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LISTA 3 – DERIVADAS – GABARITO – ANÁLISE REAL 1. Responda: (a) Defina derivada de uma função f : X −→ R no ponto a ∈ X ∩ X ′. Graficamente (geometricamente), o que significa a derivada de uma função f em ponto a. (Faça um desenho). Solução: A função f é derivável em a, notação f ′(a), quando existe o limite f ′(a) = lim x→a f(x) − f(a) x− a ou f ′(a) = lim h→0 f(x+ h) − f(a) h (b) Mostre que se uma função f : X −→ R é derivável no ponto a ∈ X ∩ X ′, então f é contínua em a. Demonstração: Como f é derivável em a, tem-se que f ′(a) ∈ R, i.e, o limite a seguir existe f ′(a) = lim x→a f(x) − f(a) x− a . Assim, ∀x ∈ X, com x 6= a (x− a 6= 0), tem-se f(x) − f(a) = [ f(x) − f(a) x− a ] (x− a), ao limite de x→ a, obemos lim x→a [ f(x) − f(a) ] = lim x→a {[ f(x) − f(a) x− a ] (x− a) } = = lim x→a f(x) − f(a) x− a . lim x→a (x− a) = f ′(a).0 = 0, i.e, limx→a [ f(x) − f(a) ] = 0⇔ limx→a f(x) = f(a). Logo, f é contínua em a. 1 2. Responda: (a) Mostre, usando a definição, que a derivada de f(x) = x2 em a, a ∈ R, é f ′(a) = 2a. Mostre que a reta tangente ao gráfico de f em ( a, f(a) ) não intercepta o gráfico de f, exceto em ( a, f(a) ) . ( f(a) = a2 ) . Solução: Parte 1: f ′(a) = 2a. De fato, f ′(a) = lim x→a f(x) − f(a) x− a = lim x→a x2 − a2 x− a = lim x→a (x+ a).(x− a) (x− a) = = lim x→a (x+ a) = 2.a Graficamente, tem-se Parte 2: A reta tangente ao gráfico de f em ( a, f(a) ) intercepta o gráfico de f somente em ( a,a2 ) . De fato, como a reta tangente ao gráfico de f em( a,a2 ) = (x0,y0) é dada por y− y0 = f ′(a).(x− x0) = y− a2 = 2.a.(x− a)⇔ y = 2.a.x− a2, i.e, como a reta tangente é dada pela função g(x) = 2.a.x− a2, temos que f(x) = g(x)⇔ x2 = 2.a.x− a2 ⇔ x2 − 2.a.x+ a2 = 0⇔ (x− a)2 = 0, ou seja, x = a é o único ponto em que f e g se interceptam. (b) Mostre, usando a definição, que a derivada de f(x) = 1 x em a, a 6= 0 é f ′(a) = − 1 a2 . Mostre que a reta tangente ao gráfico de f em ( a, f(a) ) não intercepta o gráfico de f, exceto em ( a, f(a) ) . ( f(a) = 1 a ) . Solução: A idéia é análoga ao item anterior. 3. Usando a definição, prove que: 2 (a) Se g(x) = f(x) + c, então g ′(x) = f ′(x).(Faça um desenho para ilustrar). Solução: De fato, f ′(x) = lim h→0 f(x+ h) − f(x) h e g ′(x) = lim h→0 g(x+ h) − g(x) h = lim h→0 [f(x+ h) + c] − [f(x) + c] h = = lim h→0 f(x+ h) − f(x) h = f ′(x). A figura a seguir indica a relação entre f ′ e g ′ = (f+ c) ′ (b) Se g(x) = k.f(x), então g ′(x) = k.f ′(x), onde K ∈ R é uma constante.(Faça um desenho para ilustrar). Solução: De fato, f ′(x) = lim h→0 f(x+ h) − f(x) h e g ′(x) = lim h→0 g(x+ h) − g(x) 0 = lim h→0 k.f(x+ h) − k.f(x) h = = lim h→0 k. [ f(x+ h) − f(x) h ] = k. lim h→0 f(x+ h) − f(x) h = k.f ′(x). A figura a seguir indica a relação entre f ′ e g ′ = (k.f) ′ 3 (c) Se g(x) = f(x + c), então g ′(x) = f ′(x + c). Faça um desenho para ilustrar isso. Para resolver este problema você deve escrever as definições de g ′(x) e f ′(x + c) corretamente. Solução: De fato, f ′(x) = lim h→0 f(x+ h) − f(x) h e g ′(x) = lim h→0 g(x+ h) − g(x) h = lim h→0 f ( (x+ c) + h ) − f(x+ c) h = = lim h→0 f(u+ h) − f(u) h = f ′(u) = f ′(x+ c), onde u = x+c. A figura a seguir indica a relação entre f ′ e g ′, onde g(x) = f(x+c). (d) Se g(x) = f(k.x), então g ′(x) = k.f ′(k.x), onde k ∈ R é uma constante. Solução: De fato, se k = 0 não há o que fazer, pois g(x) = f(0.x) = f(0) = c, constante. Se k 6= 0, temos que f ′(x) = lim h→0 f(x+ h) − f(x) h e g ′(x) = lim h→0 g(x+ h) − g(x) h = lim h→0 f ( k.(x+ h) ) − f(k.x) h = = lim h→0 f(k.x+ k.h) − f(k.x) h = lim h→0 k. [ f(k.x+ k.h) − f(k.x) k.h ] = = k. lim u→0 f(k.x+ u) − f(k.x) u = k.f ′(k.x), pois fazendo u = k.h, obtemos que h→ 0⇔ u→ 0. 4. Suponha que f(a) = g(a), e que a derivada esquerda de f em a é igual a derivada direita de g em a. Defina h(x) = f(x) para x 6 a, e h(x) = g(x) para x > a. Prove que h é diferenciável (derivável) em a. Solução: De fato, pois como h(x) = { f(x), se x 6 a g(x), se x > a , então o limite h ′(a) = lim t→0 h(a+ t) − h(a) t 4 existe, uma vez que, para x > a tem-se h ′(a+) = lim t→0+ h(a+ t) − h(a) t = lim t→0+ g(a+ t) − g(a) t = g ′(a+) e para x 6 a tem-se h ′(a−) = lim t→0− h(a+ t) − h(a) t = lim t→0− f(a+ t) − f(a) t = f ′(a−) e, como f ′(a−) = g ′(a+), portanto h ′(a−) = h ′(a+) = h ′(a). 5. Seja f : X −→ R uma função. A função f é derivável no ponto a ∈ X∩X ′ se, e somente se, existe c ∈ R tal que (a+ h) ∈ X⇒ f(a+ h) = f(a) + c.h+ r(h), onde lim h→0 r(h) h = 0. No caso afirmativo, tem-se c = f ′(a). Demonstração: Ida(⇒) Como f é derivável no ponto a, então existe o limite f ′(a) = lim h→0 f(a+ h) − f(a) h . Daí, queremos mostrar que existe c ∈ R satisfazendo a condição anterior. De fato, basta tomar c = f ′(a) e r(h) = f(a+ h) − f(a) − f ′(a).h. Assim, obtemos lim h→0 r(h) h = lim h→0 f(a+ h) − f(a) − f ′(a).h h = = lim h→0 f(a+ h) − f(a) h − lim h→0 f ′(a).h h = f ′(a) − f ′(a) = 0 como queríamos demonstrar. Volta(⇐) Agora, temos que existe c ∈ R tal que (a+ h) ∈ X⇒ f(a+ h) = f(a) + c.h+ r(h), onde lim h→0 r(h) h = 0. Daí, como f(a+ h) − f(a) = c.h+ r(h), temos lim h→0 f(a+ h) − f(a) h = lim h→0 c.h+ r(h) h = lim h→0 c.h h + lim h→0 r(h) h = c isto é, f ′(a) existe e f ′(a) = c. 6. Calcule a f ′′(x) nos casos a seguir: 5 (a) f(x) = x4 Solução: f ′(x) = 4x3 e f ′′(x) = 12x2. (b) f(x+ 3) = x5 Solução: Primeiro observe que f(x) = (x−3)5, pois fazendo y = x+3⇔ x = y−3, obtemos f(x+ 3) = x5 ⇔ f(y) = (y− 3)5. Assim, f ′(x) = 5(x− 3)4 e f ′′(x) = 20(x− 3)3. 7. Seja a função f : R −→ R tal que |f(x) − f(y)| 6 (x − y)2, ∀x,y ∈ R. Prove que f é constante. (Tente mostrar que f ′(x) = 0 ∀x ∈ R). Demosntração: (i) Se x = y, então a desigualdade |f(x) − f(x)| 6 (x− x)2 não nos diz nada. (ii) Agora, ∀ x,y ∈ R, com x 6= y, i.e, |x− y| 6= 0, tem-se |f(x) − f(y)| 6 (x− y)2 ⇔ |f(x) − f(y)| 6 |x− y|2 ⇔ |f(x) − f(y)| |x− y| 6 |x− y|⇔ 0 6 ∣∣∣∣f(x) − f(y)y− x ∣∣∣∣ 6 |y− x|, ao limite de y→ x, lim y→x 0 6 lim y→x ∣∣∣∣f(x) − f(y)y− x ∣∣∣∣ 6 limy→x |y− x|⇔ 0 6 ∣∣∣∣ limy→x f(x) − f(y)y− x ∣∣∣∣ 6 0⇔ 0 6 |f ′(x)| 6 0⇔ |f ′(x)| = 0⇔ f ′(x) = 0, ∀ x ∈ R⇔ f é constante. 8. Seja f : I ⊂ R −→ R uma função definida no intervalo I do qual a é ponto interior. Mostre que se f é derivável no ponto a, então f ′(a) = lim h→0 f(a+ h) − f(a− h) 2h Demosntração: De fato, primeiro observe que f ′(a) = lim h→0 f(a+ h) − f(a) h = lim h→0 f(a− h) − f(a) −h = lim h→0 f(a) − f(a− h) h . Assim, lim h→0 f(a+ h) − f(a− h) 2h = lim h→0 f(a+ h) − f(a) + f(a) − f(a− h) 2h = = 1 2 [ lim h→0 f(a+ h) − f(a) h + lim h→0 f(a) − f(a− h) h ] = = 1 2 [2.f ′(a)] = f ′(a). 6 9. Seja f uma função derivável e g(x) = f(e2x). Calcule g ′(0) se f ′(1) = 2. Solução: Fica a cargo do aluno. 10. Seja f(x) = x2.sen ( 1 x ) , se x 6= 0 e f(0) = 0. Sejam também g,h duas funções tais que{ g(0) = 0 g ′(x) = f(x+ 1) e { h(0) = 3 h ′(x) = sen2 ( sen(x+ 1) ) . Usando a regra da cadeia, isto é, (f ◦ g) ′(x) = [ f(g(x)) ] ′ = f ′(g(x)).g ′(x), calcule: (a) (f ◦ h) ′(0) Solução: Observe que, f ′(0) = lim x→0 f(x) − f(0) x− 0 = lim x→0 x2.sen ( 1 x ) − 0 x = lim x→0 x.sen ( 1 x ) = 0, h ′(0) = sen2 ( sen(0+ 1) ) = sen2 ( sen(1) ) , g ′(0) = f(0+ 1) = f(1) = 12.sen ( 1 1 ) = sen(1) e f ′(x) = f ′(x) = 2.x.sen ( 1 x ) − cos ( 1 x ) , se x 6= 0 f ′(0) = 0 . Assim, (f ◦ h) ′(0) = f ′(h(0)).h ′(0) = f ′(3).sen2 ( sen(1) ) = = [ 6.sen ( 1 3 ) − cos ( 1 3 )] .sen2 ( sen(1) ) (b) (g ◦ f) ′(0) Solução: (g ◦ f) ′(0) = g ′(f(0)).f ′(0) = sen(1).0 = 0. 11. O número a é chamado de raiz dupla de uma função polinomial f se f(x) = (x− a)2.g(x) para alguma função polinomial g. Responda: (a) Prove que a é uma raiz dupla de f se, e somente se, a é uma raiz de ambas f e f ′. Demonstração: Ida(⇒) Se a é uma raiz dupla de f, temos que f(x) = (x− a)2.g(x), então f ′(x) = (x− a)2.g ′(x) + 2(x−a).g(x)⇒ f ′(a) = 0. 7 Volta(⇐) Reciprocamente, se f(a) = 0 e f ′(a) = 0, então existe uma função g tal que f(x) = (x− a)g(x) e f ′(x) = (x− a).g ′(x) + g(x)⇒ g(a) = f ′(a) = 0. Portanto, existe h(x) tal que, g(x) = (x− a).h(x)⇒ f(x) = (x− a)2.h(x). (b) Quando é que f(x) = a.x2 + b.x+ c, com a 6= 0, tem uma raiz dupla? O que isto significa geometricamente? Solução: Observe que a única raiz de f ′ é x = − b 2.a , pois f ′(x) = 0⇔ 2.a.x+ b = 0⇔ x = − b 2.a . Assim, f tem uma raiz dupla se, e somente se, f ( − b 2.a ) = 0, isto é f ( − b 2.a ) = 0⇔ a. ( − b 2.a )2 + b. ( − b 2.a ) + c = 0⇔ ( b2 4.a ) − ( b2 2.a ) + c = 0⇔ b 2 − 2b2 + 4.a.c 4.a = 0⇔ −b2 + 4.a.c 4.a = 0⇔ −b2 + 4.a.c = 0⇔ −∆ = 0⇔ ∆ = 0. Geometricamente, esta é precisamente a condição de que o gráfico de f toca o eixo horizontal no único ponto −b 2a . 12. Responda: (a) Enuncie o Teorema do Valor Médio (TVM). (Dê uma ideia geométrica do mesmo). Solução: Seja f : [a,b] −→ R contínua em [a,b] e derivável em (a,b). Então, existe c ∈ (a,b) tal que f ′(c) = f(b) − f(a) b− a . Geometricamente, isto significa que a tangente ao gráfico de f no ponto de abcissa c é paralela à secante que passa pelos pontos de abcissas a e b, isto é, pelos pontos do gráfico (a, f(a)) e (b, f(b)). 8 (b) Seja f : I ⊂ R −→ R derivável no intervalo I. Se existe k ∈ R tal que |f ′(x)| 6 k, ∀ x ∈ I, então ∀ x,y,∈ I, tem-se que |f(x) − f(y)| 6 k|y− x|. (Use o TVM). Demosntração: (i) Se x = y, então a desigualdade |f(x) − f(x)| 6 k|x− x| ocorre. (ii) Agora, ∀ x,y ∈ R, com x 6= y, i.e, |x− y| 6= 0, pelo TVM existe z ∈ I entre x e y tal que f(y) − f(x) = f ′(z)(y− x). Daí, |f(y) − f(x)| = |f ′(z)|.|y− x| 6 k|y− x|⇔ |f(y) − f(x)| 6 k|y− x|. 13. Responda: (a) Se f(x) = ax2+bx+c, a < 0, use o teste da derivada segunda para mostrar que f tem um valor máximo relativo. Em seguida, determine esse valor máximo relativo e o número onde ele ocorre. Demosntração: (i) Calcular os pontos críticos de f, i.e, x ∈ R talque f ′(x) = 0. Daí, como f ′(x) = 2ax+ b tem-se 2ax+ b = 0⇔ x = −b 2a , ou seja, x = −b 2a é o único ponto crítico de f. (ii) Agora, como f ′′(x) = 2a < 0 para todo x ∈ R, então f ′′ ( −b 2a ) < 0, logo x = −b 2a é ponto de máximo relativo de f. Assim o valor máximo relativo de f é dado por f ( −b 2a ) = a. ( −b 2a )2 + b. ( −b 2a ) + c = b2 4a − b2 2a + c = = b2 − 2b2 + 4ac 4a = −b2 + 4ac 4a = −(b2 − 4ac) 4a = −∆ 4a . 9 (b) Um retângulo de dimensões x e y tem perímetro 2a (a = cte). Determine x e y para que sua área seja máxima. Demosntração: O perímetro do retângulo é P = 2x + 2y = 2a, o que nos dá x + y = a, i.e, y = a − x. Assim, a área do retângulo é f(x) = x.y = x(a − x) = ax− x2. Calcular x para que a área seja máxima (x ponto de máximo). (i) Calcular os pontos críticos de f, i.e, x ∈ R talque f ′(x) = 0. Daí, como f ′(x) = a− 2x tem-se a− 2x = 0⇔ x = a 2 , ou seja, x = a 2 é o único ponto crítico de f. (ii) Agora, f ′′(x) = −2 < 0 para todo x ∈ R, então f ′′ (a 2 ) < 0, logo x = a 2 é ponto de máximo de f. Assim, a área máxima é dada por f (a 2 ) = a. (a 2 ) − (a 2 )2 = ( a2 2 ) − ( a2 4 ) = ( a2 4 ) . Bom Proveito!!!! 10
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