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Aula 10 - Ecossistemas Brasileiros e Gestão Ambiental

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Campos sulinos
Marcia Lapa Frasson
Neste capítulo, percorreremos o extremo sul do Brasil para co-nhecer os campos, também conhecidos como campos	sulinos. Esse ecossistema, como os diversos encontra-
dos no Brasil, é rico em diversidade de flora e fauna, tem uma 
bela e característica paisagem com suas peculiaridades.
É mais um ecossistema brasileiro dentro dos biomas 
terrestres que devemos conhecer, estudar e pesquisar, para 
que com estas informações possamos promover sua preservação e 
conservação.
Observaremos sua fragilidade, como se comporta frente à forte ação 
antrópica no desenvolvimento das suas atividades econômicas. Teremos uma 
visão de suas características geográficas, clima, solo, entre outras. Também 
conheceremos alguns exemplares de flora e fauna e, portanto, sugerimos que 
seu estudo não termine aqui, mas que essa aula sirva de incentivo para a busca de 
mais informações.
Mantenha-se informado, acompanhe a evolução dos fatos e promova discussões, ações que 
possam garantir e assegurar que os recursos estarão disponíveis para nossas futuras gerações. Temos 
que nos lembrar que os recursos naturais não nos pertencem, estamos nos utilizando deles, então de-
vemos provar que, como seres inteligentes, saberemos utilizá-los com parcimônia e equilíbrio. Assim 
daremos tempo ao ambiente para recuperação necessária.
Características geográficas
Os campos da região Sul do Brasil são denominados de pampas, termo indígena que significa 
região plana, abrangendo o estado do Rio Grande do Sul, o Uruguai e a Argentina. Os campos	su-
linos foram assim nomeados pelo estudo de prioridades para a conservação e o uso sustentável da 
biodiversidade. 
Esta denominação, no entanto, corresponde somente a um dos tipos de campo, mais encontrado 
ao sul do estado do Rio Grande do Sul, atingindo o Uruguai e a Argentina. Outros tipos conhecidos 
como campos do alto da serra são encontrados em áreas de transição com o domínio de araucárias. 
Em outras áreas encontram-se, ainda, campos de fisionomia semelhantes à savana.
Os campos são áreas extensas, ocupando 100 mil quilômetros quadrados no Sul do Brasil. Pos-
suem relevo suave-ondulado, caracterizado por vegetação baixa e rasteira, constituída basicamente 
por gramíneas e arbustos nativos. 
Em função da ausência de grandes árvores, o solo fica exposto à ação direta do sol. Uma adap-
tação a essas condições climáticas nos vegetais é o desenvolvimento de folhas de formato alongado e 
pontiagudo, para evitar a perda excessiva de água.
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No clima temperado do extremo sul do país desenvolvem-se os campos do 
sul, que já representaram 2,4 % da cobertura vegetal do país. Os terrenos planos 
das planícies e planaltos gaúchos e as coxilhas, de relevo suave-ondulado, são 
colonizados por espécies pioneiras campestres que formam uma vegetação tipo 
savana aberta. Há ainda áreas de florestas estacionais e de campos de cobertura 
gramíneo-lenhosa. A temperatura é baixa a moderada, com umidade do ar mo-
derada. A pluviosidade varia entre 1 200 e 2 mil milímetros anuais, com estação 
seca acentuada. 
Características gerais: aspectos 
físicos, químicos e riquezas do solo
Os campos em geral parecem ser formações edáficas, do próprio solo, e não 
climáticas. A pressão do pastoreio e a prática do fogo não permitem o estabele-
cimento da vegetação arbustiva, como se verifica em vários trechos da área de 
distribuição dos campos do sul. 
A região geomorfológica do Planalto de Campanha, a maior extensão de 
campos do Rio Grande do Sul, é a porção mais avançada para oeste e para o sul 
do domínio morfoestrutural das bacias e coberturas sedimentares. 
Nas áreas de contato com o arenito botucatu, ocorrem os solos podzólicos 
vermelho-escuros, principalmente a sudoeste de Quaraí e a sul e sudeste de Ale-
grete, onde se constata o fenômeno da desertificação. 
São solos em geral de baixa fertilidade natural e bastante suscetíveis à ero-
são, geralmente sem carência de nutrientes. A paisagem predominante com cam-
pos de gramíneas secos ou alagáveis.
Biodiversidade
Flora
As florestas dos campos sulinos abrangem em sua maioria as florestas tropi-
cais mesófilas, florestas subtropicais e os campos meridionais. As florestas subtro-
picais compreendem basicamente a Floresta com Araucária, distribuindo-se sobre 
os planaltos oriundos de derrames basálticos, e caracterizando-se principalmente 
pela presença marcante do pinheiro-do-paraná (Araucaria	angustifolia). E em di-
reção ao Arroio Chuí, na divisa com o Uruguai, estabelece-se um campo com 
formas arbustivas sobre afloramentos rochosos.
Os campos são ecossistemas formados por vegetação rasteira, constituída 
de gramíneas, podendo aparecer vegetais arbustivos e arbóreos. Alguns campos 
são “limpos”, com forte predominância de gramíneas; é o caso dos pampas suli-
nos, que oferecem excelentes condições para a criação de gado. À primeira vis-
Campos sulinos
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Campos sulinos
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ta, a vegetação campestre denota uma aparente uniformidade, apresentando nos 
topos mais planos um tapete herbáceo baixo, de 60 centímetros a 1 metro, ralo e 
pobre em espécies, que se torna mais denso e rico nas encostas, predominando 
gramíneas, compostas e leguminosas.
Descendo ao litoral do Rio Grande do Sul, a paisagem é marcada pelos ba-
nhados, isto é, ecossistemas alagados com densa vegetação de juncos, gravatás e 
aguapés. O banhado do Taim é o mais importante, devido à riqueza do solo. Ten-
tativas extravagantes de drená-lo para uso agrícola foram definitivamente aban-
donadas a partir de 1979, quando a área transformou-se em estação ecológica. 
Mesmo assim, a ação de caçadores e o bombeamento das águas pelos fazendeiros 
das redondezas continuam a ameaçar o local.
Fauna
A vegetação dos campos é uniforme, com pouca variedade, porém com-
pensada por grande número de animais. Exemplos como o graxains-do-campo, 
veados-campeiros, pica-paus-do-campo, codornas, emas, perdizes, bugio-ruivo, 
garimperinho, entre répteis e insetos, procuram seu alimento e seu abrigo nestes 
ambientes.
 Bugio (Alouatta sp) – pelagem longa, sua coloração varia de acordo com 
o sexo, sendo os machos mais avermelhados. A dilatação do osso hioide 
na garganta, funciona como uma caixa de ressonância, emitindo som 
rouco e forte. Como hábito social, forma pequenos grupos. A gestação é 
de aproximadamente 140 dias, na qual nasce apenas um filhote. Alimen-
ta-se de folhas, brotos e frutos.
 Veado-campeiro (Ozotocerus	bezoarticus) – sua pelagem é marrom-cla-
ra, o ventre a cauda e o lado interno das extremidades é de cor branca. 
Olhos rodeados por anel branco. Apenas o macho possui chifres, nor-
malmente com três pontas e que podem atingir, no adulto, até 30 centí-
metros. É manso e seu principal recurso para escapar dos predadores é a 
velocidade. A fêmea tem apenas um filhote por ano, após uma gestação 
de aproximadamente nove meses. O filhote nasce com pequenas man-
chas brancas que facilitam sua camuflagem no ambiente. A destruição do 
habitat, a pressão da caça e a febre aftosa transmitida pelo gado são as 
principais causas da sua extinção.
 Puma, suçuarana ou onça-parda (Felis concolor) – com 180 a 220 centí-
metros, o macho pesando entre 67 e 105 quilos e a fêmea entre 30 e 60 
quilos. Possuem pelos curtos pardo-avermelhados sem manchas escuras; 
grandes olhos de íris amarela, corpo delgado, cauda e pernas longas. Os 
filhotes em número de dois ou três nascem com manchas e linhas pretas 
no pescoço e anéis escuros na cauda. Têm uma vida solitária e hábitos 
noturnos, e são muito ágeis. A gestação varia de 90 a 96 dias e os filhotes 
nascem com 220 a 440 gramas. O desmame se dá com seis semanas e os 
filhotes ficam com a mãe por aproximadamente dois anos.
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Aspectos socioeconômicos: 
pecuária e agricultura
Devido à ocupação do território, a exploração indiscriminada de madeira, 
iniciada pela colonização no planalto das Araucárias favoreceu a expansão gra-
dativa da agricultura. Os gigantescos pinheiros foram derrubados e queimados 
para dar lugar ao cultivo de milho, trigo, arroz, soja e uva. O cultivo de frutíferas 
tem avançado amplamente, criando uma pressão nas áreas florestais; juntamente 
com o extrativismo seletivo de espécies madeireiras que está comprometendo os 
remanescentes florestais. Além dos grandes desmatamentos para o cultivo, existe 
ainda uma forte pressão de pastejo e a prática do fogo que não permitem o estabe-
lecimento da vegetação arbustiva. 
A vegetação baixa e a ausência de grandes árvores tornaram favoráveis o 
desenvolvimento das atividades agropecuárias, sendo as principais responsáveis 
pela degradação desta formação ambiental. Restam hoje menos de 3% da sua 
área original sendo que apenas 1,7% do remanescente encontra-se protegido por 
unidades de conservação.
Pecuária
A vocação da região está na pecuária de corte. Porém, o manejo adotado já 
se provou inadequado para as condições desses campos e a prática artesanal do 
fogo não é conhecida em todas as suas consequências. 
As pastagens em sua maioria são utilizadas sem preocupações com a re-
cuperação e a manutenção da vegetação. Os campos naturais no Rio Grande do 
Sul são explorados sob pastoreio extensivo. Na região dos pampas, as planícies 
situadas na fronteira com o Uruguai e a Argentina, estão as estâncias de gado, que 
desempenham papel fundamental na economia gaúcha.
O Rio Grande do Sul possui o maior número de ovinos e o terceiro maior 
número de suínos do país, e ainda o quinto rebanho de gado bovino, a maior parte 
destinada ao corte. 
Agricultura
A agricultura é outra atividade econômica importante, baseada na utiliza-
ção dos campos. O estado é o maior produtor nacional de grãos, soja, milho, fei-
jão, trigo e arroz. Também é líder na produção de maçã. 
No planalto médio, a expansão da soja e do trigo levou ao desaparecimento 
dos campos e à derrubada das matas. Essas duas culturas ocupam praticamente 
toda a área, provocando a diminuição da fertilidade dos solos. Disso também re-
sultam a erosão, a compactação e a perda de matéria orgânica. 
Campos sulinos
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Campos sulinos
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Impactos ambientais
Os principais problemas são o frio, inundações, sazonalidade acentuada na 
disponibilidade de alimento, predadores e competidores.
A agricultura, a pecuária de corte e a industrialização trouxeram vários pro-
blemas ambientais, como a degradação, a compactação dos solos, a contaminação 
e o assoreamento dos aquíferos, devido ao manejo inadequado das culturas. O 
manejo inadequado em áreas inapropriadas dos campos sulinos tem levado a um 
processo de desertificação, principalmente em áreas cujo substrato é o arenito. 
Desertificação
(CAVALCANTI, 2001)
A desertificação é um processo de destruição do potencial produtivo da 
terra nas regiões de clima árido, semiárido e subúmido seco. O problema está 
sendo observado desde os anos 1930.
Muitas outras situações consideradas como graves problemas de deserti-
ficação foram sendo detectadas ao longo do tempo em vários países do mundo. 
A medida que o estudo sobre a origem dos desertos evoluiu, surgiram concei-
tos a respeito do assunto:
 deserto – região de clima árido; a evaporação potencial é maior que a 
precipitação média anual. Caracteriza-se por apresentar solos ressequi-
dos; cobertura vegetal esparsa, presença de xerófilas e plantas tempo-
rárias;
 desertificação – origina-se pela intensa pressão exercida por ativida-
des humanas sobre ecossistemas frágeis, cuja capacidade de regene-
ração é baixa;
 área propensa à desertificação – área onde a fragilidade do ecossiste-
ma favorece o processo de instalação da desertificação.
As causas mais frequentes da desertificação estão associadas ao uso ina-
dequado do solo e da água no desenvolvimento de atividades agropecuárias, na 
mineração, na irrigação mal planejada e no desmatamento indiscriminado.
As regiões sul-americana e caribenha têm inúmeros países com expressi-
vas áreas de seus territórios com problemas de desertificação. Os mais signifi-
cativos são Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Peru e México.
O desmatamento compromete a biodiversidade, deixa os solos descobertos 
e expostos à erosão, é resultado das atividades econômicas, para uso da agricul-
tura, ou para a pecuária, quando a vegetação nativa é substituída por pasto. 
A irrigação mal conduzida provoca a salinização dos solos, inviabilizan-
do algumas áreas e perímetros irrigados do semiárido, o problema tem sido 
provocado tanto pelo tipo de sistema de irrigação, muitas vezes inadequado às 
características do solo, quanto, principalmente, pela maneira como a atividade 
é executada, fazendo mais uma molhação do que irrigando.
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As áreas desertificadas brasileiras apresentam características geoclimá-
ticas e ecológicas, as quais contribuíram para que o processo fosse acelerado. 
Diversas regiões brasileiras padecem deste problema, como por exemplo:
 Rio Grande do Sul – área do sudoeste do estado como os municípios 
de Alegrete, São Francisco de Assis, Santana do Livramento, Rosário 
do Sul, Uruguaiana, Quaraí, Santiago e Cacequí são atingidos pela 
desertificação. Outras áreas passíveis de degradação estão presentes 
no sul-riograndense, em especial onde predominam os solos originá-
rios do Arenito Botucatu; faz-se necessário um estudo de capacidade 
de uso, conservação e manejo para que tais áreas não iniciem rapida-
mente o processo de degradador.
Diante de tudo o que foi abordado, conclui-se que o processo de recupe-
ração de uma área desertificada é complexo, pois necessita de ações capazes 
de controlar, prevenir e recuperar as áreas degradadas. Paralelamente a essas 
ações, cabe uma maior conscientização política, econômica e social no senti-
do de minimizar e/ou combater a erosão, a salinização, o assoreamento entre 
outros.
Desmatamentos e queimadas
Devido à ocupação do território, a exploração indiscriminada de madeira, 
iniciada pela colonização no planalto das Araucárias favoreceu a expansão grada-
tiva da agricultura. Os gigantescos pinheiros foram derrubados e queimados para 
dar lugar ao cultivo de milho, trigo, arroz, soja e uva. 
O cultivo de frutíferas está tendo um grande avanço, criando uma pressão 
nas áreas florestais; aliado ao extrativismo seletivo de espécies madeireiras que 
está comprometendo os remanescentes florestais.
Além dos grandes desmatamentos para o cultivo, existe ainda uma forte 
pressão de pastejo e a prática do fogo que não permitem o estabelecimento da 
vegetação arbustiva.
Alternativas sustentáveis
Essas regiões ainda guardam áreas protegidas restritas a ecossistemas na-
turais, que são alvo de preocupação em relação à sua conservação e preservação. 
Atualmente estão implantadas unidades de conservação voltadas para a conser-
vação dos campos sulinos.
Parque Nacional de Aparados da Serra
Localizado nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina nos municí-
pios de Cambará do Sul e Praia Grande, o Parque Nacional de Aparados da Serra 
possui uma área de 10 250 hectares.
Campos sulinos
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Campos sulinos
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Apresenta clima mesotérmico brando superúmido, sem seca e temperado. 
A temperatura média anual varia entre 18ºC e 20ºC, com uma pluviosidade entre 
1 500 a 2 000 milímetros anuais.
O relevo é suave ondulado, com solos terra-roxa estruturada. Vegetação ca-
racterística de campos gramíneo lenhoso e a fauna da província zoogeográfica 
guarani.
Os Aparados da Serra, também conhecidos como Itaimbezinho, nomede 
origem tupi-guarani que significa pedra (ita) afiada (aimbe). Os cânions do Itaim-
bezinho representam uma fenda de 5,8 quilômetros de extensão e paredões de até 
600 metros de altura, com grandes quedas de água e a Fortaleza dos Aparados em 
função de seus penhascos lembrarem torres e muralhas de um castelo.
Temperaturas em geral são amenas, com as quatro estações quase definidas, 
influenciadas pelas massas tropicais atlânticas e continental, que dão origem a 
ventos alíseos. A massa polar atlântica origina súbitas quedas de temperatura. A 
média é em torno dos 16ºC, em janeiro varia de 20 a 22ºC, mas em junho e julho 
pode chegar a 0ºC.
A distribuição de chuvas é regular durante o ano, sendo mais acentuadas de 
agosto a outubro, com a pluviosidade atingindo 35% do total anual. Os nevoeiros 
são frequentes.
Entre os representantes da fauna, estão o lobo-guará, o puma, o veado- 
-campeiro, o ouriço-cacheiro, o bugio e a capivara entre os mamíferos. As aves 
são representadas pelo gavião-pato, gavião-pega-macaco, águia-cinzenta, que 
se encontram ameaçados de extinção. Ainda temos o urubu-rei, a gralha-azul, o 
cuiu-cuiu, o papagaio-de-peito-roxo e a curicaca. Há ainda alguns répteis, como a 
cascavel e a urutu, além do lagarto teiú.
O Parque tem área de camping, restaurantes, área para piquenique, hotéis 
nas cidades de Cambará do Sul e São Francisco de Paula.
Há ainda o Parque Nacional da Lagoa do Peixe com 36 753 hectares.
Na Área de Proteção Ambiental do Rio Ibirapuitã, inserida neste ecossis-
tema, ocorrem formações campestres e florestais de clima temperado, distintas 
de outras formações existentes no Brasil. Além disso, abriga 11 espécies de ma-
míferos raros ou ameaçados de extinção, ratos d’água, cervídeos e lobos, e 22 
espécies de aves nesta mesma situação. Pelo menos uma espécie de peixe, cará 
(Gymnogeophagus	sp., família Cichlidae), é endêmica da bacia do rio Ibirapuitã. 
Além disso, há a Estação Ecológica do Taim com 111 326 hectares. Essas áreas 
aparecem como uma alternativa de sustentabilidade e de contenção das atividades 
humanas, conservando os ambientes.
Conclusão
Após conhecermos o ecossistema campos sulinos, com suas características 
gerais, fauna e flora, relevo, paisagem, resta-nos questionar qual o futuro desse 
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ambiente. Haverá tempo para sua recuperação e se ocorrer, ela será natural ou 
dependerá da ação dos homens que tanto têm interferido com suas ações e nem 
sempre ações positivas?
Aproveite esta oportunidade, faça dos seus estudos um instrumento de evo-
lução e de aprimoramento, lembrando-se sempre de colocar à disposição das co-
munidades o seu trabalho, para que ele se torne útil e tenha sentido pleno.
Bioma – Campos sulinos – Informações
Os campos sulinos foram assim nomeados pelo estudo de prioridades para a conservação e 
o uso sustentável da biodiversidade da Mata Atlântica e dos campos sulinos do MMA/Pronabio, 
elaborado pela CI, ISA, WWF, Ibama. De maneira genérica, os campos da região Sul do Brasil 
são denominados como pampa, termo de origem indígena para região plana. Essa denominação, 
no entanto, corresponde somente a um dos tipos de campo, mais encontrado ao sul do estado do 
Rio Grande do Sul, atingindo o Uruguai e a Argentina. 
Outros tipos conhecidos como campos do alto da serra são encontrados em áreas de transição 
com o domínio de araucárias. Em outras áreas encontram-se, ainda, campos de fisionomia seme-
lhantes à savana. 
Os campos, em geral, parecem ser formações edáficas (do próprio solo) e não climáticas. A 
pressão do pastoreio e a prática do fogo não permitem o estabelecimento da vegetação arbustiva, 
como se verifica em vários trechos da área de distribuição dos Campos do Sul. 
A região geomorfológica do planalto de Campanha, a maior extensão de campos do Rio 
Grande do Sul, é a porção mais avançada para oeste e para o sul do domínio morfoestrutural das 
bacias e coberturas sedimentares. Nas áreas de contato com o arenito botucatu, ocorrem os solos 
podzólicos vermelhos-escuros, principalmente a sudoeste de Quaraí e a sul e sudeste de Alegrete, 
onde se constata o fenômeno da desertificação. São solos, em geral, de baixa fertilidade natural e 
bastante suscetíveis a erosão. 
À primeira vista, a vegetação campestre mostra uma aparente uniformidade, apresentando 
nos topos mais planos um tapete herbáceo baixo – de 60 centímetros a 1 metro –, ralo e pobre 
em espécies, que se torna mais denso e rico nas encostas, predominando gramíneas, compostas 
e leguminosas; os gêneros mais comuns são: Stipa,	Piptochaetium, Aristida, Melica, Briza. Sete 
gêneros de cactos e bromeliáceas apresentam espécies endêmicas da região. A mata aluvial apre-
senta inúmeras espécies arbóreas de interesse comercial. 
Na Área de Proteção Ambiental do Rio Ibirapuitã, inserida nesse bioma, ocorrem formações 
campestres e florestais de clima temperado, distintas de outras formações existentes no Brasil. 
Além disso, abriga 11 espécies de mamíferos raros ou ameaçados de extinção, ratos d’água, ceví-
deos e lobos, e 22 espécies de aves nesta mesma situação. Pelo menos uma espécie de peixe, cará 
(Gymnogeophagus	sp., família Cichlidae), é endêmica da bacia do rio Ibirapuitã. 
Campos sulinos
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Campos sulinos
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A “vocação” da região de Campanha está na pecuária de corte. As técnicas de manejo ado-
tadas, porém, não são adequadas para as condições desses campos, e a prática artesanal do fogo 
ainda não é bem conhecida em todas as suas consequências. As pastagens são, em sua maioria, 
utilizadas sem grandes preocupações com a recuperação e a manutenção da vegetação. Os campos 
naturais no Rio Grande do Sul são geralmente explorados para o pastoreio contínuo e extensivo. 
Outras atividades econômicas importantes, baseadas na utilização dos campos, são as cul-
turas de arroz, milho, trigo e soja, muitas vezes praticadas em associação com a criação de gado 
bovino e ovino. No alto Uruguai e no Planalto Médio, a expansão da soja e também do trigo levou 
ao desaparecimento dos campos e à derrubada das matas. Atualmente, essas duas culturas ocu-
pam praticamente toda a área, provocando gradativa diminuição da fertilidade dos solos. Disso 
também resultam a erosão, a compactação e a perda de matéria orgânica.
1. Formem grupos de sete pessoas e cada grupo deverá analisar um tópico, levantando os pontos 
principais.
2. Cada grupo então deverá desenvolver uma atividade demonstrativa, podendo ser lúdica, para 
apresentar o tema estudado e elaborar as considerações do grupo.
<www.pick.upau.com.br/mundo/brasil_biodiversidade/campos_sulinos.htm>
<www.businestravel.com.br/ecotur>
<www.portalbrasil.net/educação_seresvivos_biosfera.htm>
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