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Clínica de Aves e Suínos Doenças Virais das aves Importante: O tratamento das doenças virais a seguir se baseiam na sintomatologia, não havendo nenhum fármaco específico para elas. Pode-se administrar eletrólitos, vitaminas e antibióticos para doenças secundárias (caso haja). Geralmente ocorre o descarte do animal. Anemia Infecciosa das Galinhas Notificação compulsória mensal em casos positivos Tem vacina Doença imunodepressora Epidemiologia ● Aves jovens Animais até duas semanas de vida manifestam a doença de forma clínica. A partir de duas semanas de vida são susceptíveis, mas desenvolvem a forma sub clínica da doença. ● Galinhas, pombos, pavões e patos ● Distribuição mundial (mortalidade de 50%) ● A sobrevivência à infecção diminui os parâmetros zootécnicos (lotes heterogêneos) Transmissão ● Transmissão horizontal: Através do contato com aves infectadas via oral e respiratória ● Transmissão vertical: via ovo Etiologia ● Vírus de DNA circular ● Icosaédrico ● Pequenos (15-22nm de espessura) Resistência ● A alterações ambientais ● Sobrevive 3h em pH 3,0 ● Sobrevive 15min a 100oC ● Sobrevive 5min em fenol 50% ● Sobrevive a éter e clorofórmio Patogenia Sinais Clínicos: ● Anemia (palidez de mucosas) ● Aplasia medular A medula fica gordurosa ● Atrofia de órgãos linfoides ● Retardo no crescimento ● Imunodepressão ● Anorexia ● Penas arrepiadas ● Aves deprimidas ● Hemorragia na pele e mucosas Obs.: a taxa de mortalidade, morbidade e severidade variam conforme idade, via de infecção, imunidade passiva, coinfecções e virulência. Lesões macroscópicas ● Medula óssea ● Atrofia ● Timo ● Bursa de Fabricius ● Palidez e aumento de fígado, baço e rins ● Coração flácido e arredondado ● Hemorragia em pró-ventrículo ● Erosão da moela ● Edema subcutâneo Lesões microscópicas Atrofia linfocitária dos tecidos hematopoiéticos e linfoides, com presença de corpúsculo de inclusão Diagnóstico ● Isolamento viral a partir de inoculação viral das células MDCC – MSB1 em ovos embrionados ● Imunofluorescência ● Soroneutralização ● ELISA ● PCR de fígado, baço, medula e bulbo em penas Diagnóstico diferencial para ● Avitaminose E ● Doença de Gumboro ● Doença de Marek ● Leucose Aviária ● Micotoxinas Tratamento ● Vacinação Vacina viva atenuada – importante que haja a imunização precoce do lote. Vacinam-se as reprodutoras entre 10-18 semanas antes do início da produção. Não vacinar 4-5 semanas antes do início da produção para não disseminar o vírus vacinal nos ovos Mas existem programas de imunização em toda a cadeia produtiva de linhas puras, bisavós, avós e matrizes. Profilaxia ● Limitar a transmissão vertical ● Prevenir coinfecções com outros agentes imunodepressores Broncoencefalite infecciosa das galinhas (IBV) Notificação compulsória mensal em casos positivos Tem vacina Gênero Coronavirus e família Coronaviridae, ordem Nidovirales. O gênero se separa em três grupos. O patógeno desse grupo em específico é exclusivo das aves. ● altamente contagiosa ● Doença aguda ● acomete qualquer idade e sexo ● não compromete a saúde pública ● possui vários sorotipos, dificultando a elaboração das vacinas ● doença de notificação mensal Etiologia ● RNA de fita simples ● capsídeo helicoidal ● envelope lipoproteico o vírus da IBV possui 3 proteínas virais: S - spike . S1 responsável por produzir ATC, inibidores hemaglutinação e vírus neutralização . S2 M – membrana Responsável pela recombinação natural Nucleocapsídeo . constitui o envelope do genoma viral - inativação: 56oC por 15 minutos // 45oC por 30 minutos - sobrevivência no ambiente: 12 dias na primavera // 56 dias no inverno. - resistente a baixas temperaturas e a pH baixo (sobrevive por 1h em um pH 2) - facilmente destruído na presença de éter, clorofórmio, álcool... Epidemiologia ● transmissão horizontal: Alimento, água, contato com aves doentes, aerossóis) ● transmissão vertical Gera pintainhos fracos e pequenos - período de incubação: 18-36h variando conforme carga viral e via de infecção - morbidade: 100% - mortalidade: varia conforme virulência, imunidade, estresse... Sinais Clínicos Nas aves de postura, observam-se: ● ovos malformados ● cascas sem cor ● clara sem consistência ● proporção anormal da clara-gema Sistema Respiratório ● Tosse, espirro, descarga nasal, estertores, pericardite ● edema, exsudato catarral ou mucoso na traqueia e brônquios ● inflamação catarral ou fibrinosa nos sacos aéreos Sistema Urinário ● desidratação ● diarreia moderada a severa ● lesões renais graves, que podem evoluir para nefrite, nefrose e urolitíase TGI: apenas nos casos de infecção pela cepa G Lesões macroscópicas: ● traqueia “lisa”, pois os cílios foram destruídos ● edema de mucosa ● congestão vascular/hiperemia ● infiltrado linfocitário ● hiperplasia e vacuolização do epitélio (observam-se bolinhas de ar) microscópicas: ● edema no oviduto ● hipoplasia ● fibroplasia ● atrofia em lesões mais graves ● nefrite ● gota úrica devido a dificuldade de filtragem, causando infiltração + cálculo ● atrofia renal Diagnóstico ● PCR ● imunofluorescência viral ● isolamento viral Os sinais respiratórios podem causar confusão por serem inespecíficos. Diagnóstico diferencial para: ● Newcasle ● Coriza infecciosa ● Síndrome da queda de postura ● Laringotraqueíte infecciosa Profilaxia: Vacinação variável e específica conforme a cepa mais comum na região. Influenza Aviária Não se vacina! É proibida no Brasil A doença atinge aves domésticas e silvestres, especialmente as aquáticas. Vírus da família orthomyxoviridae. Existem quatro tipos (A, B, C e D): o que acomete as aves é o influenza A; o vírus possui pouca resistência ambiental - possui dez proteínas diferentes, fator esse que explica a facilidade que o vírus tem de se recombinar - A H5N1 foi a responsável pela crise de 2009 (gripe aviária) Etiologia ● RNA de cadeia simples ● capsídeo helicoidal ● envelope glicoproteico (que possui hemaglutininas e neuraminidases na superfície) - 18 hemaglutininas (H1 a h18) - 11 neuraminidases (N1 a N11) Epidemiologia/Patogenia ● transmissão horizontal: contato ave-ave, aerossóis, ingestão - a transmissão ocorre através de secreção naso-ocular, fezes contaminadas, etc. - a replicação do vírus ocorre nas células epiteliais do trato respiratório superior e TGI Sinais Clínicos ● Tosse ● Ronqueira ● Espirros ● descarga nasal e ocular ● traqueíte ● pneumonia Lesões Macroscópicas: ● edema de cabeça e crista ● hemorragias nos tarsos e patas ● cianose e necrose nas regiões de crista e barbela ● hemorragias petequiais nas vísceras Microscópicas: necrose de células endoteliais dos vasos sanguíneos, músculo cardíaco, neurônios, glândula adrenal e pâncreas. Diagnóstico - confirmatório: PCR - isolamento viral - swab ocular, cloaca e traqueia - inoculação em ovos Profilaxia a vacina é proibida no Brasil, pois a casuística no país é baixa e a vacinação resultaria em falsos positivos caso um possível surto seja analisado. devem-se aplicar as medidas de biosseguridade caso animais se enquadrem como positivos: ● monitorar a sorologia ● controlar o movimento dos animais através do GTA (Guia de Trânsito Animal) ● realizar quarentena, isolamento ● sacrifício sanitário ● uso de aves sentinelas Links Usados IBV: http://www.scielo.br/pdf/cr/v39 n8/a339cr1716.pdf https://avicultura.info/pt-br/bro nquite-infecciosa-das-galinhas / Influenza: https://adapec.to.gov.br/anima l/sanidade-animal/influenza-av iaria http://www.scielo.br/pdf/cr/v39n8/a339cr1716.pdf http://www.scielo.br/pdf/cr/v39n8/a339cr1716.pdf https://avicultura.info/pt-br/bronquite-infecciosa-das-galinhas/ https://avicultura.info/pt-br/bronquite-infecciosa-das-galinhas/ https://avicultura.info/pt-br/bronquite-infecciosa-das-galinhas/ https://adapec.to.gov.br/animal/sanidade-animal/influenza-aviaria https://adapec.to.gov.br/animal/sanidade-animal/influenza-aviaria https://adapec.to.gov.br/animal/sanidade-animal/influenza-aviaria
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