Fisiologia do sistema endocrino

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Fisiologia aula do dia 18/08/2020
Sistema endócrino 
Papel do sistema endócrino: garantir o fluxo de informações entre diferentes células - integração funcional de todo o organismo. 
· Em resumo: garante a reprodução, promove o crescimento e desenvolvimento, garante a homeostasia do meio interno, regulação e coordenação de processos fisiológicos. 
O sistema endócrino foi desenvolvido para permitir que os processos fisiológicos
sejam coordenados e regulados. O sistema utiliza mensageiros químicos denominados
hormônios. Hormônios têm sido definidos tradicionalmente como “substâncias químicas
que são produzidos por órgãos endócrinos específicos, são transportados pelo sistema
vascular e podem atuar em órgãos-alvo distantes em baixa concentração”.
Conceitos gerais:
Sistema onde temos glândulas produtoras de uma substância chamada hormônio que irão agir sobre suas células alvo, fazendo com que essas células exerça sua função 
A maioria dos hormônios são produzidos por glândulas.
Exceção: hipotálamo, que possui em seus neurônios uma produção de hormônios que atuam na hipófise. ex: GnRH
· Glândulas endócrinas, perderam seus ductos que faziam a ligação dela com o meio externo, e então, passam a eliminar seus hormônios na corrente sanguínea. Conseguem atuar longe da sua célula produtora, a célula alvo pode estar longe da célula secretora.
· Glândulas Exócrinas: possuem ductos que leva a substância para fora do corpo.
Células secretoras (sintetiza e secreta): formam as glândulas que produzem hormônios que irão atuar nas células alvo (reconheça o hormônio para que modifique alguma função).
Hormônio é um mensageiro, a célula secretora produz, vai pela corrente sanguínea, chega na célula alvo e dá o recado. 
Papel dos receptores presentes nas células alvo é fundamental, pois eles estarão nas células alvo esperando o hormônio chegar para se ligarem a ele e exercer a função pedida pelo hormônio. 
· Hormônio: produto químico sintetizado por glândulas endócrinas, transportados por vasos sanguíneos e são capazes de afetar a distância células ou órgãos alvos. 
Outros mecanismos de controle por substâncias químicas:
· Autócrinos: uma célula produz uma substância química que serve para controlar ação da própria célula.
· Parácrino: quando uma célula vai produzir uma substância química que vai atuar na célula adjacente. 
· Endócrino: a substância química produzida (hormônio) vai para a corrente sanguínea e é transportada até a célula alvo.
· Neurotransmissores: entre neurônios ou neurônios e células alvo. 
Sistema endócrino x sistema nervoso 
Ex: ejeção do leite
Durante o processo de lactação, para que o filhote tenha acesso ao leite da mãe é necessário que a mãe libere o leite, e isso acontece através da produção hormonal. O hipotálamo precisa produzir ocitocina, a hipófise precisa liberar esse hormônio para que ele vá para glândula mamária e fazer a contração da musculatura, assim liberando o leite. Esse processo ocorre através do estímulo externo da sucção, ligado ao sistema nervoso.
Um exemplo da íntima interação dos dois sistemas é o reflexo no qual a sucção da mama promove a liberação do leite. A amamentação inicia a transmissão de impulsos nervosos da glândula mamária até o hipotálamo (por meio do trato espinhal). Os neurônios neurossecretores dentro dos núcleos supraóptico e paraventricular são estimulados para sintetizar a ocitocina. A ocitocina é transportada através dos axônios de tais nervos e é liberada pelas terminações nervosas na hipófise posterior, dentro do sistema vascular. A ocitocina é, então, transportada para a glândula mamária, onde promove contração das células mioepiteliais. Estas células envolvem a menor unidade de células secretoras de leite, denominadas alvéolo. Isto resulta no movimento de leite para dentro da grande cisterna adjacente às tetas e, subsequentemente, para estas últimas.
Síntese de hormônios:
Proteicos e esteróides 
Proteicos: quando produzido tem como base uma proteína 
Ex: GH, insulina, adrenalina, dopamina, ocitocina 
· São hidrofílicos, possuem afinidade com a água. Não se mistura com gordura.
A síntese do hormônio proteico começa nos ribossomos, eles irão produzir uma substância chamada de pré pró hormônio (proteína) e vai para o RER e perde a parte pré, se torna um pró hormônio. Esse pro hormônio sai do RER dentro de vesículas e irá ser direcionado para o complexo de Golgi, onde perde o pró e se transforma em hormônio. A partir daí, esse hormônio é liberado dentro da célula em vesículas secretoras. 
Quando existe um estímulo para a liberação do hormônio, há entrada de cálcio para dentro da célula e sai da mitocôndria, quando chega no citoplasma, ele contrai a célula e empurra as vesículas secretoras para a membrana da célula. Essas vesículas secretoras são formadas por lipídios (fusão da membrana da célula com a membrana da vesícula) onde ocorre a liberação desse hormônio na corrente sanguínea. Processo chamado de exocitose.
Hormônios protéicos são sintetizados inicialmente como pré- e pró-hormônios e então clivados no retículo endoplasmático rugoso para formar pró hormônios, e no aparelho de golgi para formar os hormônios ativos, os quais são armazenados em grânulos antes de serem liberados por exocitose.
Hormônio esteróides: 
· São lipofílicos, não se diluem na água. Se diluem na membrana citoplasmática.
· São sintetizados a partir do colesterol. 
Colesterol é produzido, passa para a corrente sanguínea e entra para dentro das células produtoras de hormônios esteróides. Libera o colesterol que entra para a mitocôndria, se transforma em pregnenolona, sai da mitocôndria e vai para o retículo endoplasmático, onde tem enzimas próprias em cada célula para produzir seus hormônios esteróides específicos.
Esse hormônio específico volta para a mitocôndria e é clivado para se transformar em cortisol, esse cortisol (hormônio esteróide) quando é produzido na mitocôndria ele automaticamente sai da célula, pois ele tem afinidade com a membrana celular e é liberado. 
Não são armazenados, são liberados quando produzidos. 
Exemplo de hormônios: 
Adrenocorticais (glicocorticóides e mineralocorticóides) e sexuais (estrogênio, progesterona e testosterona) 
Transporte dos hormônios na corrente sanguínea:
Hormônio protéico: são hidrofílicos (alta solubilidade), por isso são carreados no plasma na forma dissolvida. 
Pode circular de forma monomérica (unidade simples) ou polimérica (unidades múltiplas) 
Hormônio esteróides e tireóide (T3, T4 se ligado ao iodo) deixa de ser solúvel na água ao se ligar ao iodo: 
São lipofílicos (baixa solubilidade), são carreados associados a proteína (globulinas e albuminas), quando se ligam à proteína ficam na sua forma inativa.
Para penetrar na célula alvo o esteróide deve estar na forma livre ou não ligado a proteína.
Forma livre apenas 1% da quantidade de hormônio.
Interação hormônio e célula alvo:
· Como os hormônios na corrente sanguínea reconhecem as células alvo?
Hormônio protéico: 
As células alvo dos hormônios proteicos possuem receptores específicos com alta afinidade na membrana plasmática 
Todos os receptores de hormônios proteícos nas suas células alvos estarão localizados na membrana celular, pois esse hormônio não vai ter como penetrar na célula, precisará se ligar ao receptor e faz com que a célula exerça seu papel biológico.
· O que leva o hormônio até seu receptor é a atração química. 
O fim da resposta é preciso que tenha uma dissociação do receptor com o hormônio, diminuição da concentração de hormônio no plasma, internalização do complexo receptor hormônio por endocitose, vai entrar na membrana e esse hormônio vai ser metabolizado e a concentração vai ser reduzida.
Os receptores de hormônio esteróide: Estão localizados no citoplasma da célula ou no núcleo, eles não precisam que os receptores estejam na membrana pois eles conseguem passar a membrana, são lipossolúveis.
Sistema de retroalimentação: 
A produção hormonal baseia-se no equilíbrio entre estímulo e inibição da síntese e secreção de hormônio. 
Importantebase funcional: mecanismo de feedback
Negativo (mais comum) e positivo 
Servem para a manutenção do equilíbrio das secreções.
Eixo: hipotálamo - hipófise - glândula periférica 
· Sistema endócrino é controlado pelo hipotálamo, que irá produzir hormônios que vão atuar na hipófise, e irá liberar hormônios que irão atuar na glândula periférica. 
Ex: regulação da reprodução
Eixo hipotalâmico hipofisário gonadal,
hipotálamo vai produzir hormônio que vai atuar na hipófise que vai produzir outros hormônios que irá atuar sobre a gônada.
Controlado pelo sistema de feedback, positivo ou negativo, 
Hipotálamo vai produzir o TRH, sai do hipotálamo e vai para a hipófise, estimulando ela a liberar o TSH, que vai para a corrente sanguínea, se dirige até a tireoide, e age nos folículos tireoidianos, estimulando a liberar T3 e T4, vai para a corrente sanguínea e age nas células alvo. Quando esses hormônios começam a ficar em alta na corrente sanguínea, principalmente o T3, agem sobre a hipófise e hipotálamo, inibindo esses órgãos para não produzirem mais (feedback negativo).
Quando diminui a concentração desses hormônios na corrente sanguínea, para o feedback negativo. E terá novamente a produção.
Feedback positivo:
Sistema reprodutivo: Ovário 
Hipotálamo produz GNRH que vai atuar na hipófise estimulando a liberação do FSH e o LH, esses hormônios têm a função de atuar na gônada, no crescimento do folículo, produzindo o estrogênio. Faz o feedback positivo, quando o hormônio está na corrente sanguínea estimula a liberação de outro hormônio. 
 
· Estrogênio faz feedback positivo e negativo.
Quando está em concentração baixa faz feedback negativo, quando aumenta a concentração, faz feedback negativo no hipotálamo. Quando tem muito estrogênio tem menos FSH, continua tendo muito LH.
Positivo: a partir de qualquer concentração, desde que esteja presente na corrente sanguínea ele estimula o hipotálamo a produzir GNRH que vai estimular o LH, 
alta concentração, faz também o negativo, continua estimulando o LH, mas passa a inibir o FSH. 
Feedback negativo: 
Alça longa: envolvimento de glândula periférica. 
Alça curta: hormônio produzido pela hipófise atua diretamente no hipotálamo. (não precisa da glândula periférica).