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Reconhecimento Materno do Concepto

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Reconhecimento Materno do Concepto 
Reconhecimento materno = É o período em que o 
concepto sinaliza a sua presença para a mãe - 
Necessário para o progresso da prenhez através da 
funcionalidade do Corpo Lúteo. 
Para que o embrião não seja reconhecido como corpo 
estranho e expulso do corpo materno, é necessário que 
ocorra algumas sinalizações e etapas (que variam 
conforme as espécies). 
Diferença de uma fêmea gestante para uma fêmea 
cíclica = o feto, que muda o ciclo e bloqueio a 
menstruação; outro exemplo é a vaca gestante que 
para de ter cio 
O corpo lúteo vai permanecer muito tempo na fêmea, 
ele tem que durar toda a gestação. E o corpo lúteo tem 
a importante função de secretar os hormônios 
estrogênio e progesterona. 
Funções da progesterona: 
✓ Aumento da secreção das glândulas 
endometriais 
✓ Bloqueio do miométrio (não deixa contrair) 
✓ Modulação e redução da resposta imune 
uterina 
✓ Desenvolvimento dos alvéolos mamários 
(lactação) 
✓ Redução do ciclo menstrual 
*A progesterona faz feedback (-) no centro tônico e 
pulsátil no hipotálamo / adenohipofise e a fêmea para 
de ciclar 
Conforme a placenta se desenvolve algumas placentas 
desenvolve uma grande atividade esteroidogênica 
(produz esteroide = estrógeno e progesterona) – 
algumas placentas produzem tanto que se tornam 
autossuficientes (ou seja, se você tirar o corpo lúteo 
pode ser que a gestação continue). Prostaglandina 
mata o corpo lúteo, mas se a placenta está 
autossuficiente não vai causar aborto. 
 
 
 
 
Espécie 
Duração da 
Gestação 
Autossuficiência 
placentária 
(produção de 
P4) 
Cadela 2 meses 2 meses (nunca) 
Gata 2 meses 2 meses (nunca) 
Ovelha 5 meses 50 dias 
Cabra 5 meses 5 meses (nunca) 
Vaca 9 meses 6 a 8 meses 
Égua 11 meses 70 dias 
Porca 3,8 meses 3,8 meses 
(nunca) 
Mulher 9 meses 60-70 dias 
 
Quem determina a vida do corpo lúteo? – Como o 
endométrio é quem produz a prostaglandina, quem 
determina a vida do corpo lúteo é o próprio útero. O 
próprio útero determina a ciclicidade. 
Luteólise – 
Na ausência de gestação a secreção de PGF2a é 
estimulada por um processo complexo. 
No início do diestro (animal não gestante), está 
secretando progesterona. A progesterona bloqueia os 
receptores de estrógeno e ocitocina (se bloqueia 
receptor, não tem onde o hormônio se ligar). O 
aumento de progesterona pode regular negativamente 
os receptores da própria progesterona (“resistência”). 
A progesterona está baixa, diminui o número de 
receptores (não age, pois não tem onde se ligar) e 
então aumenta o número de receptores de estrógeno e 
aumenta a síntese de receptores de ocitocina e passa 
a agir no endométrio, e começamos ter a produção de 
prostaglandina pelo útero. Essa ligação dos receptores 
de ocitocina no endométrio faz com que seja ativado a 
fosfolipase C que leva a degradação dos fosfolipídios 
da membrana, liberação de cálcio e ativação da 
proteína quinase. A liberação de cálcio ativa a 
fosforilação da fosfolipase A2 que vai liberar o ácido 
araquidônico (percursora da prostaglandina) que por 
ação da enzima PTGS2 conhecidas anteriormente 
como COX-1 e 2 (ciclo-oxigenase) é convertido em 
PGH2 que por ação da PGF2α) que vai fazer a lise do 
corpo lúteo e libera ocitocina pelo corpo lúteo. Ou pode 
pela ação do PGE sintase ser convertida em PGE 
(manter). Ocorre entre os 15° e 16 ° dia do ciclo. 
 
 
 
→ Esquema da cadeia de reações que levam à 
formação do PGF2a no útero. Na ausência de 
gestação, o estrógeno liberado pelos folículos 
em crescimento estimula a síntese de 
receptores para ocitocina (ROc) nas células do 
endométrio. A ocitocina liberada pela neuro-
hipófise liga-se a estes receptores, ativando a 
fosfolipase C, que leva a um aumento do Ca2+ 
intracelular, ativando a fosfolipase A, 
quebrando os fosfolipídios de membrana e 
liberando ácido araquidônico, o qual sofre ação 
da enzima prostaglandina-endoperoxidase 
sintase 2 (PTGS2), sendo convertido em 
prostaglandina F (PGF2a). 
*Principal mediador inflamatório é a prostaglandina 
(célula lipídica = eicosanóides, e derivado de ácidos 
graxos oxigenados) 
*Hormônio responsável pela estimulação da cascata = 
ocitocina 
*Progesterona = quando a progesterona está alta não 
tem produção de prostaglandina – a exposição 
prolongada a esse hormônio (progesterona) cria 
resistência que permite a produção de prostaglandina 
 
A prostaglandina tem a meia vida de 20s e ela é 
degradada nos pulmões. Ela é produzida no 
endométrio e é drenada pela veia uterina e cai na veia 
cava, vai para o átrio direito, em sequência vai para o 
ventrículo direito que bombeia e sai pela artéria 
pulmonar e vai até o pulmão. 
A PGF2α sintetizada pelas células endometriais chega 
ao ovário através de um mecanismo de contracorrente 
entre a veia uterina e a artéria ovariana. A artéria 
ovariana fica enovelada à superfície da veia útero-
ovariana, que transversalmente é extremamente 
tortuosa, essa anatomia vascular tem importância 
funcional, pois facilita o transporte de muitas 
substâncias da veia útero-ovariana para a artéria 
ovariana (mecanismo de contra-corrente). Isso permite 
que a PGF2α chegue diretamente no ovário, sem 
entrar na circulação sistêmica. 
 
Não é em todas as espécies que têm esse mecanismo 
de contracorrente: esse mecanismo está presente na 
vaca e ovelha (90% PGF degradada), porca (50%); 
➤ A cadela não tem esse mecanismo, ela não tem 
luteólise por serem monoéstricas e o corpo lúteo dura o 
tempo inteiro. As fêmeas poliéstricas precisam da 
luteólise para tentar ter seus filhotes a cada 21 dias, 
por exemplo. 
 
➤ A gata não ovula espontaneamente, só ovula se 
tiver estimulação, se houver a cópula, então não 
precisa desse mecanismo. 
➤ As éguas não têm esse metabolismo contracorrente 
mesmo sendo poliéstricas, pois elas são sensíveis a 
prostaglandina (não metaboliza PG tão rapidamente) e 
não metabolizam (indução de parto com prostaglandina 
= broncoconstrição). 
Se aplicar a prostaglandina causa luteólise sempre? – 
O corpo lúteo precisa ter receptores para ser morto 
pela prostaglandina, mas ele não nasce com 
receptores. Ele vem da ovulação e o folículo da 
ovulação vira um corpo lúteo, o folículo anteriormente 
produzia estrógeno e com isso nós tínhamos receptor 
de ocitocina e com isso nós tínhamos produção da 
cascata de prostaglandina, ou seja, ele não poderia 
nascer com receptores pois nos primeiros 4 dias de 
vida dele ele vai produzir progesterona, com isso a 
progesterona irá remover os receptores de estrógeno e 
ocitocina e não teremos produção de prostaglandina e 
continuação da gestação – 2-4 dias para desenvolver 
receptor 
→ Vacas só após 2-4 dias da ovulação; 
→ Porca única dose só depois do dia 12-14 
Quais estratégias as espécies usam que seriam 
possíveis para evitar a luteólise e manter o CL? – 
. Prevenir a síntese de PGF (se não tiver 
prostaglandina não tem luteólise) 
. Desviar o local de liberação; (não precisa 
necessariamente parar de produzir, apenas desvia do 
local) 
. Produzir substância que compete com o efeito (efeitos 
luteotróficos = estimula o CL) 
Reconhecimento materno da gestação em 
ruminantes – 
O reconhecimento materno da gestação ocorre ao 
redor do 12-13º dia de gestação na ovelha e do 14-16º 
dia na vaca. A substância que está mais diretamente 
envolvida na sinalização da gestação é uma 
glicoproteína o interferon-tau (IFNτ), produzida pelo 
embrião, ele bloqueia a expressão de ocitocina, e 
quando não temos receptores de ocitocina não tem 
produção de prostaglandina. O embrião ele é muito 
pequeno e com isso ele precisa se alongar para ocupar 
o corpo uterino do lado do corpo lúteo (o lado que a 
vaca ovulou). Caso seja transferência de embrião 
precisamos avaliar a vaca e achar o lado que o copo 
lúteo está e assim inseminar o lado certo. 
Embrião = início de desenvolvimento da gestação,fase 
indiferenciável 
Feto = fase avançada diferenciável; já tem algumas 
características da espécie e tem mineralização 
Concepto = produto da concepção; embrião ou o feto + 
anexos placentários 
Reconhecimento materno da gestação em suínos – 
Na porca, um número mínimo de quatro embriões é 
necessário para que ocorra a inibição do efeito 
luteolítico do útero. Em suínos, o fator produzido pelo 
concepto envolvido com o reconhecimento materno da 
gestação é o sulfato de estrógeno que é um tipo de 
estrógeno e quando ele atua no endométrio ele vai 
alterar o sítio de liberação da prostaglandina. O epitélio 
do endométrio é simples e único e as células estão 
apoiadas na membrana basal, ele recebe os vasos da 
submucosa, quando ele produz a prostaglandina, ela 
precisa ir para a corrente sanguínea, então quando 
produzida no endométrio, ela é liberada para a região 
basal e chega até os vasos indo até o ovário. Quando o 
estrógeno atua na célula, ele muda o sítio de secreção 
e a liberação se torna apical dando no lúmen uterino e 
com isso a prostaglandina não chega até o ovário e é 
degradada. O estrógeno causa contração do 
endométrio e com isso os fetos vão se alocando e 
sendo distribuídos ao longo do útero. Na porca, o 
embrião também precisa se alongar para produzir 
estrógeno o suficiente para bloquear prostaglandina. 
Ela precisa de no mínimo 4 embriões para emprenhar, 
sendo 2 de cada lado. 
Perda embrionária tardia = pode ocorrer perda ou 
absorção de alguns desses embriões e não 
necessariamente sempre nascer 4; às vezes eles 
morreram após a sinalização materna 
Reconhecimento materno da gestação em equinos 
– 
O embrião de equino apresenta como característica a 
movimentação no interior do útero no início do 
desenvolvimento embrionário. É através dessa 
migração que ocorre a inibição da produção de PGF2α 
pelo endométrio. Os fatores que auxiliam a mobilidade 
são: sua forma esférica, a presença da cápsula que 
 
lhe confere resistência e a orientação longitudinal 
das dobras endometriais. 
O embrião tem a cápsula celular, que o protege, 
deixando ele duro e resistente, e produz a PGE2 
(luteotrófica = estimula o CL) e estrógeno, essas 
substâncias resultam na contração do útero e 
consequentemente movimentação do embrião. Ele vai 
se movimentando e passando por lugares que não 
foram contraídos ainda, vai sempre para um local onde 
ainda não sinalizou. Com esse mecanismo, o embrião 
faz cerca de 7 voltas por dia. 
Depois da inseminação a maioria dos espermatozoides 
que entram no útero são fagocitados pelos neutrófilos 
uterinos. Esses neutrófilos não fagocitam o concepto 
porque a progesterona baixa o sistema imune e a 
placenta não expressa (mhc) receptor, na sua 
superfície não tem MHC e a mãe não consegue 
reconhecer como um corpo estranho. 
Reconhecimento imunológico da gestação – 
A gestação visa ao desenvolvimento do concepto até 
um ponto em que sua sobrevivência fora do ambiente 
uterino seja possível. No entanto, como a unidade 
fetoplacentária é um produto de genes tanto da mãe, 
como do pai, constituindo, portanto, um elemento 
heterólogo, este representa um alvo potencial para o 
sistema imunológico materno. 
Apesar do fato do útero poder responder a infecções 
causadas por bactérias e produzir anticorpos contra 
transplantes de antígenos fetais, além de serem 
detectados, no soro da mãe, antígenos específicos 
contra o embrião, o componente “estranho” que é o 
feto normalmente não é alvo da ação citotóxica de 
linfócitos-T. 
Aparentemente, a rejeição imunológica do concepto é 
bloqueada, em parte, devido à redução da expressão 
de antígenos (MHC I e MHC II) na superfície do 
concepto. Além disso, durante a gestação, é criado um 
ambiente intra-uterino no qual os tecidos maternos e 
o trofoblasto secretam moléculas inibidoras da 
replicação de linfócitos ou inibidoras da atividade 
celular para reduzir a reatividade imunológica. 
O feto pode ser comparado a um parasita de sucesso 
que desenvolveu mecanismos que minimizam o 
confronto com o sistema imune hostil do hospedeiro. 
Esses mecanismos devem, no entanto, ser sutis o 
suficiente para não comprometerem as defesas do 
hospedeiro, no caso a mãe, contra outros eventuais 
parasitas ou infecções.

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