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PROCEDIMENTO COMUM Paulo vítima de um crime que Maria sua advogada identificou ser de ação penal privada – a peça acusatória será QUEIXA-CRIME: A. Identificação: crime de ação penal privada B. Base legal: Art. 30 CPP - Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. Art. 41 CPP – requisitos - denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. Art. 44 CPP – procuração com poderes especiais - A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. C. Prazo: 6 meses a contar da ciência da autoria do fato (se o sujeito perder esse prazo vai gerar decadência do direito de ajuizar a queixa levando a extinção da punibilidade). Art. 38 CPP - Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. D. Recurso que rejeita queixa crime: Recurso em Sentido Estrito E. Estruturação: Endereçamento Qualificação da queixa crime Base legal Dos fatos Do direito Pedidos 2. Em caso de oferecimento da denúncia em crime de ação penal pública – DENÚNCIA é a peça da ação penal pública – MP utiliza para desencadear uma ação penal – o titular dessa ação é o MP que por meio de uma denúncia abre uma ação penal – recebimento da denúncia – citação – peça a ser apresentada REPOSTA A ACUSAÇÃO. Identificação: parou na citação Base legal Art. 396 CPP - Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. Art. 396 –A - Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art29 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art29 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1 § 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Prazo: 10 dias Peça obrigatória – se o réu for citado e não apresentou Resposta a Acusação e nem indicou advogado o juiz tem que nomear um defensor, se isso não ocorrer NULIDADE. Art. 396 –A - § 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. Destaque para o Art. 5º, IV da CR – princípio que viola o contraditório e ampla defesa. Nulidade por falta de defesa Nulidade pela falta de defensor. Conteúdo a ser buscado: Preliminares (geralmente levam a nulidade do processo – incompetência do juízo- rejeição da denúncia) e mérito (leva a absolvição sumária) Art. 397 CPP. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (falta de tipicidade) IV - extinta a punibilidade do agente. 3. REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO Peça – Memoriais https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art95 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art95 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art396a https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1 Identificação – Audiência de instrução – que pede para parar – MP pugnou pela condenação após encerrada a audiência de instrução. Base legal – Art. 403, § 3º CPP Art. 404, § único do CPP Prazo – 5 dias Conteúdo – Preliminares (nulidades, extinção da punibilidade (prescrição e decadência)) e méritos (absolvição – Art. 386 CPP) – materialidade (existência do fato – se o fato não existiu ou não há provas de que o fato existiu – deve ocorrer a absolvição) (Ex.: Paulo foi denunciado por lesão corporal e não teve laudo pericial – 2 teses – nulidade pela falta de corpo de delito e não ficou provada a autoria do fato), autoria, tipicidade, causas de ilicitude ou culpabilidade – se o juiz resolver condenar o réu se parte para teses subsidiárias (busca da pena mais baixa, regime mais brando, possibilidade de RDD (pena restritiva de direitos), SURSIS). 4. PROFERIDA A SENTENÇA Peça – apelação Identificação – proferida sentença condenatória Base legal – Art. 593, I CPP Peça bipartida A. Interposição – manifestar a vontade de recorrer B. Razões – dar fundamentos para que a decisão do juiz seja reformada pelo tribunal. Prazo a ser considerado – 5 dias Conteúdo A. Preliminares – (nulidades, extinção da punibilidade (prescrição e decadência)) B. Mérito - materialidade (existência do fato – se o fato não existiu ou não há provas de que o fato existiu – deve ocorrer a absolvição) - autoria, tipicidade, causas de ilicitude ou culpabilidade – se o juiz resolver condenar o réu se parte para teses subsidiárias (busca da pena mais baixa, regime mais brando, possibilidade de RDD (pena restritiva de direitos), SURSIS). 5. FOI PROFERIDA SENTENÇA E O MP INTERPÔS RECURSO DE APELAÇÃO Peça – Contrarrazões de recurso de apelação Identificação – MP interpõem o recurso, juiz recebe e advogado é intimado para apresentar as contrarrazões de apelação. Base legal – Art. 600 CPP (contrarrazões = razões do apelado) Peça bipartida A. Petição de juntada (o advogado oferece as razões) B. Contrarrazões de apelação Prazo – 8 dias Conteúdo – refutar os argumentos do MP 6. OCORREU A INTRPOSIÇÃO DE RECURSO DE APELAÇÃO E POR MAIORIA (NO TRIBUNAL) FOI IMPROVIDO O RECURSO Peça – embargos infringentes ou de nulidade (quando a apelação vai para o tribunal, 3 desembargadores vão proferir o voto – 2 desembargadores votaram contra o réu e 1 desembargador proferiu uma decisão favorável = decisão não unânime) Base legal – Art. 609, § único CPP Prazo – 10 dias Conteúdo – fazer com que foi voto vencido prevaleça. Se a decisão for unânime contra o réu ou os embargos infringentes forem negados – Recurso especial – recurso extraordinário. 7. FASE DE EXECUÇÃO PENAL Réu foi condenado e está cumprindo pena e foi formulado um pedido de livramento condicional ou progressão de regime – algum benefício da execução e o juiz indefere. Decisão proferida por juiz da execução caberá: Peça – Agravoà execução Identificação – decisão proferida por juiz de execução penal Base legal – Art. 197 da LEP – lei 7210/84 Prazo – 5 dias 8. SENTENÇA CONDENATÓRIA TRANSITADA EM JULGADO Processo findo – com sentença transitória transitada em julgado e surge uma prova nova ou a prova que embasou a condenação era falsa e o advogado quer rediscutir a condenação. Peça – Revisão criminal CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA Art. 74. § 1º CPP (homicídio doloso simples ou na forma qualificada, homicídio privilegiado, induzimento ou auxílio ao suicídio, infanticídio, aborto) Fases do procedimento: A. Denúncia B. Recebimento da denúncia C. Citação do réu D. Resposta à acusação no procedimento do júri Base legal – Art. 406 CPP E. Audiência de Instrução ou MP pugnou pela pronúncia Peça – Memoriais do Júri (depois dos memoriais o juiz profere uma decisão, essa decisão pode ter 4hipóteses:) 1. Pronúncia Encaminha o réu para júri 2. Impronúncia Para que o processo seja extinto deve ser provada a inexistência de autoria e materialidade Art. 414 CPP Extingue-se o processo sem resolução de mérito. O processo somente é reaberto se existirem provas novas. Se não surgirem provas novas e ocorrer a prescrição –processo é extinto. 3. Absolvição sumária Art. 415 CPP 4. Desclassificação Verificação de que o delito não é doloso contra a vida Art. 419 CPP 1. SE O JUIZ PRONUNCIAR (decisão de pronúncia) Peça – RESE (recurso em sentido estrito) Base legal – Art. 581, IV CPP Peça bipartida A. Interposição B. Razões de RESE Prazo – 5 dias RESE e agravos em execução admite JUÍZO DE RETRATAÇÃO (Art. 589 CPP) Conteúdo: A. Preliminares B. Mérito Impronúncia Absolvição sumária Desclassificação MARCAÇÃO DO CÓDIGO – LÓGICA DE CORES 1. AÇÃO PENAL Aplicação do direito no caso concreto, Condenando ou absolvendo. Ao longo da ação penal teremos uma série de atos processuais que será determinado pelo procedimento. PÚBLICA PRIVADA 1. Condicionada 1.1. Representação 1.2. Requisição do Ministro da Justiça 2. Incondicionada 1. Exclusiva 2. Personalíssima 3. Subsidiária da Pública Titular da ação tanto da condicionada como da incondicionada é o MP. Titular da ação penal é o ofendido se este for menor de18 anos o titular será seu representante legal. Se o ofendido for morto, caberá representação – CADI (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão) Peça inicial - Denúncia Peça inicial – queixa - crime 1.1. AÇÃO PENAL PÚBLICA Ação do MP – o MP oferece a denúncia dando início a ação penal Art. 24 CPP - Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. (Definição de ação penal pública – tem início com uma denúncia do MP - o particular não poderá oferecer a queixa crime- não poderá iniciar a ação penal, salvo no caso da ação penal subsidiária da pública) A ação penal pública se divide em: INCONDICIONADA CONDICIONADA MP oferece a denúncia e não necessita da autorização de ninguém. (Requisição ou representação). Ocorrido o crime o MP possui prova mínima para acusar ele vai denunciar. (MP pode desencadear a ação penal, o delegado de polícia pode instaurar o IP mesmo sem a manifestação do ofendido) MP pode atuar de ofício, mesmo sem ser provocado pode oferecer a denúncia. Não há necessidade de representação. Ex.: Homicídio, furto, roubo, apropriação indébita, receptação, lesão corporal grave, gravíssima, aborto. Art. 24 CPP. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público (regra), Existe uma condição: 1. A lei expressamente irá dizer mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo (Exceção). O artigo que define o crime (tipo penal) vai descrever a conduta, vai cominar a pena e vai silenciar quanto a natureza da ação penal – crie de ação penal pública. Ex.: Crime de extorsão - Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: (descrição da conduta do sujeito) Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. (Cominação da pena) Art. 100 CP - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. (Ação penal pública condicionada a representação) Se a lei dispõem um dispositivo e não nenhuma lei dispondo acerca da ação penal é porque a ação REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA Art.145, § único CP - Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código (crime contra honra praticado contra presidente da República ou chefe de governo estrangeiro), e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. (Azul = penal é pública incondicionada. Ex.: Crimes contra a vida formalidade = regra processual) Ex.: Se o MP oferece uma denúncia sem a requisição do Ministro da Justiça de crime contra a honra do presidente da República – causa de nulidade pela inobservância de uma regra que está prevista em lei. REPRESENTAÇÃO Manifestação da vontade do ofendido ou de seu representante legal. Condição de procedibilidade – condição para o MP oferecer a denúncia. Art. 24 CPP, 2ª parte - mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. A representação é informal. Basta um boletim de ocorrência. Art. 39 CPP - O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. Crimes sujeitos a representação – AMEAÇA (Art. 147, § único CP), STALKING (Art. 147-A CP), ESTELIONATO (Art. 175, § 5º CP). A representação é feita pela vítima (ofendido) – se a representação não ocorrer o MP não poderá atuar, entretanto se a vítima for menor de 18 anos o seu representante legal poderá oferecer a representação. Art.24 § 1o CPP - No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Possibilidade de sucessão/substituição da vítima ou do representante legal – ocorre em caso de morte ou ausência judicial do ofendido) – (remissão) - Art. 36 CPP - Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone. (Funciona como analogia para a análise da ação penal condicionada) PRAZO – 6 meses a partir do conhecimento da autoria. (Ex.: Um perfil falso, na data de 09/03/2023 ameaça Marcelo. Marcelo desconhece quem é o autor do fato. No dia 10 de março, Marcelo descobre que o autor do https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art31 fato é Roberto – prazo para a representaçãose iniciará no dia 10de março) Art. 38 CPP. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. (Remição) - Art. 103CP – Salvo, disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO – retratação = possibilidade que é dada a vítima de retirar essa autorização do MP. REGRA – Art. 25 CPP - A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. A retratação pode ocorrer até o oferecimento da denúncia. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art29 Oferecimento da denúncia = protocolo da denúncia na Vara Criminal, portanto, enquanto não houver o protocolo na Vara Criminal será possível a retratação. EXCEÇÃO – Art. 16 da lei 11340/2006 (lei Maria da Penha) - Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei (este artigo somente se aplica a casos de Maria da Penha), só será admitida a renúncia (doutrina entende ser representação) à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. Se tratando de lei Maria da Penha pode ocorrer a retratação até o recebimento da denúncia. Violência doméstica = qualquer crime que é praticado contra mulher dentro de um contexto afetivo, familiar, de coabitação. (Ex.: Se o marido praticar injúria contra a esposa = violência doméstica. Se o namorado ameaçar a namorada = violência doméstica). Ocorrerá Maria da Penha quando estiver envolvida uma pessoa socialmente identificada como mulher. O MP pode se recusar a aceitar a retratação se for identificado que esta é fruto de uma coação. Remição 542, STJ. SÚMULA 542 STJ - a ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. Essa súmula aplica-se somente ao caso de lesão corporal – neste caso a mulher vítima de lesão corporal no âmbito doméstico não necessita oferecer a representação. Sendo a lesão corporal no âmbito doméstico irretratável. Em regra, o crime de lesão corporal leve é de ação penal pública condicionada. (Ex.: Lucas e Marcelo saem no soco. Marcelo causa em Lucas lesão corporal leve. Lucas para ver o Marcelo processado terá que oferecer representação – antes do oferecimento da denúncia Lucas e Marcelo de conciliam – Lucas retira a representação – pode ocorrer a retratação), entretanto se, (Lucas bater em Beatriz, sendo esta sua esposa – hipótese de violência doméstica – não sendo possível voltar atrás na representação) Lesão corporal leve pode ser objeto de retração ou representação, salvo no caso de violência doméstica. Art. 25 CPP - A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. Remissão ao Art. 16 da lei 11340. AÇÃO PENAL PRIVADA Art. 100 CP - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Remissão ao Art. 38 CPP. Remissão ao Art. 103 CP. Petição Inicial – queixa crime Queixa crime é apresentada pelo ofendido/representante legal. (Crimes contra a honra – Art. 145 CP - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal – em REGRA, são de iniciativa privada. Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. A queixa crime será oferecida pela vítima do crime ou seu representante legal, existindo também a sucessão – ocorrendo a morte ou ausência judicial pode ocorrer a substituição pelo CADI –Cônjuge, ascendente, descendente, irmão. Art. 31 CPP. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art100 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art100 cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Remissão ao Art. 36 CPP. Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone. PRAZO – 6 meses a contar do conhecimento da autoria do fato. Art. 38 CPP. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29 (ação penal privada subsidiária da pública), do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. Art. 103 CP - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código (ação subsidiária da pública), do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PRIVADA: A. Ação penal privada personalíssima Hipótese – Art. Art. 236 CP - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. Ex.: Paulo e Maria vem a se conhecer. Paulo sabe que Maria é sua irmã. Eles vêm a se casar, sendo que Paulo oculta de Maria o fato de que eles são irmãos – caracterização do crime do Art. 236 CP. Personalíssima = apenas uma pessoa específica pode oferecer a queixa-crime. Se o contraente enganado vier a falecer NÃO ocorrerá sucessão – https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art31 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art29 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art103 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art103 extingue a punibilidade- o fato não pode mais ser punido. B. Ação penal exclusiva REGRA Quem pode oferecer a queixa – ofendido ou seu representante legal É possível a sucessão Crimes de calúnia, difamação e injúria em regra são crimes de ação penal privada exclusiva. C. Ação penal privada subsidiária da pública Art. 100 § 3º CP - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. Remissão Art. 46 CPP Art. 29 CPP. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá- la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo,fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. A ação subsidiária da pública ocorre quando se tem a inércia do MP, ou seja, o MP tem tudo para denunciar e não denúncia. Na ação privada subsidiária da pública o crime é de ação penal pública (homicídio, estupro, roubo, etc.), mas o MP não oferece denúncia no prazo, tendo tudo para denunciar, a vítima vai substituir o MP. Subsidiária = substituição. A vítima, portanto, vai oferecer uma queixa-crime no lugar da denúncia. 1. Para ser inércia o MP não observa o prazo – Art. 46 CPP – O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. (Marcação laranja quando um artigo fala de duas circunstâncias diferentes). No caso de vencer o prazo de 5 dias para oferecimento da denúncia, no dia seguinte nasce o direito do ofendido de oferecer ação subsidiária da pública. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art16 Art. 29 CPP. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá- la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Remissão Art. 100, § 3º CP. Art.100, § 3º CP - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. Remissão ao Art. 29 CPP. 2. Não caracterizam inércia do MP – MP não oferece denúncia e não será tido como inércia. Hipóteses: 2.1. Se o MP requerer o arquivamento do IP, não existe a possibilidade da ação penal subsidiária da pública. (Ex.: Paulo foi vítima de um crime de roubo e o MP requereu o arquivamento do inquérito – nada mais poderá ser feito) 2.2. Se o MP requerer novas diligências CONTAGEM DO PRAZO NA AÇÃO SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA – o prazo na ação penal subsidiária da pública é de 5 dias em caso de réu preso – deu o quinto dia e não ocorreu a denúncia – no dia seguinte começa a correr o prazo de 6 meses para oferecer a queixa-crime em substituição a essa denúncia. CAUSAS DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE – hipóteses de ação penal privada (só cabe na ação penal privada, exclusiva e na personalíssima) hipóteses que se verificadas extinguem a punibilidade do fato. Hipóteses: A. DECADÊNCIA – não oferecimento da queixa no prazo de 6 meses. Caso de ação penal privada exclusiva e da personalíssima. (No caso do não oferecimento da queixa no prazo de 6 meses o MP volta a ser titular absoluto – ação privada subsidiária da pública). B. RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA – direito de queixa compete a vítima, surgindo no momento em que ela é vítima de um crime de ação penal privada. A renúncia é quando ocorre o ato de renunciar o ato que a lei de processar alguém. A renúncia ocorre antes do oferecimento da queixa. A renúncia pode ser: Expressa, ou seja, quando a vítima expressa (por escrito) claramente a renúncia ao direito de queixa (Ex.: Paulo é vítima de um crime contra a honra, em seguida manda uns whatts para Cláudio manifestando seu desinteresse em processá-lo – seu representante legal anexa o print ao processo para afirmar o desinteresse no processo). Tácita – o comportamento do ofendido mostra claramente o desinteresse pelo processo. (Ex.: Convidar a pessoa que o caluniou para ser padrinho de seu casamento). Art. 104 CP - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. Art. 50 CPP. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. Remissão Art. 57 CPP, Art. 104, § único CP. Art.104, Parágrafo único CP - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. (O recebimento de danos por um crime não caracteriza perdão tácito) Art. 57 CPP. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova. Art. 107 CP - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. A renúncia é unilateral – não é preciso que o processado (o autor do crime) concorde com a renúncia. A renúncia a todos se estende. A ação penal privada, em REGRA, preza pela indivisibilidade. Art. 48 CPP. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade. (Crimes praticados por duas ou mais pessoas a vítima não pode escolher quem ela vai processar) Art. 49 CPP. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. (Ao deixar de se processar um dos envolvidos no fato se caracteriza a renúncia) C. PERDÃO DO OFENDIDO - Art. 106 CPP - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; Remissão Art. 51, CPP Art. 51 CPP. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; III - se o querelado o recusa, não produz efeito (se o querelado não concordar com o perdão ele não surtirá efeito) § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação. (Definição de perdão tácito) § 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. O perdão ocorre depois do processo, depois da queixa. Se tem o perdão quando se oferece a queixa-crime, e posteriormente desiste de usar do seu direito. O perdão pode ser expresso. (Dentro do processo ocorre a petição na qual o ofendido registra sua vontade em não se utilizar de seu direito em apresentar queixa) (Quando fora do processo basta uma carta exaltando seu interesse em desistir de prestar queixa) Perdão tácito – comportamento que não é condizente com uma pessoa que quer a condenação de outra. Perdão é bilateral – se tem um processo, e se demonstra o interesse em perdoar, entretanto para que a punibilidade seja extinta, para que se tenha a impossibilidade de condenação pela prática do crime o réu terá que concordar com o perdão. Art. 58 CPP. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação. (Se o ofendido não desejar receber o perdão deve se pronunciar expressamente, pois seu silêncio importa em aceitação) Art. 55 CPP. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderesespeciais. Art. 56 CPP. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50. O perdão oferecido a um a todos se estende, salvo para aquele que não concordar. (Ex.: Paulo, Marcelo e Carlos espalham um boato de que Manoel faz saunas no centro da cidade, com o intuito de atingir sua moral, dessa forma cometem crime de difamação. Manoel oferece uma queixa crime contra os três, de forma que oferece na mesma queixa-crime o perdão à Paulo. O perdão oferecido a Paulo se estende a Carlos e Marcelo. Paulo não aceita o perdão, já Marcelo e Carlos aceitam o perdão. Dessa forma o perdão em relação a Paulo não surte efeito.) C. PEREMPÇÃO Extingue a punibilidade Art. 60 CPP. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: (somente é possível a perempção nos casos de ação penal privada) I - quando, iniciada (ação penal privada) esta, o querelante deixar de promover o https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art50 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art50 andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; (a primeira pessoa que será ouvida em um processo penal será a vítima) (o não pedido de condenação é causa de perempção) IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. Na perempção existe um sujeito que irá oferecer a queixa-crime, mas ele será completamente descuidado com o processo, de forma que não faz nada do que é necessário em uma ação penal privada. https://www.youtube.com/watch?v=8EUW20kTj0c https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art36 https://www.youtube.com/watch?v=8EUW20kTj0c