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Epistaxe Hemorragia nasal: sangramento exteriorizado através das fossas nasais; Epistaxe: sangramento que se origina da mucosa nasal. Epidemiologia: Prevalência de 10 a 12%; Pico bimodal: antes de 10 anos e posteriormente dos 45 aos 65 anos; Mais frequente no sexo masculino (estrogênio - fator de proteção); Sazonalidade - mais frequentes no meses frios e com baixa umidade; 90% dos sangramentos nasais tem origem na região septal anterior. Anatomia: Classificação - Localização: Epistaxe anterior: Epistaxe posterior: Etiologia: Causas locais: ❖ Traumáticas (digitais, fraturas, cirurgias); ❖ Processos inflamatórios / infecciosos (rinite / rinossinusites); ❖ Corpo estranho; ❖ Agentes químicos (cocaína); ❖ Agentes climáticos (baixa umidade); ❖ Tumores nasais. Causas sistêmicas: ❖ Hipertensão arterial; ❖ Discrasias sanguíneas; ❖ Drogas (anticoagulantes, AAS, AINES); ❖ Neoplasias; ❖ Hepatopatias. Abordagem: A abordagem terapêutica do sangramento nasal depende da: ❖ Localização (anterior ou posterior); ❖ Experiência do médico; ❖ Dos recursos disponíveis. O grau, local, estado clínico e etiologia do sangramento nasal ditam o tratamento inicial. Avaliação: Anamnese: ❖ Quantificar a intensidade do sangramento; ❖ Frequência (episódio único, isolado ou recorrente); ❖ Hábitos e vícios; ❖ Uso de medicamentos (anticoagulantes); ❖ Doenças associadas; ❖ História de trauma nasal. Exame clínico: ❖ Quando há epistaxe ativa: observar a saída de sangue pelas narinas (inspeção externa) ou pela orofaringe (oroscopia); ❖ Rinoscopia: ❖ Retirada de sangue e coágulos - lavagem nasal com soro fisiológico 0,9% (seringa) ou aspiração cuidadosa; ❖ Anestesia e vasoconstrição nasal - algodão embebido em solução: lidocaína + adrenalina - 1:2000 (direcionado para meato inferior, colocado com pinça baioneta). Sangramento Inativo - Manejo do Paciente: A maioria dos sangramentos nasais são autolimitados; Na chegada do paciente com história recente de epistaxe fazer lavagem da cavidade com soro fisiológico e a remoção de coágulos; Em seguida, é realizado o exame com espéculo nasal, a fim de identificar o foco de sangramento; É prudente manter o paciente em observação por aproximadamente 30 minutos, devido ao risco de recorrência. Sangramento Ativo - Manejo do Paciente: Estabilização do paciente - avaliar se as vias aéreas estão pérvias e ventilando adequadamente; Verificar sinais vitais e avaliar estado hemodinâmico; Posicionar o paciente sentado com leve inclinação do tronco para frente. Orientar não levantar a cabeça, a fim de que o sangue seja eliminado pelas fossas nasais e não deglutido ou aspirado; Solicitar a compressão digital bilateral contra o septo logo abaixo do limite ósseo-cartilaginoso da aba nasal por no mínimo 10 minutos; Realizar a manobra de forma contínua, não interrompendo a compressão para avaliar se o sangramento continua ativo; Se persistir o sangramento após compressão inicial, deve-se inserir em cada fossa nasal um algodão embebido em lidocaína com adrenalina diluída a 1:2000, ou utilizar solução tópica de oximetazolina 0,05% a fim de promover vasoconstrição local e anestesiar a cavidade para melhor condução do exame. Tratamento: Epistaxe ativa: ❖ Digitopressão; ❖ Cauterização; ❖ Tamponamento nasal; ❖ Tratamento cirúrgico; ❖ Embolização. Digitopressão: ❖ Indicação: sangramento de pequena intensidade – área de Kiesselbach; ❖ Cuidados: posição da cabeça fletida para baixo mantendo respiração oral. Cauterização: ❖ Indicação: sangramento anterior com identificação do ponto sangrante (após vasoconstrição local); ❖ Cuidados: aplicação por 10 a 20 segundos e nunca dos dois lados do septo nasal na mesma seção para evitar necrose. Tamponamento nasal: ❖ Tamponamento nasal anterior: ❖ Indicações: sangramento nasal difuso ou não localizado, ou em caso de falha na cauterização; ❖ Tentativa empírica de alcançar a origem do sangramento através com material compressivo; ❖ Materiais não absorvíveis: dedo de luva, gaze (introduzido de trás para frente), preservativo com esponja, merocel (espuma de polímeros sintéticos); ❖ O tamponamento anterior é realizado sob anestesia tópica e visão direta, com pinça baioneta; ❖ Permanência do tampão anterior: 48h; ❖ Se necessário ultrapassar 48h: antibioticoterapia (Ex: amoxicilina + Clavulanato de potássio). ❖ Tamponamento nasal anteroposterior: ❖ Indicações: sangramento que não cessa com tamponamento anterior adequado ou sangramento severo de origem posterior; ❖ Internação do paciente: observação clínica e estabilização hemodinâmica; ❖ Permanência do tampão: 48 a 72 horas; ❖ Materiais: gaze e sonda de Foley (fácil de usar e rapidamente posicionado – recomendado para o não especialista). Tratamento cirúrgico: ❖ Indicações: sangramento nasal persistente após tamponamento nasal devidamente posicionado ou recorre após retirada do tampão; ❖ Tipos: ligadura da artéria esfenopalatina (90% dos procedimentos), ligadura da artéria maxilar; ❖ Técnica: vasos são clipados (clipe vascular). Embolização: ❖ Indicações: sangramentos sem controle após ligadura ou pacientes com contra-indicações cirúrgicas; ❖ Realizada com angiografia – cateterização percutânea da a. femoral sob anestesia local até chegar na a. maxilar ❖ Complicações: hematoma femoral, lesão do nervo femoral, necrose da pele e tecido subcutâneo. Orientações Gerais: Investigação: Exame complementares: ❖ Sangue: hemograma, coagulograma, função hepática, função renal; ❖ Endoscopia nasal; ❖ TC de seios paranasais (casos de trauma); ❖ Angiografia (suspeita de tumores vasculares).
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