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Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v 5, n 4, p 18-26, jul-ago, 2000

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Artigo Inédito
Resumo
Durante muitas décadas a distaliza-
ção efetiva dos molares superiores per-
manentes foi praticada quase que exclu-
sivamente por meio da utilização de for-
ça extrabucal. Hoje em dia, inúmeros
dispositivos que colocam em cena a pos-
sibilidade de distalizar os molares com
ancoragem intrabucal ganham relevân-
cia para driblar a falta de cooperação do
paciente. Um deles é o distalizador
“Jones Jig” – objeto de estudo do presente
trabalho.
O distalizador “Jones Jig” surgiu como
alternativa para distalização de mola-
res, e são nos casos de pequenas distali-
zações que ele encontra sua indicação
mais precisa, principalmente com apli-
cação unilateral. Há sólidas razões para
acreditar que, pelas suas características
mecânicas, ele não é capaz de superar
os efeitos produzidos pelo aparelho ex-
trabucal. Em situações onde se faz ne-
cessário alterações ortopédicas na ma-
xila, grandes distalizações com movi-
mento de translação dos molares e gran-
de controle de ancoragem, torna-se im-
perativo recorrer ao aparelho extrabucal,
cabendo ao ortodontista esgotar os re-
cursos de motivação do paciente para
desfrutar de todos os efeitos deste apa-
relho, ainda insuperável na clínica or-
todôntica. Por outro lado, o crescimento
facial prega restrições ao uso da anco-
ragem extrabucal para distalização dos
molares em padrão facial Classe I.
Ciente das características mecânicas
e efeitos tão distintos destes dois apare-
lhos, o aparelho extrabucal e o distali-
zador “Jones Jig”, o ortodontista deve
guiar-se pelo bom senso para optar por
aquele que melhor preencha os requisi-
tos biomecânicos e de cooperação de
cada paciente para a finalização ideali-
zada.
INTRODUÇÃO
O aparelho extrabucal idealizado por
Kloehn, nos idos de 1940, ainda consti-
tui um dos recursos terapêuticos utiliza-
dos de rotina para ancoragem, distaliza-
ção de molares e produção de altera-
Omar Gabriel da Silva Filho *
Elaine Saltão Rufino Artuso **
Arlete de Oliveira Cavassan *
Leopoldino Capelozza Filho ***
* Ortodontistas do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo
(HRAC-USP), Bauru-SP.
** Aluna do Curso de Especialização em Ortodontia da Fundação para o Estudo e Tratamento das Deformidades
Craniofaciais - FUNCRAF, Bauru-SP.
*** Professor Assistente Doutor da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB-
USP) e Responsável pelo Setor de Ortodontia do HRAC-USP.
Unitermos:
Má oclusão;
Distalização dos
molares superiores;
Molas de Níquel e
Titânio; Aparelho
“Jones Jig”.
Distalizador “Jones Jig”: Um Método Alternativo
para a Distalização de Molares Superiores
The “Jones Jig” Appliance:
An Alternative to Distalize Upper Molars
Omar Gabriel da
Silva Filho
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ções ortopédicas na maxila, com ex-
celentes resultados há muito tempo
enfatizados na literatura1,2,22,30. O apa-
relho extrabucal apresenta versatili-
dade suficiente, do ponto de vista clí-
nico, para permitir a distalização uni-
lateral ou bilateral dos molares per-
manentes, com total controle sobre o
centro de rotação e sobre o compo-
nente vertical dos molares, através do
ajuste da linha de ação da força e do
tipo de tração aplicada, respectiva-
mente1,19. Além do efeito ortodôntico
de distalização dos molares, o uso do
aparelho extrabucal durante a fase
ativa de crescimento facial traz alte-
rações ortopédicas importantes de ini-
bição parcial do deslocamento ante-
rior da maxila2, o que pode ser dese-
jável em um paciente com um padrão
facial de Classe II, principalmente
diante de um componente de progna-
tismo maxilar.
No entanto, a eficiência do apa-
relho extrabucal está intimamente as-
sociada à persistente cooperação do
paciente, em virtude deste aparelho
ser removível, de impacto estético ne-
gativo, e por apresentar elementos
externos. Ao mesmo tempo que a tra-
ção extrabucal desempenha um papel
positivo sobre a mecanoterapia, por
transferir a força reativa para fora da
cavidade bucal, há o lado negativo
da intolerância por alguns pacientes.
Em virtude da total dependência da
cooperação e aceitação do paciente,
é que surgiram no mercado nestes úl-
timos anos aparelhos alternativos
com o objetivo de distalização dos
molares superiores, priorizando a an-
coragem intrabucal3-7,9-18,20,21,23-26,28.
Os aparelhos de ancoragem intra-
bucal exibem um mecanismo de ação
bem diferente do aparelho extrabu-
cal até então usado à exaustão. Qua-
se sempre são fixos, e usam forças su-
aves, porém contínuas, liberadas por
molas super-elásticas de níquel e
titânio4,7,9,10,14,21, fios super-elásticos de
níquel e titânio23, magnetos3, 4, 9, 13, 15, 18,
e helicóides e alças confeccionados
com fios de TMA5, 6, 12, 17 ou de aço ino-
xidável20, 25, 26. Observamos que estes
aparelhos têm sido apresentados aos
ortodontistas com o apelo de, pelo
menos em tese, obter a movimenta-
ção desejada dos molares sem a ne-
cessidade de colaboração do pacien-
te. Dentro deste princípio, o distali-
zador “Jones Jig”10, 21 representa um
dos benefícios que a contemporanei-
dade vem trazendo à distalização dos
molares.
O objetivo do presente estudo é
dar contribuição ao debate das van-
tagens e desvantagens do distaliza-
dor “Jones Jig”, tomando como refe-
rência o aparelho extrabucal.
Descrição do Aparelho “Jones
Jig” e Considerações Mecânicas
O distalizador “Jones Jig” foi pro-
jetado no intento de distalizar mo-
lares superiores com ancoragem in-
trabucal e intramaxilar. Consiste
numa un idade de ancoragem
dentomuco-suportada, apoiada nos
pré-molares, e numa unidade ativa,
contendo uma mola de Níquel e
Titânio de secção aberta21 (fig. 1).
A unidade de ancoragem, com fi-
nalidade de resistir à reação da for-
ça distalizadora ou mantê-la den-
tro de limites clínicos toleráveis, é
formada por um botão de Nance
unido preferencialmente aos segun-
dos pré-molares. Um fio de aço
.036’’ une as bandas e o apoio de
resina acrílica.
A unidade ativa compreende uma
mola de Níquel e Titânio de secção
aberta e um cursor deslizante, encai-
xados em um fio de aço de .030”. A
extremidade distal deste fio de aço é
bifurcada para ser adaptada simul-
taneamente nos acessórios retangu-
lar e redondo do tubo duplo do pri-
meiro molar permanente. Esta par-
ticularidade tem a intenção de con-
trolar o centro de rotação dos mola-
res durante a sua distalização. O
aparelho é ativado quando o cursor
deslizante é puxado em direção ao
molar por meio de um f io de
amarrilho que parte do pré-molar de
ancoragem (fig. 1). A distalização do
cursor deslizante comprime a mola
de Níquel e Titânio que passa, en-
tão, a liberar uma força de natureza
contínua. Estima-se que a força ne-
cessária para distalização do molar
deve aproximar-se de 50g. A ativa-
ção da mola deve ser feita em inter-
FIGURA 1 – Desenho esquemático do distalizador “Jones Jig”: A) unidade de ancoragem (botão de Nance adaptado aos segundos
pré-molares) e B) elemento ativo (mola de níquel e titânio e cursor deslizante adaptados por vestibular).
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tro de resistência dos molares1,19. Isto
significa que o movimento predomi-
nante do molar, produzido pelo “Jones
Jig”, é de inclinação e não de
translação, o que é indesejável por ser
menos estável. Há também outro fa-
tor limitante de caráter mecânico: a
ancoragem é intrabucal, ou seja, a re-
ação da força liberada está dentro da
boca, criando um efeito indesejá-
valos de 4 a 8 semanas.
A principal vantagem deste apa-
relho é independer da colaboração do
paciente para promover a distaliza-
ção dos molares. As figuras 2 a 6 ilus-
tram o efeito distalizador do “Jones
Jig” para correção de uma má oclu-
são com relação dentária de Classe II
unilateral. O aparelho libera força
suave, de natureza contínua, e com
ancoragem intrabucal e intramaxilar,
e, principalmente por isto, é muito
bem aceito pelos pacientes. Visto, po-
rém, pelaótica da mecânica, ele não
é capaz de controlar efetivamente o
centro de rotação do molar durante a
distalização, o que é facilmente
contornável com a tração extrabucal,
através da inclinação do braço exter-
no do arco facial em relação ao cen-
FIGURA 2 – Má oclusão classe I com apinhamento na região do canino superior direito. A relação sagital de 1/4 de classe II do lado
direito está contribuindo para a mesio-infra-vestibulo oclusão do dente 13.
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vel de inclinação para frente da
unidade de ancoragem28. Em suma,
a perda de ancoragem lhe é indis-
sociável.
Distalização dos Molares com
Ancoragem Intrabucal: Revi-
são de Literatura
Muitos ortodontistas têm explo-
rado um método alternativo para a
distalização dos molares no afã de
eliminar a principal variável deter-
minante da eficiência do aparelho
extrabucal – a cooperação do pacien-
te. A tabela 1 resume os dispositivos
publicados na literatura com esta fi-
nalidade. A grande maioria desses
aparelhos têm em comum a ancora-
gem intrabucal, intramaxilar, dento-
muco-suportada e fixa – o botão de
Nance. A exceção vai para os apare-
lhos removíveis com molas para dis-
talização dos molares, preconizados
por CETLIN, HOEVE (1983) 8 e
JECKEL, RAKOSI (1991)20, com pres-
crição de pelo menos 18 horas diá-
rias de uso, e no uso de elásticos de
Classe II preconizado por MUSE et al.
(1993)25 para ativar a distalização
dos molares com o aparelho de dis-
talização de WILSON31 (1978). Na
nossa opinião, não existe nenhuma
vantagem na indicação desses apa-
relhos removíveis já que mostram
todas as desvantagens da ancora-
gem intrabucal, acrescidas da neces-
sidade de colaboração do paciente,
principal desvantagem da ancora-
gem extrabucal. Com relação ao uso
do elástico de Classe II, a ancoragem
intermaxilar ainda tem o inconveni-
ente de acarretar compensações no
arco dentário inferior.
A ancoragem dentomuco-suporta-
da difere pouco entre os vários dis-
positivos intrabucais fixos criados
para a distalização dos molares. A
parte ativa, com grande diversifica-
ção, é que caracteriza cada um des-
tes aparelhos. Pela seqüência crono-
lógica, os magnetos repelentes povo-
aram as primeiras publicações perti-
nentes3,4,9,13,15,18,24, uma vez que os
magnetos foram introduzidos como
um sistema de força viável em orto-
dontia antes das molas super-elásti-
cas. Sem sombra de dúvida, os mag-
netos têm se mostrado efetivos na
distalização dos molares, inclusive
com relatos de distalização simultâ-
Autor Ano Aparelho Ancoragem Força Ativação Distalização
x 1 mês
GHAFARI11 1985 Mola de niti Ap. de Nance Mensal 1.5 mm
GIANELLY et al. 1988 Magnetos Ap. de Nance 220/225g 2/2 semanas 0.5 - 2.5mm
(início)
GIANELLY et al. 1989 Magnetos Ap. de Nance 2/2 semanas 0.5 - 2.5 mm
GIANELLY et al. 1991 Mola de niti Ap. de Nance 100 g Mensal 1 - 1.5 mm
ITOH et al. 1991 Magnetos Ap. de Nance 8 oz 2/2 semanas 3.5 mm
JECKEL, RAKOSI 1991 Mola Splint Maxilar 2N (início) 1vez em 2 mm
distalizadora Removível 5-6N 5 meses
BONDEMARK, KUROL 1992 Magnetos Ap. de Nance 220g (início) 3/3 semanas 1 mm
-60g
HILGERS 1992 Pêndulo Ap. de Nance 3/3 semanas 1 mm
JONES, WHITE 1992 Jones Jig Ap. de Nance 70-75g Mensal
LOCATELLI et al. 1992 Fio niti Ap. de Nance 100g Constante 1 – 2 mm
super elástico elástico cl II
REINER 1992 Mola Espiral Ap. de Nance 150g 2/2 semanas 1 mm
+ Bihélice + Bihélice
MUSE et al. 1993 Wilson rapid Elástico de 2-6 ounce Mensal 0.5 mm
molar distaliz. classe II
BONDEMARK et al. 1994 Mola de niti Ap. de Nance 225g-100g Mensal 0.5 mm
x magnetos 225g-100g Mensal 0.35 mm
FREITAS et al. 1995 Jones Jig Ap. de Nance 70-75 g Mensal 0.5 - 1 mm
GREENFIELD 1995 Pistão Ap. de Nance 1.5-2 oz 2/2 meses 1 mm
CARANO, TESTA 1996 Distal Jet Ap. de Nance 150-200 g Mensal 0.5 - 1 mm
GHOSH, NANDA 1996 Pêndulo Ap. de nance Mensal 0.5 mm
BYLOFF, DARENDELIER 1997 Pêndulo Ap. de nance 200-250g 2/2meses 1 mm
BYLOFF et al.
EVERDI et al. 1997 Magnetos x Ap. de Nance 225 g Semanal 1 mm
mola de niti Ap. de Nance 225 g Mensal 1.5 mm
TABELA 1
Síntese da ancoragem intrabucal disponível na literatura para distalização dos molares,
abrindo novas perspectivas para a mecanoterapia.
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nea dos primeiros e segundos mola-
res3, 4. Mas o fato é que a movimenta-
ção não ocorre com a mesma eficiên-
cia alcançada com a ancoragem ex-
trabucal. GIANELLY et al. (1989)15, por
exemplo, atribuiram 80% do efeito do
aparelho em distalização dos molares,
com apenas 20% de perda de ancora-
gem. Já ITOH et al. (1991)18 encontra-
ram de 30% a 50% de perda de anco-
ragem. Afora todas as desvantagens
mecânicas encontradas em todos os
aparelhos intrabucais para distaliza-
ção de molares, como a comprovada
ausência de controle do centro de ro-
tação durante a distalização dos mo-
lares3,4, os magnetos exibem alguns
inconvenientes inerentes: alto custo,
dificuldade de obtenção, volume
intrabucal aumentado.
O aparelho tipo pêndulo, descrito
inicialmente por HILGERS (1992)17, e
seguido por GHOSH, NANDA (1996)12
e BYLOFF, DARENDELILER (1997)5;
BYLOFF et al. (1997)6 usa também
como ancoragem um botão de Nance
modificado, de onde parte o elemento
ativo. A parte responsável pela dista-
lização dos molares consiste em alças
e helicóides confeccionados em fio
TMA de .032’’, que libera força suave
e contínua quando adaptados ao tubo
palatino dos molares. Pelo menos do
ponto de vista teórico, é um aparelho
mecanicamente mais versátil do que
os demais da mesma categoria, já que
permite um melhor controle do centro
de rotação durante a movimentação
do molar, além do controle vertical e
ajustes rotacionais.
Embora o distalizador “Jones Jig”
use uma mola de Níquel e Titânio
como elemento gerador da força para
a distalização do molar, como bem
mostrado nas figuras1 e 3, essas mo-
las super elásticas também podem ser
aplicadas com o mesmo objetivo sem,
no entanto, fazerem parte do apare-
lho Jones Jig. Como exemplo na litera-
tura temos a mola de Níquel e Titânio
usada por GIANELLY et al. (1991)14;
LOCATELLI et a l . (1992)23;
BONDEMARK et al. (1994)4 e EVERDI
et al. (1997)9.
Uma versão do distalizador “Jones
Jig”, com a parte ativa ajustada por
lingual, no tubo palatino do molar,
recebeu o nome de “Distal Jet”7. Uma
suposta vantagem clínica em relação
ao aparelho “Jones Jig” refere-se à pos-
sibilidade de mecânica vestibular si-
multânea. E por falar em mecânica
distalizadora por vestibular e lingual,
GREENFIELD (1995)16 adaptou mo-
las por vestibular e lingual, num dis-
positivo especialmente elaborado
para tal, recebendo o nome de “apa-
relho pistão fixo”, para corrigir a re-
lação dentária de Classe II com maior
FIGURA 3 – Distalizador “Jones Jig” instalado para distalizar o dente 16. As fotografias reiteram que distalização do molar e
ancoragem intrabucal não são incompatíveis e reforça a convicção de que a distalização unilateral é o efeito mais eficaz do aparelho
“Jones Jig”.
A B
C D
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controle rotacional durante a movi-
mentação.
Paralelo Acadêmico entre o
Aparelho Extrabucal e o Dista-
lizador “Jones Jig”
- Vantagens do Aparelho
Extrabucal
1 - Simplicidade na instalação pelo
profissional e no manuseio pelo pa-
ciente;
2 - Número reduzido de bandas e
de procedimentos clínicos operacio-
nais;
3 - Ancoragem extrabucal. A rea-
ção à força está fora da boca;
4 - Controle do centro de rotação
durante a distalização dos molares, re-
lacionando a linha de ação de força
ao centro de resistência do molar, atra-
vés da inclinação do braço externo do
arco facial;
5 - Controle vertical da movimen-
tação do molar através da seleção do
tipo de tração, se alta, média ou baixa;
6 - Controle transversal da movi-
mentação do molar através dos ajus-
tes do arco interno;
7 - Versatilidade para distalização
FIGURA 4 – Uma vez distalizadoo molar, a ancoragem torna-se fundamental para preservar o ganho de espaço durante a distaliza-
ção dos pré-molares e caninos. A ancoragem aqui foi garantida pela barra transpalatina e pela inclusão do dente 17.
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unilateral e bilateral;
8 - Versatilidade para distaliza-
ção de pré-molares na ausência dos
molares27, 29;
9 - Possibilidade de efeito ortopé-
dico se aplicado em fase de crescimen-
to facial, com restrição parcial do des-
locamento anterior da maxila.
- Desvantagens do Aparelho
Extrabucal
1 - Impacto anti-social;
2 - Depende exclusivamente da
colaboração do paciente;
3 - Efeito ortopédico. Ele passa a
ser desvantagem nos padrões faciais
Classe I, quando aplicado em fase de
crescimento.
- Vantagens do Distalizador
“Jones Jig”
1 - Por ser fixo, independe total-
mente da colaboração do paciente,
no tocante ao número de horas de
uso;
2 - Por ser intrabucal, é estético,
não trazendo impacto anti-social;
3 - Boa aceitação do paciente;
4 - Distaliza molares com força su-
ave, de natureza contínua – caracte-
rísticas das ligas de Níquel e Titânio;
5 - Força compatível com custos
biológicos reduzidos: forças de mag-
nitude suave;
6 - Menor sensibilidade e mobili-
dade dos molares durante a distali-
zação;
7 - Eficiência nas pequenas dis-
talizações, sobretudo nas unilaterais.
Desvantagens do Distalizador
“Jones Jig”
1 - Número maior de procedi-
mentos clínicos para a sua instala-
ção, na confecção da unidade de
ancoragem;
2 - Usa bandas de pré-molares;
bandas, estas, menos freqüentes em
estoques convencionais;
3 - Ancoragem insuficiente para
distalizações simétricas. É possível
usar um recurso clínico para superar
este inconveniente: a distalização
unilateral de cada vez;
4 - Impossibilidade de controle do
centro de rotação durante a distali-
zação dos molares. Embora o dispo-
sitivo de furca da unidade ativa te-
nha a intenção de favorecer o movi-
mento de corpo, isto só acontece no
início da distalização. Por isso, é
mais fácil conseguir movimento de
translação nas pequenas distaliza-
ções.
5 - Não promove efeito ortopédi-
co. Esta característica só é desvanta-
gem nas más oclusões com padrões
faciais de Classe II;
6 - Dificulta a higienização.
FIGURA 5 – Nivelamento superior após a distalização do segmento superior direito.
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Abstract
For many years, distalization of
the upper molars has been possible
only with the extraoral appliance.
Nowadays, new devices that need no
patient cooperation are available,
such as the “Jones Jig”.
The “Jones Jig” is indicated for
small distalizations, mainly unilat-
eral. It is clear that this device is not
capable of overcoming the effect of
the extraoral appliance. In situations
where maxillary orthopedic alter-
ations, great molar distalization and
great anchorage control are needed,
it is imperative that the extraoral ap-
pliance should be the first choice. On
the other hand, there are some re-
strictions as for the use of the
extraoral appliance in Class I pa-
tients, as far as craniofacial growth
is concerned.
Therefore, orthodontists should
always be aware of the effects of dif-
ferent appliances so that their indi-
cation is as adequate as possible.
Key-words: Malloclusion; Maxil-
lary molar distal movement; “Jones
Jig” appliance.
FIGURA 6 - Oclusão normal pós-tratamento.
D E
A B
C
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Endereço para correspondência
Omar Gabriel da Silva Filho
Setor de Ortodontia do HRAC-USP
Rua Silvio Marchione, 3-20
17043-900 - Bauru - SP
e-mail: ortoface@travelnet.com.br
R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 5, n. 4, p. 18-26, jul./ago. 2000

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