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Aula 11
Direito Civil p/ TJ-GO (Analista Judiciário
- Área Judiciária) - 2021 - Pré-Edital
Autor:
Paulo H M Sousa
Aula 11
30 de Março de 2021
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Sumário 
Livro I – Direito das Obrigações ........................................................................................................................ 2 
1 – Considerações iniciais............................................................................................................................... 2 
Título IX – Responsabilidade Civil .................................................................................................................. 3 
Capítulo I – Obrigação de indenizar........................................................................................................... 6 
Capítulo II – Indenização .......................................................................................................................... 31 
1. Legítima defesa (art. 188, inc. I) ........................................................................................................... 34 
2. Estado de necessidade (art. 188, inc. II) ................................ ............................................................... 35 
3. Exercício regular de direito (art. 188, inc. I) ......................................................................................... 36 
4. Estrito cumprimento do dever legal .................................................................................................... 36 
5. Caso fortuito ou força maior (art. 393)................................................................................................. 37 
6. Culpa exclusiva da vítima (art. 945) ..................................................................................................... 37 
7. Fato exclusivo de terceiro .................................................................................................................... 37 
8. Cláusula de não indenizar .................................................................................................................... 39 
9. Absolvição criminal .............................................................................................................................. 39 
2 – Considerações finais ............................................................................................................................... 42 
Questões Comentadas .................................................................................................................................... 44 
Lista de Questões .......................................................................................................................................... 100 
Gabarito ......................................................................................................................................................... 112 
 
 
Paulo H M Sousa
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LIVRO I – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
1 – Considerações iniciais 
Inicialmente, lembro que sempre estou disponível, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do 
Portal do Aluno e, alternativamente, também, nas minhas redes sociais: 
 
prof.phms@estrategiaconcursos.com.br 
 
prof.phms 
 
prof.phms 
 
prof.phms 
 
Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno 
Na aula de hoje, você verá o tema Responsabilidade Civil. É um tema que eu, particularmente, gosto 
bastante. O Código Civil traça apenas as regras gerais e a jurisprudência é que vai detalhar esses assuntos. 
Saber o que as Cortes andam julgando, portanto, é importante. 
No mais, segue a aula pra gente bater um papo! =) 
Ah, e o que, do seu Edital, você vai ver aqui? 
Responsabilidade civil. 
Boa aula! 
 
Paulo H M Sousa
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Título IX – Responsabilidade Civil 
A responsabilidade não depende de culpa, mas de imputação. Ou seja, determinada ilicitude deve gerar 
uma imputação a alguém. Ou seja, muito mais que a discussão a respeito da culpa, atenta-se para a função, 
ou as funções, que a responsabilidade civil apresenta. Por isso, passo às funções que a responsabilidade civil 
tem, atualmente. Quais são elas? 
 
É, em linhas gerais, a previsão do art. 927, ao estabelecer que aquele que causa dano a outrem fica obrigado 
a repará-lo. Desse dispositivo, a doutrina retira dois princípios, que são habitualmente muito utilizados 
pela jurisprudência: 
 
 
Em outras palavras, nós reconhecemos que o dano extrapatrimonial, imaterial, ou dano moral, é devido, 
mas não há exatamente um consenso sobre quando e quanto ele é devido. Apesar de ter sido reconhecida 
claramente no art. 186, a função compensatória é casuisticamente observada. Em outras palavras, é a 
jurisprudência quem vai visualizar se é, ou não, cabível dano de natureza compensatória. 
•Significa recolocar, recompor, reconstruir o status quo ante deteriorado pelo ato ilícito cometido
•Aqui não há componente sancionatório na responsabilização patrimonial, mas apenas conteúdo
ressarcitório
A. Ressarcitória/Indenizatória/Reparatória
1. Restitutio in 
integrum
(restituição 
integral)
O dano deve ser integralmente ressarcido, o que significa dizer que ele não pode
ser nem ressarcido a menor nem a maior
Isso gera, assim, uma limitação ao ofensor e à vítima, pois aquele terá um piso a
indenizar e esta terá um teto a receber
2. Compensatio 
lucri cum damno
(compensação dos 
danos pelos lucros)
Efeito inverso do ato ilícito, quando ele, que num primeiro momento gerou dano,
acabou por posteriormente trazer benefícios à vítima
Nesse caso, os benefícios gerados pelo evento danoso devem ser descontados do
valor a indenizar
• No plano extrapatrimonial, é impossível recolocar o sujeito na situação anterior, ou seja,
o dano não comporta um dimensionamento econômico
• Por isso, equipara-se o dano a uma quantidade econômica, para fins de indenização
B. Compensatória
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Por conta do princípio da restituição integral, que rege amplamente a responsabilidade civil brasileira, há 
dificuldade de se aceitar a função compensatória (e a punitiva, vista logo mais). As exceções estão previstas 
nos arts. 944, parágrafo único, e 945. 
No primeiro caso, se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, 
poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. Ou seja, a restituição, para a vítima, não 
será integral. No segundo caso, quando a vítima concorre para o dano, num concurso de culpas, 
há mitigação da indenização, que será fixada se tendo em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano. Novamente, a restituição não será integral. 
Por isso, o grau de culpa do ofensor, ou a sua eventual conduta intencional (dolo), deve ser levado em conta 
pelo juiz para a quantificação do dano moral. É a previsão do Enunciado 458 da V Jornada de Direito Civil. Ao 
contrário, o patrimônio do ofendido não pode funcionar como parâmetro preponderante para o 
arbitramento de compensação por dano extrapatrimonial, aduz o Enunciado 588 da VII Jornada de Direito 
Civil. 
Tradicionalmente, são essas as duas funções que a doutrina aponta para a responsabilidade civil. Por isso, 
não se consideram as demais funções como funções genuínas, mas apenas funções incidentais, acidentais 
ou acessórias. 
 
Aqui, destaca-se a Teoria dos Punitive Damages, amplamente utilizada pelo direito consuetudinário, mas 
que enfrenta forte resistência no Brasil, ainda com uma cultura muito arraigada na ideia de que o quantum 
deve sempre corresponderà perda sofrida pela vítima (restitutio in integrum). 
Em regra, aponta-se o art. 944, caput, como impedimento à função punitiva, dado que o dispositivo se baseia 
no dano, e não na ofensa (“A indenização mede-se pela extensão do dano”). Não obstante, o Enunciado 379 
da IV Jornada de Direito Civil estabelece que o art. 944, caput, não afasta a possibilidade de se reconhecer a 
função punitiva ou pedagógica da responsabilidade civil. 
Boa parte da jurisprudência já se utiliza da função punitiva ao estabelecer o valor dos danos morais, de 
forma a evitar que o ofensor continue a praticar condutas lesivas. 
Em se tratando de dano moral, há três correntes a tentar explicar sua natureza jurídica, sendo a terceira a 
mais utilizada pela jurisprudência. A primeira assenta que a indenização tem apenas intuito reparatório. A 
segunda, que ela tem caráter punitivo. A terceira, que a indenização por dano moral à pessoa jurídica tem 
caráter reparatório principal e caráter punitivo secundário ou acessório. 
• Função peculiar, caminhando conjuntamente com a função compensatória do dano
• A quantificação do dano traz em si uma carga de punição ao ofensor (sem ligação
alguma com a responsabilidade criminal)
C. Sancionatória/Punitiva
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Resumidamente, pretende-se imputar ao ofensor responsabilização que extrapole o plano individual, ou 
seja, indeniza-se não apenas porque a vítima sofreu um prejuízo, mas porque é necessário fazer o causador 
do dano tomar maior cautela em seus atos. 
Distingue-se a função sancionatória/punitiva da preventiva pelo âmbito/plano de aplicação. A função 
sancionatória volta-se à individualidade do caso; precisamente porque o ofensor causou dano, deve ser 
punido por aquele ato já praticado. A função preventiva, por sua vez, não se volta ao caso passado, mas à 
eventualidade de casos futuros; precisamente porque o ofensor causou dano, devo admoestá-lo de forma 
que não mais daneie, em outras situações. 
 
São situações nas quais todos os danos acidentais são indenizados, independentemente da origem. Lembrou 
de alguma coisa? Temos alguns exemplos disso: o INSS e o DPVAT. 
 
Funções da Responsabilidade Civil 
• Mais presente na esfera cível, já que na sociedade capitalista de consumo atual,
provavelmente, a sanção mais eficaz é a econômica
• A prevenção é tanto geral quanto especial
D. Preventiva
• Funciona como uma distribuição do risco por toda a sociedade
• Assim, evita-se, de um lado, que a vítima não seja indenizada, por variadas razões, e se
faz com que todos paguem por um risco socialmente distribuído, desonerando o devedor
E. Socialização do risco/dano
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Capítulo I – Obrigação de indenizar 
I – Pressupostos do dever de indenizar 
Os pressupostos do dever de indenizar são os elementos que compõem o dever de indenizar. 
Curiosamente, aquilo que é mais elementar em se tratando de responsabilidade civil – quais 
sejam seus pressupostos – não encontra unanimidade na doutrina. Longe disso. Há quem 
considere haver três elementos, há quem considere haver quatro. 
Como superar isso? A meu ver, ou sendo radicalmente sincero – ao dizer que os pressupostos são fluidos e 
podem ser afastados no caso concreto, tendo por base um determinado objetivo, como a proteção da vítima, 
efetivamente –, ou apelando para os pressupostos tradicionais. Farei a segunda coisa, já que a primeira não 
cai nas graças nem dos examinadores e bancas, nem da jurisprudência generalizada e do STJ. 
O art. 186 do CC/2002 trata do ato ilícito. Esse artigo conjuga os pressupostos de verificação do ato ilícito. 
Verificado o ato ilícito, o art. 927 manda o ofensor indenizar, desde que existente dano e nexo de 
causalidade. Eis a literalidade desse dispositivo para que eu possa escrutiná-lo: 
Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Na perspectiva mais tradicional possível traçada pelo art. 927, o dever de indenizar se subsume a uma causa 
que se liga a uma consequência. Os componentes do dever de indenizar são, assim, três, na estrita 
interpretação do art. 927 do CC/2002: 
1. ato ilícito; 
2. dano; 
3. nexo de causalidade. 
A premissa de que a culpa é pressuposto do dever de indenizar foi esbodegada com o art. 187 do CC/2002, 
dispositivo que não encontra similitude no CC/1916. O art. 927 do CC/2002 é claro ao se remeter tanto ao 
ato ilícito do art. 186 (seja ele ato ilícito em sentido amplo, seja ele somente ato ilícito) quanto ao abuso de 
direito do art. 187 (seja ele ato ilícito em sentido estrito, seja ele figura autônoma). 
Ressarcitória/indenizatória/reparatória
Compensatória
Sancionatória/Punitiva
Preventiva
Socialização de riscos/danos
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Assim, não é que a culpa pode ser afastada aqui ou acolá. A culpa não é mais pressuposto do dever de 
indenizar. O que deve haver é a imputação de um fato – ou ato ilícito, nas atécnicas palavras do art. 927, 
caput – a alguém, em vista da causação de dano a outrem. 
A responsabilidade, assim, não depende de culpa, mas de imputação. Ou seja, 
determinada ilicitude deve gerar uma imputação a alguém. E só. Ponto. Atualmente, 
inclusive, fala-se até em responsabilidade por ato lícito, mesmo não havendo abuso de 
direito, como mostrarei a você mais adiante. 
O que é ato ilícito? O que é dano? O que é nexo de causalidade? Vou analisar cada um 
desse pressupostos detalhadamente, fazendo as devidas considerações. Friso, mais uma vez, que tratarei 
nuclearmente dessas perspectivas mais tradicionais, porque se formos criticar com um mínimo de 
profundidade esses elementos, toda a teoria geral da responsabilidade civil estaria escangalhada. 
A) Ato ilícito 
O ato ilícito, por aplicação do art. 186, deverá ser, em regra, culposo lato sensu, ao menos. O direito civil 
brasileiro adota o princípio da culpa, excepcionando o princípio do risco/dano. Entende-se que não há 
responsabilidade sem culpa em sentido amplo (lato sensu). 
Verifica-se a existência da culpa em sentido amplo quando se exige comportamento diverso do agente e há 
censura ao comportamento tomado, contrário ao ordenamento. A culpa é analisada pela censurabilidade da 
conduta, ou seja, não num juízo a priori do magistrado, mas uma análise comparada da censura (probidade, 
ética, moral). 
Primeiro, a culpa em sentido amplo se subdivide em culpa em sentido estrito (stricto sensu) e dolo. Em 
regra, não se faz a distinção entre a culpa stricto sensu e o dolo porque desnecessária; como diz o brocardo, 
culpa lata dolo aequiparatur, ou seja, a culpa se equipara ao dolo, para fins de responsabilidade civil. Não 
obstante, por vezes o Direito Civil distingue a culpa do dolo para imputar responsabilidade ao agente 
apenas no caso de dolo. 
De qualquer forma, as distinções feitas pelo Direito Penal a respeito da matéria são irrelevantes, à exceção 
da culpa vs. dolo, quando cabível (art. 18, inc. II do CP/1940). Dolo eventual (e mesmo o preterdolo) e culpa 
consciente são categorias inaplicáveis ao Direito Civil, felizmente. Ou o dolo é não eventual ou é culpa. A 
culpa stricto sensu baseia-se em três fatores (art. 18, inc. II do CP/1940): 
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No caso de negligência, ou seja, de omissão do agente, necessário também provar 
que seu ato seria apto a evitar o dano. Caso, com a ação, odano se verificasse do 
mesmo modo, não há que se falar em omissão, em negligência. 
Quanto à imperícia, a rigor ela não é tecnicamente um fator; ou o agente age de 
maneira negligente ou age de maneira imprudente. A imperícia é, em realidade, 
imperícia por negligência ou imperícia por imprudência. De maneira mais apurada tecnicamente, portanto, 
a culpa se baseia em apenas dois fatores: imprudência ou negligência. 
Ultrapassados os fatores da culpa, passa-se à sua classificação. Primeiramente, em relação à atuação do 
agente, pode-se classificar a culpa em: 
 
Em relação à forma de atuação do agente, a classificação da culpa é feita com base em: 
• Conduta omissiva, passiva. Esperava-se que o agente tomasse determinada medida
(omissão genérica), mas ele não toma, se omite, permanece passivo. Exige-se prova da
ausência de prática (omissão específica).
• Exemplo é o motorista que não conserta os freios do carro, após uma revisão, e,
posteriormente, bate o carro por falta deles; o dono não coloca focinheira no cachorro,
que morde um pedestre no parque.
A. Negligência
• Conduta comissiva, ativa. Esperava-se que o agente não tomasse determinada medida,
mas ele se arrisca e a toma, age. Ele tem uma conduta contrária à exigida pelo
ordenamento.
• Exemplo é o motorista que dirige alcoolizado e causa acidente; o dono do imóvel que
deixa coisas no parapeito da janela do prédio e elas caem sobre um passante.
B. Imprudência
• A imperícia, ou falta de perícia, é ligada às atividades técnicas, ou seja, o sujeito age
sem a qualificação ou treinamento necessários ao ato.
• Exemplo é o enfermeiro inexperiente que ministra medicamentos errados; o médico,
sem especialização, que realiza procedimento cirúrgico contra as normas médicas.
C. Imperícia
• Culpa pela prática ativa de um ato
• Por exemplo, o acidente automobilístico provocado por motorista que fura preferencial
A. Culpa in committendo
• Culpa pela falta de iniciativa, desde que exigida a ação
• Por exemplo, a responsabilidade do dono do cachorro que ataca um pedestre porque 
estava sem a coleira
B. Culpa in omittendo
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Ademais, a culpa também admite gradação. Quanto aos graus, a culpa pode ser classificada em: 
 
Mas, por que a gradação da culpa é relevante, se basta a simples culpa para a identificação do 
dever de indenizar? Em verdade, já dei a resposta a isso, ainda que não diretamente, mais 
acima. Apesar de não ser possível estabelecer a indenização a partir do grau de culpa, o art. 
944, parágrafo único, permite ao juiz reduzir o montante indenizatório se mínima a culpa. 
A redução equitativa da indenização tem caráter excepcional. Por isso, somente se realiza 
quando a amplitude do dano extrapolar os efeitos razoavelmente imputáveis à conduta do agente, prevê o 
Enunciado 457 da V Jornada de Direito Civil. 
Atente, porém, pois o inverso não pode ocorrer. O juiz não pode aumentar o valor da indenização, no caso 
de um dano pequeno, mesmo que a culpa seja grave. Aqui, entra novamente a discussão das funções da 
• A falta de acerto na escolha de preposto, representante, empregado ou a falta de
controle sobre os bens usados em uma atividade
• Por exemplo, o empregador é responsabilizado por acidente causado pelo empregado
A. Culpa in eligendo
• É a falta de cuidado e/ou fiscalização do responsável por bens ou pessoas
• Por exemplo, a culpa dos pais pelos atos praticados pelos filhos
B. Culpa in vigilando
• Ocorre quando há falta de atenção e cuidado com coisas sob custódia
• Por exemplo, o acidente em estrada causado por uma vaca que foge da fazenda, por
falta de cerca
C. Culpa in custodiendo
• Inobservância crassa e imperdoável das regras comuns exigidas nas atividades.
Avizinha-se ao dolo (culpa lata dolo aequiparatur), como, por exemplo, o acidente
causado por motorista embriagado.
A. Grave ou lata
• Falta evitável com a atenção comum e normal esperada. Ocorre, por exemplo, no caso
de um acidente causado por motorista desatento que mexe no retrovisor enquanto
dirige.
B. Leve ou média
• Ocorre se evitável o erro apenas com uma atenção especial ou habilidade incomum.
Exemplo disso é o acidente no qual o motorista não desvia de um objeto que aparece
repentinamente, batendo em outros carros.
C. Levíssima
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responsabilidade civil. Pela regra do art. 944, parágrafo único, do CC/2002, pode o juiz reduzir a indenização 
se a culpa for mínima, mas não pode a elevar se ele for máxima, dolosa. 
Assim, a aplicação da função punitiva e/ou preventiva ficaria prejudicada pela aplicação literal do refetido 
dispositivo legal. Aí está precisamente a razão pela qual nossa jurisprudência majoritária rechaça a 
majoração da indenização em prol da vítima simplesmente para “punir” o ofensor ou “prevenir” novas 
condutas, diferentemente do que faz a jurisprudência estadunidense, por exemplo. 
B) Dano 
O dano é o pressuposto central da responsabilidade civil. Em regra, o dano deve envolver 
um comportamento contrário ao Direito (contra legem). Entretanto, nem sempre a 
antijuridicidade é necessária, já que um ato lícito pode também gerar danos. 
De um lado, temos o dano patrimonial ou material. No dano patrimonial há visível 
interesse econômico no fato. Por isso, verifica-se um dano quando uma necessidade 
econômica é insatisfeita, seja negativamente, seja positivamente. 
Esse dano é quantificável em dinheiro, em pecúnia, em “valores econômicos”. Os efeitos patrimoniais podem 
ser imediatos, presentes, ou futuros, mediatos, diminuindo ou impedindo o acréscimo de patrimônio do 
lesado. 
Se o dano for atual, ele é chamado de dano emergente, ou dano positivo, ou seja, é o dano que emerge 
do ato. Ao contrário, se forem danos futuros, eles são chamados de lucros cessantes, ou dano negativo, 
ou seja, danos que cessam os lucros futuros. Trata-se da aplicação do instituto das perdas e danos, instituto 
de Direito das Obrigações presente no art. 402. 
O dano reparável é o dano certo, ainda que seja futuro, o que não se repara é dano eventual. 
É possível estabelecer danos presumidos, de acordo com a doutrina. 
No caso do dano patrimonial, a responsabilização se dá pelo princípio da boa-fé 
objetiva, pela violação dos deveres laterais de conduta esperados pela boa-fé 
objetiva. Abrange a responsabilidade pré-contratual, e até mesmo a 
responsabilidade pré-negocial, além da responsabilização pela culpa post pactum finitum, ou 
seja, mesmo após o término do contrato, cujo adimplemento foi perfeito. 
Por outro lado, temos o dano extrapatrimonial, imaterial, comumente chamado de dano moral. Além de 
uma lesão ao patrimônio, pode o indivíduo sofrer danos que não podem ser quantificados, que não são 
economicamente visíveis e suscetíveis de apreciação monetária. 
São os danos que perturbam a moral, a honra, o nome, a tranquilidade, os sentimentos, o afeto, ou seja, 
todos elementos subjetivos, ao contrário dos danos materiais, que são objetivamente verificáveis. Todo dano 
moral traria ofensa à personalidade, aos direitos de personalidade, segundo a doutrina. Mesmo a partir de 
danos a bens materiais pode haver dano moral, decorrente daqueles. 
Esses configurariam o dano moral em sentido impróprio ou lato sensu, ou seja, os danos que trariam lesão 
a um direito de personalidade. Consequentemente, eles não exigiriam prova de sofrimento, ou seja, 
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seriam dano morais presumidos (in re ipsa). Já o dano moral em sentido próprio constitui o dano moral in 
natura, e causariamdor, sofrimento etc., pelo que necessária a prova. 
De qualquer sorte, é difícil estabelecer com precisão o fundamento da responsabilização por danos 
extrapatrimoniais. De maneira ampla, a doutrina reconhece lesão à dignidade da pessoa humana, vale dizer, 
o dano moral é aquele que viola o princípio da dignidade da pessoa humana. 
Por isso, o absolutamente incapaz e mesmo o nascituro são capazes de experimentar dano moral. É nesse 
sentido que o Enunciado 445 da V Jornada de Direito Civil estabelece que o dano moral indenizável não 
pressupõe necessariamente a verificação de sentimentos humanos desagradáveis como dor ou sofrimento. 
Evidentemente que o princípio-mor ou supraprincípio constitucional é demasiado genérico quando se pensa 
em sua aplicação num caso concreto. E nem poderia ser diferente, claro. Por isso, necessário densificar o 
princípio na concretude do caso, de modo a se construir, doutrinária e jurisprudencialmente, as situações 
concretas que demandam reprimenda do Estado-juiz. 
De qualquer forma, a extensão desses danos será analisada pelo juiz, que definirá o montante da 
indenização. Como não há um valor apriorístico, de antemão, a condenação, em valor inferior, não geraria 
sucumbência à vítima. 
O dano moral deve ser visto amplamente, incluindo-se nele até mesmo o dano 
estético, o dano existencial, e, eventualmente, o dano punitivo, quando aplicado, já 
que não se encaixa na categoria dos danos patrimoniais. 
Quanto ao dano estético, Teresa Ancona Lopez, ao conceituá-lo (1980), estabelece a 
necessidade de se mirar “a modificação sofrida pela pessoa em relação ao que ela 
era”. Isso porque o conceito de estético, e de beleza a ele associado, é eminentemente relativo (daí o 
ditado popular, “quem ama o feio, bonito lhe parece”). 
Desde 1992, o STJ reconhece a cumulabilidade dos danos materiais com os danos morais 
(Súmula 37). Já em 2009, a Corte avançou e permitiu também a cumulação dos danos estéticos 
com os danos morais (Súmula 387). Consequentemente, por lógica sistemática, permite-se não 
apenas a cumulação dupla de danos (morais e estéticos ou materiais e morais), mas também 
a cumulação tripla de danos (materiais, morais e estéticos). 
Superadas as distinções entre o dano a partir de sua patrimonialidade, avancemos. Num caso ou no outro, 
seja no dano material, seja no dano imaterial/moral, o dano pode ser classificado como direto e indireto. 
O dano direto surge do resultado imediato da ação danosa e causa imediato déficit econômico. São os 
danos verificados a partir da conduta, que, se não tivesse existido, inexistiria também dano, ou seja, há 
uma ligação direta ou imediata com as circunstâncias. Assim, por exemplo, sofro dano direto quando 
contrato técnico de informática que, ao tentar consertar um componente eletrônico, quebra minha placa-
mãe, que fica inutilizada. 
Já o dano indireto indaga as consequências indiretas, remotas da ação, ou seja, os efeitos dos efeitos. 
Continuando o exemplo anterior, ao reconectar a placa-mãe ao computador, o componente quebrado gera 
um superaquecimento da máquina, que, consequentemente, atinge o HD, fazendo com que todos os dados 
que eu tenho nele se percam. Esse é o dano indireto. 
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Não confunda, assim, dano indireto com dano reflexo, também conhecido como dano por ricochete. No 
dano indireto, a própria vítima é quem experimenta o dano; sofre o dano direto e o dano indireto (que pode 
não existir, claro). Já no dano reflexo, não é a própria vítima a experimentar um segundo dano, mas terceira 
pessoa. 
 
 
Em qualquer caso, deve-se analisar o vínculo de causalidade entre a conduta e os danos. Deve 
haver um vínculo de causalidade entre ambos (nexo de causalidade), ou seja, a conduta deve 
desempenhar papel suficientemente decisivo na consumação daquele dano em específico. 
Portanto, deve haver uma relação direta de causa e efeito entre as situações, como veremos 
mais à frente, quando tratarmos do nexo de causalidade. 
C) Nexo de causalidade 
O nexo de causalidade, como o próprio nome diz, investiga a causa e, por isso, está intimamente ligado ao 
pressuposto anterior. Trata-se do elemento imaterial, virtual, “espiritual” dos pressupostos do dever de 
indenizar. É um daqueles casos fáceis de se visualizar e difíceis de se analisar, conceituar, tratar 
analiticamente e reconhecer tecnicamente. 
Já verificamos a conduta e o dano, falta analisar o liame que liga essas duas fontes. Desse modo, faz-se a 
triangulação necessária e se configura a responsabilidade civil e o consequente dever de indenizar. 
Assim, para se responsabilizar um sujeito, ante um dano causado, é necessário analisar 
se a conduta por ele tomada encontra uma ligação com esse dano. O nexo causal, 
portanto, pode ser chamado de imputação, mais ou menos como a doutrina do Direito 
Penal, mas mais ampla que ela, pois mais abrangente. 
Dano indireto
Efeitos dos efeitos 
Própria vítima experimenta 
o dano
Dano reflexo/ricochete 
Dano não causado pela 
vítima 
Dano que não se verifica na 
vítima, mas em terceiro
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Os problemas enfrentados pelo Direito Penal, nesse sentido, são igualmente causadores de dor de cabeça 
no Direito Civil. O grande questionamento que se faz é: até que ponto se pode estabelecer que entre um 
evento (a causa, a conduta danosa) e outro (o efeito, o dano sofrido), há uma ligação suficientemente forte 
para se responsabilizar o agente do primeiro evento em relação ao outro? Ou, em que momento “se 
quebra” a corrente que liga um evento a outro? 
A doutrina se divide em muitas teorias. Segundo a maioria, o art. 403 traz, ainda que 
relativamente às perdas e danos (“as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros 
cessantes por efeito dela direto e imediato”), um indicativo da teoria adotada pelo CC/2002, a 
Teoria do dano direto e imediato. 
Outra parte substancial ainda adota a Teoria da causalidade adequada, que teria sido adotada 
pelo art. 944 (“A indenização mede-se pela extensão do dano”). Segundo ela, somente o fato relevante ao 
evento geraria o dever de indenizar. 
De qualquer forma, há certa unanimidade da doutrina em não adotar a Teoria da equivalência das 
condições, ou Teoria da conditio sine qua non ou ainda Teoria do histórico dos antecedentes. Em tese 
adotada pelo art. 13 do CP/1940 (“O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável 
a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”), na 
redação dada pela Lei 7.209/1984, ela enuncia a necessidade de se verificar a presença de cada uma das 
condições identificadas na situação concreta necessárias ao evento danoso. 
Segundo a Teoria da causalidade adequada, interessa o dano que é efeito imediato e 
direto do fato causador. Por isso, num acidente automobilístico, reparam-se os danos 
decorrentes do acidente e não do tratamento ruim, ou do acidente com a ambulância, 
por exemplo. 
Em relação ao nexo de causalidade, faz-se necessário atentar para a questão da culpa 
concorrente, pois o art. 945 estabelece que se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento 
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do 
autor do dano. Assenta o Enunciado 47 da I Jornada de Direito Civil que essa regra não exclui a aplicação da 
“Teoria da causalidade adequada”. 
Assim, se a vítima do dano concorrer com o agente causador, cada um arcará equitativamente com o 
prejuízo, na proporção de suas culpas. O problema, fático, é saber qual é a proporção das culpas. Nesses 
casos, não há muito o que se fazer,deve-se recorrer ao arbítrio do juiz, numa tentativa de se mensurar a 
culpa in concreto. 
De outra banda, de maneira diversa do Direito Penal, todos os membros de um grupo podem ser 
responsabilizados quando não seja possível determinar, dentre eles, quem deu causa à lesão. É a chamada 
“Teoria da causalidade alternativa”, aplicável a casos, por exemplo, de dano físico causado por agressões 
cometidas por várias pessoas. 
Por fim, de um modo um tanto excepcional quanto à regra trazida pela “Teoria do dano direto e imediato”, 
surge a “Teoria da perda de uma chance”. Nas situações em que se aplica tal Teoria, o dano, em realidade, 
é virtual, probabilístico, abandonando-se a perspectiva de que o dano precisa ser certo, direto, imediato. 
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Por aplicação dela, indeniza-se a vítima pelas situações em que, havendo uma oportunidade potencial, ela 
é perdida pelo dano causado. Ou seja, na realidade, verificando-se com relativa precisão a conduta danosa 
e o nexo de causalidade, dispensa-se a prova do dano, ao menos no plano concreto, material, projetando-se 
o dano em uma probabilidade, uma chance. 
Essa chance, porém, não é qualquer chance, mas uma chance efetiva, real, probabilisticamente razoável. 
A “Teoria da perda de uma chance”, assim, permite aplicar a responsabilidade civil mesmo no caso de dano 
não tão certo assim. O STJ afirma que a aplicação da Teoria depende de ser o dano real, atual e certo, 
dentro de um juízo de probabilidade, e não de mera possibilidade eventual. 
A Teoria incide tanto em situações de responsabilidade contratual quanto em situações de responsabilidade 
extracontratual. No entanto, deve ser séria e real a possibilidade de êxito, o que afasta a reparação no caso 
de simples esperança subjetiva ou mera expectativa aleatória. Não se exige a comprovação da existência 
do dano final, bastando prova da certeza da chance perdida, pois esta é o objeto de reparação. 
O CC/2002, de qualquer forma, já previa algumas situações que ficam, na realidade, no meio-termo entre a 
aplicação da “Teoria perda de uma chance” e a “Teoria de causalidade adequada”. Vou falar a respeito delas. 
O art. 948 estabelece que no caso de homicídio, a indenização consiste no pagamento das 
despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família e na prestação de 
alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável 
da vida da vítima. O artigo não exclui outras reparações, como o dano moral. 
Se, em vez de homicídio, tratar-se de dano à incolumidade física, segundo o art. 949, o 
ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim do tratamento, 
além de eventuais outros prejuízos sofridos. 
Por fim, se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou 
profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do 
tratamento e lucros cessantes, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para 
que se inabilitou, conforme regra do art. 950. 
Tanto no caso do art. 949 quanto no do art. 950, não se excluem outras indenizações. Nesse sentido, o 
Enunciado 192 da III Jornada de Direito Civil prevê que os danos devem ser analisados em conjunto, para o 
efeito de atribuir indenização por perdas e danos materiais, cumulada com dano moral e estético. 
O parágrafo único do art. 950 ainda permite que o prejudicado, se preferir, possa exigir que a indenização 
seja arbitrada e paga de uma só vez. O STJ (REsp 1.349.968) entende que esse dispositivo, porém, não pode 
ser aplicado indiscriminadamente, de maneira absoluta. Ao contrário, pauta-se na conveniente análise 
judicial, que deve ponderar a satisfação do crédito do beneficiário e o risco de o devedor ser levado à 
ruína. 
Nesses três casos (art. 948, no caso de homicídio; art. 949, no caso de lesão à saúde; e art. 950, no caso de 
perda de capacidade laborativa), o art. 951 determina que a indenização é devida por aquele que, no 
exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, 
agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho. 
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Por fim, veja que o caso fortuito, a força maior e a culpa exclusiva da vítima afastam o dever 
de indenizar precisamente porque há rompimento do nexo de causalidade. De qualquer forma, 
não há como enunciar uma regra absoluta em se tratando de nexo causal, como tenta a “Teoria 
do dano direto e imediato”, devendo o julgador atentar para o caso concreto. Essa perspectiva 
encontra contraprova fática, uma vez que nossas Cortes decidem de maneira eclética, até 
casuística. 
II – Classificação 
A) Objetiva e subjetiva 
A responsabilidade subjetiva é regra, conforme estabelece o art. 927 do CC/2002. Arnaldo Rizzardo 
estabelece que: 
Pela teoria da responsabilidade subjetiva, só é imputável, a título de culpa, aquele que 
praticou o fato culposo possível de ser evitado. Não há responsabilidade quando o agente 
não pretendeu e nem podia prever, tendo agido com a necessária cautela. 
O art. 186, por sua vez, traça as linhas gerais da responsabilidade civil subjetiva: 
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e 
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
A responsabilidade civil subjetiva era a única presente no CC/1916 originário. Com o tempo, porém, nos 
casos de prova de culpa muito difícil ou impossível (no processo civil a chamada prova impossível ou 
diabólica) passou-se para a responsabilidade civil com “culpa presumida”. 
A culpa presumida nada mais é do que o inverso da presunção de inocência do Direito Penal. 
Eu presumo que o causador do dano é culpado e ele tem de provar que estava certo. Nesses 
casos, não se prescinde a culpa, apenas inverte-se o ônus da prova. 
Passa-se, então, para a responsabilidade civil “sem culpa”, ou objetiva. Nesses casos, 
dispensa-se a culpa, sequer se falando em culpa ou ônus; agiu ou se omitiu? É responsável, mesmo que 
prove que não tem culpa alguma. 
Há uma diferença fundamental entre a responsabilidade subjetiva com presunção de culpa e a 
responsabilidade objetiva. Na responsabilidade subjetiva com presunção de culpa, admite-se 
o afastamento da responsabilidade se o agente provar que não agiu com culpa; na 
responsabilidade objetiva, inversamente, mesmo que o agente prove não ter culpa, não se 
isenta do dever de indenizar. 
E quando falaremos em responsabilidade objetiva, sem culpa? Tradicionalmente pensamos no Direito do 
Consumidor, que é o sub-ramo do Direito Privado no qual está ela presente por excelência. O CC/2002, não 
obstante, também versa sobre a responsabilidade civil objetiva. O art. 927, parágrafo único, traz as linhas 
gerais da responsabilidade objetiva: 
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Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados 
em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por 
sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
O art. 931, por sua vez, prevê que ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários 
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos 
postos em circulação. Esclarece o Enunciado 378 da IV Jornada de Direito Civil que esse dispositivo se aplica 
haja ou não relação de consumo. 
O art. 927, parágrafo único, e o art. 931 tratam da objetivaçãoda responsabilidade a partir de uma teoria 
muito em voga nos anos 1970-1990, a “Teoria do risco”. Assim, a responsabilidade objetiva presente no 
CC/2002 baseia-se largamente na “Teoria do Risco”, que, segundo Arnaldo Rizzardo, se adota porque: 
Todo aquele que dispõe de um bem deve suportar os riscos decorrentes, a que expõem os 
estranhos. 
Essa Teoria surge com o risco-proveito, estampado no art. 931. Assim, aquele que quer ter determinado 
lucro com uma atividade, um proveito, deve arcar com os prejuízos, os riscos, decorrentes dessa atividade. 
Posteriormente, essa discussão abrange também o risco da atividade, constante do art. 927, parágrafo único, 
segunda parte. No que tange a esse dispositivo, há grande discussão doutrinária e jurisprudencial a respeito 
de sua extensão, em termos mais práticos. 
Isso porque o dispositivo trata de uma “cláusula geral do dever de responsabilidade civil objetiva” quando 
a atividade normalmente desenvolvida implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
Segundo o Enunciado 555 da VI Jornada de Direito Civil, esses “direitos de outrem” abrangem não apenas a 
vida e a integridade física, mas também outros direitos, de caráter patrimonial ou extrapatrimonial. 
A questão é saber o que é essa tal atividade de risco. Propõe o Enunciado 38 da I Jornada de Direito Civil que 
ele se configura quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano causar a pessoa 
determinada um ônus maior do que aos demais membros da coletividade. Assim, é um risco “para além do 
normal”. 
Já o Enunciado 448, também da V Jornada de Direito Civil, vai além. Exige a aplicação desse dispositivo 
sempre que a atividade normalmente desenvolvida, mesmo sem defeito e não essencialmente perigosa, 
induza, por sua natureza, risco especial e diferenciado aos direitos de outrem. 
Mostrei, até aqui, duas modalidades sobre a “Teoria do risco”, o risco-proveito e o risco da atividade. Mas a 
“Teoria do risco” tem diversas modalidades, a depender do seu âmbito de aplicação e de seus pressupostos. 
Em resumo, quais são as principais modalidades da “Teoria do risco”? 
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A partir da “teoria do risco”, o CDC inaugura um novo ramo na responsabilidade civil, pois tem pressupostos 
e características peculiares e especiais em relação ao CC/2002. A Teoria é o mote do CDC, já que as 
atividades direcionadas ao consumo são criadoras de risco por natureza. 
Quando se tratará de responsabilidade subjetiva ou objetiva, sinteticamente? Não há uma resposta fixa, 
pois a espécie depende da lei, da atividade e mesmo da jurisprudência. A resposta é casuística, sem 
prefixação, e mutável. 
• Art. 37, §6º, da CF/1988
• Adotada nos casos de responsabilidade civil objetiva do Estado
Teoria do risco administrativo
• Art. 927, parágrafo único, segunda parte, do CC/2002
• Adotada nos casos de atividades criadoras de riscos a terceiros
Teoria do risco da atividade ou Teoria do risco profissional
• Art. 931 do CC/2002 e CDC
• Adotada nos casos de riscos decorrentes de atividades lucrativas
Teoria do risco-proveito
• Arts. 936, 937 e 938 do CC/2002
• Adotada nos casos de riscos criados por pessoas ou coisas
Teoria do risco criado
• Art. 14, §1º, da Lei 6.938/1981 e art. 21, inc. XXIII, d, da CF/1988
• Adotada nos casos que não há excludentes de responsabilidade
Teoria do risco integral
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B) Contratual e extracontratual 
É possível distinguir a responsabilidade civil em contratual, ou negocial, e extracontratual, ou aquiliana. 
Lembra-se quando eu falei da responsabilidade e disse que a responsabilidade era diferente da obrigação? 
Pois bem, “a responsabilidade pode advir do descumprimento de uma obrigação estabelecida entre as partes 
ou advir do contato social”. 
No primeiro caso, o descumprimento de uma obrigação gerará a responsabilidade civil 
contratual quando há a violação de deveres inerentes ao contrato, quando o contratante 
deixa de cumprir com o acordado, gerando prejuízo à contraparte. Nesse caso, aplica-se a 
disciplina das perdas e danos, prevista nos arts. 389 e ss., dispositivos próprios do Direito das 
Obrigações. 
Já a responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana se verifica pela ocorrência de ato ilícito em sentido 
amplo (ato ilícito stricto sensu e abuso de direito). Não me parece ter havido mudança substancial em 
relação ao CC/1916, dado que o art. 187 do CC/2002 trata do abuso de direito como espécie de ato ilícito, e 
não como categoria jurídica absolutamente autônoma, ainda que possa assim ser visto em determinados 
casos. Nesse caso, aplica-se o disposto nos arts. 186 e ss. 
Não obstante, persistem diferenças importantes, como, por exemplo, em relação ao 
ônus da prova. Na responsabilidade contratual, por exemplo, basta ao credor 
demonstrar o descumprimento de uma cláusula contratual para exigir a 
responsabilização do devedor/agente, não sendo necessária a demonstração de culpa. 
Já na responsabilidade extracontratual, deve o credor demonstrar a culpa do 
devedor/agente para obter a indenização (lembrando que a regra geral é a 
responsabilidade subjetiva, que demanda prova de culpa). 
Além disso, vale acrescentar a polêmica jurisprudência do STJ que fixa prazo prescricional trienal para as 
ações reparatórias derivadas de responsabilidade extracontratual, mas prazo prescricional decenal para as 
ações reparatórias derivadas de responsabilidade contratual. Contato e contrato, portanto, trazem 
diferenças na ótica de responsabilização. 
Teoria da Culpa
Responsabilidade 
subjetiva
Regra do CC/2002 Presunção de culpa
Teoria do Dano 
Responsabilidade 
Objetiva
Exceções do CC/2002
Regra do CDC
Socialização dos 
danos/riscos: seguro 
social
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III – Responsabilidade por ato alheio 
A cisão entre Schuld e Haftung fica bem clara quando se estudam algumas das hipóteses de responsabilidade 
civil elencadas pelo CC/2002. Dentre elas encontram-se as situações de responsabilidade por fato de 
terceiro, responsabilidade por fato de coisa e responsabilidade por fato de animal. Ou seja, ainda que o 
causador do dano seja outra pessoa, é necessário responsabilizar alguém. Essa pessoa, mesmo não tendo 
causado o dano, terá dever de indenizar. 
Assim, é possível aduzir que, em regra, a responsabilidade civil é por fato próprio, ou seja, responsabiliza-se 
o causador direto do dano. No entanto, na responsabilidade civil por fato impróprio responsabiliza-se alguém 
por fato não cometido diretamente por ela. Por uma série de razões, o ordenamento jurídico imputa a 
responsabilidade, ainda que indiretamente, àquele que não causou o dano. 
Vê-se aqui a possibilidade de não causar dano a outrem e, ainda assim, ser responsabilizado. A lei, em 
situações especiais, remete a responsabilidade por um dano a terceiro, que não o causador do dano. 
Via de regra, o fundamento último é um dever de guarda, controle, vigilância ou proteção. Verifica-se, 
tradicionalmente, a responsabilidade por fato de outrem em relações de submissão ou autoridade, como no 
caso do patrão e empregado ou do pai e filho, por exemplo. Juridicamente falando, essa responsabilização 
de um terceiro se fundamenta numa omissão no seu dever. 
Quais são essas hipóteses? Elas estão presentes nos incisos do art. 932 do CC/2002: 
 
Mas a responsabilidade dessas pessoas é objetiva ou subjetiva? Segundo o art. 933 do CC/2002, a 
responsabilidade é objetiva (“Teoria do risco-criado”), sequer existindo espaço para que oterceiro prove 
que tomou todas as medidas que lhe competiam para evitar o dano: 
As pessoas indicadas no artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos 
praticados pelos terceiros ali referidos. 
• Pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia
Os pais
• Pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições
O tutor e o curador
• Por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir,
ou em razão dele
O empregador ou comitente
• Pelos seus hóspedes, moradores e educandos
Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro, mesmo para fins de educação
• Até a concorrente quantia
Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime
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ATENÇÃO!!! A responsabilidade civil do responsável legal (pais, tutores, curadores, 
empregadores, donos de hospedagens, beneficiários do produto do crime) é OBJETIVA. 
No entanto, a responsabilidade civil dos causadores do dano, dos agentes (filhos, 
tutelados, curatelados, empregados, hóspedes e criminosos) é SUBJETIVA! 
Em outras palavras, analiso a conduta do agente de maneira culposa. Trata-se do que 
alguns autores chamam de “responsabilidade objetiva indireta” ou “responsabilidade objetiva impura”. 
Isso porque se exige culpa do agente (responsabilidade subjetiva), mas não do responsável legal 
(responsabilidade objetiva). 
Em qualquer caso, nem que o responsabilizado (empregador ou hotel) prove que não teve culpa alguma e 
não podia ter evitado o dano, responderá, havendo culpa do agente. E o responsável legal arca com o 
prejuízo? Exclusivamente? O agente por nada responde? 
Mais ou menos, porque há a possibilidade de ação regressiva do responsável legal contra o causador do 
dano, nos termos do art. 934. Esclarece o dispositivo que aquele que ressarcir o dano causado por outrem 
pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou. Na via regressiva, a indenização atribuída a cada 
agente será fixada proporcionalmente à sua contribuição para o evento danoso (Enunciado 453 da V Jornada 
de Direito Civil). 
A exceção fica por conta da primeira situação. Se o causador do dano for descendente do responsável legal, 
absoluta ou relativamente incapaz, não pode ele agir regressivamente contra o filho. Segundo Venosa, 
ainda que não se diga expressamente, inclui-se na exceção do art. 934 também os tutores e curadores pelos 
danos causados pelos pupilos ou curatelados. 
Veja-se que, em verdade, o art. 934 não trata apenas dos casos de responsabilidade civil por fato impróprio, 
mas é de redação bastante geral: 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem 
pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. 
É com base nesse dispositivo que se dá azo à ação in rem verso, prevista genericamente 
no art. 886 (“Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao lesado 
outros meios para se ressarcir do prejuízo sofrido”). Assim, aquele que ressarce dano 
causado por outrem empobrece ao mesmo tempo em que o causador do dano enriquece, 
na medida em que deixa de indenizar não fica mais rico, literalmente, mas, ao deixar de 
empobrecer, quando deveria, enriquece. 
Em todos os casos supracitados, a responsabilidade do causador do dano com o responsável 
legal é solidária, por previsão expressa do art. 942, parágrafo único do CC/2002. Porém, o 
incapaz (absoluta ou relativamente) responde pelos prejuízos que causar de maneira 
subsidiária, inversamente. 
Vou mostrar a você cada uma dessas situações detalhadamente. 
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A) Responsabilidade dos pais 
Em regra, os filhos não exercem atividades que possibilitem auferir renda, não possuem patrimônio e não 
terão como arcar com a indenização, se devida, ao contrário dos pais, que, também geralmente, possuem 
melhores condições para tanto. Mesmo que inexista capacidade ou imputabilidade, o dano causado pelo 
menor deve ser indenizado, já que o Direito Civil pretende a tutela da vítima. 
Ainda que o menor não tenha causado ato ilícito, na perspectiva mais criminal do termo, pois incapaz, há 
responsabilidade civil. Aqui se evidencia a perspectiva mais técnica de que na responsabilidade civil se fala 
mais em imputação do que em culpa propriamente dita. Imputa-se uma conduta danosa ao menor porque 
o ordenamento o permite. 
Evidentemente, apesar de a responsabilidade dos pais ser objetiva, a responsabilidade do menor é subjetiva, 
pressupondo culpa. Evidentemente que a responsabilidade dos pais não é objetiva mesmo que não haja 
conduta culposa do menor, ou se responsabilizariam os pais por um ato no qual o menor é vítima. 
Obviamente que a imputabilidade penal é irrelevante. 
Inicialmente, se há responsabilidade civil por dano causado por incapaz, quem responde são 
responsáveis legais (responsáveis principais), em regra, e não o próprio incapaz (responsável 
subsidiário). Agora, se os responsáveis legais não tiverem a obrigação de indenizar (não 
estiver o menor sob a autoridade, p.ex.) ou quando estes não possuírem meios para adimplir 
a indenização, segundo o art. 928, parágrafo único, os próprios incapazes responderão. 
Segundo o Enunciado 40 da I Jornada de Direito Civil, há uma exceção. O menor fica responsável como 
devedor principal, diretamente, na hipótese do ressarcimento devido pelos adolescentes (pessoas entre 12 
e 18 anos) que praticarem atos infracionais nos termos do art. 116 do ECA, no âmbito das medidas 
socioeducativas ali previstas. 
De volta ao art. 928, parágrafo único, há limitação da responsabilidade dos incapazes. Não se pode privar do 
necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem, atentando-se ao mínimo existencial. Trata-se de 
aplicação do estatuto jurídico do patrimônio mínimo, tese defendida por Fachin. 
Cuidado em relação às expressões “sob sua autoridade” e “em sua companhia”. A autoridade liga-se ao 
poder familiar; se um ou ambos ou genitores não detém poder familiar sobre o menor, não responde pelo 
dano, como, por exemplo, no caso do filho sob a guarda dos avós. 
A companhia não remete apenas à companhia momentânea, mas duradoura. Assim, se o menor sai, à 
noite, e causa um dano, os pais são responsáveis, ainda que não na companhia “efetiva” do menor. Veja-se 
que se o filho não está na companhia dos pais por vontade ou desídia destes, não se afasta a 
responsabilidade. Além disso, o mero fato de um genitor não deter guarda de seu filho ou não estar com ele 
não o isenta de responsabilidade, entende o STJ. 
Considerando que a responsabilidade dos pais pelos atos danosos praticados pelos filhos menores é objetiva, 
e não por culpa presumida, ambos os genitores, no exercício do poder familiar, são, em regra, solidariamente 
responsáveis por tais atos. Segundo o Enunciado 450 da V Jornada de Direito Civil, ainda que estejam eles 
separados, a solidariedade persiste, ressalvado o direito de regresso em caso de culpa exclusiva de um dos 
genitores. 
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Nesse ponto entra também a controvérsia a respeito da emancipação. Ou seja, o filho, ainda menor, é 
emancipado e torna-se plenamente capaz para os atos da vida civil. Persiste a responsabilidade dos pais? 
A jurisprudência, prevendo essa “jogada”, passou a estabelecer que não se isentariam os pais de 
responsabilidade ao emanciparem o filho. Assim, a emancipação concedida pelos pais (emancipaçãovoluntária) não exclui sua responsabilidade pelos danos causados pelo filho menor. Ao contrário, a 
emancipação legal (casamento, exercício efetivo de emprego público, existência de economia própria 
decorrente de emprego e estabelecimento de empresa), isenta os pais do dever de indenizar. 
Se o menor tiver sido emancipado voluntariamente (art. 5º, parágrafo único, inc. I), a responsabilidade 
dele com os pais deixa de ser subsidiária e passa a ser solidária. Essa seria a única hipótese em que poderá 
haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus pais, estabelece o Enunciado 41 da I Jornada 
de Direito Civil. 
 
 
 
B) Responsabilidade do tutor/curador 
Em regra, os próprios pais são os tutores e curadores, mas nem sempre. Há grande crítica à responsabilidade 
objetiva, especialmente em relação à curatela, que é, em geral, ato de altruísmo e gratuito. 
• Pais têm responsabilidade principal, filhos têm responsabilidade subsidiária
Regra 1
• Filhos têm responsabilidade principal por ato infracional (art. 116 do ECA)
Exceção
• Entre 12 anos e 18 anos (adolescentes, absoluta ou relativamente incapazes)
Quando?
• Pais têm responsabilidade principal, filhos têm responsabilidade subsidiária
Regra 2
• Filhos têm responsabilidade solidária, se voluntariamente emancipados (art. 5º,
parágrafo único, inc. I do CC/2002)
Exceção
• Entre 16 anos e 18 anos (relativamente incapazes)
Quando?
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De qualquer forma, o CC/2002 mantém a responsabilidade dos tutores e curadores pelos atos praticados 
pelos tutelados e curatelados, igualmente de maneira objetiva. Friso que, segundo Venosa, se o causador 
do dano for o tutelado ou o curatelado, não pode o responsável legal, tutor ou curador, agir 
regressivamente contra o tutelado ou curatelado. 
Por fim, cuidado com a antinomia aparente entre o art. 942, parágrafo único (responsabilidade solidária dos 
responsáveis legais) e o art. 928 (responsabilidade subsidiária do filho menor). Ora, se os pais são curadores 
do próprio filho menor, como num caso em que ele não pode, transitória ou permanentemente exprimir sua 
vontade, em virtude de um transtorno (art. 1.767, inc. I; não se falando aqui nas regras do Estatuto da Pessoa 
com Deficiência), a responsabilidade dos pais é subsidiária ou solidária? 
O entendimento prevalece no sentido de que a responsabilidade solidária é a regra geral, excepcionada no 
caso dos pais pelos filhos menores. Assim, mesmo que os pais sejam também curadores, respondem 
subsidiariamente os filhos. Se cessar a menoridade e a curadoria se mantiver, passaria a ser essa 
responsabilidade solidária. 
C) Responsabilidade do empregador/comitente 
O conceito de empregador não está contido na legislação civil, mas no art. 2º da CLT, que considera 
“empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, 
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço”. Esse artigo, no §1º, equipara determinadas figuras ao 
empregador: 
Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as 
instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem 
trabalhadores como empregados. 
Ou seja, em resumo, todo aquele que contrata alguém e se utiliza de seu trabalho, mediante 
remuneração, para auferir algum benefício, mediante estabelecimento de uma relação 
hierárquica de subordinação, é empregador, ao menos para os fins desse artigo do CC/2002. 
Eventuais discussões de cunho trabalhista são resolvidos pela legislação, doutrina e 
jurisprudência próprias, evidentemente. 
Essa responsabilização ocorre, em regra, apenas durante a execução da atividade subordinada, ou seja, 
durante o “expediente”. Porém, com base na “Teoria da aparência”, há exceções, dado que aquele que 
sofre o dano “acredita” que o causador do dano o fez em razão do emprego e, por isso, deve ser 
indenizado. 
Por isso, determina o Enunciado 451 da V Jornada de Direito Civil que a responsabilidade civil por ato de 
terceiro se funda na responsabilidade objetiva ou independente de culpa, estando superado o modelo de 
culpa presumida. Assim, a Súmula 341 do STF (“É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo 
do empregado ou preposto”) está superada, porque ainda baseada no modelo do CC/1916 de presunção de 
culpa, solapado pelo art. 933 do CC/2002. 
Porém, no RE 601.811, o STF entendeu que não há responsabilidade civil da empregadora por ato doloso 
(homicídio) praticado por seu empregado (vigia), por razões estritamente pessoais, estranhas ao serviço, 
contra vizinho do estabelecimento. Entendeu o Min. Lewandowski, em decisão monocrática, que isso não 
violaria a Súmula 341 do STF. Assim, reconheceu a Corte, a despeito da remissão a Súmula superada, que a 
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responsabilidade do empregador, apesar de objetiva, pode ser afastada em caso de ato doloso do 
empregado, sem qualquer correlação com o emprego, em ação estritamente pessoal. 
Além disso, prevê o Enunciado 44 da I Jornada de Direito Civil que o empregador e o comitente somente 
podem agir regressivamente contra o empregado ou preposto se estes tiverem causado dano com dolo ou 
culpa. Óbvio, já que somente haverá responsabilidade do empregador/comitente se o empregado/preposto 
agir, no mínimo, culposamente. 
D) Responsabilidade dos estabelecimentos de albergue 
A amplitude desse artigo abrange todo tipo de estabelecimento de albergue remunerado: creche, escola, 
hotel, motel, SPA, asilo, hospital, sanatório, centros de recuperação de dependentes etc. Sublinhe-se a 
necessidade de contraprestação para haver responsabilidade objetiva. 
Essa responsabilidade abrange os danos causados pelos hóspedes a terceiros e pelo estabelecimento aos 
hóspedes. No mesmo sentido, o art. 14 do CDC estabelece a responsabilidade objetiva na prestação de 
serviços. Mesmo danos causados fora da instituição são passíveis de indenização por ela, como, por exemplo, 
no caso de uma excursão de alunos organizada pela escola. 
Além disso, cláusulas que atenuam ou isentam a responsabilidade do estabelecimento são nulas, mesmo 
que existam avisos ostensivos, conforme regra do art. 51, inc. I do CDC. 
E) Responsabilidade pelo produto de crime 
Primeiro, não confunda participação com a coautoria, talqualmente não se pode fazer no âmbito da 
responsabilidade penal. Em resumo, o coautor age e o partícipe apenas auxilia. Todavia, nem de um nem 
de outro trata o art. 932, inc. V do CC/2002. Aqui, a pessoa apenas recebe o produto do crime, ou seja, não 
pode ser considerado nem coautor nem partícipe. São situações bem diferentes, portanto. 
No entanto, a repercussão penal é irrelevante para a responsabilidade civil. Em qualquer caso, a pessoa 
responde, objetivamente. Irrelevante, portanto, seu conhecimento sobre o crime, que a tornaria imputável 
por receptação (art. 180, caput, do CP/1940), ou sobre a possibilidade de se presumir seu conhecimento (art. 
180, §3º). Irrelevante ser inimputável, como um menor que recebe produto de crime; a responsabilidade 
subsiste. 
Aquele que recebe produto de crime responde apenas pelo dano até o valor que recebeu. Ao 
contrário, tanto na coautoria quanto na participação, a pessoa responderia integralmente 
pelo dano, e não de maneira limitada. Essa distinção é fundamental, monetariamente falando. 
Se João assalta um supermercado, roubando R$1 milhão, responde perante a vítima por R$1 
milhão. Eventuais coautores e partícipes responderão, igualmente, por R$1 milhão. As 
repercussões criminais são resolvidas na esfera penal, conforme o caso. 
O Enunciado558 da VI Jornada de Direito Civil estabelece que são solidariamente responsáveis pela 
reparação civil, juntamente com os agentes públicos que praticaram atos de improbidade administrativa, as 
pessoas, inclusive as jurídicas, que para eles concorreram ou deles se beneficiaram direta ou indiretamente. 
Veja que a responsabilidade civil é objetiva, não se confundindo com a penal. 
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IV – Responsabilidade por fato de coisa 
Segundo Arnaldo Rizzardo: 
O dono de uma coisa inanimada é responsável pelos danos que a mesma causar. 
A responsabilidade por fato de coisa abrange tanto o proprietário quanto aquele que exerce 
sua guarda (detentor). No CC/2002 adotou-se a responsabilidade objetiva, ou seja, o lesado 
deve apenas provar o dano e o nexo causal com a conduta, sendo desnecessário questionar a 
culpa do dono da coisa. 
Ainda assim, o agente poderá eximir-se da responsabilidade se conseguir comprovar o caso 
fortuito e força maior ou a culpa exclusiva da vítima. Não há um dispositivo legal próprio para essa espécie 
de responsabilidade, aplicando-se o art. 927. Isso porque se entende a responsabilidade por fato da coisa 
como espécie da responsabilidade objetiva por risco de atividade. 
A responsabilidade por fato da coisa diferencia-se das demais espécies porque não requer uma conduta 
direta do autor do dano com a coisa em relação ao dano. Basta a posse, propriedade ou detenção da coisa 
e o dano para configurar-se a responsabilidade. Duas espécies têm grande importância: 
A) Responsabilidade pela ruína de edifício 
Caso especial de responsabilidade for fato de coisa está presente no art. 937 do CC/2002, que estipula que 
“o dono do edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta 
de reparos, cuja necessidade fosse manifesta”. 
A responsabilidade do dono do imóvel ou da construção é objetiva, pois se entende que não 
agiu com o devido cuidado, seja por falta de reparos, seja por falha construtiva. Não há mais 
que se falar em presunção de culpa, como no regime do CC/1916, pois o dispositivo aplica a 
“Teoria do risco-criado” ou do risco-proveito, mas o dispositivo é controverso. 
Isso porque, em tese, o art. 937 abre amplas possibilidades de defesa do dono da obra, pois lhe 
permite provar que agiu com o devido cuidado, inexistindo falta de reparos, o que evidenciaria a existência 
de caso de presunção de culpa. Além disso, o artigo menciona a manifesta necessidade dos reparos para 
configurar a responsabilidade. 
A responsabilidade pela ruína estende-se a todo tipo de imóvel, não apenas às construções ou imóveis 
novos, incluindo-se aí a responsabilidade do proprietário que adquire imóvel já com muitos anos de uso, 
pois se entende que deveria tê-lo vistoriado adequadamente. 
O único modo de afastar a responsabilização é comprovar a ocorrência de um caso fortuito ou de culpa 
exclusiva da vítima. 
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B) Responsabilidade pela queda ou lançamento de coisas de edifícios 
Outro caso especial de responsabilidade por fato de coisa está presente no art. 938, que aduz 
que aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que 
dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. É a chamada responsabilidade por 
defenestramento, termo que remonta à derivação parassintética de sufixo verbal do termo 
oriundo do francês antigo fenestre (fenêtre, janela). 
O termo “prédio” é entendido de maneira bastante alargada, compreendendo, além do condomínio edilício 
vertical, casas, hotéis, ou seja, todo local em que as pessoas ficam, permanecem, “habitam”. O termo “coisa” 
é também genérico, abrangendo lixo, placas, pequenos objetos, vasos de plantas e mesmo água, ou seja, 
qualquer objeto, líquido ou sólido (effusius et dejectis, respectivamente). 
A responsabilidade do dono do edifício é objetiva, pois se entende que não agiu com o 
devido cuidado ao deixar que coisas fossem lançadas ou caíssem do edifício (“Teoria do 
risco-criado”. Não importa se o objeto foi lançado acidentalmente ou dolosamente. Não 
importa quem lançou o objeto, acionando-se todos os proprietários. 
Se condomínio edilício, geralmente aciona-se o próprio condomínio, pois é difícil, ou mesmo 
impossível, precisar o autor. Esse entendimento está contido no Enunciado 557 da VI Jornada de Direito Civil: 
“se a coisa cair ou for lançada de condomínio edilício, não sendo possível identificar de qual unidade, 
responderá o condomínio, assegurado o direito de regresso”. 
Porém, se possível for fixar quem foi o autor do dano, ou seja, se for possível identificar a unidade 
condominial, não pode a vítima pretender obter a indenização do condomínio, pois manifesta sua 
ilegitimidade passiva. 
V – Responsabilidade por fato de animal 
Mesmo na vigência do CC/1916 havia presunção de culpa do proprietário do animal que causa dano, pela 
presunção de falta de cuidado e diligência do dono (culpa in custodiendo). Não mais se discute a respeito; a 
responsabilidade do dono do animal é objetiva por dano por este causado, sendo irrelevante se tomou as 
cautelas devidas e exigidas. 
O CC/2002 exclui a responsabilidade apenas nos casos de culpa exclusiva da vítima ou de força maior, 
segundo art. 936. A fuga do animal, ou sua permanência em local inapropriado, portanto, importam em 
responsabilização do dono. São os casos de animal que pula o muro, animal que morde a pessoa através de 
uma grade ou ataca alguém durante uma festa de rua. 
Nesses casos, o animal deveria estar bem guardado/não deveria estar lá. Por isso, a vítima deve apenas 
apontar o dano e o nexo causal com a conduta. Cumprirá ao dono provar a existência de culpa exclusiva da 
vítima ou de força maior. 
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O excludente de culpa exclusiva da vítima limita-se à culpa exclusiva. Se a vítima concorre 
com o dano, responde o dono, ainda assim. 
Mesmo que o animal fuja, permanece o dever de indenizar. Caso o animal esteja sob guarda de 
terceiro, também permanece o dever de indenizar. Neste caso, respondem preposto e dono, 
solidariamente, por força do art. 936, como nos casos em que o animal, sendo adestrado, ataca 
outrem (respondem adestrador e dono). 
VI – Responsabilidade civil-penal 
O ato ilícito pode ter naturezas jurídicas distintas, a partir de sua perspectiva de análise. Isso porque, 
originariamente, o conceito de ato ilícito não tinha distinção no Direito Civil e no Direito Penal. A noção 
mais clássica de ato ilícito, independente se civil ou criminal consolidou-se ao longo do tempo e se 
cristalizou, sob uma perspectiva claramente dotada dessa historicidade, no art. 186: 
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, 
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
É daí que se retira o conceito mais elementar de ato ilícito, dotado de culpabilidade e antijuridicidade, 
respectivamente pela exigência de culpa, caracterizada tanto por ação quanto por omissão (conduta 
negligente ou imprudente), e pela exigência de violação direito alheio, causando dano. 
Desse conceito é que se caracterizam os pressupostos do dever de indenizar, quais sejam a conduta (ilícita), 
o dano e o nexo de causalidade entre a conduta e o dano, somados à culpa, no caso da responsabilidade 
subjetiva. 
O mesmo vale para o Direito Penal, cuja noção de ato ilícito se confunde com a noção de 
ato ilícito civil, ante a ausência de diferenciação que havia entre ambos. Porém, 
paralelamenteao estabelecimento do princípio da legalidade cria-se também a noção de 
tipicidade. 
Aí eu volto para aquele conceito analítico tradicional de crime, a “conduta típica, 
antijurídica e culpável”. Fora a tipicidade, a antijuridicidade e a culpabilidade já eram pressupostos do ato 
ilícito, válido também para o Direito Civil. A tipicidade, portanto, é o elemento que distingue o ato ilícito, 
nuclearmente, no Direito Penal e no Direito Civil. 
Obviamente, como a tipicidade simplesmente não existe no Direito Civil, numerosas soluções – 
e problemas – sobre a tipicidade não são objeto de análise na Responsabilidade Civil. Assim, os 
excludentes de tipicidade, como o caso da aplicação do princípio da insignificância, não se 
analisam na responsabilidade civil, por absoluta incompatibilidade sistêmica. 
Ademais, a forma como se analisa os pressupostos de antijuridicidade e culpabilidade são 
distintos. Ao passo que a doutrina civilística mantém a culpabilidade baseada na culpa em sentido amplo 
(subdividida em culpa em sentido estrito e dolo), a doutrina penal ampliou horizontes, criando também as 
figuras da culpa consciente e do dolo eventual. 
Inclusive, a distinção de culpa e dolo é irrelevante na maioria dos casos para aplicação da responsabilidade 
civil, exigindo-se dolo para responsabilizar o agente apenas em situações excepcionais, como no caso da 
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responsabilidade do doador pelos danos causados ao donatário em relação ao bem doado. Ao contrário, no 
Direito Penal, a distinção é imprescindível e irá impactar profundamente na aplicação do direito, já que 
existem numerosos casos de tipos apenas dolosos, como o tipo de dano (ao passo que no Direito Civil o dano 
independe de dolo!). 
Grande parte da responsabilidade civil passa ao largo dessas discussões sobre 
culpabilidade, pela aplicação da responsabilidade civil objetiva, que afasta completamente 
as noções subjetivas. Igualmente, o grau de culpabilidade é em regra irrelevante no Direito 
Civil, exceto no caso de aplicação do art. 944, parágrafo único (“Se houver excessiva 
desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a 
indenização”). 
Curiosamente, por outro lado, a responsabilidade civil ainda se encontra essencialmente ligada ao dano, por 
conta do princípio da restituição integral. Não se fala em responsabilidade civil sem dano. Quando, em uma 
situação concreta, não existe dano ou sua prova é impossível, a doutrina e a jurisprudência se valem do 
chamado dano in re ipsa, o dano presumido. 
O mesmo ocorre quando não há dano a ser indenizado. A partir de uma dada conduta, há situações nas quais 
certa conduta ilícita gera dano, mas, às vezes, em outras situações, sequer há dano. Novamente, presume-
se o dano, ainda que a contraparte comprove a inexistência dele. 
Isso ocorre com o dano moral no caso de inclusão indevida do consumidor em serviço de restrição de 
crédito. A jurisprudência, uníssona, estabelece o dever de indenizar a partir do dano in re ipsa. 
Sinceramente, na maioria das situações trata-se de responsabilidade sem dano. 
No Direito Penal, ao contrário, ainda que sob fortes críticas, o tipo de dano vem se tornando mais comum, 
especialmente nos tipos penais presentes no Código de Trânsito Brasileiro – CTB. O art. 306 do CTB 
estabelece que a condução de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da 
influência de substância psicoativa que determine dependência é vedada. A pena é aplicada mesmo que o 
condutor não tenha causado dano algum, apenas pelo perigo decorrente da conduta eventualmente danosa. 
Ainda dentro da culpabilidade, outro foco de grande discussão no Direito Penal é a imputabilidade. As 
discussões sobre a maioridade penal provavelmente se eternizarão, alguns clamando por sua redução – e, 
no limite, pela exclusão de um critério temporal objetivo –, outros clamando por sua extensão – e, no limite, 
pela exclusão quiçá da própria punição estatal. A imputabilidade é assunto de suma importância no crime. 
No cível, essa discussão é praticamente inócua. Tecnicamente falando, por conta dos institutos 
da tutela, curatela e representação, estende-se a responsabilidade dos “inimputáveis” a seus 
representantes legais. O Direito Civil vai além, fixando a responsabilidade civil objetiva dos pais 
pelos danos causados pelos seus filhos e a responsabilidade civil objetiva dos tutores e dos 
curadores pelos danos causados pelos tutelados e curatelados, segundos o art. 932, incs. I e II, 
c/c art. 933. 
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Já no âmbito do Direito das Obrigações, analisamos as diferenças entre obrigação e 
responsabilidade, pelo que se pode imputar a alguém a responsabilidade pelo 
inadimplemento de uma obrigação de outrem (como nos casos dos pais pelos filhos). Esse 
raciocínio é impensável no Direito Penal, dado que a condenação de alguém, que não o 
próprio agente, pela conduta alheia significaria que a pena ultrapassa a pessoa do ofensor. 
Nem mesmo as propostas criminais mais endurecedoras sugerem essa possibilidade. 
As diferenças também existem quanto ao nexo de causalidade. Enquanto se utiliza, largamente, no Direito 
Civil, a “Teoria da causalidade adequada” ou a “Teoria do dano direto e imediato” (a depender do gosto do 
freguês) para limitar o nexo de causalidade, no Direito Penal, o limitador do nexo causal é o dolo, pela “Teoria 
Finalista”. Se analisada a “Teoria da imputação objetiva” do Direito Penal, chegaremos à conclusão de que 
ela se parece, em certa medida, com a “Teoria do dano direto e imediato” do Direito Civil. 
Ainda que seja pouco utilizada a “Teoria da imputação objetiva” lá, já que ela não resolve a maioria das 
situações concretas, as críticas a ela dirigidas são bastante parecidas com as críticas que a “Teoria do dano 
direto e imediato” sofre aqui, no Direito Privado. 
A própria essência do Direito Civil e do Direito Penal é distinta. Enquanto na 
responsabilidade civil a tutela se volta à vítima, no Direito Penal a tutela se volta ao 
ofensor, em linhas gerais. 
Na responsabilidade civil é frequente a crítica a dispositivos que tutelam o ofensor, como o parágrafo 
único do art. 944 (“Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz 
reduzir a indenização”). A redução da indenização se dá em razão do ofensor; a vítima ficará sem restituição 
integral, o que viola a racionalidade básica do sistema. 
Na responsabilidade penal, ao contrário, há frequente crítica a dispositivos que tutelam a vítima, como o art. 
72 da Lei 9.099/1995 (“Na audiência preliminar, presente o representante do MP, o autor do fato e a vítima, 
o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos”). Quebra-se, em alguma medida, o 
monopólio estatal da aplicação da lei penal, já que o ofendido poderá obstar a continuidade da persecução 
penal, voluntariamente. 
Modernamente, os pontos de contato também se tornam mais frequentes. Enquanto há uma 
tendência, no Direito Penal, ao uso maior das penas alternativas (como a restritiva de direitos 
ou mesmo a composição penal) em detrimento das penas privativas de liberdade, há uma 
tentativa, no Direito Civil, de ampliar o uso de medidas não-pecuniárias de reparação, de 
reparação in natura, como o direito de resposta e as obrigações de não-fazer. 
Ainda que atualmente as diferenças entre a responsabilidade civil e a responsabilidade penal sejam 
marcantes e bastante evidentes, suas semelhanças também se evidenciam quando analisamos ambos os 
objetos, com certo “distanciamento científico”. Essas semelhanças se explicam pela origem comum da 
responsabilidade do agente causador de danos, poisambas – a cível e a criminal – eram indistintas. A cisão 
ocorrerá de maneira mais completa apenas com o Positivismo Jurídico, com sua exigência de cientificidade. 
No fim, tanto a responsabilidade civil quanto a responsabilidade penal têm um mesmo objetivo de 
pacificação social dos conflitos por meio de um ideal de “justiça”. Como cumprir com esse objetivo é que 
varia muito. Ao passo que o Direito Penal apostou na tutela do ofensor, o Direito Civil apostou na tutela da 
vítima. 
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Necessário estudar os laços que ainda unem a responsabilidade civil e a reponsabilidade penal, 
especialmente em relação aos impactos, na esfera judicial, de uma sobre a outra. Isso porque uma mesma 
conduta pode ter repercussões, ao mesmo tempo, na esfera cível e criminal, como no caso do homicídio, 
fato jurídico que atrai a aplicação do art. 121 do CP/1940 e do CPP/1941, bem como do art. 928 do CC/2002 
e do CPC/2015. 
O art. 935 do CC/2002, como dito, aduz existir independência do juízo cível e criminal, porém não se pode 
discutir mais o autor (autoria) e existência do fato (materialidade) quando já há decisão na esfera criminal. 
Os julgamentos cíveis e criminais são independentes, mas não devem ser contraditórios. A ideia de que o 
julgamento criminal faz coisa julgada para o cível é vista com muitas ressalvas. 
O problema é que há atipicidade da responsabilidade civil e tipicidade da responsabilidade criminal. Nesta, 
impera o subjetivismo, naquela, caminha-se para a objetividade. O crime visa a punir o agressor; o cível visa 
a tutelar a vítima. 
Por isso, a atuação do juiz criminal não limita a do juiz cível. Feita coisa julgada no cível, em 
pendência de processo criminal, a sentença criminal não poderá reverter a sentença cível, já 
transitada em julgado. Apenas quando há uma sentença condenatória cível e, em fase de 
execução cível, o juízo criminal não encontra autoria no fato, o executado cível pode, se ainda 
pendente a execução, impugnar a sentença, alegando a ausência de autoria. Se, no entanto, a 
execução cível já está terminada, ou seja, o executado já adimpliu com a indenização, nada mais 
há para se fazer. 
Logicamente, a autoria e a materialidade do fato deveriam ser apuradas primeiro no juízo criminal. Todavia, 
por vezes, a esfera cível acaba por resolver essa questão antes. 
O art. 91, inc. I, do CP/1940 coloca que a função da sentença criminal é tornar certa a obrigação de indenizar, 
mas não diz qual é a extensão do dano, nem mesmo se houve dano. O art. 387, inc. IV do CPP/1941, porém, 
estabeleceu a possibilidade de o juiz criminal fixar um valor mínimo de indenização, que servirá de piso ao 
juiz cível na hora da liquidação, que se dá na forma vista mais abaixo. Outra inovação importante foi feita 
pela Lei 12.403/2011, que alterou o art. 336 do CPP/1941, colocando que a fiança criminal poderá ser usada 
para o pagamento de indenização, no caso de o réu ser condenado. Já o art. 63 do CPP/1941 fala que 
transitada em julgado a sentença condenatória, pode-se promover o cumprimento da sentença para 
reparação do dano. 
Materialmente, mesmo existindo uma sentença criminal absolutória, por falta de provas 
e/ou atipicidade de conduta, pode-se ingressar com uma ação cível indenizatória. Isso se dá 
porque as possibilidades de responsabilização na esfera cível são muito mais amplas que na 
criminal e a atipicidade e falta de provas não fazem coisa julgada para o cível. Nesse sentido, 
o Enunciado 45 da I Jornada de Direito Civil estabelece que não mais se pode questionar a 
existência do fato ou quem seja o seu autor se essas questões se acharem categoricamente 
decididas no juízo criminal. 
Outra possibilidade de haver indenização cível no criminal existe no art. 72 da Lei 9.099/1995 (Lei dos 
Juizados Especiais Estaduais). Na audiência preliminar levada a cabo perante o Juizado Especial Criminal, o 
réu e o autor podem fazer a composição dos danos, evitando-se a persecução criminal. 
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Por fim, há um detalhe relevante quanto ao tempo, especificamente quanto à prescrição. Isso porque o art. 
200 do CC/2002 estabelece que quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, 
não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva. 
Assim, se for necessário apurar algo no juízo criminal, a prescrição ficará suspensa até que o juiz do crime 
tenha proferido sentença definitiva. Discussões acerca do cumprimento da pena já em segundo grau de 
jurisdição são irrelevantes para a aplicação do art. 200 do CC/2002, já que o texto legal é expresso em falar 
em “sentença definitiva”. 
Capítulo II – Indenização 
I – Noções Gerais 
Verificada a tríade da responsabilidade civil (conduta/ato ilícito/culpa, dano e nexo de 
causalidade), deve-se procurar pelo melhor meio para a reparação que seja mais conveniente, 
tanto ao agente quanto à vítima. Apesar de a reparação pecuniária ser a primeira a vir à mente 
quando se pensa em reparação, ela não deve ser, ao contrário, a mais indicada. 
Por isso, vale lembrar que o objetivo da responsabilidade civil é retornar ao status 
quo ante. Ou seja, a melhor reparação é aquela que deixa as coisas no estado 
anterior, como se não tivesse havido dano. É a chamada “reparação perfeita”. 
Mesmo em se tratando de dano extrapatrimonial, a compensação pecuniária não é o único 
modo de reparar o dano. Admite-se a reparação in natura, na forma de retratação pública, 
por exemplo, frisa o Enunciado 589 da VII Jornada de Direito Civil. 
A quantificação dos danos é talvez a maior dificuldade na responsabilidade civil. Quando a responsabilidade 
é contratual, podem os contratantes prefixar no próprio contrato, em uma cláusula penal, os valores de 
Juízo Cível
Visa a indenizar a vítima
Objetividade (tendência à
responsabilidade objetiva)
Não influencia no outro
Executa a sentença transitada em
julgado no Criminal
Sentença condenatória penal é título
executivo judicial
Juízo Criminal
Visa a punir o agressor
Subjetividade (tendência à
responsabilidade baseada na culpa)
Influencia na autoria e materialidade
Pode estabelecer indenização mínima e
fiança para o Cível
Juizado Especial Criminal: pode fazer
composição cível
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ressarcimento. Se for responsabilidade extracontratual, o ressarcimento deverá ser verificado caso a caso, 
especificamente, segundo regra do art. 946. 
Entretanto, a indenização não é aferida de modo amplo, irrestrito e ilimitado, mas segundo os parâmetros 
estabelecimentos no art. 402: o que perdeu (dano emergente) e o que deixou de ganhar (lucro cessante). 
Porém, quando a indenização versa sobre danos morais, a liberdade do julgador é muitíssimo alargada, 
inexistindo qualquer parâmetro legal como limite, seja positivo, seja negativo. O balizamento fica a cargo, 
então, da jurisprudência, que vai consolidando entendimentos sobre o quantum caso a caso. 
Para compreender como facilitar esse problema, é necessário entender os sistemas de aferição de dano. Eles 
são dois: 
 
Pode-se dizer que o sistema brasileiro é aberto. Tão aberto que o próprio STJ se permite rever decisões das 
Cortes inferiores em relação ao quantum da indenização quando ele se revela irrisório ou exorbitante. É 
uma exceção criada pela própria Corte relativamente à aplicação da Súmula 7, que veda que no julgado 
especial sejam revistas provas ou revolvidos fatos já discutidos nas instâncias ordinárias. 
Porém, o sistema de responsabilidade civil brasileiro tem algumas “pitadastarifárias”. Alguns autores 
consideram nosso sistema misto, pois temos na legislação algumas fontes de tarifação, ainda que bastante 
restritas. Nos arts. 939 e 940, o legislador coloca o quantum exato para a aferição de danos: 
 
Os danos patrimoniais, via de regra, devem ser provados. Apenas excepcionalmente eles podem ser 
presumidos. Em regra, são tarifados, limitados ao montante efetivamente despendido. Já em relação aos 
A. Sistema aberto (Sistema do arbitramento)
• Em tese, nosso ordenamento se pauta por esse sistema, ou seja, o magistrado pode livremente
fixar o montante da indenização
• Contudo, isso não é de todo verdadeiro, pois há limitações negativas e positivas para o magistrado.
Esse sistema ganhou força com o CC/2002, pois legou ao magistrado mais poder; é um sistema que
preza mais pela justiça do caso, mas tem o ônus de ser mais “inseguro”
B. Sistema tarifário
• É um sistema mais seguro, mas mais problemático, pois exclui a possibilidade de aferição dos danos
reais, de sua extensão real, estabelecendo um quantum fechado, impassível, "pétreo"
1) Credor demanda dívida não vencida
• Segundo o art. 939, o credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em
que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar
os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.
2) Credor demanda dívida já paga
• O art. 940 estabelece que aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem
ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor,
no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir.
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“danos morais”, sempre serão eles arbitrados pelo juiz, não havendo tarifação para tanto, em nenhuma 
hipótese. 
O STJ estabelece que para a fixação de dano extrapatrimonial deve o juiz determinar a indenização a partir 
de arbitramento equitativo. Como o fazer, na prática? A Corte aplica o chamado método bifásico. Assim, 
fixa-se montante de indenização que não seja pura aleatoriedade. 
Na primeira fase, estabelece-se um valor básico para a indenização, considerando o interesse jurídico lesado, 
com base nos precedentes jurisprudenciais que apreciaram casos semelhantes. Essa primeira fase é abstrata, 
portanto, sem que se prenda aos meandros do caso concreto. 
Já na segunda etapa, devem ser consideradas as circunstâncias do caso, para fixação definitiva do valor da 
indenização, atendendo a determinação legal de arbitramento equitativo pelo juiz. Aqui, inversamente, a 
análise não é mais abstrata, mas concreta, sopesando-se as vicissitudes do caso particularmente tomando 
em consideração. 
No tocante a ofensa à liberdade pessoal, o CC/2002 tem regra específica. Mas, o que se caracteriza como 
ofensivo da liberdade pessoal? O art. 954, parágrafo único, em seus incisos, define como ofensivo à liberdade 
pessoal o cárcere privado, a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé e a prisão ilegal. 
Nesses casos, de acordo com o art. 954, a indenização por ofensa à liberdade pessoal consiste no pagamento 
das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido. Caso ele não possa provar prejuízo, cabe ao juiz fixar, 
equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso, por aplicação do art. 
953, parágrafo único. 
Retomando um tema de Parte Geral, a respeito da caducidade, em regra, segundo o art. 206, 
§ 3º, inc. V, o prazo da ação de reparação de danos é de 3 anos, contados da data do evento. 
Estatui o art. 943 que o direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se 
com a herança. Assim, mesmo que a vítima morra, seus herdeiros podem exigir indenização; 
igualmente, se o ofensor morrer, seus herdeiros continuam obrigados a prestar a indenização, mas o 
herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança, claro (art. 1.792). 
II – Excludentes da responsabilidade civil 
Inicialmente, há de se ter cuidado porque as excludentes da responsabilidade civil serão analisadas 
genericamente. Em determinadas situações, porém, por questões de política legislativa, o CC/2002 afasta a 
excludente de responsabilidade em certas situações. 
Além disso, pode haver uma excludente de responsabilidade civil que não exclui o dever de indenizar; 
indeniza-se sem ser o responsável. Há, ainda, outras previsões que não excluem o dever de indenizar, mas 
atenuam a responsabilidade civil, como a culpa concorrente prevista no art. 945. 
O art. 936, ao tratar da responsabilidade do dono do animal, afasta o dever de indenizar em apenas duas 
hipóteses: culpa exclusiva da vítima e força maior. Em outras palavras, se o ato foi de terceiro, mantém-se o 
dever de indenizar, apesar de o “fato de terceiro” ser uma excludente da responsabilidade civil. 
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Há situações em que a ação humana, embora cause dano, com nexo causal, não é 
considerada ato ilícito, não gerando, muitas vezes, dever de indenizar. São as hipóteses de 
isenção de responsabilidade civil inscritas no art. 188. 
Trata-se de atos legitimados pelo direito, pois exercidos com apoio em algumas das seguintes 
hipóteses: a) legítima defesa; b) exercício regular de direito reconhecido e c) estado de 
necessidade, com destruição de coisa ou lesão a pessoa para remoção de perigo iminente. Apesar de serem 
excludentes de responsabilidade, nem sempre excluirão o dever de indenizar (art. 929). 
Segundo o art. 65 do CPP/1941, a sentença penal que reconhece as excludentes de antijuridicidade 
(legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de direito) 
faz coisa julgada no juízo cível. Isso significa que não é preciso comprovar novamente essas circunstâncias 
na esfera cível, como evidencia o art. 935 do CC/2002. 
Igualmente, nem sempre a exclusão da antijuridicidade na esfera penal excluirá o dever de indenizar no cível. 
Isso porque a esfera cível e a criminal são independentes, havendo grande restrição à comunicação delas, a 
teor do referido art. 935. 
Além disso, a ocorrência de caso fortuito, força maior, culpa exclusiva da vítima e a absolvição criminal são 
outras possibilidades de exclusão, mas estão fora do âmbito do art. 188. O art. 187, por sua vez, dispõe que 
o excesso no exercício de direito é ilícito, consoante os limites dados pela boa-fé e os bons costumes. 
As excludentes de responsabilidade podem evidentemente ser aplicados mesmo em se tratando de 
responsabilidade objetiva. Mesmo aos casos do art. 931 do CC/2002 (empresários individuais e empresas) 
aplicam-se as excludentes da responsabilidade objetiva, portanto. Esse é o entendimento previsto pelo 
Enunciado 562 da VI Jornada de Direito Civil. 
EM RESUMO, SÃO EXCLUDENTES DO DEVER DE INDENIZAR: A LEGÍTIMA DEFESA VERA E PRÓPRIA, O EXERCÍCIO REGULAR 
DE DIREITO RECONHECIDO, O ESTADO DE NECESSIDADE PARA REMOÇÃO DE PERIGO IMINENTE, O ESTRITO 
CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL E A ABSOLVIÇÃO CRIMINAL EM CASO DE INEXISTÊNCIA MATERIAL DO FATO. SÃO 
EXCLUDENTES DE NEXO DE CAUSALIDADE: A CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA, A CULPA DE TERCEIRO E O CASO FORTUITO 
OU A FORMA MAIOR. É EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE A CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR. 
As excludentes de responsabilidade podem evidentemente ser aplicados mesmo em se tratando de 
responsabilidade objetiva. Mesmo aos casos do art. 931 do CC/2002 (empresários individuais e empresas) 
aplicam-se as excludentes da responsabilidade objetiva, portanto. Esse é o entendimento previsto pelo 
Enunciado 562 da VI Jornada de Direito Civil. 
1. Legítima defesa (art. 188, inc. I) 
A legítima defesa é umaexcludente do dever de indenizar. Não é necessário o prévio julgamento no juízo 
criminal para ficar comprovada, pois há independência dos juízos, na forma do art. 935 do CC/2002, como 
dito. Mas os requisitos para sua aferição vêm, sem dúvida, do Direito Penal. 
O art. 25 do CP/1940 define a legítima defesa como aquela praticada por “quem, usando moderadamente 
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. Assim, pode-
se sintetizar os requisitos para a configuração da legítima defesa: 
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Imprescindível que a defesa seja moderada. Por isso, não é legítima defesa, ainda que defesa seja, o ato de 
atirar contra alguém para proteger a posse (o chamado desforço possessório imediato previsto no art. 1.210 
do CC/2002). Igualmente abusiva a defesa de quem contra-ataca com socos e pontapés violentos aquele que 
o xinga. 
A legítima defesa que ofende a honra não exclui o dever de indenizar. Da mesma forma, se o 
resultado da legítima defesa ofende a pessoa estranha à agressão, a responsabilidade de 
indenizar subsiste em relação ao terceiro. O ato, embora justificável, não exclui a indenização, 
segundo o art. 930, parágrafo único. 
Evidentemente, pode haver direito de regresso em face daquele em defesa de quem a reação 
ocorreu quanto à indenização a ser paga ao terceiro, como estabelece o parágrafo único do art. 930 do 
CC/2002. Isso vale tanto para a aberratio ictus lato sensu quanto a aberratio ictus stricto sensu. 
Há aqui um detalhe técnico que exige atenção. O parágrafo único do art. 930 estabelece que a ação 
regressiva, no caso de legítima defesa, deve ser manejada em face daquele em defesa de quem se causou o 
dano. 
Por fim, a legítima defesa putativa – em que há erro de fato sobre a situação de legítima defesa – não 
exclui a ilicitude, nem o dever de indenizar, se decorreu de negligência na apreciação errônea dos fatos 
(REsp 1.433.566). 
2. Estado de necessidade (art. 188, inc. II) 
O estado de necessidade é uma excludente do dever de indenizar. Para que se configure o 
estado de necessidade vero e próprio, deve haver deterioração/destruição de coisa alheia para 
remover perigo iminente, restringindo-se aos casos absolutamente necessários, e desde que 
não haja excesso. 
Não confunda o estado de necessidade com o estado de perigo (“quando alguém, premido da 
necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume 
obrigação excessivamente onerosa”). Não confunda também com a lesão (“quando uma pessoa, sob 
premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao 
valor da prestação oposta”). Esses são institutos relativos aos defeitos dos negócios jurídicos, previstos nos 
arts. 156 e 157, respectivamente. 
Nem sempre o estado de necessidade exclui a ilicitude, pois ele está bem delimitado pelas hipóteses do art. 
188, em seu caput e parágrafo único. Segundo o art. 929 do CC/2002, se o dono da coisa ou a pessoa lesada 
não forem culpados por causar o perigo, fica-lhes garantido o direito à indenização pelos danos a ser paga 
por quem os causou. 
A) Agressão atual ou iminente e 
injusta (sem provocação)
B) Preservação de direito 
próprio ou alheio
C) Emprego moderado dos 
meios
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Porém, há direito de regresso do autor do dano contra quem causou o perigo a ser evitado, nos termos do 
art. 930. Consequentemente, se o perigo foi causado pelo próprio dono da coisa ou pessoa lesada, está 
afastado o dever de indenizar. 
O estado de necessidade enseja dever de indenizar, mesmo que não seja ato ilícito e mesmo 
que o ato tenha salvado os interesses de outrem. É caso de responsabilidade objetiva, pois 
não é justo que a vítima suporte os prejuízos sob a escusa de que o autor tinha direito de 
praticar o dano. 
3. Exercício regular de direito (art. 188, inc. I) 
O exercício regular de direito reconhecido é uma excludente do dever de indenizar. Seu conceito é 
autoevidente. Trata-se de um direito reconhecido pelo ordenamento, que é exercido pelo seu titular, de 
maneira regular (sim, não há como explicar sem ser tautológico). Ao contrário, se o exercício do direito não 
é regular ou o direito não é reconhecido, está configurado o abuso de direito, considerado ato ilícito, por 
aplicação do art. 187. 
O exercício do direito não pode ir além de um justo limite, portanto, e deve atender à 
satisfação de um interesse sério e legítimo. A prova do exercício regular é de quem causa o 
dano e não de quem o sofreu, porque este só precisa comprovar a contrariedade do ato com 
o direito, nas palavras de Pontes de Miranda. 
Como caracterizar o exercício de um direito de maneira regular ou abusiva? É necessário, 
primeiro, analisar a legislação, de modo a se evidenciar que, de fato, o direito é reconhecido. Isso porque é 
comum as pessoas acharem que têm mais direito do que efetivamente têm, e ainda mais comum se 
olvidarem de suas obrigações. 
Em regra, releva atentar nos princípios contratuais para se analisar se a ação do titular do direito é regular 
ou abusiva, em se tratando de relação contratual. 
4. Estrito cumprimento do dever legal 
O estrito cumprimento do dever legal é uma excludente do dever de indenizar. Parte da doutrina aloca 
essa hipótese em conjunto com a antecedente, ou seja, um “exercício regular de direito e/ou de função”. No 
entanto, são hipóteses diversas, pois a segunda se liga a um dever legal, e não a um direito, como a primeira. 
O cumprimento do dever legal, mesmo que reconhecido no juízo penal, gerando a absolvição do agente, 
não obsta sua análise também no juízo cível. Isso porque pode ser aferida a extensão da conduta lesiva e 
o grau de culpa, de modo a se verificar se o cumprimento foi verdadeiramente “estrito”. 
Em outras palavras, primeiro, deve ser reconhecido o estrito cumprimento do dever legal. Veja-se que é 
“estrito”, ou seja, se o agente transborda, ainda que minimamente, o comando legal, afasta-se a 
irresponsabilidade e há dever de indenizar. 
Igualmente, se mesmo agindo estritamente dentro da lei, o agente causar dano a terceiro, sem correlação 
com o fato, permanece o dever de indenizar. Por fim, o excesso afasta a irresponsabilização, dado que se 
verifica, então, abuso de direito. 
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5. Caso fortuito ou força maior (art. 393) 
O caso fortuito e a força maior são excludentes do nexo de causalidade. O art. 393 estabelece que o 
devedor não responde pelos prejuízos resultantes do caso fortuito ou da força maior se não se houver 
responsabilizado expressamente. 
Há quem distinga o caso fortuito da força maior. Orlando Gomes afiança que o caso fortuito é o evento 
imprevisível, humano ou natural, ao passo que a força maior seria o evento previsível, mas inevitável ou 
irresistível. Não me parece necessário fazer a distinção porque o CC/2002 não o faz; trata das duas 
hipóteses como se fossem termos equívocos e mesmo unívocos. 
Superado o ponto, se verificará o caso fortuito ou a força maior nas situações nas quais o evento danoso é 
necessário, com efeitos inevitáveis. A chuva forte é evento necessário, em dadas circunstâncias climáticas, 
e seus efeitos não podem ser evitados; podem até ser previstos, mas não evitados. 
Inversamente, não se verifica caso fortuito ou força maior nas situações nas quais o risco de 
dano é inerente à atividade, ou se poderia falar que é inerente a um carro explodir, já que ele 
traz numerosos compostos químicosexplosivos, pode explodir espontaneamente. Não há 
lógica nesse raciocínio. 
A regra de que o caso fortuito e a força maior afastam o dever de indenizar é sujeita a exceções. Essas 
exceções, no entanto, são esparsas, vistas especificamente em cada situação que enseja o dever de 
indenizar. 
6. Culpa exclusiva da vítima (art. 945) 
A culpa exclusiva da vítima é uma excludente do nexo de causalidade. O ato da vítima é o fato gerador do 
evento danoso, ou seja, a gravidade da sua culpa, em confronto com a do autor, é de 100%. Como o art. 945 
estabelece que a indenização é fixada tomando-se em conta as “culpas” do autor e do réu, se o próprio autor 
tem 100% de responsabilidade, ele terá 0% de dano indenizado. 
Nos casos de culpa ou fato exclusivo da vítima inexiste o nexo causal entre o dano e a conduta do autor. 
A própria vítima é a causadora do dano. Não confunda essa hipótese com a culpa concorrente entre a 
vítima e o autor do dano; nesse caso há dever de indenizar, mas o quantum da indenização é obviamente 
reduzido. 
Todas essas situações não impedem, contudo, a cobertura de danos por seguro que estabelece reparação 
independentemente de culpa ou tão somente com a verificação do dano. Isso porque a situação se conecta 
com uma relação contratual prevista exatamente para abarcar essas situações, também. 
7. Fato exclusivo de terceiro 
O fato exclusivo de terceiro é uma excludente do nexo de causalidade. Inicialmente, necessário é 
caracterizar quem é o terceiro. Em se tratando de responsabilidade contratual, é fácil compreender que 
qualquer um que não seja um dos contratantes é terceiro. No entanto, na responsabilidade extracontratual 
ou aquiliana, a tarefa não é tão simples. 
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O funcionário é um terceiro, relativamente a dano causado por ele nas dependências da sede da sociedade 
empresarial? E um ex-funcionário que causa dano, é terceiro, relativamente a empregado atual? A 
jurisprudência é vacilante quanto à exclusão da responsabilidade civil por fato de terceiro. 
Não me parece muito adequado traçar – merecidas – teorizações mais aprofundadas a respeito do tema, 
pois isso não ajudaria muito numa prova. Por isso, parece-me mais adequado, a partir das minhas 
percepções da jurisprudência, traçar a seguinte correlação: 
 
Cheguei a essas conclusões com base numa passagem de um julgado do STJ (REsp 976.564) bem elucidativo 
que tomou algumas lições que vêm sendo desenvolvidas pela doutrina já há algum tempo. Em resumo, 
afasta-se a distinção clássica entre o caso fortuito e a força maior e se constrói uma nova: 
A força maior deve ser entendida, atualmente, como espécie do gênero fortuito externo, 
do qual faz parte também a culpa exclusiva de terceiros, os quais se contrapõem ao 
chamado fortuito interno. O roubo, mediante uso de arma de fogo, em regra é fato de 
terceiro equiparável a força maior, que deve excluir o dever de indenizar, mesmo no 
sistema de responsabilidade civil objetiva. 
Complementando esse raciocínio, o gênero seria o caso fortuito, que comportaria duas espécies, o fortuito 
externo e o fortuito interno. Externamente, o fortuito poderia ser subdividido em duas espécies, a força 
maior, fruto da natureza, e a culpa exclusiva de terceiro, fruto de ação humana (desde que exclusive e não 
semelhante ao fortuito interno). Esquematicamente, pode-se dividir o caso fortuito em: 
 
Caso de: Fato de terceiro
Semelhante a: Força 
Maior Fortuito Externo
Afasta-se o dever de 
indenizar
Semelhante a: Fortuito 
Interno
Não se afasta o dever de 
indenizar
Fortuito externo (inevitável e irresistível ao 
ofensor)
Força maior (natural)
Culpa de terceiro (humano)
Fortuito interno (evitável ou resistível do 
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8. Cláusula de não indenizar 
A cláusula de não indenizar, cláusula de irresponsabilidade ou ainda cláusula excludente de responsabilidade 
é objeto de controvérsia. Esse tipo de cláusula, evidentemente, não se aplica a situações de 
responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana, mas somente à responsabilidade civil contratual. 
'Esse tipo de cláusula não é permitida, de antemão, nas relações consumeristas, por força do art. 51, inc. I, 
do CDC. Também proibida em contratos de adesão não consumeristas, por violação do art. 424 do CC/2002. 
Igualmente, vedada sua utilização em casos de crime ou de ato doloso, pois ela vigeria talqualmente uma 
condição meramente potestativa, proibida pelo art. 122 do CC/2002. 
No entanto, de maneira restrita e justificada, a doutrina e a jurisprudência aceitam sua 
aplicação. A jurisprudência acaba construindo essas hipóteses, casuisticamente. 
Exemplo é a cláusula securitária que exige instalação de rastreador ou escolta armada, sob pena 
de exclusão da garantia, a chamada “cláusula de gerenciamento de riscos”, reputada válida pelo 
STJ (REsp 1.314.318). A Corte, igualmente, mantém a cláusula de exclusão de cobertura de danos morais em 
contrato de seguro automobilístico caso esteja ela expressamente prevista (AgRg no AREsp 378.288). 
9. Absolvição criminal 
Segundo o art. 66 do CPP, a absolvição criminal não impede a responsabilização civil se não 
houver sido reconhecida a inexistência material do fato. Ou seja, se o sujeito é absolvido por 
falta de provas, por exemplo, não há afastamento do dever de indenizar. 
A absolvição criminal só seria impeditiva de reconhecimento da responsabilidade civil se o juiz 
criminal reconhecesse, na sentença, que não houve conduta do agente apontado como causador do dano. 
O Estado de dúvida, consequentemente, não impede a busca pela reparação e o dever de indenizar. 
 
Excludentes de responsabilidade 
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II – Responsabilidade civil metaindividual 
Apenas para esclarecer, acho que é mais interessante se falar em responsabilidade civil 
metaindividual como gênero. Consequentemente, há um dano metaindividual que se dá com a 
violação de direitos metaindividuais ou transindividuais. 
Os danos metaindividuais são os danos que transcendem a esfera jurídica do indivíduo, 
afetando a coletividade, de maneiras distintas, a depender da situação. Não vou me deter na 
classificação de maneira mais aprofundada, já que isso não é meu objeto principal. 
Para além dos direitos individuais, podemos visualizar esses direitos metaindividuais a partir de uma 
classificação bem tradicional desenvolvida pela doutrina: 
 
Legítima defesa
Estado de necessidade
Exercício regular de direito reconhecido
Estrito cumprimento do dever legal
Caso fortuito e força maior
Culpa exclusiva da vítima
Fato exclusivo de terceiro (equiparada à força maior)
Cláusula contratual de exclusão de responsabilidade
Absolvição criminal por inexistência material do fato
• Art. 81, inc. I, do CDC
• Verificável quando se trata de direitos transindividuais, de natureza indivisível, de que
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato
• Exemplo é a poluição de um rio, genericamente, pelo rompimento de um duto
petrolífero
A. Direito difuso
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Vale lembrar que segundo o art. 82 do CDC, há legitimidade concorrente para propositura da demanda que 
envolve os direitos metaindividuais das seguintes instituições: 
 
• Art. 81, inc. II, do CDC
• Verificável quando se trata de direitos transindividuais, de naturezaindivisível de que
seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte
contrária por uma relação jurídica base
• Exemplo é a poluição do rio, que afeta um grupo de pescadores que vive da pesca na
área
B. Direito coletivo (em sentido estrito)
• Art. 81, inc. III, do CDC
• Verificável quando se trata de direitos individuais, mas decorrentes de origem comum,
que afetam uma pluralidade de pessoas determinada ou determinável de pessoas. Na
verdade, trata-se de direito individual, mas acidentalmente coletivizado
• Exemplo é o acidente aéreo que causa numerosas vítimas
C. Individual Homogêneo
O Ministério Público
A União, os Estados, os Municípios e o DF
As entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, 
ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à 
defesa dos interesses e direitos dos consumidores
As associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e 
que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e 
direitos dos consumidores, dispensada a autorização de assembleia
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Especificamente quanto ao dano coletivo em sentido estrito em sua modalidade 
extrapatrimonial, a jurisprudência é vacilante. A tendência do STJ (REsp 1.221.756) é reconhecer 
a reparabilidade do chamado dano moral coletivo (dano extrapatrimonial stricto sensu 
coletivo), mais recentemente. Porém, em regra, os julgados acabam por afastar sua incidência 
sob a alegação de que não há dano coletivo, mas individual, que sequer pode ser considerado 
homogêneo. 
Além disso, parte da doutrina defende a existência dos chamados danos sociais. Os danos sociais seriam, 
segundo Junqueira de Azevedo, “lesões à sociedade, no seu nível de vida, tanto por rebaixamento de seu 
patrimônio moral – principalmente a respeito da segurança – quanto por diminuição na qualidade de 
vida”. 
Nesse sentido, o Enunciado 456 da V Jornada de Direito Civil estabelece que a expressão “dano” 
no art. 944 abrange não só os danos individuais, materiais ou imateriais, mas também os danos 
sociais, difusos, coletivos e individuais homogêneos a serem reclamados pelos legitimados para 
propor ações coletivas. Em resumo, a expressão “dano social” abrange os danos difusos, tanto 
patrimoniais quanto extrapatrimoniais, tornando mais técnica e abrangente a categoria do 
chamado “dano moral coletivo”. 
Com ela não se confunde porque o dano moral coletivo trata de direitos coletivos stricto sensu, relativos a 
um grupo ou categoria específicos, ao passo que o “dano social” confunde-se com o dano difuso, causado à 
sociedade de maneira ampla, sem categorização específica. Ao fim e ao cabo, a jurisprudência joga todos 
esses conceitos num grande caldeirão, mistura-os todos, sem muito critério e dali estão a sair as primeiras 
decisões a respeito da responsabilidade metaindividual. 
Nessa categoria de responsabilidade metaindividual, relevante falar ainda dos “danos ao meio ambiente, ao 
consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”. A Lei que regula 
essas situações tem um título ainda maior que essa expressão. Trata-se da Lei 7.347/1985, a Lei da Ação Civil 
Pública – LACP, que “disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio-
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”. 
2 – Considerações finais 
Chegamos ao final da aula! Essa é uma aula com um custo-benefício interessante. Muitas questões de 
concurso tratam da Responsabilidade Civil e se seu Edital cobra o tema, abra o olho! 
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entre em contato comigo. Estou disponível no Fórum de Dúvidas 
do Curso, e-mail e mesmo redes sociais, para assuntos menos sérios. 
Aguardo você na próxima aula. Até lá! 
Paulo H M Sousa 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
FGV 
RESPONSABILIDADE CIVIL (ARTS. 927 AO 954) 
1. (FGV - MPE-RJ - Estágio Forense- 2018) Junior, menor de 15 anos de idade, conduzindo uma 
bicicleta, sem freios e em velocidade exagerada, atropela Maria, 85 anos, causando-lhe graves lesões e 
invalidez permanente. Diante de tal situação de fato, assinale a afirmativa correta. 
(A) O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação 
de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
(B) O incapaz nunca responde pelos prejuízos que causar, independentemente de as pessoas por ele 
responsáveis terem obrigação de fazê-lo ou meios suficientes. 
(C) A responsabilidade civil não é independente da criminal, podendo-se questionar a qualquer tempo sobre 
a existência do fato, ou sobre sua autoria, mesmo que essas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
(D) Se houver excessiva desproporção entre o grau de culpa e o dano, não poderá o juiz reduzir 
equitativamente a indenização. 
(E) Eventual indenização não compreenderá as despesas de tratamento, lucros cessantes e pensionamento. 
Comentários: 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. No caso da reparação civil em que os responsáveis do 
incapaz não dispuserem de meios suficientes, ou mesmo através da análise equitativa do magistrado no caso 
da prestação afetar na subsistência da família, o Código Civil traz em seu art. 928, que: "O incapaz responde 
pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não 
dispuserem de meios suficientes.". 
A alternativa B está incorreta. O Código Civil traz em seu art. 928, que: "O incapaz responde pelos prejuízos 
que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes.". O responsável do menor não teria obrigação legal de indenizar pelo dano causado, porém, é 
importante ressaltar que na prática no direito brasileiro, poucas vezes o responsável não responderá pelos 
danos do menor por conta da inviabilidade prática quanto a eficácia temporal e a justa reparação a parte 
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afetada, sendo assim, a regra do art. 928, boa parte das vezes, será inutilizada para solução prática do dano 
causado, com o responsável respondendo pelo dano. 
A alternativa C está incorreta. Por conta da existência das justiças especializadas no ordenamento jurídico 
brasileiro, pode ser que dois juízes venham a decidir sobre determinado fato, mas em naturezas distintas, 
podendo chegar a decisões contrárias umas das outras, mas não podendo se questionar civilmente o fato 
apurado em juízo criminal, pois entende-se como fato jurídico. Assim traz o art. 935 do Código Civil que: "A 
responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do 
fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.". 
A alternativa D está incorreta. O art. 944 do Código Civil trata que a extensão se mede pela extensão do 
dano, sendo que o Parágrado único estabelecendo sobre a redução equitativa por parte do julgador quanto 
julgar necessário no caso da desproporção da penalidade imposta. 
Art. 944. A indenização mede-sepela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz 
reduzir, eqüitativamente, a indenização. 
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 950 do Código Civil: 
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou 
se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes 
até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se 
inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só 
vez. 
Ainda, o Enunciado 48 do CJF traz sobre o Parágrafo Único do art. 950, que seja respeitado e atendido os 
arts. 944 e 945 sobre a extensão do dano e culpa do autor, além de prever há a possibilidade econômica 
deste reparar os danos. 
Enunciado 48/CJF: “O parágrafo único do art. 950 do novo Código Civil institui direito potestativo do lesado 
para exigir pagamento da indenização de uma só vez, mediante arbitramento do valor pelo juiz, atendidos 
os arts. 944 e 945 e a possibilidade econômica do ofensor”. 
GABARITO: A 
 
2. (FGV / TJ-AL – 2018) Em 31 de janeiro de 2018, Renato, avisado por amigos, acessou sua rede social 
e verificou que Felipe, seu desafeto, dirigiu-lhe palavras de baixo calão, desonrando-o, mediante postagem 
pública ocorrida em 22 de janeiro de 2018. Em 05 de fevereiro do mesmo ano, Felipe recebe notificação 
de Renato, solicitando que fosse apagada a mensagem desonrosa. Ante a inércia de Felipe, Renato ajuíza, 
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em 09 de março de 2018, ação pleiteando a retirada da mensagem, bem como a condenação de Felipe ao 
pagamento de indenização pelos danos morais sofridos. 
A mora da obrigação de indenizar é verificada: 
a) em 31 de janeiro de 2018; 
b) em 22 de janeiro de 2018; 
c) quando do trânsito em julgado da sentença; 
d) em 05 de fevereiro de 2018; 
e) em 09 de março de 2018. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que a obrigação de indenizar é verificada no dia da prática do ato 
ilícito, constituindo-se a mora a partir desta data, sendo o dia 22 de janeiro de 2018. 
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito considera se o devedor em mora desde que o praticou. 
A mora é a inexecução dolosa ou culposa da obrigação. Pode se configurar também pela recusa injusta de 
recebê-la no tempo, no lugar e na forma que eram devidos. Pode a mora se dar por parte tanto do devedor 
quanto do credor. 
A mora do devedor (mora solvendi) é configurada quando este não cumpre, por culpa própria, a prestação 
devida na forma, tempo e lugar estipulados. A mora do devedor pressupõe um elemento objetivo e um 
subjetivo: O elemento objetivo é a não realização do pagamento no tempo, local e modo convencionados, 
já o elemento subjetivo é a inexecução culposa de sua parte. 
Por sua vez, o credor fica em mora no caso de se recusar, de forma injusta, o pagamento no tempo, forma 
e lugar indicados no título constitutivo da obrigação. Neste caso, são outros os requisitos que devem ser 
verificados. São eles: A existência de dívida positiva, líquida e vencida; Estado de solvência do devedor; 
Oferta real da prestação devida pelo devedor; Recusa injustificada, em receber o pagamento; Constituição 
do credor em mora. 
Considera-se que comete um ato ilícito aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral. Também comete ato 
ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim 
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
A alternativa B está correta, pois de fato a mora se constitui no dia em 22 de janeiro de 2018, pois o 
devedor é considerado em mora desde o dia em que praticou o ato ilícito. 
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito considera se o devedor em mora desde que o praticou. 
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Súmula 154, STJ: "Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade 
extracontratual." 
Para que seja configurada a mora do devedor, são necessários três requisitos, sendo estes: a exigibilidade 
imediata da obrigação, a inexecução culposa e a constituição em mora. Sobre isso, o requisito da 
exigibilidade é o que requer que a obrigação seja líquida e certa, ou seja, o valor da prestação já deve ter 
sido aputado, e deve conter todos os elementos específicos. 
A exigibilidade da obrigação respeita o vencimento da dívida, portanto só é exigível quando a dívida estiver 
vencida. 
A constituição em mora é a incidência na mora do devedor que não cumpre a obrigação no prazo 
determinado, ou do credor que se recusa a receber a prestação no tempo e no lugar que foi 
preestabelecido. 
Os juros moratórios são aqueles que são devidos desde a constituição da mora, independentemente da 
alegação de prejuízo. Nas obrigações a termo, sendo esta a obrigação cujo cumprimento só é exigível após 
o transcurso de um prazo certo ou fixado no próprio contrato, os juros moratórios são devidos a partir do 
vencimento. 
Nas obrigações sem fixação de prazo certo, os juros serão devidos a partir da interpelação, notificação e 
protesto. 
Se a obrigação em dinheiro for líquida, irão se contar a partir do vencimento. 
Nas ilíquidas, sendo estas as obrigações cujo objeto da prestação é incerto e devende de uma prévia 
apuração, serão contadas desde a citação inicial para a causa. A citação é o ato pelo qual o réu ou 
interessado é chamado a juízo a fim de se defender. É ato de notificar, deixar ciente da existência de um 
processo movido contra o sujeito passivo ou qualquer interessado. 
A alternativa C está incorreta, visto que a constituição da mora se dá no dia em que o devedor cometeu o 
ato ilícito, sendo no caso a data 22 de janeiro de 2018, e não quando se dá o trânsito em julgado da 
sentença. 
Trânsito em julgado é um termo que define a decisão (sentença ou acórdão) de que não se pode mais 
recorrer, seja porque já passou por todos os recursos possíveis, seja porque o prazo para recorrer 
terminou. 
A sentença é um pronunciamento por meio do qual o juiz determina o fim da fase cognitiva do 
procedimento comum e extingue sua execução. Ou seja, por meio da sentença o juiz dá a decisão da 
questão que foi trazida à sua apreciação, dando fim ao processo na primeira instância. 
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito considera se o devedor em mora desde que o praticou. 
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A alternativa D está incorreta, pois a mora é constituída considerando-se a data em que foi praticado o ato 
ilícito por parte do devedor, sendo esta data, no caso, 22 de janeiro de 2018. 
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito considera se o devedor em mora desde que o praticou. 
Considera-se como ato ilícito aquele é cometido por alguém por meio de uma ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, vindo esta a violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral. 
A mora é configurada como a inexecução culposa ou dolosa de uma determinada obrigação, ocorrendo por 
parte do devedor. É caracterizada também pela recusa injusta de ser recebida, estando no tempo, lugar e 
forma corretos, sendo por parte do credor. 
A alternativa E está incorreta,dado que a mora se constitui na data em que o devedor cometeu o ato 
ilícito, sendo o dia 22 de janeiro de 2018, enquanto a data da alternativa, 09 de março de 2018, é a data 
em que a ação foi pleiteada, não sendo considerada para a constituição da mora. 
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito considera se o devedor em mora desde que o praticou. 
São possíveis dois tipos de mora ocorrerem no negócio: a mora do devedor, sendo esta caracterizada 
quando este não cumpre, por sua culpa, a prestação que deve na forma, tempo e lugar corretos. 
Pressupõe, esta modalidade de mora, que ocorra a não realização do pagamento no tempo, local e modo 
determinados, e a inexecução culposa de sua parte. Já a mora do credor ocorre no caso de este se recusar 
a receber, injustamente, o pagamento no tempo, lugar e forma que são indicados no título em que se 
constituiu a obrigação. Nesse caso, deve haver a existência de uma dívida positiva, líquida e vencida, o 
estado de solvência do devedor, a oferta real da prestação devida e uma recusa injustificada de receber o 
pagamento. 
Se configura como ato ilícito os que forem cometidos por meio de uma ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, vindo a violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral. 
3. (FGV / CÂMARA DE SALVADOR – BA – 2018) A Fundação Memória do Escritor (FME), pessoa jurídica 
de direito privado, mantém acervo de livros raros e, mediante cobrança de simbólico preço, expõe sua 
biblioteca à visitação regular. Marcos, adolescente de 15 anos, quando visitava o acervo desacompanhado 
de seus pais ou outro representante, sofre ferimentos em seu braço em decorrência da queda de reboco 
na sala de visitação da FME. A Fundação formula escusas pelo ocorrido e oferece a Marcos a visitação livre 
e gratuita por um ano, o que é imediatamente por ele aceita. 
Ao chegar em casa, seus pais, inconformados com o acidente, pretendem postular para Marcos 
indenização pelos danos comprovadamente por ele sofridos, a qual: 
a) terá seus encargos moratórios iniciados após a fixação do valor reparatório; 
b) será devida pela FME mediante a demonstração de culpa; 
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c) não será devida, visto que já extinta a obrigação reparatória por transação; 
d) terá seus encargos moratórios iniciados após o ajuizamento da demanda; 
e) será devida independentemente de culpa. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que a indenização será devida independentemente de culpa, não 
sendo iniciados os encargos moratórios apenas após a fixação do valor reparatório. 
Considera-se desta forma pois Marcos sofreu ferimentos devido a uma queda de reboco do edifício, 
caracterizando a ruína que provém de uma falta de reparo com necessidade evidente. 
Os encargos moratórios são uma pens imposta sob o devedor pelo atraso no cumprimento de sua 
obrigação. Atua como uma espécie de indenização pelo retardamento na execução do débito, e podem ser 
convencionados entre as partes ou, se não for desta forma, serão aplicados os juros determinados pela lei. 
Por se tratar, no caso, de uma responsabilidade contratual, os juros de mora são contados desde o dia de 
envio da citação inicial, conforme o Art. 405 do CC: 
art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. 
A responsabilidade contratual é aquela que deriva da inexecução de negócio jurídico bilateral (as duas 
partes têm obrigações) ou unilateral (somente uma das partes tem obrigação), ou seja, do 
descumprimento de uma obrigação contratual, sendo que a falta de adimplemento ou da mora no 
cumprimento de qualquer obrigação, gera esse ilícito contratual. 
O adimplemento é o pagamento de uma determinada obrigação, é uma das formas de extinção de certa 
obrigação através do cumprimento do devedor. 
A alternativa B está incorreta, pois a indenização será devida pela FME independentemente de culpa. 
Considera-se desta forma, pois, mesmo se tratando de uma fundação, é uma relação de consumo, na qual 
a responsabilidade é objetiva. 
Na responsabilidade objetiva, a responsabilidade de indenização é dada de forma independente da 
comprovação do dolo ou culpa, bastando que se configure o nexo causal e tal atividade com o objetivo 
atingido. 
Aplica-se, neste caso, o Art. 14 do CDC: 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos 
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
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A alternativa C está incorreta, visto que, por ser absolutamente incapaz, Marcos não detém a capacidade 
de exercer os atos da vida civil, não sendo extinta a obrigação reparatória por transação. 
A transação é um negócio no qual os interessados previnem ou terminam um litígio mediante concessões 
recíprocas. No caso, a transação seria do reparo do dano sofrido por Marcos com a concessão da 
possibilidade de visitar, gratuitamente, acervo da FME durante um ano. No entanto, Marcos, sendo 
incapaz, não dispõe da possibilidade de aceitar a proposta de forma válida. 
Art. 3. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 
(dezesseis) anos. 
Conforme o código civil, os menores de 16 anos são absolutamente incapazes de exercerem os atos da vida 
civil, necessitando de uma representação, sendo esta dada geralmente pelos pais ou responsáveis. 
A alternativa D está incorreta, pois os encargos dos juros irão se dar início a partir da citação, e não após o 
ajuizamento da demanda. 
Por se tratar de responsabilidade contratual, os juros de mora são contados desde o dia de envio da citação 
inicial, conforme o Art. 405 do CC: 
art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. 
A responsabilidade contratual deriva do não cumprimento da obrigação de negócio jurídico, podendo este 
ser bilateral, no qual as duas partes têm obrigações, ou unilateral, no qual somente uma das partes tem 
obrigação, ou seja, do descumprimento de uma obrigação contratual, sendo que a falta de adimplemento 
ou da mora no cumprimento de qualquer obrigação, gera esse ilícito contratual. 
A citação é a forma pela qual são convocados o réu, o interessado ou o executado para que se junte a 
relação processual. 
A alternativa E está correta, dado que a indenização de fato será devida independentemente de culpa, pois 
o caso se trata da responsabilidade por dano infecto, que se entende independente de culpa, de acordo 
com o art. 937 do CC: 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta 
provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. 
Por dano infecto se entende o prejuízo eventual, possível ou iminente, que aponta para um risco de dano. 
O dono do edifício é responsabilizado pela solidez e segurança de tal, devendo responder pelos danos que 
forem resultados da ruína, total ou parcial, desde que tal ruína tenha sido causada pela falta de reparos 
cuja necessidade fosse evidente. No caso das necessidades de reparos que não podiam ser percebidos por 
um leigo, não há o ensejo da responsabilidade sob o proprietário do edifício. 
4. (FGV / AL-RO – 2018) Com relação ao estudo do direito dos danos, analise as afirmativas a seguir. 
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I. O dano imaterial decorrente da prática de bulliyng, também chamado de assédio escolar, podeacarretar 
a responsabilidade civil dos genitores da criança que o pratica, assim como do estabelecimento de ensino. 
II. Uma pessoa privada completamente de discernimento não pode sofrer dano moral por ofensa ao direito 
à imagem. 
III. Se um objeto cai de uma janela de um apartamento edifício e não é possível identificar a unidade de 
onde o mesmo foi lançado, a vítima do dano pode demandar do condomínio, aplicando-se no caso a teoria 
da causalidade alternativa. 
Está correto o que se afirma em 
a) II, somente. 
b) III, somente. 
c) I e II, somente. 
d) I e III, somente. 
e) I, II e III. 
Comentários 
A afirmativa I está correta, pois de fato o dano imaterial decorrente da prática de bulliyng pode acarretar a 
responsabilidade civil dos genitores da criança que o pratica, assim como do estabelecimento de ensino, 
conforme disposto pelo Art. 932 do CC: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I. os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
IV. os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para 
fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos. 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua 
parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação 
do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no 
art. 932. 
A afirmativa II está incorreta, dado que não se pode dizer que uma pessoa privada completamente de 
discernimento não pode sofrer dano moral por ofensa ao direito à imagem, pois não é pela perda de 
discernimento da ação que a pessoa perde os direitos sob sua imagem e personalidade, devendo ser 
igualmente respeitada e indenizada nos casos de ato contra seus direitos. 
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De acordo com o Ministro Luis Felipe Salomão “... Em situações nas quais a vítima não é passível de 
detrimento anímico, como ocorre com doentes mentais, a configuração do dano moral é absoluta e 
perfeitamente possível, tendo em vista que, como ser humano, aquelas pessoas são igualmente detentoras 
de um conjunto de bens integrantes da personalidade”. 
STJ (REsp: 1245550 MG 2011/0039145-4, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO) 
A afirmativa III está correta, dado que se não for possível identificar de qual apartamento o objeto caiu, de 
acordo com o a Teoria da Causalidade Alternativa, todos os possíveis autores da conduta que causou o 
dano poderão ser responsabilizados. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele 
caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
Ocorre o fenômeno da causalidade alternativa quando qualquer dos autores, dentro de um grupo ou 
coletividade puder ser responsabilizado pelo dano. 
A impossibilidade de se identificar o exato ponto de onde parte a conduta lesiva, impõe ao condomínio 
arcar com a responsabilidade reparatória por danos causados a terceiros. 
A alternativa D está correta. 
As alternativas A, B, C e E estão incorretas, consequentemente. 
5. (FGV / TJ-AL – 2018) Alessandra, ao passar ao lado do prédio em que se encontra estabelecido o 
Condomínio do Edifício Praia Bonita, é atingida por um carrinho de brinquedo, proveniente do alto da 
edificação. Ao olhar para cima, vê crianças saindo da janela do apartamento 502, mas não pode afirmar 
ao certo de onde veio o objeto. 
Nessas circunstâncias, responde pelos danos sofridos por Alessandra: 
a) o síndico do condomínio; 
b) o morador do apartamento 502; 
c) o responsável pelas crianças do apartamento 502; 
d) ninguém, pois inimputáveis os prováveis autores do dano; 
e) o condomínio. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que não será o síndico a responder pelo dano, e sim o condomínio 
como um todo, já que no caso se aplica a teoria da causalidade alternativa, cuja determina que todos os 
membros podem ser responsabilizados no caso de não ser possível a identificação de quem deu a causa. 
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A teoria da causalidade alternativa se configura quando qualquer um os autores, participando de um grupo 
ou coletividade, puder ser responsabilizado por um determinado dano, havendo a impossibilidade de 
identificação do autor. Tal impossibilidade de identificação do ponto de partida da conduta lesiva implica 
ao condomínio que arque com a responsabilidade de reparação dos danos que foram causados a terceiros. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele 
caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
A alternativa B está incorreta, pois mesmo que a vítima tenha visto crianças saindo da janela do ap. 502, 
não pode esta determinar com certeza que foram tais crianças que jogaram ou derrubaram o objeto que a 
atingiu, sendo, portanto, do condomínio a responsabilidade de responder pelo dano, conforme a aplicação 
da teoria da causalidade alternativa. 
Tal teoria se aplica quando ocorrem danos causados por objetos que caíram ou foram lançados de um 
prédio, sendo este o caso em que todos os que se encontravam no grupo (condomínio) serão 
responsabilizados solidariamente pelo evento, dada a ofensa que foi perpetrada à vítima por um ou mais 
integrantes do grupo, sendo ignorados o autor ou autores de fato. A responsabilidade determinada ao 
grupo é objetiva, não se admitindo como excludentes a força maior e o caso fortuito. 
A força maior são os fatos humanos ou naturais, que podem ser previstos, mas não podem ser impedidos. 
O caso fortuito são os eventos que não se podem ser previstos e, portanto, não podem ser evitados. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele 
caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
A alternativa C está incorreta, visto que não responderá pelo dano o responsável pelas crianças do 
apartamento 502, mesmo que a vítima tenha visto tais crianças saindo da janela após ser atingida pelo 
carrinho, pois não é possível que se comprove que foram tais crianças que derrubaram ou lançaram o 
carrinho. Portanto, não sendo possível determinar o autor ou os autores do dano, se aplica no caso a teoria 
da causalidade alternativa. 
Conforme tal teoria, considera-se o condomínio como um todo como agente a responder pelo dano 
causado à Alessandra, por não ser possível a determinação de um agente específico. Sendo assim, todos os 
que se encontravam no condomínio são considerados, de forma solidária, responsáveis pelo evento 
causador do dano, em face da ofensa cometida contra a vítima por um ou mais deles, sendo ignorado o 
verdadeiro autor, ou autores. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele 
caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
A alternativa D está incorreta, pois o condomínio como um todo irá responder pelo dano causado, mesmo 
que inimputáveis os prováveis autores do dano, já que no caso pode-se aplicar a teoria da causalidade 
alternativa. 
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A inimputabilidade configura como incapazes de discernimento dos próprios atos aqueles que cometem 
uma infração penal, mas que são incapazesde entender a ilicitude do ato, de forma absoluta ou relativa. 
Tais agentes que não compreendem no momento do delito a gravidade do seu ato, não podem responder 
pelo que fizeram e são excluídos de pena, mas são sujeitos a medidas de segurança ou às normas 
estabelecidas na legislação especial. Consideram-se como inimputáveis os doentes mentais ou de 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, os menores de 18 anos, os que cometeram crime em 
estado de embriaguez completa e os maiores de setenta anos. 
A alternativa E está correta, dado que o condomínio como um todo responderá pelo dano causado à 
Alessandra, por não ser possível a determinação do local em que o carrinho caiu ou foi lançado. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele 
caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
Conforme o dispositivo supracitado, aquele que habitar um prédio ou parte dele fica responsabilizado 
pelos danos que forem provenientes de coisas deste caídas ou lançadas. Tal responsabilidade é objetiva e 
se funda na regra de que ninguém pode, de forma deliberada, colocar em risco a segurança da 
coletividade. 
A responsabilidade objetiva imputa que há o dever de indenizar de forma independente da comprovação 
da existência do dolo ou da culpa, sendo apenas necessário que se configure o nexo causal da atividade 
com o objetivo atingido. 
O nexo causal é um vínculo entre a conduta do agente e o resultado proveniente da ação. 
Enunciado 557 da VI Jornada de Direito Civil: Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de 
condomínio edilício, não sendo possível identificar de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado 
o direito de regresso. 
6. (FGV / AL-RO – 2018) Veridiana, modelo fotográfica, passava pela Rua Sete de Setembro quando, 
repentinamente, foi atingida por um cinzeiro em sua testa, que caiu de uma das janelas do Condomínio 
do Edifício Palmeiras, o qual possui apenas um apartamento em cada um de seus andares. O golpe 
terminou por deixar uma cicatriz irreversível no rosto de Veridiana, que deixou de cumprir contratos 
profissionais. Sobre a responsabilidade civil no caso concreto é correto afirmar que: 
a) por ser responsabilidade subjetiva, não imputa culpa ao Condomínio pelos danos causados por unidade 
autônoma. 
b) impossível a cumulação, no caso concreto, de danos morais e danos estéticos. 
c) não poderá o condomínio ser responsabilizado, pois o nexo causal é afastado por fato de terceiro. 
d) ante a impossibilidade de identificar o autor do ato, o condomínio deverá responder pelo dano causado. 
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e) ainda que se identifique, posteriormente, a unidade autônoma que produziu o dano, inexiste direito de 
regresso. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que a responsabilidade no caso é objetiva, não subjetiva. 
A responsabilidade subjetiva ocorre quando o causador de certo ato ilícito atinge tal resultado por meio do 
dolo ou da culpa em sua conduta, ficando obrigado a indenizar o dano que causou apenas se sua 
responsabilidade ficar consumada. Por sua vez, a responsabilidade objetiva imputa a responsabilidade de 
indenizar independentemente de dolo ou culpa, sendo somente necessário que o nexo causal da atividade 
com o objetivo atingido seja configurado. 
A alternativa B está incorreta, dado que não é impossível a cumulação, no caso concreto, de danos morais 
e danos estéticos, já que o dano sofrido por Veridiana deve ser indenizado. 
Se faz possível a cumulação de indenização por danos estético e moral, mesmo que estes derivem de um 
mesmo fato, desde que os danos possam ser reconhecidos automaticamente, ou seja, devem ser passíveis 
de identificação separada. 
O dano moral é caracterizado como a ofensa ou violação dos bens de ordem moral de uma pessoa, 
podendo estes serem referentes à liberdade, à honra, à saúde ou à imagem. 
O dano estético é um dano com caráter extrapatrimonial, e imputa prejuízo ou alteração de uma condição 
favorável, tanto pelo força da natureza quanto pelo trabalho do homem. Está atrelado ao sofrimento 
causado pela deformação com sequelas permanentes, tal qual a cicatriz causada pela queda do cinzeiro. 
A alternativa C está incorreta, visto que poderá o condomínio ser responsabilizado, pois o nexo causal não 
é afastado por fato de terceiro. 
O nexo causal é um requisito para que determinada pessoa possa ser responsabilizada por certos atos que 
provocou contra outra e tenha a obrigação de indenizá-la. O nexo causal estabelece um vínculo entre causa 
e consequência, portanto, determina se um certo fato realmente causou determinado resultado. 
No caso descrito na questão, há a responsabilidade de indenização por parte do condomínio, pois se dá a 
aplicação da teoria da causalidade alternativa, qual está ligada aos conceitos de coparticipação, pois mais 
de um agente pode estar envolvido no evento que causou o dano, e a relação entre causa e dano fica 
imputada a todos os agentes. Ocorre desta forma quando não há a possibilidade de identificação do agente 
que causou danos a outrem, e este faz parte de um grupo (condomínio) cujo se identifica como ponto de 
partida da conduta lesiva, sem se identificar o ponto específico, ou seja, se sabe que o objeto caiu ou foi 
lançado do condomínio, mas não se pode determinar de qual apartamento. Sendo assim, o condomínio 
como um conjunto responde pelo ato. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele 
caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
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A alternativa D está correta, pois quando não se sabe quem foi o responsável aplica-se a teoria da 
causalidade alternativa, ou seja, o condomínio é que responderá pelos danos. 
A teoria da causalidade alternativa ocorre quando qualquer um os autores, participando de um grupo ou 
coletividade, puder ser responsabilizado por um determinado dano, havendo a impossibilidade de 
identificação do autor. Tal impossibilidade de identificação do ponto de partida da conduta lesiva implica 
ao condomínio que arque com a responsabilidade de reparação dos danos que foram causados a terceiros. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele 
caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
Enunciado 557, JDC - Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio edilício, 
não sendo possível identificar de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de 
regresso. 
A alternativa E está incorreta, dado que caso se identifique, posteriormente, a unidade autônoma que 
produziu o dano, há o direito de regresso. 
Enunciado 557, JDC - Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio edilício, 
não sendo possível identificar de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de 
regresso. 
O direito de regresso ocorre no caso de ser sido encontrado o verdadeiro causador do dano, mesmo o 
condomínio como um todo ter respondido pelo dano. O condomínio responde como um todo por 
imposição da teoria da causalidade alternativa, que coloca o condomínio em forma de unidade como o 
agente a responder pelos danos no caso de o agente causador não ser identificado. No entanto, se depois 
de o condomínio já ter sido responsabilizado, for identificado o agente causador, o condomínio, por força 
do direito de regresso, pode dirigir uma pretensão de reaver o valor gasto com a indenização à vítima, sob 
o verdadeiro culpado. 
A teoria da causalidade alternativa ocorre quando qualquer um dos autores,estando este dentro de um 
grupo ou coletividade, puder ser responsabilizado pelo dano causado a um terceiro. 
7. (FGV / CÂMARA DE SALVADOR – BA – 2018) Marta, adolescente de 14 anos, recebeu vultosa 
herança que seu tio, solteiro e sem filhos, destinou-lhe por testamento. A seus pais, pessoas de poucos 
recursos financeiros, coube o usufruto e a administração legais dos bens de sua filha. Certo dia, chateada 
com Carla, sua amiga de escola, Marta cria perfil falso em rede social e passa a atentar contra a imagem e 
honra de sua amiga, o que veio a ser descoberto pelos pais de Carla. Inconformados, os pais de Carla, 
representando sua filha, ajuízam ação judicial com pedido de reparação de danos morais em face dos pais 
de Marta, o qual: 
a) não deverá ser acolhido, visto que o dano foi causado por pessoa absolutamente incapaz; 
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b) caso acolhido, e se os pais de Marta não tiverem recursos próprios para o pagamento da indenização, 
caberá a declaração de sua insolvência; 
c) na hipótese de acolhimento, e caso os bens dos pais de Marta e os próprios da adolescente não forem 
suficientes para a satisfação da condenação, a obrigação será extinta; 
d) não deverá ser acolhido, pois a vítima é pessoa absolutamente incapaz; 
e) se acolhido, e se os pais de Marta não tiverem recursos próprios para satisfação da obrigação, Marta 
pagará a indenização, desde que não comprometa o seu sustento. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que os danos morais devem ser acolhidos, independentemente de o 
dano ter sido causado por pessoa absolutamente incapaz, pois nesse caso seus pais irão responder, mas, 
não possuindo os recursos necessários, não ficarão obrigados ao reparo do dano, recaindo esta obrigação 
sob os bens de Marta. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
O dano moral é a violação a um dos direitos da personalidade como por exemplo, a violação do direito ao 
nome, à imagem, a privacidade, à honra, à boa fama, à dignidade etc., sendo dever do juiz que aprecia o 
caso concreto verificar cuidadosamente se determinada conduta ilícita, dolosa ou culposa, causou prejuízo 
moral a alguém, provocando sofrimento psicológico que não sejam simples aborrecimentos da vida 
cotidiana a que todos ficam sujeitos. 
A alternativa B está incorreta, pois não cabe a declaração de insolvência mesmo que os pais de Marta não 
possuam os recursos necessários para o cumprimento da obrigação. Se este for o caso, a obrigação irá 
recais sob os bens de Marta, mesmo que seja incapaz. 
A insolvência é configurada como um estado em que o devedor tem prestações a cumprir superiores aos 
rendimentos que recebe. Sendo assim, um insolvente não consegue cumprir as suas obrigações (dívidas). 
Uma pessoa ou empresa insolvente poderá ao final de um processo ser declarada em definitivamente 
insolvente, em falência ou em recuperação. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
A alternativa C está incorreta, visto que a obrigação não será extinta, pois a obrigação apenas fica extinta 
se o pagamento da indenização comprometer o sustento de Marta. 
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Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Configura-se como indenização a uma determinada compensação financeira que uma pessoa recebe como 
consequência de ter sofrido um prejuízo de índole trabalhista, moral, financeiro, etc. A indenização, 
geralmente, parte da emissão de uma decisão judicial, que ordena abonar um determinado valor a uma 
pessoa, empresa ou instituição, com o objetivo de amenizar uma situação de injustiça sofrida. 
A alternativa D está incorreta, pois o requerimento dos danos morais será aderido, mesmo que Marta 
seja menor. No caso, não havendo por parte de seus pais os recursos necessários para a solvência da 
obrigação, ficarão os bens de Marta submetidos. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
A ação de dano moral é um instrumento pelo qual se visa reparar direitos violados e indenizá-los 
financeiramente. Isso pode ocorrer por ofensas, discriminações ou abusos sofridos em qualquer ambiente 
social, como trabalho, comércio, escola, cinema ou em casa. Vale salientar que autores de crimes na 
Internet, como pode ser difamar alguém em uma rede social, também podem ser condenados por danos 
morais. 
A alternativa E está correta, dado que de fato, se acolhido, e se os pais de Marta não tiverem recursos 
próprios para satisfação da obrigação, Marta pagará a indenização, desde que não comprometa o seu 
sustento. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do 
necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
Sobre esta questão, trata o enunciado n. 40 da i jornada de direito civil que: “O incapaz responde pelos 
prejuízos que causar de maneira subsidiária ou excepcionalmente, como devedor principal, na hipótese do 
ressarcimento devido pelos adolescentes que praticarem atos infracionais, nos termos do art. 116 do 
Estatuto da Criança e do Adolescente, no âmbito das medidas socioeducativas ali previstas”. 
A responsabilidade civil pelos filhos menores é dos pais, sendo, além disso, objetiva (art.933). A 
responsabilidade do menor será subsidiária (nos termos do art. 928) 
2. no caso de emancipados: 
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No caso do art. 5º, I, a responsabilidade dos pais é solidária. Nos demais casos do § único do art. 5, a 
responsabilidade civil geralmente é do menor. 
3. Nos casos relacionados a infrações de trânsito: 
O menor e as pessoas diretamente envolvidas com as infrações a preceitos legais serão solidariamente 
responsáveis. 
8. (FGV/ COMPESA – 2016) Luiz dirigia o seu automóvel por uma via pública e freou o carro cuidadosa 
e lentamente ao chegar a um cruzamento. Um caminhão de uma transportadora que vinha logo atrás dele, 
contudo, colidiu na traseira do seu veículo, em virtude de o motorista ter se distraído ao volante com o 
seu telefone celular. 
Tendo em vista os fatos descritos, analise as afirmativas a seguir. 
I. Luiz pode propor ação indenizatória com vista a ser ressarcido dos prejuízos decorrentes do acidente em 
face da transportadora, ainda que esta não tenha agido com culpa na escolha do motorista que guiava o 
caminhão. 
II. Se o pedido for julgado procedente, a indenização deverá ser acrescida de juros de mora contados desde 
a data do acidente, ainda que Luiz demore a propor a ação, respeitado o prazo prescricional da sua 
pretensão. 
III. O prazo prescricional para a propositura da ação indenizatória éde cinco anos, a contar da data do 
acidente. 
Está correto o que se afirma em 
a) I, apenas. 
b) I e II, apenas. 
c) II e III, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) I, II e III. 
Comentários 
A afirmativa I está correta, tendo em vista que Luiz não foi o culpado pelo acidente, e sim o motorista da 
transportadora que provocou a colisão. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
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III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que 
lhes competir, ou em razão dele; 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua 
parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
A responsabilidade de reparação civil ocorre sob aquele que, por meio de ato ilícito, causou danos a 
outrem, ficando obrigado a reparar o dano causado. A obrigação de reparar o dano ocorrerá de forma 
independente de culpa, nos casos que forem especificados em lei, ou no caso de a atividade que é 
executada normalmente pelo autor do dano implicar, por sua própria natureza, em riscos pra os direitos de 
outrem. 
A afirmativa II está correta, pois de fato no caso de o pedido ter sido julgado procedente, a indenização 
deverá ser acrescida de juros de mora contados desde a data do acidente, ainda que Luiz demore a propor 
a ação, respeitado o prazo prescricional da sua pretensão, que é de três anos, conforme a súmula 54 do STJ 
e o Art. 206 do CC: 
Súmula 54 STJ: “Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade 
extracontratual”. 
Art. 206. Prescreve 
§ 3º. Em três anos 
V - a pretensão de reparação civil 
Os juros moratórios funcionam como uma espécie de indenização devido o retardamento na execução do 
débito, podendo ser convencionados entre as partes ou, quando não há convenção, aplicam-se os juros 
determinados pela lei. 
A afirmativa III está incorreta, dado que o prazo para a propositura da ação indenizatória é de 3 (três) 
anos, e não de cinco, conforme art. 206 do CC: 
Art. 206. Prescreve 
§ 3º. Em três anos 
V - a pretensão de reparação civil 
A prescrição é a perda da possibilidade de levar uma questão à apreciação do judiciário, pois o prazo 
determinado para tal possibilidade expirou. 
A ação indenizatória é uma forma de ação pela qual se busca a indenização, o ressarcimento ou reparação 
sob atos de terceiros que ofenderam de alguma forma um direito. Seu valor é medido pela extensão do 
dano, e no caso de o devedor não poder cumprir a prestação na espécie ajustada, irá substituir o valor da 
indenização em moeda corrente. 
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A alternativa B está correta. 
As alternativas A, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 
9. (FGV/ MPE-RJ – 2016) Gisele, quinze anos de idade, modelo e atriz de sucesso, com ótima condição 
econômica, após se aborrecer com o vizinho de seu pai, pegou um paralelepípedo e quebrou o vidro do 
para-brisa dianteiro de um veículo AUDI ano 2016, que se encontrava estacionado em frente a sua 
residência. Considerando que Gisele reside com seu pai, que é separado judicialmente de sua mãe, e que 
nenhum dos dois genitores dispõe de meios para ressarcir os danos causados, é correto afirmar que: 
a) Gisele deverá ser responsabilizada civilmente pelos danos causados; 
b) A responsabilidade civil será exclusivamente do pai de Gisele; 
c) A responsabilidade civil será exclusivamente da mãe de Gisele; 
d) A responsabilidade civil será dos pais de Gisele; 
e) Não há responsabilidade civil, já que Gisele é menor de idade, sendo civilmente incapaz. 
Comentários 
A alternativa A está correta, dado que Gisele poderá responder pelos danos, pois tem condições 
financeiras para tanto. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Mesmo havendo limitações e restrições à prática dos atos civis, o incapaz fica civilmente responsável pela 
reparação dos danos causados pelos seus atos, caso seus responsáveis não tiverem a obrigação de arcar 
com tal dever de reparação, ou não dispuserem de meios suficientes. Desta forma, a regra geral é que o 
próprio patrimônio do incapaz deverá responder pelos atos cometidos. Nos casos em que o responsável 
não disponha de tal capacidade, ou não tenha os meios necessários, é que a lei permite que o patrimônio 
do incapaz seja atingido. 
A alternativa B está incorreta, pois a responsabilidade civil não será exclusivamente do pai de Gisele, dado 
que este não tem os recursos para arcar com a reparação do dano. Neste caso, Gisele é quem irá arcar com 
a reparação dos danos causados, sendo o seu próprio patrimônio afetado para que a obrigação seja 
resolvida. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
A alternativa C está incorreta, visto que a responsabilidade civil não será exclusivamente da mãe de Gisele, 
pois esta não tem os recursos para arcar com a reparação do dano. Neste caso, Gisele é quem irá arcar com 
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a reparação dos danos causados, sendo o seu próprio patrimônio afetado para que a obrigação seja 
resolvida. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
A alternativa D está incorreta, pois a responsabilidade civil não será dos pais de Gisele, pois ambos não 
dispõem dos recursos para arcar com a reparação do dano. Neste caso, Gisele é quem irá arcar com a 
reparação dos danos causados, sendo o seu próprio patrimônio afetado para que a obrigação seja 
resolvida. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
A alternativa E está incorreta dado que há responsabilidade civil, mesmo Gisele sendo menor de idade e 
civilmente incapaz. Ocorre, ainda, que seus pais, não dispondo da capacidade financeira de arcar com a 
obrigação, ficarão livres desta, sendo os bens de Gisele colocados como meio para resolver a obrigação. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
10. (FGV/ PREF. DE CUIABÁ-MT – 2016) Ronaldo freou seu veículo pouco antes da faixa de pedestres, 
em respeito ao sinal de trânsito vermelho. Rafaela, que vinha logo atrás de Ronaldo, também parou, 
guardando razoável distância entre os carros. Entretanto, Tatiana, que trafegava na mesma faixa de 
rolamento, mais atrás, distraiu-se ao redigir mensagem no celular enquanto conduzia seu veículo, vindo a 
colidir com o veículo de Rafaela, o qual, em seguida, atingiu o carro de Ronaldo. Diante disso, à luz das 
normas que disciplinam a responsabilidade civil, assinale a afirmativa correta. 
a) Cada um arcará com seu próprio prejuízo, visto que a responsabilidade pelos danos causados deve ser 
repartida entre todos os envolvidos. 
b) Tatiana deverá indenizar os prejuízos causados ao veículo de Rafaela, e esta deverá indenizar os prejuízos 
causados ao veículo de Ronaldo. 
c) Tatiana deverá indenizar os prejuízos causados aos veículos de Ronaldo e Rafaela. 
d) Tatiana e Rafaela têm o dever de indenizarRonaldo, na medida de sua culpa. 
e) Tatiana e Rafaela têm o dever de indenizar Ronaldo, sendo que o dano será reparado de maneira 
equitativa e não integralmente. 
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A alternativa A está incorreta, dado que Tatiana terá de arcar com os prejuízos causados aos veículos de 
Ronaldo e Rafaela, pois, por estar distraída no celular, ocasionou o acidente, e consequentemente o dano 
aos veículos de Ronaldo e Rafaela. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
O ato ilícito se configura como aquele que viola um direito e causa danos a terceiros, podendo ser por ação 
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência. 
A alternativa B está incorreta, pois Rafaela não terá de indenizar Ronaldo pelo impacto de seu veículo, 
dado que ocorreu no caso uma situação específica de exclusão da responsabilidade civil por fato de 
terceiro em acidentes de trânsito, que é quando um objeto é considerado projétil do impacto de outro. 
Sendo assim, dada a exclusão de responsabilidade de Rafaela, o que causa o afastamento de sua 
responsabilidade de indenizar, quem irá arcar com os danos causados a ambos os veículos será Tatiana. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
A alternativa C está correta, visto que Tatiana estava distraída no celular e deu causa ao acidente (culpa), 
logo ela responderá pelo dano causado aos dois veículos, já que se configurou todos os requisitos da 
responsabilidade civil (conduta, dano, nexo de causalidade e culpabilidade). 
O nexo de causalidade é o fator que estabelece um vínculo entre um ato e uma consequência, ou seja, 
analisa de determinado fato realmente foi o causador de uma consequência específica, para que somente 
então seja atribuída a culpa ao agente causador. 
Sendo assim, Tatiana será responsabilizada civilmente e terá que arcar com as devidas indenizações. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
O ato ilícito é aquele que viola um direito e causa dano a outrem, mesmo que exclusivamente moral, 
podendo ser por meio de ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência. Pode ocorrer o ato 
ilícito também no caso de o titular de um direito o exercer de forma que exceda os limites que são 
estabelecidos pelo seu fim econômico social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
A alternativa D está incorreta, pois somente Tatiana terá de cumprir com a indenização de Ronaldo. O 
responsável será apenas o causador físico do dano, (no caso, Tatiana), não havendo nem a possibilidade de 
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acionar o corpo neutro (no caso, Rafaela) e este acionar regressivamente o real causador, pois a 
legitimidade passiva será apenas do real causador do dano. 
A alternativa E está incorreta, dado que Rafaela não tem a obrigação de indenizar Ronaldo pelo impacto de 
seu veículo, pois o acidente ocorreu por uma situação específica de exclusão da responsabilidade civil por 
fato de terceiro em acidentes de trânsito, sendo esta quando o objeto (carro de Rafaela) é considerado 
projétil do impacto de outro. 
Sendo assim, ocorrendo a exclusão de responsabilidade de Rafaela, ocasionando o afastamento de sua 
responsabilidade de indenizar, quem irá arcar com os danos causados a ambos os veículos será Tatiana. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
11. (FGV/CODEBA – 2016) Pedro, 15 anos, sem o conhecimento de João, seu pai, foi à garagem de sua 
casa, munido de jornal, isopor e fósforo, com o objetivo de brincar de atear fogo nesse material. O fogo, 
em contato com o querosene que estava no chão da garagem, provocou uma explosão que danificou o 
carro novo de seu vizinho. 
Considerando que João está desempregado e que a subsistência da família é proveniente do aluguel de 
um imóvel pertencente a Pedro, assinale a afirmativa correta. 
a) João é responsável pelos atos praticados por seu filho. Na hipótese de sua insuficiência patrimonial, o 
patrimônio de Pedro será executado até onde baste para assegurar a reparação integral do dano. 
b) João é objetivamente responsável pelos atos praticados por seu filho, pelo que o patrimônio de Pedro não 
poderá ser utilizado para o pagamento da indenização, visto ser ele inimputável. 
c) João é objetivamente responsável pelos atos praticados por seu filho. Na hipótese de sua insuficiência 
patrimonial, a indenização deverá ser equitativa e a obrigação incidirá sobre os bens de Pedro. 
d) João e Pedro são solidariamente responsáveis pelos atos praticados por Pedro, de sorte que o vizinho que 
teve o carro danificado poderá acionar um ou outro para ver satisfeito o seu crédito. 
e) Não haverá obrigação de indenizar pelo dano causado, haja vista que Pedro, sendo menor de idade, é 
absolutamente incapaz, não podendo ser responsabilizado por atos obrigacionais. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que a indenização deverá ser equitativa, incidindo sob os bens de 
Pedro, não sendo seu patrimônio executado. Ocorre desta forma pois é evidente no caso que João, pai de 
Pedro, não possui meios suficientes para que arque com a reparação do dano causado, enquanto Pedro, 
possuindo um imóvel, possui tais meios. 
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Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Considera-se a indenização como compensação financeira recebida por uma parte como consequência de 
ter sofrido determinado prejuízo de índole trabalhista, moral, financeiro, etc. Quando se fala de 
indenização geralmente se faz a partir da emissão de uma decisão judicial, que ordena abonar um 
determinado valor a uma pessoa, empresa ou instituição, com o objetivo de amenizar uma situação de 
injustiça sofrida. 
A alternativa B está incorreta, pois João não é objetivamente responsável pelos atos do filho, e no caso de 
João não ter os meios suficientes para a reparação do dano causado pelo filho, a obrigação de indenizar 
recairá sob os bens deste. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do 
necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
Configura-se como responsabilidade objetiva aquela que é advinda da prática de um ilícito ou de uma 
violação ao direito de outrem que, para ser provada e questionada em juízo, independe da aferição de 
culpa, ou de gradação de envolvimento,do agente causador do dano. 
A alternativa C está correta, visto que o menor em questão possui meios para arcar com a indenização, 
enquanto seu pai não possui. Sendo assim, a obrigação irá recair sob os bens de Pedro para que seja 
cumprida a indenização do dano que causou ao vizinho. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do 
necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
A alternativa D está incorreta, pois João e Pedro não são solidariamente responsáveis pelos atos 
praticados por Pedro, não podendo o vizinho que sofreu o dano acionar um ou outro para ver satisfeito o 
seu crédito. 
A responsabilidade solidária implica que ambos os agentes têm o dever de cumprir com a obrigação de 
forma equitativa e, portanto, quando ocorre tal solidariedade, o agente que sofreu o dano poderá acionar 
qualquer uma das partes solidárias para que tenha satisfeita sua indenização. No entanto, não é o que 
ocorre no caso, pois João não tem os recursos necessários para que cumpra com a indenização dos danos 
causados pelo filho, recaindo tal obrigação, portanto, sob os bens de Pedro. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
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A alternativa E está incorreta dado que haverá obrigação de indenizar pelo dano causado, mesmo Pedro, 
sendo menor de idade, e absolutamente incapaz, poderá ser responsabilizado por atos obrigacionais no 
caso de seus responsáveis não possuírem os recursos necessários para satisfazerem a obrigação gerada 
pelo dever de indenizar. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
O absolutamente incapaz é aquele que não possui o necessário para que seja responsabilizado pelos atos 
da vida civil, no entanto, quando se trata do cumprimento de uma obrigação no qual o incapaz possui 
meios para satisfazer e seus responsáveis não, este tem a obrigação incidida sob seus bens. 
12. (FGV/ MPE-RJ – 2016) Severino, diante da comprovada infidelidade de sua esposa Conceição, ao 
manter relação amorosa com Carla, sua colega de trabalho, ajuizou ação de responsabilidade civil 
pleiteando indenização decorrente de lesão a direito da personalidade. Com base no exposto, é correto 
afirmar que: 
a) não há responsabilidade civil de Carla perante Severino, já que não lhe é imposto zelar pelos deveres 
recíprocos de fidelidade do casal; 
b) não há responsabilidade civil de Carla perante Severino, já que não houve lesão a direito de personalidade 
na hipótese em questão; 
c) não há responsabilidade civil de Carla perante Severino por falta de amparo legal, já que a questão de 
ordem de família não gera efeitos obrigacionais no âmbito da responsabilidade civil; 
d) houve dano moral que deve ser ressarcido por Carla, em razão da inobservância do dever de fidelidade; 
e) não há responsabilidade civil de Carla por não haver inobservância do dever de fidelidade quando se trata 
de envolvimento entre pessoas do mesmo sexo. 
Comentários 
A alternativa A está correta, dado que a fidelidade recíproca é dever dos cônjuges e não do terceiro 
envolvido na relação. 
Art. 1566. São deveres de ambos os cônjuges: 
I. Fidelidade recíproca. 
Sendo assim, Conceição e Severino, sendo casados, são os únicos responsáveis por manter a harmonia 
dentro do casamento, e quando esta não ocorre, não pode o terceiro que faça parte da relação 
extraconjugal ser responsabilizado de forma alguma, pois não lhe é imputado que zele do matrimônio qual 
não participa. 
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A alternativa B está incorreta, pois não há responsabilidade civil de Carla perante Severino, mesmo 
havendo lesão a direito de personalidade na hipótese em questão, porque Carla é um terceiro com relação 
ao matrimônio de Severino e Conceição, não sendo responsável pela fidelidade entre eles. 
Art. 1566. São deveres de ambos os cônjuges: 
I. Fidelidade recíproca. 
Conforme o Art. 1566, entende-se que os únicos responsáveis pela fidelidade dentro do matrimônio são os 
própris conjugês, não podendo um terceiro, mesmo que participando da relação extraconjugal, ser 
responsabilizado por tal. 
Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, salvo os casos dispostos por lei, não 
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem 
prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
A alternativa C está incorreta, visto que Carla, sendo um terceiro e não fazendo parte do matrimônio, não 
é responsabilizada pois um terceiro, mesmo mantendo uma relação com um dos cônjuges, não é 
responsável pelo zelo da fidelidade recíproca dentro do matrimônio. 
Art. 1566. São deveres de ambos os cônjuges: 
I. Fidelidade recíproca. 
Sendo assim, Conceição e Severino são os únicos responsáveis pela fidelidade dentro do matrimônio. 
A alternativa D está incorreta, pois não houve dano moral que deva ser ressarcido por Carla, pois a 
observância do dever de fidelidade não lhe cabe. 
Em uma relação matrimonial, diz respeito apenas aos próprios cônjuges o zelo pela fidelidade recíproca 
dentro do matrimônio. Quando um deles mantém relação extraconjugal, não poderá o terceiro responder 
por qualquer dano causado à personalidade do outro cônjuge, pois a observância da fidelidade dentro do 
matrimônio do qual não participa não lhe cabe. 
Art. 1566. São deveres de ambos os cônjuges: 
I- Fidelidade recíproca. 
A alternativa E está incorreta, dado que não há responsabilidade civil de Carla, mas não por não haver 
inobservância do dever de fidelidade quando se trata de envolvimento entre pessoas do mesmo sexo, e 
sim por Carla ser um terceiro com relação ao matrimônio de Conceição e Severino e, portanto, não pode 
ser responsabilizada por dano à personalidade de Severino, pois não lhe imputa a obrigação de zelar pela 
fidelidade dentro de um matrimônio do qual não faz parte, mesmo que seja um dos agentes da relação 
extraconjugal. 
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Art. 1566. São deveres de ambos os cônjuges: 
I- Fidelidade recíproca. 
13. (FGV/ TJ-PI – 2015) O Jornal ZY divulgou em sua página da internet a notícia de que Erínia, por 
vingança, havia matado sua enteada de três anos. Entretanto, a foto divulgada, por erro da edição do 
jornal, não era da criminosa, mas de Angélica, professora do ensino infantil. 
No plano Civil, o caso narrado revela a ocorrência de: 
a) Erro escusável quanto à identidade de Angélica, que não foi percebido pela edição do jornal; 
b) Ato ilícito, que causou danos a Angélica em razão da conduta culposa dos editores do jornal; 
c) Ato abusivo, pois diante do equívoco cometido, a conduta desviou-se do seu propósito informativo; 
d) Ato abusivo, pois sem a autorização de Erínia a edição não tinha poderes para veicular a notícia; 
e) Ato ilícito, embora não haja causação de danos a Angélica, pois a notícia referia-se a Erínia. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que não ocorre no caso um erro escusável, e sim um ato ilícito. 
Considera-secomo erro escusável aquele que é inevitável, sendo decorrente de forma independente do 
emprego, pelo agente, dos cuidados e normas que são exigidos nas circunstâncias. 
Já o ato ilícito é o ato que causa prejuízo, podendo este ser patrimonial, físico ou moral, a outrem. O ato 
ilícito viola um direito e causa dano, por meio de uma ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
A alternativa B está correta, pois para o direito civil ato ilícito é aquele contrário à ordem jurídica e lesivo 
ao direito subjetivo individual, criando o dever de reparar tal prejuízo, seja ele moral ou patrimonial. Assim 
está normatizado no artigo 186 do CC: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Verificamos que o art. 186 menciona tanto o dolo como a culpa. 
Quando fala em “ação ou omissão voluntária” se refere ao dolo, que é a situação em que o agente quer o 
resultado ou assume o risco de produzi-lo. A culpa, segundo o art. 186, vem representada pela expressão 
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“negligência ou imprudência”. Na conduta culposa, há sempre ato voluntário determinante de um 
resultado involuntário. 
A pessoa não previu o resultado, mas a previsibilidade do evento existe, isto é, se nós olharmos 
objetivamente para o evento observaremos que o acontecimento era previsível. 
Sendo assim, no art. 186 existem duas características essenciais: 
A violação de direito e o dano a outrem. 
A alternativa C está incorreta, visto que não ocorre no caso um ato abusivo, e sim um ato ilícito. 
O ato abusivo é aquele cometido por meio do abuso do direito. Ou seja, é aquele no qual alguém, dispondo 
de certo direito, se utiliza deste de forma indevida, ferindo o direito de outrem. 
O ato ilícito se configura como aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
viola um direito e causa dano a outrem, mesmo sendo exclusivamente moral. Decorre deste ato um 
prejuízo patrimonial, físico ou moral. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
A alternativa D está incorreta, pois não ocorre no caso um ato abusivo, e sim um ato ilícito. 
O ato abusivo configura-se como o ato cometido por meio do abuso do direito. Ou seja, é aquele no qual 
alguém, dispondo de certo direito, se utiliza deste de forma indevida, ferindo o direito de outrem. 
O ato ilícito é aquele que provém de forma direta ou indireta da vontade e os acionam efeitos jurídicos que 
são contrários ao ordenamento. Por meio deste, ocorre a violação de direitos e causa-se danos a outrem, 
por meio de um ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
A alternativa E está incorreta, dado que o ato ilícito ocorrido no caso causou, sim, danos à Angélica. 
Para que seja configurado o ato ilícito é necessário que haja uma conduta ou fato exercido pelo agente, 
sendo tal conduta ou fato passíveis de serem controlados pela vontade, um comportamento ou uma forma 
de expressão humana, porque somente em relação às condutas ou fatos dessa natureza são cabíveis as 
ideias acerca da ilicitude de tais atitudes e dos demais pressupostos da reparação civil. Em decorrência do 
ato ilícito, há a violação de um direito e se causa dano a alguém, sendo por meio de ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência. 
14. (FGV/ ISS-NITERÓI – 2015) Com o objetivo de evitar o atropelamento de diversas pessoas que 
estavam participando de uma manifestação de protesto de cunho político e se lançaram subitamente na 
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pista de rolamento, o motorista do ônibus da entidade empresária de transporte municipal, Viagebem 
S.A., desviou o coletivo, vindo a colidir com uma loja comercial, que já se encontrava fechada, o que causou 
diversos danos. É correto afirmar que, em relação ao proprietário da loja, a transportadora: 
a) Tem responsabilidade civil objetiva pelos danos causados; 
b) Não tem qualquer responsabilidade, já que o motorista não teve culpa pelo acidente; 
c) Não tem qualquer responsabilidade, já que o motorista agiu em estado de necessidade; 
d) Não tem qualquer responsabilidade, já que os danos foram causados pelas pessoas que estavam 
participando do protesto e se lançaram na pista de rolamento; 
e) Tem responsabilidade civil subjetiva pelos danos causados. 
Comentários 
A alternativa A está correta, dado que a responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público é 
objetiva sob a modalidade do risco administrativo, pois admite (diferentemente da modalidade do risco 
integral) atenuantes e excludentes de responsabilidade. 
No ordenamento jurídico brasileiro, a responsabilidade do direito público é objetiva, adotando-se a teoria 
do risco administrativo, fundada na ideia de solidariedade social, na justa repartição dos ônus decorrentes 
da prestação dos serviços públicos, exigindo-se a presença dos seguintes requisitos: dano, conduta 
administrativa e nexo causal. admite-se abrandamento ou mesmo exclusão da responsabilidade objetiva, 
se coexistirem atenuantes ou excludentes que atuem sobre o nexo de causalidade. 
A responsabilidade objetiva se configura como a responsabilidade no qual o dever de indenizar se dá de 
forma independente da comprovação de dolo ou culpa, sendo suficiente que se configure o nexo causal de 
tal atividade com o objetivo atingido. 
A alternativa B está incorreta, pois a transportadora tem responsabilidade civil objetiva pelos danos 
causados, independentemente de culpa por parte do motorista. 
A responsabilidade objetiva imputa que o dever de indenizar será existente de forma independente da 
comprovação de dolo ou culpa, bastando que se configure o nexo causal de tal atividade com o objetivo 
atingido. 
O nexo causal estabelece o vínculo entre uma ação e uma consequência, ou seja, é por meio dele que se 
analisa se um determinado ato foi, de fato, o causador de uma certa situação, para que somente então seja 
imputado o dever de indenizar sob o agente causador do dano. 
A alternativa C está incorreta, visto que a transportadora tem responsabilidade civil objetiva pelos danos 
causados, independentemente de ter ocorrido ou não o estado de necessidade. 
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A responsabilidade objetiva determina que o dever de indenizar é presente de forma independente da 
comprovação da ocorrência de dolo ou culpa, sendo tão somente requerido que se configure o nexo causal 
da atividade com o objetivo atingido. 
O nexo causal dispõe o vínculo entre uma ação e uma consequência, sendo assim, é por meio dele que se 
analisa se um determinado ato foi, de fato, o causador de uma certa situação, para que somente então seja 
imputado o dever de indenizar sob o agente causador do dano. 
O estado de necessidade exclui o autor da ilicitude por danos, conforme previsto pelo código civil, se a 
deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a alguém, foi causada a fim de remover um perigo 
eminente. É exigidoque o perigo não tenha sido causado de forma voluntária pelo autor do dano, e que 
este tenha sido inevitável. Para que seja caracterizado, é fundamental que as circunstâncias o tornem 
absolutamente necessário e que os limites indispensáveis para a remoção do perigo não tenham sido 
excedidos. 
A alternativa D está incorreta, pois a transportadora tem responsabilidade civil objetiva pelos danos 
causados, já que os danos em questão não foram causados pelos manifestantes, e sim pelo motorista da 
empresa. 
A responsabilidade objetiva configura-se como a que é advinda da prática de um ilícito ou de uma violação 
ao direito de outra pessoa, mas que, para ser provada e questionada, independe da aferição de culpa ou 
dolo. 
A alternativa E está incorreta, dado que a transportadora tem responsabilidade civil objetiva pelos danos 
causados, e não subjetiva. 
A responsabilidade objetiva é a responsabilidade que decorre da prática de um ilícito ou de uma violação 
ao direito de outra pessoa, mas que, para ser provada e questionada, independe da aferição de culpa ou 
dolo. 
Por sua vez, na responsabilidade subjetiva deve haver a comprovação de que houve dolo ou culpa por 
parte do agente. Que houve a intenção. Esta intenção é exatamente a subjetividade. Tal responsabilização, 
portanto, depende da existência de dolo ou culpa por parte do agente delituoso. 
15. (FGV/ ISS-NITERÓI – 2015) Girvane, completamente embriagado, ao atravessar a Avenida Roberto 
Silveira, em Niterói, correu na frente de um caminhão pertencente a uma entidade empresária do setor 
de construção civil, a qual estava prestando serviço para a Municipalidade. Consequentemente, Girvane 
foi atropelado e morreu. Considerando que o motorista não tinha como desviar de Girvane e que os sinais 
estavam abertos para os veículos e fechados para os pedestres, no momento do acidente, é correto afirmar 
que: 
a) Não há dever de indenizar na hipótese, já que a responsabilidade civil é objetiva; 
b) Há dever de indenizar na hipótese, já que a responsabilidade civil é objetiva; 
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c) Não há responsabilidade civil, já que houve um caso de fato exclusivo da vítima que excluiu o nexo causal; 
d) Não há responsabilidade civil, já que houve um caso de fato exclusivo da vítima que excluiu a culpa; 
e) Há dever de indenizar na hipótese, já que a responsabilidade civil é subjetiva. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que não há responsabilidade civil, já que houve um caso de fato 
exclusivo da vítima que excluiu o nexo causal, não havendo responsabilidade civil objetiva. 
A responsabilidade objetiva define que haverá o dever de indenizar de forma independente de dolo ou 
culpa, bastando somente que fique configurado o nexo causal que liga o ato à consequência, ou seja, deve 
a consequência ter sido ocasionada pelo ato causado pelo agente. Se assim for, será imputado o dever de 
indenização sob o agente causador do dano. 
O fato exclusivo da vítima é aquele no qual a vítima, por conta própria, ocasiona o dano, sendo um mero 
acidente, sendo causa excludente de nexo causal, pois a vítima foi quem ocasionou o dano, e não um 
terceiro. 
A alternativa B está incorreta, pois não há responsabilidade civil, já que houve um caso de fato exclusivo da 
vítima que excluiu o nexo causal, e portanto não há uma responsabilidade objetiva. 
O fato exclusivo da vítima define que o causador do dano pra si foi a própria vítima, mesmo que tenha 
havido a participação de um terceiro. Ou seja, o terceiro é considerado como um “instrumento”, como no 
caso de uma tentativa de suicídio em que a pessoa se joga na frente de um carro em movimento, e morre 
pelo impacto. Neste caso, o condutor do veículo não possui responsabilidade, pois seu veículo foi um 
instrumento do qual o suicida se utilizou, excluindo o nexo causal. 
O nexo causal é o vínculo entre uma ação e uma consequência, na qual se busca determinar se de fato a 
consequência se deu por conta da execução de tal ato. 
A alternativa C está correta, visto que se a culpa for exclusiva da vítima, desfaz-se o nexo de causalidade e 
o Estado não será obrigado a reparar o dano. Mas se o agente teve, de fato, culpa no dano, o Estado 
pagará a indenização e depois terá direito a propor uma ação regressiva contra seu agente. 
A culpa exclusiva da vítima, se torna causa de exclusão do próprio nexo causal, pois o agente causador do 
dano é um mero meio do acidente. 
O nexo causal estabelece a relação entre uma causa e sua consequência, ou seja, se determinado fato 
realmente causou certo resultado. 
A alternativa D está incorreta, pois não há responsabilidade civil, já que houve um caso de fato exclusivo 
da vítima que excluiu o nexo causal, e não um caso de fato exclusivo da vítima excluindo a culpa. 
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A culpa exclusiva da vítima, se torna causa de exclusão do próprio nexo causal, pois o agente causador do 
dano é um mero meio do acidente. A culpa do agente não se afasta, portanto, e sim o nexo causal. 
A culpa ocorre pela violação de um dever jurídico por meio de uma negligência, imprudência ou imperícia, 
podendo ser uma ação ou omissão. 
Por sua vez, o nexo causal se configura como o vínculo que se estabelece entre um ato e uma 
consequência, devendo o ato ser comprovadamente o causador da consequência para que seja imputada a 
responsabilidade de indenização. 
A alternativa E está incorreta dado que não há responsabilidade civil, já que houve um caso de fato 
exclusivo da vítima que excluiu o nexo causal, não havendo o dever de indenizar e nem incide a 
responsabilidade civil subjetiva. 
A responsabilidade subjetiva é a responsabilidade na qual se faz necessária a comprovação de culpa para 
que o agente causador do dano seja responsabilizado, de modo contrário à responsabilidade objetiva, na 
qual a indenização é imputada independentemente de comprovação de culpa, sendo somente necessário 
que haja o nexo causal. 
O nexo causal é o vínculo que há entre um ato e uma consequência, ou seja, o ato deve ser o causador 
direto da consequência para que haja culpa do agente, e somente então seja dada a obrigação de 
indenizar. 
O fato exclusivo da vítima, que é um excludente de nexo causal, ocorre quando a vítima por si própria 
ocasiona o ato, ou seja, o ato qual a atinge é provocado por ela mesma. 
16. (FGV/ PREF. DE CUAIBÁ-MT – 2015) Nos casos de responsabilidade civil baseada em atividades de 
risco, são considerados como causas adequadas para excluir o dever de indenizar, dentre outras, 
a) O fortuito externo e o fato exclusivo de terceiro. 
b) O fortuito interno e o exercício regular de um direito. 
c) O estado de necessidade e a culpa concorrente da vítima. 
d) A culpa concorrente da vítima e o fato exclusivo da vítima. 
e) A inexistência de culpa e a culpa exclusiva da vítima. 
Comentários 
A alternativa A está correta, dado que haverá o rompimento do nexo causal nos casos de culpa exclusiva 
da vítima ou de terceiros, caso fortuito ou força maior. 
O nexo causal é um requisito importante para que uma pessoa possa ser responsabilizada pelos danos 
provocados a outra e tenha a obrigação de indenizá-la. Ele estabelece a relação entre uma causa e sua 
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consequência, ou seja, se determinado fato realmente causou certo resultado. Causam o rompimento do 
nexo causal a culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiro, o caso fortuito e a força maior. 
Quando um dano ocorrepor culpa exclusiva da vítima, se torna causa de exclusão do próprio nexo causal, 
pois o agente causador do dano é um mero meio do acidente. 
O caso fortuito é compreendido como um evento imprevisível e inevitável como, por exemplo: 
tempestades, enchentes e etc. 
Já a força maior é entendida como aquele em que nada pode ser feito mesmo que seja previsível. 
A alternativa B está incorreta, pois não são considerados como causas adequadas de exclusão do dever de 
indenizar o caso fortuito interno e o exercício regular de um direito. 
Não causa o rompimento do nexo causal o exercício regular de um direito pois um agente que atua 
respaldado no direito não poderá sofrer sanção alguma relacionado ao próprio direito, não gerando assim, 
uma pretensão indenizatória contra o agente que está exercitando regulamente seus direitos. 
Bem como também não rompe o caso fortuito interno, sendo este o caso que incide durante o processo de 
elaboração do produto ou execução do serviço, não eximindo a responsabilidade civil do fornecedor. 
A alternativa C está incorreta, visto que é a culpa “concorrente” da vítima não causam o rompimento do 
nexo causal, e sim o fato exclusivo da vítima. 
O estado de necessidade pode ser definido como a violação de um direito alheio, no qual o valor jurídico 
poderá ser igual ou inferior do que aquele que se pretende proteger, a fim de remover ameaça iminente e 
não se tem outros meios possíveis de atuação para proteger o bem. 
Quando um dano ocorre por culpa exclusiva da vítima, se torna causa de exclusão do próprio nexo causal, 
pois o agente causador do dano é um mero meio do acidente. 
A alternativa D está incorreta, pois a culpa “concorrente” da vítima, e sim o fato exclusivo da vítima, é uma 
das causas de rompimento do nexo causal. 
Quando um dano ocorre por culpa exclusiva da vítima, se torna causa de exclusão do próprio nexo causal, 
pois o agente causador do dano é um mero meio do acidente. 
O nexo causal é o vínculo que se estabelece entre um ato e uma consequência, no qual se analisa se, de 
fato, o ato teve influência causadora de consequência. Se assim for definido, poderá ser imputada a 
obrigação de indenizar. 
A alternativa E está incorreta, dado que a inexistência de culpa não está no rol de fatores que causam o 
rompimento do nexo causal. 
Causam o rompimento do nexo causal a culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiro, o caso fortuito e a 
força maior. 
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O nexo causal é o vínculo que há entre um ato e uma consequência, ou seja, o ato deve ser o causador 
direto da consequência para que haja culpa do agente, e somente então seja dada a obrigação de 
indenizar. 
17. (FGV/ TJ-RO – 2015) Maria ajuíza ação de responsabilidade civil em face da Transportadora 
Rodoviária Gira Mundo, alegando, em resumo, que caminhava pelo acostamento da Rodovia Porto Velho-
Vilhena e, pensando estar sendo perseguida por um desconhecido, correu para a pista de rolamento, onde 
transitam os veículos, quando foi colhida pelo motorista do caminhão de propriedade da Ré. Afirma que 
o acidente ocorreu porque trafegava o veículo em velocidade muito superior à permitida naquele local e, 
por isso, não conseguiu nem desviar e nem frear a tempo de impedir a colisão. Defende-se a empresa 
apresentando laudo pericial do local, feito por perito oficial, apontando que o caminhão trafegava a 80 km 
por hora no momento do acidente, portanto, dentro do limite de velocidade permitido, descartando 
qualquer responsabilidade do motorista na produção do evento. Em réplica, insiste a Autora na 
condenação, alegando que é desnecessária a prova da culpa do motorista. 
Considerando os dados fornecidos pelo problema, o pedido será julgado: 
a) procedente, pois cuida-se de responsabilidade objetiva, que não permite em nenhuma hipótese o 
afastamento do dever de indenizar, se comprovada a ocorrência do evento danoso; 
b) improcedente, pois não se admite a condenação na obrigação de reparar o dano se não se prova a culpa 
do agente causador, pois a hipótese é de responsabilidade objetiva integral; 
c) improcedente, ante a ausência de nexo causal entre a conduta do motorista do caminhão e o prejuízo 
sofrido pela vítima; 
d) procedente, porque a hipótese é de responsabilidade subjetiva e restou provada a culpa do condutor do 
caminhão; 
e) improcedente, porque mesmo na hipótese de responsabilidade objetiva é indispensável a comprovação 
da imprudência, negligência ou imperícia daquele que causou o dano. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que o pedido não será procedente, não tratando-se de 
responsabilidade objetiva, e sim improcedente, por conta da ausência de nexo causal entre a conduta do 
motorista do caminhão e o prejuízo sofrido pela vítima. 
O nexo causal é um requisito importante para que uma pessoa possa ser responsabilizada pelos danos 
provocados a outra e tenha a obrigação de indenizá-la. Ele estabelece a relação entre uma causa e sua 
consequência, ou seja, se determinado fato realmente causou certo resultado. 
A alternativa B está incorreta, pois o pedido será improcedente, diante da ausência de nexo causal que 
vincule a conduta do motorista do caminhão e o prejuízo sofrido pela vítima. 
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O nexo causal estabelece um vínculo entre uma causa e sua consequência, ou seja, se determinado fato 
realmente causou certo resultado. Tal requisito é de grande importância para que se defina se de fato uma 
pessoa deve ou não ser responsabilizada 
A alternativa C está correta, visto que seu pedido será julgado improcedente, ante a ausência de nexo 
causal entre a conduta do motorista do caminhão e o prejuízo sofrido pela vítima. 
O nexo de causalidade é o vínculo fático que liga o efeito à causa, ou seja, é a comprovação de que houve 
dano efetivo, motivado por ação, voluntária, negligência ou imprudência daquele que causou o dano. 
A alternativa D está incorreta, pois o pedido não será procedente, já que não há um nexo causal que 
estabeleça vínculo entre o prejuízo sofrido pela vítima e a conduta do motorista. No caso, a hipótese não é 
de responsabilidade subjetiva. 
Na responsabilidade subjetiva, é necessário que haja a comprovação de que houve dolo ou culpa por parte 
do agente, ou seja, que houve uma intenção. Esta intenção é exatamente a subjetividade. A 
responsabilidade subjetiva é aquela que depende da existência de dolo ou culpa por parte do agente 
delituoso. 
O nexo causal é o vínculo existente entre a conduta do agente e o resultado por ela produzido; examinar o 
nexo de causalidade é descobrir quais condutas, positivas ou negativas, deram causa ao resultado previsto 
em lei. 
A alternativa E está incorreta, pois o pedido será julgado improcedente pela ausência de nexo causal entre 
o prejuízo sofrido pela vítima e a conduta do motorista. No entanto, a alternativa também erra ao dizer 
que na hipótese de responsabilidade objetiva é indispensável a comprovação da imprudência, negligência 
ou imperícia daquele que causou o dano, pois na responsabilidade objetiva, esta se configura 
independentemente de comprovação de culpa ou dolo. 
Ocorre, na responsabilidade objetiva, o dever de indenizar se dará independentemente da comprovação 
de dolo ou culpa, bastando que fique configurado o nexo causal daquela atividade com o objetivo atingido. 
O nexo de causalidade é um vínculo que une a causa ao efeito. É uma comprovação de que uma ação foi 
consequência de outra. Se faz necessário que exista nexo causal para que alguém seja responsabilizado por 
um ato. Isto é, é preciso comprovar que o indivíduo foi o responsável pela condutaque gerou a 
consequência. 
18. (FGV/ TCE-RJ – 2015) Pedro teve seu táxi atingido pelo caminhão da Sociedade Transvelocidade 
S.A. no dia 10 de dezembro de 2010. Esgotadas as tentativas de acordo, Pedro propôs ação de indenização 
em 25 de maio de 2015. Sobre o caso, é correto concluir que: 
a) Embora o abalroamento constitua um ato ilícito, a pretensão de indenização está prescrita; 
b) O direito potestativo à indenização decai em cinco anos, a contar da data do fato; 
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c) São imprescritíveis as consequências civis dos acidentes de trânsito, ainda que as multas administrativas 
tenham caducado; 
d) Constitui abuso de direito a exigência de lucros cessantes, decorrentes do fato narrado; 
e) O prazo prescricional ficou suspenso enquanto as partes negociaram o acordo frustrado, devendo o juiz 
conceder a indenização dos danos comprovados. 
Comentários 
A alternativa A está correta, dado que, de fato, embora o abalroamento constitua um ato ilícito, a 
pretensão de indenização está prescrita. 
Art. 206. Prescreve: 
§ 3º. Em três anos: 
V - a pretensão de reparação civil; 
Assim, segundo o artigo citado acima, o prazo prescricional para pretensão de reparação civil decorrente 
do acidente entre o Taxi e o caminhão, está prescrito, pois é de 3 anos, e já se passaram, no caso, 5 anos. 
A prescrição é definida como a extinção de uma ação ajuizável em virtude da inércia de seu titular durante 
um certo lapso de tempo, na ausência de causas preclusivas de seu curso. Ou seja, não se pode mais levar 
certo caso à apreciação do judiciário, pois o tempo que a parte tinha para tal ato já se passou. 
A alternativa B está incorreta, pois o direito potestativo à indenização, no caso, não decai em cinco anos, a 
contar da data do fato, e sim em três anos. 
Art. 206. Prescreve: 
§ 3º. Em três anos: 
V - a pretensão de reparação civil; 
Direito potestativo é um direito que não admite contestações. É prerrogativa jurídica de impor a outrem a 
sujeição ao seu exercício. É o imperativo da vontade. 
A prescrição, é a perda de pretensão da reparação do direito violado por inércia do titular do direito no 
prazo legal. 
A alternativa C está incorreta, visto que não são imprescritíveis as consequências civis dos acidentes de 
trânsito, ainda que as multas administrativas tenham caducado, pois o as consequências civis prescrevem 
em três anos. 
Art. 206. Prescreve: 
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§ 3º. Em três anos: 
V - a pretensão de reparação civil; 
A pretensão é o é o poder de exigir de outrem, de maneira coercitiva, o cumprimento de um dever jurídico. 
Portanto, a pretensão prescreve, ocasionando a impossibilidade de se levar a pretensão à apreciação do 
judiciário, pois havia determinado tempo para tal ato, e este transcreveu. 
A alternativa D está incorreta, pois não se constitui abuso de direito a exigência de lucros cessantes, 
decorrentes do fato narrado, sendo estes válidos de serem requeridos, se tivesse sido feito antes da 
prescrição da pretensão. 
Art. 206. Prescreve: 
§ 3º. Em três anos: 
V - a pretensão de reparação civil; 
A alternativa E está incorreta, dado que o prazo prescricional não ficou suspenso enquanto as partes 
negociaram o acordo frustrado, tendo corrido normalmente e prescrevido no período de três anos, 
conforme o Art. 206 do CC: 
Art. 206. Prescreve: 
§ 3º. Em três anos: 
V - a pretensão de reparação civil; 
A prescrição consiste na perda do direito do Estado de punir o autor de um crime pelo seu ato, dado que 
não ocorreu o exercício da ação judicial dentro do prazo legal estipulado por lei. 
19. (FGV/ DPE-RO – 2015) Em decorrência de uma falha de informação, foi publicada matéria inverídica 
em periódico do grupo de publicidade O MOMENTO S/A, a respeito da escola de ensino médio EDUCANTE 
LTDA, sobre hipóteses de tráfico de entorpecentes no estabelecimento de ensino, envolvendo professores, 
funcionários e alunos da escola. 
Ajuizada ação de responsabilidade civil pela entidade de ensino, é correto afirmar que: 
a) É viável o êxito na condenação de indenização por danos materiais e morais; 
b) É viável o êxito na condenação de indenização apenas por danos materiais; 
c) É viável o êxito na condenação de indenização apenas por danos morais; 
d) Não é viável o êxito na condenação por qualquer indenização, por se tratar de escola; 
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e) Não é viável o êxito na condenação por qualquer indenização, em virtude da liberdade de imprensa. 
Comentários 
A alternativa A está correta, dado que neste caso a escola Educante LTDA poderá pleitear indenização por 
danos morais e materiais de forma simultânea, conforme súmula 37 do STJ: “São cumuláveis as 
indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato”. 
O dano moral é caracterizado como a ofensa ou violação dos bens de ordem moral de uma pessoa, tais 
sejam o que se referem à sua liberdade, à sua honra, à sua saúde (mental ou física), à sua imagem. 
Os danos materiais são classificados como os prejuízos ou perdas que atingem o patrimônio corpóreo de 
alguém. Não cabe reparação de dano hipotético ou eventual, assim, necessita, em regra, de prova efetiva. 
A alternativa B está incorreta, pois é viável o êxito na condenação de indenização tanto por danos 
materiais, quanto por danos materiais. 
O dano material se trata dos prejuízos materiais em decorrência de algum prejuízo causado a outrem, ou a 
uma instituição, danos que possam ocasionar, por exemplo, a perda de algum bem, a falta de algum 
dinheiro, horas sem trabalho, entre outros. 
Os danos morais são aqueles relativos à moral de uma pessoa, que estão ligados à sua intimidade, sua 
honra, sua dignidade, ou seja, todos aqueles danos que uma pessoa sofre na sua esfera íntima, que 
repercutem direto na sua saúde física e psíquica. 
A alternativa C está incorreta, visto que é viável o êxito na condenação de indenização tanto por danos 
materiais, quanto por danos materiais. 
O dano moral diz respeito à dor psicológica (emocional) que a ação, a omissão, a negligência ou a 
imprudência praticadas causaram a uma pessoa, a um grupo de pessoas ou mesmo a alguma empresa, 
portanto não pode ser medido, mas pode ser atribuído de acordo com a gravidade do caso e a 
qualidade/intensidade da emoção sentida por quem sofreu o dano. 
Os danos materiais dizem respeito aos bens materiais de uma pessoa, de modo geral, ou seja, são todos 
aqueles danos que alguém sofre em seu patrimônio, como carro, casa etc., ou mesmo aqueles danos físicos 
que sofre em seu corpo. 
A alternativa D está incorreta, pois é viável a imposição de obrigação de indenização tanto por danos 
materiais, quanto por danos materiais. 
Configura-se o dano moral quando uma pessoa se acha afetada em seu ânimo psíquico, moral e 
intelectual, seja por ofensa à sua honra, na sua privacidade, intimidade, imagem, nome ou em seu próprio 
corpo físico, e poderá estender-se ao dano patrimonial se a ofensa de alguma forma impedir ou dificultar 
atividade diária. 
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Dano material é o prejuízo financeiro efetivamente sofrido pela vítima, causando diminuição do seu 
patrimônio. Esse dano pode ser de duas naturezas: o que efetivamente o lesado perdeu, dano emergente, 
e o que razoavelmente deixou de ganhar, lucro cessante." 
A alternativaE está incorreta, dado que haverá a obrigação de indenizar tanto por danos morais quanto 
por danos materiais. 
Os danos morais são aqueles que se relacionam com a moral de uma pessoa, estando ligados à sua 
intimidade, sua honra, sua dignidade, ou seja, todos aqueles danos que uma pessoa sofre na sua esfera 
íntima, que repercutem diretamente na sua saúde física e psíquica. 
Os danos materiais são classificados como os prejuízos ou perdas que atingem o patrimônio corpóreo de 
alguém. Não cabe reparação de dano hipotético ou eventual, assim, necessita, em regra, de prova efetiva. 
20. (FGV/ DPE-MT – 2015) Maria, famosa atriz, foi contratada pela sociedade empresária XPTO Bebidas 
S.A., em junho de 2012, para ser “garota- propaganda” da marca de refrigerante Oba. Pelo contrato, 
obrigou-se Maria a ceder, de forma remunerada e temporariamente, o uso e a exploração de sua imagem 
para a representação da marca Oba. Em janeiro de 2013, Maria depara com um anúncio publicitário em 
uma revista em que é retratada segurando uma cerveja, a Shiva, também fabricada por XPTO Bebidas S.A. 
Sobre os fatos descritos, assinale a afirmativa correta. 
a) Houve descumprimento contratual por parte de XPTO Bebidas S.A. e Maria sofreu violação em seu direito 
de imagem, sendo legítima a reparação por danos morais e patrimoniais. 
b) Não houve descumprimento contratual por parte da Sociedade XPTO Bebidas S.A., pois Maria cedeu o uso 
e a exploração de sua imagem à sociedade empresária em questão. 
c) A XPTO Bebidas S.A. violou a função social do contrato ao explorar indevidamente imagem de pessoa sem 
a sua autorização. 
d) A XPTO Bebidas S.A. ofendeu a boa-fé objetiva contratual ao violar o direito à privacidade de Maria. 
e) Houve descumprimento contratual por parte da XPTO Bebidas S.A. e Maria sofreu violação em seu direito 
de imagem, sendo legítima a reparação por danos morais, somente. 
Comentários 
A alternativa A está correta, dado que Maria sofreu violação de seu direito de imagem, pois a XPTO 
Bebidas S/A utilizou a sua imagem para finalidade diversa daquela inicialmente acordada, tendo em vista 
que Maria era garota-propaganda do refrigerante e não da cerveja. Cabe, no caso, pedir danos morais e 
patrimoniais. 
Os danos morais dizem respeito à dor psicológica que uma determinada ação, omissão, negligência ou 
imprudência praticadas causaram a uma pessoa, a um grupo de pessoas ou mesmo a alguma empresa, 
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portanto não pode ser medido, mas pode ser atribuído de acordo com a gravidade do caso e a 
qualidade/intensidade da emoção sentida por quem sofreu o dano. 
O dano patrimonial é uma lesão que afeta um interesse relativo ao patrimônio da vítima, consistente na 
perda ou deterioração, total ou parcial, dos bens materiais que lhe pertencem, sendo suscetível de 
avaliação pecuniária e de indenização pelo responsável. 
A alternativa B está incorreta, pois houve descumprimento contratual por parte da Sociedade XPTO 
Bebidas S.A., dado que Maria cedeu o uso e a exploração de sua imagem à sociedade empresária somente 
para o comercial de refrigerantes, não podendo esta ser utilizada para um comercial de cerveja sem sua 
autorização, cabendo a indenização por danos morais e patrimoniais. 
O dano moral se configura como a dor psicológica que a ação, a omissão, a negligência ou a imprudência 
praticadas causaram a uma pessoa. Sendo assim, não pode ser medido, mas pode ser atribuído de acordo 
com a gravidade do caso e a intensidade da emoção sentida por quem sofreu o dano. 
Configura-se como dano material o prejuízo financeiro que a vítima sofre, qual ocasiona na diminuição do 
seu patrimônio. Esse dano pode ser de duas naturezas: o que efetivamente o lesado perdeu, dano 
emergente, e o que razoavelmente deixou de ganhar, lucro cessante 
A alternativa C está incorreta, visto que a XPTO Bebidas S.A. violou a imagem de Maria ao explorar 
indevidamente sua imagem para outro fim que não o previamente autorizado, sem a sua autorização. 
Cabe, no caso, pedir danos morais e patrimoniais. 
Configura-se o dano moral quando uma pessoa se acha afetada em seu ânimo psíquico, moral e 
intelectual, seja por ofensa à sua honra, na sua privacidade, intimidade, imagem, nome ou em seu próprio 
corpo físico, e poderá estender-se ao dano patrimonial se a ofensa de alguma forma impedir ou dificultar 
atividade diária. 
Por sua vez, o dano material é configurado como o prejuízo financeiro efetivamente sofrido pela vítima, 
ocasionando a diminuição do seu patrimônio. Esse dano pode ser de duas naturezas: o que efetivamente o 
lesado perdeu, dano emergente, e o que razoavelmente deixou de ganhar, lucro cessante 
A alternativa D está incorreta, pois A XPTO Bebidas S.A. violou a imagem de Maria ao explorar 
indevidamente sua imagem sem a sua autorização, e não a função social do contrato. No caso, cabe 
indenização moral e patrimonial. 
Os danos morais são aqueles que se relacionam com a moral de uma pessoa, estando ligados à sua 
intimidade, sua honra, sua dignidade, ou seja, todos aqueles danos que uma pessoa sofre na sua esfera 
íntima, que repercutem diretamente na sua saúde física e psíquica. 
São patrimoniais os danos a interesses avaliáveis em dinheiro, no qual ocorre uma lesão que afeta um 
interesse relativo ao patrimônio da vítima, consistente na perda ou deterioração, total ou parcial, dos bens 
materiais que lhe pertencem, sendo suscetível de avaliação pecuniária e de indenização pelo responsável. 
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A alternativa E está incorreta dado que houve descumprimento contratual por parte da XPTO Bebidas S.A. 
e Maria sofreu violação em seu direito de imagem, sendo legítima a reparação tanto por danos morais, 
quanto patrimoniais. 
O dano moral diz respeito à dor psicológica que a ação, a omissão, a negligência ou a imprudência 
praticadas causaram a uma pessoa, a um grupo de pessoas ou mesmo a alguma empresa, portanto não 
pode ser medido, mas pode ser atribuído de acordo com a gravidade do caso e a qualidade/intensidade da 
emoção sentida por quem sofreu o dano. 
Configura-se como dano material o prejuízo financeiro que a vítima sofre, qual ocasiona na diminuição do 
seu patrimônio. Esse dano pode ser de duas naturezas: o que efetivamente o lesado perdeu, dano 
emergente, e o que razoavelmente deixou de ganhar, lucro cessante 
21. (FGV/ SEFAZ-MT – 2014) João, devidamente habilitado para dirigir, conduzia veículo de sua 
propriedade com cautela e diligência, quando foi surpreendido por ônibus em alta velocidade na 
contramão. Em rápida manobra, João conseguiu evitar uma colisão frontal, desviando seu automóvel para 
cima da calçada, onde atropelou Lucas, causando-lhe graves lesões físicas. 
Sobre os fatos descritos, assinale a afirmativa correta. 
a) João, por ter agido em estado de necessidade, não será obrigado a indenizar o dano causado a Lucas, cuja 
indenização será devida pela empresa de ônibus. 
b) João, por não ter agido no estrito cumprimento de dever legal, será obrigado a indenizar o dano causado 
a Lucas. 
c) João, embora agindo em estado de necessidade, será obrigado a indenizar o dano causado a Lucas, mas 
terá ação de regresso contra a empresa de ônibus. 
d) João, por ter agido em decorrência de fato de terceiro, não será obrigado a indenizar o dano causado a 
Lucas, cuja indenização será devida pela empresa de ônibus. 
e) João, ao desviar deliberadamente o carro, será obrigado a indenizar o dano causado, e não terá ação de 
regresso contra a empresa de ônibus. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que João, mesmo tendo agido em estado de necessidade, seráobrigado a indenizar o dano causado a Lucas, cuja indenização poderá ser cobrada posteriormente da 
empresa de ônibus com base no direito regresso. 
"Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não 
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se" ( art. 24 CP). O estado de necessidade pressupõe um conflito 
entre titulares de interesses lícitos e legítimos, em que um pode parecer licitamente para que outro 
sobreviva. 
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O direito de regresso possibilita que João, tendo cumprido o dever de indenizar Lucas pelo dano, tenha o 
direito de reaver o valor disposto, cobrando da empresa de ônibus, pois a empresa é a responsável por 
colocá-lo no estado de perigo que acabou ocasionando o dano. 
A alternativa B está incorreta, pois João, será obrigado a indenizar o dano causado a Lucas mesmo tendo 
agido em estado de necessidade, mas poderá cobrar a indenização posteriormente da empresa de ônibus 
com base no direito regresso. 
É considerado em estado de necessidade aquele que pratica um ato para salvar de perigo atual, que não 
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
O estado de necessidade pressupõe um conflito entre titulares de interesses lícitos e legítimos, em que um 
pode parecer licitamente para que outro sobreviva. 
O direito de regressão dispõe que a parte que pagou a indenização, tendo ocasionado um dano por conta 
do estado de perigo, terá o direito de rever este valor por meio da cobrança do agente que lhe ocasionou o 
estado de perigo, no caso, João poderá reaver o valor sob a empresa de ônibus. 
A alternativa C está correta, visto que de fato João, embora agindo em estado de necessidade, será 
obrigado a indenizar o dano causado a Lucas, mas terá ação de regresso contra a empresa de ônibus. 
O estado de necessidade é estado no qual alguém se encontra em uma situação na qual tem de praticar 
um fato, que em outra situação seria ilícito, para que retire de cena um perigo eminente, não sendo o ato 
ilícito provocado por sua vontade, e nem poderia ser evitado de outro modo o sacrifício do direito próprio 
ou de outrem. 
Por sua vez, a ação de regresso se caracteriza como a possibilidade da parte que arcou com a indenização 
de forma integral cobre dos determinados responsáveis pelo ato o montante disposto. 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem 
absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do 
perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor 
do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
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Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, 
inciso I). 
A alternativa D está incorreta, pois João, mesmo tendo agido em decorrência de fato de terceiro, será 
obrigado a indenizar o dano causado a Lucas, mas terá o direito de regresso, podendo reaver a indenização 
por meio da empresa de ônibus que o colocou em estado de necessidade. 
O estado de necessidade exclui o autor da ilicitude por danos, e a deterioração ou destruição da coisa 
alheia, ou a lesão à pessoa, a fim de remover perigo iminente. Exige-se que o perigo não tenha sido 
causado voluntariamente pelo autor do dano e que este seja inevitável. 
A alternativa E está incorreta, dado que João, não desviou deliberadamente o carro. Ele será obrigado a 
indenizar o dano causado, mas terá ação de regresso contra a empresa de ônibus por ter sido colocado em 
situação de estado de necessidade. 
O estado de necessidade é estado no qual alguém se encontra em uma situação na qual tem de praticar 
um fato, que em outra situação seria ilícito, para que retire de cena um perigo eminente, não sendo o ato 
ilícito provocado por sua vontade, e nem poderia ser evitado de outro modo o sacrifício do direito próprio 
ou de outrem. 
Para que seja confirmado o estado de necessidade é fundamental que as circunstâncias o tornem 
absolutamente necessário e que não seja excedido os limites do indispensável para a remoção do perigo. 
No entanto, a responsabilidade civil não é afastada, o autor do dano responde pelos prejuízos causados, a 
lei determina apenas que os atos praticados nesta situação são lícitos, mas não são isentos de indenização 
por danos materiais, exceto se a pessoa lesada, ou o dono da coisa for o responsável pela situação de 
perigo 
22. (FGV/ SEFAZ-MT – 2014) Sobre a responsabilidade civil disciplinada no Código Civil de 2002, assinale 
V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. 
( ) Os empresários individuais e as empresas são responsáveis, independentemente de culpa, pelos danos 
que, em qualquer circunstância, causarem a terceiro, no exercício de suas atividades empresariais. 
( ) O incapaz responderá integralmente pelos danos que causar se as pessoas por ele responsáveis não 
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
( ) Ainda que não haja culpa de sua parte, os pais responderão pelos atos praticados pelos filhos menores 
que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. 
As afirmativas são, respectivamente, 
a) V, F e V. 
b) F, V e F. 
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c) F, F e V. 
d) V, V e F. 
e) F, V e V. 
Comentários 
A afirmativa I está incorreta, pois são responsáveis pelos produtos postos em circulação, e não pelos 
danos em qualquer circunstância. 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas 
respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação. 
Considera-se, conforme o dispositivo, que a dispensa de prova nos casos de responsabilidade objetiva são 
determinadas para que o exercício de certa atividade fosse, por si própria, geradora da assunção do risco 
que cerdo dano poderia causar. 
Quando configurada a responsabilidade objetiva, o dever de indenizar se dará independentemente da 
comprovação de dolo ou culpa, bastando que fique configurado o nexo causal daquela atividade com o 
objetivo atingido. 
A afirmativa II está incorreta, dado que a responsabilidade não será integral, será equitativa. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do 
necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
Ainda que haja determinadas limitações e restrições à prática dos atos civis, o legislador considera o 
incapaz civilmente responsável pela reparação dos danos que causa, caso seus responsáveis não detenham 
meios para arcar com tais obrigações.A afirmativa III está correta, pois de fato ainda que não haja culpa de sua parte, os pais responderão pelos 
atos praticados pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua 
parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
O dispositivo 932 consagra uma situação de responsabilidade por ato de terceiro. Ao responsabilizá-las, 
não se exclui a responsabilidade do causador do dano de reparar a lesão causada, e sim tem-se o intuito de 
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facilitar a reparação do dano causado. Ocorre, no caso, a solidariedade entre o causador do dano e o 
terceiro responsável por seus atos. 
Portanto, apenas a afirmativa III é verdadeira, enquanto as afirmativas I e II são falsas 
A alternativa C está correta. 
As alternativas A, B, D e E estão incorretas, consequentemente. 
23. (FGV/ MPE-RJ – 2014) O Código Civil, em matéria de responsabilidade civil, estabelece: 
a) A responsabilidade objetiva por fato de terceiro; 
b) Parâmetros tarifados para as indenizações por dano moral, de acordo com a gravidade da ofensa reparada 
e o nível socioeconômico dos envolvidos; 
c) A culpa presumida dos responsáveis por fato de terceiro; 
d) A total dependência entre as responsabilidades civil e criminal; 
e) O fim da previsão da culpa como pressuposto do dever de indenizar. 
Comentários 
A alternativa A está correta, pois de fato o Código Civil estabelece um rol acerca da responsabilidade 
objetiva por fato de terceiro, no art. 932 do CC: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que 
lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo 
para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 
Na responsabilidade objetiva, o dever de indenizar ocorre de forma independente de culpa ou dolo, basta 
tão somente que se configure o nexo causal daquela atividade com o objetivo atingido. O nexo causal é o 
vínculo que ocorre entre o ato e a consequência, sendo analisado para que se comprove que um 
determinado ato de fato levou a certa consequência. 
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A alternativa B está incorreta, dado que não existem parâmetros tarifados para o cálculo de indenização, 
conforme o Art. 944: 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz 
reduzir, equitativamente, a indenização. 
Conforme o dispositivo, a indenização é medida de acordo com a extensão do dano causado. Sendo assim, 
a indenização não pode ser fixada em um montante inferior à diminuição patrimonial que o ofendido 
sofreu, sob pena de que certa parte do risco fique sem reparação. No entanto, tal limite também não pode 
ser superado, pois seria uma forma de enriquecimento sem causa. 
A alternativa C está incorreta, pois não se estabelece pelo código a culpa presumida, mas, sim, a 
responsabilidade objetiva. 
Considera-se a culpa presumida como uma forma de solução transacional, na qual se considera não perder 
a culpa a condição de suporte da responsabilidade civil, embora ocorram indícios de sua degradação como 
um elemento fundamental da reparação, e se notem fatores e consideração da vítima como o centro da 
estrutura ressarcitória, devendo se atentar diretamente às condições do lesado e a necessidade de ser 
indenizado. 
Já como responsabilidade objetiva entende-se aquela no qual o dever de indenizar será ocorrente 
independentemente da comprovação do dolo ou da culpa, bastando tão somente que se configure o nexo 
causal de tal atividade com o objetivo atingido. O nexo causal é analisado de forma a buscar um vínculo 
entre um ato e uma consequência, de forma a confirmar que tal consequência decorreu por conta da 
realização do ato. 
A alternativa D está incorreta, dado que o código não estabelece a total dependência entre as 
responsabilidades civil e criminal, e sim sua independência. 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a 
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo 
criminal. 
A responsabilidade civil configura-se como a responsabilidade de reparar um dano moral ou material 
causado a alguém, sendo este dano decorrente da prática de um ato ilícito. 
Por sua vez, a responsabilidade criminal é o dever jurídico de responder pela ação delituosa que recai sobre 
o agente imputável. Ao cometer um delito, um indivíduo considerado responsável será submetido a uma 
pena. 
A imputabilidade do indivíduo ocorre quando o agente possui o discernimento para entender o ato como 
ilícito e de agir conforme este entendimento. Pode, o agente imputável, ser acusado por meio de queixa, 
crime ou denúncia do órgão público, e deve responder por tal. No ordenamento brasileiro qualquer 
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indivíduo com mais de 18 anos, tendo o pleno gozo de suas funções neuro psíquicas, é considerado 
imputável. 
A alternativa E está incorreta, pois o Código Civil não dispõe acerca do fim da previsão da culpa como 
pressuposto do dever de indenizar, pois nos casos de responsabilidade subjetiva a culpa será avaliada para 
o dever de indenizar. 
A responsabilidade subjetiva é caracterizada quando o causador de um determinado ato ilícito atinge tal 
resultado por conta do dolo ou culpa de sua conduta, sendo obrigado a indenizar o dano causado apenas 
se sua responsabilidade for consumada. Portanto, é evidente que, havendo a responsabilidade subjetiva, a 
culpa é um dos fatores determinantes para que seja imposto sob o agente causador do dano o dever de 
indenizar. 
24. (FGV/ DPE-DF – 2014) Vânia submeteu-se a uma intervenção cirúrgica na qual, em decorrência da 
imperícia de Carlos, Vanessa e Fabrício, três médicos que participavam da operação, sofreu sérios danos 
físicos. Caracterizada a responsabilidade civil dos médicos em questão, pode-se afirmar que a indenização: 
a) Tem que ser exigida separadamente de cada um dos autores do fato lesivo. 
b) Pode ser exigida apenas de um dos autores do fatos, isentando os demais da responsabilidade. 
c) Pode ser exigida apenas de dois dos autores, isentando o terceiro da responsabilidade. 
d) Pode ser exigida apenas de um dos autores, o qual exercerá direito regressivo perante os demais. 
e) Tem que ser exigida dos três autores dos fatos conjuntamente, cada qual na proporção de sua 
responsabilidade. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que a indenização não tem de ser requerida de cada um dos autores 
do ato lesivo de forma separada, podendo ser exigida de apenas de um dos autores, o qual exercerá direito 
regressivo perante os demais. Ocorre desta forma pois há entre os agentes que cometeram a lesão a 
responsabilidadesolidária. 
Se configura como responsabilidade solidária a obrigação compartilhada por várias partes de forma 
relativa. Quando existe uma responsabilidade solidária, uma pessoa tem o direito de reclamar o 
pagamento de uma dívida ou o ressarcimento de um dano a qualquer um dos responsáveis ou inclusive a 
todos eles, sem que nenhum se possa recusar para evadir a sua responsabilidade. 
O direito regressivo se caracteriza como o direito de um agente de ser ressarcido do prejuízo que arcou por 
inteiro, no caso da responsabilidade solidária, podendo requerer dos outros devedores suas respectivas 
partes. 
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A alternativa B está incorreta, pois a indenização poderá ser exigida apenas de um dos autores, ficando 
este com a possibilidade de exercer o direito regressivo sob os demais, não ficando ninguém isento da 
responsabilidade. 
O direito regressivo é o direito que o devedor qual quitou a dívida de forma integral possui de cobrar os 
demais devedores para que paguem suas respectivas parcelas, no caso da responsabilidade solidária. Esta 
se caracteriza como sendo a responsabilidade na qual há um obrigação compartilhada por mais de uma 
parte, e o credor pode se valer de qualquer uma das partes para que efetue a cobrança da dívida, de forma 
integral, ou cobrar de todos suas respectivas parcelas. 
A alternativa C está incorreta, visto que nenhum dos médicos fica isento da responsabilidade de 
indenização, pois a responsabilidade tida no caso é solidária. 
A responsabilidade solidária é aquela na qual duas ou mais pessoas ficam responsabilizadas por uma certa 
obrigação, e o credor de tal obrigação tem o direito de cobrar de forma integral o valor da dívida de 
qualquer um dos responsáveis. Desta forma, o devedor que arcou com a dívida integral poderá exigir dos 
demais devedores o ressarcimento das demais parcelas. 
A alternativa D está correta, pois de fato a indenização pode ser exigida apenas de um dos autores, o qual 
exercerá direito regressivo perante os demais. 
O direito regressivo se caracteriza como o direito de um agente de ser ressarcido do prejuízo que arcou por 
inteiro, no caso da responsabilidade solidária, podendo requerer dos outros devedores suas respectivas 
partes. A responsabilidade solidária implica que em uma determinada obrigação há várias partes 
responsabilizadas pela dívida e, portanto, deverão todas arcar com esta. 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação 
do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no 
art. 932. 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua 
quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as 
partes de todos os codevedores. 
A alternativa E está incorreta, dado que a obrigação pode, mas não tem obrigação de ser exigida de todos 
no caso de haver a responsabilidade solidária, e o paciente em questão não dispõe da capacidade de aferir 
a proporção da responsabilidade dos médicos diante da operação cirúrgica. 
A responsabilidade solidária é a obrigação partilhada por várias pessoas. No caso de haver a 
responsabilidade solidária, o credor tem o direito de exigir o pagamento da uma dívida ou o ressarcimento 
de um dano a qualquer um dos responsáveis ou inclusive a todos eles, sem que nenhum se possa recusar 
para evadir a sua responsabilidade. 
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25. (FGV/ DPE-DF – 2014) Verônica conduzia seu veículo automotor pela sua mão de direção, quando 
foi obrigada a desviar de um caminhão desgovernado que seguiu em rota de colisão com o seu carro. Ao 
desviar, Verônica acabou colidindo com o veículo de Jorge, que estava na via secundária, em velocidade 
moderada e em estrita observância das leis de trânsito. Nesse caso é correto afirmar que: 
a) Há responsabilidade civil de Verônica pelos danos causados ao veículo de Jorge, podendo exigir 
regressivamente o valor que indenizar do proprietário ou condutor do caminhão. 
b) Há responsabilidade civil subsidiária de Verônica, caso o dono ou condutor do caminhão não indenize 
Jorge. 
c) Não há responsabilidade civil de Verônica, já que agiu em estado de necessidade. 
d) Não há responsabilidade civil de Verônica, em virtude da ausência de culpa. 
e) Não há responsabilidade civil de Verônica, já que em relação a ela se verifica um caso de força maior. 
Comentários 
A alternativa A está correta, dado que se trata de um caso de estado de necessidade, que, embora não 
seja considerado um ato ilícito, gera a necessidade de reparar o prejuízo. Assim, o autor do dano 
responderá perante o lesado se este não foi o responsável pela situação de perigo. Mas Verônica poderá 
exigir regressivamente o valor que indenizar do proprietário ou condutor do caminhão. 
O estado de necessidade é estado no qual alguém se encontra em uma situação na qual tem de praticar 
um fato, que em outra situação seria ilícito, para que retire de cena um perigo eminente, não sendo o ato 
ilícito provocado por sua vontade, e nem poderia ser evitado de outro modo o sacrifício do direito próprio 
ou de outrem. Para melhor entendimento, considera-se um acidente provocado por um motorista que, ao 
estar trafegando em uma rodovia, jogou seu automóvel em cima de outro para desviar de um pedestre que 
estava no meio da pista. O perigo eminente, no caso, seria o atropelamento do pedestre, e o dano é a 
colisão entre os dois veículos, sendo que o motorista se viu no estado de necessidade de desviar do 
pedestre. 
A alternativa B está incorreta, pois a responsabilidade de Verônica não é subsidiária. 
A responsabilidade subsidiária ocorre quando o benefício de uma parte se torna responsabilidade de outra, 
considerando que no momento a outra parte não dispõe da capacidade de arcar com a dívida. 
Verônica, se arcar com a indenização, poderá utilizar-se do direito de regressão para exigir o ressarcimento 
do proprietário ou condutor do caminhão, pois o dano que causou foi mediante um estado de perigo. 
O direito de regressão é o qual uma parte, tendo arcado com uma indenização, pode cobrar da outra parte 
qual é responsável pelo ato ilícito, ou, no caso, por ter colocado Verônica estado de perigo, o 
ressarcimento do montante que desembolsou para o pagamento de indenização. 
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O estado de necessidade se configura como sendo uma situação na qual o agente se vê na obrigação de 
desviar ou evitar um perigo eminente, ocasionando um ato ilícito para evitar um maior dano. Como 
exemplo, considera-se um motorista que, para desviar de um pedestre, joga seu automóvel em um 
estabelecimento, causando danos a este, a fim de evitar o dano maior que seria o atropelamento. 
A alternativa C está incorreta, visto que há responsabilidade civil de Verônica, mesmo que tenha agido em 
estado de necessidade, porém Verônica poderá utilizar seu direito regressivo para reaver o valor da 
indenização do condutor ou proprietário do caminhão que a colocou em estado de necessidade. 
O direito de regressão caracteriza-se quando uma parte arca com uma indenização de forma integral, e 
portanto pode cobrar da outra parte qual é responsável pelo ato ilícito, ou, conforme o ocorrido no caso, 
por ter colocado Verônica estadode perigo, o ressarcimento do montante que desembolsou para o 
pagamento de indenização. 
O estado de necessidade ocorre em uma situação na qual o agente se vê na obrigação de desviar ou evitar 
um perigo eminente, ocasionando um ato ilícito para evitar um maior dano. Como exemplo, considera-se 
um motorista que, para desviar de um pedestre, joga seu automóvel em um estabelecimento, causando 
danos a este, a fim de evitar o dano maior que seria o atropelamento. 
A alternativa D está incorreta, pois há responsabilidade civil de Verônica, não havendo ausência de culpa, 
já que ela causou o acidente, mas devido o estado de perigo, a indenização pode ser reavida sob o 
condutor ou proprietário do caminhão, utilizando-se do direito de regressão. 
O estado de necessidade decorre de uma situação na qual o agente se vê na obrigação de desviar ou evitar 
um perigo eminente, cometendo um ato ilícito para evitar um maior dano. Como exemplo, considera-se 
um motorista que, para desviar de um pedestre, joga seu automóvel em um outro carro, causando danos a 
este, a fim de evitar o dano maior que seria o atropelamento do pedestre. 
Pelo dano causado ao carro de Paulo, Verônica deverá ressarci-lo, mas poderá cobrar do condutor ou 
proprietário do caminhão o valor pago, pois a responsabilidade pelo dano recai sob eles. 
A alternativa E está incorreta, dado que recai a responsabilidade sob Verônica, não ocorrendo o caso de 
força maior, e sim o estado de necessidade. 
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou 
por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Art. 24 CP) 
Os casos de força maior são caracterizados como os fatos humanos ou naturais, que podem até ser 
previstos, mas mesmo assim não podem ser impedidos. 
26. (FGV/ DPE – RJ – 2014) Vânia se hospedou em determinado hotel. Ocorre que seus pertences foram 
furtados por outro hóspede, que em seguida deixou o estabelecimento. É correto afirmar que 
a) Não há responsabilidade civil do hotel, por se tratar de fato de terceiro. 
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b) Haverá responsabilidade civil do hotel se ficar demonstrada culpa. 
c) Haverá responsabilidade civil do hotel se o contrato de hospedagem de Vânia for por escrito. 
d) Há responsabilidade civil do hotel independentemente de culpa. 
e) Não há responsabilidade civil do hotel por se tratar de força maior. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que haverá responsabilidade do hotel, independentemente de se 
tratar de fato de terceiro, e mesmo sendo independente de culpa, pois ocorre no caso a responsabilidade 
objetiva. 
A responsabilidade objetiva imputa que há o dever de indenizar de forma independente da comprovação 
de culpa ou dolo, no caso de ser configurado o nexo causal. O nexo causal analisa se determinada ação 
tem, de fato, ligação com a consequência danosa, para que seja dada a obrigação de indenizar. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo 
para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
Há a obrigação civil de reparo do dano, de forma independente de culpa, nos casos que são expressos em 
lei, ou quando há uma atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano que implica, por sua 
natureza, em um risco para os direitos de outrem. 
A alternativa B está incorreta, pois haverá responsabilidade civil do hotel independentemente de ficar 
demonstrada culpa, dado que no caso ocorre a responsabilização objetiva do hotel. 
A responsabilidade objetiva se configura pelo dever de indenizar de forma independente de culpa ou dolo, 
bastando que fique configurado o nexo causal de tal atividade com o objetivo atingido. O nexo causal é o 
termo que estabelece o vínculo entre uma ação e uma consequência, ou seja, analisa se de fato 
determinada ação ocasionou a consequência danosa, para que então seja imputada a obrigação de 
indenizar. 
A alternativa C está incorreta, visto que haverá responsabilidade civil do hotel independentemente de o 
contrato de hospedagem de Vânia for por escrito, pois não há tal premissa na responsabilização objetiva. 
Na responsabilidade objetiva, o dever de indenizar se dará independentemente da comprovação de dolo 
ou culpa, bastando que fique configurado o nexo causal daquela atividade com o objetivo atingido. O nexo 
causal é a relação analisada entre o ato e a consequência, para que se confirme que a consequência ilícita 
decorreu de fato do ato em questão, para que somente então seja aplicada a obrigação de indenizar. 
A alternativa D está correta, pois devida a responsabilidade objetiva, há a responsabilidade civil do hotel 
de forma independente de culpa. 
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Trata-se de um caso de responsabilidade objetiva, de acordo com o art. 932 do CC: 
Responsabilidade por fato de terceiro, art. 932: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que 
lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo 
para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 
A responsabilidade objetiva é caracterizada pelo dever de indenizar de forma independente de culpa ou 
dolo, bastando somente que se configure o nexo causal de tal atividade com o objetivo atingido. O nexo 
causal é o termo que estabelece o vínculo entre uma ação e uma consequência, ou seja, analisa se de fato 
determinada ação ocasionou a consequência danosa, para que então seja imputada a obrigação de 
indenizar. 
A alternativa E está incorreta, dado que há responsabilidade civil do hotel, por se tratar de 
responsabilidade objetiva, e não de força maior. 
A responsabilidade objetiva é a responsabilidade que advém da prática de um ato ilícito ou de uma 
violação ao direito de outrem, qual pode ser provada e questionada em juízo, porém independe da 
aferição de culpa ou dolo do agente, bastando tão somente que seja avaliado o nexo causal. O nexo causal 
estabelece o vínculo entre o ano e a consequencial, avaliando se o dano decorreu da realização do ato, de 
fato, para que seja imputada a indenização. 
27. (FGV/ TJ–AM – 2013) Pedro cometeu um ilícito penal que ainda está sendo objeto de processo 
criminal. Maria, vítima desse ilícito penal, decide ingressar com uma ação indenizatória no Juízo Cível em 
face de Pedro. 
Considerando o caso descrito, analise as afirmativas a seguir. 
I. A jurisdição cível e a criminal não se intercomunicam. 
II. Somente após o trânsito em julgado da sentença condenatória, é que correrá a prescrição para 
ajuizamento da ação indenizatória. 
III. Em razão de expressa previsão legal, a jurisdição criminal repercute de modo absoluto na cível quando 
reconhece o fato ou a autoria. 
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Assinale: 
a) Se somente a afirmativa III estiver correta. 
b) Se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.c) Se somente a afirmativa II estiver correta. 
d) Se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
e) Se somente a afirmativa I estiver correta. 
Comentários 
A afirmativa I está incorreta, pois a independência entre a jurisdição cível e a criminal é relativa. 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a 
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo 
criminal. 
Trata-se do princípio da independência relativa da responsabilidade civil em relação à criminal. O indivíduo 
poderá não ser penalmente responsabilizado e, no entanto, ser obrigado a reparar o dano civil ou, vendo 
por outra ótica, a pessoa poderá ser civilmente responsável, sem ter que prestar contas de seu ato na 
esfera criminal. 
A afirmativa II está correta, dado que para a satisfação da obrigação de indenizar é necessário propor ação 
de indenização no juízo civil, com fundamento na sentença penal condenatória com trânsito em julgado. 
Por isso que o prazo prescricional, para ajuizamento da ação indenizatória, só começará a correr após o 
trânsito em julgado da sentença condenatória. 
Trânsito em julgado é uma expressão que define uma decisão (sentença ou acórdão) de que não se pode 
mais recorrer, seja porque já passou por todos os recursos possíveis, seja porque o prazo para recorrer 
terminou. 
A sentença é o ato do juiz que extingue o processo com ou sem resolução de mérito, ou que rejeita ou 
acolhe os pedidos do autor. Sendo assim, define-se como a decisão do juiz sobre os pedidos formulados na 
petição inicial, ainda que o processo prossiga em outra instância. 
A afirmativa III está correta, pois de fato por conta de expressa previsão legal, a jurisdição criminal 
repercute de modo absoluto na cível quando reconhece o fato ou a autoria. 
De acordo com o art. 935: 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a 
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo 
criminal. 
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Conforme o dispositivo, considera-se que um mesmo fato pode ser inserido no suporte normativo de duas 
ou mais normas jurídicas. Sendo assim, pode ocorrer de dois juízes serem chamados para decidirem, 
paralela e simultaneamente, sobre o mesmo fato e sobre os distintos efeitos jurídicos que decorrerem 
dele. No entanto, cada um dos juízes deve se guiar pela sua própria convicção, podendo o caso ser levado a 
um julgamento contraditório entre as duas decisões. Por conta disso, é necessário que a decisão entre os 
dois seja disciplinada, para que se mantenha a harmonia. Sendo assim, os juízos penais e civis são 
independentes, mas sempre que os fatos julgados por um juízo penal sejam relevantes para o julgador civil, 
a declaração do juízo penal fica inafastável. 
A alternativa D está correta. 
As alternativas A, B, C e E estão incorretas, consequentemente. 
28. (FGV/ FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE – 2013) Em caso de responsabilidade, deverá haver o 
ressarcimento do prejuízo experimentado pela vítima. 
A respeito da indenização, assinale a afirmativa correta. 
a) No caso de homicídio, a indenização consiste, apenas, na prestação de alimentos às pessoas a quem o 
morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. 
b) Ocorrendo lesão à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros 
cessantes até ao fim da convalescença, bem como os demais prejuízos que o ofendido prove haver sofrido. 
c) A indenização é medida pela extensão do dano e mesmo havendo excessiva desproporção entre a 
gravidade da culpa e o dano, o juiz não poderá reduzir, equitativamente, a indenização. 
d) Nos casos em que a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será 
fixada tendo-se em conta apenas a extensão do dano 
e) Caso a ofensa resulte em defeito em razão do qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, 
ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, o prejudicado não poderá exigir que a indenização seja arbitrada 
e paga de uma só vez. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que no caso de homicídio, a indenização consiste tanto na prestação 
de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da 
vítima, quanto no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família 
Art. 948, CC, no caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: 
I. no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; 
II. na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração 
provável da vida da vítima. 
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É obvio que os valores deverão ser pagos para aquele que houver, de forma efetiva, despendido os valores. 
O dispositivo trata acerca do chamado “dano de ricochete”, no qual deverão ser indenizados aqueles que 
eram dependentes do falecido, de forma econômica. Os danos deste caso podem ser tanto moral quanto 
moral. 
A alternativa B está correta, pois de fato ocorrendo lesão à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das 
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, bem como os demais 
prejuízos que o ofendido prove haver sofrido. 
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do 
tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o 
ofendido prove haver sofrido. 
A medida de ressarcimento se protrai no tempo até que haja uma recuperação efetiva da vítima, podendo 
haver agravo ou atenuação, de acordo com o estado da lesão acarretada. 
A alternativa C está incorreta, visto que a indenização é medida pela extensão do dano, no entanto, se 
houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, o juiz poderá reduzir, 
equitativamente, a indenização. 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz 
reduzir, equitativamente, a indenização. 
Conforme o dispositivo, considera-se a regra de que a indenização é medida pela extensão do dano. Ou 
seja, a indenização não pode ser fixada em um montante inferior à diminuição patrimonial que o ofendido 
sofreu, sob pena de parte do dano sofrido ficar sem uma reparação. Não pode também, no entanto, a 
fixação ultrapassar tal limite, pois seria uma forma de enriquecimento sem causa. 
A alternativa D está incorreta, pois nos casos em que a vítima tiver concorrido culposamente para o evento 
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade da culpa da vítima em confronto com 
a do autor do dano. 
art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada 
tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. 
Conforme o dispositivo, não apenas a culpa do ofensor irá servir como parâmetro para a redução do 
montante da dívida. Caso a vítima tenha tido participação no evento danoso, a indenização deve ser 
proporcionalmente reduzida em razão do grau de culpa da vítima. Uma vez que tal hipótese for 
reconhecida, de culpa concorrente da vítima, não há liberdade para o julgador optar de forma livre por 
reduzir ou não o montante da indenização, como lhe seria permitido em um juízo de equidade. No caso de 
haver culpa concorrente da vítima, a divisão da indenização é impositiva. 
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A alternativa E está incorreta, dado que não se pode dizer que no caso de a ofensa resultar em defeito em 
razão do qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de 
trabalho, o prejudicado não poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez, pois na 
hipótese da questão o prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de 
uma só vez. 
Art. 950. Se dá ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou 
se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros 
cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que 
se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma 
só vez. 
29. (FGV/ TJ-AM – 2013) Assinale a afirmativa que não é excludente do nexo causal. 
a) A culpa exclusiva da vítima 
b) A menoridade do autor do dano 
c) A culpa de terceiro 
d) Por caso fortuito 
e) Por força maior 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dado que a culpa exclusiva da vítima é um excludente do nexo causal. 
O nexo causal é um vínculo que liga o efeito à causa de um ato, ou seja, vincula a ação ao fato de ter 
ocorrido certo dano, podendo ser movido por ação, voluntária, negligência ou imprudência do agente 
causador do dano. 
A culpa exclusiva se configura quando a vítima provoca por si mesma o resultado lesivo, sendo excluído o 
nexo causal do ato e, portanto, a própria responsabilidade civil. 
A alternativa B está correta, pois a menoridade do autor do dano não é uma forma de exclusão do nexo 
causal. 
As causas de exclusão do nexo causal se dão nos casos em que há a impossibilidade superveniente do 
cumprimento da obrigação não imputáveis ao devedor ou agente. Essa impossibilidade ocorre nos casos 
de: estado de necessidade, legítima defesa, exercício regular de direito e estrito cumprimento do dever 
legal, fato exclusivo da vítima, fato de terceiro, caso fortuito e força maior. 
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O estado de necessidade exclui o autor da ilicitude por danos, no caso de ter ocorrido a deterioração ou 
destruição da coisa alheia, ou lesão à pessoa, com o intuito de remover um perigo eminente. Para que 
ocorra, é necessário que o perigo não tenha sido causado de forma voluntária, e que este tenha sido 
inevitável. Para que seja confirmado, é fundamental que as circunstâncias o tenham colocado de forma 
absolutamente necessária e que os limites do indispensável não tenham sido excedidos para a remoção do 
perigo. 
A legítima defesa, é o exercício que o agente pratica ao defender seu direito de vida, integridade corporal, 
honra, liberdades, patrimônio, etc. Ou seja, é o ato que, mesmo sendo considerado ilícito em outra 
situação, é válido pois o agente se encontra em situação extrema onde a defesa de seus direitos é 
necessária. Para que seja legitimado o ato de legítima defesa, deve existir uma agressão injusta, atual ou 
iminente, a direito próprio ou de outrem, acompanhados do animus defendendo, ou seja, da vontade de 
defender aquilo que está sendo agredido ou ofendido. 
O exercício regular de direito e estrito cumprimento do dever legal, é um fato típico que tem sua ilicitude 
afastada pelo ordenamento jurídico. A conduta em si é classificada como crime, mas por opção legislativa, 
passa a ser considerada como um direito de agir em certo caso específico. 
O fato exclusivo da vítima, é aquele no qual a vítima, por conta própria, ocasiona o resultado lesivo, sendo 
excluído o nexo causal e a responsabilidade civil. 
O fato de terceiro se configura como a ação ou omissão de um terceiro, não sendo este parte na relação 
contratual, mas que pode ser alegado por uma das partes para que seja eximido de determinada 
obrigação. 
O caso fortuito ou de força maior ocorre quando existe determinada ação geradora de consequências, 
efeitos imprevisíveis, impossíveis de serem evitados ou impedidos. 
A alternativa C está incorreta, visto que a culpa de terceiro é uma das formas excludentes do nexo causal. 
A culpa de terceiro se configura como a ação ou omissão de um terceiro, não sendo este parte na relação 
contratual, mas que pode ser alegado por uma das partes para que seja eximido de determinada 
obrigação. 
O nexo causal é configurado como um vínculo que atrela o efeito à causa de um ato, ou seja, liga a ação ao 
fato de ter ocorrido certo dano, podendo ser movido por ação, voluntária, negligência ou imprudência do 
agente causador do dano. 
A alternativa D está incorreta, pois o caso fortuito se configura como um fator excludente do nexo causal. 
O caso fortuito é o evento proveniente de ato humano, imprevisível e inevitável, que impede o 
cumprimento de uma obrigação, tais como: a greve, a guerra, o engarrafamento, etc. 
O nexo causal é um termo diretamente ligado à obrigação de indenização dos danos causados a outrem. É 
um requisito essencial para que haja a responsabilização de uma pessoa sob determinado ato, com 
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obrigação de indenizá-lo. Estabelece-se, pelo nexo causal, a relação entre a causa e consequência do ato, 
ou seja, determina se um determinado fato causou realmente determinado resultado. 
A alternativa E está incorreta dado que a força maior é configurada como um excludente do nexo causal. 
A força maior é um evento previsível ou imprevisível, porém inevitável, decorrente das forças da natureza, 
como o raio, a tempestade, etc. 
O nexo causal é ligado de forma direta ao dever de indenizar alguém dos danos causados a este. A análise 
do nexo causal é essencial para que haja a responsabilização de uma pessoa sob determinado ato, com 
obrigação de indenizá-lo. É estabelecido, por meio do nexo causal, a relação entre causa e consequência do 
ato, determinando se o fato causou realmente um determinado resultado. 
30. (FGV / SEFAZ-RJ – 2011) A respeito dos atos unilaterais descritos no Código Civil, é correto afirmar 
que 
a) aquele que indevidamente recebeu, ainda que de boa–fé, determinado imóvel e o aliena por título 
oneroso, responderá não só pelo valor do imóvel como também por perdas e danos. 
b) contrai obrigação de cumprir o prometido aquele que, por meio de anúncios públicos, se compromete a 
recompensar a quem preencher certa condição. 
c) é possível exigir a repetição do que se pagou por uma dívida prescrita. 
d) não se admite a intervenção na gestão de negócio alheio daquele que não tenha sido autorizado pelo 
interessado. 
e) a restituição, na hipótese de enriquecimento sem causa, será devida, salvo se a causa que tenha justificado 
o enriquecimento deixe de existir. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme o art. 879: “Se aquele que indevidamente recebeu um imóvel o 
tiver alienado em boa-fé, por título oneroso, responde somente pela quantia recebida; mas, se agiu de má-
fé, além do valor do imóvel, responde por perdas e danos”. 
A alternativa B está correta, segundo o art. 854: “Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a 
recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai 
obrigação de cumprir o prometido”. 
A alternativa C está incorreta, na literalidade do art. 882: “Não se pode repetir o que se pagou para solver 
dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível”.A alternativa D está incorreta, como é possível se extrair do art. 867: “Se o gestor se fizer substituir por 
outrem, responderá pelas faltas do substituto, ainda que seja pessoa idônea, sem prejuízo da ação que a ele, 
ou ao dono do negócio, contra ela possa caber”. 
A alternativa E está incorreta, na norma do art. 885: “A restituição é devida, não só quando não tenha havido 
causa que justifique o enriquecimento, mas também se esta deixou de existir”. 
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LISTA DE QUESTÕES 
FGV 
1. (FGV - MPE-RJ - Estágio Forense- 2018) Junior, menor de 15 anos de idade, conduzindo uma 
bicicleta, sem freios e em velocidade exagerada, atropela Maria, 85 anos, causando-lhe graves lesões e 
invalidez permanente. Diante de tal situação de fato, assinale a afirmativa correta. 
(A) O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação 
de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
(B) O incapaz nunca responde pelos prejuízos que causar, independentemente de as pessoas por ele 
responsáveis terem obrigação de fazê-lo ou meios suficientes. 
(C) A responsabilidade civil não é independente da criminal, podendo-se questionar a qualquer tempo sobre 
a existência do fato, ou sobre sua autoria, mesmo que essas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
(D) Se houver excessiva desproporção entre o grau de culpa e o dano, não poderá o juiz reduzir 
equitativamente a indenização. 
(E) Eventual indenização não compreenderá as despesas de tratamento, lucros cessantes e pensionamento. 
 
2. (FGV / TJ-AL – 2018) Em 31 de janeiro de 2018, Renato, avisado por amigos, acessou sua rede social 
e verificou que Felipe, seu desafeto, dirigiu-lhe palavras de baixo calão, desonrando-o, mediante postagem 
pública ocorrida em 22 de janeiro de 2018. Em 05 de fevereiro do mesmo ano, Felipe recebe notificação 
de Renato, solicitando que fosse apagada a mensagem desonrosa. Ante a inércia de Felipe, Renato ajuíza, 
em 09 de março de 2018, ação pleiteando a retirada da mensagem, bem como a condenação de Felipe ao 
pagamento de indenização pelos danos morais sofridos. 
A mora da obrigação de indenizar é verificada: 
a) em 31 de janeiro de 2018; 
b) em 22 de janeiro de 2018; 
c) quando do trânsito em julgado da sentença; 
d) em 05 de fevereiro de 2018; 
e) em 09 de março de 2018. 
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3. (FGV / CÂMARA DE SALVADOR – BA – 2018) A Fundação Memória do Escritor (FME), pessoa jurídica 
de direito privado, mantém acervo de livros raros e, mediante cobrança de simbólico preço, expõe sua 
biblioteca à visitação regular. Marcos, adolescente de 15 anos, quando visitava o acervo desacompanhado 
de seus pais ou outro representante, sofre ferimentos em seu braço em decorrência da queda de reboco 
na sala de visitação da FME. A Fundação formula escusas pelo ocorrido e oferece a Marcos a visitação livre 
e gratuita por um ano, o que é imediatamente por ele aceita. 
Ao chegar em casa, seus pais, inconformados com o acidente, pretendem postular para Marcos 
indenização pelos danos comprovadamente por ele sofridos, a qual: 
a) terá seus encargos moratórios iniciados após a fixação do valor reparatório; 
b) será devida pela FME mediante a demonstração de culpa; 
c) não será devida, visto que já extinta a obrigação reparatória por transação; 
d) terá seus encargos moratórios iniciados após o ajuizamento da demanda; 
e) será devida independentemente de culpa. 
4. (FGV / AL-RO – 2018) Com relação ao estudo do direito dos danos, analise as afirmativas a seguir. 
I. O dano imaterial decorrente da prática de bulliyng, também chamado de assédio escolar, pode acarretar 
a responsabilidade civil dos genitores da criança que o pratica, assim como do estabelecimento de ensino. 
II. Uma pessoa privada completamente de discernimento não pode sofrer dano moral por ofensa ao direito 
à imagem. 
III. Se um objeto cai de uma janela de um apartamento edifício e não é possível identificar a unidade de 
onde o mesmo foi lançado, a vítima do dano pode demandar do condomínio, aplicando-se no caso a teoria 
da causalidade alternativa. 
Está correto o que se afirma em 
a) II, somente. 
b) III, somente. 
c) I e II, somente. 
d) I e III, somente. 
e) I, II e III. 
5. (FGV / TJ-AL – 2018) Alessandra, ao passar ao lado do prédio em que se encontra estabelecido o 
Condomínio do Edifício Praia Bonita, é atingida por um carrinho de brinquedo, proveniente do alto da 
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edificação. Ao olhar para cima, vê crianças saindo da janela do apartamento 502, mas não pode afirmar 
ao certo de onde veio o objeto. 
Nessas circunstâncias, responde pelos danos sofridos por Alessandra: 
a) o síndico do condomínio; 
b) o morador do apartamento 502; 
c) o responsável pelas crianças do apartamento 502; 
d) ninguém, pois inimputáveis os prováveis autores do dano; 
e) o condomínio. 
6. (FGV / AL-RO – 2018) Veridiana, modelo fotográfica, passava pela Rua Sete de Setembro quando, 
repentinamente, foi atingida por um cinzeiro em sua testa, que caiu de uma das janelas do Condomínio 
do Edifício Palmeiras, o qual possui apenas um apartamento em cada um de seus andares. O golpe 
terminou por deixar uma cicatriz irreversível no rosto de Veridiana, que deixou de cumprir contratos 
profissionais. Sobre a responsabilidade civil no caso concreto é correto afirmar que: 
a) por ser responsabilidade subjetiva, não imputa culpa ao Condomínio pelos danos causados por unidade 
autônoma. 
b) impossível a cumulação, no caso concreto, de danos morais e danos estéticos. 
c) não poderá o condomínio ser responsabilizado, pois o nexo causal é afastado por fato de terceiro. 
d) ante a impossibilidade de identificar o autor do ato, o condomínio deverá responder pelo dano causado. 
e) ainda que se identifique, posteriormente, a unidade autônoma que produziu o dano, inexiste direito de 
regresso. 
7. (FGV / CÂMARA DE SALVADOR – BA – 2018) Marta, adolescente de 14 anos, recebeu vultosa 
herança que seu tio, solteiro e sem filhos, destinou-lhe por testamento. A seus pais, pessoas de poucos 
recursos financeiros, coube o usufruto e a administração legais dos bens de sua filha. Certo dia, chateada 
com Carla, sua amiga de escola, Marta cria perfil falso em rede social e passa a atentar contra a imagem e 
honra de sua amiga, o que veio a ser descoberto pelos pais de Carla. Inconformados, os pais de Carla, 
representando sua filha, ajuízam ação judicial com pedido de reparação de danos morais em face dos pais 
de Marta, o qual: 
a) não deverá ser acolhido, visto que o dano foi causado por pessoa absolutamente incapaz; 
b) caso acolhido, e se os pais de Marta não tiverem recursos próprios para o pagamento da indenização, 
caberá a declaração de sua insolvência; 
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c) na hipótese de acolhimento, e caso os bens dos pais de Marta e os próprios da adolescente não forem 
suficientes para a satisfação da condenação, a obrigação será extinta; 
d) não deverá ser acolhido, pois a vítima é pessoa absolutamente incapaz; 
e) se acolhido, e se os pais de Marta não tiverem recursos próprios para satisfação da obrigação, Marta 
pagará a indenização, desde que não comprometa o seu sustento. 
8. (FGV/ COMPESA – 2016) Luiz dirigia o seu automóvel por uma via pública efreou o carro cuidadosa 
e lentamente ao chegar a um cruzamento. Um caminhão de uma transportadora que vinha logo atrás dele, 
contudo, colidiu na traseira do seu veículo, em virtude de o motorista ter se distraído ao volante com o 
seu telefone celular. 
Tendo em vista os fatos descritos, analise as afirmativas a seguir. 
I. Luiz pode propor ação indenizatória com vista a ser ressarcido dos prejuízos decorrentes do acidente em 
face da transportadora, ainda que esta não tenha agido com culpa na escolha do motorista que guiava o 
caminhão. 
II. Se o pedido for julgado procedente, a indenização deverá ser acrescida de juros de mora contados desde 
a data do acidente, ainda que Luiz demore a propor a ação, respeitado o prazo prescricional da sua 
pretensão. 
III. O prazo prescricional para a propositura da ação indenizatória é de cinco anos, a contar da data do 
acidente. 
Está correto o que se afirma em 
a) I, apenas. 
b) I e II, apenas. 
c) II e III, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) I, II e III. 
9. (FGV/ MPE-RJ – 2016) Gisele, quinze anos de idade, modelo e atriz de sucesso, com ótima condição 
econômica, após se aborrecer com o vizinho de seu pai, pegou um paralelepípedo e quebrou o vidro do 
para-brisa dianteiro de um veículo AUDI ano 2016, que se encontrava estacionado em frente a sua 
residência. Considerando que Gisele reside com seu pai, que é separado judicialmente de sua mãe, e que 
nenhum dos dois genitores dispõe de meios para ressarcir os danos causados, é correto afirmar que: 
a) Gisele deverá ser responsabilizada civilmente pelos danos causados; 
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b) A responsabilidade civil será exclusivamente do pai de Gisele; 
c) A responsabilidade civil será exclusivamente da mãe de Gisele; 
d) A responsabilidade civil será dos pais de Gisele; 
e) Não há responsabilidade civil, já que Gisele é menor de idade, sendo civilmente incapaz. 
10. (FGV/ PREF. DE CUIABÁ-MT – 2016) Ronaldo freou seu veículo pouco antes da faixa de pedestres, 
em respeito ao sinal de trânsito vermelho. Rafaela, que vinha logo atrás de Ronaldo, também parou, 
guardando razoável distância entre os carros. Entretanto, Tatiana, que trafegava na mesma faixa de 
rolamento, mais atrás, distraiu-se ao redigir mensagem no celular enquanto conduzia seu veículo, vindo a 
colidir com o veículo de Rafaela, o qual, em seguida, atingiu o carro de Ronaldo. Diante disso, à luz das 
normas que disciplinam a responsabilidade civil, assinale a afirmativa correta. 
a) Cada um arcará com seu próprio prejuízo, visto que a responsabilidade pelos danos causados deve ser 
repartida entre todos os envolvidos. 
b) Tatiana deverá indenizar os prejuízos causados ao veículo de Rafaela, e esta deverá indenizar os prejuízos 
causados ao veículo de Ronaldo. 
c) Tatiana deverá indenizar os prejuízos causados aos veículos de Ronaldo e Rafaela. 
d) Tatiana e Rafaela têm o dever de indenizar Ronaldo, na medida de sua culpa. 
e) Tatiana e Rafaela têm o dever de indenizar Ronaldo, sendo que o dano será reparado de maneira 
equitativa e não integralmente. 
11. (FGV/CODEBA – 2016) Pedro, 15 anos, sem o conhecimento de João, seu pai, foi à garagem de sua 
casa, munido de jornal, isopor e fósforo, com o objetivo de brincar de atear fogo nesse material. O fogo, 
em contato com o querosene que estava no chão da garagem, provocou uma explosão que danificou o 
carro novo de seu vizinho. 
Considerando que João está desempregado e que a subsistência da família é proveniente do aluguel de 
um imóvel pertencente a Pedro, assinale a afirmativa correta. 
a) João é responsável pelos atos praticados por seu filho. Na hipótese de sua insuficiência patrimonial, o 
patrimônio de Pedro será executado até onde baste para assegurar a reparação integral do dano. 
b) João é objetivamente responsável pelos atos praticados por seu filho, pelo que o patrimônio de Pedro não 
poderá ser utilizado para o pagamento da indenização, visto ser ele inimputável. 
c) João é objetivamente responsável pelos atos praticados por seu filho. Na hipótese de sua insuficiência 
patrimonial, a indenização deverá ser equitativa e a obrigação incidirá sobre os bens de Pedro. 
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d) João e Pedro são solidariamente responsáveis pelos atos praticados por Pedro, de sorte que o vizinho que 
teve o carro danificado poderá acionar um ou outro para ver satisfeito o seu crédito. 
e) Não haverá obrigação de indenizar pelo dano causado, haja vista que Pedro, sendo menor de idade, é 
absolutamente incapaz, não podendo ser responsabilizado por atos obrigacionais. 
12. (FGV/ MPE-RJ – 2016) Severino, diante da comprovada infidelidade de sua esposa Conceição, ao 
manter relação amorosa com Carla, sua colega de trabalho, ajuizou ação de responsabilidade civil 
pleiteando indenização decorrente de lesão a direito da personalidade. Com base no exposto, é correto 
afirmar que: 
a) não há responsabilidade civil de Carla perante Severino, já que não lhe é imposto zelar pelos deveres 
recíprocos de fidelidade do casal; 
b) não há responsabilidade civil de Carla perante Severino, já que não houve lesão a direito de personalidade 
na hipótese em questão; 
c) não há responsabilidade civil de Carla perante Severino por falta de amparo legal, já que a questão de 
ordem de família não gera efeitos obrigacionais no âmbito da responsabilidade civil; 
d) houve dano moral que deve ser ressarcido por Carla, em razão da inobservância do dever de fidelidade; 
e) não há responsabilidade civil de Carla por não haver inobservância do dever de fidelidade quando se trata 
de envolvimento entre pessoas do mesmo sexo. 
13. (FGV/ TJ-PI – 2015) O Jornal ZY divulgou em sua página da internet a notícia de que Erínia, por 
vingança, havia matado sua enteada de três anos. Entretanto, a foto divulgada, por erro da edição do 
jornal, não era da criminosa, mas de Angélica, professora do ensino infantil. 
No plano Civil, o caso narrado revela a ocorrência de: 
a) Erro escusável quanto à identidade de Angélica, que não foi percebido pela edição do jornal; 
b) Ato ilícito, que causou danos a Angélica em razão da conduta culposa dos editores do jornal; 
c) Ato abusivo, pois diante do equívoco cometido, a conduta desviou-se do seu propósito informativo; 
d) Ato abusivo, pois sem a autorização de Erínia a edição não tinha poderes para veicular a notícia; 
e) Ato ilícito, embora não haja causação de danos a Angélica, pois a notícia referia-se a Erínia. 
14. (FGV/ ISS-NITERÓI – 2015) Com o objetivo de evitar o atropelamento de diversas pessoas que 
estavam participando de uma manifestação de protesto de cunho político e se lançaram subitamente na 
pista de rolamento, o motorista do ônibus da entidade empresária de transporte municipal, Viagebem 
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S.A., desviou o coletivo, vindo a colidir com uma loja comercial, que já se encontrava fechada, o que causou 
diversos danos. É correto afirmar que, em relação ao proprietário da loja, a transportadora: 
a) Tem responsabilidade civil objetiva pelos danos causados; 
b) Não tem qualquer responsabilidade, já que o motorista não teve culpa pelo acidente; 
c) Não tem qualquer responsabilidade, já que o motorista agiu em estado de necessidade; 
d) Não tem qualquer responsabilidade, já que os danos foram causados pelas pessoas que estavam 
participando do protesto e se lançaram na pista de rolamento; 
e) Tem responsabilidade civil subjetiva pelos danos causados. 
15. (FGV/ ISS-NITERÓI– 2015) Girvane, completamente embriagado, ao atravessar a Avenida Roberto 
Silveira, em Niterói, correu na frente de um caminhão pertencente a uma entidade empresária do setor 
de construção civil, a qual estava prestando serviço para a Municipalidade. Consequentemente, Girvane 
foi atropelado e morreu. Considerando que o motorista não tinha como desviar de Girvane e que os sinais 
estavam abertos para os veículos e fechados para os pedestres, no momento do acidente, é correto afirmar 
que: 
a) Não há dever de indenizar na hipótese, já que a responsabilidade civil é objetiva; 
b) Há dever de indenizar na hipótese, já que a responsabilidade civil é objetiva; 
c) Não há responsabilidade civil, já que houve um caso de fato exclusivo da vítima que excluiu o nexo causal; 
d) Não há responsabilidade civil, já que houve um caso de fato exclusivo da vítima que excluiu a culpa; 
e) Há dever de indenizar na hipótese, já que a responsabilidade civil é subjetiva. 
16. (FGV/ PREF. DE CUAIBÁ-MT – 2015) Nos casos de responsabilidade civil baseada em atividades de 
risco, são considerados como causas adequadas para excluir o dever de indenizar, dentre outras, 
a) O fortuito externo e o fato exclusivo de terceiro. 
b) O fortuito interno e o exercício regular de um direito. 
c) O estado de necessidade e a culpa concorrente da vítima. 
d) A culpa concorrente da vítima e o fato exclusivo da vítima. 
e) A inexistência de culpa e a culpa exclusiva da vítima. 
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17. (FGV/ TJ-RO – 2015) Maria ajuíza ação de responsabilidade civil em face da Transportadora 
Rodoviária Gira Mundo, alegando, em resumo, que caminhava pelo acostamento da Rodovia Porto Velho-
Vilhena e, pensando estar sendo perseguida por um desconhecido, correu para a pista de rolamento, onde 
transitam os veículos, quando foi colhida pelo motorista do caminhão de propriedade da Ré. Afirma que 
o acidente ocorreu porque trafegava o veículo em velocidade muito superior à permitida naquele local e, 
por isso, não conseguiu nem desviar e nem frear a tempo de impedir a colisão. Defende-se a empresa 
apresentando laudo pericial do local, feito por perito oficial, apontando que o caminhão trafegava a 80 km 
por hora no momento do acidente, portanto, dentro do limite de velocidade permitido, descartando 
qualquer responsabilidade do motorista na produção do evento. Em réplica, insiste a Autora na 
condenação, alegando que é desnecessária a prova da culpa do motorista. 
Considerando os dados fornecidos pelo problema, o pedido será julgado: 
a) procedente, pois cuida-se de responsabilidade objetiva, que não permite em nenhuma hipótese o 
afastamento do dever de indenizar, se comprovada a ocorrência do evento danoso; 
b) improcedente, pois não se admite a condenação na obrigação de reparar o dano se não se prova a culpa 
do agente causador, pois a hipótese é de responsabilidade objetiva integral; 
c) improcedente, ante a ausência de nexo causal entre a conduta do motorista do caminhão e o prejuízo 
sofrido pela vítima; 
d) procedente, porque a hipótese é de responsabilidade subjetiva e restou provada a culpa do condutor do 
caminhão; 
e) improcedente, porque mesmo na hipótese de responsabilidade objetiva é indispensável a comprovação 
da imprudência, negligência ou imperícia daquele que causou o dano. 
18. (FGV/ TCE-RJ – 2015) Pedro teve seu táxi atingido pelo caminhão da Sociedade Transvelocidade 
S.A. no dia 10 de dezembro de 2010. Esgotadas as tentativas de acordo, Pedro propôs ação de indenização 
em 25 de maio de 2015. Sobre o caso, é correto concluir que: 
a) Embora o abalroamento constitua um ato ilícito, a pretensão de indenização está prescrita; 
b) O direito potestativo à indenização decai em cinco anos, a contar da data do fato; 
c) São imprescritíveis as consequências civis dos acidentes de trânsito, ainda que as multas administrativas 
tenham caducado; 
d) Constitui abuso de direito a exigência de lucros cessantes, decorrentes do fato narrado; 
e) O prazo prescricional ficou suspenso enquanto as partes negociaram o acordo frustrado, devendo o juiz 
conceder a indenização dos danos comprovados. 
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19. (FGV/ DPE-RO – 2015) Em decorrência de uma falha de informação, foi publicada matéria inverídica 
em periódico do grupo de publicidade O MOMENTO S/A, a respeito da escola de ensino médio EDUCANTE 
LTDA, sobre hipóteses de tráfico de entorpecentes no estabelecimento de ensino, envolvendo professores, 
funcionários e alunos da escola. 
Ajuizada ação de responsabilidade civil pela entidade de ensino, é correto afirmar que: 
a) É viável o êxito na condenação de indenização por danos materiais e morais; 
b) É viável o êxito na condenação de indenização apenas por danos materiais; 
c) É viável o êxito na condenação de indenização apenas por danos morais; 
d) Não é viável o êxito na condenação por qualquer indenização, por se tratar de escola; 
e) Não é viável o êxito na condenação por qualquer indenização, em virtude da liberdade de imprensa. 
20. (FGV/ DPE-MT – 2015) Maria, famosa atriz, foi contratada pela sociedade empresária XPTO Bebidas 
S.A., em junho de 2012, para ser “garota- propaganda” da marca de refrigerante Oba. Pelo contrato, 
obrigou-se Maria a ceder, de forma remunerada e temporariamente, o uso e a exploração de sua imagem 
para a representação da marca Oba. Em janeiro de 2013, Maria depara com um anúncio publicitário em 
uma revista em que é retratada segurando uma cerveja, a Shiva, também fabricada por XPTO Bebidas S.A. 
Sobre os fatos descritos, assinale a afirmativa correta. 
a) Houve descumprimento contratual por parte de XPTO Bebidas S.A. e Maria sofreu violação em seu direito 
de imagem, sendo legítima a reparação por danos morais e patrimoniais. 
b) Não houve descumprimento contratual por parte da Sociedade XPTO Bebidas S.A., pois Maria cedeu o uso 
e a exploração de sua imagem à sociedade empresária em questão. 
c) A XPTO Bebidas S.A. violou a função social do contrato ao explorar indevidamente imagem de pessoa sem 
a sua autorização. 
d) A XPTO Bebidas S.A. ofendeu a boa-fé objetiva contratual ao violar o direito à privacidade de Maria. 
e) Houve descumprimento contratual por parte da XPTO Bebidas S.A. e Maria sofreu violação em seu direito 
de imagem, sendo legítima a reparação por danos morais, somente. 
21. (FGV/ SEFAZ-MT – 2014) João, devidamente habilitado para dirigir, conduzia veículo de sua 
propriedade com cautela e diligência, quando foi surpreendido por ônibus em alta velocidade na 
contramão. Em rápida manobra, João conseguiu evitar uma colisão frontal, desviando seu automóvel para 
cima da calçada, onde atropelou Lucas, causando-lhe graves lesões físicas. 
Sobre os fatos descritos, assinale a afirmativa correta. 
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a) João, por ter agido em estado de necessidade, não será obrigado a indenizar o dano causado a Lucas, cuja 
indenização será devida pela empresa de ônibus. 
b) João, por não ter agido no estrito cumprimento de dever legal, será obrigado a indenizar o dano causado 
a Lucas. 
c) João, embora agindo em estado de necessidade, será obrigado a indenizar o dano causado a Lucas, mas 
terá ação de regresso contra a empresa de ônibus. 
d) João, por ter agido em decorrência de fato de terceiro, não será obrigado a indenizar o dano causado a 
Lucas, cuja indenização será devida pela empresa de ônibus. 
e) João, ao desviar deliberadamente o carro, será obrigado a indenizar o dano causado,e não terá ação de 
regresso contra a empresa de ônibus. 
22. (FGV/ SEFAZ-MT – 2014) Sobre a responsabilidade civil disciplinada no Código Civil de 2002, assinale 
V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. 
( ) Os empresários individuais e as empresas são responsáveis, independentemente de culpa, pelos danos 
que, em qualquer circunstância, causarem a terceiro, no exercício de suas atividades empresariais. 
( ) O incapaz responderá integralmente pelos danos que causar se as pessoas por ele responsáveis não 
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
( ) Ainda que não haja culpa de sua parte, os pais responderão pelos atos praticados pelos filhos menores 
que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. 
As afirmativas são, respectivamente, 
a) V, F e V. 
b) F, V e F. 
c) F, F e V. 
d) V, V e F. 
e) F, V e V. 
23. (FGV/ MPE-RJ – 2014) O Código Civil, em matéria de responsabilidade civil, estabelece: 
a) A responsabilidade objetiva por fato de terceiro; 
b) Parâmetros tarifados para as indenizações por dano moral, de acordo com a gravidade da ofensa reparada 
e o nível socioeconômico dos envolvidos; 
c) A culpa presumida dos responsáveis por fato de terceiro; 
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d) A total dependência entre as responsabilidades civil e criminal; 
e) O fim da previsão da culpa como pressuposto do dever de indenizar. 
24. (FGV/ DPE-DF – 2014) Vânia submeteu-se a uma intervenção cirúrgica na qual, em decorrência da 
imperícia de Carlos, Vanessa e Fabrício, três médicos que participavam da operação, sofreu sérios danos 
físicos. Caracterizada a responsabilidade civil dos médicos em questão, pode-se afirmar que a indenização: 
a) Tem que ser exigida separadamente de cada um dos autores do fato lesivo. 
b) Pode ser exigida apenas de um dos autores do fatos, isentando os demais da responsabilidade. 
c) Pode ser exigida apenas de dois dos autores, isentando o terceiro da responsabilidade. 
d) Pode ser exigida apenas de um dos autores, o qual exercerá direito regressivo perante os demais. 
e) Tem que ser exigida dos três autores dos fatos conjuntamente, cada qual na proporção de sua 
responsabilidade. 
25. (FGV/ DPE-DF – 2014) Verônica conduzia seu veículo automotor pela sua mão de direção, quando 
foi obrigada a desviar de um caminhão desgovernado que seguiu em rota de colisão com o seu carro. Ao 
desviar, Verônica acabou colidindo com o veículo de Jorge, que estava na via secundária, em velocidade 
moderada e em estrita observância das leis de trânsito. Nesse caso é correto afirmar que: 
a) Há responsabilidade civil de Verônica pelos danos causados ao veículo de Jorge, podendo exigir 
regressivamente o valor que indenizar do proprietário ou condutor do caminhão. 
b) Há responsabilidade civil subsidiária de Verônica, caso o dono ou condutor do caminhão não indenize 
Jorge. 
c) Não há responsabilidade civil de Verônica, já que agiu em estado de necessidade. 
d) Não há responsabilidade civil de Verônica, em virtude da ausência de culpa. 
e) Não há responsabilidade civil de Verônica, já que em relação a ela se verifica um caso de força maior. 
26. (FGV/ DPE – RJ – 2014) Vânia se hospedou em determinado hotel. Ocorre que seus pertences foram 
furtados por outro hóspede, que em seguida deixou o estabelecimento. É correto afirmar que 
a) Não há responsabilidade civil do hotel, por se tratar de fato de terceiro. 
b) Haverá responsabilidade civil do hotel se ficar demonstrada culpa. 
c) Haverá responsabilidade civil do hotel se o contrato de hospedagem de Vânia for por escrito. 
d) Há responsabilidade civil do hotel independentemente de culpa. 
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e) Não há responsabilidade civil do hotel por se tratar de força maior. 
27. (FGV/ TJ–AM – 2013) Pedro cometeu um ilícito penal que ainda está sendo objeto de processo 
criminal. Maria, vítima desse ilícito penal, decide ingressar com uma ação indenizatória no Juízo Cível em 
face de Pedro. 
Considerando o caso descrito, analise as afirmativas a seguir. 
I. A jurisdição cível e a criminal não se intercomunicam. 
II. Somente após o trânsito em julgado da sentença condenatória, é que correrá a prescrição para 
ajuizamento da ação indenizatória. 
III. Em razão de expressa previsão legal, a jurisdição criminal repercute de modo absoluto na cível quando 
reconhece o fato ou a autoria. 
Assinale: 
a) Se somente a afirmativa III estiver correta. 
b) Se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
c) Se somente a afirmativa II estiver correta. 
d) Se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
e) Se somente a afirmativa I estiver correta. 
28. (FGV/ FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE – 2013) Em caso de responsabilidade, deverá haver o 
ressarcimento do prejuízo experimentado pela vítima. 
A respeito da indenização, assinale a afirmativa correta. 
a) No caso de homicídio, a indenização consiste, apenas, na prestação de alimentos às pessoas a quem o 
morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. 
b) Ocorrendo lesão à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros 
cessantes até ao fim da convalescença, bem como os demais prejuízos que o ofendido prove haver sofrido. 
c) A indenização é medida pela extensão do dano e mesmo havendo excessiva desproporção entre a 
gravidade da culpa e o dano, o juiz não poderá reduzir, equitativamente, a indenização. 
d) Nos casos em que a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será 
fixada tendo-se em conta apenas a extensão do dano 
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e) Caso a ofensa resulte em defeito em razão do qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, 
ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, o prejudicado não poderá exigir que a indenização seja arbitrada 
e paga de uma só vez. 
29. (FGV/ TJ-AM – 2013) Assinale a afirmativa que não é excludente do nexo causal. 
a) A culpa exclusiva da vítima 
b) A menoridade do autor do dano 
c) A culpa de terceiro 
d) Por caso fortuito 
e) Por força maior 
30. (FGV / SEFAZ-RJ – 2011) A respeito dos atos unilaterais descritos no Código Civil, é correto afirmar 
que 
a) aquele que indevidamente recebeu, ainda que de boa–fé, determinado imóvel e o aliena por título 
oneroso, responderá não só pelo valor do imóvel como também por perdas e danos. 
b) contrai obrigação de cumprir o prometido aquele que, por meio de anúncios públicos, se compromete a 
recompensar a quem preencher certa condição. 
c) é possível exigir a repetição do que se pagou por uma dívida prescrita. 
d) não se admite a intervenção na gestão de negócio alheio daquele que não tenha sido autorizado pelo 
interessado. 
e) a restituição, na hipótese de enriquecimento sem causa, será devida, salvo se a causa que tenha justificado 
o enriquecimento deixe de existir. 
GABARITO 
 
 
FGV 
1. FGV - MPE-RJ - 2018 A 
2. FGV / TJ-AL – 2018 - B 
3. FGV / C. DE SALVADOR-BA-2018 E 
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4. FGV / AL-RO – 2018 D 
5. FGV / TJ-AL – 2018 E 
6. FGV / AL-RO – 2018 D 
7. FGV / C. DE SALVADOR-BA-2018 E 
8. FGV/ COMPESA – 2016 B 
9. FGV/ MPE-RJ – 2016 A 
10. FGV/ PREF. DE CUIABÁ-MT – 2016 C 
11. FGV/CODEBA – 2016 C 
12. FGV/ MPE-RJ – 2016 A 
13. FGV/ TJ-PI – 2015 B 
14. FGV/ ISS-NITERÓI – 2015 A15. FGV/ ISS-NITERÓI – 2015 C 
16. FGV/ PREF. DE CUAIBÁ-MT – 2015 A 
17. FGV/ TJ-RO – 2015 C 
18. FGV/ TCE-RJ – 2015 A 
19. FGV/ DPE-RO – 2015 A 
20. FGV/ DPE-MT – 2015 A 
21. FGV/ SEFAZ-MT – 2014 C 
22. FGV/ SEFAZ-MT – 2014 C 
23. FGV/ MPE-RJ – 2014 A 
24. FGV/ DPE-DF – 2014 D 
25. FGV/ DPE-DF – 2014 A 
26. FGV/ DPE – RJ – 2014 D 
27. FGV/ TJ–AM – 2013 D 
28. FGV/ FUND. PRÓ-SANGUE – 2013 B 
29. FGV/ TJ-AM – 2013 B 
30. FGV / SEFAZ-RJ – 2011 B 
 
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