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26/02/2023 1 TERAPIA NUTRICIONAL DA OBESIDADE 1 TÓPICOS 1. Definição 2. Epidemiologia 3. Etiologia 4. Diagnóstico 5. Tratamento Medicamentoso 6. Tratamento Nutricional 7. Terapia cognitivo - comportamental 2 26/02/2023 2 1. Definição SOBREPESO E OBESIDADE: acúmulo anormal ou excessivo de tecido adiposo acarretando riscos a saúde. São os principais fatores de risco para DCNTs, incluindo DM, DCVs e Ca. World Health Organization – WHO Available in: http://www.who.int/topics/obesity/en/. Acessed in JANUARY, 2022. 3 2. Epidemiologia – Prevalência no Brasil POF 2017-2018?? 4 http://www.who.int/topics/obesity/en/ 26/02/2023 3 Fonte: IBGE – POF 2008-2009 Prevalência Crianças e Adolescentes 5 a 9 anos de idade - Porcentagem 10 a 19 anos de idade - Porcentagem 5 VIGITEL - Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para DC por Inquérito Telefônico. Publicação (2022) – dados coletados em 2021. EXCESSO DE PESO: 57,2% [57,5% - 2020] OBESIDADE: 22,4% [21,5% - 2020] População monitorada em 2021: 27.093 entrevistas com adultos > 18 anos de idade, residentes nas capitais dos 26 estados + DF. 6 26/02/2023 4 7 8 26/02/2023 5 Prevalência no Mundo ü Em 2016, 39% dos adultos > 18 anos de idade tinham sobrepeso. ü No geral, ~ 13% da população mundial adulta tinha obesidade em 2016. ü A prevalência de obesidade no mundo triplicou entre 1975 e 2016. ü Em 2019, ~ 38,2 milhões de crianças > 5 anos tinham excesso de peso. Na África, o % aumentou 24% desde 2000 e quase metade das crianças com excesso de peso, moravam na Ásia, em 2019. World Health Organization – WHO Available in: http://www.who.int/topics/obesity/en/. Acessed in JANUARY, 2022. 9 Prevalência nos Estados Unidos https://www.cdc.gov/nchs/data/databriefs/db360-h.pdf 10 http://www.who.int/topics/obesity/en/ https://www.cdc.gov/nchs/data/databriefs/db360-h.pdf 26/02/2023 6 3. Etiologia Multifatorial GenesAmbiente Estilo de vida Urbano moderno 11 2 pais eutróficos 1 pai obeso 2 pais obesos Herança genética Whitaker et al. Predicting obesity in young adulthood from childhood and parental obesity. N Engl J Med 1997;337(13):869–873 9% 50% 80% 12 26/02/2023 7 Ambiente – atividades físicas/aumento do consumo calórico 13 14 26/02/2023 8 15 16 26/02/2023 9 17 18 26/02/2023 10 19 20 26/02/2023 11 Microbiota e obesidade 21 Firmicutes Bacteroidetes Firmicutes Bacteroidetes 22 26/02/2023 12 Fonte: http://www.cdc.gov/obesity/data/adult.html Comorbidades 23 4. Diagnóstico MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Medidas de distribuição de gordura IMC 24 http://www.cdc.gov/obesity/data/adult.html 26/02/2023 13 Crianças e adolescentes: IMC/idade e E/I = OMS (2006) Idosos: MS = IMC >22 a < 27 kg/m2 25 DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA CORPORAL 26 26/02/2023 14 27 28 26/02/2023 15 Outra referência para circunferência abdominal REFERÊNCIA PONTO DE CORTE HOMENS MULHERES NCEP (National Cholesterol Education Program) Adult Treatment Panel III (ATP III) 102 cm 88 cm Razão cintura-quadril Razão cintura-altura: 0,5 Outras circunferências: ü Braço ü Pescoço ü Coxa 29 • Relação cintura-quadril H > 1,0 M > 0,85 • Circunferência de pescoço H > 37cm M>34 cm • Relação cintura-estatura � Ponto de corte 0,5 (a cintura deve ser menor que a metade da altura) RCQ = C. da cintura C. do quadril 30 26/02/2023 16 Avaliação física do paciente obeso • Distribuição da composição corporal • Xantelasmas nas hiperlipidemias 31 • Acanthosis nigricans, pescoço e vincos podem indicar hiperinsulinismo. • Hirsutismo. 32 26/02/2023 17 Avaliação bioquímica Lipidograma Pressão Arterial 33 Glicemia 34 26/02/2023 18 35 5. Tratamento Medicamentoso � Indicações: � Indivíduos com IMC normal, mas aumento de circunferência abdominal, são considerados obesos viscerais e devem ser tratados na presença de comorbidades. 36 26/02/2023 19 Sibutramina – Redutor de apetite. Dose aprovada é de 1 cápsula de 10 ou de 15 mg pela manhã. Recomendada para pacientes com IMC ≥ 30 kg/m². Contraindicada: diabetes associado a um fator de risco cardiovascular e doenças cerebrovasculares e cardiovasculares. Orlistate- Reduz absorção intestinal de gordura. Suplementação de vitaminas lipossolúveis quando usado a longo prazo (mais de 4 anos), 2h antes ou 1 hora depois a ingestão do medicamento. A dose de orlistate é 1 cápsula de 120 mg, administrada três vezes por dia junto das principais refeições (dose total diária de 360 mg). 37 Liraglutida – Tem ação hipotalâmica em neurônios envolvidos no balanço energético, em centros ligados a prazer e recompensa. Dose de 3,0 mg de liraglutida foi aprovada para o tratamento da obesidade https://g1.globo.com/saude/noticia/2021/10/14/anvisa-diz-que-nao-ha-novos- dados-que-apoiem-o-uso-da-sibutramina-da-anfepramona-e-do- femproporex.ghtml 38 https://g1.globo.com/saude/noticia/2021/10/14/anvisa-diz-que-nao-ha-novos-dados-que-apoiem-o-uso-da-sibutramina-da-anfepramona-e-do-femproporex.ghtml https://g1.globo.com/saude/noticia/2021/10/14/anvisa-diz-que-nao-ha-novos-dados-que-apoiem-o-uso-da-sibutramina-da-anfepramona-e-do-femproporex.ghtml https://g1.globo.com/saude/noticia/2021/10/14/anvisa-diz-que-nao-ha-novos-dados-que-apoiem-o-uso-da-sibutramina-da-anfepramona-e-do-femproporex.ghtml 26/02/2023 20 Pacientes com história prévia de falência com tentativas de mudança de estilo de vida, dieta com restrição calórica e aumento de atividade física (quando aplicável), o tratamento medicamentoso deve ser indicado na presença de excesso de peso associado a fatores de risco. Ele não deve ser usado isoladamente na ausência de outras medidas não farmacológicas. Consenso - 2016 39 6. Tratamento Nutricional 40 26/02/2023 21 Atendimento nutricional 1. Apresentação do profissional 2. Conhecer o motivo da consulta 3. Conhecer a história social 4. Conhecer a história clínica individual e familiar e análise de exames laboratoriais: história de doença pregressa ou crônica, alterações comportamentais, funcionais, histórico familiar. 41 42 26/02/2023 22 5. Anamnese Alimentar: hábitos alimentares, preferências, aversões, alergias, onde faz as refeições, como prepara, condições de acesso aos alimentos, práticas alimentares. 6. Fazer a avaliação antropométrica 7. Realizar o diagnóstico nutricional 8. Elaborar o plano alimentar individualizado 43 Cuidado com o número excessivo de informações logo na primeira consulta. As metas de emagrecimento devem ser acordadas 44 26/02/2023 23 ATENÇÃO!!!! Os estudos mostram que a manutenção da perda de peso foi maior nos pacientes nos quais se combinou dieta com terapia de grupo e/ou acompanhamento em longo prazo. 45 50% dos pacientes recuperam o peso pré-tratamento em 12 meses e a maioria, em cinco anos. Apenas 11% mantêm perda de 5 kg ou mais. 46 26/02/2023 24 Avaliação do consumo alimentar Valorizar os pontos positivos Estabelecer mudanças e metas Objetivo: reduzir a gordura corporal com vistas à melhora do estado de saúde. Perdas de peso entre 5 a 10% do peso corporal apresenta melhoras significativas nos níveis pressóricos e glicêmicos. 47 Proposta para o estabelecimento de metas CULLEN, K. W.; BARANOWSKI, T; SMITH, S. P. using goal setting as a strategy for dietary behaviour change. Journal American Dietetic Association, v. 101, p. 562-566, 2001. 48 26/02/2023 25 Cálculo do valor energético DRI, 2005* utiliza-se o peso atual 49 Tratamento dietético 50 26/02/2023 26 Redução calórica de 500 a 1000 kcal: diminuição de 0,5 a 1 kg por semana. Dietas com baixas calorias, com 1000 a 1200 kcal por dia, reduzem em média 8% do peso corporal, em 3 a 6 meses. Dietas com muito baixas calorias, 800 kcal por dia, produzem perda maior de peso, em comparação as dietas com baixas calorias, mas após 1 ano, a perda de peso é similar. Estas deverão ser feitas em ambiente hospitalar e sob rígida supervisão. 51 Plano de dietas recomendadas Dietasbalanceadas: 20 a 30% de gorduras, 55 a 60% de carboidratos e 15 a 20% de proteínas. Dieta adequada em fibras e controlando o tamanho das porções. Programa para aumento de atividade física ou exercícios físicos. 52 26/02/2023 27 Plano de dietas recomendadas O objetivo das dietas balanceadas é permitir ao consumidor a escolha de maior variedade de alimentos, adequação nutricional, maior aderência, resultando em perda de peso pequena, mas sustentada. Diretrizes Brasileiras de Obesidade, 2016 - ABESO 53 (significativa perda de peso e pequena diminuição GET) (pequena perda de peso, ↑ fome, ↓ da atividade do SNS e ↓ GET, ↓ [leptina] ↑ tônus SNP e ↓ GEB 54 26/02/2023 28 Dietas da moda – Consenso 2016 Não há evidência para recomendação ou mesmo evidência de segurança para tratamento do S e O para as “dietas da moda”: ricas em gorduras e pobres em carboidratos, dieta do índice glicêmico, jejum intermitente, dieta sem glúten e dieta sem lactose. 55 Suplementos nutricionais– Consenso 2016 § Ácido graxo linoleico conjugado (ACL); § Óleo de coco; § Cafeína, chá verde, guaraná e capsaicina; § Goma guar, goma xantana, goma de alfarroba, gelatinas de origem vegetal o animal, agar agar, linhaça moída, araruta; Não devem ser indicados: suplementos nutricionais a base de ervas (Camellia sinensis, folhas de chá verde em pó), por conterem estimulantes em dosagens que podem ser potencialmente tóxicos e perigosos, havendo evidência de associação a excesso de morbidade e mortalidade. 56 26/02/2023 29 § Picolinato de cromo; § Suplementação de cálcio; § Quitosana; § Gonadotrofina coriônica humana (hCG). A eficácia e o benefício de hipnose, de meditação e de atenção plena (“mindfulness”) ainda são incertos não tendo eficácia e benefício estabelecidos para que sejam consideradas como adjuvante no tratamento dos pacientes com sobrepeso associado a fatores de risco e dos pacientes com obesidade. 57 Posicionamento sobre o tratamento nutricional do sobrepeso e da obesidade 2022. 58 26/02/2023 30 Posicionamento sobre o tratamento nutricional do sobrepeso e da obesidade 2022. 59 60 26/02/2023 31 61 CONSEQUÊNCIAS DO EMAGRECIMENTO RÁPIDO • ↓ da taxa de MB: perda de MM como redução da ação da leptina; • ↑ do apetite: redução da leptina e aumento da grelina que são importantes hormônios reguladores da fome e da saciedade. O rebote de peso é mais comum quanto mais rápido e intenso for o emagrecimento, caso encontrado em dietas bastante restritivas em energia!! 62 26/02/2023 32 7. Terapia cognitivo - comportamental Estratégias comportamentais Automonitoramento: realizado pelo próprio paciente, através de registros da ingestão alimentar, dos episódios de compulsão e dos eventos desencadeantes. Controle de estímulos: modificar situações que antecedem os transtornos de comportamento, como o excesso de ingestão e a inatividade física. 63 ü Reestruturação cognitiva: consiste em modificar o sistema de crenças, de alteração dos pensamentos dos pacientes. Ex: o pensamento do “tudo ou nada”, absolutista e extremo, pensamentos supersticiosos, classificar os alimentos em “bons ou ruins”. ü Suporte social: família ou terapia de grupos com equipe multiprofissional. ü Entrevista motivacional: abordagem que motiva a mudança usando um estilo de comunicação, convidando as pessoas a considerar sua própria situação e encontrar suas próprias soluções onde eles identificam problemas que impedem a mudança. 64 26/02/2023 33 Avaliar IMC/Fatores de Risco/CC Perguntar se o paciente está preparado para perda de peso Aconselhar: Determinar metas e estratégias para emagrecimento e controle dos FR. Apontar objetivos quantificáveis. Perda de peso de 10% ou 0,5 a 1,0 kg/semana Assistir: Estabelecer intervenções apropriadas para IMC e FR MEV: Dieta: déficit de 500 a 1000kcals/dia Atividade física regular Cirurgia de perda de peso como coadjuvante de MEV. Para paciente com IMC >40 ou >35kg/m² com comorbidades. Considerar outras tentativas fracassadas de emagrecimento Manutenção do acompanhamento: dietoterapia, terapia comportamental, AF regular, monitoração periódica de peso, IMC e CC Manutenção de peso Apontar outros FR Monitoramento periódico de peso/IMC/CC Farmacoterapia como coadjuvante de MEV Avaliar razões para fracassos do tratamento Alterado Não alterado Fazendo progresso ou os objetivos foram alcançados? Não Sim Não Sim Acompanhar 65 Passo 1: Reconhecimento da obesidade como doença crônica e obter permissão do paciente. Passo 2: Avaliação: promover abordagem holística da saúde com foco no comportamental, procurar saber as causas do ganho de peso e ter muito cuidado para evitar narrativas estigmatizantes e/ou rasas. Passo 3: Discussão das opções de tratamento: o tratamento deverá ser individualizado. Passo 4: Acordos sobre os objetivos da terapia: consciência de que o tratamento é a longo prazo. Metas realistas e sustentáveis para mudança de comportamento. Passo 5: Seguimento: Capacitação de profissionais para atendimento / tratamento do paciente com obesidade / melhorar o acesso dos pacientes ao tratamento / equipe multiprofissional. 66 26/02/2023 34 Diretrizes Brasileiras de Obesidade, 2016 Obesidade infantil – Multifatorial Obesidade Peso ao nascer (Sobrepeso) Genética Obesidade dos pais Sedentarismo (> 2 horas de tela/dia a partir de 2 anos) Aleitamento materno (proteção) 67 Avaliação do Estado nutricional Faixa etária Crianças 0-5 anos Crianças 5-10 anos Adolescentes 10-19 anos ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS Peso para idade -- -- Peso para estatura -- -- IMC para idade IMC para idade IMC para idade Estatura para idade Estatura para idade Estatura para idade Padrão de Referência: OMS 2006/2007 Percentis ou Escores Z www.who.int/childgrowth/en 68 26/02/2023 35 IMC/Idade – Classificação sobrepeso e obesidade Menores de 5 anos Percentil >85 e < 97 Escore z + 1 e < +2 Risco para sobrepeso Percentil 97 e < 99,9 Escore z + 2 e < +3 Sobrepeso Percentil > 99,9 Escore z > +3 Obesidade Maiores de 5 anos Percentil >85 e < 97 Escore z + 1 e < +2 Sobrepeso Percentil 97 e < 99,9 Escore z + 2 e < +3 Obesidade Percentil > 99,9 Escore z > +3 Obesidade grave Risco para Sobrepeso Sobrepeso Obesidade Exemplo IMC < 5 anos 69 IMC/Idade – Classificação sobrepeso e obesidade De Onis & Lobstein. Defining obesity risk status in the general Population: Which cut-offs should we use?. Int J Pediatr Obes, 2010; 5:458 Obesidade grave Sobrepeso Obesidade Exemplo - IMC > 5 anos 70 26/02/2023 36 Brancos Negros Meninos Percentil Meninas Percentil Meninos Percentil Meninas Percentil Idade (anos) N 50 90 N 50 90 N 50 90 N 50 90 5 28 52 59 34 51 57 36 52 56 34 52 56 6 44 54 61 60 53 60 42 54 60 52 53 59 7 54 55 61 55 54 64 53 56 61 52 56 67 8 95 59 75 75 58 73 54 58 67 54 58 65 9 53 62 77 84 60 73 53 60 74 56 61 78 10 72 64 88 67 63 75 53 64 79 49 62 79 11 97 68 90 95 66 83 58 64 79 67 67 87 12 10 2 70 89 89 67 83 60 68 87 73 67 84 13 82 77 95 78 69 94 49 68 87 64 67 81 14 88 73 99 54 69 96 62 72 85 51 68 92 15 58 73 99 58 69 88 44 72 81 54 72 85 16 41 77 97 58 68 93 41 75 91 34 75 90 17 22 79 90 42 66 86 31 78 101 35 71 105 Fonte: Freedman, 1999 CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL (cm) Método: Ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca. Leitura: momento da expiração. É o melhor parâmetro para diagnosticar obesidade central e para relacionar-se com risco metabólico (hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, hiperglicemia e hiperinsulinemia) 71 A probabilidade de que uma criança obesa permaneça obesa na idade adulta varia de 20% a 50% antes da puberdade e 50% a 70% após a puberdade. Diretrizes Brasileiras de Obesidade, 2016 72 26/02/2023 37 ANAMNESE a. História da obesidade – idade de início, relação com fatores desencadeantes, tentativas anteriores de tratamento e percepção da família sobre o problema. b) Antecedentes pessoais – alto ou baixo peso ao nascer, ganhode peso acentuado no primeiro ano de vida. c) Antecedentes familiares – dados relacionados à obesidade e doença cardiovascular precoce. d) Uso de drogas, álcool (1 g=7 kcal) e tabaco – para que essa informação seja obtida de forma fidedigna é importante que o adolescente esteja confiante e à vontade no momento da consulta, sem a presença de familiares. e) Antecedentes alimentares – tempo de aleitamento materno (cada período de 3,7 meses no tempo total de aleitamento materno reduz em 6% o risco de desenvolvimento de obesidade); introdução da alimentação complementar e seus aspectos quantitativos e qualitativos. f) Hábitos alimentares - Deve-se investigar também a dinâmica da refeição: onde é realizada, se ocorre com ou sem a presença de pais e irmãos, em que ambiente, horários, intervalos, o tempo gasto, se ocorre repetição, se há ingestão concomitante de líquidos, como é a mastigação. g) Comportamento e estilo de vida – comportamento com familiares e colegas da escola, rendimento escolar. Investigar a presença de ansiedade, depressão e compulsão alimentar. Pesquisar como a criança ou o adolescente vai para escola, a periodicidade e a duração das atividades físicas curriculares e extracurriculares realizadas por eles, o tempo gasto com televisão, vídeo games e computador e quais são as brincadeiras e atividades que eles preferem. Investigar bullying. SBP – Manual de Obesidade Infantil, 2019 73 TRATAMENTO ESTRATÉGIAS PARA MANUTENÇÃO DE UM PESO SAUDÁVEL � Tratamento convencional: Redução da ingestão calórica 74 26/02/2023 38 75 RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS PARA TRATAMENTO DA OBESIDADE • Vitaminas e minerais: de acordo com as necessidades para idade e gênero (DRIs). Diretrizes Brasileiras de Obesidade, 2016 • CHO: 55 a 65% • PTN: 15-20 % • Gorduras: 20-30% (<10% saturadas, 10% Poli e > 20% Mono) 76 26/02/2023 39 � Tratamento convencional: Redução da ingestão calórica üMetas dieta – O que é possível modificar no momento que será de VIÁVEL execução e que já haverá redução calórica em relação a ingestão habitual. üCUIDADO! Não fazer menção de metas de peso para o paciente, especialmente nos adolescentes. üO objetivo, algumas vezes, pode ser a manutenção do peso, resultando numa diminuição de IMC com o aumento da idade e o aumento da altura. TRATAMENTO ESTRATÉGIAS PARA MANUTENÇÃO DE UM PESO SAUDÁVEL 77 � Aumento do gasto energético TRATAMENTO ESTRATÉGIAS PARA MANUTENÇÃO DE UM PESO SAUDÁVEL Aumento de brincadeiras que envolvam atividade física vigorosa (pelo menos 1 hora/dia) Redução do uso de telas (< 1 hora por dia somando televisão, computador, videogame estático, celular, tablet, etc) 78 26/02/2023 40 � Modificação de comportamento: Envolvimento familiar no processo de mudança. üProcesso demorado; üProcesso gradativo; üDemanda esforços não só da criança ou adolescente em questão, mas de TODA A FAMÍLIA TRATAMENTO ESTRATÉGIAS PARA MANUTENÇÃO DE UM PESO SAUDÁVEL O objetivo do tratamento comportamental é contribuir para o reconhecimento e modificação de hábitos inadequados para manutenção de um peso saudável. 79 Diretrizes Brasileiras de Obesidade, 2016 Metas para o plano dietoterápico � Crianças e adolescentes com Z-IMC > +2 : Perda de peso gradual - exemplo: 0,5 kg por mês � Crianças e adolescentes com Z-IMC > +3: Perda de peso pode ser maior - não deve exceder 1 kg por semana Se não houver melhora no status do IMC em 3 a 6 meses: Planejar um balanço energético negativo (dieta ainda mais estruturada) + atividade física + envolvimento familiar ROTINA DE ATENDIMENTO: visitas clínicas semanais nas primeiras 8 a 12 semanas com equipe multidisciplinar (endocrinologista, psicólogo, nutricionista e um educador físico) 80 26/02/2023 41 Pesquisa feita na Áustria com crianças e adolescentes (entre 8,5 e 14,8 anos) dieta e atividade física. Fator de risco para obesidade Recuperação do peso corporal Gordura corporal Perda de peso rápido Massa magra Taxa do metabolismo em repouso Emagrecimento Rápido 81 NÃO É RECOMENDADO!!! Risco de ultrapassar a dose diária máxima aceita; Faltam estudos a longo prazo conclusivos quanto aos efeitos no crescimento e desenvolvimento. Exemplo - sacarina Ingestão máxima por dia: 5mg/kg Para uma criança de 3 anos com 14kg = 70mg 3 copos de suco de fruta dietético: 48mg 1 lata de refrigerante dietético: 26mg 1 porção de doce dietético: 15mg Total de sacarina: 89mg Edulcorantes e Dietéticos 82 26/02/2023 42 Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : obesidade / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 212 p. : il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 38) Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica Diretrizes brasileiras de obesidade 2016 / ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. – 4.ed. - São Paulo, SP Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Pesquisa de Orçamentos Familiares, 2008-2009. Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. 2010. 130 p. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil, 2021: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 83 TERAPIA NUTRICIONAL NA SÍNDROME METABÓLICA - SM 84 26/02/2023 43 TÓPICOS 1. Definição 2. Epidemiologia 3. Diagnóstico 4. Tratamento Nutricional 85 1. Definição “Conjunto de fatores de risco cardiovascular relacionados à deposição central de gordura e a resistência a insulina” I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da SM, 2005. 86 26/02/2023 44 2. Epidemiologia No mundo: de 10% a 84%, dependendo do critério estabelecido para definição de SM, da região estudada, sexo, raça, idade. FID estima que ¼ da população mundial tenha SM. Alto nível sócio-econômico, vida sedentária e excesso de peso são fatores importantes para o desenvolvimento da SM. No Brasil, não há dados de prevalência com representatividade nacional. 87 3. Diagnóstico clínico e avaliação laboratorial 88 26/02/2023 45 National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) Combinação de pelo menos 3 componentes 89 90 26/02/2023 46 ü História clínica: idade, tabagismo, prática de atividade física, história pregressa de hipertensão, diabetes, diabetes gestacional, doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, síndrome dos ovários policísticos (SOP), doença hepática gordurosa não alcoólica, hiperuricemia, história familiar de DCV, uso de medicamentos hipoglicemiantes. ü Exame físico: antropométricos (peso, altura, circunferência abdominal); exame da pele para pesquisa de acantose nigricans, exame cardiovascular. 91 EXAMES LABORATORIAIS PADRÃO § Glicemia de jejum; § Dosagem de HDL e TG. COMPLEMENTARES § Perfil Lipídico; § TTOG; § Ureia, Creatina e Albuminúria; § Proteína C reativa. 92 26/02/2023 47 Avaliação da resistência a insulina (HOMA-IR): HOMA = glicemia (mMol/L) x insulina (μg/mL) 22,5 É considerado como resistência Insulínica se: HOMA-IR > 4,65 ou HOMA-IR >3,60 e índice de massa corporal > 27,5 kg/m2. 93 4. Tratamento nutricional I DIRETRIZ BRASILEIRA DE DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA SÍNDROME METABÓLICA. Arq. Bras. de Card. 84, Supl I, 2005 OBJETIVOS DO TRATAMENTO REDUÇÃO DA GORDURA CORPORAL Reduz riscos de complicações Melhora no estado de saúde Melhora no perfil lipídico Reduz glicemia 94 26/02/2023 48 Plano alimentar 95 • Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base de sua alimentação; • Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades; • Limite o uso de alimentos processados; • Comer com regularidade e com atenção;• Comer em ambientes apropriados e em companhia. 96 26/02/2023 49 Referências I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sociedade Brasileira de Diabetes, Associação Brasileira para Estudos da Obesidade. Arq. Bras. Cardiol. vol.84 suppl.1 São Paulo Apr. 2005. Jaspinder Kaur. A compreensive review on Metabolic Syndrome. Cardiology Research and Practice. 2014, 21 p. Available in: http://dx.doi.org/10.1155/2014/943162 97 http://dx.doi.org/10.1155/2014/943162
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