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4 Metodologias e materiais para o ensino de História



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1/24/2023
Economia brasileira
Prof.: Vânia Maria Siqueira Alves
Drª em Museologia e Patrimônio - UNIRIO
Prof.: Vânia Maria Siqueira Alves
Drª em Museologia e Patrimônio - UNIRIO
Prof.: Vânia Maria Siqueira Alves
Drª em Museologia e Patrimônio - UNIRIO
A História na sala de aula: A discussão das metodologias, diferentes linguagens e recursos para o ensino-aprendizagem de História
A discussão das metodologias, diferentes linguagens e recursos para o ensino-aprendizagem de História. 
Literatura infantil 
Poesias e Canções 
Documentos escritos e não escritos
Fontes impressas
Iconografia
História e internet
Cinema
História Oral
“Lugares de Memória” e Educação patrimonial
Livro didático
Ensino de História e Meio ambiente
Metodologias, linguagens e recursos para o ensino-aprendizagem de História. 
-Introdução
Discussão sobre fontes e linguagens
Ampliação de olhares
Realidade sociopolítica 
- Um dos caminhos da renovação das práticas de ensino de História nas escolas brasileiras tem sido a crescente incorporação e diversificação de fontes e linguagens no processo de ensino e aprendizagem.
- Uma das principais discussões na área da metodologia do ensino de História tem sido o trabalho educativo com diferentes fontes e linguagens no estudo dessa disciplina
- Opção metodológica que amplia simultaneamente o olhar do historiador, de professores e alunos, e o campo de estudo, fazendo com que o processo de produção de conhecimentos se torne interdisciplinar, dinâmico e flexível.
- O trabalho com linguagens exige do historiador pensá-las como elementos constitutivos de uma realidade sociopolítica, que dependem de um mercado, garantem determinadas modalidades de relações e participam na constituição de uma dada memória (FONSECA, 2012).
- Metodologias e Materiais didáticos
Metodologia
Estratégia e técnica
Materiais didáticos 
- Conceitos
	- Literatura diversa
	- Temporais
- um conjunto de métodos e técnicas ou estratégias de ensino-aprendizagem, que contém em si mesma uma junção política que corresponde aos objetivos que se pretende alcançar (Masetto, 2003, p.88).
- Estratégia é uma maneira de se decidir sobre um conjunto de disposições,ou seja, são os meios que o docente utiliza para facilitar a aprendizagem dos estudantes .
Técnica são recursos e meios materiais que estão relacionados aos instrumentos utilizados para atingir determinados objetivos (Masetto, 2003).
- Instrumento de trabalho do aluno e do professor.
- Suportes fundamentais na mediação entre o ensino e a aprendizagem.
- Diferentes naturezas
-Metodologias e Materiais didáticos
Materiais didáticos para a História escolar 
- Qual tem sido o papel dos materiais didáticos no ensino e aprendizagem em História.
- Relação entre produção didática e indústria cultural;
- Suportes informativos: pertencem ao setor da indústria cultural e são produzidos especialmente para a escola;
- Documentos: diferentes suportes e não foram produzidos com finalidade didática.
Materiais produzidos por professores e alunos.
- Instrumento de controle do ensino por parte dos diversos agentes do poder
A escolha do material é uma questão política (BITTENCOURT, 2008).
- Literatura infantil 
- “A leitura de textos literários, reservando-se as especificidades artísticas, pode oferecer pistas, referências ao modo de viver, aos valores e costumes de uma determinada época. É uma fonte que auxilia o desvendar da realidade, as mudanças menos perceptíveis, os detalhes sobre lugares e paisagens, costumes, o cotidiano, as mudanças naturais e os modos de o homem relacionar-se com a natureza em diferentes épocas” (FONSECA E GUIMARÃES).
- Os critérios de escolha e uso de livros merecem cuidadosa atenção. Devemos estar atentos e respeitar os limites dos diferentes tipos de textos, das diferentes narrativas, ou seja, as fronteiras entre o discurso histórico e ficcional, as características próprias das distintas linguagens.
- Conceber as obras infantis como fontes que podem ser problematizadas pelo professor com o objetivo de promover a interdisciplinaridade, o acesso do aluno a outras linguagens e o desenvolvimento de posturas críticas e criativas.
O tempo é feito de muitos tempos, escrito por Murilo Cisalpino. Belo Horizonte: Formato Editorial, 1996. (Zamboni e Fonseca, 2010 
Livro: É tudo lenda..., 
Editora Dimensão, Belo Horizonte, MG 
 Guilherme Augusto Araújo Fernandes. Escrito por Mem Fox, trad. de Gilda Aquino, publicado pela Brinque-Book, São Paulo, 2008
- Poesias e Canções 
- A incorporação de letras de canções e poesias desperta o interesse dos alunos, motiva-os para as atividades, sensibiliza-os em relação aos diversos temas e desenvolve a criatividade (Fonseca, 2003).
- As canções e os poemas devem ser usados como fontes históricas produzidas por sujeitos históricos em determinados tempos e lugares. 
- Requer um trabalho sistemático e organizado de audição (se for possível no caso de canções), leitura, interpretação crítica e apreciação por parte de professores e alunos.
- Requer problematização: qual é o tema da canção? Como o autor desenvolve
o tema? Qual a posição que ele assume? Como o aluno interpreta a canção? Qual a relação da obra (poesia, canção) com o tema em estudo?
- É muito importante situarmos as obras em relação à época de produção, a autoria, o nome do disco, CD ou livro, a gravadora ou editora, o contexto sociopolítico e cultural da época.
- Incorporar poemas e crônicas representa uma possibilidade de buscar outras formar de acesso a níveis de historicidade.
- Uso de Documentos
Documentos impressos e textuais 
Documentos não escritos
- Historiadores e professores: diferentes usos das fontes históricas.
- Passaram a ser consideradas e utilizadas como documentos históricos
todas as evidências, registros da experiência humana. 
- Documentos escritos
- Documentos escritos canônicos
- A documentação escrita é a que mais está presente em livros didáticos e também no cotidiano do professor de História.
-Trabalho crítico de contextualização e problematização dos documentos, questionando, por exemplo: Quem escreveu? Quando foi escrito? Onde? Quem o editou, publicou? Para quem? Quais os objetivos do autor?
-Documentos não escritos
- Museus e seus objetos;
- Imagens 
- Cinema e audiovisuais
- Música
- Imprensa periódica 
- Os jornais e as revistas são importantes registros de dimensões históricas do passado e do presente.
- “A imprensa fornece materiais provenientes de diversas fontes, possibilitando, por exemplo, a análise de pontos de vista de diversos autores, especialistas e testemunhas da história. Permite aquisições de dados estatísticos sobre diferentes aspectos da realidade e a reconstituição histórica de fatos, sobretudo no passado recente. Apresenta imagens, charges, histórias em quadrinhos, crônicas, mapas, poesia, canções, dossiês sobre diversos assuntos que constituem objetos do ensino de História. (FONSECA, 2003, p. 212)
- O trabalho com a imprensa deve ser feito com cuidado e rigor. 
- É necessário identificar e refletir sobre o papel, o contexto, o lugar social das empresas de comunicação de massa, as linhas e os projetos político-sociais dos grupos; enfim, os interesses explícitos e implícitos.
- Fontes iconográficas
- As imagens constituem fontes importantíssimas para o processo de ensino e aprendizagem, pois ampliam o olhar, possibilitam o desenvolvimento da observação e da crítica.
-
- As imagens são registros, evidências da história, representações do real com as quais os professores e alunos podem estabelecer um diálogo, no sentido de ampliar a compreensão e a crítica da realidade.
- O trabalho pedagógico com imagens requer problematizar, refletir, interpretar sobre diferentes ângulos a partir de perguntas tais como: O que você vê? Como? Por quê? Onde? Para quem? Para que? Devemos incentivar, valorizar e respeitar as múltiplas percepções e leituras.
- Fontes orais
- As fontes orais, cada vez mais,são incorporadas às pesquisas em educação e também à sala de aula.
- As fontes orais, no ensino de História articuladas ao processo de alfabetização da criança, favorecem a aquisição de habilidades e atitudes de investigação, indagação, análise, responsabilidade, ética e respeito aos diferentes pontos de vista.
- As práticas pedagógicas com fontes orais devem considerar algumas etapas: a preparação das entrevistas (problematização do tema, definição dos objetivos, definição coletiva do “para que” entrevistar, escolha dos entrevistados, contato com os entrevistados e preparação do roteiro e das questões da entrevista); a realização das entrevistas; a transcrição; a análise das entrevistas; o estabelecimento de relações entre o relato, a narrativa e as informações do entrevistado com o contexto histórico estudado e atividades orais e escritas de sistematização e integração dos conteúdos.
-Internet
- A internet constitui, na atualidade, importante meio de comunicação, fonte de informações, dados, textos, mapas, documentos, leis, fotografias, pinturas, canções, poemas, enfim, uma multiplicidade de registros da experiência histórica das diferentes sociedades do planeta.
- O professor deverá orientar os alunos, levando em conta alguns aspectos, como, por exemplo: problematizar e elaborar com as crianças um roteiro de pesquisa na Internet; pré-selecionar os tipos de materiais e informações a serem buscadas (mapas, documentos, entrevistas, imagens, fotos, letras de canções, notícias, entre outros); indicar sites considerados seguros aos alunos; identificar os materiais levantados em relação à origem, data, onde, quando e por quem foi produzido, e observar o registro do endereço do site; acompanhar e orientar o trabalho, evitando que os alunos identifiquem pesquisa com cópia de textos, dados e imagens; discutir, sistematizar e publicizar no grupo os resultados da pesquisa na Internet, confrontando-os e incorporando-os aos saberes provenientes de outras fontes, como as fontes orais e os livros. 
- A internet não pode significar uma fonte de cópias de textos e imagens. 
-Cinema
- O cinema tornou-se uma das linguagens, fontes e materiais mais utilizados no processo de ensino e aprendizagem de História.
- Tanto os filmes chamados documentários como os ficcionais constituem importantes fontes de estudo da História.
- O filme pode oferecer pistas, referências do modo de viver, dos valores e costumes de uma determinada época e lugar.
-Os professores devem considerar alguns aspectos:
a) planejamento: momento de seleção prévia do filme relacionado ao tema em estudo, momento de assistir ao filme, de organizar o roteiro e o espaço e preparar os equipamentos; 
b) roteiro: enumerar questões relativas à produção (quem o fez, direção, roteiro, quando, onde, gênero, técnicas, financiamento, se é ou não baseado em alguma obra, etc. – a ficha técnica pode ajudar o professor) e explorar as características e a historicidade do filme (os personagens, o cenário, o ambiente, a época retratada, a história, as percepções, as leituras dos alunos, o roteiro, o desfecho, os limites e as possibilidades); 
c) projetar e assistir ao filme com as crianças; 
d) discussão: estabelecer relações entre as leituras, interpretações, percepções dos alunos sobre o filme e os temas estudados em sala de aula (é o momento de confronto, desconstrução, ressignificação, análise e síntese); 
e) sistematização e registro. (Fonseca, 2009)
- “Lugares de Memória” 
Educação patrimonial
- Quais são os locais que podemos chamar de “lugares da memória” da sua localidade?
- Museus, arquivos, bibliotecas, monumentos, objetos...
- Você já ouviu falar em educação patrimonial?
- O ensino e a aprendizagem da História, desde os anos iniciais, relacionado ao patrimônio histórico e cultural, com os bens culturais que nos marcam, nos distinguem e nos identificam perante os outros povos e culturas. 
- Também fazem parte do patrimônio cultural as manifestações populares, as cantigas, o folclore, as religiões, os modos de falar, de vestir e muitos outros elementos que compõem a riqueza e a diversidade cultural do nosso país.
- “A Educação Patrimonial pode ser assim um instrumento de “alfabetização cultural” que possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensão do universo sociocultural e da trajetória históricotemporal em que está inserido. Este processo leva ao desenvolvimento da autoestima dos indivíduos e comunidades, e à valorização de sua cultura. (HORTA, 2008)
Livro didático
- Livro didático
- O que é o livro didático?
- Qual o papel do livro didático no ensino de história? 
- Por que o livro didático é tão utilizado no Brasil?
- No caso do livro didático de História, será que, de fato, cumpre o papel de difusor dos saberes históricos? 
- Diante das críticas ao uso do livro didático, deveríamos abolir a utilização do mesmo? 
- Ou será que o problema reside na maneira como ele é usado?
- Qual seria, então, uma relação adequada a se estabelecer entre o profes­sor de história e o livro didático? 
- Livro didático
Análise Livro didático 
Práticas de leitura de livros didáticos
- O livro didático é, de fato, o principal veículo de conhecimentos sistematiza­dos, o produto cultural de maior divulgação entre os brasileiros que têm acesso à educação escolar. 
- Objeto de difícil definição
	- Mercadoria;
	- Suporte de conhecimentos escolares;
	- Suporte de métodos pedagógico;
	- Veículo de um sistema de valores;
	- Objeto de pesquisa;
	- Caracterização.
- Forma;
- Conteúdo histórico
- Conteúdo pedagógico
- Práticas de leitura de livros didáticos;
- Pesquisas sobre usos do livro didático;
- Material de pesquisa escolar (BITTENCOURT, 2008). 
História e Meio Ambiente
- História Ambiental
- História Ambiental trata do papel e do lugar da natureza na vida humana.
- A História Ambiental também estuda as compreensões, os discursos, as explicações que as pessoas elaboram sobre a natureza e sobre as mudanças ambientais.
- Estudo da História Ambiental:
	- Estudo da toponímia regional, isto é, o levantamento e a análise dos 	nomes de lugares, cidades, rios, morros e vales;
	- o estudo do espaço local, do município;
	- história do uso e da apropriação dos bens naturais. 
- Rever alguns entendimentos preconceituosos, que percorreram as escolas e os
ambientes acadêmicos.
- O que a História Ambiental pode acrescentar?
- Desenvolvimento da concepção de tempo histórico
- Identificação com a comunidade local e seu passado
- Compreensão da ação do homem sobre a Natureza
- Interdiscilpinaridade e relação com conteúdos múltiplos
 
- História Ambiental
Questões importantes
- Os Estudos de Meio são estratégias a serem pensadas. Ambientes Naturais e Ambientes Urbanos
- História Ambiental tem um grande potencial para o ensino pluridisciplinar mas não se deve perder de vista a historicidade também do meio ambiente.
- Natureza vista como: existente antes dos seres humanos
- Transformada pelas sociedades
- Vista e compreendida culturalmente 
- Considerações Finais
- o papel do ensino de História na formação da consciência histórica do aluno. 
- O ensino de História deve possibilitar a compreensão do “eu” e do “nós”. 
- Deve proporcionar a afirmação da personalidade, situando o indivíduo no espaço, no tempo, na sociedade em que vive, como sujeito ativo, capaz de compreender, construir e transformar a sociedade, o espaço, o conhecimento e a história.
- As fontes e metodologias, o diálogo e a troca de experiências fazem parte de um movimento pela construção e reconstrução de propostas pedagógicas capazes de estabelecer uma relação crítica com as concepções de História, ensino e realidade social.
- Segundo Marcos Silva, o trabalho com linguagens exige, do historiador, pensá-las como elementos constitutivos de uma realidade sociopolítica e cultural que dependem de um mercado, garantem determinadas modalidades de relações e participam na constituiçãode uma dada memória (1985, p.51). 
Referências
FONSECA, Selva G. GUIMARÃES, Iara Vieira. Metodologia do Ensino de História. Universidade Federal de Uberlândia. Curso de Pedagogia a Distância
FONSECA, Selva G. Didática e Prática de Ensino de História. 5ª ed. São Paulo: Papirus, 2006.
Gerhadt, Marcos; Nodari, Eunice S. Aproximações entre História Ambiental, Ensino de História e Educação Ambiental. In: Ensino de História. Desafios Contemporâneos. Porto Alegre: Edições Est, 2010. p. 57- 72.
MASETTO, Marcos T. Um plano e seus componentes. In: Didática: a aula como centro. 4ª ed. São Paulo: FTD, 1997.