Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PAPEL DO HIPOTÁLAMO, TRONCO ENCEFÁLICO (FORMAÇÃO RETICULAR ASCENDENTE), PROSENCÉFALO BASAL E GLÂNDULA PINEAL NO CICLO SONO-VIGÍLIA No hipotálamo temos os seguintes núcleos envolvidos no ciclo sono-vigília: Núcleo supraquiasmático (NSQ), localizado no hipotálamo anterior, considerado o relógio biológico, isto é, responsável pelo ritmo circadiano do ciclo sono-vigília; Núcleos gabaérgicos-galaninérgicos inibitórios (neurotransmissores gaba e galanina), localizados no hipotálamo anterior, a nível do núcleo pré-óptico ventro-lateral (VLPO), ativos no sono; Núcleos histaminérgicos, localizados no hipotálamo posterior (núcleo túbero-mamilar NTM), ativo na vigília; Núcleos hipocretinérgicos (neurotransmissores – hipocretinas), localizados no hipotálamo anterior, ativos na vigília; No tronco encefálico (formação reticular ascendente) temos os seguintes núcleos envolvidos no ciclo sono/vigília: 2 Núcleo noradrenérgico (locus cerúleo), localizado na ponte; ativo na vigília; Núcleo serotoninérgico (núcleo da rafe mediana), localizado no bulbo; ativo na vigília; Núcleo dopaminérgico, localizado no mesencéfalo, na área ventral tegmentar (AVT), ativos na vigília; Núcleos colinérgicos, localizados na ponte; ativos no sono. No prosencéfalo basolateral, temos os núcleos colinérgicos, ativos na vigília. ENTRADA DE LUZ SOLAR NA RETINA INIBIÇÃO DA GLÂNDULA PINEAL REDUÇÃO DA MELATONINA NÚCLEO SUPRA- 3 QUIASMÁTICO HIPOTALÂMICO HIPOTÁLAMO LATERAL HIPOCRETINAS (OREXINAS) (+) (+) HIPOTÁLAMO NÚCLEOS LIBERADORES DE CRH ADRENAL CORTISOL 4 HIPÓFISE ACTH NEURÔNIOS COLINÉGICOS DO PROSENCÉFALO BASAL OUTROS FATORES: ANSIEDADE, DOR, DESEJO DE FICAR ACORDADO... (+) (+) (+) Dessa forma podemos fazer um resumo da neurotransmissão na vigília: 5 Eletroencefalograma na vigília: Eletroencefalograma dessincronizado - ativação desorganizada dos neurônios do córtex cerebral. Além das alterações cíclicas do EEG, ocorrem oscilações viscerais e somáticas, particularmente durante os episódios de sono REM (também conhecido como sono paradoxal), como: a)Aumento dos movimentos oculares; b)Atonia muscular; c)Aumento da frequência cardíaca; d)Aumento da frequência respiratória; e)Ereção peniana. O sono de ondas lentas (NREM) está relacionado ao repouso. Durante esta fase do sono, os músculos do corpo ficam relaxados (diminuição da tensão muscular em todo o corpo), mas o corpo é capaz de ajustar a posição 6 intermitentemente. Ocorre nesta fase aumento da atividade parassimpática e diminuição da atividade simpática, ocorrendo assim, diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial, diminuição do consumo de energia e aumento da atividade gastrointestinal. Também ocorre diminuição da temperatura corporal, da frequência respiratória e da função renal. À medida que passamos pelos estágios do sono de ondas lentas, a facilidade para despertarmos vai diminuindo progressivamente. Para despertarmos, passamos pelos estágios deste sono em ordem inversa. Polissonografia É geralmente realizada à noite e registra as amplas variações biofisiológicas que ocorrem durante o sono. O polissonograma resultante do teste monitora três parâmetros principais: oeletrencefalograma (EEG), o eletro-oculograma (EOG) e o eletromiograma sub-mentoniano (EMG). Outros parâmetros, como fluxo aéreo nasal e bucal, oximetria, eletrocardiograma, movimentos respiratórios, capnografia, sensores de movimento nos membros inferiores e o registro 7 em vídeo do exame, contribuem para o diagnóstico de doenças relacionadas ao sono. O exame de polissonografia é feito em pacientes com ronco, apneia do sono, com dispneia à noite, com sonolência excessiva durante o dia, com sensação de que o sono não recarrega as energias, com problema de memória, com hipertensão grave ou com sono agitado. Caracterizando o sono (polissonografia) 1) Comportamento 2) Atividade cerebral (Eletroencefalograma – EEG) 3) Atividade muscular (Eletromiograma – EMG) 4) Movimentos oculares (eletro-oculograma – EOG) 5) Atividades viscerais (FC, PA, FR, etc) AUMENTO REDUÇÃO HIPOCRETINAS (OREXINAS) NORADRENALINA 8 HISTAMINA DOPAMINA SEROTONINA ACETILCOLINA (EM ALGUMAS ÁREAS) MELATONINA NEUROTRANSMISSOR ES DO SONO (GABA, GALANINA E ADENOSINA) ACETILCOLINA (EM ALGUMAS AREAS) REPOUSO MENTAL 9 ATIVIDADE MENTAL INTER-RELAÇÃO ENTRE ESTES NÚCLEOS NO CICLO SONO-VIGÍLIA A maior parte das funções reguladas homeostaticamente, como vigília, sono, temperatura, níveis plasmáticos do hormônio do crescimento, do hormônio cortisol e etc., apresenta picos de atividade, isto é, sequências rítmicas que ocorrem aproximadamente a cada dia, sendo, portanto, chamados de ritmos circadianos ou diurnos. Os ritmos circadianos do corpo são mantidos pelo NSQ (relógio biológico) e são normalmente conduzidos pelo ciclo claro-escuro, que exerce influência direta sobre o NSQ. Quando uma pessoa rapidamente se muda para uma região climática diferente, levam-se dias para que os ritmos circadianos sejam restabelecidos (tempo para que o NSQ se reajuste), levando a distúrbios do sono e outros distúrbios, sendo coletivamente conhecidos como fadiga de voo ou jet lag. 10 A luz solar que entra na retina é conduzida pela via aferente (trato retino-hipotalâmico) até o NSQ, aumentando sua atividade (figura abaixo). Na ausência de luz solar, a atividade do NSQ é diminuída. Este é o principal mecanismo que faz com que o padrão de descargas dos neurônios do NSQ varie durante o ciclo dia-noite. Assim o NSQ usa principalmente o padrão claro/escuro percebido pela retina, para atrelar seu ritmo de descarga de acordo com o mundo externo. O NSQ também sofre influência da glândula pineal, via melatonina. O ciclo claro-escuro também interfere na liberação de melatonina pela glândula pineal. O sinal de luz solar via aferente retino-hipotalâmico, inibe a liberação de melatonina, aumentando o padrão de descarga do NSQ; a ausência de luz solar aumenta a liberação de melatonina, tendo ação inibitória sobre o NSQ, reduzindo seu padrão de descarga. O NSQ também é estimulado pelos neurônios colinérgicos do prosencéfalo basal. Durante a vigília, a atividade metabólica destes neurônios colinérgicos acumula adenosina na fenda sináptica, 11 alcançando níveis bastante elevados ao final da vigília, diminuindo a liberação de acetilcolina (Ach), diminuindo a atividade do NSQ, induzindo ao sono. VIGÍLIA: Predominam as ondas ESTÁGIO 1 (5 min) Predominam as ondas ; Responde a perguntas, mas não se lembra do que disse ou ouviu; quando estimulado, desperta com sobressalto. ESTÁGIO 2 (10 a 20min) Surgem os fusos e os complexos K ESTÁGIO 3: Fusos interrompidos por ondas ESTÁGIO 4: Sono profundo Predominam as ondas δ; redução do tônus cervical 12 SONO REM (5 a 15 min) Sono com sonhos O EEG e o EOG se assemelham da vigília O padrão aumentado do NSQ (pela luz solar, pela redução de melatonina, pela Ach dos neurônios colinérgicos do prosencéfalo basal), estimula os neurônios hipocretinérgicos. A ativação do sistema límbico (dor, ansiedade,etc.) também é um outro fator que estimula os neurônios hipocretinérgicos. As hipocretinas por sua vez, estimulam os neurônios monoaminérgicos (neurônios que liberam noradrenalina, serotonina, dopamina e histamina) e neurônios colinérgicos (liberam acetilcolina) do prosencéfalo basal, que se projetam difusamente para a região tálamo-cortical, estimulando o córtex cerebral, levando ao estado de vigília. Ao mesmo tempo, a estimulação dos neurônios monoaminérgicos inibem os neurônicos colinérgicos da ponte (pontinos) e os neurônios inibitórios gabaérgicos-galaninérgicos que deixam de inibir os neurônios colinérgicos do prosencéfalo basal, os neurônios hipocretinérgicos e os neurônios monoaminérgicos, 13 impedindo o início do sono, facilitando a vigília. A inibição dos neurônios gabaérgicos-galaninérgicos deve-se principalmente aos neurônios histaminérgicos.O sono começa com a diminuição do padrão de descarga do NSQ pelo aumento da melatonina, pela ausência da luz solar, pela redução da atividade dos neurônios colinérgicos do prosencéfalo basal (pelo aumento da adenosina), o que diminui a atividade dos neurônios hipocretinérgicos, diminuindo assim a atividade dos neurônios colinérgicos do prosencéfalo basal como a atividade dos neurônios monoaminérgicos. A redução da atividade dos neurônios monoaminérgicos começa a desinibir os neurônios gabaérgicos-galaninérgicos e os neurônios colinérgicos pontinos que se projetam difusamente para tálamo e córtex, diminuindo a atividade do córtex cerebral, dando início ao sono NREM. A redução da atividade dos neurônios colinérgicos do prosencéfalo basal pelo aumento da adenosina, deixa de inibir os neurônios gabaérgicos-galaninérgicos, contribuindo para o sono NREM. 14 A desinibição total dos neurônios gabaérgicos-galaninérgicos suprime a atividade dos neurônios hipocretinérgicos e monoaminérgicos que por sua vez desinibem totalmente os neurônios colinérgicos pontinos, gerando atividade máxima destes neurônios, levando ao sono REM. Durante o sono há estimulação para liberação de GH (hormônio do crescimento)
Compartilhar