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SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL Sintomas de humor (irritada, bipolar, depressiva, ansiosa), físicos (abdômen distendido, mama sensível, insônia, fadiga, fogacho, apetite alterado para mais ou menos), cognitivos (confusa e sem concentração) - Ocorrem na fase lútea (segunda metade)- Período sem sintomas >7 dias antes da primeira metade do ciclo- Dois ciclos consecutivos- Graves que requerem aconselhamento médico- Considerações gerais Ciclo de sintomas que interferem em aspectos do cotidiano e antecedem previsivelmente a menstruação - Patognomônica = restritos à fase lútea- Maior incidência em mulheres na terceira para a quarta década de vida- Rara em adolescentes; resoluta após menopausa- Transtorno Disfórico Pré-menstrual: quando sintomas de SPM prejudicam funcionamento diário - Patogênese Desequilíbrio hormonal relacionado → estrogênio/progest ou ↑aldosterona ou hipoglic ou hiperprolact ou psicogênico Hipótese sustentada pois supressão do ciclo causa resolução- - Pode estar associada à disfunção 5-HT e GABA GABA encontra-se diminuído no fim da fase lútea em mulheres com SPM/TDPM - - Diagnóstico Sem rastreamento ou teste específico- Descartar Tireoide e Anemia- Pode ser considerada se: Relato de um sintoma afetivo + um sintoma somático (incluindo cefaleia e edema) 5 dias antes das últimas três menstruações Sintomas devem ser aliviados 4 dias após menstruar sem retornar até o 13o dia do ciclo, pelo menos. - Registrar 2 ciclos prospectivos.- - Achados Clínicos Excluir causas orgânicas reprodutiva, urinária ou GI- Comum: Mastodinia / Mastalgia = dor e inchaço das mamas causado por edema e ingurgitamento do sistema vascular e ductal Relacionado à alta gonadotrofina- + Resposta aumentada à prolactina- Exige exame para descartar neoplasia + mudanças fibrocísticas Aspiração ou biópsia excisional - - - + Cefaleia enxaqueca / escotomas visuais / vômitos- Obter história psiquiátrica + incentivar documentação de alteração de humor Doença mais associada: depressão- - Complicações da Menstruação e Sangramento Uterino Anormal Página 1 de Medicina Doença mais associada: depressão Responde à antidepressivos e psicoterapia- - Tratamento Alteração no estilo de vida, alimentação e ingerir menos sódio (para o edema) - TCC e exercício aeróbio- Bromocriptina para Mastalgia- Carbonato de cálcio para distensão, fome e dor- Magnésio para retenção h- B6 e E (neurotoxicidade se prolongar)- Fluoxetina e Sertralina 14 dias antes do ciclo e permanecer até o final- Alprazolam e Buspirona (ansiolíticos) também eficazes mas risco de dependência e colaterais - Recomenda-se uso de contraceptivo oral ou transdérmico- Agonistas de GnRH não recomendado para mais de três ciclos- Danazol melhora Mastalgia- Ooforectomia é cirurgia recomendada, mas precisa de reposição de estrogênio - DISMENORREIA Três tipos: Primária: sem causa orgânica1. Secundária: causa patológica2. Membranosa: Molde de endométrio descolado3. - Patogênese Mecanismo da dor associado à ação de prostaglandina- Sugere-se que secreção prostanoide e eicosanoide aumentadas induzem contrações uterinas anormais Redução de fluxo sanguíneo uterino = hipoxia - - + Leucotrieno + vasopressina como fatores contribuintes- + Ansiedade emocional pode ser cofator para dor: receber orientação familiar, educacional ou médica antes do processo alivia - Achados Quando ocorre a dor? O que faz quando tem dor? Existem outros sintomas? Contraceptivos ajudam? Dor mais grave com o tempo? - Ocorre mais no final da adolescência e primeiro dia da menstruação- + Náusea, vômito, diarreia, cefaleia SEM SINTOMAS ASSOCIADOS À ENDOMETRIOSE- - US e Laparoscopia para descartar endometriose, doença inflamatória pélvica, cisto ovariano - Diferencial Dismenorreia secundária por endometriose Inicia 1 a 2 semanas antes da mesntruação- Pico 1 a 2 dias antes- Aliviada no início do fluxo ou após- + Dor intensa no sexo (dispareunia)- + Sensibilidade ou massa anexial ou nódulo de fundo de saco pré-menstrual- - Padrão de dor semelhante à adenomiose (mas com maior faixa etária e ausência de - Página 2 de Medicina Padrão de dor semelhante à adenomiose (mas com maior faixa etária e ausência de achados extrauterinos) - Tratamento AINEs ou Acetaminofeno p/ desconforto- Calor no abdomen (saco quente) ajuda dor- Codeína e analgésicos fortes para dor intensa- + repouso no leito- AntiprostaglandinasA. Ibuprofeno e naproxeno- Rofecoxib, valdecoxib e lumiracoxib- Maior eficiência no uso PRECOCE- Contraceptivos oraisB. Com estrogênio aumentado: previne dor na maioria dos pacientes que não resolvem com AINEs - AINEs agem sinergicamente com anticp- CirúrgicoC. Laparoscopia do ligamento uterossacro e neuroectomia pré-sacral são raras, mas são operações conservadoras para endometriose - Adenomiose, endometriose ou infecção pélvica residual que não respondem podem requerer histerectomia com ou sem remoção ovariana Raramente Dismenorreia primária requer cirurgia- - AdjuvantesD. Calor tópico e exercícios diminuem intensidade da dismenorreia- TENS (estimulação elétrica tópica transcutânea) mostrou eficácia para alívio- Sem evidências para recomendar dietas e ervas- SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL Menstruação normal + causas de gravidez, doença sistêmica ou câncer- Idade fértil? Considerar complicação de gravidez- Excluindo causas patológicas = sangramento uterino disfuncional 60% das vezes- Padrões de Sangramento Uterino Anormal Menorragia / hipermenorreia Fluxo menstrual intenso/prolongado- Jorrando ou Torneira aberta é anormal- Causas: miomas, gravidez complicada, adenomiose, DIUs, hiperplasias, tumores, sangramento disfuncional - 1. Hipomenorreia / criptomenorreia Estenose himenal ou cervical- Sinéquias uterinas (S. de Asherman)- Contraceptivos orais - 2. Metrorragia (intermenstrual) Pólipos endometriais- Carcinomas endometriais e cervicais- Estrogênio exógeno pode causar - 3. Polimenorreia Período muito frequentes- Geralmente anovulação - Raramente fase lútea encurtada- 4. Menometrorragia Intervalos irregulares- 5. Página 3 de Medicina Intervalos irregulares- Qualquer causa de metrorragia- Indicação de tumores ou complicações de gravidez- Oligomenorreia Mais de 35 dias- Amenorreia se +6 meses- Sangramento geralmente diminuído - Associado à anovulação Endócrina: gravidez, hipófise/hipotálamo, menopausa▪ Sistêmica: perda de peso excessiva▪ - Tumores secretores de estrogênio produzem primeiro oligomenorreia- 6. Sangramento de contato (após relação sexual) Sinal de câncer de colo até que se prove o contrário- + eversão cervical, pólipos, infecção ou vaginite atrófica- Esfregaço negativo não descarta câncer invasivo Pode precisar biópsia ou colposcopia- - 7. Avaliação de SUA Testes sanguíneos usados para descartar doenças sistêmicas, trofoblásticas e gravidez: TSH, hemograma e BhCG - História: Registrar padrões de sangramento, atentar para duração, datas e quantidade de fluxo A. Exame físico: B. Massas abdominais e útero aumentado irregular sugerem MIOMA- Útero aumentado simetricamente sugere ADENOMIOSE ou CARCINOMA ENDOM.- Lesões vulvares e vaginais inflamatórias podem ser vistas- Pólipos e carcinoma cervical invasivo podem ser vistos- Exame citológico: C. Presença de células endometriais na fase secretora ou pós-menopausa (a menos que receba estrogênio exógenos) não é normal - Se exame suspeito ou positivo → requer avaliação adicional- Uso de espátula e escova endocervical- Exame US pélvicoD. Transvaginal: Bexiga vazia- Mais próximo e detalhado dos órgãos pélvicos- - Transabdominal: Bexiga cheia- Exame mais amplo mas menos discriminativo- - Visualização de pólipos, miomas, e massas- Espessamento persistente irregular de endométrio é pré-cirúrgico- Histerossonografia: US após solução salina no útero (aumenta sensibilidade)- Biópsia endometrialE. Cureta de Sucção de Novak; Cureta de Duncan; Cureta de Kervorkian; Pipelle- Dilatação cervical não necessária- Se negativo, pode usar Histeroscopia ou Dilataçãoe Curetagem (D&C)- HisteroscopiaF. Câmera endoscópica- PADRÃO OURO- Usa-se ressectoscopia para remoção de lesão ou biópsia- D&CG. Anestesia local ou geral- Nível ambulatorial ou consultório- Página 4 de Medicina Nível ambulatorial ou consultório- Procedimento às cegas: pode não pegar pólipos e lesões focais- Princípios Gerais do Tratamento Sangramento Uterino Anormal ↓ História/Exame físico/US → ↓ Não ginecológico ↓ Problema ginecológico ↓ Doença da tireoide- Coagulopatia- Sangramento retal urológico- Amostra endometrial (histeroscopia Pipelle)→ ↓ Patologia Pélvica ↓ Sangramento Disfuncional ↓ Terapia medicamentosa- Histerectomia operatória- Embolização de artéria uterina- Histerectomia- Terapia medicamentosa- SIU-LNG- Ablação endometrial- HIsterectomia- Associado à ciclos ovulatórios ou anovulatórios? Ovulatórios: Cisto de corpo lúteo persistente - Fase lútea curta- - Anovulatório: Excluir causa orgânica (tireoide ou suprarrenal)- Contraceptivos orais combinados ou progesterona na fase lútea corrigem maioria dos problemas - - Menorragia: Terapia antifibrinolítica- Inibidores da sintetase de prostaglandina- Progestina intramuscular pode resultar em sangramento irregular ou amenorreia- + DIUs liberadores de levonorgestrel- - SUA por causas não Gineco Mixedema causa amenorreia- Regra do PALM - COEIN Causas Estruturais Causas não-estruturais Pólipos Coagulopatias (Von Willebrant) Adenomiose Ovulatory disfunction (anovulação) Leiomioma Iatrogênica (DIUs e Anticoag.) + endometrial (infecção → endometrite) Maligna e Hiperplasia Não classificada Página 5 de Medicina Mixedema causa amenorreia- Hipotireoidismo causa menorragia- Doença hepática causa alteração no estrogênio → altera fluxo menstrual- Discrasia sanguínea + coagulopatias causam menstruação excessiva- Anticoagulantes e esteroides suprarrenais podem causar alteração- Perda de peso por exercício ou alimentação pode associar amenorreia e anovulação- Geralmente sintomas gerais das doenças sistêmicas precedem sintomas ginecológicos- Sangramento Uterino Disfuncional 60% dos casos após excluir causas patológicas de Sangramento anormal- Mais comum nos extremos da idade reprodutiva (muito cedo ou muito tarde)- Manejo idade-dependente- Tratamento: Adolescentes: Apenas explicação para o fato é necessária Excluir gravidez- US pélvica e sanguíneos - Casos que requerem curetagem para controlar hemorragia são raros- Administrar estrogênio 25mg conjugado a cada 4 horas ou 2,5mg a cada 4 a 6 horas por 14 a 21 dias para hemodinamicamente estáveis - Ao cessar sangramento, Medroxiprogesterona 10mg/dia por 7-10 dias- Contraceptivos orais 3 a 4X a dose por alguns dias e manter diminuído- Medroxiprogesterona por 10 dias se endométrio proliferativo na biópsia- A. Mulheres jovens Mesmo manejo e dx que adolescentes- B. Pré-menopausa Possibilidade de câncer de endométrio- Histeroscopia e biópsia endometrial- Estabelecer ciclos anovulatórios ou dissincrônicos- C. Medidas cirúrgicas D&C pode parar o sangramento temporariamente- DIUs liberadores de levonorgestrel ou ablação endometrial - Histerectomia pode ser necessária se quadro persistir- Também pode ser necessária na endometriose e mioma- D. Sangramento Uterino na Pós-menopausa Sangramento após 12 meses de amenorreia em mulher de meia-idade- Em jovem com insuficiência ovariana prematura, também é classificado como pós- menopáusico - Níveis do FSH (>30) é sugestivo de amenorreia menopáusica, serve para diferenciar de amenorreia hipotalâmica - Maior probabilidade de doença que sangramento em jovens- Não ocorre sangramento normal (funcional) nem disfuncional após a menopausa Endométrio atrófico ou proliferativo não é incomum- - Hormônios exógenos Cremes faciais e cosméticos podem conter estrogênio- História de terapia hormonal feita incorretamente- Terapia de reposição hormonal pós-menopausa não é mais indicada por riscos CV e Pode fazer retornar sangramento vaginal- - Hiperplasia endometrial: atentar para atipias e iniciar tratamento (com progesterona ou mesmo histerectomia) - Atrofia vaginal e lesões vaginais vulvares Sangramento inferior quase sempre por atrofia vaginal com ou sem trauma- Página 6 de Medicina Sangramento inferior quase sempre por atrofia vaginal com ou sem trauma- Tecido fino com equimose- Raramente uma laceração requer sutura- Se distrofia vulvar: área branca com rachadura da pele pode estar presente- Tx com estrogênio local ou sistêmico para lesões- Lesão vulvar requer adicional- Tumores do trato reprodutivo Hiperplasias, pólipos ou carcinomas endometriais- Deve-se obter amostra Curetagem- Se não possível: D&C- Histeroscopia se não localizar- - US pode ser útil para miomas e tumores anexiais- Sangramento pós-menopausa raramente requer histerectomia- FONTE: Current diagnóstico e tratamento: Ginecologia e obstetrícia. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. 1024 p. ISBN: 9788580553239. Página 7 de Medicina
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