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Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar 1 � Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar Type Aula Gravada Date Especialidade Pneumologia Apostila Aula MED2022 Reviewed Área Cirurgia Geral Trombose Venosa Profunda Formação de trombo no sistema venoso. Ocorre por fluxo turbilhonado de sangue. Mais comum em veias dos membros inferiores → pode ocorrer nos superiores em casos específicos, como presença de dispositivos, obstruções (síndrome de veia cava) e muita predisposição para TVP. Classificação: proximal (acima da veia poplítea; maior risco de TEP) ou distal (abaixo da veia poplítea). Venosa: dificuldade de retorno venoso; tecido edemaciado e hiperemiado → Arterial: dificuldade de perfusão; palidez/cianose; isquemia tecidual. Tríade de Virchow: dano endotelial (ex: doença aterosclerótica instável) + estase sanguínea (ex: imobilidade, obstruções) + hipercoagulabilidade (ex: trombofilias, SAAF, excesso de estrogênios). Fatores de Risco: quanto mais fatores, maior a probabilidade pré-teste de TEV. @March 16, 2023 Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar 2 Provocada: presença de algum fator de risco secundário → potencialmente reversível e, idealmente, temporário → ex: obesidade, tabagismo, ACO, puérpera, gestante. Não Provocada/Espontânea: ocorre devido alguma trombofilia ou sem fator de risco secundário identificado. Quadro: achados poucos específicos → o quadro típico nas provas é de edema depressível assimétrico de MMII (> cm) + eritema unilateral + dor e empastamento da panturrilha → sinal de Homans (dor à dorsiflexão da panturrilha) e sinal da bandeira (empastamento da panturrilha) → ausência desses achados não exclui e nem afasta o diagnóstico. Diagnósticos Diferenciais: celulite, erisipela, trauma local e insuficiência venosa crônica. Diagnóstico: USG Doppler de MMII (ou acometido):, ajuda na confirmação e localização do trombo (veias superficiais ou profundas; proximais ou distais), extensão, estimativa temporal (quanto mais endurecido, aderido e hiperecogênico, mais tempo presente) → pode ver o trombo (imagem hiperecogênica), vaso não compressível e/ou falha de enchimento ou restrição de fluxo do vaso → sua indicação depende da probabilidade pré-teste do paciente, através do escore de Wells. Escore de Wells para TVP: 0 a probabilidade é baixa; 1-2 é moderada → ≥ 3 é alta → se baixa a moderada, indica a dosagem de D-dímero → se alta, solicitar USG Doppler. Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar 3 D-Dímero: se baixo (< 500), encerra a investigação → se maior que 50 anos de idade, o valor de corte aumenta em 10 a cada ano acima de 50 → se elevado, deve solicitar USG Doppler. Complicações: embolia pulmonar (mais temida); insuficiência venosa crônica; Flegmasia alba dolens (trombose venosa dificulta a passagem de sangue arterial por compressão devido edema; membro pálido, edemaciado, frio; pode evoluir com flegmasia cerulea dolens, com cianose fixa). Tratamento: depende da localização → distal ou MMSS é questionável → proximais, pélvicas e próximas do coração devem receber anticoagulação. Anticoagulação: em geral, ambulatorial → hospitalar se pacientes instáveis ou com outras condições que impeçam alta (DRC, alto risco de sangramento ou incapacidade do uso de anticoagulante em domicílio). Heparina de Baixo Peso Molecular ou Enoxaparina: contraindicada em casos de disfunção renal (ClCr < 30) → age sobre fator X Heparina Não Fracionada: age sobre fator X. Fondaparinux: inibidor direto do fator Xa → injetável → menor pode de anticoagulação que heparinas e anticoagulantes diretos. Varfarina: cumarínico → inibe a formação de fatores de coagulação dependentes de vitamina K (II, VII, IX e X; além de proteínas C e S) → Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar 4 nos primeiros dias, pode ter efeito pro coagulante por inibir proteínas C e S, logo, iniciar em conjunto com heparina. Anticoagulantes Orais Diretos: (1) inibidores do fator Xa (rivaroxabana, apixabana, edoxabana) e (2) inibidores diretos da trombina (dabigatrana). Como Iniciar: Detalhes: a dose profilática é indicada, principalmente, em casos de imobilização ou outros fatores de risco. Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar 5 Tempo: se fator de risco transitório identificado, fazer por 3 meses → se sem fator de risco identificado ou recorrente, fazer por mais de 3 meses, indefinidamente → se neoplasia, tratar enquanto doença ativa, com enoxaparina, por 3 a 6 meses. Se contraindicação à anticoagulação → indicar filtro de veia cava (FVCI) → reduz risco de TEP, mas pode ter complicações como desalojamento, obstrução local por coágulo; além de eficácia não comprovada → a trombectomia + trombólise in situ (trombolítico direto no trombo) é um possibilidade em indicações específicas. Trombólise nunca é indicada em casos de TVP. Embolia Pulmonar Obstrução da artéria pulmonar ou de um de seus ramos por material originado em outro local do corpo (trombo, tumor, ar, gordura) → principais sítios de origem do TEP são veias femorais, veias poplíteas, veias pélvicas (neoplasias) e veias femorais superficiais. Fisiopatologia: espaço morto (ventila, mas não perfunde) → distúrbio ventilação-perfusão (V/Q) → obstrução da artéria pulmonar gera aumento da pressão na artéria pulmonar e da resistência vascular pulmonar, culminando em dilatação de VD → causa redução da pré-carga em VE e IC direta, levando a choque cardiogênico/obstrutivo (queda do volume sistólico, diminuição do DC e Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar 6 hipotensão) → além disso, ocorre lesão miocárdica, havendo aumento de troponina e BNP. Quadro: heterogêneo → pode estar desde assintomático até choque cardiogênico → tríade clássica: dispneia + dor pleurítica (causas mais distais; irritação da pleura adjacente) + hemoptise (causas mais distais) → outros achados são tosse, taquicardia sinusal, taquipneia, dessaturação, clínica de TVP → sinais e sintomas de repercussão hemodinâmica são hiperfonese de B2, insuficiência tricúspide, queda da DC (hipotensão, má perfusão periférica), IVD (congestão sistêmica, turgência jugular) e morte súbita. Exames Complementares: radiografia de tórax geralmente é normal, mas 3 sinais clássicos são (1) sinal de Westermark (oligoemia localizada pela hipoperfusão: menos trama vascular), (2) corcova de Hampton (indicativo de infarto pulmonar; hipotransparência em cunha nas bases pulmonares) e (3) sinal de Palla (dilatação da artéria pulmonar) → ECG: o achado mais frequente é taquicardia sinusal; outros achados são (1) inversão de onda T em parede anterosseptal (V1-V4), (2) sinal de sobrecarga de VD ou BRD, (3) S1Q2T3 (onda S em D1, onda Q e T negativa em D3) → gasometria arterial: alcalose respiratória (taquipneia) e hipoxemia → aumento do BNP (demonstra aumento e sobrecarga de VD) e troponina (indica pior prognóstico). Diagnóstico: para fechar, deve ver o trombo → exame de imagem é indicado se suspeição diagnóstica compatível pelo Escore de Wells ou Geneva. Escore de Wells: probabilidade baixa se 0-1, intermediária se 2-6 e alta se ≥ 7 no original → no simplificado, é improvável se 0-4 e provável se ≥ 5. Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar 7 Se baixa ou moderada ou improvável: pedir D-dímero → se negativo, excluir diagnóstico → se positivo, pedir exame de imagem. Se paciente de baixo risco, pode-se usar o escore PERC → se todas negativas, não precisa nem dosar D-dímero e pode dar alta → se alguma positiva, pedir D-dímero. Se probabilidade alta: solicitar exame de imagem → avaliar estabilidade hemodinâmica → se estável, pedir angioTC ou arteriografia → se instável, pedir ECO ou USG de MMII. AngioTC: identificar falha de enchimento → se falha proximal, indica trombo à cavaleira (grande aumento de pós-carga para VD e mortalidade alta) → limitações: disfunção renal (pesar risco/benefício); alergia a contraste iodado, instabilidade hemodinâmica; gestação. ECO: sinais de sobrecarga de VD → redução do volume sistólico deVE (batendo seco), retificação do septo interventricular e movimentação paradoxal do septo (pois VD > VE) → sinal de McConnell: hipercontralidade do ápice e acinesia da parede livre do VD. USG de MMII: trombose venosa → diagnóstico por inferência. Cintilografia V/Q: se negativa (sem áreas ventilada e não perfundidas), exclui o diagnóstico de TEP → se positiva, precisa de complementação (visualização de trombo em USG doppler de MMII) → 50% das vezes é inconclusiva. Arteriografia: é o padrão ouro → cara e invasiva → pode ser terapêutica. Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar 8 Estratificação de Risco: pelo escore de PESI → classes I e II é baixo risco (tratamento ambulatorial); classes III e IV é moderado/alto (tratamento intra- hospitalar); classes V é muito alto risco (precisa de UTI) → além disso, avalia-se troponina, BNP e análise de disfunção de VD; se algum alterado, indica maior gravidade do TEP. Tratamento: (1) estabilização hemodinâmica, se necessária, (2) anticoagulação plena e definição do local de tratamento e (3) avaliar se necessidade de trombólise. Anticoagulação Ambulatorial: (1) HBPM + Varfarina ou (2) HBPM + edoxabana ou dabigatrana → após 5 dias ou INR 2-3 (varfarina), fica apenas com DOAC ou Varfarina. Anticoagulação Intra-Hospitalar: HBPM/HNF + Varfarina/Edoxabana/Dabigatrana → alta hospitalar com varfarina ou DOAC. Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar 9 Trombólise: até 14 dias do início do quadro clínico → deve ser feiro, preferencialmente, na primeiras 48h → indicado se instabilidade hemodinâmica (hipotensão, má perfusão periférica, confusão mental, oligúria) decorrente do TEP ou no contexto de PCR (questionável). PCR: realizar Protocolo CASA (POCUS) → se tamponamento cardíaco, drenagem de Marfan → se aumento do VD, maior probabilidade de TEP → avaliar presença ou ausência de atividade contrátil cardíaca. Contraindicação: se alto risco de sangramento → AVCi < 3meses; AVC hemorrágico; neoplasia intracraniana; sangramento importante ativo; MAV cerebral; cirurgia recente em SNC; trauma craniofacial grave recente. Filtro de Veia Cava Inferior: se TEP com contraindicação à anticoagulação + risco de TEV → se TEP em uso de anticoagulante. Embolectomia: se instável com contraindicação à trombólise. Tempo: se fator desencadeante removível, fazer por 3 meses → se fator de risco desconhecido ou não modificável, fazer indefinidamente. Embolia Gordurosa Liberação de partículas de gordura na circulação → geralmente relacionado a fratura de ossos longos → obstrução do fluxo sanguíneo em pequenos vasos → disfunção de órgãos e/ou sistemas → Síndrome de Embolia Gordurosa. Desencadeantes: traumas e cirurgias ortopédicas (fraturas de ossos longos e pelve); procedimentos estéticos (lipoaspiração). Quadro: tríade clássica com: dispneia súbita + confusão mental + petéquias. Tratamento: suporte clínico. Hipertensão Pulmonar Pressão da artéria pulmonar média > 20 mmHg em repouso, avaliada por cateterismo direto → a PSAP pelo ECO é sugestiva de HP, mas não confirma. Fisiopatologia: aumento da resistência da circulação arterial pulmonar → aumento da pós-carga do VD → insuficiência ventricular direita → redução da pré-carga do VE → menor DC. Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar 10 Pré-Capilar: origem na circulação pulmonar → proliferação vascular da circulação arterial pulmonar → hipertensão arterial pulmonar. Pós-Capilar: origem no coração esquerdo. Componentes mistos. Classificação: Grupo I: Hipertensão Arterial Pulmonar → doença da circulação arterial pulmonar (pré-capilar) → idiopático, induzia por drogas, esclerosa sistêmica, HIV, esquistossomose… Grupo II: HP causada por doença do coração esquerdo (pós-capilar) → ICFER, ICFEP, estenose mitral… Gripo III: HP causa por doença do parênquima pulmonar (pré-capilar) → DPOC, pneumopatias intersticiais, SAHOS… Grupo IV: HP secundária a tromboembolismo crônico → HPTEC (pré- capilar) → TEP crônico, arterites… Grupo V: miscelânias → anemia falciforme, doenças mieloproliferativas, sarcoidose, doenças de depósito… Quadro: IC, esclerose sistêmica, LES, fenômeno de Reynaud, antecedentes de TEP, tabagismo → sinais e sintomas de IVD, como dispneia, estase jugular, edema de MMII, B2 hiperfonética, insuficiência tricúspide → sinais e sintomas de insuficiência respiratória crônica. Exames Complementares: ECG com sinais de sobrecarga de câmaras direitas; radiografia de tórax com abaulamento do 2° arco por aumento do tronco da artéria pulmonar. Diagnóstico: exame início é o ECO (sobrecarga de câmaras direitas; estimar a pressão sistólica da artéria pulmonar - PSAP - normal quando < 25) → exames Embolia Pulmonar e Hipertensão Pulmonar 11 conforme etiologia: ECO, TC de tórax, espirometria, polissonografia, cintilografia V/Q, HIV, etc → cateterismo direto confirma o diagnóstico e deve ser feito se demais exames não revelaram a causa de base. Tratamento: