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RESUMÃO DE PROLIFERAÇÃO (Tutorias) ADAPTAÇÃO CELULAR É um conjunto de respostas estruturais e funcionais reversíveis da célula perante uma situação de estresse, a fim de manter a homeostase e a sobrevivência celular. Se o estímulo nocivo não letal for retirado ela volta a funcionar no seu estado original. HIPERTROFIA É um aumento no tamanho celular que resulta em um aumento do órgão. Mecanismo: Síntese de componentes estruturais das células por exemplo síntese proteica devido aumento da demanda funcional ou estímulo de hormônios e fatores de crescimento. Pode estar acompanhada de hiperplasia se o tecido tiver capacidade para isso. Fisiológica Patológica Aumento da massa muscular em fisiculturistas Aumento uterino na gestação Hipertrofia do músculo cardíaco devido a sobrecarga de trabalho na ICC HIPERPLASIA É um aumento do número de células em um órgão que resulta no aumento de massa. Mecanismo: Deve-se a capacidade das células-tronco e células maduras de se dividir originando novas células. É diferente de câncer, porque não tem mutações nos genes reguladores da divisão celular e quando é retirado o estímulo, ela regride. Fisiológica Patológica Hiperplasia hormonal: Desenvolvimento mamário na puberdade. Hiperplasia compensatória: Transplantes hepáticos. Hiperplasia endometrial Hiperplasia prostática benigna Infecções por papilomavírus humano ATROFIA É a redução do tamanho de um órgão/tecido que resulta na diminuição do tamanho e número celular. Mecanismo: Redução funcional → Menor síntese de proteínas e aumento da destruição de proteínas nas células por ubiquitinação + Aumento de autofagia celular Fisiológica ● Regressão da notocorda no desenvolvimento embrionário ● Involução uterina após o parto Patológica ● Atrofia por desuso (Osso fraturado imobilizado por gesso ou paciente restrito ao leito) ● Atrofia por denervação (Lesão dos nervos leva a atrofia das fibras musculares supridas por esses nervos) ● Diminuição do suprimento sanguíneo (Atrofia senil devido ateroscleorse) ● Nutrição Inadequada (Marasmo e caquexia em pacientes com doenças inflamatórias e câncer) ● Perda de estimulação endócrina (Mama, epitélio vaginal e endometrial) ● Pressão (Tumor benigno comprimindo tecidos adjacentes levando a atrofia por eventos isquêmicos) METAPLASIA É uma alteração reversível na qual tipo celular diferenciado (Epitelial ou Mesenquimal) é substituído por outro tipo celular. Representam a substituição de células sensíveis ao estresse por tipos celulares mais resistentes ao ambiente hostil. Mecanismo: Baseada na reprogramação de células-tronco que existe em tecidos normais ou de células mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo → Devido a citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular → Alteram fatores de transcrição que regulam a diferenciação celular. Mais comum: Epitélio colunar para escamoso → Exemplo: Epitélio do trato respiratório em resposta à irritação crônica do tabagismo Em todos esses exemplos o epitélio escamoso estratificado mais resistente é capaz de sobreviver sob circunstâncias nas quais o epitélio colunar especializado mais frágil teria subido SINALIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO CELULAR A sinalização celular é a forma como as células se comunicam e está envolvida nos processos de sobrevivência, diferenciação, crescimento e morte celular. Milene Alves T7 - UEMS É necessário que haja um ligante que se conecte com seu respectivo receptor. Já o receptor é caracterizado por dois fatores: Capacidade de reconhecer especificamente ligante Capacidade de desencadear uma resposta celular CLASSIFICAÇÃO Classificação de ligantes quanto à natureza Moléculas provenientes de danos em células vizinhas → DAMPs Moléculas provenientes de patógenos → PAMPs Moléculas compartilhadas via junção GAP em células vizinhas → Íons, metabólitos… Moléculas secretadas → Fatores de crescimento, citocinas, hormônios e neurotransmissores Interação com moléculas da matriz extracelular → Integrinas e selectinas Classificação de receptores quanto à natureza Receptores associados a canais iônicos Receptores associados à proteína G Receptores associados a enzimas/catalíticos Classificação dos receptores quanto à localização Receptores de superfície celular/membrana ● Receptores acoplados à proteína G ● Receptores catalíticos Receptores Intracelulares COMUNICAÇÃO CELULAR COMUNICAÇÃO DIRETA: Envolve a transferência direta de moléculas ou sinais entre células adjacentes Junções comunicantes: são canais proteicos que conectam as membranas de células adjacentes, permitindo a passagem de íons e pequenas moléculas entre as células. ● Junções GAP ● Junções Adesivas ● Junções nexus Contato célula-célula: ocorre quando as células interagem fisicamente por meio de moléculas de adesão celular. COMUNICAÇÃO INÉDITA: Por meio de sinais químicos no meio extracelular. Endócrina ou hormonal ● O sinal ou ligante é o hormônio ○ Comunicação de longa distância ○ Via sanguínea ○ Lenta e duradoura ● Tipos de hormônios: ○ Lipossolúveis: Sexuais, corticosteróides, T3 e T4 ○ Hidrossolúveis: GH, TSH, FSH, PRL, ACTH, LH… Autócrina → O ligante atua na própria célula Parácrina → Os ligantes atuam em células próximas à células secretora → Exemplo: citocinas e fatores de crescimento Neurócrina ou Sináptica → Ligantes estão difundidos na sinapse entre neurônios ou entre neurônios e células musculares ou glandulares. ● O sinal ou ligante é o neurotransmissor ● Possui ação rápida ● Exemplos: epinefrina, acetilcolina, serotonina … AGENTES DO ESTRESSE CELULAR Milene Alves T7 - UEMS PRIVAÇÃO DE OXIGÊNIO A hipóxia é um deficiência de oxigênio que causa lesão celular por reduzir a respiração oxidativa aeróbica. Causas: Isquemia → Compressão de tumor em órgãos vizinhos Oxigenação inadequada do sangue → doença pulmonar Redução da capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue → Intoxicação por monóxido de carbono AGENTES FÍSICOS Traumatismos mecânicos Extremos de temperatura: queimaduras ou frio profundo Alterações bruscas de pressão atmosférica Radiação ionizante ou particulada Choque elétrico AGENTES QUÍMICOS E DROGAS Concentrações hipertônicas de sal ou glicose Distúrbios hidroeletrolíticos Oxigênio em altas concentrações Venenos: cianeto, arsênio, sais mercúricos Poluentes no ambiente e ar Inseticidas e agrotóxicos Drogas sociais e terapêuticas AGENTES INFECCIOSOS Vírus, bactérias, riquétsias, fungos, protozoários, vermes platelmintos e nematelmintos …. REAÇÕES IMUNOLÓGICAS Doenças autoimunes Reações imunes a muitos agentes externos DEFEITOS GENÉTICOS Ocasionam a lesão celular por causa deficiência de proteínas funcionais, como nos defeitos enzimáticos nos erros inatos do metabolismo ou a acumulação de DNA danificado ou proteínas anormalmente dobradas. DESEQUILÍBRIOS NUTRICIONAIS Deficiências de vitaminas e proteico-calóricas Excessos nutricionais → Gera aterosclerose MECANISMOS DE LESÃO CELULAR DEPLEÇÃO DE ATP A depleção de ATP é a causa fundamental da morte celular por necrose, que pode ocorrer devido à lesão isquêmica e química tóxica. A produção de ATP ocorre principalmente por meio da fosforilação oxidativa do difosfato de adenosina nas mitocôndrias e pela via glicolítica na ausência de oxigênio. A redução do fornecimento de oxigênio e nutrientes, danos mitocondriais e a ação de algumas substâncias tóxicas, como o cianeto, podem causar depleção de ATP.. A depleção de ATP afeta sistemas celulares críticos: ● Menos atividade da bomba de sódio dependente de energia → Célula propensa a tumefação ● Metabolismo energético alterado → Aumento da glicólise anaeróbica → Mais ácido lático → pH intracelular aumentado → Menor atividades de enzimas ● Falência da Bomba de cálcio → Falta de ATP → Influxo de Cálcio ● Comprometimento da síntese proteica → Desorganiza o aparelho de produção de proteínas → Visto por desprendimento de ribossomos DANOS MITOCONDRIAIS Causas: ● Aumento do cálcio citosólico ● EROS ● Privação de oxigênio → Depleção de ATP Lesão mitocondrial → menos fosforilaçãooxidativa → mais depleção de ATP (Ciclo vicioso) INFLUXO DE CÁLCIO Normalmente, está em baixa quantidade no citosol. Influxo → Aumenta cálcio dentro das células → Promove a abertura de preso na membrana mitocondrial, a ativação de enzimas e induz apoptose por ativar as caspases diretamente. ACÚMULO DE RADICAIS LIVRES Milene Alves T7 - UEMS Eles possuem um único elétron não pareado na órbita externa. Excesso de EROS: Produção aumentada ou sistemas de remoção insuficiente → Estresse Oxidativo → Oxidam ácidos graxos, proteínas, DNA. DEFEITOS NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA Pode resultar da ação de EROS, depleção de ATP e ativação de fosfolipases pelo cálcio, toxinas e vírus. Leva à danos na membrana mitocondrial e membranas lisossômicas → Extravasamento de enzimas → Digestão celular → FIM: Necrose. DIFERENCIAÇÃO E MATURAÇÃO CELULAR DIFERENCIAÇÃO CELULAR É a capacidade para formar diferentes tipos de células. Permite o surgimento de células especializadas para realizar funções específicas com grande eficiência. Baseia-se no princípio de que todo celular possui o mesmo material genético → Porém, a expressão gênica é o que irá determinar o Programa Celular que a célula seguirá → Genes são expressos enquanto outros são inibidos Quanto maior a potencialidade, menor será a diferenciação celular, ou vice versa. POTENCIALIDADE - CLASSIFICAÇÃO Totipotentes → Células embrionárias → Todo tipo de tecido incluindo anexos embrionários → Ex: Zigoto e blastômeros Pluripotentes → Células embrionárias → Qualquer tecido do érbio → Ex: Embrioblasto Multipotentes → Células-tronco teciduais → Células do tecido de origem → Ex: Células da medula óssea, fibroblastos e células basais da epiderme PRINCÍPIOS: O zigoto é a célula com maior potencialidade Células especializadas apresentam composição proteica característica e isso depende do controle da expressão gênica: Há fatores que controlam a diferenciação celular: ● Fatores intracelulares → Relativo ao próprio programa celular ● Fatores extracelulares → Resultado de sinais provenientes de outra células, da MEC ou de agentes ambientes O controle da expressão gênica é crucial para a diferenciação celular e pode se dar em 2 níveis: ● Controle transcricional → Tanto por indução (Fatores de transcrição) quanto por inibição (Formação de heterocromatina) ● Controle pós-transcricional → Ocorre em várias etapas (Processamento, transporte ou tradução de RNAm) → É mais rápida MATURAÇÃO CELULAR Dá origem a uma célula especializada CICLO CELULAR E CONTROLES INTRODUÇÃO A vida de um célula é dividida em 2 momentos que se alternam: ● Funcional ● Replicativo O tempo em que cada célula permanece no momento funcional é muito variável Existem células que continuamente estão em replicação como células hematopoiéticas e outras que exercem sua função como miócitos e neurônios. As células dependem de interações célula-célula e célula-ambiente para parar suas funções e iniciar replicação. Na replicação, a células faz cópia fidedigna do seu material genético e o distribui para as células-filhas, sendo esse processo bem regulado e controlado. CICLO CELULAR É uma sequência de eventos autorregulada de eventos que controla o crescimento e a divisão das células. Incorpora 2 fases principais: ● Interfase: Fase G1 + Fase S + Fase G2 ● Fase M ou Mitose Ao longo dele, vários mecanismos de controle de qualidade internos controlam a transição entre os estágios. G1 Mais longa e mais variável do ciclo celular. Células reúne nutrientes e sintetiza RNA e Milene Alves T7 - UEMS proteínas para a síntese de DNA e replicação cromossômica. Ponto de controle de restrição (Sensível ao tamanho da celular e interações c/MEC) Ponto de controle G1 de lesão de DNA→ Se tiver dano, eleva p53 e não deixa célula entrar na fase S S Ocorre Crescimento citoplasmático e duplicação das organelas com o material genético. Ponto de controle S de lesão de DNA G2 É quando a célula se prepara para a divisão celular. Trata-se de um período de crescimento celular e reorganização das organelas. Ponto de controle G2 de lesão de DNA Ponto de controle de DNA não replicado → Impede a progressão para fase M M Mitose: 4 fases → Cariocinese + Citocinese Ponto de controle de montagem do fuso Ponto de controle de segregação dos cromossomos FASE G0 É um estágio intermediário de repouso especializado, sem a replicação → Repouso funcional Podem ser classificados em: ● Células Lábeis → Células epiteliais da camada basal da pele ● Células Estáveis → Hepatócito e fibrolatas ● Células Perenes → Neurônios, cardiomiócitos REGULAÇÃO DO CICLO CELULAR Baseia-se no Complexo Ciclinas-CDK ● CDK→ níveis constante ● Citocinas → Proteínas constitutivas produzidas, onde seus níveis variam durante o ciclo celular devido produção e degradação mediada por ubiquitina Sua atividade é inibida pelas proteínas como INKs, CIPs, KIPs que inibidores de quinases. COMPLEXO PROMOTOR DA ANÁFASE (Ciclossomo) Na transição da Metafase/Anafase, há a atuação do Complexo Promotor de Anáfase, membro da família das "ubiquitina-ligases". Marca proteínas específicas, catalisando a ubiquitinação → Leva à degradação pelos proteossomos: ● Securina → Protege as ligações proteicas unindo as cromátides-irmãs → Sendo degradada: Leva a separação ● S-Ciclinas e M-Ciclinas → Sua destruição impede atividade das CDKs → Permite que a célula reestruture o núcleo na telecinese e encerre a mitose. APOPTOSE INTRODUÇÃO É uma via de morte celular na qual a célula ativa enzimas que degradam o DNA bem como proteínas nucleares e citoplasmáticas. Características: ● Membrana plasmática intacta → Forma corpos apoptóticos → Comestiveis para macrofagos ● Retração celular → Perda da aderência com MEC e células vizinhas ● Sem inflamação ● Cromatina sofre condensação → Para facilitar a quebra do DNA por enzimas ● Núcleo se desintegra em fragmentos envoltos por membranas: Nucleossomos. ● Membrana celular forma prolongamento → Blebs ● Mitocôndrias podem sofrer ruptura de membrana Milene Alves T7 - UEMS VIAS DA APOPTOSE VIA INTRÍNSECA - MITOCONDRIAL É o principal mecanismo de apoptose em todas as células dos mamíferos. Ocorre quando há um aumento da permeabilidade da membrana mitocondrial externa, permitindo a libertação de moléculas pró-apoptóticas para o citoplasma. A família BCL2 de proteínas controla rigidamente a liberação de proteínas pró-apoptóticas mitocondriais. Existem mais de 20 membros da família BCL, divididos em três grupos com base em sua função pró-apoptótica ou antiapoptótica e em seus domínios BH. Os fatores de crescimento e outros sinais de sobrevivência estimulam a produção de proteínas antiapoptóticas, como a BCL2, evitando a saída de proteínas indutoras de morte para fora da membrana mitocondrial externa. Quando as células são privadas de sinais de sobrevivência ou seu DNA é lesado, ou proteínas mal dobradas provocam o estresse do RE, as proteínas somente-BH3 “percebem” a lesão e são ativadas. Os sensores ativam dois efetores críticos (pró-apoptóticos), BAX e BAK, os quais formam oligômeros que se inserem na membrana mitocondrial, permitindo que proteínas da membrana mitocondrial interna saiam para o citoplasma. A ativação de BAX-BAK, juntamente com a perda das funções protetoras dos membros antiapoptóticos da família BCL2, é a liberação para o citoplasma de várias proteínas mitocondriais que podem ativar a cascata das caspases. Uma dessas proteínas é o citocromo C → Liga-se à proteína APAF-1, formando o apoptossomo → Ligam-se à caspase-9, a caspase iniciadora crítica da via mitocondrial → Ela por sua vez cliva uma caspase-9 adjacente, estabelecendo um processo de autoamplificação → Clivagens de caspases. Outras proteínas mitocondriais, como Smac/Diablo, se ligam a inibidores fisiológicos da apoptose (IAPs), neutralizando-as → As IAPs bloqueiam a ativação das caspases, incluindo a caspase-3 → A neutralização das IAPs permite o início da cascata de caspases, mediando a fase de execução da apoptose. VIA EXTRÍNSECA - RECEPTOR DA MORTE É iniciada pelaativação de receptores de morte na membrana plasmática em diversas células → São membros da família do receptor TNF que contêm um domínio citoplasmático chamado de domínio de morte, essencial para a entrega de sinais apoptóticos. Receptores de morte mais conhecidos são o receptor TNF tipo 1 (TNFR1) e uma proteína relacionada denominada Fas (CD95). O ligante para Fas é chamado de Fas ligante (FasL) e quando se liga ao Fas, moléculas de Fas se reúnem e seus domínios de morte citoplasmáticos formam um sítio de ligação para uma proteína adaptadora, FADD → FADD ligada aos receptores de morte, por sua vez, liga-se a uma forma inativa da caspase-8 (e em humanos, caspase-10) novamente através de um domínio de morte → Várias moléculas de pró-caspase-8 são, assim, aproximadas, e elas clivam umas às outras para gerar a caspase-8 ativa. Os eventos subsequentes são os mesmos da via mitocondrial e culminam na ativação de várias caspases executoras. Essa via da apoptose pode ser inibida por uma proteína denominada FLIP, a qual se liga à pró-caspase-8 mas não pode clivar nem ativar a caspase porque lhe falta um domínio de protease → Alguns vírus e células normais produzem FLIP e usam esse inibidor para se proteger da apoptose mediada por Fas. FASE DE EXECUÇÃO As duas vias de iniciação da apoptose convergem em uma cascata de ativação de caspases. A via mitocondrial leva à ativação da caspase iniciadora-9, enquanto a via do receptor de morte leva à ativação das caspases iniciadoras-8 e 10. A ativação de uma caspase iniciadora desencadeia a ativação rápida e sequencial de caspases executoras, como as caspases-3 e 6. As caspases executoras atuam em muitos componentes celulares, como a clivagem de um inibidor de uma DNase citoplasmática, induzindo a clivagem do DNA e a fragmentação do núcleo. Algumas etapas da apoptose ainda não estão completamente compreendidas, como a formação de bolhas de membrana e corpos apoptóticos. Milene Alves T7 - UEMS MECANISMOS APOPTOSE FISIOLÓGICA ● Embriogênese ● Renovação dos tecidos proliferativos ● Involução de tecidos dependentes de hormônios ● Declínio do número de leucócitos ao final do processo inflamatório ● Eliminação de linfócitos autorreativos (em doenças autoimenes. APOPTOSE PATOLÓGICA ● Dano ao DNA→ Gera a ativação de proteínas pró-apoptóticas pelos sensores BH3-only ● Acumul ode proteinas anormalamente dobradas ● Infecção virais MORFOLOGIA Descolamento de células Citoplasma mais eosinofílico + Núcleo picnótico, fragmentado ou ausente Infiltrado inflamatório ausente MECANISMOS DE MORTE CELULAR Depleção de ATP Danos mitocondriais Influxo de Cálcio Acúmulo de radicais livres Defeitos na permeabilidade da membrana celular NECROSE A necrose é um tipo de morte celular no organismo vivo, onde as células sofrem um insulto que resulta no aumento do volume celular, agregação da cromatina, desorganização do citoplasma e consequentemente ruptura celular. MECANISMOS Disfunção mitocondrial é gerado pelo influxo de cálcio devido danos na membrana celular severos, somado tem os efeitos oxidantes dos EROS → Isso leva a Depleção de ATP Além disso, tem a liberação de enzimas pelos lisossomos que tiveram sua membrana lesada. Há presença de inflamação → Porque os danos celulares geram DAMPs, citocinas e quimiocinas. PADRÕES HISTOMORFOLÓGICOS NECROSE COAGULATIVA ● Ocorre em resposta à isquemia ● Mantém arquitetura celular, mas a estrutura celular é hialina devido à desnaturação de proteínas, impedindo sua digestão e originando a coagulação celular. ● Fígado, rins, coração… NECROSE LIQUEFATIVA ● Ocorre devido a alguma infecção que gera inflamação, formando pus e liquefazendo o tecido, por conta das enzimas lisossomais. ● Cérebro e abscesso. NECROSE GANGRENOSA ● Ocorre também por privação de suprimento sanguíneo adequado → Aterosclerose e Diabetes ● Geralmente acomete extremidades: Dedos das mãos e dos pés. ● Aparência escura, enegrecida → Com aspecto desidratado e putrefato ○ Gangrena seca: sem infecção secundária ○ Gangrena úmida: com infecção secundária → Amolecimento do tecido ○ Gangrena gasosa: causada pela infecção por Clostridium perfringens e Clostridium spticum → Mionecrose: liberação de colagens e hialuronidase que degrada o tecido conjuntivo e ajuda na difusão de toxinas. Milene Alves T7 - UEMS NECROSE LÍTICA ● Acontece nos hepatócitos → Hepatites virais NECROSE CASEOSA ● Ocorre em tecidos infectados por micobactérias como Mycobacterium tuberculosis ● Forma uma massa granular e acinzentada semelhante a queijo cottage ● Há perda da estrutura celular. ● Pulmões, linfonodos… NECROSE GORDUROSA ● Afeta tecidos adiposos como tecido subcutâneo e intra-abdominal. ● Ocorre por ação das lipases, formando ácidos graxos que formam complexos com cálcio. ● Acontece na pancreatite aguda e em doenças vasculares ● Pode ser focal ou difusa. NECROSE FIBRINÓIDE ● Ocorre em tecidos conjuntivos: vasos sanguíneos, pele e articulações. ● Acontece a deposição de fibrina e colágeno ● Comum em doenças autoimunes e inflamatórias crônicas: LÚPUS, Púrpura trombocitopênica trombótica Milene Alves T7 - UEMS DIFERENÇAS ENTRE NECROSE E APOPTOSE APOPTOSE Fisiologico ou patologico Acomete células individuais sendo seletivo Inflamação ausente Célula retraída, formação de corpos apoptóticos, projeções digitiformes da membrana celular Perda de adesão com células e MEC precoce Liberação de enzimas lisossômicas ausente Núcleo: Convulato e fragmenta a membrana nuclear Cromatina fica compacta em massas densas uniformes Não forma cicatrizes Mantém membranas celulares e organelas NECROSE Patológico Acomete grupo de células sendo degenerativo Tem inflamação Tumefação celular, perda da integridade da membrana e posterior desintegração Perda de adesão com células e MEC tardia Liberação de enzimas lisossômicas presente Núcleo: Desaparece (Picnose, cariorrexe e cariólise) Cromatina forma grumos grosseiros e de limites imprecisos Pode formar cicatriz se for necrose extensa Permite influxo de sodio e calcio Parada da síntese proteica e do funcionamento do mecanismo de membrana REPARO TECIDUAL É um processo biológico que ocorre em resposta a lesões/danos nos tecidos do corpo após uma agressão física, química ou por patógeno. Visa restaurar integridade e funcionamento do tecido afetado. Varia conforme a capacidade proliferativa: Lábeis → Regeneração é comum → Epitélios de revestimento, tecido hematopoiético… Estáveis → Regeneração + Cicatrização → Fígado, Rins… Permanentes → Cicatrização é comum → Tecido nervoso, músculo… Há nesse processo a proliferação de diversos tipos celulares: Células remanescentes do tecido lesado Células endoteliais Fibroblastos Processos: Hemostasia Inflamação Proliferação Remodelação CONDIÇÕES Eliminação do agente agressor Proliferação regulada por fatores de crescimento Irrigação e nutrição adequada Diferenciação de células-tronco REGENERAÇÃO Há substituição dos componentes danificados por um tecido novo Retorno completo da função CICATRIZAÇÃO Há formação de cicatriz e perda de função devido à substituição do tecido lesado por tecido conjuntivo. Fases: Inflamatória → Hemostasia e Vasodilatação Proliferativa → Epitelização, Angiogênese, Formação de tecido de granulação e Deposição de colágeno. De maturação ou remodelação → Deposição de colágenos de forma organizada Fatores que influenciam negativamente: ● Fatores locais ○ Isquemia e baixa perfusão ○ Infeções ○ Corpo estranho ● Fatores sistêmicos ○ Diabetes ○ Hipotireoidimso ○ Desnutrição Milene Alves T7 - UEMS ○ Neutropenia, neuropatias, deficiência na síntese de moléculas de adesão no endotélio ○ Idosos ○ Corticosteróides e Quimioterápicos ○ Tabagismo ○ Resposta inflamatória sistêmica TIPOS DE CICATRIZAÇÃO Primeira intenção É mais rápida e forma cicatriz menor Ocorre quando a ferida é limpa e fechada com sutura, grampos ou adesivos cirúrgicos imediatamente após a lesão Segunda intenção É mais lento e desorganizado com mais formação de cicatriz Ocorre quando a ferida é deixada para cicatrizarpor si só com a formação de crosta As bordas da ferida são distantes Terceira intenção Ocorre quando a ferida é inicialmente deixada aberta para a limpeza e depois fechada com suturas. É usada em feridas contaminadas/infectadas Mais lento que a cicatrização secundária e mais formação de tecido cicatricial do que a cicatrização primária AGENTE CARCINOGÊNICO É aquele capaz de iniciar ou promover o desenvolvimento de células cancerosas Também chamados de oncoaceleradores. Podem ser mutagênicos ou não AGENTES QUÍMICOS São divididos em 2 categorias: ● Carcinógenos diretos → São agentes alquilantes → Possui atividade eletrofílica intrínseca → Afinidade por Nucleofílicos como proteínas, RNA e DNA → Induz mutações para ativar proto-oncogenes ou inativar genes supressores de tumor. ● Carcinógenos indiretos → Precisam sofrer modificações químicas no organismo antes de se tornarem eletrofílicas e ativas. Os genes mais afetados por carcinógenos químicos são RAS e TP53. Exemplos de agentes químicos: Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos Aminas aromáticas Azocompostos Alquilantes Nitrosaminas Aflatoxinas Asbesto Carcinógenos inorgânicos: cromo, níquel e ferro AGENTES FÍSICOS Radiações provocam mutações capazes de ativar oncogenes (principalmente RAS) e/ou inativar genes supressores de tumor, podendo atuar sinergicamente com outros carcinógenos. Exemplos: Radiação UV → Ocorre Lesão do DNA por dimerização da timina → Mutações puntiformes Radiação ionizante → Podem ser eletromagnéticas ou particuladas → Alterações cromossômicas (Translocações, quebras, mutações puntiformes e deleções) CONDIÇÕES CANCERIZÁVEIS Esse termo se refere a um estado geral que não necessariamente altera o aspecto local do tecido, mas está associado a maior risco de desenvolvimento. Existem diversas condições que podem aumentar o risco de desenvolver câncer: Inflamação crônica → Doenças autoimunes, artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal e hepatite crônica Infeções virais Hepatite B/C HPV Epstein-Barr Exposição a produtos químicos, físicos e toxinas Fatores genéticos e hereditários BRCA 1/2 Milene Alves T7 - UEMS LESÕES CANCERIZÁVEIS São lesões que tem uma chance maior de transformação maligna Exemplos: Leucoplasia Eritroplasia Queilite actínica Fibrose submucosa bucal Líquen plano QUEILITE ACTÍNICA Conhecida como vermelhão do lábio inferior Causada pela exposição crônica ao sol Limitada a pessoas de pele clara Mais comum em homens com mais de 45 anos → Atividade profissional e uso menos frequente de protetor labial Tratamento: Vermelhectomia; bloqueadores solares; laser de Co2 e Eletrodissecção INICIAÇÃO, PROMOÇÃO E PROGRESSÃO Iniciação: É quando o agente carcinogênico mutagênico induz alterações genômicas permanentes nas células, o que pode ocorrer em uma única aplicação desse agente. Promoção: É quando a célula iniciada transformada é estimulada a proliferar, amplificando o clone transformado. → Ocorre fixação da alteração genômica. Progressão: É quando há proliferação do clone transformado e o tumor cresce → surgem células com potencial metastizante. O tumor fica mais agressivo e maligno Esse processo depende da resposta imune do hospedeiro CARCINOMA EPIDERMÓIDE DE BOCA/ CARCINOMA ESPINOCELULAR É um tumor de células episminhosas da epiderme, caracterizado por evolução rápida, alto poder invasivo e metastático. Etiologia: Extrínsecos: Tabaco, álcool, raios UV Intrínsecos: Desnutrição, genética e anemia, imunossupressão, histórico familiar Mais comum em pessoas brancas com mais de 50 anos. Fisiopatologia: Agentes carcinogênico (Radiação solar, tabagismo, HPV e toxinas ambientais) → Mutações que ativam genes oncogênicos e desativar genes supressores de tumores → Proliferação descontrolada → Acúmulo de células anormais formam uma lesão pré-maligna/carcinoma in situ. Sintomas: Ferida que não cicatriza, dor, sangramento → Língua, gengivas, palato e mucosa jugal + Disfagia + Halitose + Linfadenopatia TABAGISMO Hábito de consumir produtos derivados do tabaco Tipos: Tabagismo ativo Tabagismo passivo Uso de tabaco sem fumaça → Fumo de mascar, snus.. Cigarros eletrônicos Narguile, vapers… Mecanismo carcinogênico: Substâncias químicas ligam-se ao DNA e causam alterações na sequência de nucleotídeos do DNA Danos celulares por meio de estresse oxidativo → Estimula a produção de radicais livres Inibição da ação do sistema imunológico POLÍTICA NACIONAL DE CONTROLE DO TABACO É a internalização da CQCT no SUS Objetivo geral: Reduzir a prevalência de fumantes e morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco Ações: Restrições à publicidade, promoção e patrocínio Advertências sanitárias nos maços de cigarro Ambientes livres de tabaco Milene Alves T7 - UEMS Aumento de impostos sobre o produtos do tabaco Tratamento para dependentes de tabaco PRINCÍPIOS DA RADIOTERAPIA INTRODUÇÃO Tem a finalidade de utilizar radiações ionizantes no tratamento de tumores malignos e ocasionalmente. benignos Objetivo: destruir células tumorais pela deposição de uma dose precisa de irradiação no volume alvo a ser tratado, com mínimo dano aos tecidos normais vizinhos. Mecanismos de ação: Células cancerígenas são mais radiossensíveis porque estão quase sempre em mitose A fase G1 é mais radiorresistente → Porém células tumorais tem turnover maior → Menor tempo gasto em G1 Efeitos: Direta → Atinge diretamente os componentes celulares, provocando danos no DNA → Cerca de 30% do efeito biológico da radiação Indireta → produz radicais livres a partir da água intracelular → Principal OH (Hidroxila) que pode se recombinar ou reagir com moléculas orgânicas Tem 5 fatores que alteram a equação de morte e sobrevivência de células normais e tutoriais Reparo → Danos subletais → Permite sobrevivência e replicação Reoxigenação → Células tumorais hipóxicas são menos radioativas porque tem pouco oxigênio → A radioterapia mata células e estabelece o fluxo sanguíneo → Chega mais O2. Repopulação → Varia conforme tipo de tecido → Proliferação celular aumenta Radiossensibilidade → Está ligada a radiossensibilidade celular intrínseca do tecido. Redistribuição → Ocorre uma sincronização das células sobreviventes dentro do ciclo celular, após as mortes das células mais sensíveis FORMAS DE RADIOTERAPIA A forma a ser escolhida para um determinado tratamento depende de fatores como tipo de câncer, localização do tumor, estádio do tumor, além da saúde geral do paciente, entre outros. Braquiterapia: Consiste na aplicação de fontes radioativas na forma de aplicadores especiais: agulhas (Cs-137), sementes (Ir-192, I-125, Pd-103 e Au-198) ou fios são colocadas em contato direto com o volume alvo. A administração da dose pode ser feita durante dias (baixa taxa de dose - BTD/LTD) ou em poucos minutos (alta taxa de dose - ATD/HTD), dependendo da quantidade de radiação emitida por unidade de tempo. Pode ser: Intersticial Intraluminal Intracavitária de superfície Teleterapia/Radioterapia Externa: Consiste em interpor uma certa distância física entre o paciente e a fonte emissora de radiação. Isoterapia: Consiste na administração via venosa ou oral de isótopos radioativos que tenham tropismo pelo tecido em que se localiza o tumor. DOENÇAS OPORTUNISTAS Mucosite: É definida como uma inflamação e ulceração da mucosa bucal com formação de pseudomembrana e fonte potencial de infecções com risco de morte. É um efeito debilitante de tratamentos do câncer como a radioterapia e a quimioterapia bastante frequente (afeta mais de 40% dos pacientes) e doloroso. A manifestação inicial é o eritema, seguido do desenvolvimento de placas brancas descamativas, que são dolorosas ao contato. → Forma fibrina que leva à formação de uma pseudomembrana e ulceração, representando a forma mais pronunciada da mucosite. Fisiopatologia Radioterapia afeta a vascularização, diminuindo o aporte de oxigênio e levando à hipóxia e a morte celula Milene Alves T7 - UEMS Microbiota oral pode ser alterada pela radiação, conduzindo a um aumento da colonização por microrganismospatogênicos Osteorradionecrose: ORN é uma necrose isquêmica do osso. A radiação reduz o potencial de vascularização dos tecidos. As consequentes condições hipovascular e hipóxica colocam em risco a atividade celular, formação de colágeno e capacidade curativa de ferida → Fluxo sangüíneo diminui, bem como os nutrientes e as células de defesa → Degeneração Histologicamente, ORN é caracterizada por destruição de osteócitos, ausência de osteoblastos de osso marginal e a falta de novo osteóide. ONCOVÍRUS São vírus que possuem a capacidade de iniciar um câncer ou seja o crescimento de células cancerígenas. Os vírus são considerados agentes causadores de diversos tipos de neoplasia e estima-se que 15-20% de todos os casos de câncer no mundo tenham como etiologia a infecção por agente viral. CARCINOGÊNESE VIRAL Há vírus citopáticos ou não → Os que causam tumor não são citopáticos e estabelecem infecção persistente Os vírus não são agentes carcinogênicos eficientes → Indica que a infecção viral é apenas um dos elementos promotores do câncer Processo - mecanismos: Invasão do vírus às células hospedeiras → Integração do material genético viral com DNA das células hospedeiras → Mutações e instabilidade cromossômica → Ativação de oncogenes e inativação de genes supressores de tumor → Proliferação celular anormal Estímulo a resposta inflamatória crônica → Danos celulares persistentes A progressão é influenciada por fatores adicionais como genética, exposição a substâncias químicas ou físicas, fatores ambientais. TRANSFORMAÇÃO MALIGNA DO HPV O vírus do papiloma humano (HPV) é um vírus de DNA que infecta as células epiteliais da pele e das mucosas Sabe-se que o vírus pode interferir em várias vias celulares, levando a alterações no ciclo celular e na resposta imunológica. Oncoproteínas: E6 Liga-se à proteína p53 → Perda da função da p53 como supressor tumoral → Sobrevivência de células com danos no DNA (Indução a instabilidade genômica) Ativa a telomerase E7 Liga-se à proteína pRb → Esse supressor tumoral perde sua função → Liberação de fatores de transcrição para proliferação celular como p107, p130, HDAC (histona desacetilases), AP-1, além de ciclinas (Indução a instabilidade genômica) E2 → Interferência no sistema imunológico → Inibe a apresentação de antígenos e a resposta dos linfócitos T citotóxicos PRINCIPAIS VÍRUS HTLV - VÍRUS LINFOTRÓPICO DE CÉLULAS T É o agente etiológico da Leucemia de Células T em Adultos e também da Paraparesia Espástica tropical ou Mielopatia associada ao HTLV-1 A atividade transformante do HTLV-1 está relacionada à expressão dos genes V-TAX e V-REX que tem como produtos, respectivamente, proteínas reguladoras transcricionais e pós-transcricionais. A proteína TAX regula a expressão de genes relacionados na progressão do ciclo celular como as ciclinas A, D2 e E → Induz proliferação celular Aumento da sinalização pró-crescimento e sobrevivência das células: Reprime também a expressão de múltiplos inibidores de CDKs + Ativação do fator de transcrição NF-kB que dá sobrevida celular. Milene Alves T7 - UEMS Aumento da instabilidade genômica: interfere nos pontos de checagem e funções de reparo do DNA. HIV - VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA É um vírus linfotrópico associado à síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Embora seu genoma esteja integrado com genoma celular, ele não parece causar malignidade diretamente, porque não expressa oncogenes → Mas, a severa imunodeficiência provocada por este vírus resulta no aparecimento frequente de linfomas, melanomas, carcinomas cutâneos e mucosas, como câncer de colo uterino. Mecanismo: Dano ao sistema imune Entre as neoplasias causadas por infecção com vírus oportunistas estão: sarcoma de Kaposi, causado pelo herpesvírus 8 (HHV-8); linfomas não Hodgkin, causados por EBV; carcinoma cervical e anal, originado após infecção com alguns tipos de HPV. HCV - VÍRUS DA HEPATITE C É um vírus de RNA fita simples linear de polaridade positiva, envelopado, que pertence à família dos Flaviviridae Mecanismo: O dano hepático associado a inflamação são fatores fundamentais para o desenvolvimento das lesões. A severidade e a taxa de progressão da inflamação do fígado são variáveis entre os pacientes infectados com HCV. HBV - VÍRUS DA HEPATITE B O vírus da hepatite B é um vírus de DNA fita dupla circular envelopado que pertence à família Hepadnaviridae. Mecanismo: O desenvolvimento do carcinoma hepático após a infecção com HBV envolve uma combinação de mecanismos. Ação indireta: Como ocorre a integração do genoma viral ao genoma celular é possível que aconteça mutagênese insercional → Esta resulta na desregulação do gene c-MYC e na inativação de genes supressores de tumores. Ação direta: Gene HBX viral → Codifica a proteína que está consistentemente presente nas células tumorais →Ativa vias de sinalização que promovem a expressão de genes celulares associados à proliferação e ao sistema de reparo do DNA. HPV - PAPILOMAVÍRUS HUMANO O papilomavírus humano (HPV) pertence à família dos Papillomaviridae, que possui 16 gêneros. Destes, o gênero alfa contém vírus que se associam ao desenvolvimento dos tumores de mucosas. Eles são vírus de DNA fita dupla circular (7.000-8.000 pb) pequenos e não envelopados que existem em uma forma cromatizada. O hospedeiro do vírus HPV é o humano, infectando o epitélio estratificado, tanto os sítios mucosos (mucosotrópico) como os cutâneos (epiteliotrópico) A IARC classifica como carcinogênicos os tipos de HPV 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 66. O HPV-16 encontra-se em 50% de todos os cânceres de colo de útero, enquanto a detecção do HPV 18 dá-se em 10-20% dos cânceres cervicais. Mecanismos: Oncoproteínas e Inibição do sistema imunológico EBV - VÍRUS EPSTEIN-BARR O Epstein-Barr é um herpesvírus e encontram-se dois tipos virais nos humanos: EBV-1 e EBV-2A. O genoma do vírus EBV constitui-se de uma molécula de DNA dupla fita linear que não se integra ao genoma do hospedeiro. Alguns de seus genes estão associados à imortalização celular → Proteína de membrana LMP-1 induz a expressão de BCL-2, proteína antagonista da apoptose Além disso a LMP-1 interage com várias proteínas da via de sinalização de TNFR mediante o domínio C-terminal, estas interações resultam na ativação de genes dependentes de NF-kB ESTADIAMENTO DE CÂNCER DE COLO UTERINO ESTADIAMENTO TNM O Estadiamento dos tumores malignos é muito importante pois a partir dele é possível delimitar o prognóstico e medidas terapêuticas Milene Alves T7 - UEMS Cada câncer tem suas peculiaridades quanto ao estadiamento, mas de modo geral todos seguem um sistema universal e de simples aplicabilidade. O Sistema TNM analisa avalia alguns parâmetros para saber o grau de difusão de um câncer → Os parâmetros utilizados para estadiar tumores sólidos são o Tamanho (T) ou Extensão do tumor primário, a presença ou não de metástase pra Nódulos Linfáticos (N) regionais e a Presença ou não de Metástase (M) a distância → Cada um desses parâmetros tem números ou letras que indicam a extensão da doença Muitos métodos podem ser aplicados para traçar o estadiamento de um tumor: Exames de imagem como TC , RM, USG e Cintilografia ajudam a delimitar o Tamanho do tumor e a presença ou não de Metástases (M) A biópsia ajuda a delimitar a extensão do tumor no tecido, além do acometimento da cadeia linfática (N) e vasos sanguíneos (M) A administração de corantes no tumor e a observação do coramento nos linfonodos regionais revela a infiltração linfática (N) Cada parâmetro dos tumores tem seus sub-estadiamentos: Tamanho (T) T → Tumor Primário TX → Tumor Primário não pode ser avaliado → Sem definição do tamanho T0 Não há evidência de tumor primário Tis → Carcinoma In Situ T1 (<1 cm), T2 (1-4 cm) T3 (>4cm) Nódulos Linfáticos Nx → Linfonodos regionais não podem ser avaliados N0 → Sem acometimento linfático N1 → Metástase para linfonodo regional Metástase Mx → Impossível definir se há metástase a distância M0 → Sem metástase M1 → Metástase à Distância → O sítio ou sítiossecundários podem ser identificados pela sigla do sítio anatômico ocupado PUL, MO, OSS, PLE, HEP, PER, CER, ADR, LIN, CUT... Exemplos: Tumores T2N0M0 a conduta preferencial é a cirurgia, para ressecção da área afetada e não há necessidade de quimio ou radio Tumores T2N0M1 a conduta preferencial é quimioterapia para controle das metástases ESTADIAMENTO FIGO ESTÁGIO I Carcinoma In Situ ESTÁGIO IA Carcinoma invasor com menos de 5mm de profundidade ESTÁGIO IA1 Se a invasão for mensurada em até 3mm de profundidade ESTÁGIO IA2 Se invasão for mensurada entre 3 e 5mm ESTÁGIO IB Invasão maior que 5mm ESTÁGIO IB1 Se invasão menor que 02 cm ESTÁGIO IB2 Se invasão entre 02 e 04 cm na maior dimensão ESTÁGIO IB3 Se invasão maior que 4 cm na maior dimensão ESTÁGIO II Extensão além do útero, mas não até a parede pélvica ou até o terço inferior da vagina sem envolvimento parametrial (tecido entre o colo e a parede da pelve) ESTÁGIO IIA Limitada a 2/3 superiores da vagina ESTÁGIO IIA1 Se lesão <4cm na maior dimensão ESTÁGIO IIA2 Se lesão >4cm na maior dimensão ESTÁGIO IIB Envolvimento parametrial, mas não até a parede pélvica ESTÁGIO III Extensão até a parede pélvica e/ou envolvimento do terço inferior da vagina e/ou causa hidronefrose ou rim não funcional e/ou envolve linfonodos pélvicos e /ou para-óticos ESTÁGIO IIIA Extensão até o terço inferior da vagina, mas não até a parede pélvica ESTÁGIO IIIB Extensão até a parede pélvica e/ou causa hidronefrose ou rim não funcional ESTÁGIO IIIC Envolve os linfonodos pélvicos e/ou para-aórticos, independentemente do tamanho e extensão do tumor ESTÁGIO IIIC1 Metástase apenas no linfonodos pélvicos ESTÁGIO IIIC2 Metástase nos linfonodos para-aórticos Milene Alves T7 - UEMS ESTÁGIO IV Extensão para além da pelve ou envolvimento comprovado por biópsia da bexiga ou mucosa retal ESTÁGIO IVA Disseminação em órgãos pélvicos adjacentes ESTÁGIO IVB Disseminação para órgãos distantes PROGNÓSTICO ESTÁGIO IA1 → Carcinomas In Situ ou microinvasores (profundidade < 3mm) Probabilidade de invasão ganglionar é mínima Tratamento cirúrgico com margens livres Conização ou Histerectomia ESTÁGIO IA2 → Carcinoma micro invasor com profundidade de 03 a 5mm Tratamento cirúrgico radical Histerectomia Total + Parametrectomia e Linfadenectomia Pélvica, mesmo sem sinal de comprometimento linfonodal ESTÁGIOS IB1 e IIA1 → Carcinomas invasores menores que 4cm e retidos ao colo do útero ou com comprometimento do terço inferior da vagina, respectivamente Tratamento cirúrgico radical Histerectomia Total + Parametrectomia e Linfadenectomia Pélvica, mesmo sem sinal de comprometimento linfonodal Pacientes com alto risco de recidivas (profundidade > 2cm, invasão linfovascular, metástases linfonodais e margens cirúrgicas comprometidas ) devem receber como tratamento adjuvante, à radioterapia. ESTÁGIO IB2 e IIA2 → Tumores volumosos restritos ao colo do útero ou se estendendo até o terço superior da vagina Tratamento cirúrgico é possível mas prognóstico é de alto risco de recidiva O tratamento cirúrgico deve ser complementado com rádio e/ou quimio ESTÁGIOS IIB a IV → Tumores avançados Nesses casos o tratamento cirúrgico não é mais considerado pela alto risco de recidivas Associa-se radioterapia com quimioterapia cisplatina EPIGENÉTICA Metilação do DNA Modificação de Histonas Ubiquitinação Acetilação Metilação Expressão de MicroRNAs CARCINOMA BASOCELULAR (CBC) É originado de células basais da epiderme e se apresenta como uma lesão com bordos róseos, translúcidos ou perolados, que não cicatriza e pode ulcerar e sangrar. O CBC é menos agressivo que outros tipos de câncer de pele e é mais comum em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Atenção: exposição solar, pele clara, histórico familiar, terapias, exposição ao arsênico e tabagismo. Fisiopatologia: Luz UV → Mutações em genes de supressão tumoral: PTCH1, SMO, SUFU Diagnóstico: Exame clínico + Dermatoscopia + Biopsia excisional → Análise histopatológica → Confirma diagnóstico MELANOMA O melanoma cutâneo tem origem neuroectodérmica, formando-se a partir dos melanócitos que migram da crista neural para toda a epiderme, durante a embriogênese. Essa origem facilita sua capacidade de disseminação, tornando-o tumor maligno da pele com maior agressividade, por apresentar grande capacidade de invasão e metastatização. Predomina ligeiramente no sexo masculino, com maior incidência da quarta a sexta décadas da vida, e é mais comum em pessoas de cor branca com fenótipo de cabelos ruivos e olhos claros Fisiopatologia: Luz UV → Mutações em genes de supressão tumoral: CDKN2A, BRAF, KIT, RAS. Diagnóstico: Exame clínico (ABCDE) + Dermatoscopia + Biópsia excisional + Exames de imagens (TC, pet scan) CÂNCER DE MAMA Milene Alves T7 - UEMS É o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. O câncer de mama é uma proliferação clonal que se origina de células com várias mutações genéticas, adquiridas por influência de exposições hormonais ou genes suscetíveis herdados. O câncer de mama pode ser hereditário, desenvolvendo-se em mulheres com mutações em genes supressores tumorais, ou esporádicos. Fatores ambientais atuam diretamente na influência das formas hereditárias do câncer de mama, e tanto os fatores genéticos quanto os ambientais contribuem para as formas esporádicas do câncer. FATORES DE RISCO O câncer de mama afeta principalmente mulheres (99% dos casos). Fatores de risco incluem: mutações genéticas hereditárias, parentes de primeiro grau com câncer de mama, raça/etnia, idade, idade da menarca, idade no nascimento do primeiro filho, doença mamária benigna e exposição estrogênica. Mulheres brancas não hispânicas têm maior incidência de câncer de mama nos Estados Unidos. A idade é um fator importante, com o risco aumentando ao longo da vida e atingindo o pico entre 70 e 80 anos de idade. A menarca em mulheres com idade inferior a 11 anos e menopausa tardia aumentam o risco de câncer de mama. Uma gravidez a termo antes dos 20 anos diminui pela metade o risco de câncer de mama quando comparada com mulheres nulíparas ou mulheres que têm mais de 35 anos quando deram à luz pela primeira vez. A reposição hormonal da menopausa aumenta o risco de câncer de mama, especialmente quando estrogênio e progesterona foram administrados juntos por anos. Densidade mamária aumenta o risco de desenvolver câncer de mama. Exposição à radiação, especialmente em idade jovem, aumenta o risco de câncer de mama. História de câncer de mama contralateral ou endométrio aumenta o risco. Álcool e obesidade aumentam o risco de câncer de mama. Atividade física moderada pode ter efeito protetor contra o câncer de mama. Amamentação prolongada reduz o risco de câncer de mama. Possíveis efeitos estrogênicos de poluentes ambientais estão sendo investigados, mas associações definitivas ainda não foram estabelecidas CARCINOGÊNESE E PROGRESSÃO TUMORAL QUADRO CLÍNICO Nódulo mamário, geralmente endurecido, fixo e indolor. Eritema ou edema na pele da mama, com aspecto semelhante à casca de laranja; Alterações no mamilo, como retração ou descarga de líquido sanguinolento ou seroso; Linfonodomegalia, com a presença de pequenos nódulos palpáveis na região cervical ou axilar. Outros: Dor, coceira, descamação, ulceração ou sangramento na pele da mama. DIAGNÓSTICO Autoexame + Exame clínico Mamografia Ultrassom TC e RM Biópsia → Exame histopatológica Estadiamento: A neoplasia de mama também pode ser classificada de acordo com o perfil molecular: luminal A, luminal B, triplo negativo, HER2 superexpresso e basal-like. Milene Alves T7 - UEMS O estadiamento tumoral é importante para o planejamento terapêutico e classifica os tumores em operáveis (EC I e II), localmente avançados (EC IIIA e IIIB) e doença metastática (EC IV). TRATAMENTO Cirurgia Mastectomia Cirurgia conservadora Reconstrução mamária Biópsia do linfonodo sentinela Dissecção axilar dos linfonodosRadioterapia Hormonioterapia Tamoxifeno: Modulador seletivo do receptor de estrogênio (SERM) e pode ser usado para reduzir o risco de câncer de mama em mulheres com alto risco, para diminuir a chance de recidiva em mulheres tratadas com cirurgia conservadora da mama e para tratar mulheres com câncer de mama invasivo. Seus efeitos colaterais incluem ondas de calor, secura vaginal e aumento do risco de desenvolver cânceres de útero e formação de coágulos sanguíneos. Terapia alvo Imunoterapia CÂNCER DE PRÓSTATA O câncer de próstata é tipicamente uma doença de homens com mais de 50 anos de idade, faixa etária em que é bastante comum. Com base nos estudos de autópsia, sua incidência aumenta de 20% em homens na faixa dos 50 anos, para aproximadamente 70% em homens entre 70 e 80 anos de idade. O câncer de próstata é uma doença multifatorial causada por uma combinação de fatores de risco, incluindo idade, raça, história familiar, níveis hormonais e influências ambientais. Alguns fatores ambientais propostos incluem o maior consumo de gorduras ou carcinogênicos presentes em carnes vermelhas carbonizadas, enquanto outros produtos dietéticos, como licopenos, produtos de soja e vitamina D, são suspeitos de prevenir ou retardar o desenvolvimento de câncer de próstata. FATORES DE RISCO Idade – fator mais bem estabelecido, pois o risco aumenta com o avançar da idade, atingindo principalmente homens na sexta década de vida. Hereditariedade – homens que possuem familiares de primeiro grau, pai e irmão, que tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos possuem maior risco. Deve ser ressaltado que uma agregação familiar de casos de câncer de próstata pode refletir o hábito de rastreamento em uma mesma família e não necessariamente hereditariedade. Obesidade – o efeito da gordura corporal, avaliada por índice de massa corporal, circunferência da cintura e relação cintura-quadril, sobre o aumento do risco tem sido observado apenas para cânceres de próstata avançados, de alto grau e fatais, indicando uma associação com pior prognóstico. Diversos outros possíveis fatores de risco têm sido estudados, incluindo doenças metabólicas, drogas e fatores dietéticos, bem como fatores ocupacionais e ambientais, porém, em geral, as evidências ainda não são conclusivas. QUADRO CLÍNICO O câncer de próstata em estágio inicial geralmente não provoca sintomas, enquanto em estágio avançado pode causar alguns: ● Micção frequente. ● Fluxo urinário fraco ou interrompido. ● Vontade de urinar frequentemente à noite (Nictúria). ● Sangue na urina ou no sêmen. ● Disfunção erétil. ● Dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos se a doença se disseminou. ● Fraqueza ou dormência nas pernas ou pés. DIAGNÓSTICO O diagnóstico do cancro da próstata se baseia no toque retal, na dosagem sérica do PSA - Antigeno Prostatico Especifico (Prostatic Specific Antigen). A biópsia, quando indicada, é realizada com o auxílio da USG transretal da próstata. O diagnóstico de certeza é feito através do exame de anatomia patológica que serve também para classificar o câncer de próstata. Dentre os métodos usados para classificar o mais aceito é o escore de Gleason Milene Alves T7 - UEMS TRATAMENTO Crioterapia Prostatectomia Radioterapia externa Braquiterapia Quimioterapia: Docetaxel, cabazitaxel, mitoxantrona e estramustina. Os efeitos colaterais comuns incluem perda de cabelo, inflamação na boca, náuseas, fadiga e diminuição de células sanguíneas. A quimioterapia é administrada em ciclos com períodos de descanso para permitir que o corpo se recupere. Hormonioterapia A terapia hormonal pode ser usada quando o paciente não pode fazer cirurgia ou radioterapia, se o câncer voltou após o tratamento ou se o paciente tem alto risco de recidiva. A terapia hormonal também pode ser usada antes da radioterapia para torná-la mais eficaz. Imunoterapia O pembrolizumabe é um medicamento que têm como alvo a proteína PD-1, que normalmente impede que as células T ataquem outras células do corpo. Ao bloquear a PD-1, o medicamento aumenta a resposta imunológica contra as células cancerígenas na próstata. TERAPIAS ADJUVANTES - APLICAÇÕES É realizado após remoção cirúrgica de tumor É usado para eliminar qualquer célula cancerígena que possa ter ficado após a cirurgia, reduzindo o risco de recorrência da doença NEOADJUVANTES - APLICAÇÕES É realizada antes da remoção cirúrgica de tumor Reduzir possibilidade de recidiva Testar a sensibilidade do tumor ao tratamento. Milene Alves T7 - UEMS
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