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Beatriz Marinelli 7° termo Epistaxes Objetivos: • Definição; • Epidemiologia; • Etiopatogenia; • Classificação diagnóstica; • Abordagem inicial; • Abordagem terapêutica. →Definição: É um sangramento proveniente das fossas nasais secundário a uma alteração na hemostasia da mucosa nasal. A epistaxe é a emergência da otorrino mais comum, acomentendo 60% de toda população. Sua maioria é pequena e auto-limitado, sendo que desses 60%, 90-95 % não necessitam de atendimento especializado. Em relação a todas as emergências médicas, a epistaxe corresponde 0,5-0,9%. →Epidemiologia: A espistaxe tem apresentação bimodal, ou seja, em duas fases da vida: • Infância: menores de 10 anos; • Adultos: maiores de 45 anos. Antes do 50 anos, tem uma predileção maior pelo sexo masculino. Após os 50 anos a incidência é igual entre homens e mulheres. • Elas têm características sazonais, isto é, comum no inverno em que a umidade relativa do ar está mais baixa. • Lembrar que a função da mucosa é de aquecer, umidificar e direcionar o ar para o pulmão. Com isso, em ambiente com temperatura baixa, ocorre uma vaso dilatação da mucosa nasal para aquecer o ar, proporcionando uma melhor troca gasosa. →Etiopatogenia: Alterações locais • Traumas por manipulação digital: causa mais comum de trauma infantil. Ao mexer no nariz acaba ocorrendo uma escoriação da mucosa nasal, e por ser altamente vascularizado, leva ao sangramento. • Traumas faciais • Lesões iatrogênicas • Alterações da umidade ambiental • Corpo estranho • Alterações infecciosas Beatriz Marinelli 7° termo • Alterações neoplásicas • Alterações anatômicas • Uso de medicamentos ou drogas • Aneurisma ou pseudoaneurisma de carótida Alterações sistêmicas • Distúrbios da coagulação (hemofilias, alterações plaquetárias, doença de von Willebrand, hepatopatias) – diminuição dos fatores de coagulação. • Uso de anticoagulantes/antiagregantes (AAS ou clopidogrel) • Uso de fitoterápicos (Ginkgo biloba, ginseng, óleo de peixe, vitamina E) • Hipertensão arterial associado a alterações de • Telangectasia Hemorrágica Hereditária (THH): a doença de Osler-Weber-Rendu, ou THH, é uma doença autossômica dominante caracterizada por malformações arteriovenosas na pele e em mucosas. →Telangiectasia hemorrágica hereditária (thh) ou síndrome de rendu-osler-weber: • Desordem genética autossômica dominante; • Incidência de 1:100.000. Fisiopatologia: Ausência de elementos contrate nas paredes dos vasos → Formação de fístulas arteriovenosa→Tornando a mucosa mais susceptível a sangramentos (apesar de pouca agressão). Telangiectasias: lesões friáveis e hiperêmicas, podendo ocorre frequentemente em mucosa nasal, lábios, língua e mucosa gastrointestinal. Hemofilias causadas por deficiências dos fatores VIII (A) e IX (B); Doença de von Willebrand: tempo de sangramento (TS) prolongado; Distúrbios plaquetários: muitas vezes associado a sangramentos cutâneos e vaginal; Deficiência de vitaminas C e K: Pela diminuição da produção da pró-trombina (fator II) → Etilistas crônicos, hepatopatas. Beatriz Marinelli 7° termo →Medicamentos SISTÊMICOS TÓPICOS Antiagregantes plaquetários (AAS, Clopidogrel Vasoconstritores Anticoagulantes (Heparinas, Warfarin) Corticóides AINES Diuréticos (Tiazídicos, Furosemida) ATB (Penicilinas, Ampicilina, Cloranfenicol, B-lactâmicos, Aminoglicosídeos) Digitálicos Isoniazida Metais pesados (Fósforo, Mercúrio, Cromo) →Classificação topodiagnóstica: 90% dos sangramentos são anteriores em criança →Anatomia: • Clinicamente, a epistaxe pode ser dividida em anterior ou posterior. • A epistaxe anterior é a mais comum (90 a 95% dos casos) e tende a ser de menor intensidade e mais autolimitada. É o tipo mais comum em crianças. • Os sangramentos posteriores são mais raros (5 a 10%), porém são mais volumosos e necessitam de atendimento especializado. →Abordagem inicial: Avaliação e manejo Beatriz Marinelli 7° termo • Manter via aérea pérvia • Avaliar estado hemodinâmico ▪ Estimar a perda sanguínea ▪ Avaliar estado geral e sinais vitais (FC, FR e PA) • Paciente sentado e levemente inclinado para frente • AVP e Tipagem sanguínea Historia clinica • Anamnese ▪ Tempo de sangramento ▪ Quantidade ▪ Frequência ▪ Lateralidade ▪ Comorbidades ▪ Fatores predisponentes →Exame Otorrinolaringológico: Materiais Adequados: • Fonte para iluminação = Fotóforo • Vasoconstritor (Afrin) • Anestésico tópico • Aspirador • Espéculo nasal, pinça baioneta, hemostaticos →Abordagem terapêutica: Tratamento • Vasoconstrictor tópico nasal • Compressão nasal direta e uso de compressas geladas • Cauterização química (1ª. Escolha) = Nitrato de prata ou ácido tricloroacético (ATA) • Cauterização elétrica ▪ Complicações (perfurações septais, ulcerações septais) • Cauterização química ▪ Acido Tricloroacético (ATA) ▪ Nitrato de Prata Beatriz Marinelli 7° termo Indicação: quando se visualiza os vasos sangrantes e quando os mesmos são de pequeno volume, na região septal (plexo de Kiesselbach). Execução: após aplicação de anestésico tópico e vasoconstritor,realiza-se a cauterização inicialmente pela região ao redor do sítio de sangramento para depois cauterizar o vaso sangrante, para evitar mais sangramento devido as anastomoses. Efeitos Adversos: rinorreia e crosta na região da cauterização. Complicações: ulceração ou perfuração septal, ressangramento. →Calterização elétrica Indicação: sangramentos pontuais ou em caso de falha da cauterização química. Execução: após anestesia local e, comumente, com auxílio endoscópico, realiza-se a eletrocoagulação com eletrocautério do vaso visível. Complicações: ulceração ou perfuração septal. →Tamponamento anterior Indicação: falha na cauterização, sangramento difuso ou não localizado. Opções: gaze vaselinada, dedo de luva, esponja não absorvível (Merocel®), esponja absorvível (Gelfoam®), tampão absorvível (Merogel®), preservativo, Rayon. Execução: técnica de empilhamento (rayon ou gaze) *Tempo médio de permanência com tampão anterior é de 48h → cobertura antibiótica Taxa de falha: 20-25% →Tamponamento antero-posterior Indicação: falha do tamponamento anterior. Beatriz Marinelli 7° termo Execução: Realiza-se tampão posterior com sonda Foley (12-16) ou com gaze associado a tamponamento anterior → O tampão permanece por cerca de 3 a 5 dias, com o paciente internado→ 48h com o cuff insuflado →desinsufla-se→caso não haja mais sangramentonas próximas 24h→ sonda pode ser removida. *Avaliar associação com drogas hemostáticas, ATB, sedativos. Tratamento • Tamponamento nasal anteroposterior →Embolização: Indicação: casos refratários ao tratamento conservador ou paciente com condições clínicas desfavoráveis (1ª escolha). Execução: faz-se a cateterização percutânea da artéria femoral, sob anestesia local, e chega-se até a artéria maxilar e seus ramos, os quais são obliterados com álcool polivinil, partículas de Gelfoam®. Contra indicação: Embolização das artérias etmoidais,Alto custo. Complicações (incomuns): Necrose tecidual, dor facial; Paralisia facial, trismo, Amaurose, AVC. →Cirurgia: • Indicação: sangramentos graves, ou recorrência após métodos conservadores; Beatriz Marinelli 7° termo • Objetivo: Ligar o mais próximo possível do local de sangramento; • Métodos: Cauterização ou ligadura com clipe vascular # Ligadura da Artéria Esfenopalatina (90%): • Técnica: identificação do vaso sangrante → obtenção de retalho de mucosa nasal subperiosteal na parede lateral, 5mm anterior à inserção da cauda da concha média → segue-se com dissecção posterior → identificação e dissecção dos vasos que se projetam do forame esfenopalatino → cauterização ou ligadura dos vasos → retalhoé rebatido sobre a região e o paciente é idealmente extubado sem tampão. Cirurgia • Indicação: sangramentos graves, ou recorrência após métodos conservadores; • Objetivo: Liga-se o mais próximo possível do local de sangramento; • Métodos: Cauterização ou ligadura com clipe vascular # Ligadura da Artéria Etmoidal Anterior: • Técnica externa via incisão de Lynch: após rebater o periósteo e o saco lacrimal → identifica-se a artéria etmoidal anterior penetrando na parede lateral da lâmina papirácea exposta → segue-se com a cauterização ou ligadura da artéria. • Complicações (incomuns): diplopia, perda da visão transitória ou permanente.
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