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TUTORIA 
 
 
O sono é um processo fisiológico caracterizado por um conjunto de alterações comportamentais 
fisiológicas que ocorrem de forma coniunta, desde fechamento dos olhos, redução da atividade 
motora, postura tipicamente relaxada e em decú-bito, atividades elétricas características e elevado 
limiar para resposta a estímulos externos. 
As principais funções do sono são relacionadas ao descanso e a regeneração orgânica que são 
essenciais para o funcionamento do corpo e mente, conservação da energia diária, consolidação do 
aprendizado e memória, além da função imunológica, auxiliando processos de defesa do organismo 
frente a estímulos externos ou do próprio corpo. 
Em consonância, noites mal dormidas tem efeitos adversos bem conhecidos como fadiga, cansaço, 
indisposição, alteração de sintomas cognitivos como atenção e memória, baixo rendimento escolar e 
em atividades de trabalho sendo um fator de risco importante para acidentes como os automobilísticos. 
Ainda tem relação independente com complicações cardiovasculares sendo fator de risco para 
obesidade, diabetes, hipertensão arterial e doenças psiquiátricas. 
2. SONO FISIOLÓGICO 
O sono e o estado de vigília ocorrem em alternância circadiana, sendo regulados nas 24 horas pela 
interferência da luz. Esse ciclo não é semelhante em todos os indivíduos porque diversos processos 
estão associados como idade, sexo, características individuais como estados de humor e questões 
culturais relacionadas aos horários de descanso e trabalho. É também influenciado por substâncias 
como álcool e drogas, além de citocinas e hormônios justificando a variedade natural pela idade e 
também em indivíduos que utilizam substâncias exógenas. 
O sono dura em média de 7:30 horas ou 8 horas e a vontade é o principal controlador desse horário de 
sono. Dentre estes existem as variações consideradas dormi-dores curtos que tem noites de sono 
menores que 6 horas e dormidores longos com sono ultrapassando 10 horas por noite. 
A distribuição habitual do horário de dormir também não é um elemento fixo, mas em geral essa 
distribuição se dá entre o período das 22h ou 23h da noite e o despertar ocorre entre as 6/7 horas da 
manhã. 
 
Relação sono e memória 
A transição da vigília para o sono tende a produzir um comprometimento transitório de memória e 
durante o sono ocorre inativação da transferência de memória 
2 
entre o armazenamento de curto prazo e longo prazo. Vamos entender de forma prática essas 
relações, quantas vezes acordamos sem lembrar do início do sono?! E o esquecimento de situações 
como telefonemas que recebemos durante a noite e tão pouco lembrar do toque do despertador?! 
Essas são situações bastante cotidianas. 
No entanto, sobre a memória de longo prazo o sono tem papel essencial, visto que é no período do 
sono que ocorre a consolidação da memória e aprendizado que obtivemos durante o dia a partir da 
ativação do hipocampo. 
Sono REM X Sono Não REM 
Termo REM significa movimento rápido dos olhos, este que ocorre durante a fase mais profunda do 
sono. O sono Não REM é característico pela fase inicial de sono-lência, com diminuição progressiva 
do tônus, cérebro em estado tranquilo e com baixa atividade psicológica. 
O Eletroencefalograma (EEG) é sincrônico, com ondas características de complexos K, fusos de sono 
e ondas lentas de alta voltagem. Ele é subdivido em três fases 
N1, N2 e N3 ou SWS (S3 + S4). 
A figura a seguir representa os estágios desde a vigília ou estágio O que registra ondas rápidas, de 
baixa amplitude (curtas e pequenas), que indicam alto grau de atividade dos neurônios corticais. 
Também faz parte desse estágio o movimento aleatório dos olhos e um acentuado tônus muscular. 
De 5 a 15min na cama, o indivíduo já atinge o primeiro estágio do sono. 
o Estágio 1: É o estágio entre a vigília e o sono, quando a melatonina (o hormônio do sono) é 
liberada, induzindo-o. Há uma redução do tônus muscular. 
o Estágio 2: Ocorre a redução da atividade dos neurônios corticais, com isso diminuem o ritmo 
cardíaco e respiratório e começa o sono leve. Relaxam-se os músculos e a temperatura 
corporal cai. Os estágios 1 e 2 podem se alternar com a vigília antes que entre em sono 
profundo. 
o Estágios 3 e 4: São os estágios de sono profundo, quando começam as ondas delta e o tônus 
muscular diminui ainda mais. Praticamente não há movimentação dos olhos. 
 
No sono REM ocorre total atonia com movimento periódico rápido dos olhos, atividade intensa cerebral 
e EEG ativado, dessincronizado. Os sonhos noturnos são originados nessa fase do sono. Logo, há um 
cérebro ativo em corpo completamente paralisado. 
É comum que ocorram despertares noturnos, principalmente ao fim da noite e estes são pouco 
lembrados pela manhã. Por fim, entenda que o ciclo do sono não ocorre de forma simétrica e regular, 
mas com predominância do sono REM ou não 
REM em determinados momentos da noite e sempre mesclados com períodos de despertar que 
também são variáveis. 
3 
 
Existe a correlação direta com neurotransmissores no processo de sono, durante a vigília predominam 
cinco neurotransmissores que fazem parte do sistema reticular ativador ascendente, sendo eles: 
histamina, dopamina, noradrenalina, serotonina e 
acetilcolina. Outros neurotransmissores ativadores são orexina e hipocretina. Dentre 
os neurotransmissores inativadores destacam-se o Gaba e a melatonina. 
As principais regiões envolvidas na transmissão de mecanismos ativadores e ina-tivadores estão na 
região do hipotálamo, veja no fluxograma a seguir. 
A histamina é um neurotransmissor que estimula o estado de vigília, sendo as-sim, anti-
histaminérgicos ou antialérgicos são medicamentos que promovem sono, enquanto isso, o neurônio 
GABAérgico é o principal estimulador do sono. 
4 
As regiões do hipotálamo lateral e núcleo supraquiasmático produzem substân cias como orexina e 
melatonina e regulam o estado de sono-vigília, sendo a orexina estimulando a vigília e a melatonina o 
sono 
 
 
 
 
 
Propedêutica do sono 
A propedêutica do sono envolve uma abordagem complexa, multifatorial, com anamnese ampliada 
objetivando conhecer o paciente e seus hábitos, pois vários fatores, como já citados, podem interferir 
no ciclo sono-vigília. 
Pontos essenciais na investigação são 
o Hábitos noturnos como horários de deitar e levantar, latência do sono, noctúria e despertares 
noturnos; 
o Hábitos diurnos como sonolência, fadiga, horários de exercícios físicos e refeições; 
o Condições ambientais; 
o Sintomas ansiosos, quadros psiquiátricos e transtornos diversos; 
o Uso de medicação, drogas psicoativas e outras doenças; 
o Histórico familiar de distúrbios do sono. 
Ao exame físico deve-se atentar para peso e altura, sobretudo calculando o IMC, pois a obesidade 
pode interferir como causa de transtornos como apneia do sono, ângulo da mandíbula e circunferência 
do pescoço e sempre associe essas informações com relatos de algum companheiro, se for presente. 
As principais queixas de sono incluem: 
o Insônia; 
o Sonolência excessiva (SED); 
o Incapacidade de dormir ou acordar na hora desejada; 
o Eventos e comportamentos anormais. 
Se liga! Atente-se que muitos pacientes podem incluir como quei- 
xas os sonhos e pesadelos, principalmente se muito frequentes, contudo, tem caráter benigno na 
maioria das vezes. O solilóquio noturno também tem caráter benigno, não necessitando de maiores 
investigações 
Exames clínicos e aplicação de escalas 
As principais escalas e índices são: Escala de sonolência de Epworth. Índice de qualidade de sono de 
Pittsburgh (PSQI), Índice de gravidade de insônia e Diário de 
sono 
Os exames complementares de destaque são a polissonografia, teste das latências múltiplas do sono 
(TLMS), também conhecido como Teste Múltiplo de Latência do Sono, teste de manutenção da vigília 
e Actigrafia. 
5 
Vamos entender um pouco melhor da polissonografia, visto que este é o exame padrão-ouro para 
diversos quadros que envolvem o sono. Ocorre então o monitoramento do sonodurante a noite que 
pode ser feito em ambiente hospitalar ou doméstico e pode também ser filmada (a 
videopolissonografia). 
Dentre os parâmetros avaliados e para isso ocorre a montagem de eletroencefalo grama (EEG), 
Eletrooculograma (EOG), Eletromiograma (EMG) de mento e membros, 
Medidas de fluxo oronasal, Medida de movimento toracoabdominal, eletrocardiogra- 
ma, oximetria de pulso, microfone para ronco. 
Na avaliação do laudo são vários os aspectos citados para corroborar com o diagnóstico clínico como 
tempo total de sono e tempo total acordado após início do sono, arquitetura do sono que são as 
porcentagens e distribuição do sono du rante a noite, latência do sono incluindo sono REM, eficiência 
do sono, questões 
respiratórias dentre roncos, diminuição da saturação e índice de apneia e hipopneia e índice de 
movimentos periódicos de pernas. 
Esse exame não é solicitado de rotina em qualquer queixa ou suspeita clínica, mas especialmente em 
situações descritas na tabela. 
Indicações da polissonografia 
Suspeita de Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono 
Parassonias 
Sintomas atipicos de insonia (despertares 
paroxísticos) 
Insônias primárias e secundárias refratárias 
Transtornos do movimento durante o sono (bruxismo 
Doencas neuromusculares 
Existem duas variações da polissonografia para avaliar a sonolência diurna, sendo que, normalmente, 
são precedidos de uma polissonografia noturna. 
o Teste das latências múltiplas do sono: 5 cochilos durante o dia deitado em ambiente 
adequado a cada 2 horas - Orientado a não se opor ao sono, avaliar latência do sono e 
latência do sono REM e a principal avaliação é o tempo que o paciente leva para dormir e 
para entrar no sono REM. Tem como principais indicações a Hipersonia e Narcolepsia. 
o Teste da manutenção da vigília: indicação de avaliar a capacidade do paciente em ficar 
acordado, logo, ele deve se opor ao sono. Há 5 oportunidades de cochilo diurno em ambiente 
adequado a cada duas horas. 
A actigrafia é mais uma opção de acompanhar o sono, sendo ele um aparelho móvel, normalmente em 
pulso como relógio e mede o nível de atividade motora. 
Aparelhos atuais determinam também a frequência cardíaca e temperatura. A grande vantagem é que 
pode ser utilizada por vários dias permitindo um relato do diário por mais tempo, além do conforto ao 
paciente. 
3. SONO PATOLÓGICO 
As principais causas de alteração de sono envolvem três causas principais que 
correspondem a mais de 70% das queixas de sono, sendo elas: 
o Questões comportamentais: cochilos diurnos; 
o Má higiene do sono: uso de telas como celulares e computadores próximo a hora de dormir, 
luzes acessas e barulho também próximo ao deitar; 
o Questões voliativas: neste caso voluntárias e relacionadas ao estilo de vida como trabalhar 
até tarde, estudar de preferência à noite e outros. 
o Nessa abordagem é essencial orientar o paciente sobre a higiene do sono, pois, mesmo 
sendo um processo fisiológico, existem diversas condições associadas que dificultam o ciclo 
ou o intensificam. A higiene do sono envolve aspectos salientados na tabela a seguir: 
o Métodos de higiene do sono 
o Horarios regulares 
o Evitar passar tempo excessivo na cama 
o Respeito a ciclo circadiano (luz/escuridão) 
o Evitar uso de substâncias excitatórias como café, cigarro e chás (preto e matte) 
o ser ativo durante o ala e descansar a noite 
o Respeite o momento de dormir como um elemento primordial. 
o Drogas e interações com o sono 
o Diversas drogas como depressores ou estimulantes interagem com o ciclo de sono seja por 
alterações comportamentais, estresse, situação emocional e outros. 
o Dentre os depressores do SNC destacam-se o álcool e opioides e dentre os estimulantes a 
cocaína e o ecstasy. 
o Se liga! O mesmo ocorre com medicações, por exemplo, as medica- 
o ções com potencial de causar sonolência devem ser indicadas ao uso durante a noite, 
enquanto medicações estimulantes são preferencialmente utilizadas durante a manhã. Essa 
orientação deve ser clara durante a prescrição. 
o Causas clínicas de perturbação do sono 
6 
o As doenças primárias do sono são diagnóstico de exclusão, logo, deve-se pensar e investigar 
inicialmente condições diversas como doenças crônicas ou agudas, transtornos mentais, uso 
de substâncias psicoativas ou depressivas e relações familiares. 
o Veja na tabela as principais causas clínicas que interferem no padrão de sono tanto por 
questões hormonais, quando pela causa de dor, estresse e/ou desconforto. 
Causas clínicas do sono patológico 
Doenças agudas e crônicas em geral 
Causas de tosse como DPOC, tuberculose e outras 
Infecções e curso febril 
Condições psiquiátricas (depressão, mania, quadros 
ansiosos. esquizotrenia e outros) 
Doença do refluxo gastroesofágico 
Epilepsias do sono 
Doenças tireoidianas com alteração hormonal 
evidente 
Delirium 
A classificação dos quadros de sono está disposta em algumas metodologias como: Classificação 
Internacional de Doenças (CID10), manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM) V e 
International Classification of Sleep Disorders 
(ICSD) 3, esta é a classificação mais completa e largamente utilizada. 
No ICS 3 existem classificações como: 1. Insônia, 2. transtorno de hipersonolência central, 3. 
transtornos respiratórios relacionados ao sono, 4. transtorno do ritmo circadiano de sono-vigília, 5. 
parassonias, 6. transtornos do movimento relacionados ao sono e outros transtornos do sono. 
o Insônia: trata-se de transtorno de insônia crônica, transtorno de insônia de curto prazo e 
outros transtornos de insônia. É importante salientar que sintomas isolados e variantes da 
normalidade são avaliados isoladamente como, por exemplo, estar em tempo excessivo na 
cama ou tempo de dormir curto. 
o Transtornos de hipersonia: narcolepsia tipo 1, narcolepsia tipo 2, hipersonia 
idiopática, síndrome de Kleine-Levin; hipersonia devido ao uso de drogas e substâncias, 
hipersonia associada a transtornos mentais e síndrome do sono insuficiente. A variante da 
normalidade é o dormidor longo, aquele que dorme mais de 10 horas ao dia. Veja mais 
detalhes no tópico: sonolência e narcolepsia. 
o Transtornos respiratórios: a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é a principal 
síndrome, além do transtorno de hipoventilação relacionado ao sono e hipoxemia relacionada 
ao sono. Também há variação com relação a roncos eventuais e catatrenia, estas que podem 
ser normais ou patológicas. Veja mais detalhes no tópico: SAOS. 
o Transtorno do Ritmo circadiano de Sono-Vigília: envolve alterações de ciclo circadiano como 
ruptura do ciclo tanto por questões endógenas quando por associação endógena e exógena. 
Em média há uma distribuição normal de inicio de sono em torno das 22h e despertar em torno das 6h 
da manhã. Quando há um hábito de dormir muito cedo existe a denominação de avanço de fase e 
quando ocorre mais tarde é um atraso de fase. 
Esse fato pode ser uma variação da normalidade, contudo, nesse caso, estamos fa- 
Tando de cronótipos extremos que podem gerar alterações no ciclo de vida. 
Outras alterações são tipo de sono-vigília irregular que engloba os pacientes que não tem horários 
fixos para dormir ou acordar, tipo de sono-vigília de livre curso engloba pacientes que não têm contato 
com a luz, especialmente pacientes cegos, transtornos dos trabalhadores em turnos que são aqueles 
que tem plantões noturnos semanais e o Jet-Lag que é a alteração quando há mudança de fuso por 
viagens. 
Os tratamentos para essas condições são relacionados à higiene do sono, fototerapia e uso de 
melatonina. 
• Parassonias: envolvem sono REM, sono não REM e outros. Os sintomas variantes da normalidade 
são o sonilóquio (pacientes que falam durante o sono). A parassonia engloba fenômenos verbais ou 
motores que envolvem o sono como sonhos, fenômenos sensoriais e outros que podem gerar a 
fragmentação do sono. 
o Parassonias de sono Não REM - Despertar confusional, sonambolismo e 
terror noturno como transtornos do despertar, transtornoalimentar relacionado ao sono e parassonias 
do sono REM que envolve transtorno comporta-mental, paralisia do sono isolada recorrente e 
transtornos de pesadelos. 
o Parassonias do sono REM - transtornos do despertar envolvem despertar 
incompleto do sono, normalmente ocorre no SW3, este que é mais abundante na primeira metade do 
sono, não respondem a estímulos externos, são autolimitados e sem associação com sonhos ou 
imagens mentais, há amnésia do fato ocorrido, mais comum em crianças e adolescentes e tem curso 
clínico benigno, com duração de poucos minutos e cessação espontânea. 
Eles são: 1. Despertar confusional; 2. Sonambulismo e 3. Terror noturno. 
• Os transtornos comportamentais do sono REM são relacionados e perda de atonia típica do sono 
REM, vocalizações e comportamentos motores complexos com memória parcial dos mesmos, ocorrem 
7 
mais comumente na segunda metade da noite, mais comum em idosos e adultos e pode ter relação 
com doenças como as neurodegenerativas. 
O tratamento das parassonias varia de acordo com o padrão de sono REM ou não 
REM, no primeiro caso após diagnóstico confirmado com a polissonografia pode instituir terapia com 
benzodiazepínicos e melatonina, enquanto no sono não REM o tra- 
tamento primordial é a retirada de fatores desencadeantes, realização de higiene do sono, programar o 
horário de despertar e, se necessário, Clonazepam e melatonina. 
• Transtornos do movimento relacionado ao sono: as principais síndromes associadas são síndrome 
de pernas inquietas, sindrome dos movimentos periódicos dos membros, câimbras nas pernas 
relacionadas ao sono, bruxismo relacionado ao sono, transtorno do movimento rítmico relacionado ao 
sono e mioclonia benigna do sino na infância. 
Se liga! Síndrome das pernas inquietas: vamos nos atentar a esta patologia pela sua incidência 
consideravelmente elevada, em torno de 5% a 10% dos casos de distúrbios do sono. Há queixa de 
sensação estranha em membros inferiores que, em geral, têm alívio após movimentação e surge mais 
comumente ao fim do dia. Não confunda com a inquietação em quadros de ansiedade, neste caso é 
uma síndrome específica relacionada ao sono. Uma característica marcante é que como melhora ao 
movimento dificulta o padrão habitual de sono do paciente. A fisiopatologia dessa patologia é ainda 
des-conhecida, mas há correlação com mecanismos genéticos e da dopamina. A investigação envolve 
exames laboratoriais para afastar alterações de coagu-lação, deficiência de ferro e outras que podem 
gerar esse reflexo de sensação inespecífica nos membros. O tratamento envolve higiene do sono, 
compressas mornas nos membros, agentes dopaminérgicos como Pramipexol, Cabergolina 
e Levodopa, Gabapentina e Pregabalina, sempre em doses individualizadas. 
4. PRINCIPAIS SÍNDROMES 
RELACIONADAS AO SONO 
Síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) 
SAOS é uma doença respiratória do sono caracterizada por obstrução total ou parcial da via aérea 
superior durante o sono, sendo marcada por episódios de apneia e hipopneia. No primeiro caso há 
obstrução de 90% ou mais das vias aéreas superiores por 10 segundos ou mais, associada a 
dessaturação e/ou despertar. Já na hipopneia ocorre obstrução de 30% ou mais, por 10 segundos, 
associada a dessa-turação (3% ou mais) e/ou despertar. 
8 
Esses episódios causam diminuição da oxigenação orgânica e consequente fragmentação do sono, 
cursado com sintomas adversos como sonolência diurna, alterações cognitivas e comportamentais, 
queda do rendimento e fadiga diária, alterações metabólicas e possíveis acidentes como 
automobilísticos relacionados a sonolência e cansaço. 
Classificação da apneia: 
• A apneia pode ser central ou periférica: a apneia periférica ocorre por alteração na via aérea superior, 
principalmente por caracteristicas estruturais/anatômicas e a central por origem neurológica, uso de 
medicações e insuficiência cardía-ca. A diferenciação básica dessas apeias é na polissonografia, 
sendo que na central é evidente a dessaturação sem esforço respiratório. Existem também apeias 
mistas que envolvem as características periféricas e centrais. 
Se liga! A SAOS é basicamente por característica periférica, mas é 
possível associação com outros fatores. ] 
A SAOS é mais comum em indivíduos adultos e idosos, entre 35 a 60 anos, mas pode ocorrer em 
outras faixas etárias, em geral, ao acometer crianças está mais relacionada a alterações anatômicas. 
Tem maior prevalência em homens, em torno de 3 a 7% e em mulheres entre 2 e 5%. 
Sobre a etiologia, existem fatores modificáveis ou adquiridos ao longo da vida e fatores não 
modificáveis associados a esta patologia. Dentre os fatores modificáveis destacam-se o estilo de vida 
com obesidade, consumo excessivo de álcool e sedentarismo e os não modificáveis com idade, sexo e 
anatomia das vias aéreas. A maior parte das apeias periféricas ocorrem na região de faringe, 
especialmente em hipofaringe, pois são regiões de partes moles que permite colabamento de regiões. 
É incomum a correlação com traqueia e nariz. 
Em relação aos fatores de perviedade das vias aéreas, a estrutura craniofacial com tamanho e posição 
da mandíbula, variações do osso hioide e tamanho do palato (quanto maior, mais fácil a interrupção da 
via aérea) influenciam na perviedade. 
Atividade neuromuscular e tecidos ao redor, respectivamente com tônus muscular, aferências 
nervosas e reflexos e obesidade são fatores de risco já mencionados. Por fim, destacam-se as 
propriedades intrínscecas como maior propensão à formação de edemas durante a noite, perfusão 
vascular e propriedades intrínsecas da mucosa. 
A correlação dos fatores supracitados com o sono ocorre, pois, durante o sono, há um relaxamento 
natural da musculatura e redistribuição de líquidos corporais e alterações em qualquer parte, seja na 
drenagem ou composição muscular, que podem favorecer o colabamento parcial ou total das vias 
aéreas e causar a apneia 
 
 
 
 
 
Se liga! Ainda não há clara correlação entre obstrução nasal e 
SAOS, o que se sabe é que obstruções nasais podem alterar pressões e dificul tar o fluxo respiratório, 
mas correlacionam-se a ronco 
A doença tem diagnóstico clínico que envolve os principais sintomas de sonolência diurna, roncos 
altos e engasgos, falta de energia e dores de cabeca matinais, noctúria, sintomas cognitivos, sintomas 
psiquiátricos e possivelmente impotência e sintomas sexuais. Ao exame físico deve existir atenção ao 
peso e altura, circunferência do pescoço e pressão arterial visto que determinam os fatores de risco 
modificáveis e aplicar o índice de Mallampati modificado para averiguar a orofaringe. 
 
9 
 
 
 
 
Após a suspeita clínica inicial é mandatória a solicitação de polissonografia, sendo este o exame 
padrão-ouro. Pode ser realizada em ambiente hospitalar ou na casa do paciente, neste caso, de forma 
não assistida. Indice de apneia e hipopneia (IAH)/ hora > 5 para confirmação diagnóstica, sendo que: 
entre 5 e 15 é considerada apneia grau leve, de 15 a 30 moderada e maior que 30 é grave. 
Outros exames que podem ser úteis são nasofibroscopia, tomografia de cabeça e 
Descoco para avallar via aerea e outros 
Os critérios diagnósticos envolvem pelo menos uma queixa clínica associada a polissonogratia 
evidenciando 3 ou mais eventos obstrutivos respiratorios (apneia 
hipopneias, ou ERA por hora ou polissonografia demonstrando 15 ou mais eventos obstrutivos 
respiratórios por hora). Veja na tabela abaixo os critérios diagnósticos. 
Critérios diagnósticos 
No mínimo uma aueixa de 
SED. sono\ 
sendo reparador. racicainsonia 
Despertar com pausas respiratorias, engasgos ou astixia; 
Relato de ronco ou pausas respiratorias pelo companheiro 
DIagnostIco de HAS, depressão, alteracões cognitivas. doenca coronariana. AVC.ICC. FA DM2 
Polissonogratia demonstrando: 
10 
5 ou mais eventos obstrutivos respiratórios (apneia. hinopneias. ou RERA por hora 
Polissonografia demonstrando 
15 ou mais eventos obstrutivos respiratórios por hora Após confirmação diagnósticaos principais 
tratamentos indicados são medidas comportamentais, aparelhos intraorais e aparelhos de pressão 
positiva (APP) como CAP, APAP ou BiPAP. Em casos graves selecionados pode ser indicada a opção 
cirúrgica, tratamentos nasais e farmacoterapia, sendo que, estes últimos não têm evidência científica. 
A indicação segue o grau de apneia do paciente, logo, apeias leves são comumente tratadas com 
medidas comportamentais envolvendo alteração no estilo devi-da, redução de peso, melhora 
alimentar, diminuição da ingesta alcoólica, cessação do tabagismo, fisioterapia e fonoterapia. Nos 
casos moderados há indicação de anteriores + APP ou aparelhos intraorais e em casos graves inclui 
os tratamentos supracitados e intervenção cirúrgica. 
Dentre os aparelhos de pressão positiva, vamos entender melhor o funcionamento do CPAP, este que 
é utilizado para manter a pressão intraluminal mínima impedindo o colabamento da VAS. Os CAPs 
podem ser nasais, almofadas nasais, oronasal ou 
faciais. Tem o benefício de corrigir e monitorar os eventos respiratórios permitindo ter uma melhora no 
padrão respiratório. 
O CPAP deve ser indicado em todos os casos moderados a graves e tem efetividade quando o uso é, 
no mínimo, de 4 a 5 horas por noite. 
Para os casos graves pode existir a indicação cirúrgica, sendo esta bastante controversa na literatura 
pelo impacto causado ao paciente. Dentre as técnicas o padrão-ouro é a traqueostomia, contudo, é um 
procedimento bastante invasivo e reservado a quadros sem melhora com as demais técnicas 
O tratamento do ronco e Indicado em quadros com impacto no bem-estar, sempre 
InicIado com medidas comportamentais, seguido de tratamentos nasais com dilatadores e/ou 
lubrificantes 
Sonolência excessiva e narcolepsia 
A sonolência excessiva diurna (SED) é definida como a necessidade de dormir durante o dia ou em 
horários inapropriados. Não necessariamente está relacionada ao sono, mas a incapacidade de se 
manter alerta, por desatenção, cansaço e lentificação. 
Para o diagnóstico da sonolência relembre os aspectos de anamnese, exame fi-sIco e escala de 
Epworth ja citados nesse material. Dentre os testes diagnosticos o mais indicado é o teste das 
latências múltiplas do sono que permite a identificação de causas para a sonolência. 
o Dormidor longo: este é um variante da normalidade incluindo indivíduos que necessitam de 
um tempo maior de sono, entre 10 ou mais horas por noite, mas não há correlação com 
anormalidades durante o sono; 
o Síndrome do sono insuficiente: a privação de sono é a principal causa de sonolência 
excessiva diurna, caracterizada após o período de 3 meses de privação 
para constituir um problema crônico. Essa privacão de sono e fator de risco para diversas condições 
como acidentes, cansaço excessivo, desatenção e outros. O melhor tratamento é o sono! Sim, é 
essencial garantir a quantidade necessária de sono noturna para garantir os processos fisiológicos 
corporais 
o Hipersonia associada a transtornos mentais: este é um dos diagnósticos dife renciais 
essenciais na abordagem à sonolência. sendo responsáveis por cerca de 5 a 7% dos casos 
de hipersonia. É mais comum em mulheres e pode ocorre em quadros de somatização e 
conversão, mas o mais comum e nos quadros de humor como depressao e mania 
o Doenças causadoras de hipersonia: inúmeras doenças entram como possibilidade de 
sonolência excessiva diurna tanto por aspectos intrínsecos quanto interacões 
medicamentosas. Dentre elas destacam-se: Doenca de Parkinson. 
Doencas endócrinas: hipotireoidismo, hipersonia pos-traumatica, doencas me 
tabolicas. como encetalobatia hepatica. doenca renal cronica e insuficiencia 
adrenal, doenças genéticas associadas ao controle central do sono e hiperso nia residual em 
pacientes tratados para SAOS. 
As causas primárias são menos comuns. mas necessitam de reconhecimento clinico para tratamento e 
seguimento adequado. Veja abaixo as quatro principais. 
o Hipersonia idiopática: em geral cursa com muitas horas de sono por dia, normalmente entre 
12 e 14 horas, excedendo o normal para um dormidor longo 
o Não há achados habituais em pacientes com narcolepsia como cataplexia, paralisias do sono 
ou alucinações hipnagóticas e é essencial excluir outras causas como sono insuficiente. A 
polissonografia pode ser solicitada para avaliar e 
excluir outras causas. sendo que em geral. não serao encontrados dados espe cíficos de 
anormalidade. O tratamento é essencialmente com higiene do sono e tentativa de regular o 
período do ciclo circadiano. 
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o Síndrome de Kleine Levin: ocorrem ataques prolongados e inexplicáveis de sono, entre 2 dias 
a 5 semanas, sendo esta uma condição rara e sem etiologia conhecida. Há associação de 
sintomas como agressividade, desinibição, hiperfagia e sintomas cognitivos. Esses pacientes 
normalmente são assintomáticos entre os ataques de sono prolongado 
 
• Narcolepsia: esta é uma doença primária do sono caracterizada por: sonolência 
excessiva diurna, episódios de cataplexia, alucinações hipnagógicas, paralisia do sono e fragmentação 
do sono. Essa e uma condicão rara, atingindo em tor. no de 0,02% da população e tem interações 
entre fatores ambientais, genéticos 
e imunológicos. A cataplexia é caracterizada por episódios de atonia muscu-lar sem perda de 
consciência, ou seja, a pessoa se mantem vígil e orientada. 
Alucinações hipnagógicas são alucinações normais em início do sono, contudo, em paciente com 
narcolepsia e algo muito frequente e o conteudo da alucina 
ção pode ser diverso, relacionado a alimentação, audição e outros. A paralisia 
do sono e o momento de despertar sem berda de atonia do sono REM 
Existem 2 tipos de narcolepsia, tipo 1 e tipo 2. A do tipo 1 é marcada por cataple-xia, teste das 
latências múltiplas de sono alterado e dosagem diminuída de hipocre-tina no líquor. Já a tipo 2 não 
tem outros comemorativos, além de teste das latências múltiplas de sono alterado. 
O diagnóstico é realizado pela história clínica + teste de múltiplas latências durante o dia. E possível 
solicitar a dosagem de hipocretina que, quando diminuída, sugere narcolepsia tipo 1. O teste de 
latências múltiplas do sono alterado é aquele cuja média de sono é abaixo de 8 minutos e há 2 ou 
mais episódios de sono REM nesses 
cOchIlOs 
O tratamento é basicamente direcionado com especialista pela raridade do quadro clínico e baseia-se 
na higiene do sono e regularização dos horários de sono, exercícios físicos regulares, cochilos 
programados em horários de sonolência e algumas medicações como psicoestimulantes (Modafinil) e 
(Metilfinidato). Para a cataplexia 
pode haver indicação de antidepressivos 
 
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