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DISMENORREIA Beatriz N ferreira O QUE É? ● Dor pélvica que ocorre antes ou durante o fluxo menstrual. ● Atinge com maior prevalência o grupo de mulheres com menos de 20 anos. CLASSIFICAÇÃO DA DISMENORREIA 1) Intensidade: - Leve - Moderada - Grave 2) Etiologia: - Primária ou funcional - Secundária ou orgânica Possíveis causas da Dismenorreia Secundária: ● Intrauterinas: - Adenomiose, menorragia, leiomioma, DIU, aborto, anomalias mullerianas e estenose cervical ● Extrauterinas: - Endometriose, DIP, aderências e gravidez ectópica. ● Não ginecológicas: - Desordens psicossomáticas, depressão, sd. de cólon irritável, constipação crônica, doença inflamatória intestinal, dor miofascial, infecção urinária e litíase renal. → Quando desconfiar de uma dismenorreia secundária? 1 ocorrência após os 25 anos, anormalidades pélvicas durante o exame físico, infertilidade associada, fluxo menstrual irregular ou aumentado, dispareunia e pequena ou nenhuma resposta ao tratamento clínico conservador com aine ou ACO.. A DOR ● A explicação vem através da fisiopatologia da descamação do endométrio, que leva a liberação de PGs e eicosanóides, o que gera um aumento da atividade do músculo uterino, consequente incremento da força e frequência das contrações miometriais e redução do fluxo sanguíneo no órgão com hipóxia tecidual. - O estado de hipóxia resulta em estímulo das terminações nervosas nociceptores com indução de dor. - Os níveis de PGs são 4x mais elevados em mulheres com dor menstrual aguda em relação àquelas que apresentam pouca ou nenhuma dor menstrual. DIAGNÓSTICO ● HISTÓRIA CLÍNICA + EXAME FÍSICO - Nicotina: vasoconstrição e hipóxia miometrial → fator predisponente - Dieta rica em gorduras/obesidade/consumo de álcool → fator predisponente - Estádios 4 de ansiedade e depressão/má qualidade de vida decorrente do estresse → comprometem o bem estar/ fator predisponente ● DOR - Localização - Duração - Características - Fatores de melhora e de piora Em geral a dor é do tipo cólica e se inicia na pelve, podendo irradiar-se para região lombar e face interna das coxas e causar sensação de peso no hipogástrio. ● Sintomas associados (podem ou não aparecer) - Náuseas - Vômitos - Palidez - Cefaléia - Diarreia - Vertigem - Desmaio TRATAMENTO ● O objetivo consiste em NEUTRALIZAR A COX que está envolvida na produção de PGs e hipercontratilidade uterina, vômitos e aumento da motilidade intestinal. ● Analgesicos simples: - Casos iniciais quando os AINEs são contraindicados: paracetamol e dipirona ● AINEs - Dismenorreia moderada ou severa - 3 a 5 dias de tratamento iniciando de 1 a 2 dias antes do início do fluxo menstrual (analgesia preemptiva). - Cuidar efeitos adversos: gastrointestinais - náuseas, vômitos e diarreia). Pcts com fator de risco para úlceras gastrointestinais utilizar agentes gastroprotetores. ● ACOs - Reduzem a espessura endometrial, diminuindo o sangramento e a queda de PGs no soro e fluido menstrual. - Melhora muito o quadro de dismenorreia primária. - Efeitos adversos: cefaléia, náuseas, vômitos, dor abdominal, ganho de peso e acne. Mais graves e raros: trombose e infarto. ● SIU-LNG - Tratamento de dismenorreia primária e secundária. DISMENORREIA Beatriz N ferreira TRATAMENTO COMBINADOS OU MEDICAÇÕES DE USO MENOS FREQUENTE ● Analgesicos ou AINEs aassociados aos ACOs ou ao SIU-LNG ● Muito utilizados: Progestagênios isolados orais, injetáveis ou implantes como acetato de medroxiprogesterona, o desogestrel, o levonorgestrel e o etonogestrel - Induzem a anovulação e amenorreia melhorando a dismenorreia com vantagem de poderem ser utilizados em pacientes com contraindicação ao uso de estrogênio exógenos. - Efeitos colaterais: Depressão, diminuição do desejo sexual, cefaleia e principalmente sangramento uterino irregular. ● GnRH - Gestrinona e danazol: efeito semelhante sobre a dismenorreia, porém leva à colaterais de hipoestrogenismo intensos. ● Alternativos: - Fitoterápicos - Suplementos alimentares - Mudanças de hábitos de vida (atividade física e adequação de alimentação com baixa ingestão de gorduras) - Acupuntura - Cirurgia: Neurectomia pré-sacral → interromper as fibras sensitivas nervosas sacrais → diminuir a dor de origem uterina. DOR NO PERÍODO MENSTRUAL ● Intensidade? Localização? Duração? Características? Primária ou Secundária? Perfil da paciente: - Adulta jovem vida sexual: AC combinado ou isolados independentemente da via de adm. - Adulta jovem não têm desejo contraceptivo: AINEs → ausência de melhora? AC Dismenorreia refratária ou casos de anormalidades pélvicas: ● Implantes de Levonorgestrel ou etonogestrel. Quadros mais severos e refratários às outras modalidades terapêuticas: ● GnRH e danazol Quadros refratários ao tratamento clínico: ● Investigação de possíveis doenças pélvicas causando a dismenorreia secundária → Tratamento envolverá a terapêutica específica para patologia encontrada.
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