segundo Gal- lwey (1996), o papel do técnico (coa- ch) era fazer perguntas de modo a contribuir com o jogador para a am- pliação de sua consciência sobre co- mo jogava e, assim, ajustava aquilo que fosse necessário (KRAUSZ, 20 07). Portanto, o coaching provenien- te do contexto esportivo teria como principal característica o fato de o coach (técnico) preparar seus atletas rumo a novos padrões de comporta- mentos, superações e disposição emocional a fim de conseguir a dire- ção aos objetivos a serem alcançados (WOLK, 2008). O desenvolvimento do coaching na organização poderia ser dividido em três fases distintas, de acordo com a pesquisa de Grant e Cavanagh (2004), apresentadas no Quadro acima. Observa-se que a evolução da atividade do coaching em termos acadêmicos é recente e está em cons- trução – portanto, muitas respostas estão em desenvolvimento. O coa- ching tem crescido nos últimos anos, tanto no Brasil como no mundo, e se apresenta atualmente como uma ferramenta eficiente e eficaz nos processos de aprendizado, liderança e desenvolvimento humano e orga- nizacional. A necessidade de inova- ção nas empresas, geração de ideias mais criativas para resolução de pro- blemas, engajamento de equipes para melhor comunicação e maior rapidez no atingimento dos objeti- vos organizacionais são algumas ra- zões da aplicação do coaching no mundo organizacional (FLAHERTY, 2010). Ting e Scisco (2006) Coaching executivo ajuda a melhor compreensão dos líderes sobre si mesmos, de tal modo que eles possam explicitar seus pontos fortes e ajudá- los de forma mais efetiva e intencional, desenvolvendo as necessidades identificadas e do potencial ainda não testado. Muito do trabalho do coach envolve ajudar os gestores a adquirirem clareza sobre as próprias motivações, aspirações e compromisso com a mudança. Cluterbuck (2007) Coaching é uma atividade feita com alguém, e não para alguém. A responsabilidade de fazer que esse processo funcione é repartida entre coach e coachee. Ambos precisam demonstrar conduta de confiança e abertura, essenciais ao estabelecimento de vínculos entre eles. 37 APOSTILA DE COACHING No meio organizacional, o coaching tem o papel de desenvolver a capacidade de liderança; melhorar o trabalhoem equipe; alinhar metas do profissional e da organização, de modo a elevar a produtividade e a qualidade de vida de quem se sub- mete ao processo (FABOSSI, 2009). Entretanto, para haver coaching, precisa haver a necessidade de um- dança por parte de alguém, confor- me Clutterbuck (2008). Essa neces- sidade pode partir do próprio inte- ressado ou do executivo, que poderá determiná-la onde se pretenderá su- prir uma carência de elevação de de- sempenho em determinadas áreas. Neste sentido, o Quadro acima, que segue, apresenta algumas das defini- ções e propostas para a prática de coaching A partir dos vários conceitos abordados, percebe-se que o coa- ching é uma metodologia que valo- riza a ação, foco e resultados, ênfase nos processos de aprendizagem e desenvolvimento e aprimoramento de competências. O modelo de base para o coaching denominado pelo mnemônico GROW (Goal - meta ou objetivo, Reality - realidade ou esta- do atual, Options - opções ou estra- tégias e What - plano de ação), cria- do originalmente por Graham Ale- xander na década de 1980 na Euro- pa, é baseado nos princípios da me- todologia do Jogo interior de Gal- lwey (1996) e é utilizado no campo empresarial (LAGES; O’CONNOR, 2010). A sequência da sigla GROW pressupõe que é desejável passar pe- los quatro estágios, o que geralmen- te acontece ao se tentar com o novo ou difícil assunto pela primeira vez. No entanto, o processo de coaching poderá ser utilizado numa questão que já tenha sido discutida ou esteja acontecendo. Assim, nesse caso o coaching pode começar e terminar em qualquer estágio. Segundo Whit- more (2010) o modelo GROW só é efetivo se desenvolvido num contex- to de consciência, responsabilidade e da habilidade de produzir questio- namentos ou perguntas eficazes. O modelo de ciclo de apren- dizado de Kolb (1984), um modelo básico de aprendizado experimen- tal, alinha-se ao processo de coa- ching por meio do modelo GROW por envolver um ciclo de experiência concreta (estabelecimento de me- tas), observação e reflexão (explora- ção do estado atual ou da realidade), formação de conceitos abstratos (consiste na escolha das estratégicas e opções a serem desafiadas) e testar as implicações dos conceitos em no- vas situações, porém com mais co- nhecimento e experiência (são as ações a serem testadas pelo cliente), e o ciclo se inicia novamente. Sem ação, não há feedback nem expe- 38 APOSTILA DE COACHING riência a ser testada por reflexão. O ciclo se interrompe sem completar sequer uma revolução (LAGES; O’CONNOR, 2010). Essa compara- ção é exposta no Quadro a seguir. Ciclo de aprendizagem de Kolb e o processo de coaching. Ciclo de Aprendizado de Kolb Processo de Coaching – Modelo Grow Ferramentas do Coaching 1. Ciclo de experiência concreta. 1. Estabelecimento de metas/objetivos (Goal). 1. Questionário/entrevista. 2.Reflexão e observação. 2. Exploração do estado atual (Reality). 2. Avaliação multidirecional das competências emocionais e habilidades gerenciais (Avaliação 360°); Feedback 3X6. 3. Formação de conceitos abstratos. 3. Consiste na escolha das estratégicas e opções a serem desafiados (Options). 3. Ferramentas do Líder - coach: responsabilidade pessoal, gerência e liderança, método socrático, empatia, rapport, crenças profissionais, feedback e valores. 4.Testar as implicações dos conceitos em novas situações. 4. Ações a serem testadas pelo cliente (What). 4. Sessão Superação - Feedback 3X6 (pontos fortes x pontos fracos) - Análise SWOT; Tomada de consciência de gaps das competências emocionais e gerenciais – eliminar impedimentos e resgatar recursos. 5. Sessão de filmes e leitura; 6. Construção do plano de desenvolvimento individual (PDI). 7. Plano de ação do PDI para testar em novas situações. Avaliação multidirecional das competências emocionais e habilidades gerenciais; 8. Questionário de aprendizagem e benefícios do processo de pós-coaching; 9. Depoimentos escritos e vídeo. Fonte: Adaptado de Lages e O’Connor (2010). 39 APOSTILA DE COACHING Assim, destaca-se que no pro- cesso de coaching são utilizadas di- versas ferramentas específicas para cada etapa do ciclo, as quais envol- vem avaliação multidirecional e pla- no de ação de desenvolvimento indi- vidual, sempre em um processo de reflexão e ação. Metodologia da Pesquisa Esta pesquisa enquadra-se na abordagem qualitativa, desenvolvi- da por meio de pesquisa-ação, que segundo Moresi (2004), consiste numa pesquisa intervencionista que representa a tentativa de diminuir a distância entre o desenvolvimento dos conhecimentos e a capacidade prática de enfrentar os problemas conhecidos. Seguindo essa perspec- tiva de entendimento sobre o fazer científico, a pesquisa-ação seguiu as seguintes fases, aplicadas no perío- do de janeiro de 2013 a fevereiro de 2014: a. Primeira fase: Escolha da em- presa por meio de visitação. Reali- zação de reuniões para levantamen- to e discussões acerca do problema da organização e objetivo a ser al- cançado por meio de entrevistas e questionários. Mapeamento das competências emocionais e geren- ciais relacionadas ao bom êxito do líder no atendimento do objetivo. Esclarecimento para os gestores so- bre a finalidade da pesquisa cientí- fica. Construção conjunta do quadro conceitual da realidade da empresa. b. Segunda fase: Preparação do diagnóstico atual dos gestores da empresa. Aplicação da análise mul- tidirecional ou avaliação 360° nos gestores referentes aos aspectos emocionais, habilidades gerenciais de pares e superiores, assim como a avaliação dos gestores pelos subor- dinados. Utilização do feedback 3x6 qualitativo, que consiste em elencar os pontos fortes e os pontos fracos do executivo por meio dos pares e superiores. c. Terceira fase: Instrumento de intervenção – coaching. Aplicação de sete sessões, com encontros a ca- da 15 dias, descritas no Quadro 4, a seguir. Intervenção do Coaching Encontros/Sessões Ferramentas Sessão 1 Autoanálise multidirecional competências emocionais e habilidades gerenciais (Avaliação 360°); Feedback 3X6. 40 APOSTILA DE COACHING Sessão 2 Responsabilidade pessoal. Filmes e leituras. Sessão 3 Ferramentas do Líder-coach: Gerência e liderança, método socrático, empatia, rapport, crenças profissionais, feedback e valores. Filmes e leituras. Sessão 4 Devolutiva ou feedback da avaliação multidirecional e feedback 3X6. Sessão superação - feedback 3X6 (pontos fortes x pontos fracos) - Análise SWOT; Tomada de consciência de gaps das competências emocionais e gerenciais – eliminar impedimentos e resgatar recursos. Filmes e leituras. Sessão 5 Construção do plano de desenvolvimento individual. Sessão 6 Socialização do plano de ação de desenvolvimento pessoal e profissional. Sessão 7 Acompanhamento e checagem pelo coach das novas experiências. Avaliação multidirecional das competências emocionais e habilidades gerenciais (avaliação 360°) e de aprendizado e benefícios pós-coaching. . Depoimentos escritos/vídeo. d. Quarta fase: Coleta de dados da avaliação multidirecional e da avaliação de aprendizado pós-coa- ching e depoimentos, assim como a análise dos resultados. Verificação dos resultados do coaching executi- vo e extração dos ensinamentos úteis para continuar a experiência e aplicá-las em programas no futuro. Quanto à empresa investigada, denominada de Empresa X, esta é composta por três unidades: Mai- son, Benfica e Via Sul, coordenadas por cinco líderes, dos quais dois pro- prietários da empresa (S1 e S2) e os demais gerentes de cada uma das unidades (G1, G2 e G3). A organiza- ção se caracteriza como empresa familiar. Sua escolha, dentre as vá- rias organizações visitadas, ocorreupelo ambiente receptivo à ideia de mudança e apoio dos proprietários. Conforme Thiollent (2009), a reali- zação de uma pesquisa-ação é facili- tada nas organizações que sejam mais democráticas e que tenham objetivo para mudança ou melhoria, esta última se referindo em aumen- tar os índices de desempenho, quali- dade ou segurança. A empresa possui ao todo 70 colaboradores. Contudo, não foi ob- jeto desta pesquisa o desenvolvi- mento dos subordinados da empre- sa estudada, ainda que este se dê por consequência. O que se buscou ob- 41 APOSTILA DE COACHING servar foi a mudança no comporta- mento no que se refere às compe- tências emocionais e habilidades ge- renciais dos cinco gestores, depois da intervenção do coaching. A pes- quisa-ação iniciou o processo com cinco gestores, no entanto, durante o seu período de realização, entre já- neiro de 2013 e fevereiro de 2014, um deles pediu demissão da empre- sa, sendo dado seguimento à pesqui- sa junto aos demais. Análise e Discussão dos Re- sultados Nesta seção, são apresentados resultados da avaliação multidire- cional das competências emocio- nais, habilidades gerenciais, apren- dizagem e possíveis benefícios pós- coaching. Avaliação Multidirecional das Competências Emocionais Antes e logo após o processo de coaching, foi aplicada uma ava- liação 360º ou multidirecional. A função da avaliação 360º, pré e pós- processo, é de comprovar a efetivi- dade do coaching. Os gestores rece- beram uma palestra de sensibiliza- ção sobre o objetivo e orientações necessárias sobre a avaliação. Para cada item avaliado, teriam que dar pontos de 1 (menor conceito) até 5 (maior conceito), sendo 1 o que não apresenta domínio da competência; 2, que demonstra pouco domínio da competência; 3, o item que de- monstra nível médio de domínio da competência; o 4 sinaliza um nível satisfatório de domínio da com- petência; e o 5, que demonstra um nível de excelência de domínio da competência. As competências emo- cionais constituíam elementos inibi- dores para os líderes no atingimento de objetivos profissionais e organi- zacionais, representadas pelas de- clarações seguintes. Não tenho controle no falar. Não sei elogiar meus funcionários (S1). Medo, insegurança, orgulho, pessimismo e impaciência (S2). Me- do de arriscar, agir por impulso, choro com facilidade (G3). Quero aprender a lidar com as pessoas, falo demais da minha vida pessoal para a equipe (G1). Os resultados da avaliação multidirecional das competências emocionais e habilidades gerenciais incluiu, no processo, a terceira etapa do ciclo de Kolb (1984), que se refere na formação de conceitos abstratos. As ferramentas mais importantes nesta etapa utilizadas pelo coaching contemplaram leituras, filmes, ses- são de análise SWOT e construção de plano de desenvolvimento in- dividual. 42 APOSTILA DE COACHING O processo da avaliação mul- tidirecional se iniciou pela auto ava- liação dos gerentes que consiste na oportunidade de autoconhecimento para o início de possíveis mudanças. Ao analisar os atores no processo de auto avaliação, antes e depois do coaching, observa-se que todos os líderes perceberam a própria mu- dança positiva nas competências pessoais e sociais depois do pro- grama. Essa análise combina com a ideia de Geus (1998) que diz que a essência do ato de aprender é a capacidade de criar a mudança me- diante a mudança em si mesmo. As competências pessoais mais desen- volvidas no grupo de gestores a par- tir da auto avaliação foram: auto- confiança e autocontrole emocional. Quanto às competências sociais se destacou a empatia, mostrada pelas declarações a seguir: Estou tentando colocar em prática meu autocontrole... Passei a elogiar um pouco as pessoas (S1). Conscientização dos meus atos... Tendo mais autocons- ciência das minhas atitudes e aquilo que faço e digo (S2). Diante do que estava, estou mais confiante (G2). Ganhei mais autoconfiança, mais dedicação ao trabalho. Passei a dar mais confiança para equipe e a ter uma visão mais ampla no meu dia a dia (G3). Percebe-se pelas declarações acima, um processo de expansão da consciência dos gestores no proces- so da auto avaliação e combina com a ideia de Barbosa (2008) que afir- ma que o processo de aprendizagem de gerente envolve também a parte prática que consiste na individuali- dade e a singularidade de cada pes- soa, por meio do autoconhecimento. Além disso, a avaliação mul- tidirecional das competências emo- cionais envolve o olhar dos gestores superiores sobre seus gestores. As competências vistas pelos superio- res como expressivas de mudanças dos seus gerentes foram: autocon- trole emocional (competência pes- soal) e trabalho em equipe (compe- tência social). Para a relação dos gerentes e proprietários, esse novo desempenho nas competências emocionais tem implicações no de- sempenho de suas relações interpes- soais. Como citam Lopes, Salovey e Straus (2003), as competências emocionais são essenciais nas in- terações sociais. Ademais, a avaliação multidi- recional desenvolve a formação da imagem do outro em relação ao ava- liado não se restringindo ao gestor superior como também a avaliação dos gestores do mesmo nível hierár- quico. Essa análise dos gestores em relação a eles mesmos mostra que 43 APOSTILA DE COACHING todos se perceberam com as compe- tências emocionais melhores desen- volvidas pós-coaching. As compe- tências emocionais que se destaca- ram pelo grupo como melhor avalia- das depois do coaching foram: oti- mismo (pessoais), empatia e tra- balho em equipe (sociais). Por fim, essa avaliação incluiu a percepção dos subordinados em relação aos seus superiores após o programa. Neste ponto, todos os gestores demonstraram mudanças positivas na percepção dos funcio- nários avaliadores, dando destaque à melhoria excelente do colaborador S2. A possível mudança é adquirida desde o primeiro feedback da avalia- ção multidirecional e durante o pro- cesso são utilizadas ferramentas emocional-cognitivas para otimizar possíveis mudanças. Essa análise combina com a ideia de Swieringa e Wierdsma (1995) que diz que o com- portamento do colaborador é perce- bido pelos outros e proporciona um retorno que fornecerá informações para ele corrigir a autoimagem. Esse quadro também é satisfatório para a liderança, pois favorece a colabora- ção dos funcionários no trabalho em equipe. As competências percebidas pelos subordinados como mudanças nos seus superiores foram: autocon- fiança, autocontrole emocional (pes- soais) e empatia (social). Avaliação Multidirecional das Habilidades Gerenciais As habilidades gerenciais de- senvolvidas nos líderes da organi- zação foram baseadas nos conceitos de Mintzberg (1974), que incluiu relacionamentos com colaborado- res, liderança, resolução de confli- tos, processamento de informações, tomada de decisões, alocação de re- cursos, empreendedorismo e habili- dade de introspecção. O programa buscou desenvolver as habilidades gerenciais como a mudança nas perspectivas de significados por meio de vivências desafiadoras e re- flexões, revelando o caráter trans- formador da aprendizagem. A avaliação iniciou com a auto avaliação que consistiu em uma au- toanálise dos aspectos gerenciais mais relevantes na entrega profis- sional do gestor. Neste ponto, pode- se observar que, após sete meses de aplicação de procedimento de coa- ching, houve uma melhoria na auto percepção dos gestores tanto no que tange à auto avaliação quanto ao desenvolvimento das habilidades de liderança. A habilidade gerencial mais auto percebida como geradora de desenvolvimento foi a habilidade de introspecção, que se relaciona com a capacidade de reflexão.
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