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As forças fundamentais da natureza Apresentação Você já se pegou pensando sobre o que forma o nosso corpo, a matéria e o universo? Você deve estar pensando que os átomos formam tudo. Pois bem! Os átomos formam tudo, mas existem partículas menores na composição dos átomos que formam os próprios átomos e existem forças de interação que atuam sobre essas partículas. Nesse mundo que irá mergulhar, você conhecerá um pouco mais sobre as quatro forças fundamentais da natureza: a gravitacional, a eletromagnética e as forças fraca e forte. Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá sobre as 17 partículas da física que compõem o universo e suas funções dentro do átomo, bem como o resultado de suas interações. Ao finalizar a unidade, verá o desenvolvimento do estudo e as principais aplicações das interações que ocorrem nas forças forte e fraca, passando desde o descobrimento das principais partículas que compõem o átomo, até suas influências nas propriedades da matéria. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever os fenômenos das interações fraca e forte da matéria. • Diferenciar cálculos matemáticos aplicados nas interações fraca e forte da matéria.• Explicar as relações entre as forças fundamentais da natureza e suas aplicações tecnológicas. • Desafio As usinas nucleares são instalações industriais que produzem energia elétrica a partir de reações nucleares. Elas são construídas de ferro armado, concreto e aço, com a finalidade de proteger o reator nuclear de emitir radiações para o meio ambiente. O elemento mais utilizado nas usinas nucleares é o urânio. Os elementos radioativos podem possuir emissões alfa, beta ou gama. As radiações alfa são compostas de dois prótons e de dois nêutrons, as radiações beta são compostas de um elétron e as radiações gama não possuem carga nem massa. Diante do exposto, observe a seguinte situação: Levando em consideração os danos aos seres vivos que cada tipo de radiação pode causar, indique que tipo de caixa deve ser utilizada para o transporte seguro de cada uma das pedras. Justifique sua resposta. Infográfico As 17 partículas da física - subdivididas em quarks, partículas constituintes da matéria, sendo de 6 sabores diferentes (up, down, strange, charm, bottom, e top); léptons, partículas que não interagem fortemente, podendo ser elétrons, múon, tau ou neutrinos de elétrons, neutrinos do múon e neutrinos de tau; e bósons, que são partículas das interações fundamentais da natureza, sendo os fótons (mediadores da interação eletromagnética), os bósons W e Z (mediadores da força fraca) e os glúons (mediadores da força forte), além do bóson de Higgs, que fornecem massas a todas as outras partículas - são apresentadas de acordo com a sua data de teorização e descoberta. Neste Infográfico, você acompanhará a história da descoberta das partículas elementares da física. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro A importância das quatro forças fundamentais para a existência e manutenção de tudo o que existe é notável. As forças forte e fraca são destacadas, uma vez que se referem à natureza das partículas e subpartículas que compõem os átomos. As interações entre essas partículas não são menos importantes. No capítulo As forças fundamentais da natureza, da obra História do conhecimento científico, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você verá assuntos sobre a definição das forças forte, fraca, eletromagnética e gravitacional e suas interações, bem como as tentativas matemáticas de explicá-las ao longo das teorias, destacando-se a teoria do modelo padrão. Verá ainda a linha histórica de descoberta das partículas que fazem parte do átomo e a importância das 17 partículas da física. Por fim, você verá algumas aplicações desse fabuloso mundo pequeno em nosso dia a dia. Boa leitura. HISTÓRIA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO Elaine Cristina Marques Esper As forças fundamentais da natureza Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever os fenômenos da interação fraca e forte da matéria. Diferenciar cálculos matemáticos aplicados nas interações fraca e forte da matéria. Explicar as relações entre as forças fundamentais da natureza a suas aplicações tecnológicas. Introdução Neste capítulo, você vai estudar as quatro forças da natureza, as interações entre as forças fracas e as fortes, além das partículas e subpartículas que existem. Você vai ver também a importância do Modelo Padrão para explicar a existência e a manutenção do universo por meio da física de partículas. Vai conferir como a mecânica quântica foi importante para o desenvolvimento das teorias, que depois se tornaram experimentos na explicação das subpartículas atômicas que compõem toda a matéria. Por fim, você vai conhecer as principais aplicações científicas e tecnológicas que envolvem as interações entre as partículas por meio das quatro forças fundamentais. 1 As interações fraca e forte da matéria A matéria é defi nida como tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço. Aprendemos que a matéria pode estar em três estados físicos, sólido, líquido e gasoso, além das diversas propriedades comuns a toda matéria, como pontos de fusão e de ebulição, densidade, condutividades térmica e elétrica, fragilidade, etc. No entanto, para entender a matéria, é necessário avançar um pouco mais no seu estudo, principalmente no que tange às interações entre as partículas que formam a matéria, sendo elas partículas enormes, como os planetas, ou partículas minúsculas, como as subpartículas atômicas. Entre essas partículas, existe uma infinidade de outras partículas presentes. Veja na Figura 1 uma representação de várias partes de tamanhos diferentes do mundo cósmico para o mundo micro. Figura 1. Representação de várias partes de tamanhos diferentes do mundo cósmico para o mundo micro. As forças fundamentais da natureza2 Veja a seguir as quatro forças da natureza que mantêm a matéria unida na formação do planeta, dos sistemas, dos átomos (MOREIRA, 2004). 1. Força gravitacional: atração mútua entre os corpos em razão de suas massas, como a atração entre o planeta Terra e o Sol ou a movimentação dos planetas. 2. Força eletromagnética: atração ou repulsão entre os corpos em razão de suas cargas elétricas e/ou de sua magnetização, como a movimen- tação de uma agulha de bússola e a interação entre um elétron e seu núcleo atômico. 3. Força nuclear forte: mantém a coesão nuclear e a coesão entre os qua- rks. Os prótons, por exemplo, para se manterem no núcleo, repelem-se entre si, mantendo-se coesos por causa disso. 4. Força nuclear fraca: força entre os léptons e os hádrons, responsável, por exemplo, pelo fenômeno da emissão de elétrons no decaimento beta de algumas partículas radioativas. O Quadro 1 apresenta a relação entre os quatro tipos de forças e suas intensidades energéticas. Fonte: Adaptado de Garotti (2003). Força fundamental Intensidade Teoria Mediador (bóson) Fonte Forte 10 Cromodinâmica quântica Glúon Carga de cor Eletromagnética 10−2 Eletrodinâmica Fóton Carga elétrica Fraca 10−13 Flavordinâmica W+ , W− e Z0 Carga fraca Gravitacional 10−42 Geometrodinâmica Gráviton Massa Quadro 1. As quatro forças da natureza Analisando os dados do Quadro 1, é possível notar que a força gravitacional é a de menor intensidade energética, porém é a de maior alcance, uma vez que é responsável pela estabilidade dinâmica de todo o universo. Os mediadores citados no Quadro 1 são as forças criadas em volta de uma partícula e foram 3As forças fundamentais da natureza estabelecidas pela teoria quântica de campos. Os fótons são o quantum ou os quanta que mediam a interação eletromagnética; os glúons mediam a interação forte; o gráviton media a interação gravitacional; e as partículas W+, W− e Z0 mediam a interação fraca (MOREIRA,2004). A geometrodinâmica é a união da teoria clássica da gravitação universal de Isaac Newton com a generalização relativística da gravitação de Albert Einstein, em que a gravitação é geometrizada. Aqui se encontra uma necessidade de estudo e utilização da teoria quântica para a gravitação que ainda não foi elaborada pelos físicos, embora muitos estudem isso. A eletrodinâmica quântica, por sua vez, já foi elucidada nos anos 1940 por físicos como Feynman, Tomonaga e Schwinger e consiste na junção da física clássica de Maxwell, que descreve os fenômenos elétricos e magnéticos, com a teoria da relatividade especial de Einstein (GAROTTI, 2003). A força fraca, de intensidade baixa, segue a teoria da flavordinâmica, criada nos anos 1960 por Gashow, Weinberg e Salam, que se refere às propriedades intrínsecas das partículas elementares. Em 1979, eles foram laureados com o Prêmio Nobel da Física por unificarem as forças fraca e eletromagnética e pela criação da flavordinâmica, estabelecendo que as interações fraca e ele- tromagnética são manifestações da força eletrofraca, transformando as forças do universo em apenas três: forte, eletrofraca e gravitacional (PIMENTA et al., 2013). A força nuclear fraca teve seus primeiros indícios na descoberta da ra- dioatividade, por Becquerel, em 1896, mas só ganhou esboço de explicação nos anos 1930, quando descobriram que as partículas β eram formadas por um nêutron que se transformava em um próton, gerando um elétron e um neutrino, lançados para fora do núcleo, que é o princípio do decaimento β. A física, até aquele momento, considerava que a força nuclear mantinha os prótons dentro do núcleo do átomo e a força eletromagnética tentava separar os prótons, não explicando, portanto, o fenômeno. O decaimento β pode ser representado pela Equação 1: Foi assim que, nos anos 1960, os pesquisadores Salam, Weinberg e Gashow propuseram a junção das teorias da força fraca e da eletromagnética. Propu- As forças fundamentais da natureza4 seram a existência de partículas W eletricamente carregadas, cuja troca induz a radioatividade beta e partículas Z neutras. Essas partículas, sob a aplicação de energias superiores a 100 GeV atuariam emitindo e absorvendo energia, gerando a força eletrofraca. Esse fato só foi provado em 1984, quando já havia aceleradores de partículas potentes o suficiente para gerarem os 100 GeV necessários, sendo possível, então, medir a força fraca entre os elétrons o os núcleos atômicos. As forças fortes, por sua vez, ocorrem a uma curta distância no interior do núcleo atômico que dá estabilidade aos átomos, uma vez que mantém o núcleo unido, evitando a repulsão dos prótons. Yukawa, em 1934, foi o primeiro a estudar as forças fortes, mas foi somente na década de 1970 que a cromodinâmica quântica foi estabelecida (GAROTTI, 2003). Pode-se dizer que os átomos são formados por elétrons, que ocupam níveis de energia, e núcleos formados de prótons e nêutrons, que são constituídos de quarks (tipos u e d). Os quarks são, provavelmente, os constituintes funda- mentais da matéria, subdivididos em seis espécies, conforme listados a seguir. u: up (para cima). d: down (para baixo). c: charm (charme). s: strange (estranho). b: bottom (fundo). t: top (topo). Essas espécies podem se apresentar em três edições ou cores: 1 (vermelho), 2 (verde) e 3 (azul). Dessa forma, são possíveis 18 quarks distintos e 18 quarks de antipartícula, resultando em 36 quarks (MOREIRA, 2004). Além disso, os quarks têm carga elétrica fracionária, sendo +2/3 para os sabores u, c e t e −1/3 para os sabores d, s e b. Os quarks não são encontrados livremente, mas confinados em partículas de hádrons, e podem ocorrer de duas formas: bárions, formados por três quarks (que seguem o Princípio da Exclusão, de Pauli), ou mésons, formados de um quark e um antiquark (MOREIRA, 2004). 5As forças fundamentais da natureza a) Antipartículas possuem a mesma massa e o mesmo spin que a partícula relacionada, porém com carga elétrica contrária. b) O princípio da exclusão, de Pauli, diz que duas partículas da mesma espécie e de spins não inteiros não ocupam o mesmo estado quântico. Léptons e quarks obedecem ao princípio, enquanto fótons, glúons e partículas W e Z não obedecem ao princípio. Outra família de partículas é a dos léptons, partículas de spin 1/2 com carga elétrica ou não (neutrinos). O elétron é uma espécie de lépton, além do múon, do tau e dos neutrinos do elétron, do múon e tau. Assim, contando os antiléptons, há um total de 12 léptons na natureza. Além de todas essas partículas, cabe ressaltar a importância das suas interações. Mediar essas interações significa que é possível medir as trocas (absorção e emissão) entre as partículas, tal como existe a troca quando há uma emissão fotônica. O campo das forças produzidas por quarks e antiquarks é denominado campo de glúons. Os quarks são capazes e emitir e absorver glúons, de tal forma a interagirem entre si. Essas trocas também ocorrem entre os mediadores da força fraca (MOREIRA, 2004). Apesar de toda essa nomenclatura parecer difícil, o entendimento da existência dessas partículas e de suas interações é importante, uma vez que permite responder a alguns questionamentos. Qual é a origem da matéria? Como tudo se formou? O famoso bóson de Higgs é que explica esse questionamento. Higgs é uma partícula com spin inteiro, responsável por dar origem à massa de todas as outras partículas elementares. Está associada a um campo que permeia todo o universo e que, ao interagir com uma outra partícula, libera energia na forma de massa para as demais partículas. Assim, os bósons W+, W−, Z0, férmions, quarks e léptons ganham massa por meio da interação com o bóson de Higgs e o campo de Higgs. Essa foi a interação eletrofraca proposta por Salam, Weinberg e Gashow. Nos anos 1970, foi desenvolvida a teoria quântica dos campos, baseada na mecânica quântica e na teoria da relatividade especial, uma teoria completa sobre as interações entre as partículas da matéria, denominada Modelo Padrão da Física de Partículas, que envolve as forças forte, fraca e eletromagnética (MOREIRA, 2009). As forças fundamentais da natureza6 2 Cálculos matemáticos aplicados nas interações fraca e forte da matéria Primeiramente, vamos diferenciar as 17 partículas existentes, no Quadro 2. Fonte: Adaptado de Dorsch (2019). Símbolo Partícula Massa Carga Spin Quarks u Up 2,2 MeV/c2 2/3 1/2 c Charm 1,28 GeV/c2 2/3 1/2 t Top 173,1 GeV/c2 2/3 1/2 d Down 4,7 MeV/c2 −1/3 1/2 s Strange 96 MeV/c2 −1/3 1/2 b Botton 4,18 GeV/c2 −1/3 1/2 Léptons e Elétron 0,511 MeV/c2 −1 1/2 µ Múon 105,66 MeV/c2 −1 1/2 τ Tau 1,7768 GeV/c2 −1 1/2 υ e Neutrino do elétron <1,0 eV/c2 0 1/2 υ µ Neutrino do múon <0,17 MeV/c2 0 1/2 υ τ Neutrino do tau <18,2 MeV/c2 0 1/2 Bósons de Gauge g Glúon 0 0 1 ϒ Fóton 0 0 1 Z Bóson Z 91,19 GeV/c2 0 1 W Bóson W 80,39 GeV/c2 ±1 1 Bóson escalar H Bóson de Higgs 124,97 GeV/c2 0 0 Quadro 2. As 17 partículas da física Sabemos que, além das partículas presentes no Quadro 2, outras partículas são possíveis, como para os quarks que podem assumir cores diferentes. Até o momento, mais de 300 partículas já foram encontradas (MOREIRA, 2009). 7As forças fundamentais da natureza Os elétrons são partículas fundamentais, enquanto os nêutrons e os prótons são agregados de quarks (STEINKIRCH, 2012). De maneira simplificada, o Modelo Padrão descreve dois tipos de partículas fundamentais: os férmions (quarks e léptons) e os bósons, que possuem spins diferentes. Os férmions são spins fracionários, e os bósons, spins inteiros. Portanto, não seguem o princípio da exclusão de Pauli. Assim, os bósons determinam as interações entre as partículas, enquanto os férmions são res- ponsáveis por sua massa (MOREIRA, 2009). Voltando ao Quadro 1, observe que as intensidades (representadas por α) podem ser consideradas na eletrodinâmica, na teoria eletrofracae na cromo- dinâmica quântica conforme segue. Na eletrodinâmica quântica, como a constante de estrutura fina, que representa a interação entre elétrons e fótons e é dada pela Equação 2: onde e é a carga elementar do elétron, ℏ é a constante de Planck sobre 2π e c é a velocidade da luz no vácuo. Na teoria eletrofraca, a constante de estrutura fina é absorvida por outras constantes de acoplamento associadas aos campos de calibre eletrofracos, e a interação eletromagnética é uma mistura de interações associadas aos campos eletrofracos. Na cromodinâmica quântica (QCD), há uma diminuição do acoplamento em altas energias, conhecido por liberdade assintótica, que faz com que a intensidade das interações fortes seja dada pela Equação 3: onde β0 é uma constante computada pelos cientistas Wilczek, Gross e Politzer. Isso representa que o acoplamento se dá em baixas energias. As quatro interações podem ser observadas em um distúrbio no campo gravitacional, onde o eletromagnetismo age entre as partículas carregadas eletricamente, e o fóton media a informação entre as partículas carregadas. A troca de fótons entre os elétrons e o núcleo positivo do átomo mantém a As forças fundamentais da natureza8 estabilidade do átomo. Da mesma forma, a interação entre os quarks e seu confinamento nos hádrons é mediada pelos glúons, que constituem a mais forte das quatro interações. Já a interação fraca permite as transformações das partículas, ou seja, os decaimentos atômicos (STEINKIRCH, 2012). De acordo com o Modelo Padrão, as interações ocorrem pela troca de bósons nas partículas que em que os bósons atuam, se propagando na velocidade da luz e obedecendo à lei da conservação de energia, e ao princípio da incerteza, de tal forma que quanto maior for a massa do bóson mediador, menor será o alcance da interação (MOREIRA, 2009). O princípio da incerteza, formulado em 1927 por Heisenberg, diz que não se pode determinar exatamente a posição de um elétron em um dado momento temporal. Isso explica a dupla natureza do elétron, tanto como partícula quanto como onda (ROONEY, 2018). Na verdade, a principal troca que ocorre é uma troca virtual de energia, uma vez que a massa é desprezível. Assim, partículas reais (quarks, léptons) trocam partículas virtuais (glúons, fótons, W e Z, grávitons), impulsionadas pelos campos gerados em torno de si (campo eletromagnético, campo forte, campo fraco e campo gravitacional) (MOREIRA, 2009). A teoria de gauge une a teoria da interação eletrofraca (QED) com a teoria da cromodinâmica quântica, deixando de fora apenas o gráviton e o bóson de Higgs. Essas teorias são consideradas teorias de calibre, em que a lagrangiana de cada conjunto de bósons mediadores é invariante e pode ser descrita por SU(3) para a interação forte e SU(2) × SU(1) para a interação eletrofraca. O Modelo Padrão é dado pela Equação 4: SU(3) SU(2) × SU(1) Para construir a teoria de campo para os elétrons, por exemplo, é necessário lembrar que eles são descritos como uma função de onda ψ (x, t) e estão separados por uma distância d. Porém, como os elétrons podem mudar de 9As forças fundamentais da natureza fase, a matemática considera que eles estão numa dinâmica que contém de- rivadas da função de onda ψ (x, t). Assim, a lagrangiana consegue descrever o mesmo comportamento da física, mesmo se ocorrer uma transformação de fase (STEINKIRCH, 2012). A teoria do campo livre é dada pela lagrangiana (Equação 5): Considerando a corrente de Dirac, a lagrangiana pode ser escrita pela Equação 6: Agora, considera-se a transformação local de interação entre os campos de fótons e léptons (AQUINO, 2007). Uma infinidade de teorias e cálculos foram desenvolvidos no último século e levaram à origem das quatro, ou das três, forças fundamentais. Desde a descoberta do elétron por J.J. Thomson em 1897, os estudos na área jamais finalizaram. Uma das descobertas mais recentes na área é o bóson de Higgs, prevista em 1964 por Peter Higgs e descoberta em 2012 (MOREIRA, 2009). A estrutura atômica e a influência do bóson de Higgs são esquematizadas na Figura 2. As forças fundamentais da natureza10 Figura 2. Bóson de Higgs. Fonte: Adaptada de ShutterStock.com/Designua. ÁTOMO NÊUTRON PRÓTON Elétron Nêutron Glúon Quarks Bóson de Higgs Prótons Próton Núcleo O bóson de Higgs foi uma partícula prevista para explicar porque os bósons W e Z possuem massa. Por um lado, esperava-se que essas partículas tivessem massas elevadas em virtude das interações fracas e, por outro, a simetria da teoria exigia que não houvesse massa para essas partículas. A massa desses bósons só poderia existir se as partículas tivessem ganhado massa de outra partícula. Como havia um campo diferente dos demais, foi dado o nome de campo de Higgs, propondo a existência do bóson de Higgs, que hoje é tido como a origem da massa de todas as partículas elementares (MOREIRA, 2009). A massa é um dos assuntos mais pesquisados na física de partículas. A massa de Newton é dada pela Equação 7: a de Einstein pela Equação 8: E = mc2 11As forças fundamentais da natureza e a massa do bóson de Higgs é dada pela Equação 9: onde λ é o parâmetro de autoacomplamento do bóson de Higgs, e υ é igual a 246 GeV, sendo o valor do campo de Higgs. O Modelo Padrão, apesar de explicar muito sobre a física das partículas, é incompleto, uma vez que não fornece explicação sobre a gravidade, e é incompatível com a teoria da relatividade, não explica a observação experi- mental das oscilações dos neutrinos, não explica a predominância no universo observável da matéria sobre a antimatéria, não explica toda a energia ou matéria acumulada no espaço. Dessa forma, outros modelos foram propostos, como o supersimétrico, que considera a existência de um parceiro para cada partícula e que a maioria delas existiu apenas na formação do planeta (PIMENTA et al., 2013). 3 Forças fundamentais da natureza e suas aplicações tecnológicas Um dos principais resultados práticos do desenvolvimento da física de par- tículas são as aplicações no entendimento da matéria, incluindo as próprias subpartículas e suas funções, passando pelas correlações e pelo estudo do átomo até chegar às ligações químicas e a outros vários tipos de interações intra e intermoleculares, além do estudo da matéria seja ela molecular ou cristalina, seja ela do ponto de vista macroscópico ou nanoscópico. A divisão do átomo em núcleo e eletrosfera só se deu a partir das descobertas de J.J. Thomson em 1897. Na verdade, a grande descoberta de Thomson foi o elétron, partícula carregada negativamente, mas seu modelo de pudim de passas — segundo o qual o átomo é uma esfera de material gelatinoso positivo com os elétrons suspensos sobre ele — era estranho e não se adaptava aos conhecimentos da física da época (ROONEY, 2018). Estudando as partículas α emitidas pelo radônio sobre uma lâmina atômica de ouro, Rutherford, em 1911, chegou à conclusão de que o átomo era, em sua maior parte, vazio e sem massa, onde estavam os elétrons (dando o nome de eletrosfera a essa parte vazia), e constituídos de um pequeno núcleo onde estavam localizadas as partículas positivas (os prótons) juntamente com outras partículas de carga neutra (ATKINS; JONES; LAVERMAN, 2018). As forças fundamentais da natureza12 Embora Rutherford tenha elucidado boa parte da constituição das partículas elementares do átomo, muita dúvida havia sobre a interação da luz no átomo. Planck já havia elucidado a sua fórmula para energia em 1900 (E = һυ), e Eins- tein elucidou a sua fórmula para energia em 1905 (E = mc2). Aplicando Planck, os átomos podiam transferir energia na forma de ondas (luz); e aplicando Einstein, a luz era formada por partículas corpusculares que poderiam ser emitidas, chamadas de fótons, mais tarde. Mesmo assim, a emissão das cores diferentes dos fogos de artifício na forma de luz intrigava os pesquisadores da época e, além disso, Rutherford não conseguiaexplicar seu modelo atômico com a física do momento. Se os elétrons estivessem parados, seriam atraídos pelo núcleo; se estivessem em movimento curvilíneo, perderiam energia e colapsariam com o núcleo (ROONEY, 2013). Em 1911, Böhr forneceu uma explicação para o átomo de Rutherford, propondo que os elétrons ocupavam níveis de energia diferentes e que, para cada átomo, esses níveis seriam diferentes, o que explicaria as cores dos fogos de artifício. Rutherford não aceitou, e ambos passaram boa parte de suas vidas buscando explicações para o átomo (ROONEY, 2018). Em 1924, a questão da energia foi sugerida por Louis de Broglie como dual, ou seja, as partículas, no caso, os elétrons e toda a matéria em geral, se comportariam como partícula e como onda (hυ = mc2). É fato que não vemos um carro se movendo como um sinal de onda wireless de internet, exatamente porque se a massa do objeto for muito grande, não há sentido que ele se mova como uma onda. Da mesma maneira, como a massa do elétron e das demais 16 partículas é muito pequena, é impossível determinar com exatidão o lugar no espaço (posição e momento) onde ele está presente (ATKINS; JONES; LAVERMAN, 2018). A questão do átomo foi um pouco mais complexa. Alunos de Böhr e Ruther- ford, Heiseberg e Schrödinger construíram explicações matemáticas baseadas em matemática matricial e em função de onda para posicionar o elétron no átomo. A partir desses estudos, a posição dos elétrons pode ser determinada em forma de níveis de energia quantizados e subníveis de energia no formato repetitivo de orbitais atômicos, sendo s, p, d e f. Cada orbital atômico recebe no máximo dois elétrons com spins contrários, sendo estes os quatro números quânticos que definem um elétron de um átomo (nível, subnível, momento angular e spin). Os orbitais atômicos estão representados na Figura 3. 13As forças fundamentais da natureza Figura 3. Orbitais atômicos. Fonte: ShutterStock.com/magnetix. Com o cálculo dos orbitais atômicos, a formação dos compostos e o cálculo de orbitais moleculares explicando as ligações químicas ficaram em evidência. Basicamente, os átomos podem se unir se houver uma diminuição da energia após a ligação. A ligação pode ser explicada das três seguintes maneiras. 1. Ligação iônica: formada entre elementos metálicos e não metálicos pela doação de elétrons e obediência à regra do octeto. A interação entre metais e não metais leva à formação de retículos cristalinos, materiais duros e frágeis ao mesmo tempo, como são as cerâmicas. 2. Ligação covalente: formada entre elementos não metálicos pelo com- partilhamento de elétrons e formação de orbitais moleculares. A inte- ração entre as moléculas formadas, seja por meio de interações de van As forças fundamentais da natureza14 der Waals, dipolo-dipolo ou ligações de hidrogênio, leva à formação de materiais flexíveis e esticáveis. 3. Ligação metálica: formada entre elementos metálicos pela formação de um “mar” de elétrons. A interação formada entre os átomos forma retículos cristalinos que possuem alta maleabilidade em função da deslocalização eletrônica. Não existe um modelo que explique a ligação metálica, uma vez que a regra do octeto não se aplica a ela. A regra do octeto diz que todos os elementos da tabela periódica precisam possuir configuração de gás nobre para ficarem estáveis, porque os gases nobres possuem os níveis e subníveis de energia totalmente preenchidos. Desse modo, os elementos das famílias 1, 2 e 13 da tabela periódica tendem a perder elétrons, enquanto os elementos das famílias 15, 16 e 17 tendem a ganhar elétrons. Além do entendimento da própria constituição da matéria e de suas pro- priedades, outras aplicações são interessantes para as partículas atômicas e subatômicas. A recente área da nanotecnologia é um exemplo disso. Ao trabalharmos em escala nanométrica, estamos trabalhando em escala atômica e, invariavelmente, as propriedades não são mais explicadas do ponto de vista de moléculas e cristais, mas do ponto de vista das partículas atômicas. A exemplo do efeito fotoelétrico amplamente discutido por Planck e Eins- tein, as nanopartículas de alguns materiais semicondutores estão em confi- namento quântico, formando os nanocristais, e seus elétrons se comportam como partículas dentro de uma caixa, que sofrem excitação ao receberem energia, liberando um fóton ao retornarem para o seu local de origem. Esses semicondutores são conhecidos como pontos quânticos e podem ser aplicados na área médica, por exemplo (ATKINS; JONES; LAVERMAN, 2018). Toda a indústria eletrônica atual se deve às ideias quânticas de Broglie, Schrödinger e Heisenberg, com o desenvolvimento da tecnologia do chip de silício, que é um material semicondutor. O uso atual dos lasers também só é possível graças à compressão do mecanismo para radiação da luz a partir dos átomos, em nível quântico fundamental. Outra aplicação direta são os supercondutores, que permitem o desenvolvimento dos trens-bala, que utilizam a levitação magnética (BRENNAN, 2003). 15As forças fundamentais da natureza A radioatividade é um resultado direto da física de partículas, e suas aplicações são as mais variadas. Os elementos com mais de 82 de número atômico são radioativos e emitem raios 2α 4, −1β 0 e 0γ 0, onde: a partícula α consiste em dois prótons e dois elétrons, possuindo carga positiva; as partículas β são elétrons ejetados do átomo radioativo se originando no núcleo do átomo quando um nêutron se transforma em um próton; os raios γ são radiações eletromagnéticas de alta frequência. A Figura 4a ilustra os raios α, β e γ, e a figura 4b mostra a sua intensidade de penetração sobre os materiais (HEWITT, 2008). Figura 4. Raios α, β e γ e suas intensidades sobre os materiais. Fonte: Adaptada de Hewitt (2008). Raio gama = luz ultravioleta não visível de alta frequência Partícula alfa = núcleo de hélio (carga elétrica +2) Imã Amostra de rádio Bloco de chumbo (a) (b) Partícula beta = elétron (carga elétrica –1) Fonte Papel Alumínio Chumbo As aplicações da radioatividade vão desde a geração de imagens por to- mografia, passando por terapias e tratamento de câncer, até o aumento da durabilidade de frutas irradiadas ou o caminho de fertilizantes, por meio de um isótopo radioativo. A datação de objetos arqueológicos pelo uso do carbono 14 e a geração de energia elétrica a partir da fissão nuclear são outros exem- plos. A fissão nuclear acontece por meio do ataque de um núcleo radioativo por um nêutron, que desestabiliza a força forte, levando a uma deformação crítica quando esse núcleo colide com outro núcleo. A força elétrica intensa e repulsiva gerada leva à fissão (HEWITT, 2008). As forças fundamentais da natureza16 Neste capítulo, estudamos a importância das quatro forças fundamentais para tudo o que existe, incluindo desde um simples átomo até o universo. Vimos que as forças forte e fraca, apesar de mais recentes e com explicações matemáticas bastante desenvolvidas, considerando o Modelo Padrão, a assi- metria e a mecânica quântica, mas que ainda precisam ser investigadas mais profundamente. Vimos também que a junção das forças fraca e eletromagnética pode ser considerada, formando a força eletrofraca, e que a força gravitacional ainda não responde aos modelos matemáticos atualmente propostos. Cabe uma pergunta aqui: a física macro e a física micro não se encontram? Além disso, estudamos as 17 partículas que fazem parte da constituição de tudo, com seus quarks, léptons e bósons. O bóson de Higgs, partícula geradora de matéria, que teria dado origem a tudo, foi encontrado finalmente em 2012, depois de 50 anos de experimentos em sua busca. No entanto, ainda resta a pergunta: por que há menos antimatéria do que matéria? Por fim, navegamos na história de descobertas do átomo e no estudo das interações entre os átomos, formando as ligações químicas, as moléculas, os cristais e as interações entre as substâncias,que culminam no melhor entendimento para a nanotecnologia e o desenvolvimento da eletrônica dos semicondutores. Abordamos, por fim, o conceito de radioatividade, que permite uma gama enorme de aplicações. AQUINO, P. M. Física além do modelo padrão em teorias com dimensões extras. 2007. Dissertação (Mestrado em Física) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. ATKINS, P.; JONES, L.; LAVERMAN, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018. BRENNAN, R. P. Gigantes da física: uma história da física moderna através de oito bio- grafias. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. DORSCH, G. C. A teoria de quase tudo. Vitória: Parque Botânico da Vale, 2019. 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ROONEY, A. A história da física: da filosofia ao enigma da matéria negra. São Paulo: M.Books, 2013. ROONEY, A. A história da química: da tabela periódica à nanotecnologia. São Paulo: M.Books, 2018. STEINKIRCH, M. von. O modelo padrão. New York: Stony Brook Astronomy, 2012. Dis- ponível em: http://www.astro.sunysb.edu/steinkirch/reviews/sm07.pdf. Acesso em: 21 ago. 2020. Leituras recomendadas FERREIRA, H. S.; RANGEL, M. C. Nanotecnologia: aspectos gerais e potencial de apli- cação em catálise. Química Nova, v. 32, n. 7, p. 1860-1870, 2009. Disponível em: http:// static.sites.sbq.org.br/quimicanova.sbq.org.br/pdf/Vol32No7_1860_32-RV08203.pdf. Acesso em: 18 set. 2020. MELZER, E. E. M.; AIRES, J. A. A história do desenvolvimento da teoria atômica: um percurso de Dalton a Bohr. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 8., 2011, Campinas. Anais [...]. Campinas: ENPEC, 2011. Disponível em: http:// www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R1348-1.pdf. Acesso em: 23 ago. 2020. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. As forças fundamentais da natureza18 Dica do professor A descoberta dos mecanismos que levam ao efeito fotoelétrico foi um divisor de águas para o entendimento da existência e função da partícula fóton e de como sua interação com os elétrons poderia ser aplicada. Na Dica do Professor, você verá como Einstein teorizou o que era o efeito fotoelétrico. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/c4919bd124b630f070b52733490cd6b9 Exercícios 1) Existem forças fundamentais na natureza que mantêm unidos os planetas, a biosfera, os ecossistemas, as moléculas, os compostos, os átomos e o núcleo dos átomos. A respeito das quatro forças fundamentais, analise as afirmações a seguir: I. A força gravitacional é a atração existente entre o Sol e a Terra, por exemplo, sendo caracterizada como uma força que ocorre entre corpos de massa elevada e, por isso, possui intensidade elevada. II. A força forte é a força que mantém a coesão entre prótons e nêutrons no interior dos átomos, sendo caracterizada como a interação mais forte existente entre todas as forças e que é mediada pelos glúons. III. A força eletrofraca é a união entre as forças fraca e eletromagnética proposta na década de 60, sendo a união das teorias flavordinâmica e eletrodinâmica, e é mediada pelos fótons e pelas partículas W e Z. É(são) correta(s) a(s) afirmativa(s): A) I, apenas. B) I e II, apenas. C) II e III, apenas. D) I e III, apenas. E) I, II e III. Os bósons são partículas que apresentam spin inteiro, podendo ou não apresentar carga elétrica, e não possuem massa portadora de força. A respeito dessas partículas, analise as asserções a seguir: I. O bóson de Higgs é uma partícula responsável por dar origem à massa de todas as outras partículas elementares e, portanto, de todo o universo. PORQUE 2) II. O bóson de Higgs está associado a um campo que permeia todo o universo, que ao interagir com outra partícula, libera energia na forma de massa para as demais partículas. Assinale a alternativa que apresenta a análise correta das asserções: A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II justifica a I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II, falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II, verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. 3) “Concebida e interpretada por Rutherford e executada por Geiger e Marsden, a experiência de espalhamento de partículas alfa por delgadas folhas metálicas levou ao descobrimento do núcleo atômico. Uma das conclusões desse experimento é que o núcleo atômico ocupa uma ínfima parcela do volume destinado ao átomo, em que pese nele estar concentrada toda a carga positiva da matéria. [...] A carga positiva aprisionada num volume tão exíguo do espaço levaria a uma situação altamente explosiva, não fora pela presença de uma segunda força da natureza, a interação forte a contrabalançar a repulsão coulombiana entre prótons.”(SILVA, P.R., 2008. v. 30, n. 3, 3305) A respeito da força forte, analise as asserções a seguir e marque V para verdadeiro, e F para falso: ( ) a interação forte no núcleo do átomo ocorre entre pares de prótons, ou pares de nêutrons ou pares de prótons e nêutrons, e mantém o núcleo coeso. ( ) a intensidade da força forte entre um par de prótons é maior do que a intensidade da força de repulsão eletrostática entre esse mesmo par de prótons. ( ) a força forte é explicada pela teoria da flavordinâmica, que estabelece a união entre a força forte e a força eletromagnética. ( ) a força forte explica a existência do bóson de Higgs, que é considerada a partícula doadora de massa às demais partículas. Agora, assinale a alternativa que contém a sequência correta: A) V, V, F, F. B) F, F, V, F. C) V, F, F, V. D) V, V, V, F. E) F, V, V, V. 4) “A mecânica quântica constitui-se num farol indispensável para a visão atual do mundo físico. Como principal alicerce da descrição da estrutura da matéria, ela sustenta grande parte da pesquisa produzida nos nossos tempos. Inúmeras tecnologias modernas fazem uso de fenômenos que só podem ser compreendidos à luz desta teoria. [...] Central na mecânica quântica, a dualidade onda-partícula desafia o entendimento. Separadamente, ondas e partículas são elementos familiares da nossa realidade. Mas como pode a mesma entidade ser onda e ser partícula? Estas questões permeiam qualquer introdução à física quântica.” (BETS, M.; LIMA, I.; MUSSATTO, G., 2009. v. 31, n. 3.) Entre as partículas a seguir, a que se comporta duplamente, como partícula e como onda, é: A) O elétron. B) o próton. C) o nêutron. D) o átomo. E) o cristal. 5) O átomo foi sendo elucidadoao longo do tempo de acordo com as descobertas que foram sendo feitas. Dalton propôs que o átomo era a menor porção da matéria, sendo indivisível e indestrutível. Thomson descobriu o ___________ e propôs que o átomo era uma massa positiva com cargas negativas incrustadas. Rutherford, ao utilizar a radiação das partículas _________, determinou que o átomo possuía um núcleo positivo e com massa que era bem menor do que a eletrosfera, no qual estão localizados os elétrons. Böhr propôs que os elétrons ocupam ____________. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas. A) elétron / alfa / níveis de energia B) elétron / beta / órbitas elípticas C) próton / alfa / órbitas circulares D) próton / beta / níveis de energia E) elétron / gama / órbitas elípticas Na prática A exportação de frutas do nosso país, que é grande produtor no agronegócio, é em parte prejudicada pela baixa durabilidade das frutas. Nos últimos anos, entretanto, isso vem mudando graças ao uso de ferramentas científicas e tecnológicas que têm ajudado vários pequenos e médios produtores a venderem seus produtos no mundo inteiro. Veja, Na Prática, a história de João, um agricultor interessado em mudar suas ideias para alcançar o mundo vendendo seus morangos. Você verá que a radiação emitida pelos compostos radioativos pode ser utilizada de forma positiva na agricultura. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Efeito fotoelétrico - O Nobel de Einstein Assista ao vídeo a seguir, do canal Universo Narrado. Nele, você conhecerá a história do Nobel de Einstein e sua interpretação sobre o efeito fotoelétrico. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. O que é o Bóson de Higgs? Neste vídeo do canal Portal da Ciência, você descobrirá o que é o Bóson de Higgs, além de aprender sobre a Teoria Quântica de Campos, o Campo de Higgs e o Grande Colisor de Hádrons. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. As forças fundamentais da natureza O professor Mauro Copelli explica, neste vídeo do seu canal, as quatro forças fundamentais da natureza e suas relações com o campo de estudo e aplicação. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/I9WG6IWpc20 https://www.youtube.com/embed/o-TzAibSy0k https://www.youtube.com/embed/WHv44ALhXvI
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