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GRUPO ECONOMICOS

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL - ULBRA
BACHARELADO EM DIREITO
JULIE ANNE CRISTINA PORTUGAL
CLT - GRUPOS ECONÔMICOS
SANTARÉM
2023
CLT - GRUPOS ECONÔMICOS
Trabalho realizado com o fulcro de integrar
a nota referente ao semestre 2023.1 da
disciplina de Direito do Trabalho
SANTARÉM
2023
A Lei Nº 13.467/17, chamada popularmente de reforma trabalhista,
acrescentou ao Art.2º da CLT o §2º que traz o conceito de grupo econômico com
maior clareza. Apresentar as mudanças que tal inovação legislativa gerou é o
objetivo do presente trabalho.
Vigorava a legislação que anteriormente definia grupo econômico com
redação que gerava desencontros no entendimento dos tribunais superiores. Duas
foram as correntes que se formaram para caracterizar os grupos econômicos. Para
uma corrente, para que caracterizado fosse o grupo econômico era necessário que
houvesse entre as empresas uma estrutura de hierarquia, por meio da qual uma
detinha sobre demais poderes de decisão. Noutro giro, para outra parte da doutrina,
bastava que entre as empresas houvesse uma relação de coordenação das
atividades para que ficasse caracterizado o grupo.
O legislador pôs fim a tal celeuma com a definição de que é necessária uma
relação de hierarquia entre as empresas para que ficasse caracterizado o grupo e,
portanto, sejam solidariamente responsáveis pelos débitos trabalhistas as empresas
que ele integra. Salutar para plena compreensão da mudança comparação entre a
redação anterior e a atual:
Redação anterior:
“§ 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração
de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade
econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente
responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.”
Redação pós reforma:
Ҥ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração
de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem
grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes
da relação de emprego.
§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo
necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado,
a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
integrantes.”
Conforme depreende-se da análise do §3º do artigo supra, não basta a mera
identidade entre sócios para que a responsabilidade solidária entre as empresas
reste configurada. Necessário é “”a demonstração do interesse integrado, a efetiva
comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.
Importante salientar, por derradeiro, que a responsabilidade de um grupo
econômico sobre as verbas trabalhistas têm natureza solidária. De tal modo que
todas as empresas integrantes do grupo são devedoras da dívida trabalhista toda
dos empregados de uma delas. Essa foi uma forma encontrada pelo legislador de
proteger os créditos dos trabalhadores de eventuais insolvencias, dada a natureza
alimentar dos créditos.
Referências:
RAYMUNDI, André Victor Zomkowski et al. Grupo econômico e reforma trabalhista:
responsabilidade pelo adimplemento de créditos trabalhistas e proteção do
empregado. 2021.
CHERS, JOSÉ EDUARDO CARDOZO et al. O PANORAMA JURÍDICO DO GRUPO
ECONÔMICO NA SEARA TRABALHISTA. Revista Eletrônica de Ciências
Jurídicas, v. 1, n. 1, 2019.

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