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Prévia do material em texto

Autoras: Profa. Cristina Maria Franzini 
 Profa. Luana Cardoso de Oliveira 
 Profa. Marina de Freitas Silva 
 Profa. Michele Georges Issa
Colaboradores: Prof. Juliano Rodrigo Guerreiro
 Profa. Marília Tavares Coutinho da Costa Patrão
Farmacotécnica Especial
Professoras conteudistas: Cristina Maria Franzini / Luana Cardoso de Oliveira / 
Marina de Freitas Silva / Michele Georges Issa
Cristina Maria Franzini
Possui graduação em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade 
de Ciências Biológicas de Araras (1994), especialização em Farmácia 
Hospitalar pelo Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de 
Ribeirão Preto – USP (1995), habilitação em Farmácia Industrial 
pela Universidade de Ribeirão Preto – Unaerp (1996), mestrado em 
Ciências Farmacêuticas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de 
Mesquita Filho (2006) e doutorado em Ciências Farmacêuticas pela 
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2010), na 
área de tecnologia farmacêutica com ênfase em farmacotecnia e 
desenvolvimento farmacotécnico. Também tem especialização em 
Farmácia Estética pela Uniararas – FHO (2018).
Luana Cardoso de Oliveira
É farmacêutica-bioquímica com graduação pela Universidade 
Estadual Paulista – Unesp (1999), mestre em Ciências Farmacêuticas 
pela Unesp (2006), especialista em manipulação magistral 
alopática pela Anfarmag e especialista em gestão da assistência 
farmacêutica pela UFSC. Atualmente, é docente na Universidade 
Paulista – UNIP e farmacêutica atuante na atenção básica da 
Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. 
Marina de Freitas Silva
É farmacêutica-bioquímica com graduação pela 
FCFRP-USP (2005). Mestre (2009) e doutora (2014) em 
Ciências pelo programa de Fármaco e Medicamentos da 
FCF-USP com ênfase em Biofarmácia e Farmacotécnica. 
Atualmente, é docente do curso de graduação em Farmácia 
e pós-graduação em Farmácia Clínica na UNIP; docente do 
programa de pós-graduação do Instituto Racine e analista de 
Bioequivalência na Hypera. 
Michele Georges Issa
É farmacêutica (2007), mestre (2011) e doutora (2016) pela 
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo 
(FCF-USP), com estágio na University of East Anglia, Reino Unido. Foi 
analista de desenvolvimento na Libbs Farmacêutica e atualmente é 
pós-doutoranda na FCF-USP trabalhando em projetos de pesquisa 
no Laboratório de Desenvolvimento e Inovação Farmacotécnica 
(Deinfar). Desde 2010, atua como professora na Universidade Paulista 
e desde 2020 como professora colaboradora na FCF-USP. 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F837f Franzini, Cristina Maria.
Farmacotécnica Especial / Cristina Maria Franzini, Luana 
Cardoso de Oliveira, Marina de Freitas Silva, Michele Georges Issa. – 
São Paulo: Editora Sol, 2021.
180 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Suspensões. 2. Bases. 3. Preparos. I. Franzini, Cristina Maria. II. 
Oliveira, Luana Cardoso de. III. Silva, Marina de Freitas. IV. Issa, Michele 
Georges. V. Título.
CDU 615.014
U514.49 – 22
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vera Saad
 Willians Calazans
Sumário
Farmacotécnica Especial
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 ELIXIRES .............................................................................................................................................................. 11
1.1 Características ....................................................................................................................................... 12
1.2 Importância ............................................................................................................................................ 13
1.3 Componentes ......................................................................................................................................... 14
1.4 Tipos de elixir ......................................................................................................................................... 14
1.4.1 Elixir não medicamentoso ................................................................................................................... 14
1.4.2 Elixir medicamentoso ............................................................................................................................ 15
1.5 Técnicas de preparação ...................................................................................................................... 17
1.6 Estabilidade ............................................................................................................................................. 17
1.7 Acondicionamento .............................................................................................................................. 18
2 XAROPES ........................................................................................................................................................... 18
2.1 Características ....................................................................................................................................... 19
2.2 Componentes ......................................................................................................................................... 19
2.3 Tipos de xarope...................................................................................................................................... 20
2.3.1 Xarope não medicamentoso .............................................................................................................. 20
2.3.2 Xarope medicamentoso........................................................................................................................ 22
2.3.3 Xarope dietético ...................................................................................................................................... 22
2.4 Importância ............................................................................................................................................ 25
2.5 Técnicas de preparação ...................................................................................................................... 25
2.5.1 Dissolução dos componentes por agitação (a frio) .................................................................. 25
2.5.2 Dissolução dos componentes com o auxílio de calor .............................................................. 25
2.5.3 Adição de sacarose em uma solução medicamentosa ou líquido favorizado ............... 26
2.5.4 Percolaçãoda fonte de substância ativa ou da sacarose ....................................................... 27
2.6 Alterações nos xaropes....................................................................................................................... 27
2.7 Processos de fabricação visando atendimento às exigências microbiológicas ........... 28
2.8 Acondicionamento .............................................................................................................................. 28
2.9 Cálculos farmacotécnicos em xarope .......................................................................................... 29
3 SUSPENSÕES ..................................................................................................................................................... 32
3.1 Tipos de suspensão .............................................................................................................................. 35
3.1.1 Suspensões orais ..................................................................................................................................... 36
3.1.2 Suspensões tópicas ................................................................................................................................ 36
3.1.3 Suspensões injetáveis ............................................................................................................................ 36
3.1.4 Suspensões oftálmicas .......................................................................................................................... 36
3.1.5 Suspensões nasais .................................................................................................................................. 36
3.1.6 Suspensões auriculares ......................................................................................................................... 37
3.1.7 Suspensões retais .................................................................................................................................... 37
3.2 Fatores relacionados com a qualidade das suspensões ........................................................ 37
3.2.1 Molhabilidade e ângulo de contato ................................................................................................ 37
3.2.2 Energia livre do sistema (df) ............................................................................................................... 38
3.2.3 Crescimento dos cristais ...................................................................................................................... 38
3.2.4 Sedimentação e redispersibilidade ................................................................................................. 39
3.2.5 Reologia da fase dispersante ............................................................................................................. 43
3.3 Componentes das suspensões ....................................................................................................... 44
3.3.1 Fármaco ...................................................................................................................................................... 44
3.3.2 Veículo ......................................................................................................................................................... 46
3.3.3 Excipientes ................................................................................................................................................. 46
3.4 Estabilidade física das suspensões ............................................................................................... 51
3.5 Processos produtivos e equipamentos ........................................................................................ 51
3.6 Acondicionamento .............................................................................................................................. 55
3.7 Formulário das suspensões ............................................................................................................... 56
4 EMULSÕES .......................................................................................................................................................... 58
4.1 Vantagens e desvantagens do uso de emulsões ..................................................................... 59
4.2 Componentes das emulsões ............................................................................................................ 60
4.2.1 Fase aquosa ............................................................................................................................................... 60
4.2.2 Fase oleosa ................................................................................................................................................. 61
4.2.3 Tensoativos ................................................................................................................................................ 61
4.3 Tipos de emulsão ................................................................................................................................. 68
4.3.1 Emulsão de óleo em água ................................................................................................................... 69
4.3.2 Emulsões de água em óleo ................................................................................................................. 69
4.3.3 Emulsões múltiplas ................................................................................................................................ 69
4.4 Teorias da emulsificação ................................................................................................................... 71
4.4.1 Teoria da tensão interfacial ................................................................................................................ 71
4.4.2 Teoria da cunha orientada .................................................................................................................. 71
4.4.3 Teoria do filme interfacial ................................................................................................................... 71
4.5 Técnica de emulsificação ................................................................................................................... 71
4.6 Estabilidade de emulsões ................................................................................................................. 72
4.6.1 Instabilidade física nas emulsões ..................................................................................................... 72
4.6.2 Fatores que afetam a estabilidade ................................................................................................... 74
4.6.3 Estabilização de emulsões ................................................................................................................... 75
4.7 Sistema EHL: cálculos para preparo de emulsões estáveis .................................................. 76
4.7.1 Determinação do EHL da emulsão ................................................................................................... 77 
 
Unidade II
5 POMADAS, CREMES, PASTAS E GÉIS ....................................................................................................... 86
5.1 Pomadas ................................................................................................................................................... 86
5.1.1 Vias de administração ........................................................................................................................... 87
5.1.2 Classificação .............................................................................................................................................. 87
5.1.3 Obtenção ....................................................................................................................................................92
5.1.4 Acondicionamento ................................................................................................................................. 93
5.1.5 Requisitos de qualidade ....................................................................................................................... 94
5.2 Cremes ...................................................................................................................................................... 95
5.2.1 Agentes de consistência....................................................................................................................... 95
5.2.2 Emolientes ................................................................................................................................................. 98
5.2.3 Ceras autoemulsionantes .................................................................................................................... 98
5.3 Pastas ........................................................................................................................................................ 99
5.3.1 Classificação .............................................................................................................................................. 99
5.3.2 Métodos de preparo.............................................................................................................................101
5.4 Géis ...........................................................................................................................................................103
5.4.1 Vias de administração .........................................................................................................................103
5.4.2 Classificação dos géis ..........................................................................................................................106
5.4.3 Composição .............................................................................................................................................109
5.4.4 Preparo de géis ...................................................................................................................................... 113
6 SUPOSITÓRIOS E ÓVULOS ..........................................................................................................................114
6.1 Vantagens e desvantagens .............................................................................................................114
6.2 Supositórios ..........................................................................................................................................115
6.3 Óvulos .....................................................................................................................................................116
6.4 Excipientes utilizados ......................................................................................................................117
6.4.1 Bases lipossolúveis ...............................................................................................................................117
6.4.2 Bases hidrossolúveis ............................................................................................................................ 118
6.4.3 Bases emulsificadas .............................................................................................................................119
6.4.4 Adjuvantes .............................................................................................................................................. 120
6.5 Preparação ............................................................................................................................................120
6.5.1 Moldagem por fusão .......................................................................................................................... 120
6.5.2 Compressão ......................................................................................................................................... 125
6.5.3 Moldagem manual e rolamento .................................................................................................... 125
6.6 Cálculos empregados no preparo de supositórios e óvulos ..............................................125
6.6.1 Método por fator de deslocamento (fd) .................................................................................... 125
6.7 Exemplos de formulações ...............................................................................................................127
6.7.1 Peso médio (limite farmacopeico de variação) ........................................................................ 128
Unidade III
7 PÓS ......................................................................................................................................................................134
7.1 Vantagens ..............................................................................................................................................134
7.2 Desvantagens .......................................................................................................................................135
7.3 Vias de administração ......................................................................................................................135
7.3.1 Oral ............................................................................................................................................................ 135
7.3.2 Parenteral ................................................................................................................................................ 136
7.3.3 Cutânea .................................................................................................................................................... 137
7.3.4 Pulmonar ............................................................................................................................................... 137
7.4 Classificação .........................................................................................................................................140
8 PÓS: ASPECTOS TÉCNICOS .........................................................................................................................140
8.1 Preparo de pós .....................................................................................................................................140
8.1.1 Redução do tamanho de partícula ............................................................................................... 140
8.1.2 Tamisação ................................................................................................................................................ 146
8.1.3 Mistura ..................................................................................................................................................... 149
8.2 Características dos pós que podem afetar a produção, estabilidade e efeito 
do medicamento ........................................................................................................................................157
8.2.1 Higroscopia ............................................................................................................................................. 157
8.2.2 Deliquescência ...................................................................................................................................... 157
8.2.3 Eflorescência .......................................................................................................................................... 158
8.2.4 Mistura eutética ................................................................................................................................... 158
8.3 Ensaios dos pós ...................................................................................................................................1598.3.1 Determinação do ângulo de repouso .......................................................................................... 159
8.3.2 Determinação da densidade da mistura de pós ...................................................................... 160
8.3.3 Umidade ...................................................................................................................................................161
8.3.4 Granulometria ........................................................................................................................................161
9
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno,
Neste livro-texto de Farmacotécnica Especial buscou-se inserir e sedimentar os conhecimentos 
sobre as formas farmacêuticas de modo a habilitar o futuro farmacêutico a aplicar os melhores 
recursos tecnológicos na produção desses medicamentos, introduzindo conceitos básicos sobre as 
formas farmacêuticas estudadas, cujo objetivo é atingir a máxima estabilidade e qualidade, maior 
custo-benefício e conveniência ao paciente. Assim, a intenção em cada capítulo é estimular o 
entendimento das técnicas de preparo, as operações unitárias envolvidas em cada procedimento, os 
equipamentos utilizados, tanto em processos magistrais quanto industriais. 
O aprendizado dos conceitos teóricos proporcionará a você, estudante, competências para distinguir 
as formas farmacêuticas, definir qual é a mais apropriada para uma dada situação/patologia, considerando 
a molécula de fármaco, sua finalidade, via de administração, recursos necessários à produção, e assim 
delinear a fórmula do medicamento, a técnica de preparo, o acondicionamento e armazenamento, e 
uso pelo paciente. 
Cada forma farmacêutica possui particularidades que podem se apresentar como problemas ou 
obstáculos para a obtenção do medicamento desejado; assim, o farmacêutico em formação deverá 
compreender as causas desses problemas e saber lhes propor resoluções, alternativas; para tanto, será 
estimulado a buscar na literatura relacionada as informações e atualizações necessárias a uma atuação 
profissional de ponta.
Aprofunde seus estudos acessando os links indicados no recurso Saiba mais. Essa é uma maneira 
prática de expandir a compreensão e ir além.
Esperamos que você aproveite este material, elaborado com carinho e dedicação para formar 
profissionais competentes e sensíveis às necessidades dos pacientes.
INTRODUÇÃO
Este livro-texto é dedicado ao estudo dos aspectos relacionados à produção e utilização dos três 
tipos principais de formas farmacêuticas: líquidas, semissólidas e sólidas. 
O aprendizado de líquidos, mais especificamente de soluções, foi iniciado no livro de Farmacotécnica 
do curso estudado no semestre anterior, e aqui seguiremos nossos estudos com uma unidade inteira 
para essa forma farmacêutica tão versátil. Assim, na unidade I teremos quatro capítulos, um para cada 
tipo específico de medicamento líquido: xarope, elixir, suspensão e emulsão. 
Xaropes e elixires são tipos de soluções homogêneos e administrados por via oral, com particularidades 
e aplicações específicas a serem conhecidas. 
10
Muitos fármacos são insolúveis no veículo escolhido, por isso podemos formular essas substâncias 
em forma de suspensões, que são sistemas dispersos amplamente utilizados, para várias vias de 
administração, que requerem atenção nas características físico-químicas de fármacos e adjuvantes, 
e no processo de obtenção para garantir a correta redispersão e administração, sendo esses aspectos 
destacados no capítulo em questão. 
O capítulo de emulsões tem grande relevância ao aprendizado do futuro farmacêutico, pois os 
fundamentos apresentados serão utilizados tanto na área de medicamentos quanto na de cosméticos, 
sendo seu grande benefício a capacidade de veicular substâncias hidrofílicas e lipofílicas em uma 
única composição.
Na unidade II conheceremos as formas farmacêuticas semissólidas, as quais são destinadas 
principalmente à obtenção de efeito local, mas que também podem proporcionar efeito sistêmico a 
depender das características do fármaco, formulação e via de administração. Desse modo, teremos um 
capítulo para estudar pomadas, incluindo géis, pastas e cremes, que são formulações apropriadas para 
liberação tópica de fármacos, mas que também podem proporcionar liberação transdérmica, as quais 
podem ser aplicadas na pele e outras cavidades do corpo.
O segundo capítulo da unidade II inicia os estudos de formas farmacêuticas sólidas: trata de 
supositórios e óvulos. Estas também podem ser classificadas como formas farmacêuticas moldadas. 
Veremos que os óvulos são especialmente úteis na veiculação de fármacos para obtenção de efeito local, 
na via vaginal, enquanto supositórios são utilizados principalmente na via retal, para obtenção de efeito 
tanto local quanto sistêmico.
A unidade III continuará no campo de estudo do graduando em Farmácia as formas farmacêuticas 
sólidas. Iniciaremos essa unidade pelos pós, já que esse tipo de produto pode servir tanto como 
medicamento quanto como forma intermediária na produção de outros sólidos: granulados, cápsulas, 
comprimidos.
Ao elaborar e produzir medicamentos, é fundamental que os farmacêuticos, especialistas em 
formulações, considerem as características físico-químicas do fármaco, as técnicas de preparo, as 
necessidades dos pacientes, a fisiologia da via de administração, entre outros aspectos relacionados. 
Em cada capítulo, este livro-texto busca ressaltar esses tópicos de grande relevância à formação do 
acadêmico em Farmácia. 
Esperamos que tenha sucesso em seus estudos e que este material proporcione aprendizado sólido e 
possa manter sua curiosidade aguçada nessa área tão cativante da profissão Farmacêutica.
11
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Unidade I
Neste livro-texto, retomaremos o estudo das formas farmacêuticas líquidas, e voltaremos a discutir e 
aprofundar o tema soluções. Mas antes de continuarmos, vamos relembrar alguns aspectos importantes 
das soluções farmacêuticas.
Soluções são definidas como sistemas homogêneos e, por essa razão, o fármaco está 
uniformemente dissolvido em todas as partes da preparação. Esse sistema pode conter uma ou 
mais substâncias dissolvidas em um solvente apropriado.
Assim, o fármaco está solubilizado e, portanto, teremos doses homogêneas e disponíveis para 
ser absorvidas, fazendo com que essas formulações apresentem melhor biodisponibilidade quando 
comparado às demais formas farmacêuticas administradas pela mesma via. Outras vantagens são 
poder administrar para pacientes com dificuldade de deglutição de formas farmacêuticas sólidas 
e, adicionalmente, a possibilidade de individualização do tratamento, uma vez que a dose pode ser 
precisamente ajustada. Ainda, podemos considerar como uma formulação bastante versátil, pois pode 
ser administrada por uma grande variedade de vias de administração. 
Entretanto, as soluções apresentam algumas desvantagens, tais como dificuldade em mascarar sabor 
para a via de administração oral e menor estabilidade físico-química e microbiológica quando comparada 
às formas farmacêuticas sólidas. Entretanto, alguns fármacos não são solúveis e não poderemos preparar 
por dissolução simples. Ainda, são formulações volumosas que encarecem e dificultam o transporte e 
o armazenamento. Por fim, apesar de mais versátil, também está mais susceptível ao erro de tomada 
de dose por parte do paciente ou do cuidador, especialmente em apresentações multidoses, mas essa 
limitação pode ser corrigida, por exemplo, com a apresentação em frascos de dose única.
Neste capítulo, para encerrar o tema de soluções, abordaremos as formulações elixires e, em 
seguida, os xaropes.
1 ELIXIRES
Segundo a Farmacopeia brasileira (ANVISA, 2019), elixir é uma preparação farmacêutica de uso oral, 
líquida, límpida, hidroalcoólica, de sabor adocicado e podendo ser flavorizada para tornar, assim, o sabor 
mais agradável.
A figura a seguir demonstra um elixir disponível comercialmente.
12
Unidade IFigura 1 – Foto de elixir comercializado
Disponível em: https://bit.ly/31aPqzk. Acesso em: 29 nov. 2021.
1.1 Características
São preparações farmacêuticas alcoólicas edulcoradas, sendo que a graduação alcoólica varia bastante, 
mas geralmente está entre 15 e 50º. Em razão dessa presença quantitativamente significativa de etanol, 
haverá a inibição de crescimento microbiológico nessa formulação pela simples presença do etanol.
Em relação aos edulcorantes empregados, pode ser a própria sacarose, porém em quantidades 
inferiores às dos xaropes, o que significa que o elixir terá uma baixa viscosidade também comparado 
ao xarope. Porém, a sacarose não é o único edulcorante que pode ser utilizado, podemos empregar os 
edulcorantes artificiais como a sacarina ou os gliceróis como o sorbitol. Comparado aos xaropes, essas 
formulações são menos doces e, consequentemente, são menos eficazes na capacidade de mascarar o 
sabor desagradável de fármacos. 
No entanto, por apresentar caráter hidroalcoólico, os elixires são mais adequados para manter 
os componentes da formulação com solubilidade aquosa limitada em solução, e isso é auxiliado pela 
presença do etanol em concentrações significativas.
Os elixires são preparados para serem administrados em uma ou duas colheres de chá, isto é, 
5 ou 10 mL, respectivamente, o que representa normalmente a dose adequada para ser administrada 
para um adulto.
A biodisponibilidade das formulações líquidas, como elixir, apresenta maiores concentrações 
plasmáticas do que formulações sólidas como comprimidos, conforme demonstrado na figura a seguir.
13
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Comprimido
Solução
Co
nc
en
tr
aç
ão
 sé
ric
a 
de
 d
ig
ox
in
a 
(n
g/
m
L)
10,0
8,0
6,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,8
0,6
0,4
0,3
0,2
0,1
2 4 8 24
Horas
Figura 2 – Concentrações plasmáticas comparativas de digoxina em 
formas farmacêuticas distintas: elixir (solução) versus comprimido
Fonte: Allen Jr., Popovich e Ansel (2013, p. 362).
 Observação
Na prática nem sempre é clara a distinção entre xaropes e elixires, sendo 
alguns produtos chamados de xaropes, mas contendo uma porcentagem 
razoável de etanol, enquanto alguns elixires são comercializados com essa 
denominação, mas não contêm álcool etílico na composição. Entretanto, 
do ponto de vista farmacotécnico, uma solução somente será designada 
como elixir quando apresentar etanol em sua fórmula.
1.2 Importância
Devido às características de estabilidade e à facilidade de preparação do ponto de vista de 
manipulação, isto é, dissolução simples, os elixires são preferidos quando comparados aos xaropes.
Em relação a essa forma farmacêutica, encontramos flexibilidade na dose e facilidade na 
administração, quando comparamos com as formas farmacêuticas sólidas.
No entanto, por apresentarem altos teores de etanol, não são indicados para serem administrados 
na pediatria ou para adultos que devam fazer restrição na ingestão alcoólica.
14
Unidade I
1.3 Componentes
A quantidade de álcool etílico varia dependendo da formulação e deve ser suficiente para garantir a 
manutenção de todos os componentes em solução. Geralmente, o álcool é empregado em concentração 
superior a 15%, podendo chegar até 50%. Sendo que a concentração de etanol acima de 10% é 
suficiente para ter propriedades antimicrobianas sobre a formulação farmacêutica. Porém, é possível 
encontrar elixires com teor alcoólico mais baixo, como o elixir de benzaldeído composto da farmacopeia 
americana (USP, 2012), que contém entre 3 e 5% de etanol, ou elixires de alto teor alcoólico, que podem 
conter em torno de 70% de álcool etílico, por exemplo elixires utilizados como veículos.
Como os componentes individuais dos elixires apresentam características diferentes de solubilidade 
em água e etanol, a proporção de etanol varia amplamente.
O emprego de outros cossolventes como os derivados polióis, entre eles a glicerina, o sorbitol e o 
propilenoglicol, é uma estratégia interessante para reduzir a concentração do álcool, visto que podem 
aumentar a solubilidade dos componentes da formulação (substâncias ativas e adjuvantes). Além disso, 
esses gliceróis apresentam propriedades edulcorantes, além de elevada viscosidade.
Vale destacar que, apesar de o etanol ser um excelente solvente, especialmente para compostos 
lipofílicos e que apresentam baixa solubilidade aquosa (por exemplo, dexametasona, teofilina, fenobarbital, 
entre outros), o seu uso em soluções de uso interno é mais restrito, em função dos efeitos farmacológicos 
indesejáveis e tóxicos, principalmente nas formulações de uso pediátrico, e normalmente para esse público 
são mais indicadas preparações como os xaropes, que serão discutidos amplamente na sequência.
Outro aspecto que pode ser relevante é que o álcool etílico por si não é agradável ao paladar e pode ainda 
acentuar o sabor desagradável de algumas substâncias, como o gosto salgado de brometos e sais similares.
Os elixires podem ser edulcorados com sacarose, xarope simples ou edulcorantes artificiais. 
Para elixires com alto teor alcoólico, os edulcorantes artificiais são mais indicados, uma vez que a 
sacarose apresenta solubilidade limitada em álcool. Para melhorar as características organolépticas, 
são adicionados corantes e flavorizantes. Elixires que apresentam teor alcoólico superior a 15% não 
necessitam de conservantes, uma vez que o álcool, nessas concentrações, assume o papel de conservante. 
Quando necessários, são adicionados à formulação de elixires, quelantes, antioxidantes e corantes.
1.4 Tipos de elixir
Os elixires podem ser divididos em dois tipos: medicamentosos e não medicamentosos. Vejamos a 
seguir do que se trata cada um deles e exemplos de preparações.
1.4.1 Elixir não medicamentoso
Os elixires não medicamentosos não possuem fármaco (insumo ativo) em sua constituição. São 
empregados como veículo de preparações extemporâneas ou para permitir a diluição de elixires 
medicamentosos com teores alcoólicos próximos. É importante trabalharmos com concentrações 
15
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
alcóolicas próximas, para garantir a manutenção da solubilidade de todos os componentes da formulação 
nesse processo de diluição do elixir.
A seguir verifica-se um exemplo de elixir aromático, empregado como veículo (GENNARO, 2004).
Elixir aromático
Óleo de laranja 2,4 mL 
Óleo de limão 0,6 mL 
Óleo de coentro 0,24 mL
Óleo de anis 0,06 mL
Xarope 375 mL
Talco 30 g
Álcool e água purificada q.s.p. 1.000 mL
Os óleos essenciais são insolúveis em água, mas solúveis em etanol, então, a dissolução dos óleos 
em etanol suficiente para 250 mL deve ser realizada previamente. À solução obtida adiciona-se o xarope 
aos poucos, agitando vigorosamente a cada adição, e, depois, adiciona-se a água da mesma forma. 
O talco é utilizado para remover gotículas de óleo insolúveis, sendo a solução filtrada posteriormente 
para remoção desse componente.
1.4.2 Elixir medicamentoso
Os elixires medicamentosos apresentam atividade terapêutica, pois contêm fármacos em suas 
fórmulas e, portanto, representam a forma farmacêutica final, o medicamento pronto para administração.
O elixir de fenobarbital, exemplo comumente descrito na literatura, apresenta como veículo e solvente 
principal, uma mistura de água e etanol e, como cossolvente, uma mistura de polióis (propilenoglicol e 
sorbitol). O etanol auxilia na solubilização e, nessa concentração (20%), atua como conservante. Para 
melhorar a palatabilidade, emprega-se flavorizante (óleo de laranja) e corante.
Elixir de fenobarbital 
Fenobarbital 4,00 g 
Óleo de laranja 0,25 mL 
Propilenoglicol 100,0 mL 
Etanol 200,0 mL 
Solução de sorbitol 600,0 mL 
Corante q.s.
Água purificada q.s.p. 1.000,0 mL
Outro exemplo de formulação é o elixir de dexametasona (próxima figura), um anti-inflamatório 
esteroidal. Nessa formulação a solução de sorbitol é um cossolvente e auxilia na composição edulcorante, 
juntamente com a sacarina sódica e ciclamato de sódio; o propilenoglicoltambém atua como cossolvente; 
o corante e o óleo de laranja auxiliam nas características organolépticas, no aspecto visual e como 
flavorizante, respectivamente; o etanol e a água purificada constituem o veículo hidroalcóolico, sendo 
o etanol responsável pela função conservante da formulação.
16
Unidade I
Elixir de dexametasona (500 mg/5 mL)
Dexametasona 10,0 g
Óleo de laranja 0,025 mL
Propilenoglicol 10,0 mL
Etanol 22,0 mL
Solução de sorbitol 50,0 mL
Sacarina sódica 5,0 g
Ciclamato de sódio 0,5 g
Corante q.s.
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
Figura 3 – Elixir de dexametasona
Nesse último exemplo, apresentamos uma formulação de elixir de paracetamol, um anti-inflamatório 
não esteroidal. Como excipientes empregados, temos a glicerina, adicionada pela função umectante; 
o sorbitol 70% é usado como cossolvente, umectante e edulcorante, juntamente com a sacarina 
sódica; o aroma de cereja é o flavorizante da preparação. Por fim, o etanol e a água purificada formam 
o veículo hidroalcóolico, sendo o etanol responsável pela função conservante da formulação. Para 
completar o sistema conservante temos a adição do ácido benzoico.
Elixir de paracetamol
Paracetamol 0,01 g
Etanol 10,0 mL
Glicerina 10,0 mL
Sorbitol 70% 35,0 mL
Sacarina sódica 0,5 g
Aroma de cereja q.s.
Ácido benzoico 0,10 g
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
17
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
1.5 Técnicas de preparação
Os elixires podem ser preparados já incorporando o medicamento ou como elixir não medicamentoso. 
Este último pode ser bastante útil na manipulação de preparações extemporâneas envolvendo:
•	 diluição de um elixir medicamentoso;
•	 adição de um agente terapêutico a um veículo com sabor agradável.
Na seleção do veículo, o profissional deve considerar a estabilidade e a solubilidade do fármaco na 
proporção escolhida de água e etanol.
A técnica de preparo de elixires é realizada por agitação até que haja a completa homogeneização. 
Não empregamos aquecimento nesse processo, pois pode favorecer a evaporação do etanol.
Nos elixires, os compostos são solubilizados em água ou etanol, de acordo com as características de 
solubilidade dos componentes. Na maioria das vezes, começamos a solubilização pelo etanol. A solução 
aquosa é acrescida à solução alcoólica, de forma que seja mantida a maior concentração de álcool a 
fim de não comprometer a solubilização de componentes que apresentam solubilidade limitada em 
água. Quando requisitado, pode-se empregar cossolventes, como polióis, para auxiliar na solubilização 
de componentes com solubilidade limitada. Ao final do preparo, as soluções devem ser filtradas a fim de 
remover resíduos e, então, envasadas e rotuladas adequadamente.
1.6 Estabilidade
A estabilidade de medicamentos depende de fatores ambientais, como temperatura, umidade, luz, e 
de outros fatores relacionados ao próprio produto, como propriedades físicas e químicas, de substâncias 
ativas e excipientes farmacêuticos, forma farmacêutica e sua composição, processo de fabricação, tipo 
e propriedades dos materiais de embalagens.
A estabilidade física aborda essencialmente a integridade da substância ativa e os seus produtos 
de degradação. Determina as características físicas dos medicamentos, principalmente a solubilidade 
e biodisponibilidade (eficácia e segurança). No caso dos elixires, as principais preocupações são a 
formação de produtos de degradação e a precipitação de componentes solúveis, que podem acontecer 
em função de alterações de temperatura, evaporação do etanol ou a adição de outro fármaco que 
resulte em perda da estabilidade do fármaco que já estava solubilizado previamente.
A estabilidade química refere-se à capacidade do fármaco em manter a identidade molecular 
e conformação espacial, é a mais importante e de mais fácil avaliação. Os principais fatores são 
temperatura, umidade, luz e pH. Isso ocorre mais comumente em fármacos em solução do que nas 
formas farmacêuticas sólidas, isso porque os fármacos solubilizados estão mais expostos a interagir com 
outros compostos e a perder a identidade molecular e a conformação espacial. Uma forma de prevenir 
essa instabilidade é o armazenamento sob refrigeração.
18
Unidade I
A estabilidade microbiológica refere-se ao controle no crescimento de bactérias, fungos e bolores, que 
são muito frequentes nas formas farmacêuticas líquidas e semissólidas. E o uso de um conservante ou de 
um sistema de conservantes tem papel relevante na manutenção de estabilidade. No caso dos elixires, a 
presença do álcool em concentrações superiores a 10% proporciona boas propriedades de conservação da 
formulação, mas podem ser combinados com outros conservantes para obtenção de efeito sinérgico.
1.7 Acondicionamento
O acondicionamento deve ser feito em recipientes herméticos, resistentes à luz e protegidos do calor. 
Normalmente, os medicamentos líquidos, incluindo as soluções, são acondicionados em recipientes 
multidoses que devem garantir a preservação e a dosagem precisa e não são encontrados no mercado em 
doses individualizadas. A administração de formulações líquidas de uso oral, como os elixires, depende 
de dispositivos de dosagem, tais como colheres medidoras, copos dosadores, conta-gotas, seringas orais, 
e pipetas descartáveis. Esses, em geral, devem exibir de modo visível uma escala de medição para facilitar 
a administração e evitar desvios de dose.
 Saiba mais
Você pode saber mais sobre elixires consultando o livro: 
ALLEN JR., L. V.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e 
sistemas de liberação de fármacos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
2 XAROPES 
Segundo Prista (2008), os xaropes são definidos como preparações farmacêuticas aquosas, límpidas, 
que contêm açúcar, como a sacarose, em concentração próxima da sua saturação. 
Figura 4 – Foto de xarope
Disponível em: https://bit.ly/3dB45aa. Acesso em: 9 dez. 2021.
19
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Já o Formulário nacional da farmacopeia brasileira define xarope como a forma farmacêutica aquosa 
caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta não menos que 45% (p/p) de sacarose ou outros 
açúcares na sua composição (ANVISA, 2012). 
Na figura anterior podemos observar o aspecto de um xarope.
2.1 Características
Os xaropes são preparações aquosas de uso oral compostas de altas concentrações de sacarose 
(geralmente, 60 a 85%) e se caracterizam por intenso sabor doce, agradável e elevada viscosidade. São 
soluções que podem ser aromatizadas e coradas. Em função dessas características, são amplamente 
empregados como veículos de preparações líquidas com finalidade de mascarar o sabor desagradável. 
No entanto, nem sempre é a forma farmacêutica mais adequada, uma vez que a sacarose diminui a 
velocidade de esvaziamento gástrico. Além disso, a elevada concentração de soluto e alta viscosidade, 
conferida pela presença de sacarose, de outros açúcares ou ainda de outros agentes espessantes e 
edulcorantes na sua composição, diminui as propriedades solubilizantes da água, o que pode ser 
problemático no preparo de medicamentos com grande teor de fármaco e outros adjuvantes.
 Lembrete
Sendo o xarope uma solução, ao término do preparo e durante 
todo o prazo de validade, todos os componentes devem estar 
completamente dissolvidos.
Os xaropes geralmente contêm agentes flavorizantes e/ou corantes autorizados. Quando não se 
destinam ao consumo imediato, devem ser adicionados de conservantes antimicrobianos autorizados. 
Os xaropes apresentam resistência ao crescimento microbiano em função da indisponibilidade de 
água na formulação, decorrente das elevadas concentrações de sacarose (60 a 85%), que também 
promovem um meio hipertônico, desfavorável à viabilidade microbiológica. Nesse sentido, para xaropes 
que mantenham tais concentrações de sacarose, seria desnecessária a adição de conservantes, apesar 
da presença de água e açúcar.
2.2 Componentes
A maioria dos xaropes é composta pelos seguintes componentes, além do fármaco: sacaroseou 
algum substituto para que o açúcar possa edulcorar a formulação e, em alguns casos, aumentar a 
viscosidade dependendo do produto selecionado; conservantes; flavorizantes; corantes; solubilizantes 
e/ou espessantes.
Tem-se procurado impedir o desenvolvimento de microrganismos em xaropes, por serem facilmente 
alteráveis, incluindo na sua preparação conservantes com propriedades bacteriostáticas, bactericidas, 
fungistáticas, fungicidas e leveduricidas.
20
Unidade I
Para isso, Prista (2008) descreveu algumas das alternativas mais apropriadas para emprego em 
xaropes e estão apresentadas na sequência:
•	 o-fenilfenol na concentração de 1:15.000;
•	 p-hidroxibenzoato de propilo, conhecido como propilparabeno, na concentração de 1:5.000;
•	 mistura de p-hidroxibenzoatos (parabenos), sendo a mais popular a mistura de metilparabeno 
com o propilparabeno, em partes iguais, na concentração de 1:7.500.
O principal problema relacionado aos parabenos é, sem dúvida, a fraca solubilidade em água, a 
qual diminui com o aumento do peso molecular, e pode ser solucionada com o preparo a quente ou 
empregando cossolventes adequados.
Podemos ainda encontrar nas composições de xaropes conservantes antimicrobianos como ácido 
benzoico, benzoato de sódio, ácido sórbico, sorbato de potássio etc.
O emprego de cossolventes como polióis, tais como a glicerina, o propilenoglicol e o sorbitol, é usual 
e tem a finalidade de retardar ou evitar a cristalização da sacarose ou aumentar a solubilidade dos 
componentes da formulação, visto que a disponibilidade da água para solubilização de outros solutos 
da formulação é pequena. 
2.3 Tipos de xarope
Veremos a seguir algumas maneiras pelas quais os xaropes podem ser classificados.
2.3.1 Xarope não medicamentoso
Xarope não medicamentoso é aquele que, pelo fato de não apresentar insumo ativo em sua 
composição, não desempenha atividade terapêutica. Costuma ser utilizado como veículo edulcorado 
para outras preparações.
 Observação
Xaropes não medicamentosos podem ser utilizados como bases 
galênicas em farmácias de manipulação, ou seja, os fármacos prescritos 
podem ser dissolvidos ou dispersos nesse veículo para constituir o 
medicamento necessário.
O xarope designado de xarope simples é um exemplo de xarope não medicamentoso, preparado 
pela dissolução de 85 g de sacarose em volume suficiente de água purificada para fazer 100 mL de 
xarope (85% de sacarose). Não requer conservante, desde que empregado logo após o preparo. Porém, 
se for armazenado, os conservantes devem ser adicionados à preparação. A densidade do xarope 
21
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
simples é cerca de 1,30 g/mL. Portanto, cada 100 mL de xarope apresenta uma massa de 130,0 g, 
isso significa estar próximo da saturação. Porém essa solução não está saturada, o que permite a 
sua estabilidade física. Se o xarope estivesse completamente saturado com sacarose, poderia ocorrer 
a cristalização durante o armazenamento. Assim, pode-se dizer que o xarope simples é estável e 
resistente à cristalização e ao crescimento microbiano. 
No exemplo a seguir podemos conferir a composição do xarope simples adicionado de conservante 
(metilparabeno).
Xarope simples
Sacarose 85,0%
Metilparabeno 0,1%
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
O xarope de cacau, ou xarope de chocolate, ou ainda xarope achocolatado, é outra alternativa 
agradável de veículo edulcorado para uso geral (GENNARO, 2004).
Xarope de cacau
Cacau 18%
Sacarose 60%
Glicose líquida 18%
Glicerina 5%
Cloreto de sódio 0,2%
Vanilina 0,02%
Benzoato de sódio 0,1%
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
Xaropes de frutas, como cereja, são opções interessantes de xaropes não medicamentosos para 
mascarar o sabor azedo de algumas substâncias. Já o xarope de alcaçuz, devido ao sabor doce e 
prolongado do alcaçuz, disfarça bem sabores salgados.
A literatura cita ainda outros tipos de xaropes não medicamentosos que podem ser usados para 
correção de sabor e odor de medicamentos líquidos, inclusive produtos comerciais que são utilizados 
como veículos edulcorados para preparações orais extemporâneas, como é o caso do PCCA Syrup 
Vehicle®, PCCA Sweet-SF®, Ora-Sweet® e Ora-Sweet SF®.
Ora-Sweet® é uma versão do xarope simples. Contém água purificada, sacarose, glicerina, sorbitol (5%), 
aromatizante, sorbato de potássio e metilparabeno como conservantes, fosfato de sódio e ácido cítrico 
como agentes tamponantes (tamponado a um pH de aproximadamente 4,2).
Ora-Sweet SF® é um xarope sem açúcar, sem álcool, aromatizado com uma mistura de sabores de 
frutas cítricas. Contém água, sacarina sódica, goma xantana, glicerina, sorbitol, ácido cítrico e citrato 
de sódio como tampões (pH de aproximadamente 4,2); metilparabeno, propilparabeno e sorbato de 
potássio como conservantes e agentes aromatizantes. 
22
Unidade I
2.3.2 Xarope medicamentoso
Xaropes medicamentosos ou medicinais são aqueles que possuem insumos ativos em sua composição 
e, portanto, desempenham efeito terapêutico.
Como exemplo de xarope medicamentoso podemos citar o xarope de sulfato ferroso, usado no 
tratamento de anemias (ANVISA, 2012). Ele é preparado com emprego de xarope simples como veículo. 
A água purificada atua como cossolvente tanto para o fármaco (sulfato ferroso heptaidratato) quanto 
para o acidulante (ácido cítrico). O aromatizante tem a finalidade de melhorar a palatabilidade.
Xarope de sulfato ferroso
Sulfato ferroso heptaidratado 4,0 g 
Ácido cítrico 0,21 g
Aromatizante q.s.
Água purificada q.s.
Xarope simples q.s.p. 100 mL
2.3.3 Xarope dietético
Xarope dietético, ou xarope isento de açúcar, ou edulito, é aquele que não contém em sua composição 
açúcar de elevado poder calórico, como a sacarose, por exemplo. São especialmente indicados para 
indivíduos que requerem restrição de ingestão de açúcar, como pacientes diabéticos.
A sacarose é o açúcar mais comumente empregado para preparar os xaropes, principal veículo das 
soluções orais, entretanto, este pode ser substituído completamente, ou em parte, por outros açúcares 
ou substâncias, como os polióis, tais como o sorbitol e a glicerina, que apresentam propriedades 
edulcorantes, elevada viscosidade, além de serem excelentes cossolventes. Os veículos substitutos 
dos xaropes devem fornecer as mesmas propriedades do xarope simples, como doçura equivalente, 
viscosidade e resistência à cristalização e ao crescimento microbiano. Essa estratégia é particularmente 
importante para a obtenção de soluções adequadas aos pacientes com diabetes ou com intolerância 
à sacarose. As soluções isentas de açúcares são corriqueiramente conhecidas como xaropes dietéticos, 
termo este que está estabelecido em algumas literaturas, como no Formulário nacional da farmacopeia 
brasileira (ANVISA, 2012), mas também podem ser chamadas de xaropes isentos de sacarose. 
Nesse sentido, as soluções isentas de sacarose são usualmente formuladas com os seguintes 
componentes: 
Polióis
Entre os polióis utilizados estão a solução de sorbitol (64 a 70%), ou mistura de sorbitol e glicerina, 
os quais proporcionam sabor doce e viscosidade à preparação.
23
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Edulcorantes
Os edulcorantes sintéticos são os preferidos para os xaropes dietéticos, pois apresentam poder 
adoçante muito superior à sacarose e nenhum valor calórico.
A tabela a seguir aponta alguns edulcorantes utilizados em xaropes e a capacidade de adoçar quando 
comparados à sacarose.
Tabela 1 – Poder adoçante de alguns edulcorantes
Edulcorante Poder adoçante(número de vezes mais doce que a sacarose)
Acessulfame K 200
Aspartame 200
Ciclamato 30
Sacarina 200-700
Sucralose 600
Adaptado de: Whitehouse, Boullata e Mccauley (2008).
Modificadores de viscosidade 
Uma vez que não haverá açúcar em elevada concentração para proporcionar viscosidade, faz-se 
necessária a adição de substâncias doadoras de viscosidade, como carboximetilcelulose sódica, 
metilcelulose, hidroxietilcelulose, goma xantana, entre outras.
Conservantes 
Adiminuição acentuada da concentração de edulcorante não propicia um meio hipertônico, 
favorecendo o crescimento microbiológico e exigindo a presença de conservantes antimicrobianos, 
como parabenos, benzoato de sódio, sorbato de sódio, entre outros.
Além dos solventes, cossolventes, edulcorantes, conservantes, agentes modificadores de viscosidade, 
são ainda adjuvantes comuns nas formulações de xaropes e das soluções orais isentas de sacarose 
(xarope dietético): corantes, flavorizantes, quelantes e antioxidantes. 
A literatura apresenta vários exemplos de formulações de soluções orais isentas de sacarose 
ou xaropes dietéticos. No exemplo a seguir, o veículo é composto por mistura de polióis (sorbitol e 
glicerina), goma xantana, como agente modificador de viscosidade, sistema conservante (sorbato de 
sódio e parabeno), além de tampão (ácido cítrico e citrato de sódio) para manter o pH entre 4 e 5. 
24
Unidade I
Xarope dietético 
Glicerina 10,0%
Solução de sorbitol (67%) 25,0%
Sacarina sódica 0,1%
Sorbato de sódio 0,1%
Metilparabeno 0,1%
Goma xantana 0,05%
Ácido cítrico monoidratado 1,5%
Citrato de sódio 2,0%
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
Outro exemplo de xarope isento de sacarose que pode ser consumido por pacientes com restrição na 
dieta é apresentado a seguir. Nesta formulação observamos todas as propriedades encontradas quando 
empregamos altas concentrações de sacarose. Temos a função conservante na solução de parabenos, 
a função da carmelose é dar viscosidade para a formulação e por fim o sabor doce é alcançado com a 
mistura de edulcorantes sacarina sódica e ciclamato de sódio. E o emprego de associação de edulcorantes 
é interessante, uma vez que ajuda a atingir o sabor doce com o menor sabor residual encontrado 
nos edulcorantes.
Xarope isento de sacarose
Carmelose 2 g
Solução conservante de parabenos 2,5 g 
Sacarina sódica 0,1 g
Ciclamato de sódio 0,05 g
Água purificada q.s.p. 100,0 mL
No exemplo a seguir, observamos o xarope de paracetamol, que é um anti-inflamatório não esteroidal, 
bastante utilizado (ANVISA, 2012). Nesta formulação, o veículo é composto por uma mistura de álcool 
(etanol), polióis (propilenoglicol e sorbitol) e água. A formulação contém, ainda, edulcorante (sacarina 
sódica), flavorizante, conservante (ácido benzoico) e quelante (EDTA cálcico dissódico).
Xarope dietético de paracetamol
Paracetamol 24,0 g 
Ácido benzoico 1,0 g 
EDTA cálcico dissódico 1,0 g 
Propilenoglicol 150,0 mL
Etanol 150,0 mL
Sacarina sódica 1,8 g 
Água purificada 200,0 mL 
Flavorizante q.s. 
Solução de sorbitol q.s.p. 1.000,0 mL
25
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
 Saiba mais
Você pode saber mais sobre outras formulações de xaropes consultando: 
ANVISA. Formulário nacional da farmacopeia brasileira. 2. ed. rev. Brasília: 
Anvisa, 2012. Disponível em: https://bit.ly/3d0NqfO. Acesso em: 29 nov. 2021.
2.4 Importância
Em farmácias magistrais ou hospitalares, é comum a preparação de xaropes a partir de especialidades 
farmacêuticas disponíveis apenas na forma farmacêutica sólida (como cápsulas e comprimidos) para 
atender às necessidades de pacientes que apresentam dificuldade ou incapacidade na deglutição 
de formas farmacêuticas sólidas, especialmente, idosos e crianças. Para tanto, é necessário avaliar a 
estabilidade, a solubilidade e a biodisponibilidade do fármaco em cada caso. A princípio, fármacos 
solúveis em água podem ser dispersos em xaropes.
2.5 Técnicas de preparação
O preparo do xarope pode ser executado empregando diversas técnicas diferentes. A seguir 
apresentamos as técnicas de preparo dessa formulação farmacêutica.
2.5.1 Dissolução dos componentes por agitação (a frio)
O processo de preparo é realizado a frio, por agitação, até que haja a completa homogeneização. 
No caso de xaropes, esse processo consome mais tempo quando comparado ao preparo usando calor, 
mas o produto apresenta maior estabilidade. Quando substâncias sólidas são adicionadas diretamente 
à formulação, sua dissolução é lenta, pois a natureza viscosa da preparação não permite a distribuição 
adequada, e também porque xaropes concentrados apresentam quantidade limitada de água livre.
2.5.2 Dissolução dos componentes com o auxílio de calor
Esse método é indicado para acelerar a obtenção do produto, porém os componentes da formulação 
não devem sofrer degradação ou não devem se volatilizar pela ação do calor. 
Em relação ao preparo do xarope simples, por exemplo, deve-se ter precaução com o uso de 
calor excessivo, uma vez que a sacarose, um dissacarídeo, pode ser hidrolisada nos monossacarídeos, 
dextrose (glicose) e frutose (levulose). Essa reação hidrolítica é conhecida como inversão da sacarose, 
e a combinação dos dois monossacarídeos, como açúcar invertido. Com isso, haverá escurecimento da 
formulação, maior propensão à fermentação e alteração de sabor, uma vez que o açúcar invertido é 
mais doce (1,23 vez) que a sacarose. Esse processo pode ser potencializado pela presença de ácidos, isso 
porque o íon hidrogênio age como um catalisador da reação (figura a seguir). 
26
Unidade I
OH
OH
OH
OH
OH
OH
Catálise ácida
Sacarose Glicose Frutose
OH
OH
OH
OH
OH
HO
HO
HO
HO
HOHO
HO
O
O
O O
O+
Figura 5 – Inversão da sacarose devido à catálise ácida e obtenção de açúcar invertido
Adaptada de: Zentou et al. (2017).
 Observação
A sacarose é um enantiômero e, por isso, apresenta atividade óptica. 
Assim, soluções de sacarose são dextrógiras (dextrorrotatórias), ou seja, 
desviam o plano de luz polarizada para a direita. Conforme ocorre hidrólise 
da molécula de sacarose, a rotação óptica diminui, tornando-se negativa 
(levorrotatória) quando a reação se completa. Isso ocorre porque a frutose, 
levógira, é capaz de desviar a luz num ângulo maior que a glicose, dextrógira. 
O xarope com 85% de sacarose só pode ser obtido pelo método a quente, uma vez que a quantidade 
de açúcar a ser solubilizada está próxima à saturação da solução, resultando em uma preparação 
amarelada. Por outro lado, os xaropes obtidos a frio têm coloração mais clara e não amarelada, porém a 
quantidade de açúcar que pode ser dissolvida é de cerca de 60%.
 Observação
Quando o xarope ou a sacarose são superaquecidos eles se caramelizam, 
ou seja, após a hidrólise inicial ocorre polimerização dos monossacarídeos. 
Nesse caso também se observa escurecimento do xarope.
2.5.3 Adição de sacarose em uma solução medicamentosa ou líquido favorizado
Ocasionalmente, um líquido medicamentoso, como uma tintura ou um extrato fluido, é empregado 
como fonte de substâncias ativas no preparo do xarope. Em alguns casos, quando é empregada uma 
tintura na qual as substâncias estão solúveis em etanol apenas, é preciso o emprego de algumas técnicas 
prévias para torná-las solúveis em água, ou então esses componentes podem ser removidos por filtração, 
caso sejam dispensáveis para a preparação do xarope.
27
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
2.5.4 Percolação da fonte de substância ativa ou da sacarose
Nesse processo tanto a sacarose pode ser percolada quanto a substância ativa a fim de obter-se 
uma solução extrativa que será adicionada à sacarose ou a um xarope. O xarope de ipeca, que 
apresenta propriedades eméticas, é preparado por percolação do pó de ipeca, seguido da adição de 
xarope e glicerina.
Ao final do preparo do xarope, independentemente da técnica empregada, as formulações 
farmacêuticas devem ser filtradas a fim de remover resíduos sólidos. Então, devem ser cuidadosamente 
envasas e rotuladas.
2.6 Alterações nos xaropes
Existem muitos fatores que podem desencadear alterações nos xaropes, tais como: 
•	 Agentes atmosféricos: presença de oxigênio e gás carbônico, que resultam em estresse oxidativo 
dos componentes da formulação.
•	 Exposição à luz: degrada fármacos fotossensíveis.
•	 Aquecimento: acelera a hidrólise e degrada fármacos termossensíveis, também pode levar à 
inversão da sacarose, que altera o sabor, uma vezque o açúcar invertido é mais doce e altera 
a cor, resultando em escurecimento da formulação.
•	 Reações internas: hidrólise da sacarose em função do pH inadequado.
•	 Interação entre os componentes da formulação e/ou material de embalagem: reação entre 
fármaco, excipientes e/ou material de embalagem primário, resultando em lixiviação ou deposição 
de componentes da formulação no material de embalagem.
•	 Proliferação microbiana: não é um processo que acontece frequentemente, visto que 
o xarope simples e as formulações similares em termos de sacarose são formulações 
hipertônicas. No entanto, o excesso de microrganismos pode levar a alterações na formulação, 
incluindo a degradação de alguns componentes. Normalmente, são causadas por variações 
térmicas a que foi sujeito o xarope, portanto um produto embalado e fechado ainda com 
certa temperatura elevada pode favorecer a evaporação da água, que fica livre na parte 
superior do frasco, e com o resfriamento, se condensa e forma essa camada de água livre 
na superfície da formulação. Essa água livre não é conservada pela sacarose e está susceptível 
à contaminação microbiológica. Assim, aconselha-se o emprego de conservantes, mesmo se 
tratando de uma preparação hipertônica.
28
Unidade I
2.7 Processos de fabricação visando atendimento às exigências microbiológicas
Ressalta-se aqui a importância de se aplicarem cuidados adequados no preparo e no envase do 
xarope, além dos conservantes que podem ser incorporados ao produto durante o desenvolvimento e 
preparo das formulações. No envase, a formulação deve ser acondicionada em embalagem esterilizada. 
A embalagem pode ser facilmente esterilizada na indústria por simples aquecimento dos frascos de 
vidro em estufa a 150 ºC.
Adicionalmente, pode-se trabalhar com a distribuição do xarope pelos frascos em circuitos fechados, 
o que elimina o risco das contaminações exteriores.
Em pequena escala, como na farmácia magistral, pode-se empregar uma variação do método de 
Appert. Por esse método, o xarope, ainda quente, é acondicionado nas garrafas ou frascos de corpo 
largo, os quais se enchem completamente. Nas bocas dos frascos, depositam-se rodelas de papel de 
filtro que vão entrar em contato com o xarope e que, no decorrer do resfriamento, o acompanham, 
ao acontecer a contratação do volume. Ao mesmo tempo produz-se uma evaporação na superfície do 
xarope, a qual resulta na deposição de uma película de açúcar cristalizado sobre o papel, formando, 
assim, uma camada impermeável aos microrganismos presentes na atmosfera.
2.8 Acondicionamento
O acondicionamento deve ser feito em recipientes herméticos, resistentes à luz e protegidos do calor, 
sendo que geralmente as embalagens acompanham dispositivos dosadores. Apesar do uso comum de 
dispositivos de dosagem para a administração de medicamentos, a exatidão da dose ainda pode ser um 
problema. A viscosidade e a tensão superficial da formulação, o tamanho da escala, o tipo do dispositivo 
e até mesmo a opinião pessoal e a percepção visual (daquele que administra) podem comprometer a 
dose aferida. Essas variações podem ser prejudiciais aos pacientes, especialmente para a população 
pediátrica, já que mesmo os desvios pequenos podem impactar na dose absoluta administrada e, por eles 
requererem quantidades menores do medicamento, essa variação pode ser mais crítica. Dessa forma, a 
adequada seleção dos dispositivos de administração deve considerar as características físico-químicas 
da formulação. Em geral, os dispositivos de menor área apresentam maior precisão, quando comparados 
com os de maior área.
É importante destacar que, apesar de alguns dispositivos, como copos dosadores, oferecerem maior 
facilidade na aferição e segurança em relação à dose administrada, há relatos de erros no momento da 
administração, bem como falta de precisão nas medidas. Para líquidos muito viscosos há o risco de parte 
da dose permanecer no dispositivo de dosagem. As seringas orais têm sido consideradas como mais 
precisas, porém apresentam maior custo. 
29
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
A)
C)
B)
D)
Figura 6 – Dispositivos de medida para xaropes, elixires e outras formas líquidas: 
A) colher dosadora; B) copo medidor; C) seringa dosadora; D) pipeta dosadora
Disponível em: A) https://bit.ly/3y18Zpr. 
 Acesso em: 29 nov. 2021. 
 Saiba mais
Você pode visualizar o processo de envase industrial de xaropes 
acessando o vídeo disponível em: 
Syrup filling machine pharmaceutical, 30-500 ml bottle filling 
machine. Shanghai Chengxiang Machinery CO. [s.l.], 2018. 1 vídeo (2 min. 
21 s.). Disponível em: https://bit.ly/3cYe9tk. Acesso em: 29 nov. 2021.
2.9 Cálculos farmacotécnicos em xarope
Se consideramos a formulação de xarope simples apresentada no item 2.3.1, a densidade com 
cerca de 1,30 g/mL (DE MATTA; BATISTUZZO, 2021), a fórmula da densidade e o preparo de 100 mL da 
formulação, teremos:
30
Unidade I
d
m
m
m
m=
=
= ⋅
=
ν
130
100
13 100
,
,
130 g de xarope
Portanto, cada 100 mL de xarope apresenta uma massa de 130,0 g. Considerando, então, que a 
formulação contém 85 g de sacarose, temos que a massa de água purificada será a diferença entre 
a massa total da formulação e a massa de sacarose. Assim, temos:
mxarope simples = mágua + msacarose
mágua = mxarope simples - msacarose
mágua = 130 - 85
mágua = 45 g
Dessa forma, no xarope simples temos cerca de 45,0 g, que representa a massa da água purificada. 
Assim, temos 45,0 g, ou mL, de água purificada, considerando que a água apresenta a densidade de 
aproximadamente 0,999 g/mL. Portanto, 45 mL de água são empregados para dissolver 85 g de sacarose. 
Considerando que a solubilidade da sacarose é de 1 g em 0,5 mL de água, para dissolver 85 g de 
sacarose, seriam necessários cerca de, 42,5 mL de água. Dessa forma, temos:
mágua em excesso = mágua para uma solução saturada - mágua utilizada
mágua em excesso = 45 - 42,5
mágua em excesso = 2,5 g
 Observação 
Assim, o excesso de água (2,5 mL por 100 mL de xarope) presente 
nessa solução indica que ela não está saturada, o que permite a sua 
estabilidade física. 
Esse excesso de água permite que o xarope permaneça estável e que a sacarose completamente 
solúvel e a sacarose não se recristalizem.
Exemplo de aplicação
Agora que já aprendemos o cálculo farmacotécnico para o preparo de xarope, vamos colocar 
em prática?
Considerando a preparação da formulação de xarope descrita a seguir, vamos calcular a quantidade 
de água com base na densidade do xarope em 1,3 g/mL e a quantidade de etanol 95%.
31
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Xarope
Substância ativa 4 g (equivalente a 5 mL)
Outros fármacos sólidos 2,5 g (equivalente 3 mL)
Glicerina 15 mL
Sacarose 25 g
Etanol 95% q.s.p.
Água purificada q.s.p. 100 mL
Resolução
Passo 1: Considerando que, no xarope simples, apenas a sacarose (85%) é suficiente para conservar 
toda a água, então, temos 45 mL de água sendo conservada por 85 g de açúcar. Quantos mL de água 
são conservados por 25 g sacarose?
85 g de sacarose…………….45 mL
25 g de sacarose…………….X
x = ⋅25 45
85
x = 13,24 mL de água são conservados pelos 25 g de sacarose
Passo 2: Qual o volume ocupado por 25 g de sacarose considerando a densidade da sacarose 
(d = 1,59 g/mL)?
d
m
v
v
v mL
=
=
=
25
159
15 72
,
,
Passo 3: Qual o volume de água + etanol na formulação?
vágua+etanol = 100 - vdemais componentes
vágua+etanol = 100 - (5 + 3 + 15 + 15,72)
vágua+etanol = 61,28 mL
Sabendo-se que uma parte de água será conservada pela sacarose (13,24 mL), apenas uma parte dos 
61,28 mL será considerada para o cálculo da quantidade de etanol 95%.
vconsiderado para o cálculo de etanol = 61,28 - 13,24 = 48,04 mL
32
Unidade I
Passo 4: Determinar a quantidade de etanol 100%.
Para conservar um xarope, sabe-se que são necessários 18% de etanol 100% em relação ao conteúdo 
de água (ALLEN; POPOVICH; ANSEL, 2013).
Assim, temos:
18% · 48,04 mL = 8,65 mL de etanol 100%
Passo 5: Determinar a quantidade de etanol 95%.
Para etanol95%, temos que realizar o cálculo de correção (Fc = 1,053)
8,65 · 1,053 = 9,11 mL de etanol 95%
Passo 6: Determinar o total de água da formulação.
vágua = vágua+etanol - vetanol 95%
vágua = 61,28 - 9,11
vágua = 52,17 mL
 Saiba mais
Você pode saber mais sobre xaropes e cálculos consultando também:
ANSEL, H. C.; STOKLOSA, M. C. Cálculos farmacêuticos. 12. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2008.
3 SUSPENSÕES
As suspensões são formas farmacêuticas líquidas que se enquadram dentro dos sistemas dispersos, 
uma vez que as partículas do fármaco (fase dispersa) estão homogeneamente distribuídas pelo veículo 
(fase dispersante). Conforme se pode observar na próxima figura, o fármaco está na forma de partículas 
sólidas, que são parcial ou totalmente insolúveis na fase líquida, havendo, assim, a necessidade de 
agitação da formulação antes da sua administração. 
 Observação
Os sistemas dispersos são aqueles constituídos por mais de uma 
fase, diferentemente das soluções, em que todos os componentes estão 
dissolvidos no veículo, formando uma única fase.
33
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Fase dispersa
Fase dispersante
Figura 7 – Fases de uma suspensão farmacêutica
O fato de o fármaco não estar solubilizado no veículo traz uma série de vantagens para esse tipo 
de forma farmacêutica, o que torna a suspensão uma alternativa para oferecer um medicamento mais 
adequado em determinadas situações.
Com a preparação de uma suspensão é possível viabilizar a veiculação de fármacos de baixa 
solubilidade aquosa em uma forma líquida, facilitando a administração do medicamento e/ou ajuste de 
dose para pacientes infantis e idosos, além de outros que também possuam dificuldade de deglutição 
(DE MATTA, 2021; NUTAN; REDDY, 2010). De modo a exemplificar, a tabela a seguir traz a concentração 
de amoxicilina em uma formulação de suspensão oral e como deve ser a posologia para crianças com 
peso abaixo de 40 kg. Supondo que o médico tenha prescrito a dose de 750 mg diários para uma criança 
com o peso de 10 kg, é possível administrar três doses de 5 mL do produto com a concentração de 
250 mg/5 mL ou três doses de 2,5 mL do produto com a concentração de 500 mg/5 mL.
Tabela 2 – Concentração e posologia de uma suspensão oral de 
amoxicilina para pacientes infantis abaixo de 40 kg 
Concentração Posologia (crianças abaixo de 40 kg)
250 mg/5 mL ou
500 mg/5 mL
20 a 50 mg/kg/dia até um máximo de 
150 mg/kg/dia, divididos em três doses
Fonte: Amoxil (2019).
Ainda em relação à solubilidade limitada de alguns fármacos, com a suspensão é possível preparar 
uma formulação com uma concentração maior do que uma solução e sem a necessidade de um 
agente cossolvente (NUTAN; REDDY, 2010). No caso dos elixires, por exemplo, a utilização do veículo 
hidroalcoólico é o que mantém o fármaco em solução. Por outro lado, esse tipo de preparação, como 
contém certa quantidade de álcool, não é indicado para grande parte dos pacientes.
 Lembrete
Os elixires são formas líquidas de uso oral que contêm certa quantidade 
de álcool no veículo para manter o fármaco em solução.
Outro ponto de bastante destaque é a veiculação de substâncias que apresentam instabilidade em 
solução. Como as partículas do fármaco estão na forma sólida, isso pode diminuir o potencial para 
34
Unidade I
a ocorrência de reações de hidrólise e oxidação. Além disso, quando se trata de fármacos bastante 
instáveis em água, pode-se viabilizar a formulação como um pó para suspensão, no qual o fármaco 
acrescido dos excipientes é disponibilizado dentro do frasco, sem o veículo, que deve ser adicionado 
somente no momento do início do tratamento (próxima figura). A partir de então, a formulação passa 
a ter um prazo de validade reduzido, entre 10 e 15 dias. Essa prática é muito comum para formulações 
de antibióticos, por exemplo, para derivados de penicilinas (amoxicilina) e cefalosporinas (ALLEN JR.; 
POPOVICH; ANSEL, 2013; DE MATTA, 2021). A bula desses medicamentos deve conter as instruções de 
como realizar a adição do veículo (geralmente água) e a preparação é chamada de extemporânea.
A) B)
Figura 8 – Pó para suspensão: A) antes; B) após a adição do veículo 
No contexto das formas líquidas de uso oral, uma questão relevante é o mascaramento do sabor 
desagradável que alguns fármacos podem acarretar nas formulações. No caso das suspensões, como o 
ativo não está solubilizado, o sabor é menos pronunciado, tornando mais fácil o trabalho na palatabilidade 
do produto. Dessa forma, como será apresentado mais adiante, para uma formulação de suspensão de 
uso oral, agentes corretores de sabor, como os edulcorantes e flavorizantes, podem ser dissolvidos no 
veículo, fazendo com que este seja mais perceptível que o fármaco (ALLEN JR.; POPOVICH; ANSEL, 2013; 
DE MATTA, 2021).
Com as suspensões injetáveis, geralmente para aplicação intramuscular ou subcutânea, é possível 
prolongar o tempo de ação do medicamento, uma vez que o ativo vai sendo solubilizado lentamente no 
local da administração (DE MATTA, 2021; MAHATO; NARANG, 2018).
Dadas as características das suspensões oftálmicas, quando são comparadas com os colírios, podem 
promover um tempo maior de contato da formulação com o epitélio ou, até mesmo, ficarem mais 
tempo retidas no saco conjuntival. Isso permite que o medicamento tenha uma duração de ação 
aumentada, diminuindo o número de vezes que o paciente precise reaplicar a formulação (DE MATTA, 
2021; WICKS, 2018).
Como pode ser observado, várias são as razões para a utilização das suspensões. De modo a enfatizar 
o potencial desse tipo de forma farmacêutica, o quadro a seguir traz um resumo das vantagens 
das suspensões.
35
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Quadro 1 – Vantagens da utilização das suspensões
Preparo de formulações líquidas contendo fármacos poucos solúveis
Administração de fármacos instáveis em solução na forma líquida
Obtenção de formulações com melhor palatabilidade
Liberação prolongada do ativo
3.1 Tipos de suspensão
As suspensões podem ser classificadas de diferentes maneiras, conforme a característica 
considerada, que pode ser em relação às fases dispersa ou dispersante, assim como via de 
administração. A tabela a seguir traz os tipos de suspensão, de acordo com o critério adotado para 
a classificação. 
Tabela 3 – Tipos de suspensão conforme 
os diferentes critérios de classificação 
Critério de classificação Tipos
Tamanho de partícula da fase interna
Suspensões grosseiras > 1 µm
Dispersões coloidais < 1 µm
Nanosuspensões (10 – 100 nm)
Concentração da fase dispersa
Suspensões pastosas > 50% (p/p)
Suspensões diluídas 2-10% (p/p)
Natureza do agente dispersante
Suspensões aquosas
Suspensões não aquosas
Via de administração
Suspensões orais
Suspensões tópicas
Suspensões injetáveis
Suspensões oftálmicas
Suspensões nasais
Suspensões auriculares (óticas)
Suspensões retais
Adaptada de: Carlin (2018); Mahato e Narang (2018); Wicks (2018).
Como pode ser obervado na tabela anterior é possível preparar suspensões para atender variadas 
vias de administração, entretanto, durante o desenvolvimento da formulação, devem ser levadas em 
consideração as características de cada uma delas.
36
Unidade I
3.1.1 Suspensões orais
Nestas formulações é de extrema importância o mascaramento do sabor do fármaco, geralmente 
com a utilização de excipientes que são solubilizados no veículo, como flavorizantes e edulcorantes. 
Além destes, em alguns casos, observa-se também o emprego de corantes. 
3.1.2 Suspensões tópicas
Também chamadas de loções, por serem empregadas para passar na pele, precisam ter um tamanho 
de partícula reduzido, usualmente entre 10 a 100 µm (ALI et al., 2010), de modo que a formulação 
tenha suavidade, promovendo uma sensação agradável quando utilizada pelo paciente. Quando não se 
tem esse cuidado e a formulação apresenta partículas grandes, o produto pode ter a característica de 
aspereza, podendo causar a irritação da pele.
3.1.3 Suspensões injetáveis
Para esse tipo de formulação, o tamanho de partículada fase interna e a viscosidade da fase externa 
são fatores que podem afetar diretamente a seringabilidade e injetabilidade do produto e a liberação do 
ativo através do depósito formado na pele. É condição fundamental a esterilidade, e a grande maioria 
dessas formulações é para uso intramuscular ou subcutâneo (MAHATO; NARANG, 2018).
 Observação
Seringabilidade e injetabilidade são propriedades que estão relacionadas 
respectivamente com a capacidade de não obstrução da agulha pela 
formulação e da remoção do conteúdo da seringa no momento da injeção.
3.1.4 Suspensões oftálmicas
Assim como nas formulações injetáveis, além da condição de esterilidade, a utilização de componentes 
com tamanho de partícula reduzido é condição importante para a obtenção das suspensões destinadas à 
aplicação na região dos olhos. Isso evita que o produto cause alguma irritação na mucosa oftálmica (DE 
MATTA, 2021). Adicionalmente, um dos obstáculos para a utilização de medicamentos na via oftálmica é a 
presença da lágrima, que é constantemente produzida e drenada, servindo como uma proteção da córnea, 
de modo a evitar a sua desidratação e infecção. Esse fluxo lacrimal faz com que a formulação tenha um 
tempo de contato reduzido com o local de administração, dessa maneira, ao se trabalhar na viscosidade da 
fase externa da suspensão oftálmica, pode-se aumentar o tempo de permanência da formulação na região 
de aplicação, favorecendo, assim, a absorção da substância ativa (MAHATO; NARANG, 2018).
3.1.5 Suspensões nasais
Considerando a região de administração, este tipo de preparação geralmente é disponibilizado na 
forma de spray nasal; dessa forma, o veículo deve ser mais aquoso e com menor viscosidade, de modo 
a facilitar atomização da formulação e dispensação das gotas (CARLIN, 2018).
37
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
3.1.6 Suspensões auriculares
Utilizando o mesmo raciocínio adotado para as soluções, as suspensões para emprego no canal 
auditivo devem possuir viscosidade adequada para permitir a aderência da formulação à superfície 
de aplicação. 
3.1.7 Suspensões retais
São utilizadas na cavidade retal para tratamento local do cólon, e os requisitos para esse tipo 
de preparação são os mesmos para as suspensões de uso oral, evidentemente, sem a necessidade da 
utilização de componentes para mascaramento de sabor.
3.2 Fatores relacionados com a qualidade das suspensões
Na maioria das situações, o preparo de uma suspensão se faz necessário quando se deseja ter uma 
forma farmacêutica líquida na qual o fármaco é insolúvel no meio utilizado. Considerando essa premissa, 
alguns fatores precisam ser objeto de atenção do formulador para que se tenha uma suspensão com 
qualidade, principalmente do ponto de vista físico. Tais fatores são abordados a seguir.
3.2.1 Molhabilidade e ângulo de contato
Quando um fármaco entra em contato com o meio líquido no qual ele é insolúvel, o líquido pode molhar 
completamente o fármaco; o líquido pode molhar parcialmente o fármaco ou o líquido pode não 
molhar o fármaco. O que acontece com maior frequência no preparo de suspensões é a molhabilidade 
parcial do fármaco pelo líquido. Molhabilidade é definida como a capacidade de espalhamento sobre a 
superfície de um sólido, como um fármaco, que um líquido possui. Isso pode ser representado através 
do ângulo de contato que o fármaco forma com o líquido (próxima figura). Fármacos hidrofóbicos 
apresentam ângulo de contato maior que 90° com meios aquosos, ou seja, menor molhabilidade. 
Por outro lado, fármacos hidrofílicos apresentam ângulo de contato menor que 90° em contato com 
soluções aquosas, ou seja, maior molhabilidade (PRISTA et al., 2008). 
Totalmente 
molhado
Não 
molhado
180º0º
< 90º 90º > 90º
Parcialmente molhado
Figura 9 – Ângulo de contato e molhabilidade do fármaco pelo veículo 
O ângulo de contato e, consequentemente, a molhabilidade de um fármaco por um líquido estão 
relacionados com a tensão superficial entre os dois. Nesse sentido, para melhor dispersão do fármaco 
insolúvel no meio líquido é necessário diminuir a tensão superficial. Os agentes molhantes são adjuvantes 
38
Unidade I
que auxiliam na molhabilidade do fármaco principalmente por redução da tensão superficial, como os 
tensoativos, por exemplo, o lauril sulfato de sódio e os polissorbatos. Além dos tensoativos, líquidos 
viscosos altamente hidrofílicos, como o propilenoglicol e o sorbitol, podem ser utilizados como agentes 
molhantes (BARKER, 2016).
A ausência de agentes molhantes na formulação de uma suspensão pode acarretar baixa 
molhabilidade do fármaco, que pode afetar a qualidade do produto. Nesse caso, em uma suspensão 
aquosa, por exemplo, poderá ocorrer dificuldade de dispersão das partículas do fármaco no meio líquido 
e flutuação das partículas devido a sua hidrofobicidade. Uma vez que as partículas do fármaco não 
estão adequadamente dispersas no líquido, isso poderá resultar em baixa homogeneidade da dose. 
3.2.2 Energia livre do sistema (df)
A utilização de partículas de tamanho reduzido nas suspensões contribui para o aumento da 
energia livre do sistema disperso. Por outro lado, uma tendência natural é a aglomeração das partículas 
para redução dessa energia e estabilização do sistema. Entretanto, esse fenômeno deve ser evitado, 
uma vez que pode ocasionar dispensação desigual do fármaco nas doses administradas. De acordo 
com a equação a seguir é possível verificar que, além de sofrer influência da área superficial do sólido, 
representada pelo tamanho de partícula, a energia livre também é dependente da tensão interfacial 
entre as duas fases.
dƒ = ƔS-L . A
Ɣ = tensão inferfacial entre o sólido e o líquido
A = área superficial do sólido
Caso esse seja um problema da formulação, uma das alternativas para evitar essa aglomeração é a 
utilização de tensoativos que possuem a propriedade de reduzir essa tensão interfacial.
3.2.3 Crescimento dos cristais
O crescimento de cristais é um fenômeno que pode ocorrer em suspensões, quando o fármaco é 
parcialmente solúvel no meio líquido no qual está disperso e a concentração de fármaco nesse meio 
é maior que a sua solubilidade. Além dos fatores já citados, existem outros que contribuem para o 
crescimento de cristais numa suspensão, como variações de temperatura, polimorfismo e falta de 
homogeneidade na distribuição de tamanho de partícula do fármaco (BARKER, 2016). 
A solubilidade de um fármaco está relacionada com a temperatura, sendo assim, variações na 
condição de armazenamento do produto podem implicar alterações na solubilidade do fármaco, 
provocando o crescimento de cristais. Suponha que uma formulação fique submetida por um tempo 
a uma temperatura acima de 40 °C, como esse fármaco possui certa solubilidade no meio, pode haver 
dissolução de parte dos cristais no veículo. Ao retornar a uma condição de temperatura mais baixa, o 
fármaco tende a precipitar, formando cristais de tamanho desigual (figura a seguir).
39
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
A) B)
Figura 10 – Representação esquemática do fenômeno de crescimento dos cristais em 
suspensões: A) suspensão original; B) após a variação de temperatura e recristalização
O polimorfismo é um fenômeno do estado sólido em que um fármaco se apresenta sob diferentes 
formas cristalinas que possuem características físico-químicas diferentes, por exemplo a solubilidade. 
Nesse sentido, alterações de um polimorfo mais solúvel para um menos solúvel durante o armazenamento 
da suspensão podem levar a alterações de solubilidade e crescimento de cristais.
É conhecida a influência do tamanho de partícula de um fármaco em sua solubilidade. Em geral, ao 
se reduzir o tamanho de partícula de um fármaco de baixa solubilidade, ocorre um aumento da área 
superficial das partículas, o que favorece sua solubilização. Dessa forma, a utilização de um fármaco 
no preparo de uma suspensão, composto por partículas com grande variação em seu tamanho, poderá 
acarretar diferenças de solubilidade e provocar crescimento de cristais.Assim como no caso da aglomeração, um provável crescimento dos cristais provocará problemas 
relacionados com a uniformidade da dose administrada. 
3.2.4 Sedimentação e redispersibilidade 
As partículas do fármaco dispersas no meio líquido numa suspensão farmacêutica possuem tendência 
para sedimentar por ação da força de gravidade. Nesse sentido, para que seja viável de se utilizar 
uma suspensão, é necessário que, após agitação, essas partículas que sedimentaram sejam redispersas 
com facilidade e se mantenham suspensas por um período de tempo adequado para administração do 
medicamento (BARKER, 2016).
Do ponto de vista da composição da formulação de uma suspensão, pode-se destacar alguns fatores 
que influenciam na tendência para a sedimentação das partículas: tamanho e densidade das partículas 
do fármaco, além da viscosidade do meio líquido no qual as partículas se encontram dispersas.
A próxima figura representa uma suspensão com diferentes tamanhos e formatos de partícula de 
um determinado fármaco, que estão relacionados com a sua densidade. Partículas mais densas, maiores, 
possuem tendência para se depositar mais rapidamente que partículas menores e menos densas.
40
Unidade I
Partículas 
menores
Partículas 
maiores
Figura 11 – Representação da tendência para sedimentação das partículas 
do fármaco de acordo com o seu tamanho e densidade 
No entanto, esses fatores não atuam de forma isolada de outros, como a viscosidade do meio 
líquido no qual as partículas estão dispersas. A tendência é que, num meio dispersante mais viscoso, a 
sedimentação das partículas do fármaco ocorra de forma mais lenta.
O fenômeno da sedimentação das partículas de uma suspensão pode ser explicado pela lei de Stokes, 
conforme equação a seguir (ALLEN JR.; ANSEL, 2014).
v
d g
=
−( )2 1 2
18
ρ ρ
η
ν = velocidade de sedimentação das partículas
d = diâmetros das partículas
ρ1 = densidade das partículas
ρ2 = densidade da fase dispersante (meio líquido)
g = força da gravidade
η = viscosidade da fase dispersante (meio líquido)
De acordo com essa lei (Equação 2), a velocidade de sedimentação das partículas de um fármaco 
é diretamente proporcional ao seu diâmetro, ou seja, ao tamanho das partículas e à diferença entre as 
densidades das partículas e do meio líquido. Outro fator que atua de forma diretamente proporcional 
à velocidade de sedimentação é a força da gravidade. Por outro lado, a densidade do meio líquido é 
inversamente proporcional à velocidade de sedimentação das partículas.
41
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Uma suspensão que contenha um fármaco com partículas de tamanho não tão grande e fase 
dispersante com um certo grau de viscosidade poderá apresentar sedimentação nem tão rápida, nem 
muito lenta, e que contribua para adequada redispersão das partículas.
A redispersibilidade de uma suspensão está relacionada com o estado de sedimentação das partículas, 
podendo ser representado por um sistema floculado ou um defloculado.
Nos sistemas floculados, a sedimentação das partículas do fármaco ocorre de forma mais 
rápida, resultando em um sobrenadante límpido e um sedimento que se redispersa com facilidade 
(próxima figura).
Altura do 
sedimento
Altura do 
líquido
Altura do 
sedimento
Altura do 
líquido
Altura do 
sedimento
Altura do 
líquido
Te
m
po
Figura 12 – Formação do sedimento em um sistema floculado
Já nos sistemas defloculados, a sedimentação das partículas do fármaco ocorre de forma lenta, a 
suspensão se mantém por mais tempo com aspecto homogêneo, porém o sedimento formado é mais 
compacto, de difícil redispersão, chamado de caking (próxima figura).
42
Unidade I
Altura do 
líquido e do 
sedimento
Altura do 
sedimento
Altura do 
líquido
Altura do 
sedimento
Altura do 
líquido
Te
m
po
Figura 13 – Formação do sedimento em um sistema defloculado 
O caking é resultado da maneira pela qual ocorreu a sedimentação das partículas da fase interna 
(próxima figura). Nesse caso, estão envolvidas forças eletrostáticas de repulsão que promoveram a 
sedimentação das partículas de forma isolada e em ordem de tamanho, favorecendo o preenchimento de 
todos os espaços no fundo do frasco, tornando o sedimento formado mais rígido e mais baixo . No caso 
do sistema floculado, são predominantes as forças de atração (Van der Waals e ligações de hidrogênio), 
que são mais fracas e formam flóculos de mais fácil redispersão, resultando em um sedimento mais alto 
(DE MATTA, 2021; MAHATO; NARANG, 2018).
43
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
B)
A)
100
100
50
50
Defloculado
Floculado
Figura 14 – Modos de sedimentação da fase interna das suspensões: 
A) pela formação de flóculos de fácil redispersão; B) por partículas isoladas 
Adaptada de: Mahato e Narang (2018).
Considerando os dois sistemas, é desejável uma suspensão com características de um sistema 
parcialmente floculado, de fácil redispersão e com uma fase dispersante com uma viscosidade que, de 
certa forma, garanta baixa velocidade de sedimentação (BARKER, 2016).
3.2.5 Reologia da fase dispersante
A reologia está relacionada com o estudo do escoamento (fluxo) de materiais, e uma das maneiras de se 
medir essa propriedade é através da determinação da viscosidade de líquidos e semissólidos. Medir a viscosidade 
é avaliar a resistência de um fluido quando nele se aplica uma força, chamada de tensão de cisalhamento. 
Os fluidos podem apresentar diferentes comportamentos reológicos e, no caso das suspensões, o que se 
busca é que, ao agitar a formulação das partículas do fármaco, estas fiquem dispersas por um período 
de tempo adequado para permitir a obtenção da dose correta do medicamento (MAHATO; NARANG, 
2018; NUTAN, REDDY, 2010).
Na figura a seguir é apresentado o comportamento mais indicado para o preparo de suspensões: 
pseudoplástico com tixotropia, conforme se agita a formulação, a viscosidade diminui (comportamento 
pseudoplástico), permitindo que as partículas do fármaco fiquem homogeneamente dispersas e o retorno ao 
estado inicial ocorra de maneira mais lenta (tixotropia), de forma que, a cada dose, a quantidade de 
fármaco seja a mesma (NUTAN; REDDY, 2010).
44
Unidade I
Taxa de cisalhamento
Te
ns
ão
 d
e 
ci
sa
lh
am
en
to
Figura 15 – Representação do comportamento reológico indicado 
para suspensões farmacêuticas: pseudoplástico com tixotropia 
Adaptada de: Mahato e Narang (2018).
 Observação
A taxa de cisalhamento refere-se ao escoamento (deformação) sofrido 
pelo líquido.
3.3 Componentes das suspensões 
A partir dos requisitos essenciais para cada via de administração e do profundo conhecimento 
das características do fármaco a ser veiculado, são escolhidos os excipientes que devem compor 
a suspensão. Para todas elas, a formulação deve garantir que as partículas do fármaco estejam 
dispersas em um veículo dotado de certa viscosidade, que permita, além da estabilidade do produto, 
a homogeneidade da dose administrada. A seguir são apresentadas as substâncias geralmente 
empregadas na composição das suspensões. 
3.3.1 Fármaco
Diversas classes terapêuticas são veiculadas na forma de suspensão, e, como o fármaco é praticamente 
insolúvel no veículo, a padronização do seu tamanho de partícula é fundamental, uma vez que pode 
impactar diretamente na estabilidade física da formulação e/ou no desempenho do produto. Como 
visto anteriormente, segundo a lei de Stokes, a influência do tamanho de partícula do fármaco na 
estabilidade da formulação é uma questão que deve ser considerada. 
Por outro lado, em relação ao desempenho do produto, sabe-se que um tamanho de partícula 
reduzido pode aumentar a absorção do ativo, principalmente quando administrado pela via oral ou 
diminuir o seu desconforto, quando veiculado em preparações de uso tópico ou oftálmico (BARKER, 
2016; DE MATTA, 2021).
45
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
 Observação
Para que ocorra absorção por via oral é necessário que o fármaco esteja 
dissolvido nos fluidos do trato gastrintestinal; dessa forma, quanto menor 
o seu tamanho departícula, mais facilitada será a sua dissolução.
A tabela a seguir traz uma ideia geral da quantidade de sólidos (fase dispersa) encontrada em 
suspensões e respectivo tamanho de partícula. Em alguns casos, dependendo do ativo, principalmente da 
sua dose, esses valores podem ser diferentes, como no caso de alguns antibióticos em que a porcentagem 
de sólidos na formulação é superior a 20% (GALLARDO; RUIZ; DELGADO, 2000). Ainda, é válido lembrar 
que a fase dispersa é composta principalmente pelo fármaco, mas alguns excipientes insolúveis no 
veículo também podem estar presentes.
Tabela 4 – Percentuais de fase sólida encontrados em suspensões farmacêuticas 
e respectivo tamanho de partículas de acordo com a via de administração 
Via de administração % (Fase sólida) Tamanho de partícula (µm)
Oral 2,5 – 5 < 200
Tópica (dermatológica) ≥ 20 < 100
Oftálmica 0,5 – 5 < 10
Injetável 0,5 – 5 < 5
Adaptada de: Ali et al. (2010); De Matta (2021); Gallardo, Ruiz e Delgado (2000); Patel (2010).
Para ilustrar alguns exemplos de fármacos veiculados em suspensões, a tabela a seguir traz uma lista 
de produtos disponibilizados no mercado farmacêutico brasileiro.
Tabela 5 – Exemplos de fármacos veiculados 
na forma de suspensão disponíveis no Brasil 
Tipo de suspensão Fármaco Concentração Classe terapêutica
Oral
Albendazol 40 mg/mL Anti-helmíntico
Amoxicilina* 125 mg/mL Antibiótico
Carbamazepina 20 mg/mL Antidepressivo
Domperidona 1 mg/mL Antiemético
Cloridrato de fexofenadina 6 mg/mL Anti-histamínico
Hidróxido de alumínio 60 mg/mL Antiácido
Ibuprofeno 30 mg/mL Anti-inflamatório
Rifampicina 20 mg/mL Antibiótico
Tópica
Dipropionato de betametasona 0,64 mg/mL Anti-inflamatório
Propionato de fluticasona 50 µg/dose Anti-inflamatório
46
Unidade I
Tipo de suspensão Fármaco Concentração Classe terapêutica
Oftálmica
Cloridrato de betaxolol 2,5 mg/mL Anti-hipertensivo
Dexametasona 1 mg/mL Anti-inflamatório
Etabonato de loteprednol 5 mg/mL Anti-inflamatório
Nepafenaco 1 mg/mL Anti-inflamatório
Nasal
Dipropionato de beclometasona 100 µg/dose Anti-inflamatório
Budesonida 32 µg/dose Broncodilatador
Triancinolona acetonida 550 µg/mL Anti-inflamatório
Injetável
Cloridrato de doxorrubicina 2 mg/mL Antineoplásico
Acetato de 
medroxiprogesterona 150 mg/mL Contraceptivo
Acetato de metilprednisolona 40 mg/mL Anti-inflamatório
Acetato de leuprorrelina** 3,75 mg/mL Antineoplásico
Palmitato de paliperidona 100 mg/mL Antipsicótico
* Na forma de pó para suspensão 
** Na forma de pó liofilizado para suspensão
Adaptada de: Anvisa (2021); Brunton, Hilal-Dandan e Knollmann (2018).
3.3.2 Veículo
O veículo constitui o sistema dispersante, ou seja, a fase externa da formulação na qual as partículas 
do fármaco são insolúveis ou praticamente insolúveis. Além do fármaco, estão presentes nesse veículo 
os excipientes e, entre estes, alguns estão diretamente relacionados com a manutenção do fármaco 
em suspensão, e outros, com propriedades necessárias para garantir a estabilidade da formulação ou 
facilitar o uso por alguma via de administração.
No caso dos veículos aquosos, são comumente utilizados além da água, misturas desta com polióis 
(glicerina, sorbitol e propilenoglicol) e xaropes. Como veículos oleosos podem ser citados a vaselina 
líquida e o óleo de amêndoas, entre outros (DE MATTA, 2021).
3.3.3 Excipientes
Os excipientes são selecionados conforme as propriedades que devem ser trabalhadas no produto, 
entretanto, condição essencial é a compatibilidade de todos os componentes da formulação.
Agentes molhantes
Promovem a molhabilidade do pó. São utilizados para facilitar o encobrimento da partícula da fase 
interna pelo veículo, viabilizando a dispersão do fármaco na formulação e impedindo a sua flutuação. Os 
agentes molhantes podem reduzir o ângulo de contato entre o sólido e o líquido atuando de diferentes 
maneiras (quadro a seguir): através da redução da tensão interfacial entre as duas fases, como no caso 
dos tensoativos, ou pelo deslocamento do ar na superfície da partícula, formando uma camada que 
facilita o contato com a água, estratégia que pode ser obtida pela utilização de moléculas hidrofílicas 
como os glicóis e algumas substâncias inorgânicas (ALLEN JR.; POPOVICH; ANSEL, 2013; DE MATTA, 2021). 
47
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Quadro 2 – Agentes molhantes utilizados 
em suspensões farmacêuticas 
Classe Exemplos
Tensoativos 
Polissorbatos (Tween® 20, 60, 80)
Ésteres de sorbitano (Span® 20, 60)
Derivados do óleo de rícino polietoxilado (Cremophor® EL, ELP)
Lauril sulfato de sódio
Substâncias macromoleculares 
hidrofílicas Glicerina, sorbitol, propilenoglicol, polietilenoglicol
Substâncias hidrofílicas 
inorgânicas
Bentonita, dióxido de silício coloidal, silicato de magnésio e 
alumínio (Veegum®)
Adaptado de: De Matta (2021); Moreton (2010).
Agentes suspensores
Conferem viscosidade à fase dispersante, diminuindo a velocidade de sedimentação das partículas e 
possibilitando que fiquem distribuídas na fase líquida. Muitos polímeros de origem natural e sintética, 
entre outras substâncias, são empregados para essa finalidade, entretanto, deve-se avaliar a faixa de pH 
em que a viscosidade do sistema se mantém estável, além de possíveis incompatibilidades (tabela a seguir).
Tabela 6 – Exemplos de excipientes 
utilizados como agentes suspensores 
Substância Faixa de estabilidade (pH)
Concentração 
usual (%) Exemplos de incompatibilidades
Alginato de sódio 4-10 0,75-3 Íons cálcio e álcool acima de 10%
Carragenina 3,5-9 0,3-1 Cátions e proteínas
Goma adraganta 3-9 1-2 Sais de bismuto e álcool acima de 40%
Goma arábica 3-9 5-15 Etanol, vanilina e sais trivalentes
Goma xantana 4-10 0,2-0,5 Borato de sódio e tensoativos catiônicos
Carboximetilcelulose 5-10 0,1-3 Taninos, tensoativos catiônicos, goma xantana e metais
Celulose microcristalina + 
carboximetilcelulose 3-10 0,1-1,5
Taninos, tensoativos catiônicos, goma 
xantana e metais
Metilcelulose 3-11 0,5-2 Taninos, resorcinol e parabenos
Hipromelose 3-11 0,5-2 Alguns agentes oxidantes
Carbômeros 6-10 0,5-1 Eletrólitos, ácidos e polímeros catiônicos
Dióxido de silício coloidal 2-10 1,0-7,5 Dietilestilbestrol
Bentonita 3-10 0,5-5,0 Íons cálcio e cátions polivalentes
Veegum® 3-11 1,5-2,5 Íons cálcio
Adaptada de: De Matta (2021); Moreton (2010); 
Prista et al. (2008); Rowe, Sheskey e Quinn (2009); Shouying et al. (2014); Thompson (2015).
48
Unidade I
Agentes floculantes
São substâncias que, quando adicionadas à suspensão, favorecem a formação de um sistema floculado 
pela neutralização do excesso de cargas das partículas. Quando as partículas da fase sólida entram 
em contato com o veículo aquoso, tendem a ficar eletricamente carregadas, seja pela presença de 
grupamentos ionizáveis na superfície da partícula, seja pela adsorção de íons da solução. Dessa forma, ao 
redor da partícula é formada uma dupla camada elétrica, a primeira composta por íons de carga oposta 
à da partícula e a segunda, pelos seus respectivos coíons (próxima figura). Dependendo da quantidade 
de íons na superfície da partícula, pode haver um desequilíbrio de cargas, que eleva a diferença de 
potencial na dupla camada elétrica (potencial zeta), ocasionando o predomínio das forças eletrostáticas 
de repulsão, fato que favorece a formação de um sistema defloculado. Assim, a adição de um agente 
floculante que tenha carga oposta à da partícula, ou que consiga fazer o isolamento dessas partículas, 
contribui para a neutralização do sistema e redução do potencial zeta, direcionando para a formação de 
um compactado de fácil redispersão (DE MATTA, 2021).
Plano de cisalhamento
Partícula com carga 
negativa na superfície
Potencial zeta
mV
0
Potencial de superfície
Camada de Stern
Potencial de Stern
-100
Camada difusa
Distância da superfície da partícula
Figura 16 – Representação do diagrama do potencial zeta em um meio aquoso 
Fonte: Rawle (2010, p. 226).
Como exemplos de agentes floculantes, podem ser citados: fosfato monopotássico,fosfato de sódio, 
cloreto de cálcio, cloreto de alumínio e lauril sulfato de sódio para cargas positivas; hexametafosfato 
de sódio e citrato trissódico para cargas negativas; bentonita, alginatos, amido e silicatos para ambas as 
cargas (DE MATTA, 2021; MAHATO; NARANG, 2018).
Conservantes
A composição da suspensão pode ser um meio favorável ao crescimento microbiano; dessa forma, 
a utilização de substâncias conservantes é muito comum em preparações não estéreis ou estéreis de 
49
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
múltiplas doses. Na próxima tabela, segue uma lista de conservantes que podem ser utilizados no preparo 
das suspensões. Além destes, a presença de substâncias como EDTA, álcool, glicerina e propilenoglicol 
pode atuar de maneira sinérgica na ação conservante, dependendo da concentração utilizada. Um 
aspecto bastante importante é que, no momento da escolha dos componentes da formulação, deve ser 
avaliada a existência de incompatibilidades do tipo de conservante utilizado com outras substâncias 
e/ou material de embalagem e se há alguma recomendação em relação ao pH de melhor atividade 
antimicrobiana (ROWE; SHESKEY, QUINN, 2009).
Tabela 7 – Conservantes utilizados em suspensões 
Substância Uso Concentração usual (%) pH* Exemplos de incompatibilidades
Ácido benzoico Interno/externo 0,1-0,2 < 5 Álcalis, metais pesados e caulim
Ácido bórico Externo 1,0-2 5-8 Ácidos e bases fortes e potássio
Ácido sórbico Interno/externo 0,05-0,2 4,5 Bases, agentes oxidantes e redutores, plástico e tensoativos não iônicos
Álcool benzílico Interno/externo 1-2 < 5 Agentes oxidantes e ácidos fortes 
Álcool feniletílico Externo 1-2 < 5 Agentes antioxidantes e parcial inativação por polissorbatos
Benzoato de sódio Externo/interno 0,02-0,5 2-5 Gelatina, sais de ferro e cálcio, caulim e tensoativos não iônicos
Clorexidina Externo 0,01 5-7 Tensoativos aniônicos, cálcio, magnésio, goma acácia, alginato, carboximetilcelulose sódica e amido
Clorobutanol Externo Até 0,5 < 5,5 Recipientes plásticos, borrachas, bentonita, carboximetilcelulose sódica e polissorbato 80
Cloreto de benzalcônio Externo 0,01-0,02 4-10 Alumínio, tensoativos iônicos e não iônicos, citrato, hipromelose, caulim, plástico e borracha
Cloreto de benzetônio Externo 0,01-0,02 4-10 Tensoativos aniônicos e solução de sais
Fenoxietanol Externo 0,5-1 Ampla faixa
Tensoativos não iônicos, cloreto de polivinila (PVC) e 
derivados celulósicos
Metilparabeno Interno/externo 0,015-0,2 4-7 Polissorbatos, bentonita, alginato
Propilparabeno Interno/externo 0,01-0,02 4-7 Polissorbatos, bentonita, alginato
Sorbato de potássio Interno/externo 0,1-0,2 < 6 Plásticos e tensoativos não iônicos
* pH de maior atividade antimicrobiana
Adaptada de: Batistuzzo, Itaya e Eto (2015); De Matta (2021); Rowe, Sheskey e Quinn (2009).
Edulcorantes
Utilizados em preparações de uso oral, fornecem sabor adocicado para a formulação, auxiliando na 
aceitabilidade do medicamento. Como exemplos de agentes edulcorantes para suspensões, podem ser 
citados: sacarose, sorbitol, glicerina, sacarina sódica, ciclamato de sódio, acessulfame e aspartame. 
Flavorizantes
Também empregados em preparações de uso oral, auxiliando na palatabilidade do produto, a sua 
escolha é realizada em função do grupo de pacientes aos quais a formulação será idealizada. É muito 
50
Unidade I
comum que haja diferenças na aceitação de certos sabores entre crianças e adultos. Aroma de morango, 
vanilina, extrato de laranja amarga, essência de menta são exemplos de flavorizantes utilizados.
Corantes
Muitas vezes associados aos flavorizantes, especialmente em formulações de uso oral, os 
corantes, além de auxiliarem na aceitabilidade do produto, servem também como uma identificação 
do medicamento. Dada a grande capacidade de coloração, essas substâncias são utilizadas em 
quantidades muito pequenas e devem ser escolhidas de acordo com a permissão de utilização 
em relação à via de administração. O corante marrom caramelo, por exemplo, pode ser utilizado em 
produtos de uso tópico e oral, desde que não seja destinado a pacientes infantis. Por outro lado, o 
corante vermelho 40, como é um corante de uso alimentício, não tem restrições para utilização em 
medicamentos (ANVISA, 2019).
 Saiba mais
Para saber informações sobre as substâncias corantes e permissões de 
utilização, consulte:
ANVISA. Farmacopeia brasileira. 6. ed. Brasília: Anvisa, 2019. v. 1.
Antioxidantes
São agentes que auxiliam na manutenção da estabilidade da formulação, caso haja um risco 
potencial da ocorrência de oxidação de algum dos componentes da formulação. Como agentes 
antioxidantes, podem ser mencionados: ácido ascórbico, alfa-tocoferol (vitamina E), ácido cítrico, BHA, 
BHT e metabissulfito de sódio, entre outros.
Quelantes
Também funcionam como antioxidantes, através da complexação de metais que podem catalisar 
reações de oxidação. Exemplo: EDTA.
Agentes isotonizantes
São empregados em preparações oftálmicas, nasais e injetáveis, nas quais se faz necessária a correção 
da tonicidade da formulação. O cloreto de sódio é o agente de tonicidade mais comumente empregado.
Além desses componentes, eventualmente pode ser necessário o ajuste do pH da formulação. Para 
isso, podem ser utilizados tampões como o fosfato ou citrato.
51
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
3.4 Estabilidade física das suspensões 
A estabilidade física das suspensões está relacionada com a manutenção das suas características 
físicas após o seu preparo. Nesse sentido, as condições de sedimentação e redispersibilidade, assim como 
a viscosidade da fase dispersante, previamente discutidas, são de grande importância para que se tenha 
certa estabilidade física (DE MATTA, 2021).
Alguns pontos importantes nesse contexto são a avaliação da velocidade de sedimentação, assim 
como a densidade e facilidade com que o sedimento formado é redisperso (BARKER, 2016).
A velocidade de sedimentação é obtida por meio da homogeneização da suspensão e inserção em 
uma proveta graduada. Inicialmente é feita a medida da altura total do líquido (A1), que contém o líquido 
dispersante e o fármaco disperso. Com o passar do tempo, é feita a medida da altura do sedimento (A2), 
em diferentes intervalos de tempo. Por meio da relação A2/A1 se tem a velocidade de sedimentação. Por 
meio dessa medida, é possível estimar se a suspensão terá uma sedimentação mais rápida ou mais lenta 
(PRISTA et al., 2008).
7 mL
t = 2 h
A2
10 mL
t = 1 h
A2
15 mL
t = 0
A1
Figura 17 – Acompanhamento da velocidade de sedimentação 
Associadas à velocidade de sedimentação, medidas de peso e volume da suspensão (densidade) 
e agitação para verificar a capacidade de redispersão auxiliam na avaliação da estabilidade física das 
suspensões (BARKER, 2016).
É ainda importante que esse tipo de forma farmacêutica não apresente alterações de coloração e 
odor durante o seu uso.
3.5 Processos produtivos e equipamentos
Quando se pensa no preparo de uma suspensão, a primeira questão a se discutir é a utilização do 
fármaco em partículas de tamanho reduzido. Dependendo do tamanho de partícula da matéria-prima 
adquirida, é possível que seja necessária a sua redução e, para isso, quando se trabalha em pequena 
escala, como na farmácia de manipulação, podem ser utilizados o gral e o almofariz (figura 18). No 
52
Unidade I
contexto da produção em escala industrial, são utilizados micronizadores (figura 19), cujo processo 
consiste na injeção de ar comprimido dentro de uma câmara, fazendo com que as partículas do fármaco 
colidam umas com as outras e com as paredes do equipamento, havendo, portanto, redução do seu 
tamanho (PATEL; KENNON; LEVINSON, 2010). 
Figura 18 – Almofariz e pistilo de porcelana 
Alimentação
Câmara de 
micronização
Injeção de ar
Coletor
Ar para micronização
Figura 19 – Esquema de um equipamento de micronização por ar comprimido 
Adaptada de: Chamayou e Dodds (2007).
Para que se possa estabelecer uma padronização do tamanho de partícula utilizado na formulação, 
logoapós o processo de micronização, pode-se tomar uma amostra da matéria-prima e avaliar se a 
distribuição de seu tamanho está de acordo com a especificação necessária. Uma técnica bastante 
utilizada é a difração de raios laser, que, ao final do ensaio, gera um histograma com a distribuição 
do tamanho de partícula do material. Na figura a seguir, é possível observar que a curva resultante da 
53
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
matéria-prima após a micronização (a) está situada em uma faixa de tamanho menor do que a curva 
que representa a distribuição do tamanho de partícula da amostra antes da micronização.
10
Distribuição de tamanho de partícula
0.01
Vo
lu
m
e 
(%
)
0.1
0
2
4
6
8
1 10
Tamanho da partícula (µm)
100 1.000 3.000
A)
B)
Figura 20 – Resultado de uma análise de tamanho de partículas: 
A) após a micronização; B) antes da micronização 
Em seguida se tem o processo de mistura dos sólidos entre si e com a fase dispersante líquida. 
Na farmácia essa etapa pode ser iniciada no próprio almofariz, sendo realizada, posteriormente, a 
transferência de seu conteúdo para um copo graduado, de modo a adicionar os demais componentes 
e finalizar a preparação. No âmbito industrial, em geral, essas misturas são feitas em tanques como os 
apresentados nas figuras a seguir.
A) B)
Figura 21 – Tanque de mistura para suspensões e emulsões: A) visualização externa do equipamento; 
B) ilustração do sistema de agitação na parte interna do equipamento 
Fonte: Pathak e Thassu (2010, p. 252).
54
Unidade I
Figura 22 – Tanque industrial de mistura de elevada capacidade 
Fonte: Pathak e Thassu (2010, p. 251).
Após a etapa de manipulação, a formulação segue para o envase. Para isso, é importante que a 
suspensão possua viscosidade adequada, de modo que não ocorram problemas durante o processo de 
enchimento dos frascos (próxima figura).
Figura 23 – Etapa de envase da suspensão 
Fonte: Allen Jr. e Ansel (2014, p. 458).
55
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
3.6 Acondicionamento
Em geral, as suspensões líquidas ou as extemporâneas são acondicionadas em frascos de vidro âmbar 
para proteção da luz, entretanto também são encontrados produtos em embalagens de plástico e sachês 
(figura 24). No caso dos frascos, a suspensão não deve ocupar todo o volume, ou seja, deve-se ter um 
espaço suficiente para que se consiga homogeneizá-la por agitação. No caso das extemporâneas 
(figura 25), há uma indicação do limite para a inserção do veículo (ALLEN JR.; ANSEL, 2014).
A) B) C)
Figura 24 – Embalagens utilizadas para o acondicionamento de suspensões 
Adaptada de: B) https://bit.ly/3FZAljh. 
Acesso em: 30 nov. 2021; C) Amarji et al. (2018, p. 528). 
Nível de água
Figura 25 – Indicação do nível do veículo em preparação de suspensão extemporânea 
Além do frasco, as embalagens de suspensão devem trazer um dispositivo de medida para 
permitir a retirada do volume que contenha a dose correta da substância ativa. Para uso adulto, 
em geral são utilizadas colheres ou copos medidores (figura 26). Para uso infantil é muito comum 
a utilização de seringas ou outros sistemas que facilitem a administração do medicamento para a 
criança (figura 27).
56
Unidade I
Colher de chá = 5 mL
Colher de sopa = 15 mL
A)
B)
Figura 26 – Dispositivos de medida utilizados 
em suspensões para uso adulto 
Adaptada de: Amarji et al. (2018).
Figura 27 – Dispositivos de medida utilizados na 
administração de suspensões para crianças 
Fonte: Allen Jr. e Ansel (2014, p. 463).
 Lembrete
Assim como as soluções orais, as suspensões devem ser preparadas em 
concentrações adequadas, em que o volume necessário seja múltiplo de 
2,5 mL ou 5 mL, para facilitar o doseamento.
3.7 Formulário das suspensões
De modo a demonstrar a grande utilização dessa forma farmacêutica e para exemplificar quais 
substâncias são geralmente empregadas no preparo das suspensões, seguem alguns exemplos 
de formulação.
57
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Suspensão anti-inflamatória, antipirética e analgésica (DE MATTA, 2021)
Piroxicam 0,9 g
Polissorbato 20 3,0 g
Glicerina 20 mL
Sacarose 20 g
Celulose microcristalina 1,0 g
Metilparabeno 0,1 g
Propilparabeno 0,03 g
Fosfato de potássio dibásico 0,05 g
Álcool q.s.
Flavorizante q.s.
Água q.s.p. 100 mL
Suspensão antiácida de hidróxido de alumínio (ALLEN JR.; ANSEL, 2014)
Gel de hidróxido de alumínio 32,7 g
Sorbitol 70% 28,2 mL
Xarope simples 9,3 mL
Glicerina 2,5 mL
Metilparabeno 0,09 g
Propilparabeno 0,03 g
Flavorizante q.s.
Água q.s.p. 100 mL
Suspensão de calamina (ANVISA, 2012)
Calamina 8,0 g
Óxido de zinco 28,2 mL
Glicerol 2,0 mL
Magma de bentonita* 25,0 mL
Solução conservante de parabenos** 1 mL
Água q.s.p. 100 mL
* Dispersão de 5% (p/v) de bentonita em água
** Solução de 6% de metilparabeno (p/p) e 3% de propilparabeno (p/p) em propilenoglicol
Suspensão anti-inflamatória oftálmica (PRED FORT®, 2021)
Acetato de prednisolona 10 mg/mL
Excipientes: 
Polissorbato 80, ácido bórico, citrato de sódio hidratado, bissulfito de sódio, 
cloreto de sódio, edetato dissódico, hidroxipropilmetilcelulose, 
cloreto de benzalcônio e água purificada q.s.p. 5 mL.
Suspensão injetável (DIPROSPAN®, 2021)
Dipropionato de betametasona (equivalente a 5 mg de betametasona) 6,43 mg
Fosfato dissódico de betametasona (equivalente a 2 mg de betametasona) 2,63 mg
Excipientes: 
Fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, edetato dissódico, polissorbato 80,
álcool benzílico, metilparabeno, propilparabeno, carmelose sódica, macrogol, 
ácido clorídrico e água para injetáveis q.s.p. 1 mL
58
Unidade I
Exemplo de aplicação
Avalie a formulação da suspensão antitérmica e analgésica e indique qual a função farmacotécnica 
de cada um dos componentes:
Fórmula do medicamento Alivium® (ALIVIUM, 2021)
Ibuprofeno (30 mg/ml)
Aroma artificial de frutas roxas
Ciclamato de sódio
Glicerol
Goma xantana
Benzoato de sódio
Propilenoglicol
Dióxido de titânio 
Ácido cítrico
Sucralose
Sacarina sódica
Sorbitol
Água purificada
Resolução
Ibuprofeno (30 mg/ml) – substância ativa
Aroma artificial de frutas roxas – flavorizante
Ciclamato de sódio – edulcorante
Glicerol – glicerina – edulcorante/agente molhante
Goma xantana – agente suspensor
Benzoato de sódio – conservante
Propilenoglicol – agente molhante
Dióxido de titânio – pigmento (fornece coloração branca)
Ácido cítrico – corretor de pH
Sucralose – edulcorante
Sacarina sódica – edulcorante
Sorbitol – edulcorante
Água purificada – veículo
4 EMULSÕES
Emulsões se definem como misturas heterogêneas, contendo ao menos um líquido disperso em 
outro imiscível, na forma de glóbulos apresentando diâmetros de forma geral maiores que 0,1 μm 
(KNOLTON, 2006). 
Christopher e Dawn (2008) definiram emulsão como um sistema bifásico constituído de dois líquidos 
imiscíveis atuando com uma fase interna (fase dispersa) fina e uniformemente dividida na forma de 
gotículas ao longo da segunda fase denominada externa (fase contínua).
59
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
O termo farmacêutico “emulsão” é comumente utilizado para se referir a formulações de uso interno 
(oral, parenteral). As emulsões para uso externo recebem geralmente os termos “creme” e “loção” 
(CHRISTOPHER; DAWN, 2008). 
A emulsificação é uma técnica amplamente utilizada pela indústria farmacêutica, cosmética, agrícola 
e alimentar que visa a utilização de água e lipídios em uma única formulação semissólida. Vem sendo 
destacada como a forma farmacêutica mais atrativa para a cosmetologia e farmacologia. As emulsões 
são muito utilizadas em produtos farmacêuticos e cosméticos, pois possuem sensorial agradável na 
opinião dos usuários (MASSON, 2005).
4.1 Vantagens e desvantagens do uso de emulsões
Esses sistemas apresentam uma série de vantagens que se sobrepõe às desvantagens (ALMEIDA, 
2008; CAMARGO, 2008; FORMARIZ, 2005; SANTOS, 2011).
Entre as vantagens, podemos destacar:
•	 ampla aplicabilidade em diferentes áreas da saúde;
•	 sistema de liberaçãodirecionada de fármacos;
•	 administração por várias vias (parenteral, tópica, oral);
•	 veículo de compostos com diferente polaridade;
•	 uso em pacientes pediátricos e geriátricos;
•	 capacidade de mascarar as características organolépticas, como odor e sabor desagradáveis;
•	 grande versatilidade;
•	 fácil remoção da pele;
•	 sensorial agradável.
Já com relação às desvantagens, destacamos: susceptibilidade a reações de instabilidade 
microbiológica devido à presença de água; instabilidade físico-química, incluindo reações de degradação 
tanto da fase oleosa quanto do fármaco, que podem ocorrer devido a fatores intrínsecos ou extrínsecos 
à formulação. Além disso, as emulsões estão sujeitas a fenômenos relacionados à união de gotículas da 
fase interna, que podem levar à separação das fases. Esses fenômenos serão elencados mais à frente, 
neste capítulo.
60
Unidade I
4.2 Componentes das emulsões
As emulsões são compostas de três fases: aquosa, oleosa e tensoativa, podendo ser de água em 
óleo (A/O) ou de óleo em água (O/A) (figura a seguir).
Microemulsão A/O Microemulsão O/A
Água Óleo
Figura 28 – Esquema representativo de emulsões A/O ou O/A
Fonte: Oliveira et al. (2004).
Em seguida, estudaremos os componentes das emulsões.
4.2.1 Fase aquosa
Na fase aquosa de uma emulsão, além da água, devem estar presentes outras substâncias hidrofílicas 
de interesse, como as indicadas a seguir.
Sequestrantes
Sequestrantes ou quelantes podem ser utilizados para evitar reações de oxidação causadas por 
radicais livres. Exemplo: EDTA dissódico.
Antioxidantes
Antioxidantes hidrossolúveis podem ser adicionados para prevenir oxidação das substâncias presentes 
nessa fase. Exemplo: sulfito de sódio, metabissulfito de sódio.
Conservantes antimicrobianos
Uma vez que a preparação contém água, faz-se necessária a adição de conservantes para evitar a 
proliferação microbiológica. Exemplo: parabenos (metilparabeno, propilparabeno).
Espessantes
Doadores de viscosidade, tais como os coloides hidrofílicos, podem ser utilizados para essa função 
especificamente e também para aumentar a estabilidade de emulsões, uma vez que retardam o processo 
de separação das fases aquosa e oleosa. Exemplo: gomas (arábica, xantana, guar etc.), derivados da 
celulose (carboximetilcelulose – CMC, metilcelulose etc.).
61
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Umectantes
Os umectantes evitam perda de água da preparação através de evaporação. Entre os umectantes 
mais utilizados estão os polióis, como glicerina, propilenoglicol e sorbitol.
4.2.2 Fase oleosa
Na fase oleosa da emulsão estarão presentes os compostos lipofílicos.
Óleo
Muitas vezes o próprio fármaco é o principal componente da fase oleosa, como é o caso do benzoato 
de benzila, insumo ativo com ação escabicida. 
Outros exemplos de óleos que podem ser utilizados para obtenção de efeito terapêutico são o óleo 
de fígado de bacalhau e óleo mineral, que, utilizados por via oral, proporcionam suplementação de 
vitaminas A e D e efeito laxativo respectivamente.
Entre os óleos que podem ser utilizados para via parenteral estão o óleo de amendoim, de gergelim, 
de soja, de semente de algodão etc.
Para uso tópico, de modo geral, é possível se utilizar óleos de origem mineral e vegetal, além de ceras 
e ésteres de ácidos graxos e álcoois graxos.
Antioxidantes
Antioxidantes lipossolúveis, como BHA, BHT, tocoferol, são adjuvantes importantes para evitar a 
oxidação de componentes de fase oleosa.
Conservantes antimicrobianos
Apesar de não ser comum a proliferação microbiana em meio oleoso, é possível adicionar conservantes 
lipofílicos nessa fase, como é o caso do propilparabeno.
Emolientes
Emolientes são substâncias lipofílicas que proporcionam maciez, sensorial agradável à pele, por isso 
podem ser adicionados a emulsões para uso tópico.
4.2.3 Tensoativos
Para a formação de uma emulsão é necessária a utilização de agentes tensoativos, que agem 
através da diminuição da tensão interfacial entre óleo e água, imprescindíveis para a formação desses 
sistemas (CALLENDER et al., 2017). São adicionados com o objetivo de estabilizar o sistema (AGARWAL; 
RAJESH, 2007).
62
Unidade I
 Observação
Em emulsões, os tensoativos são usualmente denominados emulsificantes, 
agentes emulsivos ou emulgentes.
Os tensoativos ou agentes emulsificantes são compostos orgânicos anfifílicos ou anfipáticos, 
possuindo em sua estrutura química grupamentos hidrofílicos (cabeças) e hidrofóbicos (caudas). 
Esses compostos apresentam solubilidade tanto em solventes polares quanto em apolares (CORAZZA 
et al., 2010). 
Os tensoativos (próxima figura) são moléculas capazes de conferir estabilidade a formulações de 
várias vias de administração.
O
O Na
Parte apolar Parte polar
Figura 29 – Representação da molécula de dodecanoato de sódio
Adaptada de: Daltin (2012).
O tensoativo, também chamado de emulsificante nesses sistemas, forma uma fina película em torno 
da fase dispersa ou interna. 
É importante salientar que as fases dispersa e contínua podem apresentar consistência variada 
desde líquidas, também chamadas de leites, até semissólidas, apresentando variação de tamanho de 
fase interna entre 0,1 a 100 µm.
Outra função dos tensoativos quando em aplicação tópica é a de aumentar a permeabilidade de 
membranas biológicas como a pele (SARPOTDAR; ZATZ, 1986; SHOKRI et al., 2001), já que estes em sua 
maioria apresentam compatibilidade e fácil interação com os componentes lipídicos encontrados na 
pele (CORAZZA et al., 2010; ERDAL et al., 2016).
As moléculas de tensoativo, quando solubilizadas em água em baixas concentrações, se apresentam 
na forma de monômeros, porém podem se agregar quando em concentrações mais altas e passam a 
formar o que pode ser chamado de micelas. Essa reunião de moléculas em agregados supramoleculares 
promove a redução da energia livre do sistema (GUO; RONG; YING, 2006).
Os emulsificantes possuem uma classificação, sendo eles aniônicos, catiônicos, anfotéricos e não iônicos. 
Essa classificação depende da carga do grupamento encontrado nas cabeças das moléculas. A classe em 
que essas moléculas se encontram descreve as propriedades físico-químicas e aplicação de cada uma delas.
63
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
A seleção do emulsionante que se adeque mais ao sistema deve considerar as ligações químicas, tais 
como forças de Van der Waals, interação eletrostática e polaridade (ROSEN, 2012).
Os emulsionantes se dividem em três classes, quando o objetivo é aplicação em emulsões O/A: 
emulsionantes aniônicos, catiônicos e não iônicos.
4.2.3.1 Tensoativos aniônicos
Os aniônicos (próxima figura) são, historicamente, o tipo de surfactante mais antigo e mais comum. 
Quando pensamos em detergentes ou sabões comuns, são os surfactantes aniônicos que fazem a 
lavagem. Os surfactantes aniônicos também são usados em formulações farmacêuticas para aumentar 
a eficiência dos ingredientes ativos por ligação direta ao medicamento ou por aumentar a adsorção ou 
absorção e a partição de medicamentos entre os compartimentos hidrofóbico e hidrofílico em órgãos e 
organismos (YUSHMANOV et al., 1994).
Estearato de sódio
H3C C
O
O117
-
Estearilsulfonato de sódio
H3C C S
+
+
Na
Na
O
O
O
117
+
+
-
Estearilsulfato de sódio
H3C C SO
+ NaO
O
O
117
+-
Figura 30 – Exemplos de tensoativos aniônicos
Os grupos polares aniônicos mais comuns são o carboxilato, sulfato e o fosfato. A maioria dos 
emulsionantes aniônicos é produzida com cadeia carbônica entre 12-18 carbonos, pois nessa condição 
a solubilidade da porção oleosa é mais adequada. Os contraíons mais utilizados são sódio, potássio, 
amônio e cálcio. Para os emulsionantes iônicos, o contraíon pode desempenhar importantes funções 
em suas propriedades físico-químicas, afetando, principalmente, a solubilidade em água (ROSEN, 2012). 
O sódio e o potássio promovem a rápida dissociação do emulsionante e uma elevada solubilidade em 
água, enquanto o cálcio auxilia na solubilidade do óleo. Por causa disso, osemulsionantes com contraíons 
de cálcio são normalmente utilizados na preparação de emulsões O/A (DALTIN, 2012; ROSEN, 2012).
64
Unidade I
A seguir verificamos um exemplo de emulsão aniônica.
Tabela 8 – Formulação de emulsão aniônica
Componentes Quantidade
Fase aquosa
EDTA dissódico 0,1 g
Solução conservante de parabenos 3,3 g
Água purificada 100 g
Fase B (oleosa)
Estearato de octila 6 g
Álcool cetoestearílico, cetilestearilsulfato de sódio 15 g
Butil-hidroxitolueno 0,05
Fase C (complementar)
Ciclometicone 2 g
Solução conservante de imidazolidinilureia (50%) 0,6 g
Fonte: Anvisa (2012, p. 172).
4.2.3.2 Tensoativos catiônicos
O tipo mais comum de surfactantes catiônicos (próxima figura) são os compostos de amônio 
quaternário (QAC). Essas moléculas contêm pelo menos uma cadeia de hidrocarboneto hidrofóbica 
ligada a um átomo de nitrogênio carregado positivamente; outros grupos alquil, tais como grupos metil 
ou benzil, atuam como substituintes. Eles são amplamente utilizados em detergentes, amaciantes de 
roupas e condicionadores de cabelo, e também como desinfetantes, devido à sua atividade antibacteriana 
contra bactérias Gram-negativas e Gram-positivas, bem como contra algumas espécies patogênicas de 
fungos e protozoários. São tóxicos, mas aceitáveis para aplicação tópica (produtos para bochechos, 
antissépticos orais). Existem relatos de efeitos prejudiciais de surfactantes catiônicos em linfócitos 
humanos (THORSTEINSSON et al., 2003)
Cloreto de dicetildimetilamônio Brometo de cetiltrimetilamônio
C16H33
C16H33
CH3
CH3
N CI
-+
C16H33 CH3
CH3
CH3
N Br
-+
Figura 31 – Estruturas químicas de tensoativos catiônicos
A maioria dos emulsionantes catiônicos apresenta pelo menos um átomo de nitrogênio como carga 
positiva. Tanto aminas como produtos baseados em quaternários de amônio são bastante comuns. As 
aminas somente funcionam como emulsionantes catiônicos quando protonadas, portanto só podem ser 
65
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
utilizadas como emulsionantes catiônicos em meios ácidos. Os compostos quaternários de amônio já 
não são tão sensíveis a variações de pH (DALTIN, 2012).
A seguir observa-se um exemplo de emulsão catiônica (condicionador capilar).
Tabela 9 – Formulação de emulsão catiônica
Componentes Quantidade
Fase aquosa
EDTA dissódico 0,1 g
Solução conservante de parabenos 3,3 g
Água purificada 100 g
Fase B (oleosa)
Petrolato líquido 2 g
Álcool cetoestearílico 30/70 4 g
Butil-hidroxitolueno 0,05 g
Fase C (complementar)
Cloreto de cetiltrimetilamônio a 50% 2 g
Fonte: Anvisa (2012, p. 169).
4.2.3.3 Tensoativos não iônicos
A atividade de superfície dos surfactantes não iônicos deriva de um equilíbrio entre as estruturas 
hidrofóbicas e hidrofílicas contidas na molécula do surfactante. Eles não se dissociam em íons na solução 
de água, então a solubilidade dessas substâncias é fornecida por seus grupos de cabeças polares. A parte 
hidrofóbica dos surfactantes não iônicos é geralmente um derivado de fenol alquilado, ácido graxo ou 
álcool linear de cadeia longa. A parte hidrofílica é geralmente uma cadeia de óxido de etileno de vários 
comprimentos. Com sua falta de carga, os surfactantes não iônicos são compatíveis com os surfactantes 
catiônicos e aniônicos. Os surfactantes não iônicos são amplamente usados como emulsificantes, 
agentes umectantes e agentes de estabilização de espuma. Eles também são usados com sucesso em 
vários processos biotecnológicos e para facilitar a solubilização e aumentar a estabilidade do carreador 
do fármaco (GARCIA; CAMPOS; RIBOSA, 2007).
Os emulsionantes não iônicos (próxima figura) não se dissociam em íons em solução aquosa e, por 
isso, são compatíveis com qualquer outro tipo de emulsionante, sendo muito utilizados em formulações 
complexas como coemulsionante ou emulsionante secundário. 
66
Unidade I
HO OH
OH
RO
Laurato de sorbitano R = OOC(C11H23)
Estearato de sorbitano R = OOC(C17H35)
Oleato de sorbitano R = OOC(C17H33)
Figura 32 – Estruturas químicas de tensoativos não iônicos, 
conhecidos comercialmente como Span®
Existem diversos tipos de emulsionantes não iônicos, mas o mercado é dominado pelos etoxilados, 
nos quais o grupo hidrofílico é formado por uma cadeia de moléculas de óxido de eteno polimerizada, 
fixada a uma parte apolar (DALTIN, 2012; ROSEN, 2012), como é o caso dos ésteres de sorbitano etoxilado 
ou polissorbatos, conhecidos comercialmente por Tween®.
A tabela a seguir aponta um exemplo de emulsão não iônica.
Tabela 10 – Formulação de emulsão não iônica
Componentes Quantidade
Fase aquosa
EDTA dissódico 0,1 g
Solução conservante de parabenos 3,3 g
Água purificada 100 g
Fase B (oleosa)
Cera autoemulsionante, álcool cetoestearílico, cetearete 
20, óleo mineral, álcool de lanolina e vaselina 15 g
Dimeticona 2 g
Butil-hidroxitolueno 0,05 g
Estearato de octila 2 g
Fase C (complementar)
Solução conservante de imidazolidinilureia (50%) 0,6 g
Fonte: Anvisa (2012, p. 175).
4.2.3.4 Tensoativos anfotéricos 
O comportamento dos tensoativos anfotéricos (próxima figura) depende do pH. Em meio aquoso, 
suas moléculas são capazes de mudar a carga de catiônico (em pH ácido) para aniônico (em pH alcalino), 
sendo seu comportamento zwitteriônico em pH intermediário (SINGH; BAJPAI; TYAGY, 2007). 
67
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Alquilimidazolina
CH2.CO.ON
CH2.CH2.OH
R C
N CH2
CH2
-+
Alquilbetaína
CH3
CH3
CH2.CH2.CO.O
NR
-
+
Figura 33 – Estruturas químicas de tensoativos anfotéricos
 Observação
Forma zwitteriônica, isoelétrica ou eletricamente neutra é aquela em 
que as cargas positivas e negativas se equilibram, conferindo carga total 
nula para a molécula.
O quadro a seguir demonstra uma classificação de tensoativos quando em solução.
Quadro 3 – Descrição dos tensoativos sintéticos 
ou semissintéticos em solução aquosa
Tipo Mecanismo Exemplo
Aniônicos Íons carregados negativamente 
O/A – sabões de metais alcalinos e de amônio 
(sais sódicos e potássicos ou amônia de ácidos 
graxos de cadeia longa), sabões aminados 
(trietanolamina) compostos sulfatados e sulfonados 
(lauril sulfato de sódio) e sais divalentes
Catiônicos Dissociam-se formando íons positivos Cetrimida
Não iônicos Balanço entre as porções hidrofóbicas e hidrofílicas Ésteres de glicerina e glicosídeos
Anfotéricos
Grupamentos positivamente 
e negativamente carregados 
dependendo do pH do sistema 
Lecitina, N-alquilaminoácidos
Adaptado de: Allen Jr., Popovich, Ansel (2013); Aulton (2005); Florence (2003); Lachman, Liederman e Kanig (2001).
4.2.3.5 Outros agentes emulsificantes
Além dos tensoativos, outros agentes emulsificantes podem ser utilizados no preparo de emulsões, 
como os de origem natural e os sólidos finamente divididos.
Agentes emulsificantes de origem natural
Nesta classificação estão incluídos os coloides hidrofílicos, como a gelatina e as gomas (xantana, 
arábica, acácia etc.).
68
Unidade I
Sólidos finamente divididos
Entre essas substâncias podemos citar as argilas coloidais, como bentonita e Veegum®, e hidróxidos 
metálicos, como hidróxido de magnésio.
 Observação
Os derivados da celulose, como CMC, metilcelulose, entre outros, 
também são considerados coloides hidrofílicos e têm aplicação no preparo 
de emulsões.
De forma geral, emulsionantes predominantemente hidrofílicos favorecem a formação de emulsões 
de óleo em água (O/A). Já os predominantemente lipofílicos favorecem a formação de emulsões água 
em óleo (A/O) (LACHMAN; LIEDERMAN; KANIG, 2001). A figura a seguir demonstra a organização dos 
emulsionantes ao constituir micelas que, por sua vez, formam uma emulsão óleo em água (O/A).
S80
S60
T40
OH
OH
OH
OHOH
OH
OH
OH
OH
S80 S80
T40
OH OH
OH
OH
OH
OH
O
OO
O
O
O
O
O
O
O
O
Cadeia de 
hidrocarboneto
Cadeia de 
polioxietileno
Óleo
Óleo
Água
OO
O
O
Figura 34 – Esquema da organização das gotículas de uma emulsão óleo em água (O/A)
Fonte: Franzol e Rezende (2015, p. 2).
4.3 Tipos de emulsão 
As emulsões são classificadas emtrês formas distintas: óleo em água (O/A), água em óleo (A/O) e 
emulsões múltiplas, sendo a primeira fase dispersa e a segunda contínua (VIANNA FILHO, 2009).
69
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
 Observação
As emulsões O/A e A/O são denominadas emulsões simples, pois, 
diferentemente das emulsões múltiplas, apresentam apenas uma fase 
dispersa (interna).
4.3.1 Emulsão de óleo em água
Emulsões farmacêuticas geralmente consistem em misturas de fase aquosa com vários óleos e ceras. 
Se as gotículas de óleo são dispersas em toda a fase aquosa, a emulsão é denominada óleo em água (O/A).
Gorduras ou óleos para administração oral, sejam fármacos em si, sejam veículos para fármacos 
solúveis em óleo, são sempre emulsões de óleo em água (O/A) (AULTON, 2005). 
Apresentam sensorial não gorduroso, sendo facilmente removidas da superfície da pele, além disso 
podem ser utilizadas externamente para proporcionar efeito refrescante e internamente para mascarar 
o sabor amargo do óleo. Fármacos solúveis em água são liberados mais rapidamente da emulsão O/A. 
Uma vez que a água é um bom condutor de eletricidade e é a fase externa, observa-se condutividade 
positiva para as emulsões O/A.
4.3.2 Emulsões de água em óleo
A emulsão água em óleo (A/O) é um sistema em que gotículas de água estão dispersas na fase 
contínua de óleo. As emulsões de água em óleo terão um efeito oclusivo, hidratando o estrato 
córneo e inibindo a evaporação das secreções écrinas. Tem efeito na absorção de medicamentos. 
A emulsão A/O também é útil para limpar a pele de sujeira solúvel em óleo, embora sua textura oleosa 
nem sempre seja cosmeticamente aceitável (AULTON, 1996). São gordurosas e não laváveis com água, 
sendo usadas externamente para evitar a evaporação da umidade da superfície da pele. Fármacos 
solúveis em óleo são liberados mais rapidamente da emulsão A/O. Essas emulsões apresentam testes de 
condutividade negativos, já que o óleo, na fase externa da emulsão, é um mau condutor de eletricidade 
(JAVED et al., 2008).
4.3.3 Emulsões múltiplas
A estrutura desse tipo de emulsão é diferente e mais complexa das demais. Os tipos mais comuns são 
água/óleo/água (A/O/A) e óleo/água/óleo (O/A/O). 
As emulsões A/O/A são formadas por gotas de água dispersas em gotas de óleo, sendo essa formação 
dispersa em fase aquosa, a qual denominamos de fase aquosa externa (BOUYER et al., 2012). 
Já nas emulsões O/A/O observamos gotículas de óleo dispersas em água, sendo estas dispersas em 
fase oleosa, sendo denominada fase oleosa externa.
70
Unidade I
Desse modo, observamos que as emulsões múltiplas apresentam tanto gotículas de água quanto de 
óleo dispersas na fase interna da emulsão.
Esse tipo de sistema emulsionado é geralmente utilizado no preparo de micro e nanoencapsulados 
hidrofílicos e lipofílicos, quando estes estão em forma física sólida ou semissólida. Como exemplos 
podemos citar minerais, probióticos, corantes, vitaminas (HILL, 1996; MCCLEMENTS et al., 2009; 
PERRECHIL, 2008; WALSTRA; VAN VLIET, 2010).
As emulsões múltiplas são pouco estáveis termodinamicamente, apresentando alterações estruturais. 
Como são sistemas especiais e nanoestruturados acabam perdendo seus ativos encapsulados. Dessa 
forma, análises devem ser feitas e a perda deve ser mínima para seu uso seguro (HERZI et al., 2014; 
MUSCHIOLIK, 2007).
A figura a seguir apresenta uma representação esquemática dos três tipos de emulsões, água em 
óleo (A/O), óleo em água (O/A) e múltiplas.
1
3
2
4
A2
A1
A
O
O
O A
A
O
O
Em
ul
sõ
es
 si
m
pl
es
Em
ul
sõ
es
 m
úl
tip
la
s
Figura 35 – Esquema representativo de emulsões O/A (1), A/O (2), 
emulsão múltipla A/O/A (3) e emulsão múltipla O/A/O (4)
Adaptada: Bouyer et al. (2012, p. 361).
4.3.3.1 Elaboração de emulsão múltipla 
São necessárias duas etapas para a produção das emulsões múltiplas contando com o uso de dois 
tensoativos. Um deles deve ser hidrofílico (com alto valor de EHL), tal como o polisorbato 80 (Tween 80®). 
O outro deve ser lipofílico (com baixo valor de EHL), tal como o monoestearato de glicerila (AKHTAR et al., 
2013; HERZI et al., 2014; WALSTRA; VAN VLIET, 2010).
71
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
4.4 Teorias da emulsificação
Há várias teorias que explicam como a emulsificação ocorre. Entre as mais importantes estão a da 
tensão interfacial, da cunha orientada e do filme interfacial (SANTOS, 2011). 
4.4.1 Teoria da tensão interfacial
A tensão interfacial explica o que ocorre ao contato de um líquido com outro líquido imiscível. 
Esses tensoativos reduzem essa resistência que existe entre eles para a fragmentação em gotas ou 
partículas menores, facilitando esse processo. Isso porque reduzem a tensão interfacial entre dois 
líquidos imiscíveis, diminuindo a atração entre as próprias moléculas (ANSEL, 2007). 
4.4.2 Teoria da cunha orientada
Esta se baseia na ideia de que alguns tensoativos se orientam ou se curvam na superfície e no 
interior do líquido e, dessa forma, sua solubilidade é refletida nesse líquido. A fase externa será aquela 
em que o tensoativo é mais solúvel, ou seja, emulgentes mais hidrófilos do que hidrófobos darão origem 
a uma emulsão O/A, pois penetram mais na fase aquosa que se curvará envolvendo a fase oleosa e 
vice-versa (SANTOS, 2011). 
4.4.3 Teoria do filme interfacial
A teoria do filme interfacial defende que o tensoativo se localiza na interface entre o óleo e a água 
através de filme adsorvido na superfície das gotículas. O filme evita o contato entre as gotas evitando 
assim a coalescência da fase dispersa. A efetividade se dá quanto mais resistente e flexível for esse filme, 
e dessa forma maior será a estabilidade (ANSEL, 2007).
4.5 Técnica de emulsificação
Há uma série de fatores que são imprescindíveis para a formação de uma emulsão. O aquecimento 
e a agitação são os fatores mais importantes. Quando um líquido é adicionado em outro líquido sob 
agitação, há a quebra da fase oleosa em pequenas gotículas. Se o processo for industrial, o uso de 
equipamentos específicos favorecerá o processo.
Velocidade de agitação é um fator preponderante. A introdução de tensoativos fará com que essas 
gotas se mantenham separadas, pois diminui sua tensão interfacial. Mesmo após a quebra inicial das 
gotículas, estas continuam a ser sujeitas às mesmas forças devido ao movimento turbulento que leva à 
nova diminuição em gotículas menores (MILAN et al., 2007).
O grau de agitação utilizado está relacionado ao volume total de líquido a ser agitado. Além 
disso, deve ser em função da viscosidade do sistema emulsionado e da tensão interfacial óleo-água. 
A emulsificação depende do tipo de emulsão e da proporção entre a fase aquosa e oleosa e do tipo e 
concentração dos tensoativos (LACHMAN; LIEDERMAN; KANIG, 2001).
72
Unidade I
Durante a agitação é comum ocorrer a formação de espuma. Isso acontece devido à presença de 
tensoativo. Como ele é solúvel em água, também reduz a tensão interfacial entre o ar e a água, o que 
leva à incorporação de ar pela emulsão. 
Quase todas as técnicas de produção de emulsões comumente vertem uma fase sob a outra 
(geralmente aquosa sobre a oleosa), porém estas devem estar na mesma temperatura para que a emulsão 
se forme adequadamente. Caso contrário, esses componentes podem perder calor e se solidificarem 
antes que sejam incorporados na emulsão. Se isso ocorrer, haverá a formação de grumos, o que pode 
gerar falta de estabilidade do sistema (COLAFEMMINA et al., 2020).
Uma técnica comum de preparo de emulsões é separar os componentes da fase aquosa e 
oleosa e aquecer até 75-85 ºC, com agitação (figura 36), e, após misturar uma fase na outra, 
agitando até resfriamento.
Fase A
(oleosa)
Fase B
(aquosa)
75-85 °C
Banho de 
aquecimento
Figura 36 – Preparo de emulsão
4.6 Estabilidade de emulsões 
Como qualquer outra forma farmacêutica, as emulsões são susceptíveis a reações de instabilidade. 
A seguir estão elencados alguns fatores que podem contribuir para reações de instabilidade.
4.6.1 Instabilidadefísica nas emulsões
As emulsões são sistemas muito conhecidos na área farmacotécnica por possuírem estabilidade 
termodinâmica pequena. Essa característica pode ser observada através do tempo decorrido para a 
separação de fases e outros fenômenos, tais como coalescência, cremeação (cremagem) e floculação, 
além da quebra total da emulsão. A dinâmica comportamental de uma emulsão depende de forma 
muito intensa das dimensões das gotas da fase dispersa ou mesmo das bolhas formadas (DALTIN, 2012). 
A noção de estabilidade em emulsões é dada por meio do tempo necessário para o início visual de 
separação de fases e pode levar de alguns minutos a alguns anos. 
Emulsões muito estáveis demoram muito tempo para separar fases e o processo de separação 
pode ser variável. Esse tempo esperado para o início de separação é relativo à aplicação da emulsão 
(ROSEN, 2012; TATTERSON, 2002). 
73
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Vejamos a seguir alguns tipos de instabilidade física que podem ocorrer com as emulsões. 
Sedimentação ou creaming
A sedimentação ou creaming ocorre quando há diferença de densidade entre as fases. Há, então, o 
movimento de uma das substâncias para a superfície da emulsão. Pode ou não ocorrer a floculação das 
gotas. É um evento reversível, sendo que a emulsão retorna à sua situação original após leve agitação. 
Floculação
O evento da floculação ocorre através da colisão entre as gotículas em função da energia livre, que 
faz com que a gotas tendam à aproximação. A coalescência pode ocorrer e gerar a formação de glóbulos 
maiores. É causada pelas forças de atração de Van der Waals. O processo é reversível e pode não ocorrer 
coalescência (TOPAN, 2012).
Coalescência
Coalescência de uma emulsão ocorre com a união de duas ou mais parcelas de uma fase em prol da 
formação de uma única. É comum encontrar o termo “única” ao se referir à formação de uma gotícula 
de água líquida única, por reunião de duas ou mais gotículas que entram em colisão. Esse termo também 
é largamente utilizado quando ocorre a junção de duas ou mais bolhas de ar dispersas em um líquido, de 
modo que elas se fundem em menos bolhas, mas de maiores dimensões (DALTIN, 2012).
a b c
d
e
Fluido 1
Fluido 3
Fluido 2
Abordagem
Coalescência total
Tempo de residência
Coalescência parcial
Coalescência
Força 
dirigente: 
gravidade
Figura 37 – Modelo de um problema de gota-líquido no processo de coalescência
Adaptada de: Kavehpour (2015).
74
Unidade I
A figura anterior representa esquematicamente o processo de coalescência entre duas gotas. 
Na figura, a fase dispersa é representada pela cor azul (fluido 1).
O processo de coalescência envolve a drenagem do filme fino da fase contínua formado entre as duas 
interfaces, como é visto na figura 37b. Quando esse filme é rompido, ocorre a coalescência (figura 37c). 
A coalescência pode ser total (figura 37d), onde toda a fase dispersa fica contida em um único volume 
contínuo, ou parcial (figura 37e), na qual uma gota dispersa de menor volume é formada. 
Quando duas gotas se unem, há a formação de um filme fino da fase contínua entre elas. No 
momento que eles se rompem, ocorre o processo de coalescência. Em uma emulsão, esse processo 
permite a separação das fases que a formaram (VILLALOBOS, 2010).
A figura a seguir representa possíveis instabilidades de emulsões.
Coalescência
Creaming
Floculação
Quebra
Emulsão primária: 
gotas dispersas na 
fase contínua
Figura 38 – Representação esquemática de tipos de instabilidade física em emulsões
Adaptada de: Tadros (2004).
4.6.2 Fatores que afetam a estabilidade
Entre os fatores que podem afetar a estabilidade de uma emulsão estão os elencados a seguir.
pH
Deve ser determinada uma faixa de pH de maior estabilidade. Para tal, pode-se preparar tampões 
para que se mantenha esse valor de pH durante todo o prazo de validade do produto (ANVISA, 2004; 
THOMPSON, 2006).
Temperatura
A temperatura poderá desestabilizar a emulsão por meio do aumento da velocidade da reação, 
proporcionando mudança em fatores, tais como viscosidade, aspecto, cor e odor do produto. Já 
temperaturas mais baixas podem acelerar outras alterações, tais como precipitação, cristalização e turvação. 
Uma das formas de não permitir esse processo seria o uso de temperatura adequada ao armazenamento.
75
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Umidade
A umidade pode provocar reações de hidrólise que provocam degradação do produto. Alterações 
visuais podem ocorrer e o produto pode se liquefazer ou adquirir pegajosidade. Além disso, pode alterar 
seu volume e sofrer contaminação microbiológica. 
Ar atmosférico 
O ar pode provocar a degradação da emulsão através de oxidação da fase oleosa e/ou do fármaco. 
Para evitar que esse agente extrínseco ocasione problemas, é necessário não permitir ou retirar o ar no 
interior do recipiente. Uma dica seria preencher totalmente o frasco com o produto. Além disso, é muito 
importante utilizar antioxidantes na formulação.
Luz
A luz provoca desestabilização através da energia de ativação, que gera uma reação de degradação. 
Recipientes âmbar ou protegidos da luz podem minimizar o problema (ANVISA, 2004; THOMPSON, 2006).
Água
A presença de fase aquosa nas emulsões possibilita crescimento microbiológico, por isso torna-se 
imprescindível a utilização de conservantes antimicrobianos.
4.6.3 Estabilização de emulsões
Durante a estabilização de uma emulsão ocorre um aumento da área interfacial do sistema, fato esse 
que leva os tensoativos à formação de um filme estável em função da distribuição não homogênea das 
moléculas desses tensoativos. Posteriormente, ocorre um arraste da fase contínua, em que se observa 
um líquido intergotículas, evitando, assim, a coalescência. Gibbs-Marangoni é o termo utilizado para 
esse evento, considerado um mecanismo relacionado à estabilização de emulsões. 
Outros agentes de estabilização são citados a seguir (SOARES, 2017): 
•	 adsorção de agentes emulsificantes na interface óleo-água, que diminui os valores de tensão 
interfacial e facilita a formação de gotas; 
•	 formação de um filme interfacial rígido ao redor das gotas, que resiste a deformações de 
compressões e, consequentemente, à coalescência das gotas; 
•	 repulsão da dupla camada elétrica, em que a presença de cargas similares previne colisões das 
gotas e, assim, o processo de coalescência; 
•	 baixa concentração da fase dispersa (interna), que reduz os efeitos de colisão; 
76
Unidade I
•	 alta viscosidade, que diminui a existência de eventos como a coalescência. Porém, nem sempre 
viscosidade elevada é desejada ou permitida, como é o caso de emulsões parenterais.
Assim, concentração e tipo de agentes emulsivos influenciam diretamente na manutenção da 
dispersão da fase interna e, consequentemente, na estabilidade da emulsão.
 Lembrete
Quanto mais próximos estiverem o EHL da emulsão e EHL dos agentes 
emulsivos, mais estável será a emulsão.
4.7 Sistema EHL: cálculos para preparo de emulsões estáveis
Emulsões são sistemas termodinamicamente instáveis, nos quais há a mistura de dois líquidos 
imiscíveis, dispersos entre si como gotículas e/ou cristais líquidos. Produtos emulsionados têm uso 
extenso, com as mais diversas finalidades, em áreas cosméticas, farmacêuticas, industriais, alimentícias, 
agricultura, transporte de materiais perigosos, detergentes, entre outros. A formulação e o controle 
das variáveis do processo de fabricação nos permitem obter emulsões com características adequadas à 
finalidade específica desejada (LACHMAN et al., 2010).
Para que uma emulsão seja estável, vários fatores estão envolvidos, porém o principal deles refere-se 
ao uso de tensoativos.
Todos os líquidos tendem a assumir a forma que produz a menor área superficial, assim, as gotículas 
da fase interna tendem a se unir quando estão em contato com outro líquido no qual já é imiscível. 
Tensoativos agem diminuindo a atração entre essas gotas, que, como vimos, é chamada de tensão 
interfacial. O objetivo é deixar as gotasseparadas ou dispersas.
Os cálculos para a seleção dos tensoativos são feitos baseados no sistema EHL (equilíbrio 
hidrófilo-lipófilo), que classifica os tensoativos de acordo com a sua maior hidro ou lipofilia.
 Observação
A literatura utiliza ainda o termo HLB em substituição ao termo EHL. 
HLB é a sigla derivada da expressão em inglês hydrophilic lipophilic balance.
Em 1949, Griffin estabeleceu uma escala numérica adimensional de valores entre 1 e 20, a qual 
é utilizada para descrever as características dos agentes tensoativos, sendo que os valores de EHL 
aumentam de acordo com a hidrofilia da molécula. 
O EHL de um tensoativo é extremamente importante no processo de emulsificação, pois ele 
determina o tipo de emulsão que tende a produzir. Agentes emulsivos de EHL baixo tendem a 
77
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
formar emulsões água/óleo, ao passo que aqueles com EHL alto formam emulsões óleo/água. 
Assim, tensoativos de EHL entre 3 e 8 são altamente lipofílicos, e, por isso, produzem emulsões A/O, 
enquanto tensoativos de EHL entre 8 e 18 são predominantemente hidrofílicos, dando origem a 
emulsões O/A.
Portanto, o conhecimento dos valores de EHL permite predizer o tipo de comportamento esperado 
do composto, fornecendo dessa forma orientação para suas aplicações práticas. O método mais utilizado 
para determinar os tensoativos a serem utilizados e suas concentrações para determinada emulsão 
utiliza a equação a seguir:
EHLreq = (EHLa × Xa) + (EHLb × Xb)
Em que:
EHLreq= EHL requisitado para a emulsão em questão
EHLa= EHL do tensoativo a
EHLb= EHL do tensoativo b
Xa = concentração do tensoativo a
Xb = concentração do tensoativo b
4.7.1 Determinação do EHL da emulsão
Inicialmente deve-se determinar o valor do EHL da emulsão, que é calculado através da determinação 
do EHL da fase oleosa.
Observe a seguir um exemplo hipotético de formulação de emulsão:
Tabela 11 – Formulação de emulsão e valores 
de EHL dos componentes da fase oleosa
Componentes Concentração (g) Valor de EHL
Cera x 5 15
Substância oleosa 1 26 10,5
Substância oleosa 2 18 9
Propilenoglicol 4 -
Agente emulsivo 5 -
Água destilada (q.s.p.) 100 mL -
78
Unidade I
Há duas formas de cálculo para determinação do valor de EHL:
Exemplo 1
1) Soma das massas dos componentes da fase oleosa (Cera X + Substância oleosa 1 + Substância 
oleosa 2)
Σ = 5 + 26 + 18
Σ = 49 g
2) Determinação da porcentagem dos componentes da fase oleosa:
49 g----------100%
5 g -----------x
X = 10,20% de cera
49 g------------100%
26 g --------------x
X = 53,06% de substância oleosa 1
49 g-------------100%
18 g -------------x
X = 36,74% de substância oleosa 2
3) Para determinar a contribuição em valores de EHL de cada substância na emulsão, multiplica-se a 
concentração obtida, em %, pelo valor de EHL de cada substância e divide-se por 100.
EHL
Concenta o EHL
subst ncianaemuls o
subst ncia
â ã
âçã %= ( )⋅
100
Assim, para cada substância desta emulsão teremos:
EHL
EHL
E
cera
Sub oleosa
= ⋅ =
= ⋅ =
10 2 15
100
153
53 06 10 5
100
5 571
,
,
, ,
,.
HHLSub oleosa.
,
,2
36 74 9
100
3 3= ⋅ =
Somando os valores parciais de cada substância da fase oleosa obtemos o valor de EHL da 
emulsão: 10,4
4) No caso de não haver a possibilidade de selecionar um tensoativo apenas, com o valor de 10,4, 
selecionam-se dois tensoativos. Um deles deve ter o EHL abaixo e o outro acima de 10,4. A seleção é feita 
em função de vários fatores, tais como compatibilidade com a via de administração, disponibilidade, 
custo e efetividade de ação. 
5) O quadrado de Pearson para determinação das partes de cada tensoativo estabelece as 
diferenças entre o EHL da emulsão e os valores de EHL dos tensoativos. 
79
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Supondo que foram selecionados os tensoativos Tween 60 (monoestearato de sorbitano 
polietoxilado) e Span 40 (monopalmitato de sorbitano). O cálculo é realizado através de um cruzamento 
de linhas como mostrado na próxima figura.
[10,4 - 4,3] = 6,1 partes 
de Tween 60
Tween 60 
EHL = 14,9
[14,9 - 10,4] = 4,5 partes 
de Span 40
Span 40 
EHL = 4,3
10,4
EHL 
emulsão
Figura 39 – Determinação das quantidades em partes dos tensoativos a serem utilizados
6) Soma das partes dos tensoativos
Σ = 6,1 + 4,5
Σ = 10,6 partes
7) Determinação das massas dos tensoativos através da relação entre as partes e a massa total de 
tensoativos que está apresentada na formulação.
10,6 partes total ---------------- 5 g de agente emulsivo
6,1 partes Tween----------------x
X = 2,88 g de Tween
10,6 partes total ---------------- 5 g de agente emulsivo
4,5 partes Span------------------x
X = 2,12 g de Tween
8) Quando somamos os valores de cada agente emulsivo, chegamos ao valor total preconizado na 
fórmula para essa emulsão: 2,88 g + 2,12 g = 5 g
Exemplo 2 
Método da fração decimal 
1) Soma das massas dos componentes da fase oleosa:
Σ = 5 + 26 + 18
Σ = 49g
80
Unidade I
2) Divisão das massas individuais pela massa total: 
Cera = 5/49 = 0,10
Substância oleosa 1: 18/49 = 0,37
Substância oleosa 2: 26/49 = 0,53
3) Multiplicação da fração obtida pelo valor de EHL de cada substância: 
—― Cera = 0,10 · 15 = 1,5
— Substância oleosa 1: 0,37 · 10,5 = 3,9
— Substância oleosa 2: 0,53 · 9 = 4,8
Soma dos valores = 10,2
Como pode ser observado, os valores obtidos são aproximados, devendo o manipulador realizar 
testes de estabilidade.
81
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
 Resumo
Elixires são soluções orais hidroalcoólicas edulcoradas, nos quais 
o princípio ativo está dissolvido em uma solução aquosa que contenha 
alguma porcentagem de etanol e são adoçados com sacarose ou outros 
edulcorantes. São administrados por via oral. São formulações menos doces 
e menos viscosas do que os xaropes, que resultam em um mascaramento 
menos efetivo do sabor quando comparado a outras formulações. Os 
elixires não são recomendados para serem administrados na pediatria, pois 
existe um limite de etanol aceito para esse público. Enquanto em adultos, 
deve-se atentar para a não administração desse produto em pacientes com 
restrição de uso de etanol. São preparados por dissolução simples e devem 
ser envasados em frascos, preferencialmente, de cor âmbar e mantidos em 
lugar fresco e ao abrigo da luz (ANVISA, 2019).
Os xaropes são preparações farmacêuticas aquosas, geralmente compostas 
por grandes quantidades de sacarose. A sacarose pode ser substituída por 
outros componentes que apresentem a mesma função da sacarose nas 
formulações de xaropes isentos de açúcares ou também conhecidos 
como xaropes dietéticos. Nessas formulações (xarope simples ou xarope 
isento de sacarose) são incluídos fármacos para fabricação e comercialização 
de medicamentos. São preparações muito populares pela facilidade de 
administração e por ter um gosto agradável. A sacarose no xarope confere 
gosto doce, alta viscosidade e capacidade de conservação à formulação. 
E no xarope dietético será necessária a adição de componentes que façam 
tais funções. O produto deve ser armazenado em frascos esterilizados, 
herméticos, ao abrigo de luz e distante de umidade e calor.
Dependendo da dose do fármaco e de sua solubilidade, nem sempre 
é possível preparar uma solução; assim, as suspensões farmacêuticas 
apresentam-se como uma alternativa bastante importante para a produção 
de medicamentos na forma líquida. Muitos produtos estão disponíveis 
ou são manipulados na forma de suspensão, havendo aplicação para as 
diferentes vias de administração. As suspensões são sistemas dispersos 
nos quais o fármaco é parcialmente ou quase totalmente insolúvel no 
veículo, e, dessa forma, sempre antes da administração da formulação há a 
necessidade de agitação. Além disso, esse tipo de preparação apresenta uma 
certa instabilidade física, que deve ser contornada com a escolha assertiva 
dos componentes de formulação, de modo que após cada sedimentação, 
que é um fenômeno natural da preparação, ocorra a capacidade de fácil 
ressuspensão das partículas, permitindo a homogeneidadedo fármaco 
e, consequentemente, a administração da dose correta para o paciente. 
82
Unidade I
Entre os excipientes utilizados no preparo das suspensões, além daqueles 
relacionados com a melhoria da palatabilidade e/ou estabilidade do 
fármaco, são empregados os agentes molhantes, suspensores e floculantes.
As emulsões são formas farmacêuticas líquidas formadas pela dispersão 
de uma fase aquosa em outra oleosa ou vice-versa. Como se trata de 
sistemas termodinamicamente instáveis, requerem um ou mais agentes 
emulsivos capazes de manter as gotículas de fase interna dispersas. Esses 
emulsificantes podem ser de vários tipos: aniônicos, catiônicos, não iônicos, 
anfóteros, coloides hidrofílicos, sólidos finamente divididos, os quais, de 
acordo com suas características, poderão dar origem a dois tipos principais 
de emulsões: as simples e as múltiplas. Emulsões simples contêm apenas 
uma fase interna. Podem ser constituídas pela dispersão de óleo em água 
(óleo é a fase interna), sendo nesse caso denominadas emulsões O/A, ou 
pela dispersão de água em óleo (água é a fase interna), sendo chamadas 
de emulsões A/O. Emulsões múltiplas apresentam tanto óleo quanto água 
na fase interna, o que muda é a fase externa. Desse modo, emulsões O/A/O 
são aquelas em que o óleo está disperso em água e essas gotas por sua 
vez estão dispersas em óleo (óleo é a fase externa). Nas emulsões A/O/A 
observamos gotículas de água dispersas em óleo, e estas dispersas em água 
(água como fase externa da emulsão). Existem três teorias para explicar a 
emulsificação: a teoria da tensão interfacial defende o fato de os agentes 
emulsivos reduzirem a força de repulsão existente entre a superfície da 
água e do óleo; já a teoria da cunha orientada aponta que as moléculas de 
emulsificantes se dispõem ao redor das gotículas de fase interna; enquanto 
a teoria da película interfacial defende que o tensoativo se localize na 
interface entre o óleo e a água através de filme adsorvido na superfície 
das gotículas, evitando o contato entre as gotas e, consequentemente, a 
coalescência da fase dispersa. As emulsões estão sujeitas a vários tipos 
de instabilidade, porém se destacam aquelas relacionadas à falta de 
capacidade de os emulsificantes manterem as gotículas dispersas, o que 
leva primeiramente à reunião delas, e, caso o processo continue a evoluir, 
pode chegar à separação das fases. Vários fatores podem interferir nesses 
fenômenos, como viscosidade baixa e elevada concentração de fase interna, 
os quais podem favorecer esses processos. Além disso, a concentração e o 
tipo de agentes emulsivos são determinantes na garantia da estabilidade 
física das emulsões. Por isso, calculamos o EHL da emulsão, posteriormente, 
selecionamos emulsificantes e determinamos a massa de cada um deles 
para que a proporção possibilite obter EHL próximo da emulsão. Valores 
de EHL baixos indicam substâncias mais lipofílicas e tensoativos, que 
propiciam a obtenção de emulsões A/O. EHL mais elevado é característico 
de substâncias hidrofílicas e tensoativos capazes de formar emulsões O/A.
83
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2019) De acordo com o Formulário nacional da farmacopeia brasileira de 2012, 
suspensão é a forma farmacêutica líquida que contém partículas sólidas dispersas em um veículo líquido 
no qual as partículas não são solúveis. Baseando-se na lei de Stokes, alguns parâmetros precisam ser 
cuidadosamente estudados para garantir a estabilidade dessas preparações farmacêuticas, tais como 
velocidade de sedimentação, tamanho das partículas e viscosidade do meio dispersante.
Em relação à estabilidade das suspensões farmacêuticas, assinale a opção correta.
A) Quanto maior for a densidade das partículas, maior a velocidade de sedimentação.
B) Quanto menor for o tamanho da partícula, maior é a velocidade de sedimentação.
C) As partículas devem formar um sedimento compacto não dispersível com a agitação.
D) A velocidade de sedimentação pode ser reduzida diminuindo-se a viscosidade do meio dispersante.
E) À medida que a quantidade de partículas sólidas aumenta na suspensão, a viscosidade do meio 
dispersante diminui.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: a densidade, ou gravidade específica, é a relação entre a massa da partícula e o volume 
por ela ocupado. Uma partícula sólida imersa em um fluido tende a sedimentar a uma velocidade 
constante, conhecida por velocidade terminal de sedimentação. De modo geral, quanto maior a 
densidade das partículas sólidas, maior a velocidade terminal de sedimentação.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: na verdade, ocorre o contrário – quanto menor a partícula, menor sua velocidade de 
sedimentação.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: nas suspensões medicamentosas, é necessário que o sedimento seja facilmente 
disperso e se apresente distribuído de maneira uniforme pela fase líquida após a agitação. Isso garante 
a uniformidade da dose.
84
Unidade I
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: por viscosidade, entende-se a resistência do fluido ao escoamento. O aumento da 
viscosidade do meio está relacionado com a diminuição da velocidade de sedimentação. A lei de Stokes 
indica que, enquanto o diâmetro da partícula e a sua densidade são diretamente proporcionais à 
velocidade de sedimentação, a viscosidade é inversamente proporcional a esse parâmetro.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: na verdade, à medida que a quantidade de partículas sólidas em suspensão aumenta, 
também aumenta a viscosidade do meio.
Questão 2. (Enade 2019) Suponha que um farmacêutico magistral tenha recebido uma prescrição 
solicitando a formulação a seguir.
Tabela 12
Insumo farmacêutico Concentração ou quantidade
Minoxidil 5,0% p/v
Metilparabeno 0,1% p/v
Álcool 15,0 mL
Água destilada q.s.p., 75,0 mL
Qual a quantidade de insumo farmacêutico ativo a ser utilizado para preparar 300,0 mL dessa 
solução farmacêutica?
A) 5,0 g de minoxidil.
B) 10,0 g de minoxidil.
C) 15,0 g de minoxidil.
D) 0,1 g de metilparabeno.
E) 0,3 g de metilparabeno.
Resposta correta: alternativa C.
Análise da questão
O insumo farmacêutico ativo é a substância responsável pelo efeito terapêutico, ao interagir com 
alvos moleculares específicos. Também é conhecido como componente farmacologicamente ativo, 
princípio ativo ou, simplesmente, fármaco.
85
FARMACOTÉCNICA ESPECIAL
Na tabela apresentada, o minoxidil é o insumo farmacêutico ativo. Ele promove a redução da 
pressão arterial sistólica, a partir da diminuição da resistência vascular periférica. Além disso, promove o 
crescimento dos fios de cabelo e, por isso, é utilizado topicamente no tratamento da calvície.
O metilparabeno é, por sua vez, um antimicrobiano. Ele atua como conservante do medicamento, a 
fim de aumentar seu tempo de prateleira. Não é considerado um insumo farmacêutico ativo, pois não 
apresenta propriedades terapêuticas.
A questão pergunta qual quantidade de insumo farmacêutico ativo (minoxidil) deve ser acrescentada 
a 300,0 mL do medicamento. Considerando que a concentração deve ser igual a 5,0% (p/v) e assumindo 
que p/v significa peso (massa) de minoxidil por volume de solução, temos o que segue.
5% (p/v) = 5,0 g de minoxidil em 100,0 mL de solução
Portanto, temos o que segue.
5,0 g de minoxidil ------------ 100,0 mL de solução
 X g de minoxidil ------------- 300,0 mL de solução
100 · X = 5,0 · 300,0
100 · X = 1.500,0
X = 1.500,0 ÷ 100
X = 15,0 g de minoxidil

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