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Clínica Médica | MARIA CLARA BATISTA SILVA 1 Bradiarritmias ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- São distúrbios do ritmo com FC < 50bpm no adulto acordado e, geralmente, é benigna e assintomática Apresenta sintomas como desconforto torácico, dispneia, alteração no nível de consciência, fraqueza, fadiga, astenia, tontura, pré-síncope, síncope, bem como sinais de hipotensão e sudorese Þ Classificação • Sinusais: bradicardia sinusal, arritmia sinusal, bloqueio sinoatrial, pausa sinusal, síndrome bradi-taqui • BAV: 1° graus, 2°graus (tipo I e II), 3°grau Ritmo de escape O nó SA que comanda o ritmo cardíaco de uma pessoa normal, isso porque suas células possuem automatismo, ou seja, a capacidade de emitir estímulos elétricos (despolarização) de forma espontânea e rítmica. Quando o nó SA falha, um novo foco automático assume o rimo cardíaco, com uma “frequência intrínseca” menor = Ritmo de escape. Outras células cardíacas que possuem a propriedade de automatismo: áreas do miocárdio atrais, a junção AV (nódulo AV e o feixe de His), os ramos e as fibras de Purkinje. Geralmente, quem assume o ritmo é a junção AV (ritmo de escape juncional) ou alguma área do miocárdio atrial esquerdo ou direito (ritmo de escape atrial). Bradiarritmias sinusais Nas situações de estresse (exercício físico, emoção, hipovolemia, cirurgia, infecção...), o sistema adrenérgico predomina, causando taquicardia sinusal, enquanto, durante o sono, predomina o sistema vagal, levando o paciente a bradicardia sinusal ou demais bradiarritmias sinusais “benignas” 1. Onda P + em D1 e D2, precedendo cada QRS 2. FC < 60bpm Þ Causas intínsecas • Primárias: degeneração e fibrose do tecido nodal de causa idiopática • Secundárias: cardiopatia chagásica, isquemia, amiloidose, miocardites, hipotireoidismo, invasão miocárdica neoplásica, colagenoses, doença neuromuscular Þ Causas extrínsecas • Medicações com cronotropismo negativo (betabloqueadores, digitálicos, BCC, amiodarona, lítio, clonidina) • Vagotomia e disfunção autonômica (atletas, hipersensibilidade do carotídeo, hipertensão intracraniana) Essas causas também podem desencadear, além de uma bradicardia sinusal, outros tipos de bradiarritmia sinusal, como a arritmia sinusal, o bloqueio sinoatrial e pausas sinusais ou ritmos de escape benignos. Bloqueio atrioventricular As mesmas condições causadoras das bradiarritmias sinusais benignas também podem provocar bloqueios AV benignos, ou seja, vagotomia e drogas cronotrópicas negativas (inibem o nódulo sinusal). A junção AV é formada pelo nódulo AV e pelo feixe de His. Como regra geral, bloqueios benignos ocorrem no nódulo AV propriamente dito, enquanto os bloqueios malignos se dão no feixe de His (ou nos ramos direito e esquerdo) Þ O nódulo AV recebe ampla inervação parassimpática (vagal), o feixe de His e os ramos não são inervados por esse sistema. Logo, os “bloqueios proximais ou supra-hissianos são de bom prognóstico e respondem bem à atropina (droga vagolítica), enquanto os “bloqueios distais ou intra/infra-hissianos são de mau prognóstico e Clínica Médica | MARIA CLARA BATISTA SILVA 2 não respondem à atropina, sendo indicado marca- passo. Þ Causas BAV congênito, fibrose idiopática do sistema de condução (idosos), cardiopatia chagásica crônica, IAM inferior (mais frequente) ou anterior extenso (alta mortalidade) e endocardite. BAV de 1 grau O intervalo PR > 200ms (ou o,2 seg ou 5mm = 5 quadradinhos). A onda P não é bloqueada. Sempre há condução P- QRS O BAV de 1° grau geralmente não prova sintomas, a não ser que o intervalo PR seja extremamente longo, a ponde de a onda P ficar mais próxima de QRS. BAV de 2° grau | Mobitz 1 | Wenckebach Aumento progressivo de intervalo PR até bloqueio de uma onda P – é encontrado no ECG algumas ondas P sem QRS (ondas P bloqueadas) Þ Critérios • Ondas P bloqueadas (sem QRS), com uma relação de 2:1, 3:2, 4:3, 5:4. • Fenômeno de Wenckebach: intervalo PR vai aumentando progressivamente até chegar à onda P bloqueada bem como inlcui um intervalo R-R progressivamente menor até o bloqueio Principal critério: intervalo PR antes da onda P bloqueada > intervalo PR depois da onda P bloqueada Þ O BAV de 2° grau quando assintomático e transitório, deve ser tratado com atropina 0,5- 1mg IV. Só está indicado o marca-passo se a bradiarritmia for refratária ou se o EEF ou ergometria provar que o bloqueio é intra/infra- hissiano. A fase aguda do IAM de parede inferior está bastante associada ao BAV de 1° grau e o BAV de 2° grau Mobitz 1 No IAM pode evoluir para BAVT (bloqueio AV total), neste caso, o BAVT costuma ser transitório, mas pode acarretar repercussão hemodinâmica, piorando o prognóstico. BAV de 2° grau | Mobitz 2 Trata-se de um tipo de BAV de 2° graus sem o fenômeno de Wenckebach. Não há aumento progressivo do PR antes da onda P bloqueada, é um bloqueio do tipo “tudo ou nada”. É um bloqueio AV maligno e não responde à atropina. Þ Critérios • Eventuais ondas P bloqueadas (sem QRS), com uma relação de 2:1, 3:2, 4:3, 5:4. • Os intervalos PR antes do bloqueio da onda P são iguais entre si Principal critério: intervalo PR antes da onda P bloqueada = intervalo PR depois da onda P bloqueada BAV avançado É definido pela presença de mais de uma onda P bloqueada seguida. Esse bloqueio quase sempre é intra ou infra-hissiano, indicando mau prognóstico, logo é um bloqueio AV maligno. Clínica Médica | MARIA CLARA BATISTA SILVA 3 BAVT (3° grau) A condução atrioventricular foi totalmente perdida. O ritmo atrial continua sendo comandado pelo nódulo sinusal (ondas P) enquanto os ventrículos passam a ser comandados por um ritmo de escape distal ao bloqueio. A onda P está no ritmo normal. O complexo QRS assume o ritmo cardíaco Þ Critérios • Completa dissociação AV (entre P e QRS), na qual podemos ver a onda P em várias posições em relação ao QRS, inclusive dentro do complexo, logo antes e logo depois, no segmento ST, em cima da onda T. • Intervalos P-P na frequência sinusal e intervalos R-R regulares, respeitando a frequência de escape • O escape pode ser juncional (QRS estreito, FC > 40B bpm) ou ventricular (QRS alargado, FC < 40bpm). Manifestações clínicas e prognóstico Os bloqueios AV malignos costumas ser sintomáticos e se apresentar como pré-síncope, síncope e sinais de IC (cansaço, dispneia, ortopneia) Þ O exame físico pode dar algumas dicas, como em casos de súbitas e inesperadas pulsações no pescoço, o que pode indicar dissociação AV e provável BAVT. Diagnóstico ECG, exames séricos, holter e estudo eletrofisiológico Tratamento das bradiarritmias Þ Sintomas e sinais de baixo débito • Medicações usadas na emergência: Atropina, Dopamina, Epinefrina • Marca-passo provisório • Tratar causa Þ Bloqueio irreversível • Marca-passo definitivo Bradiarritmia na emergência Diante de todo paciente na emergência o inicial é checar se o paciente está estável ou instável Þ Devemos MOVer o paciente, que significa monitorização contínua, oximetria e venóclise Þ Se o paciente estiver sem pulso deve-se prosseguir para a conduta em parada cardiorrespiratória Identificando o paciente instável Þ Bradicardia + paciente estável • Realiza-se ECG em 12 derivações • Em caso de bradicardia sinusal ou outra benigna, deve-se procurar a causa • Em caso de bradicardia maligna, encaminhar para um especialista + marca- passo transvenoso Þ Bradicardia + paciente instável • c/ diminuição da pressão, alteração no nível de consciência e episódio de síncope • O pct pode evoluir para uma parada cardiorrespiratóriaê 1° linha de tratamento • A conduta inicial é oferecer oxigênio + atropina (0,5mg, EV, em bólus. Pode repetir a cada 3-5 min até um total de 3mg) Se o pct não retornar ao ritmo sinusal na 1° ou na 2° dose de atropina, ir para a 2° linha de tratamento. ê 2° linha de tratamento • Adrenalina: 2-10mcg/min, EV • Dopamina: 2-10mcg/kg/min, EV • Marca-passo transcutâneo Todo pct que necessitou de terapia de 2°linha deve ser encaminhado ao especialista e para o marca-passo trasnvenoso.
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