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Sangramento uterino anormalSangramento uterino anormal - Definido como sangramento (agudo ou crônico) proveniente do corpo uterino, com anormalidade, seja na regularidade, volume, frequência ou duração em mulheres não grávidas Epidemiologia Fisiopatologia - Diversos mecanismos podem contribuir para o SUA - Desequilíbrios hormonais -> Disfunção lútea, fase folicular alongada/curta e queda brusca dos níveis de estrogênio - Problemas no eixo neuro-endócrino, hipotalâmico-hipofisários ou idiopáticos - Alteração na receptividade dos hormônios - Causas não estruturais: COEIN > Coagulopatias, Ovulatórias, Endometriais, Iatrogênicas, Não especificadas - Afeta 30% das mulheres em idade reprodutiva, atingindo até 50% daquelas na perimenopausa - Principais causas em cada faixa etária: > Infância: deve-se determinar o local do sangramento para ter certeza que não se trata de um sangramento uretral ou real; a vagina é a principal causa de sangramento nessa faixa etária, sendo vulvovaginite a causa mais frequente; doenças dermatológicas; crescimento neoplásico; trauma; abuso sexual; corpo estranho; sangramento uterino é causado por aumento nos níveis estrogênicos (puberdade precoce, ingestão exógena, neoplasias ovarianas) > Adolescência: anovulação e coagulopatias; neoplasias são menos frequentes; gravidez, ISTs e abuso sexual não podem ser desprezados > Idade reprodutiva: gravidez e ISTs; leiomiomas e pólipos endometriais > Perimenopausa: anovulação; aumento da frequência de sangramento por neoplasias > Climatério: atrofia de endométrio e da vagina; pólipos endometriais benignos; aumento na frequência de neoplasias Avaliação incial e classificação - O primeiro passo é excluir gravidez -> beta-HCG - Em emergências, quando a paciente chega com sangramento agudo intenso, antes de buscar pelo diagnóstico etiológico, estabilizá-la hemodinamicamente > Redução do sangramento agudo: estrogênio EV, contraceptivo oral combinado monofásico em multidoses, progestagênio oral em multidoses e ácido tranexâmico - Causas estruturais: PALM > Pólipos, Adenomiose, Leiomioma, Malignidade P A L M C O E I N ólipos denomiose eiomioma alignidade oagulopatia vulatórias ndometriais atrogênica ão especificada - Coletar história detalhada: sangramento, antecedentes, fatores de risco para CA de endométrio, coagulopatias, medicações em uso, doenças concomitantes - Exame físico completo: pesquisar sinais de SOP, resistência insulínica, tireoidopatias, petéquias, equimoses, lesões em vagina ou colo do útero, tamanho do útero - Investigação complementar: hemograma, ferritina e USG pélvica Diagnóstico - O quadro clínico pode se apresentar de formas variáveis a depender da paciente - A principal queixa é a de "menstruação por muito tempo", em caso de sangramento contínuo - Analisar duração, intensidade, aspecto, sintomas associados, ... - Exame físico deve ser minucioso e deve-se realizar avaliação completa da vagina e fórnice, além de confirmar a origem uterina do sangramento - Menorragia e metrorragia são os padrões mais comuns de SUA - Sangramento pós-coito: mulheres entre 20-40 anos, na maioria dos casos não se identifica a causa, quando se identifica, são de curso benigno (maioria) - Dor pélvica pode acompanhar o quadro de SUA -> Lesões, infecções e complicações obstétricas - Dispareunia e dor não cíclica sugere causa estrutural EXAMES COMPLEMENTARES - USG pélvica é o principal exame para avaliar e determinar a conduta em casos de SUA > Alta sensibillidade, mas baixa especificidade para lesões do endométrio - Histerossonografia ou histeroscopia para lesões intracavitárias sem conclusão diagnóstica - Diagnóstico definitivo é feito or biópsia de lesão focal ou difusa > Especialmente indicada em pacientes com idade igual ou superior a 35 anos e sangramento anormal ou nas com menos de 35 anos com sangramento uterino anovulatório refratário a tratamento clínico - Diagnóstico definitivo de adenomiose se dá por estudo anatomopatológico pós-histerectomia - Outros exames que podem auxiliar no diagnóstico são: coagulograma, TSH, dosagem de prolactina, dosagem de androgênios Diagnóstico LESÕES ESTRUTURAIS - Pólipos: > Polipectomia histeroscópica é a primeira opção de tratamento - Leiomioma: > Tratamento farmacológico é a primeira opção > Caso não haja resposta clínica, indica-se a cirurgia > Miomas submucosos são os mais associados a SUA > Pode-se realizar embolização da artéria uterina - Adenomiose: > Geralmente é tratada por meio de histerectomia > Pode haver melhora dos sintomas com abordagem farmacológica hormonal CAUSAS NÃO ESTRUTURAIS - Estrogênio e progestagênio combinados: > Usados em esquemas cíclicos, com pausa, ou continuamente -> Regimes contínuos são mais efetivos em diminuir o sangramento em comparação com o uso cíclico > Uso limitado se houver desejo de gestação > Contraindicações: HAS, enxaqueca com aura, tabagismo, > 35 anos, trombofilias, ... - Estrogênio isolado sistêmico: > Atua promovendo a atrofia endometrial e contra a inflamação > Diferentes formulações > Principal efeito colateral é o sangramento inesperado - Progestagênio oral cíclico ou contínuo: > Uso cíclico não é uma boa opção para o tratamento de SUA -> indicado para SUA por disfunção ovulatória > Uso contínuo é eficaz e benéfico para redução do sangramento, gerando atrofia endometrial e diminuindo a ação do estrogênio sobre a proliferação do endométrio -> opção para mulheres anovulatórias ou com sangramento de causa endometrial - Progestagênio injetável: > Não há evidência robusta sobre seu uso para tratamento de SUA > 24% das mulheres podem ter amenorreia com seu uso > EA: sangramentos irregulares, ganho ponderal e cefaleia - SIU-LING: > Considerado mais efetivo para o tratamento de SUA do que os contraceptivos orais > Redução substancial no volume do sangramento > Não é recomendado se a cavidade uterina estiver irregular pelo risco de expulsão - Anti-fibrinolíticos: > Mulheres com fluxo menstrual aumentado podem ter ativação do sistema fibrinolítico na menstruação, gerando degradação do coágulo formado para conter o sangramento > Ácido tranexâmico é frequentemente indicado, sendo usado de 3 a 4 vezes por dia - AINEs: > Inibição da COX > Inflamação endometrial se associa com maior fluxo hemorrágico menstrual > Ácido mefenâmico -> Redução de 25-50% do volume do sangramento > EA: gastrointestinais TRATAMENTOS CIRÚRGICOS - Recomendados caso haja falha no tratamento medicamentoso ou recorrência - Ablação endometrial: destruição do endométrio até sua camada basal, impedindo sua regeneração - Histerectomia: idealmente, é realizado apenas em pacientes que não possuem desejo de futura concepção SUA AGUDO - Controle do sangramento ativo e de suas complicações - Paciente instável: > Estabilização hemodinâmica -> Tamponamento uterino, curetagem uterina, estrogênios equinos conjugados em altas doses, embolização uterina, histerectomia - Paciente estável: > Tratamento VO -> Estrogênios equinos conjugados em altas doses, ACo em altas doses, progesterona e progestagênios em altas doses, AINEs, anti-fibrinolíticos, ablação endometrial aaaaaa aaaaa aaaaaa aaaaa aaaaaa aaaaa aaaaaa aaaaa aaaaaa aaaaa aaaaaa aaaaa aaaaaa aaaaa aaaaaa aaaaa
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