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DIVERSIDADE E INCLUSÃO “Diversidade é convidar para a festa, inclusão é chamar para dançar”. Vulneráveis: Grupo de pessoas indivíduos fragilizados jurídica ou politicamente. Para parte da doutrina, sinônimo de minorias. Para outra parte, há distinção entre os termos. A conduta (ação ou omissão) que viola direitos das pessoas com base em critérios injustificados ou injustos tais como a raça, o sexo, a idade, a opção religiosa e outros denomina-se discriminação. A exemplo de: - Refugiados; - Mulheres; - Portadores de deficiência; - LGBT+ - Povo indígenas; - Comunidades tradicionais; - Crianças e adolescentes. -“Direito de Minorias é o ramo do direito que estuda as normas jurídicas aplicáveis aos grupos minoritários, assim entendidos aqueles que demandam especial proteção estatal em razão de sua vulnerabilidade, cujo objetivo é a garantia da existência, da autonomia, da inclusão e da igualdade material desses grupos na comunidade nacional, de modo a permitir-lhes a igual fruição dos direitos destinados à maioria, sem que isso signifique perda ou abandono forçado de seus traços diferenciadores.” - Edilson Vitorelli. Discriminação pode ser direta ou indireta: Discriminação direta: normas ou ações tendentes a estigmatizar o diferente ou simplesmente excluir o indivíduo de certos direitos. Discriminação indireta: imposição de normas e regras que em primeira instância parecem inofensivas, mas que na prática não são, e ainda mais, trazem consequências nefastas e negativas, afetando os direitos das pessoas. Autodiscriminação: mecanismos internos de repressão que modelam nossos desejos, expectativas, anseios e motivações. A discriminação estrutural ou sistêmica consiste na sujeição de grupos historicamente vulneráveis a práticas constantes de negação de direitos ou tratamento discriminatório inferiorizante. Os parâmetros para a constatação da discriminação estrutural ou sistêmica podem ser assim resumidos: (i) identificação de grupo vulnerável afetado, por motivo de raça, nacionalidade, sexo, orientação sexual ou outro fator de diferenciação; (ii) a situação de marginalização e exclusão desse grupo é fruto de fatores históricos, sociais, econômicos e culturais; (iii) é possível aferir padrão e disseminação de condutas de exclusão em organizações públicas ou privadas, bem como em zonas geográficas; (iv) esse padrão de conduta gere situação ou desvantagem desproporcional ao grupo vulnerável. Fonte: Curso de direitos humanos/André de Carvalho Ramos.–4.ed.–São Paulo: Saraiva, 2017. NESSE CONTEXTO... SURGEM AS AÇÕES AFIRMATIVAS: - “ação afirmativa são medidas públicas ou privadas, de caráter coercitivo ou não, que visam promover a igualdade substancial, através da discriminação positiva de pessoas integrantes de grupos que estejam em situação desfavorável, e que sejam vítimas de discriminação e estigma social. Elas podem ter focos muito diversificados, como mulheres, os portadores de deficiência, os indígenas ou os afrodescendentes, e incidir nos campos mais variados, como educação superior, acesso a empregos privados ou a cargos públicos, reforço à representação política ou preferências na celebração de contratos.” - “A reparação ou compensação dos fatores de desigualdade factual com medidas de superioridade jurídica constitui política de ação afirmativa que se inscreve nos quadros da sociedade fraterna que se lê desde o preâmbulo da Constituição de 1988." - STF - IGUALDADE MATERIAL. MULHERES: Sobre mulheres em privação de liberdade, o Conselho Nacional de Justiça publicou recentemente a tradução das Regras de Bangkok (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, 2016), que trata de regras da Organização das Nações Unidas para o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas de liberdade para mulheres infratoras. Trata-se de um conjunto de normas de soft law, não possuindo força vinculante aos Estados. Porém, serve como importante vetor de interpretação do alcance de normas nacionais e internacionais sobre direitos humanos que podem incidir sobre as mulheres presas, como, por exemplo, o direito à integridade pessoal e devido processo legal. As Regras de Bangkok pautam-se por dois pressupostos: (i) as necessidades específicas das mulheres, as quais incluem, entre outras, idade, orientação sexual, identidade de gênero, nacionalidade, situação de gestação e maternidade; (ii)o reconhecimento de que parcela das mulheres infratoras não representa risco à sociedade, de modo que o encarceramento pode dificultar a sua reinserção social. Os métodos de inspeção devem respeitar a dignidade das mulheres, evitando-se as revistas íntimas e as inspeções corporais invasivas, as quais, quando necessárias, devem ser conduzidas por funcionárias devidamente treinadas. Visando proteger as crianças, é vedada a imposição de sanções de isolamento ou segregação disciplinar às gestantes e mães em período de amamentação. - Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo: A deficiência é considerada um conceito social (e não médico) em evolução, resultante da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. - A fim de assegurar às pessoas com deficiência o efetivo acesso à justiça, os Estados Partes deverão promover a capacitação apropriada daqueles que trabalham na área de administração da justiça, inclusive a polícia e o pessoal prisional. - Os Estados Partes deverão assegurar que as pessoas com deficiência, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas: Desfrutem o direito à liberdade e à segurança da pessoa; e não sejam privadas ilegal ou arbitrariamente de sua liberdade e que toda privação de liberdade esteja em conformidade com a lei, e que a existência de uma deficiência não justifique a privação de liberdade. Os Estados Partes deverão assegurar que, se pessoas com deficiência forem privadas de liberdade mediante algum processo, elas, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, façam jus a garantias de acordo com o direito internacional relativo aos direitos humanos e sejam tratadas em conformidade com os objetivos e princípios da presente Convenção, inclusive mediante a provisão de adaptação razoável. Nenhuma pessoa deverá ser submetida à tortura ou a tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. Em especial, nenhuma pessoa deverá ser sujeita a experimentos médicos ou científicos sem seu livre consentimento. Os Estados Partes deverão tomar todas as medidas efetivas de natureza legislativa, administrativa, judicial ou outra para evitar que pessoas com deficiência, do mesmo modo que as demais pessoas, sejam submetidas à tortura ou a tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. Os Estados Partes deverão tomar todas as medidas apropriadas de natureza legislativa, administrativa, social, educacional e outras para proteger as pessoas com deficiência, tanto dentro como fora do lar, contra todas as formas de exploração, violência e abuso, incluindo aspectos de gênero. Os Estados Partes deverão também tomar todas as medidas apropriadas para prevenir todas as formas de exploração, violência e abuso, assegurando, entre outras coisas, formas apropriadas de atendimento e apoio que levem em conta o gênero e a idade das pessoas com deficiência e de seus familiares e atendentes, inclusive mediante a provisão de informação e educação sobre a maneira de evitar, reconhecer e denunciar casos de exploração, violência e abuso. Os Estados Partes deverão assegurar que os serviços de proteção levem em conta a idade, o gênero e a deficiência das pessoas. A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes de discriminação ou preconceito e suas punições. Nos termos do art. 1º, “serão punidos, na forma desta lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” (redação dada pela Lei nº 9.459/97). O racismo tem como finalidadejustamente consagrar a superioridade de uma pretensa raça, buscando fundamentar práticas discriminatórias e inferiorizantes em uma pretensa moral ou racionalidade científica. REFUGIADOS: O Direito Internacional dos Refugiados é regulamentado, precipuamente, pelos seguintes tratados: Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados, 1951; e Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados, 1967. Conceito: pessoa que sofre ou teme sofrer, em seu Estado de origem, perseguição em razão de raça, RELIGIÃO, NACIONALIDADE, GRUPO SOCIAL OU QUESTÕES POLÍTICAS e que, em virtude disso, deixa esse Estado e procura proteção em outro Estado (país). LGBTQIA+: “O direito fundamental à livre orientação sexual consiste no direito ao respeito, por parte do Estado e de terceiros, da preferência sexual e afetiva de cada um, não podendo dela ser extraída nenhuma consequência negativa ou restrição de direitos. Apesar de não expresso na Constituição de 1988, esse direito é extraído da previsão do art. 5º, § 2º (os direitos expressos não excluem outros decorrentes do regime, dos princípios e dos tratados de direitos humanos), bem como do princípio da dignidade humana (art. 1º, III) e da proibição de toda forma de discriminação (objetivo fundamental da República). Além disso, a orientação sexual advém da liberdade de cada um e faz parte das decisões abarcadas pela privacidade, não podendo o Estado abrigar preconceitos e punir com base nessa opção íntima, negando direitos que somente outra orientação sexual pode exercer.” - André de Carvalho Ramos. “Há um direito constitucional implícito à “busca da felicidade”, que decorre da dignidade da pessoa humana, devendo ser eliminados os entraves odiosos à sua consecução. Por isso, no campo da orientação sexual, a união homoafetiva é tida como equiparada à entidade familiar, devendo ser adotadas, a favor de parceiros homossexuais, as mesmas regras incidentes sobre as uniões heterossexuais, em especial no Direito Previdenciário e no campo das relações sociais e familiares (RE 477.554- AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-8-2011, Segunda Turma, DJE de 26-8-2011.) Esse direito à homoafetividade não pode gerar prejuízos ao seu titular. - Ministro Celso de Mello. https://www.bing.com/ck/a?!&&p=301ecb823879b36dJmltdHM9MTY3NTkwMDgwMCZpZ3VpZD0zOGQ2YzRiZC01YmU3LTY3MzEtMjRlZC1kNmQ4NWE3MTY2ZmUmaW5zaWQ9NTE4MA&ptn=3&hsh=3&fclid=38d6c4bd-5be7-6731-24ed-d6d85a7166fe&psq=LGBTQIA&u=a1aHR0cHM6Ly93d3cudW9sLmNvbS5ici91bml2ZXJzYS9ub3RpY2lhcy9yZWRhY2FvLzIwMjEvMDYvMDMvbW92aW1lbnRvLWxnYnRxaWEtZW50ZW5kYS1vLXF1ZS1zaWduaWZpY2EtY2FkYS11bWEtZGFzLWxldHJhcy1kYS1zaWdsYS5odG0&ntb=1 DECISÕES IMPORTANTES: 1- STF deu ao art. 1.723 do Código Civil interpretação conforme a Constituição para dele excluir qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como “entidade familiar”, entendida esta como sinônimo perfeito de “família”. Para o Relator, Min. Carlos Britto, esse reconhecimento deve ser feito segundo as mesmas regras e com as mesmas consequências da união estável heteroafetiva (ADI 4.277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 5-5-2011, Plenário, DJE de 14-10-2011). 2- União civil entre pessoas do mesmo sexo. Alta relevância social e jurídico constitucional da questão pertinente às uniões homoafetivas. Pretendida qualificação de tais uniões como entidades familiares. Doutrina. Alegada inconstitucionalidade do art. 1º da lei nº 9.278/96. Norma legal derrogada pela superveniência do art. 1.723 do novo código civil (2002), que não foi objeto de impugnação nesta sede de controle abstrato. Inviabilidade, portal razão, da ação direta. Impossibilidade jurídica, de outro lado, de se proceder à fiscalização normativa abstrata de normas constitucionais originárias (cf, art. 226, § 3º, no caso). Doutrina. Jurisprudência (STF). Necessidade, contudo, de se discutir o tema das uniões estáveis homoafetivas, inclusive para efeito de sua subsunção ao conceito de entidade familiar: matéria a ser veiculada em sede de ADPF (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADI 3300 MC / DF - DISTRITO FEDERAL MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Relator: Min. CELSO DE MELLO Julgamento: 03/02/2006). 3- Toda criança tem direito à convivência familiar, conforme previsto no art. 1º da Lei n. 12.010/2009. Embora se trate de tema polêmico, há que se admitir que inexiste impedimento legal para a adoção por homossexuais. A exigência legal funda- se na existência de reais vantagens para o adotando. (...) Verifica-se, portanto, que os pressupostos indispensáveis ao deferimento do pleito foram observados. Ademais, a pretensão não ofende a soberania nacional, a ordem pública nem os bons costumes (art. 17 da LICC e arts. 5º e 6º da Resolução n. 9/2005 do STJ). Posto isso, homologo o título judicial estrangeiro. (...) (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SE 4.525 - US (2009/0077159-0) SENTENÇA ESTRANGEIRA Relator(a): CESAR ASFOR ROCHA Publicação: 02/08/2010). 4- retificação registro civil - De posicionamentos herméticos, no sentido de não se tolerar “imperfeições” como a esterilidade ou uma genitália que não se conforma exatamente com os referenciais científicos, e, consequentemente, negar a pretensão do transexual deter alterado o designativo de sexo e nome, subjaz o perigo de estímulo a uma nova prática de eugenia social, objeto de combate da Bioética, que deve ser igualmente combatida pelo Direito, não se olvidando os horrores provocados pelo holocausto no século passado. Recurso especial provido (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Ag Nº 1.008.398 - SP (2007/0273360-5) AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): MIN. NANCY ANDRIGHI Publicação: DJ 18/11/2009). 5- O direito dos transexuais à retificação do prenome e do sexo/gênero no registro civil não é condicionado à exigência de realização da cirurgia de transgenitalização. Trata-se de novidade porque, anteriormente, a jurisprudência exigia a realização da cirurgia de transgenitalização. STJ. 4ª Turma. REsp 1.626.739-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 9/5/2017 (Info 608) 6- INCLUSÃO COMO DEPENDENTE: “Plano de Saúde. Inclusão do companheiro do mesmo sexo como dependente. Mandamentos constitucionais de isonomia e da vedação de discriminação por opção sexual. Reconhecimento dos consectários jurídicos. Valor dos honorários mantido. Jurisprudência do STF e STJ. Recurso improvido” (...) Pelo exposto, nego provimento ao agravo (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA AI Nº 968.304 - SP (2007/0249782-8) AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): MIN. ALDIR PASSARINHO JUNIOR Publicação: DJ 28/03/2008). POVOS ÍNDIGENAS E COMUNIDADES TRADICIONAIS: Conforme o Estatuto do Índio (Lei 6.001/73), os índios podem ser: a) isolados: vivem em grupos desconhecidos ou de que se possuem poucas informações e contatos com a comunidade nacional; b) em vias de integração: em contato com grupos estranhos, conservam um pouco ou muito das condições de sua vida nativa, mas aceitam algumas práticas e modos de existência. c) integrados: Quando incorporados à comunhão nacional. Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. § 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas,ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. § 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. § 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. § 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé. § 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º. Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo. QUILOMBOLA: CONCEITO: (i) grupo étnico negro; (ii) trajetória histórica; (iii) presunção de ancestralidade negra; (iv) prevalência da auto definição ou auto atribuição. - art. 68 do ADCT: “aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos”. DECISÃO: Os quilombolas tem direito à posse das áreas ocupadas pelos seus ancestrais até a titulação definitiva, razão pela qual a ação de reintegração de posse movida pela União não há de prosperar, sob pena de pôr em risco a continuidade dessa etnia, com todas as suas tradições e culturas. O que, em último, conspira contra pacto constitucional de 1988 que assegura uma sociedade justa, solidária e com diversidade étnica. 7. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 931.060/RJ, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/12/2009, DJe 19/03/2010). Assim... Os quilombos são considerados, tais como os índios, comunidades tradicionais, já que caracteriza-se pela preservação de uma cultura distinta da majoritária, mantendo uma relação com a terra que é mais do que posse ou propriedade, sendo uma relação de identidade. Vejamos que o Decreto 6.040/2007, no art. 3º, I, conceitua povo e comunidade tradicional como sendo “grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição”. APONTAMENTOS FINAIS... IDOSO: -O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) tem aplicação imediata sobre todas as relações jurídicas de trato sucessivo, ainda que firmadas anteriormente à sua vigência, por se tratar de de norma cogente (REsp 1.280.211/SP); - Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. - Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos” (Art. 3º, § 2º). CRIANÇAS E ADOLESCENTES: Convenção Sobre Direitos da Criança de 1989 (Nova Iorque): Não faz distinção entre criança e adolescente. Trata todos como crianças. Até 18 anos é criança, deixando ressalvada a legislação de cada País. - O Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) teve por inspiração o texto da convenção sobre os direitos da criança de 1989 e a Constituição Federal de 1988. ADOTA-SE, NO BRASIL, A DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL: crianças e adolescentes gozam dos mesmos direitos destinados aos adultos. Deve-se considerar o estágio peculiar de pessoas em desenvolvimento físico, psíquico e moral. Criança - pessoa com até 12 (doze) anos incompletos. Adolescente - pessoa entre 12 (doze) anos completos e 18 (dezoito) anos incompletos. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS: Prioridade absoluta, proteção integral, superior interesse, bem como considerar pessoa em desenvolvimento. Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares. § 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc65.htm#art2 Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21
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