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HERMENÊUTICA JURÍDICA 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
2 
Sumário 
1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................... 4 
2- EVOLUÇÃO HISTÓRICA, O CONHECIMENTO E A HERMENÊUTICA . 5 
2.1 – Evolução Histórica .............................................................................. 5 
2.1- O Conhecimento ................................................................................... 7 
2.2 - A Hermenêutica ................................................................................. 13 
2.3 - Fontes do Direito ................................................................................ 15 
2.4 - A Interpretação da Lei ........................................................................ 15 
3 – A CIÊNCA DO DIREITO ...................................................................... 17 
3.1- Ramos do Direito ................................................................................ 18 
4 - SISTEMAS INTERPRETATIVOS ......................................................... 19 
4.1 - Sistema Dogmático Exegético ou Jurídico Tradicional ...................... 19 
4.2 - Sistema Histórico Evolutivo ................................................................ 20 
4.3 - Sistema da Livre Pesquisa do Direito ................................................ 21 
5 - AS ESCOLAS HERMENÊUTICAS ....................................................... 22 
6 - NOÇÕES GERAIS DE APLICAÇÃO OU INTEGRAÇÃO...................... 27 
7 - MEIOS ESPECIAIS DE INTEGRAÇÃO; ANALOGIA ............................ 28 
8 - MEIOS ESPECIAIS DE INTEGRAÇÃO- COSTUME ............................ 29 
9 - MEIOS ESPECIAIS DE INTEGRAÇÃO- PRINCÍPIOS GERAIS DE 
DIREITO ............................................................................................................... 31 
10 - MEIOS ESPECIAIS DE INTEGRAÇÃO- EQUIDADE ......................... 36 
11 - MÉTODOS INTERPRETATIVOS ....................................................... 41 
12- INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL OU CONFORME A 
CONSTITUIÇÃO................................................................................................... 45 
13 - ANTINOMIA JURÍDICA....................................................................... 52 
14 - INTERPRETAÇÃO DE TRATADOS INTERNACIONAIS .................... 54 
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 – INTRODUÇÃO 
 
A Hermenêutica Jurídica é o ramo da Teoria da Geral do Direito, destinado ao 
estudo e ao desenvolvimento dos métodos e princípios da atividade de 
interpretação. A principal finalidade da Hermenêutica, enquanto domínio teórico é 
proporcionar bases racionais e seguras para uma interpretação dos enunciados 
normativos. 
Etimologicamente, o vocábulo hermenêutica é oriundo de Hermes. Na Grécia 
antiga, Hermes era um personagem mítico que, por sua capacidade de 
compreender e revelar, intermediava a mensagem dos deuses aos homens. Para 
interpretar e aplicar com acerto o Direito, enquadrando adequadamente o fato à 
uma norma, é indispensável que o intérprete bem compreenda o preceito para 
determinar com precisão seu conteúdo e alcance. 
O presente estudo tem como pressuposto singelo contribuir, nutrir e alimentar os 
profissionais do Direito à formularem em uma arena legal, suas argumentações 
denunciativas, acusativas, defensivas, recursais e sentenciais. 
 
 
 
 
 
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5 
Na primeira parte deste estudo, serão analisados os SISTEMAS E MEIOS 
INTERPRETATIVOS. Na segunda parte, será analisada A HERMENÊUTICA 
JURÍDICA, A LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO - 
LINDB, aprovada pelo Decreto-Lei nº 4.657, de 04/09/1942, e suas alterações. 
Vamos lá! 
2- EVOLUÇÃO HISTÓRICA, O CONHECIMENTO E A 
HERMENÊUTICA 
2.1 – Evolução Histórica 
 
Como é cediço, há duas teses sob constantes e aprofundados debates que tentam 
definir a origem do homem e do Universo. A Tese da Criação, ou Criacionismo, 
consolidada na Escritura Sagrada, no Livro de Gênesis, e a Tese da Evolução das 
Espécies, ou do Evolucionismo, defendida pelo pesquisador inglês, Charles Darwin 
(1809-1882), nos seus livros “A Origem das Espécies” e a “Descendência do 
Homem”. O fato é que hoje, o homem é sujeito de direito e integra uma sociedade 
que é o povo. Este povo constitui uma Nação, que será representada pelo Estado, 
que é sujeito de direito no plano internacional. 
Independentemente da tese que se adote, para que se vislumbre a origem de tudo, 
há uma evolução natural da história encontrada na literatura que pode ser dividida 
em cinco grandes períodos, a que se destaca a seguir. 
A Pré-História. É o Período que vai do surgimento do homem na terra, há cerca 
de 3,5 milhões de anos atrás, até o aparecimento da escrita, por volta do ano 4.000 
a.C., tendo como pontos importantes, a evolução no emprego da pedra como arma 
e ferramenta, a criação da linguagem oral, a utilização e o domínio do fogo, a 
domesticação, a criação dos animais, a prática da agricultura e a criação da 
metalurgia. 
 
 
 
 
 
 
 
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A Antiguidade. Período que começa com a utilização da escrita e termina com a 
queda de Roma, capital do Império Romano do Ocidente, no ano de 476 d.C., tendo 
como pontos importantes, o desenvolvimento da agricultura e pecuária, o 
surgimento do escravismo, das cidades-Estados e de sistemas políticos 
monárquicos, a democracia nas polis (ou cidades gregas), as religiões monoteístas 
e as ciências. 
A Idade Média. Período que corresponde ao período que vai do Século V d.C., até a 
queda de Constantinopla, a capital do Império Romano do Oriente, no ano de 1453, 
tendo como pontos importantes, o aparecimento dos impérios feudais (economia 
agrícola de subsistência com mão de obra servil), e a evolução do cristianismo e do 
islamismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A Idade Moderna. Corresponde ao período que vai da queda do Império Romano do 
Oriente (1453) até a Revolução Francesa, no ano de 1789, tendo como principais 
pontos, o surgimento dos Estados nacionais monárquicos, as navegações 
marítimas, a expansão do capitalismo como forma de produção predominante e a 
evolução das ciências. 
A Idade Contemporânea. Período que corresponde ao período que vai 
da Revolução Francesa (1789) até os dias atuais, tendo como principais pontos, a 
Revolução Industrial (1750), a Revolução Francesa (1789), o período napoleônico 
(1799-1815), o surgimento do imperialismo (Impérios Britânico, Russo, Austro-
Húngaro), a Revolução Socialista (1917), o surgimento do fascismo edo nazismo, a 
1ª Guerra Mundial (1914-1918), a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), a Guerra Fria 
(1948-1990), ideologia capitalista liderada pelos Estados Unidos e a ideologia 
socialista liderada pela extinta União Soviética), o Terceiro Mundo (Países em 
desenvolvimento que não se alinhando às ideologias capitalistas ou socialistas, se 
reuniram na Indonésia em 1955, na Conferência Afro-Asiática, e se 
autoproclamaram como Países do Terceiro Mundo), a desagregação da União das 
Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS (1991), o fenômeno da globalização e 
a revolução da telemática (telecomunicação e informatização via Internet, ou rede 
mundial de computadores). 
Nesta rápida radiografia histórica, muitos povos, muitas nações e Impérios 
dominaram o cenário mundial de forma soberana, seja por razões militares, seja por 
razões comerciais ou econômicas. É bem verdade que o mundo ancestral estava na 
Europa, no Mar Mediterrâneo, Oriente Médio, Índia e China. Predominaram nestes 
tempos remotos, entre outras, as civilizações da mesopotâmia, egípcia, fenícia, 
cretense, grega, hebraica, hindu, babilônica, chinesa, assíria, grega, romana e 
persa. 
2.1- O Conhecimento 
 
O Conhecimento, em nossa visão, teve três momentos históricos para a sua difusão 
no seio da humanidade. 
 
 
 
 
 
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O primeiro momento ocorreu no final da Pré-história, período que vai do surgimento 
do homem na terra, há cerca de 3,5 milhões 
de anos atrás, até o aparecimento na 
Mesopotâmia, da escrita cuneiforme (escrita 
usando um instrumento em forma de 
cunha), por volta do ano 4.000 a.C. 
 
O segundo momento ocorreu com o 
aparecimento da imprensa de Gutenberg no Século XV. 
 
 
 
 
 
 
 
O terceiro momento foi com o lançamento, pelos soviéticos, do satélite Sputnik, na 
segunda metade do Século XX (1957) e, a partir daí o mundo tornou-se globalizado, 
com as telecomunicações, com o rádio, com a televisão, com a informática, com 
celulares, e, acima de tudo, surgiu um mundo conectado e onde se navega 
pela internet em tempo real, vale dizer, o surgimento da Era da Informação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A Era da informação, também conhecida como era digital, é o nome dado ao 
período que vem após a era industrial, mais especificamente após a década de 
1980; embora suas bases tenham começado no princípio do Século XX e, 
particularmente, na década de 1970, com invenções tais como o microprocessador, 
a fibra óptica e o computador pessoal, a rede de computadores, também conhecida 
pelo acrônimo www, que é a sigla ou abreviatura para World Wide Web, que 
significa rede de alcance mundial. 
A vantagem hoje está na boa aplicação do Conhecimento. A Alemanha e o Japão 
têm ganho a concorrência dos EUA, pois, estão sabendo aplicar melhor o 
conhecimento nesses setores do que seus concorrentes. Vemos isso ocorrendo nos 
processos como o just in time, que tornam a produção mais eficaz reduzindo o custo 
da produção. Nestes processos há uma enorme troca de informações entre os 
trabalhadores e essa metodologia e, tem como premissa, o aperfeiçoamento 
contínuo. 
O termo saber tem hoje, por força das coisas e pela realidade do uso, um sentido 
bem mais amplo que ao termo ciência. Hoje em dia, é considerado saber, todo 
um conjunto de conhecimentos metodicamente adquiridos, mais ou menos 
sistematicamente organizados, para serem transmitidos por um processo 
pedagógico de ensino. O conceito de “saber” poderá ser aplicado à aprendizagem 
de ordem prática e, ao mesmo tempo, às determinações de ordem propriamente 
intelectual e teórica. 
 
 
 
 
 
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Há, pelo menos, 4 (quatro) tipos de Conhecimento, cada um referindo-se ao tipo de 
apropriação que o ser humano faz da realidade. Esses tipos são: o 
Conhecimento Empírico, o Conhecimento Científico, o Conhecimento Filosófico e o 
Conhecimento Religioso ou Teológico. 
O Conhecimento Empírico, é o que resulta da experiência comum e ocasional dos 
fenômenos da vida cotidiana. É denominado também, conhecimento vulgar, 
cotidiano, espontâneo. É aquele adquirido através da observação sensível e casual 
da realidade cotidiana e circunstancial; faz-se através de tentativas e erros. Sem 
método (ametódico e assistemático), é de nível intelectual inferior, mas, de enorme 
utilidade prática como base do conhecimento. Baseia-se no senso comum, e 
caracteriza-se como um conjunto desagregado de ideias, opiniões difusas e 
dispersas, que fazem parte de um pensamento genérico, de uma época ou de um 
certo ambiente popular. Nesse sentido pode-se dizer que o senso comum é 
histórico, ou seja, são exemplos, as crendices que passam de geração para 
geração, entre outras as lendas e os remédios caseiros indicados pelas vovós. 
 O Conhecimento Científico, é aquele que procura descobrir as causas imediatas 
das coisas. Tem por objeto a busca da Certeza. O conhecimento científico vai além 
da visão empírica, preocupa-se não só com os efeitos, mas principalmente com as 
causas e leis que o motivaram, esta nova percepção do conhecimento se deu de 
forma lenta e gradual, evoluindo de um conceito que era entendido como um 
sistema de proposições rigorosamente demonstradas e imutáveis, para um 
processo contínuo de construção, onde não existe o pronto e o definitivo, “é uma 
busca constante de explicações e soluções e a reavaliação de seus resultados”. 
Este conceito ganhou força a partir do Século XVI, com Copérnico, Bacon, Galileu, 
Descartes, entre outros. 
Destacamos Galileu Galilei (1564-1642) que foi um matemático, físico, astrônomo e 
filósofo italiano. Fundamentou, cientificamente, a Teoria Heliocêntrica de Copérnico, 
contrariando a Teoria Geocêntrica, defendida pela Igreja. Inventou a luneta 
telescópica e, no seu livro Sidereu Nuncius, O Mensageiro das Estrelas (1610), 
descreveu o relevo da Lua, os quatro satélites de Júpiter e a constituição da Via 
 
 
 
 
 
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Láctea, sendo o primeiro homem, a ter esta visão cósmica por intermédio de um 
instrumento cientifico. Vale dizer, na atualidade, a Ciência, a Tecnologia e 
a Inovação e suas interações, tem sido objeto de estudo na busca pela 
compreensão e da forma de produção do Conhecimento e o uso da Informação em 
várias áreas de atuação, notadamente, na Ciência da Informação, bem como, no 
ambiente das Organizações Estatais e não Estatais. 
Já o Conhecimento Filosófico, é o que se aplica à descoberta das causas mais 
profundas, universais e mediatas das coisas. A ciência não é suficiente para explicar 
o sentido geral do Universo. Por isso, o homem busca essa explicação através da 
filosofia, estabelecendo uma concepção geral do mundo. A capacidade de reflexão 
mental do homem, dá origem ao conhecimento filosófico. Seu único instrumento é, 
pois, o raciocínio lógico. Procura interpretar a realidade, tendo como tema central, o 
homem e suas relações com o Universo. É através de seu raciocínio que ele 
ultrapassa os limites da Ciência, uma vez que, não há necessidade de comprovação 
concreta para a interpretação da realidade em sua totalidade. A concepção filosófica 
é especulativa e não oferece soluções definitivas para as várias questões. 
A Filosofia (do grego Φιλοσοφία, literalmente, amor à sabedoria). É o estudo de 
problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, 
aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. Ao abordar esses 
problemas, a filosofia se distingue da mitologia e da religião, por sua ênfase, 
em argumentos racionais; por outro lado, diferencia-se das pesquisas científicas, 
por, geralmente, não recorrer à procedimentos empíricos em suas investigações. 
Entre seus métodos, estão a argumentação lógica, a análise conceitual, 
as experiências do pensamento e outros métodos, a priori. 
O Conhecimento Religioso, a Religião, pode ser definida como um conjunto de 
crenças relacionadascom aquilo que a humanidade considera como metafísico, 
sobrenatural, divino, sagrado e transcendental, bem como, o conjunto de rituais e 
códigos morais, que derivam dessas crenças. O Conhecimento Religioso implica 
na crença de verdades obtidas de forma divina ou sobrenatural, e desta forma são 
geralmente infalíveis e, cujas evidências não podem ser comprovadas, sendo, 
 
 
 
 
 
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geralmente, relegadas à fé ou crença pessoal. Assim, o conhecimento religioso se 
baseia em dogmas que não podem ser refutadas, nem submetidas à análise 
científica. 
O Conhecimento Religioso ou Conhecimento Teológico (fruto da revelação da 
divindade) apoia-se na fé e tem sua origem nas revelações do sobrenatural. Na 
compreensão humana, essas manifestações são divinas e trazem a mensagem 
de um ser superior. Quantas autoridades divinas e invisíveis já são nomeadas por 
nós, exemplos: Buda, Maomé, Deus e Jesus Cristo. O conhecimento 
Teológico parte do princípio de que as manifestações, verdades e evidências 
sobrenaturais não são verificáveis e, por serem obra do criador divino, e conterem 
uma atitude implícita de fé, são infalíveis e indiscutíveis. 
O fundamento do Conhecimento Religioso é a fé, como já citado. Não é preciso ver 
para crer, e a crença ocorre mesmo que as evidências apontem no sentido 
contrário. As verdades religiosas são registradas em livros sagrados ou são 
reveladas por seres espirituais, por meio de alguns iluminados, santos ou profetas. 
Essas verdades são, quase sempre, definidas e não permitem revisões mediante 
reflexão ou experimentos. Portanto, o conhecimento religioso é um conhecimento 
mítico, dogmático ou ainda espiritual, apoia-se em doutrinas que 
contem proposições sagradas. O Conhecimento Religioso é revelado pela Fé divina 
ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende 
da formação moral das crenças de cada indivíduo. 
Alguns exemplos de Conhecimento Religioso ou Teológico são as Escrituras 
Sagradas, tais como a Bíblia, o Alcorão, a Sagrada Tradição, que reúne decisões de 
Concílios e Sínodos, as Encíclicas Papais, etc. Também podem ser incluídos 
como Conhecimento Teológico, os ensinamentos de grandes teólogos e mestres da 
Igreja, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. 
Dessa forma, a Hermenêutica é o ponto culminante do Conhecimento, que sugere a 
técnica individual, para a interpretação de um texto, seja qual for a área desse 
Conhecimento. A Hermenêutica é uma palavra com origem grega, e significa a arte 
ou técnica de interpretar e explicar um texto ou discurso. O seu sentido original 
 
 
 
 
 
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estava relacionado com a Bíblia, sendo que, neste caso, consistia na compreensão 
das Escrituras Sagradas, para compreender e entender o sentido das palavras de 
Deus. 
A Hermenêutica Jurídica é a interpretação dos enunciados normativos. Sua 
definição é a adequação da verdadeira coisa pensada com a coisa existente. A 
Hermenêutica estabeleceu-se como uma disciplina central, a partir do início do 
século XIX, quando se deu, a chamada virada hermenêutica no Conhecimento, ou 
seja, o Conhecimento passou a ser visto como dependente da interpretação e, 
consequentemente, da linguagem. 
2.2 - A Hermenêutica 
 
O conceito de Hermenêutica Jurídica é o ramo da Teoria da Geral do Direito, 
destinado ao estudo e ao desenvolvimento dos métodos e princípios da atividade de 
interpretação. A finalidade da Hermenêutica, enquanto domínio teórico, é 
proporcionar bases racionais e seguras, para uma interpretação dos enunciados 
normativos. 
Etimologicamente, o vocábulo hermenêutica é oriundo de Hermes. Na Grécia 
antiga, Hermes era um personagem mítico que, por sua capacidade de 
compreender e revelar, intermediava a mensagem dos deuses aos homens. Trata-
se, pois, de uma (inter) mediação. Dessa forma, a menos que se acredite na 
possibilidade de acesso direto às coisas (enfim, à essência das coisas), é ideia de 
Hermes que se localiza toda a complexidade do problema hermenêutica. Trata-se 
de traduzir linguagens e coisas atribuindo-lhes, determinados sentidos. 
A palavra hermenêutica deriva do grego hermeneuein, adquirindo vários significados 
ao longo da história. A palavra grega hermeneuein significa expressar, explicar, 
traduzir ou interpretar; hermeneia é interpretação e, assim, sucessivamente, muitas 
vezes, interpretação de uma mensagem sagrada. Platão, chamou os poetas 
de hermenes - intérpretes - dos deuses. Por ela, busca-se traduzir para 
uma linguagem acessível, aquilo que não é compreensível. Daí a ideia de Hermes, 
http://sescsp.uol.com.br/sesc/convivencia/oficina/livrovivo/interpretacao.htm
 
 
 
 
 
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um mensageiro divino, que transmite e, portanto, esclarece o conteúdo 
da mensagem dos deuses aos mortais. Ao realizar a tarefa de hermeneus, Hermes, 
tornou-se poderoso. Na verdade, nunca se soube o que os deuses disseram; só se 
soube o que Hermes disse acerca do que os deuses disseram. 
A Hermenêutica teve como finalidade inicial desvendar o sentido das mensagens 
bíblicas, sendo certo que os intérpretes das sagradas escrituras divergiam entre 
si sobre a melhor maneira de interpretá-la: de modo literal, moral, alegórico ou 
místico. Posteriormente, a hermenêutica passa ao âmbito jurídico, enquanto 
disciplina da Teoria do Direito. O objeto da hermenêutica é a interpretação. No 
sentido clássico, interpretar é atribuir o sentido e o alcance de um enunciado 
normativo. Assim, interpretar um texto legal ou constitucional, equivale a revelar, no 
contexto da resolução de um problema, o sentido da norma jurídica. 
A Hermenêutica Jurídica dedica-se, portanto, "à interpretação e ao entendimento 
das expressões e dos textos jurídico-normativos, seu sentido e seu valor", 
possibilitando que o Direito, seja um "Sistema Lógico Jurídico Interpretativo-
Argumentativo". Sentido e Valor, atribuem um significado ao texto jurídico. 
A Lógica é parte da Filosofia que trata das formas do pensamento em geral 
(dedução, indução, hipótese, inferência etc.) e das operações intelectuais que visam 
à determinação, do que é verdadeiro ou não, ou do que seja uma proposição válida 
ou inválida, no interior de um argumento. 
Já a Lógica jurídica é ligada à ideia que fazemos do Direito, e se adapta a ela. “Por 
essa razão, uma reflexão sobre a evolução do Direito, parece ser uma preliminar 
indispensável ao exame das técnicas de raciocínio, próprias desta disciplina, que os 
juristas qualificam tradicionalmente de Lógica Jurídica”. 
Quem "interpreta" entende, por um lado do prisma, o que quer dizer, vê o sentido e 
o valor do texto, de acordo com sua linguagem, seus próprios valores, suas próprias 
experiências. Desta forma, há de se aceitar que, a hermenêutica não é uma ciência 
objetiva, exata e absoluta. Nem o precisa ser. Diga-se, a Ciência do Direito constitui 
um conjunto ordenado e sistemático de princípios e regras que tem por tarefa, 
 
 
 
 
 
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definir e sistematizar o ordenamento jurídico (Direito Positivo ou Direito Posto, vale 
dizer, produzido pelo Estado). 
Assim, o Direito é também Argumentação. A interpretação hermenêutica visa 
a, preferencialmente, nutrir, a alimentar os profissionais jurídicos a formularem em 
uma arena legal, suas argumentações denunciativas, acusativas, defensivas, 
recursais e sentenciais. 
2.3 - Fontes do Direito 
 
Como Fontes do Direito temos a Lei, a Jurisprudência, a Doutrina, os Costumes e 
os Princípios Gerais do Direito. Como Princípios do Direito temos o Princípio da 
Razoabilidade, da Proporcionalidade, da Isonomia, da Taxatividade, da Boa Fé, da 
Dignidade Humana, entre outros. Como Sistema ao Direito, concorrerem 
outras Fontes e Princípios que precisam ser usados de forma razoável e coerente, 
de forma que, a Hermenêutica tem como objetivo, exatamente, proporcionar 
essa Razoabilidade, Coerênciae Harmonia, integrando as várias Fontes do Direito e 
aplicabilidade de seus Princípios. 
2.4 - A Interpretação da Lei 
 
A arte de interpretar as leis chama-se hermenêutica. O termo que vem de Hermes, o 
deus da Mitologia Grega, que corresponde a Mercúrio em Roma. Isto porque 
Hermes, como mensageiro do Olimpo, recebia mensagens cifradas e se incumbia 
de decifrá-las e transmiti-las. A arte ou a técnica de interpretar a norma jurídica é um 
desafio para o homem, e, notadamente, para os profissionais do Direito. Esta arte, 
ou técnica, denomina-se, Hermenêutica. 
A Hermenêutica Jurídica tem por objeto o estudo e a sistematização dos processos 
aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito. Ou 
seja, a Hermenêutica é a teoria científica da arte de interpretar. No festejado 
magistério do saudoso Carlos Maximiliano, nos ensina que: 
 
 
 
 
 
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Graças ao conhecimento dos princípios que determinam a correlação entre 
as leis dos diferentes tempos e lugares, sabe-se qual o complexo de regras 
em que se enquadra um caso concreto. Estrema-se do conjunto a que 
parece aplicável ao fato. O trabalho não está concluído. Toda lei é 
uma obra humana e aplicada por homens; portanto, imperfeita na forma e 
no fundo, e dará duvidosos resultados práticos, se não verificarem, como 
esmero o sentido e o alcance das suas prescrições. Incumbe ao intérprete 
àquela difícil tarefa. Procede à análise e também a reconstrução ou síntese. 
Examina o texto em si, o seu sentido, o significado de cada vocábulo. Faz 
depois obra de conjunto, compara-o com outros dispositivos da mesma lei, 
e com os de leis diversas, do país, ou de fora. Inquire qual o fim da inclusão 
da regra no texto, e examina este tendo em vista o objetivo da Lei toda e 
dos Direitos em geral. Determina por este processo o alcance da norma 
jurídica e, assim realiza, de modo completo, a obra moderna da 
hermenêutica. 
 
Sugere Maximiliano que o processo de interpretação não pode ser reduzido a uma 
simples descoberta do sentido desejado pelo autor da lei, mas, que, deve inserir-se 
no processo sociológico de adaptação do Direito, ao contexto social que permanece 
em constante mutação. Dessa forma, a interpretação não é vista por ele, nem como 
uma expressão da vontade do julgador, nem como um esclarecimento do 
pensamento do legislador, mas, como uma atividade executada de acordo com as 
necessidades sociais. 
Nesse sentido, sustenta que, sob qualquer dos seus aspectos, a interpretação é 
antes, sociológica, que individual, o que pode revelar, inexoravelmente, ter sido ele 
influenciado pelas Teorias Sociológicas, que haviam ganhado força no plano 
internacional de sua época. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 – A CIÊNCA DO DIREITO 
 
O Direito é uma ciência social e tem como objetivo, o estudo das normas que 
disciplinam a conduta do homem em sociedade, visando a harmonia do convívio e 
ao bem comum. Os romanos, que foram os maiores juristas da Antiguidade 
afirmavam: Ubi societas, ibi jus, o que quer dizer, “Onde houver sociedade, aí 
haverá Direito”. “A palavra Direito, bem como o próprio nome diz, no sentido amplo 
da Ciência do Direito, vem dos romanos antigos, e é a soma da 
palavra DIS (muito) + RECTUM (reto, justo, certo), ou seja, Direito, em sua origem, 
significa o que é muito justo, o que tem justiça. 
O Objetivo do Direito é o conjunto de normas que obrigam a pessoa à um 
comportamento coerente com a ordem social. “Por esse prisma, então, o Direito é 
norma de ação imposta ao homem e, à qual, este deve submeter-se até mediante 
coação do Estado. É o que se chama norma agendi (norma de agir) ou regra de 
ação”. 
O Direito Subjetivo, é o poder de ação. Diz, então, que, subjetivamente, o Direito é a 
faculdade de alguém fazer ou deixar de fazer alguma coisa, de acordo com a regra 
de ação, ou seja, de acordo com a norma. A esse poder de ação, a essa faculdade 
de agir, denomina-se facultas agendi (faculdade de agir). 
O Direito Objetivo, é o conjunto de normas que compõem o ordenamento jurídico de 
um país, e estabelecem as regras pelas quais se regem as condutas e as relações 
humanas no contexto social, por exemplo, o Código Civil Brasileiro. O conceito 
de Direito Objetivo começou a ser melhor desenvolvido a partir de juristas 
medievais, que utilizaram a expressão jus est norma agendi (O Direito é a norma de 
agir) para identificar o Direito enquanto regra, em contraponto à noção do Direito 
Subjetivo, de jus est facultas agendi ( O Direito é a faculdade de agir ) isto é, a 
faculdade de agir, derivada da regra jurídica, e que permite ao titular realizar 
determinado ato. 
 
 
 
 
 
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O Direito Positivo, considera-se Direito Positivo o direito temporal e espacial, ou 
seja, o conjunto de regras escritas ou costumeiras em vigor, num determinado país, 
e em certo período. A designação “Direito Positivo” vem da expressão latina jus in 
civitate positum (Direito nos Estados). 
O Direito Natural, considera-se Direito Natural o Ordenamento Supremo, ideal e 
constante, que determina o Direito Positivo. É o Direito pré-existente que se 
converte em Direito Positivo, ou serve para modificá-lo ou aperfeiçoá-lo. O filósofo 
Spinoza (1632-1677), entende por Direito Natural, o mesmo que as leis da natureza, 
“as regras, segundo as quais, se fazem todas as coisas”. 
O Direito Natural é a ideia universal de justiça. É o conjunto de normas e direitos 
que já nascem incorporados ao homem, como o direito à vida, a liberdade, 
a defesa e sua relação com o cosmos. Dessa forma, observando a natureza 
humana, verifica-se o que lhe é peculiar e essencial, que a razão induz aos 
princípios do Direito Natural. Durante muito tempo o pensamento 
jusnaturalista esteve mergulhado na Religião e concebido como de origem divina. 
Assim, aceito, o Direito Natural, seria uma revelação feita por Deus aos homens. 
Nesta perspectiva, o jurisconsulto holandês, Hugo Grócio (1583-1545), considerado 
“o pai do Direito Natural”, promoveu a laicização desse Direito. Cite-se a sua famosa 
frase que ressoa até os dias atuais: “O Direito Natural existiria mesmo que Deus não 
existisse ou que, existindo, não cuidasse dos assuntos humanos”. 
Numa concepção de evolução do Direito Natural, a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos de 1948, acaba por inovar o conceito de Direitos Humanos, ao 
introduzir a chamada concepção contemporânea de Direitos Humanos, a qual é 
marcada pela universalidade e indivisibilidade destes direitos. Assim, no inciso X, do 
art. 5º, da CF, trouxe como garantia fundamental, a inviolabilidade da intimidade, da 
vida privada, da honra e da imagem das pessoas, assegurado indenização, caso 
estes direitos tutelados pela Constituição Federal do Brasil, sejam violados. 
3.1- Ramos do Direito 
 
 
 
 
 
 
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4 - SISTEMAS INTERPRETATIVOS 
 
Os sistemas interpretativos são divididos em três grandes grupos ou fases: 
 Dogmático, Exegético ou Jurídico Tradicional; 
 Histórico-evolutivo; 
 Livre pesquisa ou livre criação do Direito. 
4.1 - Sistema Dogmático Exegético ou Jurídico Tradicional 
 
Considera-se somente a Lei. Tem-se a ideia de que esta é clara e exprime 
precisamente a vontade do legislador. O intérprete não pode achar um significado, 
senão, o expresso no texto legal, tornando-se assim, seu escravo, tendo que aceitar 
 
 
 
 
 
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a norma, tal como está feita, e não a corrigir, a pretexto de interpretá-la. Há duas 
subdivisões: 
 Extremada: Prima-se a lei como clara, exprimindo precisamente tudo aquilo 
que o legislador logrou em pensar. Para Laurent a letra é “a fórmula do 
pensamento” e “dizer que esse pensamento será outro que não aquele 
expresso no texto claro e formal, é acusar o legislador de uma leviandade 
que não se lhe pode imputar. Moderada: Trata-se de linha dogmática, no entanto, traz algumas regras de 
interpretação, demonstrando-se menos aguda do que a corrente extremada. 
Admite-se, em casos duvidosos, a interpretação sistemática, consulta às 
fontes que propiciaram o texto ao legislador, o exame dos trabalhos 
preparatórios, ponderação das consequências das interpretações possíveis 
e, finalmente, a indagação do espírito da lei. 
4.2 - Sistema Histórico Evolutivo 
 
Mais flexível que o Sistema Dogmático Exegético, admite uma interpretação ampla, 
preconizando às necessidades sociais. É realizada através da aplicação de métodos 
para corrigir as imperfeições da lei. Reconhece-se que há nesta, vícios, que devem 
ser corrigidos pelo aplicador. 
Esse Sistema distingue os quatro elementos básicos da interpretação (gramatical, 
lógico, histórico e sistemático), dizendo estes não ser quatro espécies distintas de 
interpretação, mas, operações que devem atuar em conjunto. Nesse sentindo, 
visando atingir o verdadeiro significado da norma, o aplicador do Direito, não se 
baseia apenas na letra da lei, mas, em uma série de fatores, que podem ter se 
modificado quando da sua criação. 
Interpretação Gramatical, é a interpretação que, hoje em dia, leva em consideração 
o alcance das expressões de cada uma das palavras do texto legal. Durante muito 
tempo, no Direito Romano, foi concebido como o único método aceitável à aplicação 
do Direito, ficando vedado ao intérprete dar qualquer outro significado ao preceito 
 
 
 
 
 
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legal, senão, o que estava expresso na norma. Atualmente, esse método de 
interpretação, somente é tomado como ponto de partida, pois, analisado sozinho, é 
insuficiente para chegar-se a um resultado conclusivo. Para se ter uma eficiente 
aplicação do Direito, o método gramatical deve ser aplicado em articulação com 
outros elementos. 
A Interpretação Lógica, considera a conexão dos vários sentidos das locuções, 
expressões e orações do direito. Para haver lógica, deve haver conexão e sentido 
entre as expressões de todo o ordenamento. Quase sempre esse método toma 
posse do gramatical. 
Interpretação histórica, é um método de interpretação fundamental, pois leva em 
conta o meio e o momento em que a norma foi criada. Nesse caso, o aplicador 
indaga as condições da elaboração desta, objetivando avaliar o contexto no 
momento da criação. Em outras palavras, ocupa-se da razão de ser da lei. A 
interpretação histórica “é aquela que indaga das condições de meio e momento da 
elaboração da norma legal, bem assim, das causas pretéritas da solução dada pelo 
legislador. 
Interpretação Sistemática, a norma deve apresentar uma perfeita ressonância e 
conexão com o instituto em que se encontra, estabelecendo a efetiva harmonia com 
os vários sistemas e institutos contidos no ordenamento. Como já mencionado 
devem ser aplicados todos os métodos expostos, de maneira conjunta, e não 
analisar determinado caso, adequando somente um ou outro. Entretanto, será difícil 
para o aplicador se valer de todos os meios para o alcance da expressão. Porém, 
para uma real extração da essência, deve-se buscar utilizar todos, mesmo que não 
se consiga aplicá-los em unidade. 
4.3 - Sistema da Livre Pesquisa do Direito 
 
Denominado de Sistema da Livre Formação do Direito encontra o mesmo 
fundamento do Sistema Histórico Evolutivo, que é, remediar os males do 
dogmatismo jurídico, estabelecendo-se a diferença nos meios em que se valem. A 
 
 
 
 
 
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Escola do Sistema Histórico Evolutivo cinge-se, à influência mesológica, ou 
seja, contenta-se com a contemplação do mundo exterior, não alcançando o mundo 
interior do julgador e seu sentimento frente à situação. Já o Sistema da Livre 
Pesquisa tem uma amplitude de vista mais dilatada e considera, ao lado da lei 
estatal, outras fontes jurídicas dotadas de vida autônoma, cedendo lugar à um novo 
direito que, para os extremados, pode sobrepor-se ou mesmo contrapor-se às 
disposições legais. 
Há, nesse sentido duas atitudes bem distintas em meio aos propugnadores de livre 
pesquisa, que se poderia chamar de romântica e a propriamente científica. 
 Na primeira, os magistrados, em suas sentenças, procediam de total liberação às 
peias legais, tendo em suas decisões, uma coloração das suas próprias ideias 
políticas ou cunho dos seus pendores sentimentais. Já, a segunda, prevalece de 
uma orientação totalmente científica, norteando-se o aplicador, pelos princípios 
fundamentais do Direito. 
 
5 - AS ESCOLAS HERMENÊUTICAS 
 
As Escolas de Interpretação, as denominadas Escolas de Interpretação ou Sistemas 
Hermenêuticos, são correntes de pensamentos que surgiram no Século XIX, em 
virtude do surgimento das grandes codificações, e dominaram, teoricamente, certas 
épocas, procurando estabelecer a forma ideal de relacionamento entre a norma e 
seu aplicador, tentando determinar, quais seriam as interpretações possíveis, e qual 
o grau de liberdade a ser conferida ao juiz. 
Alguns autores preferem simplesmente dividir as Escolas de Interpretação em duas 
grandes vertentes. As que seguem as chamadas Teorias Subjetivistas, consistente 
em interpretar e aplicar a lei, conforme o pensamento e a vontade do legislador, e 
das chamadas Teorias Objetivistas, que consistem em interpretar a lei por ela 
mesma, abstraindo-se da figura do legislador, baseando-se em critérios puramente 
objetivos. Entretanto, o entendimento moderno deve superar ideias maniqueístas 
 
 
 
 
 
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para estabelecer que, é possível utilizar o que há de melhor em cada um desses 
pontos de vista, a fim de se chegar a um resultado mais adequado às exigências 
sociais. Maniqueístas, são pessoas que se comportam como se somente elas 
estivessem com a verdade. Os outros e suas opiniões, não são válidos ou não têm 
significado para ela. Destacamos as quatro principais Escolas, que se diferenciaram 
pela maior ou menor interferência positivista. 
 Escola da Exegese ou Dogmática: 
 A ideia principal dos juristas dessa Escola consiste no fato de que o intérprete deve 
apenas buscar a chamada mens legislatoris, ou seja, a vontade do legislador, o que 
ele queria dizer ao elaborar a lei. Desse modo, não importará se a sociedade mudou 
ou evoluiu, a interpretação será sempre aquela voltada ao passado, à época da 
elaboração da norma. Por essa razão, o método utilizado era normalmente o 
gramatical ou literal, pois, para esses teóricos as palavras carregavam a vontade 
originária do legislador. 
Essa Escola não aceitava quaisquer outras fontes, senão, a própria lei, e esta 
representava todo o Direito existente. Havia o endeusamento das codificações que 
eram consideradas obras perfeitas e completas, não se aventando a possibilidade 
de lacunas ou a atividade criativa da jurisprudência. O inconveniente óbvio dessa 
ideia, é o de que o Direito, nem sempre acompanha a sociedade, que está em 
constante evolução, fazendo com que as normas se tornem, muitas vezes, 
obsoletas e arcaicas, presas ao tempo de sua criação. 
Ademais, a ideia de encontrar a vontade do legislador é completamente 
inadequada pelo fato de que a norma, não é produto de uma única vontade, mas 
sim, de muitas vontades políticas conjugadas, o que, muitas vezes é resultado de 
diversos debates e disputas partidárias; há, ainda, a possibilidade nada remota, do 
nosso legislador usar um termo inadequado ou equivocado. 
A ascensão da Escola da Exegese no início do século XIX, é explicável pelo 
momento histórico, pois, não podemos nos esquecer que ela surge com o Código 
de Napoleão, que, como qualquer Código, foi inicialmente considerado obra 
 
 
 
 
 
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irretocável. Além do que, a burguesia, já então, classe dominante, vinha de um 
período de sofrimento, muitas vezes, perpetrado pelo arbítrio judicial, razão pela 
qual, levavam às últimas consequências, a Teoriada Separação dos Poderes, e 
achavam que, se o juiz tivesse liberdade para interpretar, a tirania, poderia retornar, 
por isso, faziam do magistrado, um vassalo do legislador. Atualmente essa Escola é 
relegada a um valor meramente histórico, tendo em vista, a impossibilidade de 
aplicação de seus princípios por demais rígidos e intolerantes. 
 Escola Histórico-Evolutiva: 
Essa Escola, desenvolvida no final do Século XIX, quando se verificou a 
impossibilidade de as leis, por si só, acompanharem a sociedade, razão pela qual se 
passou a ver como imprescindível a atuação do magistrado auxiliando o 
legislador, adaptando a norma, aos novos tempos. Para essa Escola, a lei, ao 
contrário do que pensavam os exegetas, toma vida própria e se liberta totalmente do 
legislador. Assim, deixa-se de buscar a mens legislatoris (pensamento do 
legislador), para se buscar a mens legis (o espírito da lei) que é a vontade autônoma 
da própria lei, extraída pelo aplicador em qualquer tempo. 
Montesquieu é um dos grandes filósofos do Século XVIII. Pensador iluminista, 
deixou grande herança por meio de suas obras. Na obra “Do Espírito das Leis”, o 
autor expõe uma política essencialmente racionalista, caracterizada pela busca de 
um equilíbrio entre a autoridade do Poder e a liberdade do cidadão. A separação do 
Poder entre Executivo, Legislativo e Judiciário, surgiria da necessidade de o Poder 
deter o próprio Poder, evitando, assim, o abuso da autoridade. A liberdade do 
cidadão é um dos pontos principais da obra deste iluminista. Para Montesquieu, as 
leis não seriam resultados da arbitrariedade dos homens, elas surgem de acordo 
com a necessidade e derivam das relações necessárias da natureza das coisas. 
Assim o que interessa não é mais “o que o legislador queria no momento da 
elaboração”, mas sim “o que ele iria querer se vivesse no momento e contexto 
atuais.” A ideia principal era adaptar a velha lei aos tempos novos, “dando vida aos 
Códigos” 
 
 
 
 
 
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Ressalte-se que o intérprete não tem qualquer poder inventivo ou integrador, 
devendo manter-se no âmbito do texto legal, pois, essa Escola Histórico-
Evolutiva também não admitia, assim como a Escola da Exegese, que o Sistema 
Jurídico fosse omisso, não fazendo, portanto, quaisquer referências às lacunas. 
 Escola da Livre Investigação Científica: 
Para essa Escola, também deve ocorrer a busca da mens legislatoris (pensamento 
do legislador), ou seja, a procura da vontade do legislador. Tanto assim que há a 
investigação da chamada “occasio legis” (ocasião da lei), que é o conjunto de fatos 
que acarretaram a criação da norma, ou como registrou Carlos Maximiliano, é “o 
complexo de circunstâncias específicas atinentes ao objeto da norma, que 
constituíram o impulso exterior à emanação do texto; causas mediatas e 
imediatas, razão política e jurídica, fundamento dos dispositivos, necessidades que 
levaram a promulgá-los; fatos contemporâneos da elaboração; momento histórico, 
ambiente social, condições culturais e psicológicas sob as quais a lei surgiu e que 
diretamente contribuíram para a promulgação; conjunto de motivos ocasionais que 
serviram de justificação ou pretexto para regular a hipótese; enfim, o mal que se 
pretendeu corrigir e o modo pelo qual se projetou remediá-lo, ou melhor, as relações 
de fato que o legislador quis organizar juridicamente.” 
Entretanto, apesar de se preocupar com a “vontade do legislador” essa Escola da 
Livre Investigação Científica se diferencia da Escola Dogmática por admitir que a lei, 
tem limites impostos pelo tempo e, que, nesses casos, o intérprete não deve “forçar” 
o entendimento da norma, mas sim, admitir que há uma lacuna que deverá ser 
integrada. Portanto, essa Escola tem também o diferencial de aceitar outras fontes 
que não só a lei. 
Ressalte-se, porém, que o intérprete não tinha o condão de contrariar o texto legal, 
mas tão só, explicá-lo ou integrá-lo (completá-lo), quando necessário. A livre 
investigação só teria cabimento no caso de lacuna das fontes formais do Direito, e 
não, quando a norma fosse considerada injusta. 
 
 
 
 
 
 
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 Escola do Direito Livre: 
Para essa Escola, ou melhor, essa corrente interpretativa nascida na Alemanha, no 
final do século XIX, no pensamento de François Geny e também, de Eugen Ehrlich, 
desenvolvendo-se no sentido de garantir ao juiz, a função criadora sempre que não 
se depare com preceito legal específico à situação concreta, sendo que o objetivo 
único do Direito é a Justiça e, portanto, haja, ou não, uma lei escrita, o magistrado 
estará autorizado a se nortear por essa finalidade maior. Assim, defende-se até 
mesmo a decisão contra legem, nos casos em que o juiz reputar necessário. A 
grande máxima alardeada por essa Escola é “fiat justitia, pereat mundus” (faça-se 
justiça, ainda que o mundo pereça). 
A Escola do Direito Livre apresentou duas tendências principais A moderada, que 
preceitua a atividade criadora do juiz, apenas na hipótese de lacuna e, a mais 
radical, que defende que essa atividade criadora, pode se dar quando uma norma 
for considerada injusta. 
Esta última facção mais radical foi a que se tornou mais conhecida, tendo como 
representante maior, o jurista alemão, Hermann U. Kantorowicz (1877-1940), com a 
publicação do livro Der Kampf um die Rechtswissenschaft (A Luta pela Ciência do 
Direito), e assim, sustentava que, "se o texto da lei tem um único sentido e sua 
aplicação está em harmonia com o sentimento da comunidade, o juiz deve utilizá-lo, 
devendo deixá-lo de lado, se for de interpretação duvidosa, ou se sua convicção, 
levá-lo à conclusão de que o legislador não teve em mente, a hipótese surgida com 
o caso concreto". 
Ao deixar de lado o texto legal, segundo essa teoria mais exacerbada, o juiz 
decidiria como se fosse o legislador, do modo como acredita que teria sido feita a 
norma para aquele caso concreto. Em última hipótese, o juiz recorreria ao 
“sentimento da comunidade”, representado pelas convicções predominantes em 
certo tempo e lugar sobre aquilo que é justo. 
O Direito Livre fixou a sua atenção no papel do juiz, colocando sobre seus ombros a 
responsabilidade de realizar justiça, teve seu aspecto positivo na medida em que 
 
 
 
 
 
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ressaltou a importância da atuação jurisdicional para o Direito e, a partir do 
momento em que colocou em foco a questão da Justiça. Entretanto, como é 
facilmente verificável, essa Escola peca por ser tão radical, quanto a Escola 
exegética, e sua maior crítica, refere-se a excessiva liberdade conferida ao juiz, que 
pode fazer com que este, se deixe levar por sentimentalismos, passando a julgar 
com “intuição” e não com argumentos sólidos, o que abalaria um dos nossos 
princípios jurídicos mais importantes que é a segurança jurídica, constituindo uma 
ameaça à ordem jurídica vigente e um convite ao arbítrio. 
6 - NOÇÕES GERAIS DE APLICAÇÃO OU INTEGRAÇÃO 
 
Conceito de aplicação ou integração, ao aplicar a lei, o intérprete faz com que, de 
princípio puramente ético, a lei passe a integrar-se na realidade dos fatos sócio 
jurídicos. A Aplicação ou Integração do Direito consiste no enquadramento de um 
caso concreto em norma jurídica adequada. Estabelecida esta norma jurídica, e 
tendo incidido, em meio à vida real, algum problema com ela, relacionado à solução 
a ser dada, encerra três fases distintas. Concerne ao conhecimento da 
hermenêutica, isto é, do conjunto de regras que norteiam a arte de averiguar o 
Direito contido nas leis e nas demais formas de que o mesmo se reveste; respeita 
a utilização dessas regras, com referências ao conhecimento da norma que se 
tenha em vista, fase esta da mera interpretação do Direito; E, a fase final da 
integração dos resultados do trabalho interpretativo, no caso concreto, com fito de 
lhe dar a melhor solução jurídica. 
Havendo lei expressa a respeito,o problema não oferece maior dificuldade e sendo 
o assunto não previsto em lei, três são as principais orientações: 
 Diante da lei omissa ou obscura, o juiz deverá simplesmente declarar o autor 
carecedor de direito, por falta de fundamento; 
 O juiz deverá remeter o caso à autoridade competente para fazer leis, 
solicitando a elaboração da norma aplicável; 
 O juiz deverá julgar o pedido com base nos recursos supletivos para o 
conhecimento do direito, já enumerados em lei, já consagrados pela doutrina. 
 
 
 
 
 
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7 - MEIOS ESPECIAIS DE INTEGRAÇÃO; ANALOGIA 
 
É a aplicação de um conjunto de princípios jurídicos que a lei estabelece, para certo 
fato, a outro fato não regulado, mas, juridicamente semelhante ao primeiro. Casos 
análogos já regulados, por um processo de abstração, extrai-se a regra que vale 
para aqueles, alargando-a até compreender os casos não previstos que 
apresentem, no entanto, a mesma essência jurídica. 
No âmbito jurídico, a analogia é, portanto, um método de integração das lacunas da 
lei. Ocorre analogia quando é feita uma comparação entre casos diferentes, mas, 
com um problema parecido para surgir a mesma resposta. A analogia tem como 
base o princípio da igualdade jurídica, e também afirma que deve haver a mesma 
solução para a mesma infração ou razão da lei. 
A analogia não se confunde com a indução, nem com a interpretação entre a 
analogia e a indução. Vale ressaltar que esta (indução) consiste em estender, em 
generalizar para todos os casos da mesma natureza, aquilo que é válido para um só 
deles, ao passo que a primeira (analogia) se limita a estender o que é válido para 
certo caso a outro que lhe seja similar. 
A interpretação extensiva não faz, senão, reconstruir a vontade legislativa existente 
para a relação jurídica que só, por inexata formulação, parece, à primeira vista, 
excluída, enquanto a analogia, se encontra em presença de uma lacuna, de um 
caso não previsto, e procura superá-la através de casos afins. 
Ha possibilidade de duas modalidades de analogia: a legal e a jurídica, a saber: 
 A analogia legal (legis) é aquela que extrai a igualdade de tratamento para 
certo caso de uma norma legislativa existente para outro similar; 
 A analogia jurídica (iuris), em verdade, não raro se serve dos princípios 
gerais do Direito, mas, cumpre atentar para o fato de que é perfeitamente 
possível, aplicar esses princípios ao caso concreto, por via direta, sem 
necessidade da utilização do processo analógico. 
 
 
 
 
 
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Não é admissível a analogia em dois casos: 
 no das leis de caráter criminal, exceto as hipóteses em que a analogia 
beneficie o réu; 
 nas de ius singulare, (lei singular) cujo caráter excepcional, conforme 
a communis opinio doctorum, (opinião comum dos doutores), não comportar 
a decisão de semelhante a semelhante. 
8 - MEIOS ESPECIAIS DE INTEGRAÇÃO- COSTUME 
 
Na falta de outras normas, portanto, sem situações análogas, o juiz buscará decidir 
o direito conforme os costumes da região. O costume no Direito é considerado uma 
norma aceita como obrigatória pela consciência do povo, sem que o Poder Público a 
tenha estabelecido. O costume jurídico é norma jurídica obrigatória, imposta ao 
setor da realidade que regula, possível de imposição pela autoridade pública e, em 
especial, pelo Poder Judiciário. Nesse sentido, o costume de um dado povo, é fonte 
do direito, pois, pode ser aplicado pelo Poder Judiciário, uma vez que, o 
próprio costume constitui uma imposição da sociedade. 
O Direito Costumeiro possui dois requisitos: o subjetivo e o objetivo. O primeiro 
(subjetivo) corresponde ao “opinio necessitatis”, a crença na obrigatoriedade, isto é, 
a crença que, em caso de descumprimento, incide sanção. O segundo (objetivo) 
corresponde à “diuturnidade”, isto é, a simples constância do ato. 
O nosso Direito não encontra no costume a sua principal fonte, mas, sim, na lei. A 
tradição jurídica remonta ao Direito Romano, da mesma forma como ocorre em 
quase todos os povos do Ocidente, como por exemplo, a França, Itália, Espanha 
Portugal, Alemanha, Bélgica e outros. A base do Direito destes países é a Lei 
escrita e não o costume. Registre-se que o Sistema Romano-germânico ou também 
conhecido como Civil Law, é o Sistema Jurídico mais disseminado no mundo, 
baseado no Direito Romano, utilizado também pelo Brasil, e se fundamenta 
na Lei, como a principal fonte do Direito. 
 
 
 
 
 
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Entretanto, na Grã Bretanha e nos Estados Unidos da América, tem como fonte do 
seu Direito, o Costume e na jurisprudência, firmado pelas decisões das Cortes de 
Justiça. O Direito destes dois países é conhecido como Direito Consuetudinário (que 
vem do latim consuetudo e quer dizer costume) ou Direito Comum, ou ainda, como 
o Sistema Jurídico dos países da Common Law. 
Assim, os Costumes são normas que não provêm da atividade legislativa ou das 
autoridades políticas, mas, da consolidação dos usos tradicionais de um povo ou de 
uma comunidade. 
No Direito existem três tipos de costumes, sendo eles: 
 Costumes Secundum legem (De acordo com os costumes da Lei): sua 
utilização encontra amparo na lei. Quando não há acordo entre as partes em 
um processo judicial, o juiz poderá decidir com base neste tipo de costume; 
 Costumes Praeter legem (Costumes não abrangido pela Lei): se utiliza 
quando não há previsão legal. O jurista resolve a lacuna que há na legislação 
por meio da aplicação deste tipo de costume; 
 Costumes Contra legem (Costumes contra a Lei): este se classifica como 
contrário a lei. Trata-se de prática realizada pela sociedade como nova forma 
de conduta, porém que contradizem a lei, no entanto são recorrentes quando 
a aplicação da lei em desuso. 
Como exemplo de Costume, pode-se citar: 
 respeitar a fila, não é um mero hábito, pois, há uma norma social que exige 
de todos respeitem essa conduta. Quando alguém fura uma fila, todos 
compreendem que não se trata apenas de romper um padrão usual de 
conduta, mas, que existe o descumprimento de uma obrigação; 
 união Estável, que surgiu da observação de que na sociedade brasileira 
existe um grande número de famílias que se formam a partir da união do 
homem e da mulher, fora do matrimônio. E, como o Direito estuda os 
 
 
 
 
 
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fenômenos sociais ocorridos com frequência na sociedade, obrigou o 
legislador a elaborar a Lei do Concubinato, conforme disposição do art. 1.726 
e 1.727, do Código Civil Brasileiro; 
 cheque pós-datado, vulgarmente conhecido como pré-datado. O costume, 
neste caso, descaracterizou o cheque como ordem de pagamento à vista, e o 
Poder Judiciário não pôde deixar de conhecer deste fenômeno imposto pela 
grande maioria das pessoas em seus atos de comércio. Pode-se dizer que o 
uso e o costume de emitir cheque pós-datado criou o instituto do cheque 
como promessa de pagamento, diferente do regulamento legal, que é a 
ordem de pagamento à vista. 
9 - MEIOS ESPECIAIS DE INTEGRAÇÃO- PRINCÍPIOS GERAIS DE 
DIREITO 
 
Princípios do Direito, são postulados que se encontram implícita ou explicitamente 
no sistema jurídico, contendo um conjunto de regras. Quando a Analogia e 
o Costume falham no preenchimento da lacuna, o magistrado supre a deficiência da 
ordem jurídica, adotando os Princípios Gerais do Direito, que, às vezes, são 
cânones (regras ou preceitos) que não foram ditados, explicitamente, pelo 
elaborador da norma, mas, que estão contidos de forma imanente no ordenamento 
jurídico. Entende-se, então, que os princípios gerais de direito são a última 
salvaguarda do intérprete, pois, este precisa se socorrer deles para integrar o fato 
ao Sistema. 
Entende-se por Princípios Gerais do Direito as exigências do ideal de justiça a ser 
concretizado na aplicação do Direito, entre as quais, podem ser destacadas, como 
a equidade, que devedosar a decisão, a ética, a moral, a solidariedade humana, 
a dignidade da pessoa, aos fins sociais da norma legal, na sua aplicação de 
determinada causa, e aos demais atributos que vigore no Ordenamento Jurídico. 
E bem verdade que a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, (LINDB), 
aprovada pelo Decreto-Lei nº 4.657, de 04/09/1942, estabelece no seu art. 4º, que, 
 
 
 
 
 
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quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, 
os costumes e os princípios gerais de direito. A rigor, a jurisprudência não se 
configura como norma obrigatória, prevista na LINDB, mas, apenas, indica o 
caminho predominante em que os Tribunais entendem de aplicar a lei, suprindo, 
inclusive, eventuais lacunas desta última. Por exemplo, o que diz respeito à justa 
causa, a interpretação que se dá a cada caso, constitui valiosa forma de auxílio na 
análise do tema, pois, a lei não esclarece como é que se verifica a falta grave 
praticada pelo empregado. 
Para a Teoria Clássica, a jurisdição é ato de mera aplicação do Direito e o juiz é 
escravo da lei, dela não se podendo afastar. Cabe-lhe aplicá-la tal como está 
redigida, e, assim, o magistrado é uma “máquina de subsumir”. 
 Para Giuseppe Chiovenda (1872-1937, jurista italiano, 
a jurisdição é a função do Estado que tem por escopo a atuação 
da vontade concreta da lei, por meio da substituição, pela atividade de 
órgãos públicos, da atividade de particulares ou de outros órgãos públicos, 
já no afirmar a existência da vontade da lei, já no afirmar de torná-la, 
praticamente, efetiva. 
A definição de Giuseppe Chiovenda pressupõe que a lei, é a norma que rege toda a 
realidade fática, incumbindo, assim, ao Estado, exercer a função jurisdicional de 
forma restrita à atividade material do direito positivo. Vislumbra-se, portanto, que o 
exercício da jurisdição pelo Estado está delimitado a efetivar o que determina a lei e, 
por assim, dizer, declarar direitos já existentes. 
Em outra perspectiva, Francesco Carnelutti (1879-1965), jurista italiano, criador 
da Teoria da Lide como centro do sistema processual, sustenta que a lide tem 
origem quando o conflito de interesses, resultante do concurso pelo mesmo bem 
não se resolve de forma natural entre as partes. Neste caso, ambas as partes 
resistirão pretensão adversa, de modo que caberá ao Estado-juiz, detentor do 
poder-dever de jurisdição, dirimir tais conflitos e declarar direitos. Por esta razão, 
Carnelutti sustenta que a jurisdição é “uma função de busca da justa composição da 
lide”. 
 
 
 
 
 
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Dessa Teoria, resulta que o juiz não pode ser elevado a órgão ordenador da ordem 
social, e a jurisprudência, a rigor, não pode ser identificada como fonte do direito. O 
juiz é mero intermediário que faz a passagem do texto legal para o caso concreto, e 
não será considerado como investido de um poder político e, por tal consequência, 
seria inadequado falar-se em Poder Judiciário, sendo mais próprio, entender a 
atividade judiciária, como função de serviço. 
Geraldo Ataliba (1936-1995) foi Professor titular da Faculdade de Direito da 
Universidade de São Paulo - USP, e da Pontífica Universidade São Paulo, PUCSP, 
e afirmava que os princípios são as linhas mestras, os grandes nortes, as diretrizes 
magnas do sistema. Apontam os rumos a serem seguidos por toda a sociedade e 
obrigatoriamente perseguidos pelos órgãos do Governo (poderes constituídos). Eles 
expressam a substância última do querer popular, seus objetivos e desígnios, as 
linhas mestras da legislação, da Administração e da Jurisdição. Por estas não 
podem ser contrariados; tem que ser prestigiados até as últimas consequências. 
José Joaquim Gomes Canotilho (1941), jurista portugues, Professor catedrático da 
Faculdade de Direito de Coimbra, Portugal, e Professor visitante da Faculdade de 
Direito da Universidade de Macau, nos ensina que os princípios são normas 
compatíveis com vários graus de concretização, conforme os condicionalismos 
fáticos e jurídicos, enquanto que as regras impõem, permitem ou proíbem uma 
conduta, de forma imperativa, que é ou não cumprida. No caso de conflito, os 
princípios podem ser harmonizados, pesados conforme seu peso e seu valor em 
relação a outros princípios. Já as regras, se têm validade, devem ser cumpridas 
exatamente como prescritas, pois não permitem ponderações. Se não estão 
corretas, devem ser alteradas. Isso demonstra que a convivência dos princípios é 
conflitual - coexistem -, enquanto a das regras é antinômica – excluem-se. 
Sustenta ainda Canotilho, que a existência de regras e princípios permitem a 
compreensão do Direito Constitucional, como um Sistema aberto. Se o modelo 
jurídico estivesse formado apenas por regras, estaríamos restritos a um Sistema 
fechado, com uma disciplina legal exaustiva de todas as situações, alcançando a 
segurança, mas, impedindo que novas situações fossem abarcadas pelo Sistema. 
 
 
 
 
 
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Por outro lado, a adoção somente de princípios seria impossível, pois, diante de tal 
indeterminação (sem a existência de regras precisas), o Sistema mostrar-se-ia 
“falho de segurança jurídica e, tendencialmente, incapaz de reduzir a complexidade 
do próprio sistema”. 
Os Princípios apresentam a dimensão de peso ou importância, não sendo lógico 
falar em validade. Dentre os princípios aplicáveis ao caso concreto, será eleito 
aquele que apresentar maior peso relativo aos demais em face da situação 
analisada. Nesse contexto, faz sentido o questionamento: qual princípio é mais 
importante nesse caso? Assim, será escolhido aquele que for eleito como 
sendo mais relevante. O princípio eventualmente deixado de lado continuará 
existindo e poderá ser evocado em outro momento, sem qualquer tipo de 
consequência a sua existência. 
Todos os princípios, a priori, têm o mesmo valor e peso. Na hipótese de dois ou 
mais princípios colidirem, deve ser ponderado no caso concreto qual o princípio que 
deve prevalecer para fazer Justiça. Não se resolve o conflito eliminando um dos 
princípios, do rol dos princípios. Também não se estabelece uma regra geral pela 
qual um princípio prevalece diante de outro, e, tampouco, se estabelece uma regra 
de exceção, pela qual, em tese, um princípio prevalece, mas, que, em certos casos, 
pode prevalecer o outro. Assim, a rigor, não existe uma precedência absoluta de um 
princípio diante de outro, mas uma precedência condicionada. 
Robert Alexy (1945), que é um dos mais influentes filósofos alemães 
contemporâneos na Ciência do Direito, Professor da Universidade de Kiel, 
Alemanha, afirma que a solução da colisão consiste antes em que, tendo em conta 
as circunstâncias do caso, se estabelece uma relação de precedência condicionada 
entre os princípios. A determinação da relação de precedência condicionada 
consiste em que, tomando em conta o caso, se indicam as condições sob quais, um 
princípio precede ao outro. Sob outras condições a questão da precedência pode 
ser solucionada da forma inversa. A colisão pode ser pela ponderação no caso 
concreto, mas a lei da colisão, elaborada por Alexy, sustenta que se as condições 
em dois casos diferentes são iguais, deve prevalecer em ambos os casos o mesmo 
 
 
 
 
 
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35 
Princípio. Porém se as condições concretas são diferentes pode prevalecer no 
conflito dos mesmos princípios, o outro princípio. Assim a solução da colisão de 
princípios se dá no caso concreto mediante a ponderação. Para avaliar, qual 
princípio é, no caso concreto, o mais justo utiliza-se, para tanto, o princípio da 
proporcionalidade, como critério da ponderação. 
Dessa forma, afirma o jurista que na colisão de princípios se pondera os princípios 
em colisão. No caso concreto será analisado se a aplicação de ambos os princípios 
é adequada e necessária, e se realmente for, será analisada, a proporcionalidade 
emsentido estrito. 
Na mesma linha, Ronald Dworkin (1931-2013) que foi um Filósofo do Direito norte 
americano e Professor na University College London e na New York School Of Law, 
ensina que quando dois princípios entram em colisão, ganha aplicação aquele 
princípio que, pelas circunstâncias concretas do caso, mereça primazia sem que 
isso importe na invalidade do princípio oposto. Diversamente, se duas regras entram 
em conflito, afirma Dworkin, uma delas definitivamente não pode ser considerada 
válida. A colisão dos princípios, portanto, segundo Dworkin, resolve-se na dimensão 
de peso; já o conflito entre regras resolve-se no plano da validade. 
Os princípios, conforme Dworkin, apenas contêm motivos que falam a favor de uma 
decisão, de tal forma que, num caso concreto, apresentando-se um princípio que 
exija aplicação, podem existir outros princípios que, colocando-se numa posição 
contrária, por circunstâncias específicas do caso, acabem tendo maior peso ou 
primazia sobre aquele primeiro princípio e, afastando-o, ganhem aplicação. De toda 
forma, completa Dworkin, isso não significa que o princípio preterido não mais 
pertença ao Sistema jurídico, pois, em um próximo caso, ou por já não existirem 
aquelas circunstâncias contrárias, ou por terem perdido o seu peso, o princípio 
anteriormente preterido pode tornar-se decisivo para o caso e, então, ganhar 
primazia sobre os princípios que lhe eram contrários. 
Dessa forma, dado a importância dos princípios que regem a Ciência do Direito, 
conforme Ataliba, seja pelo princípio de proporcionalidade como critério de 
ponderação defendido por Alexy, seja pelo critério de seu peso e seu valor em 
 
 
 
 
 
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relação a outros princípios, defendida por Canotilho e Dworkin, fato é, que, 
na ocorrência do conflito entre regras, ou entre outro princípio com os princípios 
que regem a Administração Pública, previstos no art. 37, da Constituição 
Federal, acreditamos devam prevalecer estes últimos. 
Por essa razão, considerando que a Constituição Federal é a fonte de todo o 
Ordenamento Jurídico Brasileiro, e uma vez observado o critério de peso, 
entendemos que não remanescem dúvidas que os princípios constitucionais 
prevalecem em relação a outros Princípios do Direito, razão pela qual, no seu 
pautar, a Administração Pública não pode realizar atos que não estejam amparados 
em lei, resultante do devido processo legislativo, em homenagem ao estado de 
direito, consignado no art. 5º, II, da Constituição Federal. 
É bem verdade que a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, (LINDB), 
aprovada pelo Decreto-Lei nº 4.657, de 04/09/1942, estabelece no seu art. 4º, que 
quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com 
a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Assim, caberá ao 
intérprete analisar, dentro das fontes do Direito, qual deverá ser utilizada 
preferencialmente, para aplicação correta ao caso concreto, objetivando o alcance 
da segurança jurídica e da Justiça. 
10 - MEIOS ESPECIAIS DE INTEGRAÇÃO- EQUIDADE 
 
A Equidade consiste na adaptação da regra existente à situação concreta, 
observando-se os critérios de justiça e igualdade. Pode-se dizer, então, que 
a equidade adapta a regra à um caso específico, a fim de deixá-la mais justa. Ela é 
uma forma de se aplicar o Direito, mas, sendo o mais próximo possível do justo, 
para as duas partes. Essa adaptação, contudo, não pode ser o livre-arbítrio e nem 
pode ser contrária ao conteúdo expresso da norma. Ela deve levar em conta a moral 
social vigente, o regime político Estatal e os Princípios Gerais do Direito. Além 
disso, a mesma equidade "não corrige o que é injusto na lei, mas, completa o que a 
Justiça não alcança. 
 
 
 
 
 
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Aristóteles compara a aplicação da equidade à régua de Lesbos, que se molda à 
forma da pedra devido a sua maleabilidade: 
Com efeito, quando uma situação é indefinida, a regra também tem de ser 
indefinida, como acontece com a régua de chumbo usada pelos 
construtores em Lesbos (Lesbos, é uma ilha grega localizada no nordeste 
do mar Egeu); a régua se adapta à forma da pedra e não é rígida e o 
decreto se adapta aos fatos de maneira idêntica. 
Vale dizer, ao intérprete contemporâneo, por ocasião do seu trabalho exegético, 
quando verificar na aplicação da lei, que esta seja omissa em virtude de sua 
generalidade, aplicar-se-á a equidade, de forma a amoldar à realidade social. É 
como se a norma correspondesse à uma régua flexível, tal como sugere Aristóteles, 
que, pelo seu breve movimento, seja aplicado o Direito à Norma, para o alcance de 
uma realidade social vigente, e também da própria Justiça. 
Sem a presença da equidade no Ordenamento Jurídico, a aplicação das leis criadas 
pelos legisladores e outorgadas pelo Chefe do Executivo acabariam por se tornar 
muito rígidas, o que beneficiaria grande parte da população; mas, ao mesmo tempo, 
prejudicaria alguns casos específicos, aos quais, a lei não teria como alcançar. Vale 
dizer, o legislador permite ao juiz aplicar a norma com equidade, ou seja, temperar 
seu rigor naqueles casos em que a aplicação da mesma (a lei) levaria ao sacrifício 
de interesses individuais que o legislador não pôde explicitamente proteger em sua 
norma. É, portanto, uma aptidão presumida do magistrado. 
John Rawls (1921-2002) foi Professor de Filosofia Política na Universidade de 
Harvard, autor de "Uma Teoria da Justiça, Liberalismo Político" e "O Direito dos 
Povos". Rawls afirmava que "uma vez que todos estão numa situação semelhante e 
ninguém pode designar princípios para favorecer sua condição particular, 
os princípios da justiça são o resultado de um consenso ou ajuste equitativo. (...) A 
essa maneira de considerar os princípios da justiça eu chamarei de justiça como 
equidade”. 
Assim, na concepção de justiça defendida por Rawls, procura-se resolver o conflito 
pela distribuição de bens sociais entre as pessoas. Rawls, nesta perspectiva, 
 
 
 
 
 
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considera que as pessoas são seres racionais e razoáveis, isto é, que possuem 
interesses próprios de acordo com a concepção de bem que formulam para as suas 
vidas, mas que, ao mesmo tempo, dispõem-se, em função do sentido de justiça que 
possuem, a ponderar umas com as outras, sobre quais, os justos termos de 
cooperação, devem nortear o convívio social e a distribuição dos benefícios sociais. 
Dessa forma, conforme sugere Rawls, as pessoas chegam a um acordo sobre os 
princípios de justiça, pelo consenso ou pelo ajuste equitativo. 
Na perspectiva da justiça como equidade sugerida por Rawls, o legislador pátrio já 
apontou no Ordenamento Jurídico, as inserções para aplicação da equidade, que, a 
título de exemplo, citamos o art. 140, do Código de Processo Civil Brasileiro - CPC e 
dos artigos 108, IV, e §2º e o 172, IV, do Código Tributário Nacional - CTN, in verbis: 
CPC: 
 Art. 140- O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou 
obscuridade do ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 
CTN: 
Art. 108- Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente 
para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem 
indicada. 
I - a analogia; 
II - os princípios gerais de direito tributário; 
III - os princípios gerais de direito público; 
IV- a equidade; 
§ 1° O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não 
previsto em lei. 
 
 
 
 
 
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§ 2 ° O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do 
pagamento de tributo devido. 
(...) 
Art. 172- A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por 
despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, 
atendendo:( ...) 
IV- a considerações de equidade, em relação com as características 
pessoais ou materiais do caso; 
Poroutro lado, a Equidade é dos gêneros chamados análogos, que quer dizer, dos 
que apresentam vários significados semelhantes e relacionados uns com os outros. 
Cinco são as suas acepções mais importantes: 
 a do princípio similar e anexo ao da justiça; 
 a de virtude ou hábito prático informado por esse princípio; 
 a de direito de agir de modo conforme a essa virtude; 
 a de ato de julgar conforme o ditame do mesmo principia; 
 a de jurisprudência em geral. 
O Princípio da Justiça é o Princípio da Igualdade, o qual, se deve dar a cada um 
àquilo que lhe pertence. Por exemplo o art. 5º, da Constituição Federal do Brasil, 
estabelece que “todos são iguais perante a lei” (...). 
O Princípio da Justiça é o princípio que rege o estabelecimento das 
leis. Aristóteles diferencia, entretanto, a justiça e a equidade, dizendo que a primeira 
(a justiça), corresponderia a uma régua rígida, ao passo que a outra (a equidade), 
se assemelharia a uma régua maleável, capaz de se adaptar às anfractuosidades 
 
 
 
 
 
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(sinuosidades, saliências, depressões, irregularidades) do campo jurídico a ser 
medido. 
O dever do magistrado é o direito natural de distribuir Justiça equanimente. Assim, 
com o significado de jurisprudência, o vocábulo adquire uma largueza ainda maior, 
de onde também vem a maior inconveniência da sua utilização. É esta que, mais de 
perto, se endente com a equity da Common Law, onde, como é sabido, constitui 
uma forma supletiva do direito comum. 
A equidade pode ser dividida em legal e judicial. A equidade Legal é aquela que se 
contém no próprio texto da lei; a equidade Judicial é aquela que expressa 
implicitamente o que o legislador incumbe o magistrado de levar a efeito. 
Outra divisão da equidade. A equidade é aquela em que traz três categorias: 
 civil é aquela que se funda exclusivamente em determinação contida na lei; 
 natural é a que se baseia no direito natural que tem o juiz de distribuir justiça 
equanimente; 
 cerebrina (substância do cérebro) é a falsa equidade, sentimentalista, 
anticientífica, tirânica, que por sua vez deve ser banida. 
Existe pelo menos três modos de fundamentar o exercício da equidade no Direito 
Positivo Brasileiro: 
 nos textos que expressamente referem o termo equidade; 
 nos textos que, sem referir essa palavra, direta ou indiretamente, apelam 
para o prudente arbítrio do magistrado; 
 nos textos gerais, referentes à interpretação e aplicação da lei. 
Observa-se, por fim, que no Direito Positivo, há casos excepcionalmente 
impermeáveis à equidade. É o de certos preceitos, ordinariamente de ordem 
pública, em que, de modo patente, se verifica o caráter flexível do mandamento. A 
 
 
 
 
 
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título de exemplo pode-se citar o art. 1521, I, do Código Civil Brasileiro, que proíbe o 
casamento entre ascendentes e descendentes. A equidade, neste caso, supõe a 
inexistência sobre matéria, de texto claro e inflexível. 
Por fim, em face do respeito pelo direito de cada pessoa, adequando-se a norma ao 
caso concreto, pelo que se considera justo, é que, na apreciação e no julgamento 
justo, em virtude do senso de justiça imparcial, visando a igualdade no julgamento, é 
que se utiliza-se a equidade, para auxiliar no julgamento imparcial, com pedidos 
idênticos. 
Assim, a equidade encontra-se nas regras gerais contidas nos artigos 4º e 5º, da 
LINDB, aprovada pelo Decreto nº 4.657, de 04/09/1942, bem como, nos seguintes 
dispositivos jurídicos: artigo 212, §3º, da Constituição Federal (CF); artigos 413, 479, 
928, parágrafo único, 944, parágrafo único; e 953, parágrafo único, todos do Código 
Civil Brasileiro (CC), e artigo 140, parágrafo único, do Código de Processo Civil 
Brasileiro (CPC); e, artigos 108, IV, e §2º e 172, IV, do Código Tributário 
Nacional (CTN). 
11 - MÉTODOS INTERPRETATIVOS 
 
Os Métodos da Hermenêutica foram definidos por Friedrich Carl von Savigny (1779-
1861), jurista alemão do Século XIX, fundador da Escola Histórica do Direito, que 
desmembrou a concretização da interpretação pelo Método Teleológico, lógico, 
histórico e sistemático. O ilustre doutrinador, Ministro do Supremo Tribunal Federal, 
Prof. Dr. Luís Roberto Barroso, sintetizando os métodos de interpretação, define que 
“a interpretação se faz a partir do texto da norma, interpretação gramatical, de sua 
conexão, interpretação sistemática, de sua finalidade, interpretação teleológica, e de 
seu processo de criação, interpretação histórica”. 
Uma das acepções sobre a hermenêutica jurídica refere-se à interpretação do 
"espírito da lei", ou seja, de suas finalidades quando foi criada. É entendida no 
âmbito do Direito como um conjunto de métodos de interpretação consagrados. O 
 
 
 
 
 
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objeto de interpretação privilegiado do Direito é a norma, mas não se limita a ela, e 
pode-se interpretar o Ordenamento Jurídico, pela lei positiva, e pelos princípios. 
Paulo de Barros Carvalho, Mestre e Doutor pela PUIC-SP entende que 
a hermenêutica fornece tão somente os instrumentos de interpretação dos 
enunciados jurídicos com fins de construção do sentido da norma jurídica, 
ou seja, a norma jurídica não está na lei, mas na cabeça do intérprete, que 
a constrói (a norma) baseado nos textos jurídicos enunciados na vasta 
legislação existente, mediante a utilização de determinados métodos 
previamente selecionados pelo intérprete". Não existe "vontade" ou 
"espírito" na lei, mas sim a vontade do legislador na época da criação da 
lei, da qual, se pode construir uma norma jurídica baseada na realidade 
contemporânea de cada intérprete da lei ao criar a norma jurídica aplicável 
a cada caso. 
De acordo com Tércio Sampaio F. Junior, jurista e Filosófo da USP, a hermenêutica 
jurídica é uma forma de pensar dogmaticamente o Direito, que permite um controle 
das consequências possíveis de sua incidência sobre a realidade antes que elas 
ocorram." Essa é uma concepção pragmática de interpretação, e suficientemente 
abstrata, para dar conta, das variadas regras de interpretação que compõem a 
hermenêutica. 
Por exemplo, a interpretação pela letra da lei é eminentemente 
gramatical. Presume-se que "a ordem das palavras e o modo como elas estão 
conectadas são importantes para obter-se o correto significado da norma." Essa 
forma de interpretação explora as equivocidades da lei, no entanto, há uma 
limitação para essa concepção: ela não discute o objetivo de uma norma (outra 
forma de interpretar). Portanto, ainda para o autor, Tércio Sampaio, a interpretação 
pela letra da norma pode ser um ponto de partida, mas não esgota a hermenêutica. 
A doutrina jurídica compartilha que qualquer preceito normativo deve 
ser interpretado em harmonia com os princípios gerais de um Ordenamento 
Jurídico. Tércio Sampaio explica, ainda, a questão, por um exemplo representativo, 
se buscássemos no todo do Ordenamento Jurídico, um conceito de empresa 
nacional, ele mudaria dependendo do contexto normativo analisado? Sim, portanto, 
 
 
 
 
 
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há de se cuidar às especificidades de cada conteúdo expresso, numa ou noutra 
norma, além do cuidado com o âmbito de aplicabilidade da lei específica. 
Por fim, uma outra forma de interpretação consagrada é a interpretação histórica, 
que busca o sentido inicial do conceito jurídico ou da norma. Ela o faz através de 
precedentes normativos, justificativas de elaboração de leis, jurisprudência. Cabe 
enfatizar, concluindo, que uma tendência atual do Direito é distanciar-se do 
entendimento da letra da lei e aproximar-se do propósito da norma. Por isso, a 
proliferação de interpretações principiológicas que apareceram no contexto 
normativo, pós Constituição Federal de 1988. Segue adiante um conjunto 
de Métodos interpretativos, classificados sucintamente: 
 Gramatical: Também pode ser denominada como textual, literal, filológica, 
verbalou semântica. Busca, a partir do texto normativo, atribuir o conteúdo 
semântico das palavras, ou seja, revela o significado dos enunciados 
linguísticos. O ponto de partida do processo de interpretação normativa se dá 
através da interpretação gramatical, todavia, o intérprete que repousar, 
demasiadamente, sua linha de raciocínio nesta forma de interpretação, 
correrá o risco de conduzir a aplicação jurídica à injustiça 
 Autêntico: É aquela que provém do legislador que redigiu a regra a ser 
aplicada, de modo que demonstra no texto legal qual a mens legis que 
inspirou o dispositivo legal. 
 Doutrinário: É dado pela Doutrina, ou seja, pelos cientistas jurídicos, 
estudiosos do Direito que inserem os dispositivos legais em contextos 
variados, tal como relação com outras normas, escopo histórico, 
entendimentos jurisprudenciais incidentes e demais complementos 
exaustivos de conhecimento das regras. 
 Jurisprudencial: Produzida pelo conjunto de sentenças, acórdãos, súmulas 
e enunciados proferidos tendo por base discussão legal ou litígio em que 
incidam a regra da qual se busca exaurir o processo hermenêutico. 
 
 
 
 
 
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 Literal: Busca o sentido do texto normativo, com base nas regras comuns da 
língua, de modo a se extrair dos sentidos oferecidos pela linguagem ordinária 
os sentidos imediatos das palavras empregadas pelo legislador. 
 Histórico: Busca o contexto fático da norma, recorrendo aos métodos da 
historiografia, para retomar o meio em que a norma foi editada, os 
significados e aspirações daquele período passado, de modo, a se poder 
compreender de maneira mais aperfeiçoada, os significados da regra no 
passado e como isto se comunica com os dias de hoje. 
 Sistemático: Considera em qual Sistema se insere a norma, relacionando-a 
às outras normas pertinentes, ao mesmo objeto, bem como, aos princípios 
orientadores da matéria e demais elementos que venham a fortalecer a 
interpretação de modo integrado, e não isolado. 
 Teleológico: Ciência das causas finais, que se baseia na ideia de finalidade; 
ciência que admite a existência de uma causa primordial. Busca os fins 
sociais e bens comuns da norma, dando-lhe certa autonomia em relação ao 
tempo que ela foi feita. Tratando-se de hermenêutica jurídica, o termo 
significa a interpretação do Direito (seu objeto), que pode e deve, passar por 
uma leitura constitucional e política. 
 Sociológico: É a interpretação na visão do homem moderno, ou seja, aquela 
decorrente do aprimoramento das ciências sociais, de modo que, a regra 
pode ser compreendida nos contextos de sua aplicação, quais sejam, o das 
relações sociais, de modo que o jurista terá um elemento necessário a mais 
para considerar quando da apreciação dos casos concretos ante a norma. 
 Holístico: Que abarcaria o texto a luz de um mundo transdiciplinar (filosofia, 
história, sociologia...) interligado e abrangente. Inclusive, dando margem à 
desconsiderar certo texto, em detrimento de uma justiça maior, no caso 
concreto, e não, representada na norma entendida exclusivamente e 
desligada dos outros elementos da realidade que lhe dão sentido. A 
palavra hólos, veio do grego e significa inteiro; composto. Segundo o 
 
 
 
 
 
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dicionário, holismo é a tendência a sintetizar unidades em totalidades, que se 
supõe seja própria do universo. Sintetizar é reunir elementos em um todo; 
compor. 
 Os Casos omissos: É quando não se encontra na lei solução para o caso 
concreto, e, neste caso, cabe ao jurista a interpretar o texto legal, 
socorrendo-se da Analogia e dos Princípios Gerais do Direito. Para 
o juiz, sendo omisso o texto, e se não puder solucionar o caso nem pela 
Analogia e nem pelos Princípios Gerais do Direito, ele se valerá de uma 
terceira alternativa, que é a criação de uma norma para solucionar a 
controvérsia, como se fosse um legislador. 
 12- INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL OU CONFORME A 
CONSTITUIÇÃO 
 
A Interpretação Constitucional, O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís 
Roberto Barroso, ensina que a integração de sentido dos conceitos 
jurídicos indeterminados e dos princípios deve ser feita, em primeiro lugar, com 
base nos valores éticos mais elevados da sociedade (leitura moral da Constituição). 
Observada essa premissa inarredável, porque assentada na ideia de justiça e 
na dignidade da pessoa humana, deve o intérprete atualizar o sentido das normas 
constitucionais (interpretação evolutiva) e produzir o melhor resultado possível para 
a sociedade (interpretação pragmática). A interpretação constitucional, portanto, 
configura uma atividade concretizadora, uma interação entre o Sistema, 
o intérprete e o problema e construtiva, porque, envolve a atribuição de significados 
aos textos constitucionais que ultrapassam sua dicção expressa. 
Assim, a interpretação constitucional e o próprio Direito Constitucional, por 
necessitarem de atribuições de significados outros, que ultrapassam aqueles 
expressos na Constituição, e só farão um verdadeiro progresso, quando unidos com 
as filosofias morais e políticas. 
 
 
 
 
 
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Métodos da Interpretação Constitucional, Gomes Canotilho, jurista português, 
Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, e 
Professor visitante da Faculdade de Direito da Universidade de Macau, salienta que 
“um dos problemas mais difíceis da moderna Teoria Juspubliscística, é a 
interpretação de normas constitucionais, isto é, um conjunto de princípios e métodos 
diferentes, porém complementares, confirmando o caráter unitário da atividade 
interpretativa”. 
Diante da variedade de meios hermenêuticos, os intérpretes da Constituição 
residem, de um lado, em um vasto repertório de possibilidade e, paradoxalmente, de 
outro, na inexistência de critérios para validar a escolha dos seus instrumentos de 
trabalho, levando a uma necessidade de complementação e restrição recíproca 
entre objeto e método, tendo sempre como eixo, o valor justiça. 
A seguir os principais métodos jurídicos da interpretação da Constituição: 
 Método jurídico ou hermenêutico-clássico: para os seguidores desse 
método, a Constituição Federal, a despeito da sua posição hierárquica e de 
ser fundamento e fator de integração do ordenamento jurídico, é uma lei e 
deve ser interpretada segundo as regras tradicionais de hermenêutica que 
são levadas em conta na interpretação de leis em geral. Os seguidores desse 
método acreditam que, desconsiderando o caráter legal da Constituição, 
estaria esta, sujeita a modificações de viés interpretativo que lhe ofenderiam 
o texto, comprometendo a sua finalidade estabilizadora, avessa às mudanças 
hermenêuticas. Por isso, a tarefa do intérprete, enquanto aplicador do direito 
seria descobrir o verdadeiro significado das normas e guiar-se por ele na sua 
aplicação. Ou seja, o legislador constitucional é o soberano e o juiz é aquele 
que pronuncia as palavras da lei. 
 Método tópico-problemático: Tendo em vista que a Constituição Federal é 
um Sistema aberto de regras e princípios e, portanto, exige distintas 
interpretações; que um problema permite mais de uma resposta; e que, o 
tópico é a técnica do pensamento problemático, então, pode-se dizer que 
os meios hermenêuticos tradicionais não resolvem dificuldades da 
 
 
 
 
 
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interpretação concretizadora do novo modelo constitucional e que, por isso, o 
método tópico-problemático aparece, se não como único, pelo menos, o mais 
adequado para se chegar até a Constituição. 
Dessa forma, tendo as normas constitucionais aquela estrutura aberta e 
indeterminada, já mencionada, sua efetivação exige o protagonismo dos intérpretes, 
fazendo com que a leitura constitucional seja um processo aberto de 
argumentação, onde participam todos os intérpretes da Constituição. Em outras 
palavras, a Constituição aparece muito mais problemáticado que sistemática, 
apontando-se, assim, para uma necessidade de interpretação que envolve o 
diálogo, onde todos os argumentos são válidos até que apareça um vencedor. 
Dessa forma, os Juízes e os Tribunais não seriam os únicos intérpretes da 
Constituição; boa parte da interpretação do Direito seria feita, fora de situações 
contenciosas, por cidadãos ou por órgãos estatais. 
 Método hermenêutico-concretizador: o ponto de partida dos seguidores 
desse método hermenêutico, de resto, pouco diferente do método tópico-
problemático, é a percepção de que toda leitura de texto normativo (inclusive 
do texto constitucional), começa pela compreensão do intérprete, a quem 
cabe concretizar a norma a partir de uma dada situação histórica, que nada 
mais é, que o ambiente em que o problema é posto a seu exame, para que 
ele resolva de acordo com critérios postos na Constituição e, não, segundo 
critérios pessoais de justiça. Assim, o limite para a concretização é ancorado 
no próprio texto constitucional, mas, sem perder de vista, a realidade que ele 
intenta regular e que, na verdade, lhe esclarece o sentido. 
 Método científico-espiritual: o que dá sustentação a esse método é a ideia 
de Constituição como instrumento de integração, não só no sentido jurídico-
formal, como instrumento de suporte e fundamento do ordenamento, mas, 
também, como instrumento de regulação de conflitos e, dessa feita, de 
construção e preservação da unidade social. A Constituição é a ordenação 
jurídica do Estado ou da dinâmica em que se desenvolve a vida estatal, 
embora, o Estado não limite sua vida nos momentos da realidade 
 
 
 
 
 
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contemplados na Constituição. Aqui, o Estado é visto como algo dinâmico, 
que se renova continuamente, a compasso das transformações, da própria 
realidade, que, suas normas intentam regular. Nessa ideia, a Constituição 
aparece como instrumento que ordena a vida do Estado, do seu processo de 
integração e da própria dinâmica social, não só permitindo, como também 
exigindo uma interpretação extensiva sem necessidade de que o seu texto 
contenha alguma ordenação nesse sentido. 
 Método normativo-estruturante: Os seguidores desse método partem da 
premissa de que há uma implicação necessária entre os preceitos jurídicos e 
a realidade que eles pretendem regular, uma vinculação tão grande que a 
própria normatividade parece ter buscado apoio fora do ordenamento como 
meio de tornar eficazes seus propósitos. 
O que realmente importa para o intérprete é a situação que a norma escolheu 
regular. Interpretação constitucional é, portanto, concretização; aquilo que não 
aparece de forma clara como conteúdo da Constituição é que deve ser determinado 
pela incorporação da realidade, de cuja ordenação se trata. Em resumo, o conteúdo 
da norma só se torna completo com a interpretação que, no entanto, não pode 
realizar-se apenas com as pretensões contidas nas normas, ainda mais, porque o 
texto constitucional aparece com conteúdos genéricos e indeterminados, é preciso 
também levar em consideração as peculiaridades das relações concretas que essa 
norma pretende regular. 
 A Valorização dos Princípios Constitucionais: a valorização dos Princípios 
Constitucionais é outro ponto que deve ter maior relevância dentro do 
neoconstitucionalismo, onde a Teoria da Norma Constitucional, começou a 
ser vislumbrada em dois aspectos: (a) normas/regras constitucionais, que 
descrevem situações específicas e determinadas, impondo as situações e 
penas, não reclamam um processo hermenêutico mais completo, como a 
subsunção, aplicadas de forma automática. Exemplo: art. 18, § 1º, CF, art. 
82, CF); e, (b) normas/princípios constitucionais, são normas dotadas de 
grande abstração que corporificam os mais autos valores de um sistema 
 
 
 
 
 
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jurídico, normas de grande densidade axiológica e que demandam uma 
atividade de interpretação por parte do intérprete, que deve apresentar uma 
atividade construtiva. Exemplo: Princípio da Soberania (art. 1º, I, 
CF), Princípio da Cidadania (art. 1º, II, CF); Princípio da Dignidade da Pessoa 
Humana (art. 1º, III, CF), Princípio dos Valores Sociais do Trabalho e da Livre 
iniciativa (art. 1º, IV, CF), etc. 
Em se tratando de conflito entre princípios constitucionais não podemos utilizar o 
critério hierárquico, pois, todos estão na Constituição, nem o critério da 
generalidade, pois, todos são gerais, nem o critério da cronologia, pois, todos foram 
produzidos no momento da publicação da Constituição. Temos que examinar qual, 
ou quais, os princípios que têm maior ou menor dimensão de peso, e estabelecer à 
luz do caso concreto qual deve prevalecer em detrimento de outros. 
Teoria da Argumentação Jurídica, o intérprete deve argumentar judicialmente, 
doutrinariamente, costumeiramente, porque escolheu determinada interpretação em 
detrimento da outra, é o dever de fundamentação das decisões judiciais. 
Exemplo. art. 93, IX, CF/88. 
 Uadi Lammêgo Bulos, Professor, Mestre e Doutor, pela Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo - PUC-SP, ensina que “a Teoria da Argumentação, aplicada à 
exegese constitucional, procurou fornecer subsídios para sabermos qual a opção 
exegética que deve prevalecer diante das diversas possibilidades interpretativas da 
mesma norma”. 
Entretanto, por mais que se busquem decisões judiciais seguras ou corretas, jamais 
será possível desvendar por que existem veredictos contraditórios sobre um mesmo 
assunto, proferidos por um mesmo juiz, com base em fatos e elementos normativos 
idênticos. O motivo é simples, pois, a interpretação jurídica é o reencontro gradual 
do espírito humano consigo próprio. 
Por outro lado, por intermédio da fundamentação, as partes saberão se o juiz 
analisou corretamente a prova, se cometeu algum vício, se deixou de analisar 
alguma questão de fato ou direito, garantindo assim, ao jurisdicionado, que não 
 
 
 
 
 
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haverá arbitrariedade da decisão proferida pelo Estado-juiz. Confira-se 
posicionamento firmado no Supremo Tribunal Federal, por meio do julgamento 
do Recurso Extraordinário n. 540.995, acerca da decisão fundamentada: 
Recurso extraordinário. Garantia constitucional de fundamentação das 
decisões judiciais. Artigo 118, § 3º, do Regimento Interno do Superior 
Tribunal Militar. 1. A garantia constitucional estatuída no artigo 93, inciso IX, 
da Constituição Federal, segundo a qual todas as decisões judiciais devem 
ser fundamentadas, é exigência inerente ao Estado Democrático de Direito 
e, por outro, é instrumento para viabilizar o controle das decisões judiciais e 
assegurar o exercício do direito de defesa. 2. A decisão judicial não é um 
ato autoritário, um ato que nasce do arbítrio do julgador, daí a necessidade 
da sua apropriada fundamentação. 3. A lavratura do acórdão dá 
conseqüência à garantia constitucional da motivação dos julgados 4. 
Recurso extraordinário conhecido e provido. (RE 540.995, Rel. Min. 
Menezes Direito, Primeira Turma, DJe 02.5.2008). 
No Estado Democrático de Direito (art. 5º, II, CF) tem-se como característica, que 
o Estado-juiz, deve sempre motivar a sua decisão tomada, em linguagem clara e 
acessível, o que corresponde com a lógica jurídica, encontrada na Constituição, 
quando se estabelece o princípio da fundamentação das decisões judiciais como 
dever do juiz (art. 93, IX, CF). 
Os Princípios Instrumentais da Interpretação, além desses princípios materiais, a 
Doutrina estabeleceu Princípios Instrumentais da Interpretação, muito importantes, 
por servirem como postulados da interpretação constitucional, que podem ser 
extraídos da Constituição Federal de 1988, para orientar a interpretação desta. 
São princípios implícitos, que serve de norte, para o desenvolvimento do processo 
hermenêutico. Podemos citar, dentre outros: 
 Princípio da Supremacia Constitucional: consiste em considerara 
Constituição como o conjunto de Normas Fundamentais de um dado Sistema 
Jurídico. É a lex fundamentalis (Lei Fundamental). A Supremacia da CF 
também em no sentido axiológico. 
 
 
 
 
 
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 Princípio da Presunção de Constitucionalidade: presunção de 
Legitimidade dos atos do Poder Público, tendo o intérprete tomar como 
premissa, de que os atos do Poder Público são compatíveis com a CF. 
Evidentemente essa presunção não é absoluta, é relativa iuris 
tantum (tantum significa apenas, e juris direito, ou seja, “apenas de Direito”); 
 Interpretação conforme a Constituição: por força do Princípio da 
Supremacia Constitucional, o intérprete deverá, sempre que possível, 
priorizar o significado que melhor se compatibilize com a norma 
constitucional, é claro, atendendo aos limites, não podendo prevalecer, atos 
normativos que são patentemente inconstitucionais. Permite-se declarar a 
inconstitucionalidade de uma lei, adaptando-a à Constituição, sem retirá-la do 
ordenamento jurídico; 
 Princípio da Unidade da Constituição: também chamado de Princípio da 
Concordância, ao integrar o sentido de todas as normas constitucionais; 
 Princípio da Máxima Efetividade: tem como objetivo priorizar a produção 
dos efeitos da Constituição diante da realidade social. Exemplo: art. 37, 
CF, inciso VII, direito de greve dos funcionários públicos. 
O STF já decidiu sobre a matéria, no Mandado de Injunção, MI 585, reconhecendo 
que o direito não pode ser sonegado diante da omissão legislativa, prevendo a 
aplicação do direito de greve dos funcionários utilizando as regras do direito de 
greve no âmbito privado, Lei nº 7.783, de 28/06/1989; 
EMENTA: MANDADO DE INJUNÇÃO. DIREITO DE GREVE DOS 
SERVIDORES PÚBLICOS. ARTIGO 37, VII, DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. Configurada a mora do Congresso Nacional na regulamentação 
do direito sob enfoque, impõe-se o parcial deferimento do writ para que tal 
situação seja comunicada ao referido órgão. 
(MI 585, Relator (a): Min. ILMAR GALVÃO, Tribunal Pleno, julgado em 
15/05/2002, DJ 02-08-2002 PP-00059 EMENT VOL-02076-01 PP-00030). 
 
 
 
 
 
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 Princípio da Razoabilidade ou da Proporcionalidade: também chamado 
de postulado da razoabilidade, informa a busca de interpretações mais justas 
e adequadas, necessárias e proporcionais, para servir na solução do conflito 
entre princípios, auxiliando o intérprete na ponderação de bens e interesses. 
Esse princípio se divide em três dimensões: (a) adequação ou utilidade que é 
a adequação entre meios e fins; (b) necessidade que é a vedação do 
excesso e o dever de buscar restringir o mínimo possível os direitos 
fundamentais; (c) proporcionalidade, que significa correlação entre custo e 
benefício. 
13 - ANTINOMIA JURÍDICA 
 
A Antinomia Jurídica é uma contradição real ou aparente entre normas dentro de um 
Sistema Jurídico, dificultando-se, assim, sua interpretação e reduzindo a segurança 
jurídica no território e tempo de vigência daquele Sistema. Conforme o 
entendimento de Tércio Sampaio Ferraz Jr, “a antinomia jurídica é um tipo de 
antinomia pragmática”. Pode ocorrer entre duas normas, dois princípios 
jurídicos ou entre uma norma e um princípio aplicado a um caso particular. 
O fenômeno da antinomia possui um caráter inerentemente danoso ao Sistema 
Jurídico, fazendo com que esse perca parte de seu componente lógico e reduzindo 
sua credibilidade como um todo. É esperado que, determinado conjunto de normas 
jurídicas siga certa ordem e possua caráter unitário e íntegro, fazendo com que, as 
incompatibilidades óbvias ou difusas, confundam os sujeitos e os profissionais do 
Direito, dando abertura excessiva para múltiplas interpretações de uma mesma 
situação real, segundo seu reflexo no Direito. Por isso, é necessário aplicar 
soluções provindas da hermenêutica jurídica para resolver estes conflitos e 
conformá-los ao restante do ordenamento. Norberto Bobbio (1909-2004), que foi um 
Filósofo, Político, Historiador e Senador vitalício italiano, já ensinava, que “a 
situação de normas incompatíveis entre si é uma das dificuldades frente as quais se 
encontram os juristas de todos os tempos, tendo esta situação uma denominação 
própria: antinomia. Assim, em considerando o ordenamento jurídico uma unidade 
sistêmica, o Direito não tolera antinomias”. 
 
 
 
 
 
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Para reconhecer uma antinomia jurídica é necessário verificar a contradição, total ou 
parcial, entre duas ou mais normas, ambas emanadas por autoridades competentes 
e no mesmo âmbito jurídico, de forma a gerar nos sujeitos e profissionais de Direito, 
uma posição insustentável pela ausência ou inconsistência de critérios aptos à 
permitir-lhes uma saída nos quadros de um ordenamento dado 
As antinomias jurídicas reais, são aquelas em que se percebe um conflito 
mutuamente exclusivo e ou incompatível, sendo impossíveis de resolver dentro das 
linhas e critérios designados pelo ordenamento. Importante notar que a antinomia 
real não impossibilita sua resolução pontual, ou seja, quando o Poder Judiciário, em 
qualquer de suas instâncias, decide uma solução pragmática para um conflito real, 
está suprimindo, casuisticamente, a antinomia. Esta variedade de incoerência em 
um ordenamento representa um erro lógico tão grande, que tem como única solução 
viável para resolução do conflito em nível amplo, a exclusão, omissão ou edição de 
uma das normas conflitantes, já que, a mera reinterpretação do conflito pode, por 
sua vez, ser incompatível com outros elementos do ordenamento. 
As Antinomias Jurídicas Aparentes, são aquelas em que se percebe uma solução 
interpretativa do conflito, devendo o magistrado e o profissional do Direito como um 
todo, utilizar de determinados critérios lógicos, doutrinários e até normativos para 
resolvê-lo. 
É importante notar que, raramente, alguma lista de critérios a serem observados 
para resolver uma antinomia entre duas normas, terá consenso absoluto da 
comunidade jurídica. Diversos autores buscaram em suas obras, criar doutrinas 
para a definição de critérios, separados por ordem de importância, para esta 
situação. Em geral, é possível traçar a origem destas doutrinas a três critérios 
básicos, a serem aplicados em diferentes situações: 
 Critério Cronológico: trata-se da prevalência da norma posterior, em caso 
de antinomia entre duas normas criadas ou vigoradas em dois momentos 
cronológicos distintos. Designa-se a este princípio o termo em latim "lex 
posterior derogat legi priori", ou seja, lei posterior derroga leis anteriores. O 
uso deste critério coaduna com os demais critérios temporais continuamente 
 
 
 
 
 
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utilizados pelo Direito, encontrando-se lado a lado com o princípio da vigência 
e eficácia das normas. 
 Critério Hierárquico: consiste na preferência dada, em caso de antinomia, a 
uma norma portadora de status hierarquicamente superior ao seu par 
antinômico. 
Diversos exemplos são citáveis dentro do ordenamento brasileiro, como conflitos 
entre dispositivos constitucionais (hierarquicamente superiores) e leis ordinárias 
(hierarquicamente inferiores) ou entre leis ordinárias (hierarquicamente superiores) 
e decretos (hierarquicamente inferiores). Nomeia-se este princípio no latim "lex 
superior derogat legi inferiori", ou lei superior derroga leis inferiores. A propósito e 
como sugestão, vide o art. 59, da CF, que estabelece a hierarquia das Leis. 
 Critério Específico: baseia-se na supremacia relativa a uma antinomia da 
norma mais específica ao caso em questão. Desta forma, no caso da 
existência de duas normas incoerentes uma com a outra, verifica-se se ao 
dispor sobre o objeto conflituoso, uma delas possui caráter mais 
específico, em oposição a um caráter mais genérico. Diferente dos outros 
critérios, este possui certo grau de subjetividade, pois, se em muitos casos, é 
possível detectar facilmenteo par "genérico/específico", em número 
significativo esta diferença se encontra difusa e difícil de localizar. Denomina-
se também "lex specialis derogat legi generali", ou lei especial derroga leis 
genéricas. Exemplo: na relação de trabalho entre empregado empregador, a 
lei de regência é a Consolidação das Leis do Trabalho-CLT, aprovada pelo 
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º/05/1943, é a Lei Geral. Porém, a relação de 
trabalho de um advogado empregado, não obstante, o contrato ser regulado 
pela CLT, a jornada de trabalho e a remuneração é estabelecida pela Lei nº 
8.906, de 04/07/1994, que aprovou o Estatuto da Ordem dos Advogados do 
Brasil - OAB, que é uma Lei Especial. 
14 - INTERPRETAÇÃO DE TRATADOS INTERNACIONAIS 
 
 
 
 
 
 
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Inicialmente, discorreremos sobre o Direito Internacional Privado, as normas são 
interpretadas com as regras próprias de interpretação do Direito Internacional 
Privado. O pilar fundamental que subsiste na interpretação de Tratados 
Internacionais é o Princípio Geral da Boa-fé, como primeira norma. 
Como segunda norma deve-se atender ao contexto geral dos Tratados. As normas 
de conflito interno são aquelas que se encontram sistematizadas na Constituição 
Federal e no Código Civil Brasileiro. As regras gerais obedecem às regras do art. 9º, 
da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB, aprovada pelo 
Decreto-Lei nº 4.657, de 04/09/1942, com as alterações da Lei nº 12.376, de 
30/12/2010 e pela Lei nº 13.655, de 25/04/2018, in verbis: 
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em 
que se constituírem. 
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de 
forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei 
estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. 
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em 
que residir o proponente. 
 
Normas de conflito de fonte internacional, é aceito pela doutrina que o aplicador do 
Direito Internacional Privado terá que atender à letra da lei. Dois princípios 
essenciais nesta interpretação dos Tratados Internacionais: 
 Princípio da boa-fé; 
 Princípio segundo o qual deve-se atender ao contexto geral dos Tratados: 
âmbito ou teor criativo consagrado no tratado; elemento teológico ou 
finalístico. 
Normas de conflito de Fonte Interna, nesta matéria da interpretação das normas de 
conflito, o legislador tenderá a aplicar as regras gerais consagradas no art. 9º, 
da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB, Decreto-Lei nº 4.657, 
de 04/09/1942. No entanto, não se pode esquecer que o Direito Internacional 
Privado é um direito especial, relativamente ao Direito Privado comum, por isso, não 
se pode ignorar esta especialidade na sua interpretação, assim, como não se pode 
 
 
 
 
 
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ignorar o fato de as normas de conflitos serem normas abertas aos outros sistemas 
jurídicos. 
Interpretação de lacunas, o sistema de normas de conflitos é de um sistema 
extremamente organizado, o que não impede, no entanto, que haja lacunas em 
matéria de Direito Internacional Privado. Surge uma lacuna em Direito Internacional 
Privado quando, relativamente, à uma questão privada internacional, que não se 
encontre uma norma de conflito, em que determine qual a regulamentação própria 
dessa questão. Há que distinguir a lacuna do caso omisso. 
Quanto à lacuna, existe quando o legislador não regulou uma questão porque não a 
previne, mas, se a tivesse previsto, regularia por se tratar de um caso que deve cair 
sob a tutela da Ordem Jurídica. 
Caso omisso, é o caso posto à margem do Direito, que o legislador não regulou 
porque entendeu que deveria ser excluída da tutela da Ordem Jurídica. Será 
admissível em Direito Internacional Privado a integração de lacunas? A doutrina é 
unânime na admissibilidade da integração de lacunas no Direito Internacional 
Privado. Quando houver uma lacuna, o juiz poderá a criar uma norma de conflito, 
tendo em conta os princípios gerais do Direito Internacional Privado. 
Aplicação no tempo, quanto ao início e termo das normas de conflito, à unanimidade 
da doutrina, entende-se aplicar o sistema integrado nos arts. 13 e 14, da Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB, Decreto-Lei nº 4.657, de 
04/09/1942, como princípios gerais. 
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que 
nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os 
tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. 
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a 
invoca prova do texto e da vigência. 
 
 
 
 
 
 
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O Código de Bustamante é fruto da Convenção realizada em Havana (Cuba) em 
1928, e incorporado pelo Brasil mediante o Decreto-Lei nº 18.871, de 13/08/1929. É 
um Código de Direito Internacional Privado (Pessoas Físicas, Estrangeiros, 
heranças, Cartas Rogatórias, etc.). Os Estados que ratificaram o Código de 
Bustamante foram: Brasil, Honduras, Nicarágua, Panamá, Peru, República 
Dominicana e Venezuela. O Código de Bustamante tem esta denominação em 
homenagem ao jurista cubano, Antônio Sanches de Bustamante. No Brasil, o 
Código de Bustamante já foi utilizado como fonte para os Países signatários, 
suprindo lacunas da Legislação Interna. O Supremo Tribunal Federal - STF, no 
julgamento RE 933, RT, Vol. 136, p. 284, definiu que “os Tratados, apenas obrigam 
as partes contratantes, mas um Código, seja qual for a tua origem, é Lei do País 
que o promulgou, e, portanto, rege o Direito por ele regulado qualquer seja a 
nacionalidade das pessoas que naquele território o invoquem”. 
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB (Antiga Lei de 
Introdução ao Código Civil - LICC). No Brasil a principal fonte do Direito 
Internacional Privado é a Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro (Decreto-Lei nº 4.657, de 09/09/1942, alterado pela Lei nº 12.376, de 
30/12/2010). Outras Fontes: A Constituição Federal de 1988 (arts. 5º, XXXI, LI, LII, 
12, 49, I, 84, VIII, 102, I, h/EC 45), além do Código de Processo Civil, CPC (art. 21 a 
26, 37 a 41 e 237). 
A Lei de Migração - Constituição Federal e MERCOSUL. Ocorre que em função da 
evolução da Legislação Nacional, o Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6.815, de 
19/08/1980), foi revogado pela nova Lei de Migração, aprovada pela Lei nº 13.445, 
de 24/05/2017; a Constituição Federal de 1988 e o surgimento do Mercado Comum 
do Sul - MERCOSUL, em 1991, bem como as chamadas CDIPS, Convenções 
Internacionais do Direito Privado e o fenômeno da Globalização, praticamente, 
revogou o Código de Bustamante, e está tendo pouca aplicabilidade, talvez pela sua 
obsolescência, em relação à celeridade de uma legislação mais moderna. Como 
exemplo, podemos citar a seguinte jurisprudência: 
 
 
 
 
 
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Navio Mercante Estrangeiro. Aplica-se a lei brasileira no caso de crime 
cometido em águas territoriais do Brasil, a bordo de navio mercante de outra 
nacionalidade, afasta a incidência do art. 301 do Código de Bustamante, por 
importar a sua prática em perturbação da tranqüilidade de nosso País, tanto 
mais, quando os Países de nacionalidade do Autor e vítima e da bandeira 
do navio, não são signatários da Convenção de Havana de 1928. (STJ, 
RHC, 853, DJU, de 03/12/1990, p. 14.330). 
Direito Internacional Público, Direito dos Tratados. O Decreto nº 7030, de 
14/09/2009, promulga a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, 
concluída em 23 de maio de 1969. A Convenção de Viena sobre o Direito dos 
Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, com reserva aos Artigos 25 e 66, 
apensa por cópia ao presente Decreto, será executada e cumprida tão inteiramente 
como nela se contém. Observância, Aplicação e Interpretação dos Tratados. 
Regras Básicas paraobservância dos Tratados. (A) Pacta sunt servanda (“os pactos 
devem ser respeitados” ou mesmo "os acordos devem ser cumpridos”), art. 26; (B) 
Direito interno e a observância dos tratados - art. 27. 
Entrada em vigor e aplicação provisória dos Tratados: a entrada em vigor (ou 
vigência) dos tratados ocorre nos planos espacial e temporal. 
No Plano Espacial, os Tratados e os Terceiros Estados, é princípio universal de 
Direito que um compromisso entre partes-contratantes não pode afetar 
terceiros, que dele não participaram, princípio este também aplicável à Teoria Geral 
dos Tratados. É dizer, os Tratados somente produzem efeito para aqueles que o 
celebram ou a ele aderiram, sem atingir o acervo normativo de terceiros. Da mesma 
forma, um Estado não-membro, é de todo estranho ao compromisso concluído entre 
os membros e, por isso, não pode exigir desses últimos a fiel execução da norma 
convencional, dado que esta é, para esse terceiro Estado, res inter alios. (Os atos 
dos contratantes não aproveitam nem prejudicam a terceiros). 
No plano espacial, portanto, prevalece o princípio estabelecido pela Convenção de 
Viena (art. 34) de que “um Tratado não cria obrigações nem direitos para um 
 
 
 
 
 
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terceiro Estado, sem o seu consentimento. Contudo, na prática, Tratados há que, 
por estabelecerem ou modificarem situações jurídicas entre as partes, acabam de 
alguma forma, afetando terceiros alheios às suas disposições normativas. Seguindo 
a lição e os exemplos de Francisco Rezek, pode-se visualizar três tipos de efeitos 
convencionais capazes de repercutir sobre Estados terceiros, os quais pode assim 
ser colocados: 
 Efeito difuso de reconhecimento de uma situação jurídica objetiva: Trata-se 
do caso em que um Tratado entre duas ou algumas partes, por criar situação 
jurídica objetiva, produz sobre toda a sociedade internacional, o mero efeito 
de exortação ao reconhecimento. Em outras palavras, produz sobre terceiros 
Estados a observância daquela situação jurídica nova entre as partes. Assim, 
um Tratado que modifica o curso da linha limítrofe entre dois Estados cria 
situação jurídica objetiva nova, cuja observância por parte de terceiros se 
impõe, ainda que para simples efeito de se saber do que virá a ser, 
doravante, a nova cartografia da região. 
 Efeito de fato de repercussão sobre terceiro Estado das Consequências de 
um Tratado: Cuida-se da hipótese em que um terceiro Estado sofre as 
consequências diretas de um Tratado – normalmente bilateral, em 
decorrência de um Tratado anterior que o vincule a uma das partes. Um dos 
exemplos sempre lembrados nesse domínio é o da chamada cláusula 
da nação mais favorecida. Por meio de tal cláusula, as partes se 
comprometem a dar o mesmo tratamento mais benéfico que, porventura, 
possa ser atribuído a qualquer outro Estado no futuro. Assim, se A e B, 
celebraram um Tratado, estabelecendo cada um deles, uma alíquota menor 
em relação aos produtos de importação do outro, se no futuro um deles vier a 
atribuir alíquota menor aos produtos de qualquer outro país, o co-pactuante 
(pela previsão expressa da referida cláusula) terá o direito imediato a igual 
benefício. 
 Efeito jurídico na atribuição de obrigações e na concessão de direito a 
terceiros Estados. Atribuição de uma obrigação: Uma obrigação nasce para 
um terceiro Estado quando as partes no Tratado Internacional, por meio de 
disposição convencional, deixam assente seu propósito de criar uma 
 
 
 
 
 
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obrigação ao terceiro Estado por meio dessa disposição, mas, essa 
obrigação só poderá ser exigida, caso esse Estado aceite expressamente e 
por escrito (art. 35, da Convenção de Viena); Concessão de Direitos: A 
Convenção de Viena possibilita aos Estados partes, por disposição de um 
Tratado, concederem direitos ou privilégios a um terceiro Estado ou a um 
grupo de Estados. Nesse caso, não há necessidade de aceitação expressa, 
sendo suficiente o seu silêncio, ao contrário do que acontece com a 
aceitação de uma obrigação (Art. 36, § 1º). O terceiro Estado, ao exercer o 
direito a ele conferido pelo tratado do qual foi não foi parte, deverá respeitar 
as condições previstas no tratado (Art. 36, § 2º). Da revogação ou 
modificação trata o Art. 37; 
 Regras de um Tratado tornadas obrigatórias para os terceiros Estados por 
força do Costume internacional, (art. 38). Nada impede que uma regra 
contida num Tratado Internacional, se tome obrigatória para um terceiro 
Estado, em virtude dessa norma ter se tornado uma regra consuetudinária de 
Direito Internacional, reconhecida exatamente como tal. É o que dispõe o art. 
38 da Convenção de Viena de 1969. Esta regra permite, nitidamente, que um 
ato internacional seja criador de um costume internacional, o que demonstra 
que não é somente a pratica dos Estados ou organizações internacionais, 
que tem a potencialidade de criar norma costumeira internacional, podendo 
também, a regra costumeira nascer das disposições de um Tratado firmado 
por outros Estados. E isto é lógico. Sendo a execução do Tratado, 
uma prática, nada de estranho existe em dizer que essa prática, poderá 
criar precedentes formadores de certa norma costumeira internacional. 
No Plano Temporal, A Convenção de Viena de 1969, trata do assunto no art. 24, § 
1º, estabelecendo que o Tratado entra em vigor: (a) na forma e na data nele 
previstas; (b) no momento da manifestação dos Estados (efeito ex nunc ou para o 
futuro). Pode o Tratado ser aplicado provisoriamente, conforme dispõe o art. 25, no 
entanto, o Brasil fez reservas a esse dispositivo. 
Interpretação dos Tratados, Sistemas de Interpretação: (a) No âmbito internacional: 
(a) Por todas as partes, através de uma declaração ou por um Tratado 
 
 
 
 
 
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(interpretação autêntica); (b) Por duas ou mais partes; (c) Por um órgão (exemplo: a 
Corte Internacional de Justiça - CIJ); (d) Por uma única parte - Declarações 
interpretativas. No âmbito interno: (a) Pelo Poder Executivo - pela regulamentação – 
interpretação governamental; (b) Pelo Poder Judiciário, na solução de conflitos 
advindos da aplicação do tratado. 
Regras de Interpretação da Convenção de Viena de 1969: (a) Regra Geral - art. 35. 
a.1. Boa-fé; a.2. Sentido comum dos termos do Tratado; a.3. Contexto; a.4. Objeto e 
finalidade (teleológico); (b) interpretação de Tratados autenticados em duas ou mais 
línguas - art. 33; (c) Meios Suplementares de Interpretação - art. 32. 
Posição do Supremo Tribunal Federal - STF. Inicialmente cumpre destacar que 
o §2º, do art. 5º, da Constituição Federal do Brasil de 1988 determina que os 
direitos e garantias expressos na Constituição, não excluem outros decorrentes do 
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos Tratados Internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte. O referido § 2º, do art. 5º, da CF, 
determina que os direitos e garantias expressos na Constituição, não excluem 
direitos decorrentes dos Tratados e Convenções Internacionais. 
Por outro lado, o §3º, do art. 5º, da Constituição Federal do Brasil de 1988, 
determina que os Tratados e Convenções Internacionais sobre Direitos 
Humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
Emendas Constitucionais. Diga-se que, para os Tratados Internacionais, o Brasil 
adota a Teoria dualista, reconhecendo-se o Direito Internacional, bem como 
o Direito Nacional, em obediência à soberania consignada no art. 1º, da 
Constituição Federal. 
Nesta perspectiva, na ocorrência de conflito entre uma Norma Interna e o Tratado 
Internacional, aplicar-se-á o entendimento já consagrado do Supremo Tribunal 
Federal: “há paridade entre a norma brasileira de produção doméstica e a norma 
brasileira de produção internacional”. Assim, o conflito entre uma e outra, resolve-se, de regra, pelo mecanismo tradicional: lex posterior derogat priori (norma 
posterior revoga norma anterior). Contudo, há de ser presente que a lei posterior 
 
 
 
 
 
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não revoga o Tratado anterior, “mas simplesmente afasta, enquanto em vigor, as 
normas do Tratado com ela incompatíveis”. Assim, revogada a lei que afastou a sua 
aplicação, voltará o Tratado a ter aplicação. 
Finalmente, ante os argumentos e manifestações acima, depreende-se que a arte 
ou a técnica de interpretar a norma jurídica é um desafio para o homem e, 
notadamente, para aos profissionais do Direito. Esta arte ou técnica denomina-se 
Hermenêutica. 
A Hermenêutica Jurídica tem por objeto o estudo e a sistematização dos processos 
aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito. Vale 
dizer, a Hermenêutica é a teoria científica da arte de interpretar. O festejado 
magistério do saudoso Carlos Maximiliano, in Hermenêutica e Aplicação do Direito, 
13ª Edição, Ed. Forense, 1993, p.9 e 10, nos ensina que: 
Graças ao conhecimento dos princípios que determinam a correlação entre 
as leis dos diferentes tempos e lugares, sabe-se qual o complexo de regras 
em que se enquadra um caso concreto. Estrema-se do conjunto a que 
parece aplicável ao fato. O trabalho não está concluído. Toda lei é uma 
obra humana e aplicada por homens; portanto imperfeita na forma e no 
fundo, e dará duvidosos resultados práticos, se não verificarem, como 
esmero o sentido e o alcance das suas prescrições. Incumbe ao intérprete 
àquela difícil tarefa. Procede à análise e também a reconstrução ou síntese. 
Examina o texto em si, o seu sentido, o significado de cada vocábulo. Faz 
depois obra de conjunto, compara-o com outros dispositivos da mesma lei, 
e com os de leis diversas, do país, ou de fora. Inquire qual o fim da inclusão 
da regra no texto, e examina este tendo em vista o objetivo da Lei toda e 
dos Direitos em geral. Determina por este processo, o alcance da norma 
jurídica e assim, realiza, de modo completo, a obra moderna da 
hermenêutica. 
Dessa forma, cabe aos profissionais do Direito, aos intérpretes e doutrinadores e, 
principalmente ao Poder Judiciário, a difícil tarefa de solucionar os conflitos entre os 
tratados internacionais e as normas internas de um País. No mundo globalizado em 
que vivemos hoje, os Estados estão em constantes relacionamentos, seja por 
razões políticas, diplomáticas ou por razões comerciais. Estes relacionamentos 
 
 
 
 
 
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quando há mútuo interesse, se materializam por Tratados, Convenções, Acordos e 
Pactos Internacionais, assumindo-se obrigações que, diversas vezes, interferem no 
ordenamento jurídico de cada Estado. 
Da mesma forma, as pessoas, físicas ou jurídicas, entidades públicas e privadas, ao 
se relacionarem, por razões diversas, necessitam ter a certeza e a segurança 
jurídica do que dispõe o texto de uma Norma jurídica, seja ela de caráter interno, 
seja sela de caráter internacional, de forma à harmonizar os seus mútuos interesses 
e nortear necessidade de estabilidade nas relações sociais, utilizando-se, para 
tanto, a arte ou na técnica de interpretar, dos meios e dos recursos que 
consubstanciam na Hermenêutica Jurídica, como o instrumento necessário para 
obtenção da Paz e da Justiça Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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