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Caso Clínico 5 - Gangrena Gasosa

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ATIVIDADE ORIENTADA VIII A | MÓDULO MICROBIOLOGIA 
Letícia Guedes Morais Gonzaga de Souza 03/03/2022 
CASO 05 
Paciente de 20 anos de idade, vítima de acidente motociclístico, deu entrada no pronto 
socorro do hospital municipal, consciente, com fratura exposta de fêmur direito, graves 
lacerações e lesão por esmagamento da coxa, bem como lesões menos extensas dos tecidos 
moles em outras partes do corpo. Foi rapidamente levado para o bloco cirúrgico, onde a fratura 
foi reduzida e as feridas, debridadas. No momento da internação foi realizado hemograma, que 
mostrou hematócrito de 45% e hemoglobina de 15 g/dL. O pós-operatório imediato não 
apresentou problemas, entretanto, depois de 24 horas surgiram febre, dor e edema na coxa, os 
quais aumentaram rapidamente. A temperatura chegou a 40°C, o pulso era de 150 bpm, a 
frequência respiratória era de 28 mrm e a pressão arterial era 80/30 mmHg. 
O exame físico revelou um jovem agudamente enfermo, em estado de choque e 
delirante. A coxa direita mostrava-se acentuadamente inchada e fria ao toque. Foi constatada a 
presença de grandes áreas equimóticas perto da ferida e secreção serosa drenando da mesma. A 
radiografia mostrou a presença de gás nos planos teciduais da coxa e confirmou o diagnóstico 
de gangrena gasosa. O paciente foi levado novamente ao bloco cirúrgico e foi submetido a 
extenso debridamento de emergência do tecido necrótico. Durante a cirurgia o hematócrito caiu 
para 27% e a hemoglobina para 11 g/dL, o soro adquiriu cor vermelho-acastanhada indicando 
hemólise com hemoglobina livre na circulação. Com amostra de sangue obtida durante a 
cirurgia foi possível realizar bacterioscopia, que revelou a presença de grandes bacilos Gram 
positivos de extremidades retas, e cultura, que tornou possível a identificação do micro-
organismo, entretanto, mesmo recebendo tratamento empírico apropriado com penicilina G, o 
paciente desenvolveu insuficiência renal e cardíaca, e evoluiu para o óbito 3 dias após o 
acidente. 
QUESTÕES 
1. Após a bacterioscopia e a correlação com dados clínicos, qual o micro-organismo 
suspeito da infecção? 
O microrganismo suspeito é Clostridium perfringens (TORTORA; FUNKE; CASE, 2017). 
2. Qual a provável causa do quadro de choque e delírios apresentado pelo paciente? 
A hemólise decorrente da gangrena gasosa causada pelo Clostridium perfringens reduz o 
transporte de oxigênio no organismo, assim como compromete o transporte de outras 
substancias. Ainda, isso pode gerar o acumulo de toxinas no cérebro. Neste contexto, essa é a 
provável causa do quadro de choque e delírios(BROOKS et al., 2014; MEDLINEPLUS, 2019; 
TRABULSI; ALTERTHUM, 2015). 
3. O que pode ter provocado a diminuição do hematócrito e da hemoglobina? 
A redução do hematócrito e da hemoglobina pode estar associado à exotoxina (α-toxina) 
produzida pelo microrganismo, a qual causa destruição maciça de hemácias (hemólise) 
(BROOKS et al., 2014; TORTORA; FUNKE; CASE, 2017; TRABULSI; ALTERTHUM, 
2015). 
4. Descreva como foi realizada a cultura do sangue, quais os meios utilizados e como 
foi realizada a identificação do agente causador da gangrena. 
A hemocultura é inoculada em um ou mais frascos com aproximadamente 10 mL, servindo 
para crescimento de microrganismos aeróbios e anaeróbios. O método pode ser manual ou 
automatizado. O método manual é feito da seguinte maneira: 
 
A identificação do microrganismo pode ser realizada a partir da inoculação em meio de 
glicose com carne moída e meio de tioglicolato, além de ágar sangue com incubação anaeróbia. 
O crescimento em um desses meios é transferido para o leite. Se há ruptura do coagulo por gás 
em 24 horas, presume-se a presença de C. perfringens. A atividade da toxina (lecitinase) é 
avaliada por meio da formação de precipitado ao redor das colônias em meio de gema de ovo. 
Em culturas puras obtidas no ágar sangue, a confirmação é feita por reações bioquímicas, 
hemólise e morfologia das colônias (ANVISA, 2013; BROOKS et al., 2014; LABORCLIN, 
2019). 
REFERÊNCIAS 
ANVISA. Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção Relacionada á Assistência á 
Saúde | Módulo 3: Principais Síndromes Infecciosas. Agência Nacional De Vigilância 
Sanitária, v. 9, p. 1–150, 2013. Disponível em: 
<https://w2.fop.unicamp.br/cibio/downloads/biosseguranca_manutencao_equipamentos_labor
atorio_microbiologia.pdf>. 
BROOKS, Geo F. et al. Microbiologia Médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26a ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2014. 
LABORCLIN. Hemocult. . Pinhais: Laborclin Produtos para Laboratórios Ltda. , 2019 
MEDLINEPLUS. Delirium: MedlinePlus Medical Encyclopedia. Disponível em: 
<https://medlineplus.gov/ency/article/000740.htm>. Acesso em: 3 mar. 2022. 
TORTORA, Gerard; FUNKE, Berdell; CASE, Christine. Microbiologia. 12a ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2017. 
TRABULSI, Luiz Rachid; ALTERTHUM, Flavio. Microbiologia. 6a ed. São Paulo: Atheneu, 
2015.

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