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Resolução - Caso clínico 2

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ATIVIDADE ORIENTADA VIIIA: PRÁTICAS INTEGRADORAS 
CASO CLÍNICO 2 
Letícia Guedes Morais Gonzaga de Souza 
TERMOS DESCONHECIDOS 
Acolia fecal 
Fezes esbranquiçadas decorrentes da redução ou ausência de excreção 
de bilirrubina na luz intestinal 
Adinamia Prostração física, falta de forças, fraqueza, debilidade 
BE 
Base Excess. Quando a soma de todas as bases ultrapassa os 
parâmetros de referência do Buffer Base 
Colúria Coloração escura da urina decorrente da eliminação de bilirrubina 
EDA Endoscopia Digestiva Alta 
Flapping Tremor na mão quando punho é estendido 
Hematêmese Sangue visível no vômito 
Lesão de 
Dieulafoy 
Causa rara de hemorragia gastrintestinal maciça e recorrente 
RCD Reborda Costal Direita 
 
QUESTÕES DE APRENDIZAGEM 
1. Descreva a fisiopatologia, os sinais e sintomas e os achados laboratoriais da IRA e 
IRC. 
 Fisiopatologia Sinais e Sintomas Achados Laboratoriais 
Lesão 
Renal 
Aguda 
 
Ocorre a perda súbita e 
rápida da função renal, 
sendo caracterizada por 
inflamação precoce, 
acumulo e deposição de 
matriz extracelular, fibrose 
tubulointersticial, atrofia 
tubular e 
glomeruloesclerose. 
o Confusão; 
o Convulsões; 
o Dispneia; 
o Dor no peito; 
o Fadiga; 
o Náuseas e 
vômitos; 
o Oligúria; 
o Perda de apetite; 
o Acidose 
metabólica; 
o Aumento da 
creatinina 
plasmática (em 
48h: ≥ 0,3 
mg/dL; em 7 
dias: ≥ 1,5 o 
valor basal); 
Observa-se aumento da 
regulação da angiotensina 
II no rim, o que contribui 
para aumento da 
permeabilidade 
glomerular de proteínas e 
síntese de citocinas pró-
inflamatórias. Os rins 
podem aumentar a 
capacidade funcional em 
resposta a lesão, 
resultando em redução no 
funcionamento da massa 
renal 
o Retenção de 
líquidos; 
o Sonolência 
o Hematúria e 
proteinúria; 
o Hipercalemia; 
o Níveis 
aumentado de 
angiotensina II 
nos rins; 
o Presença de 
cilindros de 
hemácias na 
urina; 
o TFG < 60 
mL/min/1,73m² 
Doença 
do Rim 
Crônica 
Progressão da LRA 
(anormalidades de 
estrutura ou função renal, 
presente há mais de 3 
meses), com implicações 
para a saúde. A perda da 
função é lenta, progressiva 
e irreversível 
o Cãibra noturna; 
o Desconcentração 
mental; 
o Fadiga; 
o Insônia; 
o Oligúria; 
o Pele seca e 
irritada 
o Perda de apetite; 
o Retenção de 
líquidos 
o Albuminúria; 
o Anomalias 
histológicas e 
estruturais; 
o Anormalidades 
dos eletrólitos 
por distúrbios 
tubulares; 
o Aumento da 
creatinina 
plasmática; 
o Hematúria; 
o Hipercalemia; 
o Proteinúria 
o TFG < 15 mL/ 
min/1,73m² 
Tabela 1: Descrição fisiopatológica, achados clínicos e laboratoriais da Lesão Renal 
(BURTIS; BRUNS, 2016; BVMS, 2011; SBN (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
NEFROLOGIA), 2020) 
*Orientações publicadas em 2002 pelo United States National Kidney Foundation-Kidney 
Disease Outcomes Quality Initiative (NKF KDOQI): o termo “renal” tem sido amplamente 
substituído por “do rim” quando se refere a doenças crônicas. A “insuficiência renal aguda” 
foi substituída por Lesão Renal Aguda (LRA). 
2. Existe correlação entre a utilização de drogas ilícitas com a cirrose, insuficiência 
hepática e esteatose? Explique. 
Sim. Estudos mostram que as drogas ilícitas, como maconha, cocaína e crack causam lesões 
hepáticas. Bender e colaboradores observaram que a atividade de TGP é maior em pacientes 
que fazem uso de drogas associadas ao álcool; quando comparados pacientes que utilizavam 
álcool e associação de álcool com crack ou cocaína, observou-se maior atividade de TGO. Para 
além, observaram evidencias de degeneração hepática em fragmento de biopsia de pacientes 
que consumia maconha. Etchepare e colaboradores notaram que os níveis de TGO e TPG estão 
em maiores níveis em pacientes que utilizam crack; enquanto Oliveró afirmou que a toxicidade 
hepática pode ser aumentada pelo consumo simultâneo de álcool e drogas ilícitas. Desta forma, 
é possível prever que o uso de drogas ilícitas sobrecarrega a função hepática, podendo ser 
desencadeador de doenças hepáticas, como cirrose, insuficiência hepática e esteatose 
(BENDER et al., 2019). 
3. Explique a relação entre as alterações hepáticas, renais e hematológicas 
observadas no caso clínico. 
Na doença aguda grave do fígado e na síndrome nefrótica, observa-se diminuição da 
concentração de albumina sorológica, bem como elevações isoladas na concentração de 
bilirrubina e atividade aumentada das enzimas hepáticas (ALT e AST). Ademais, o alargamento 
do TAP pode indicar função anormal hepática, sendo um importante marcador de prognóstico 
nesta condição (BURTIS; BRUNS, 2016). Quanto a observação da lesão de Dieulafoy, esta 
causa hemorragia gastrointestinal, o que justifica a anemia macrocítica e normocrômica, além 
da hematêmese (IVAN R B ORSO, 2020). Além disso, a hemorragia resultante pode ter 
provocado a lesão renal aguda, o que levou a alteração da função renal (ureia e creatinina) e 
proteinúria, além de provocar a neutrofilia. Por fim, diante do desequilíbrio ácido-base no 
organismo decorrente da função renal comprometida, a paciente teve alterações nos gases, 
tendo escorias nitrogenadas, oliguria e acidose metabólica (BURTIS; BRUNS, 2016). 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BENDER, Júlia Gabrieli et al. Avaliação De Lesão Hepática Em Dependentes Químicos De 
Uma Comunidade Terapêutica De Erechim/RS. . Erechim: 6o Congresso Internacional em 
Saúde. , 2019 
BURTIS, Carl A.; BRUNS, David E. Tietz - Fundamentos de Química Clínica e Diagnóstico 
Molecular. Tradução d ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 
BVMS. Insuficiência renal crônica | Biblioteca Virtual em Saúde MS. Disponível em: 
<https://bvsms.saude.gov.br/insuficiencia-renal-cronica/>. Acesso em: 3 fev. 2022. 
IVAN R B ORSO. Lesão de Dieulafoy: um desafio para o endoscopista - Endoscopia 
Terapeutica. Disponível em: <https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerais/lesao-de-
dieulafoy-um-desafio-para-o-endoscopista/>. Acesso em: 3 fev. 2022. 
SBN (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA). Insuficiência renal. Disponível em: 
<https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/doencas-comuns/insuficiencia-renal/>. 
Acesso em: 3 fev. 2022.

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