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APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 1 APG 12 – Hipocôndrios: 2 casos 1) REVISAR A MORFOFISIOLOGIA DO PÂNCREAS EXÓCRINO E VESÍCULA BILIAR PÂNCREAS ANATOMIA O pâncreas, uma glândula retroperiotoneal que mede aproximadamente 12 a 15 cm de comprimento e 2,5 cm de espessura, encontra-se posteriormente à curvatura maior do estômago. O pâncreas consiste em uma cabeça, um corpo e uma cauda e geralmente está ligado ao duodeno por dois ductos. A cabeça do pâncreas é a porção expandida do órgão, próxima da curva do duodeno; Superiormente e à esquerda da cabeça estão o corpo do pâncreas central e a cauda do pâncreas afilada. Os sucos pancreáticos são secretados pelas células exócrinas em pequenos ductos que por fim se unem para formar dois ductos maiores, o ducto pancreático (maior) e o ducto acessório que levam as secreções até o intestino delgado. Na maioria das pessoas, o ducto pancreático se une ao ducto colédoco que vem do fígado e da vesicular biliar e entra no duodeno com um ducto comum dilatado chamado ampola hepatopancreática ou ampola de Vater. A passagem do suco pancreático e biliar por meio da ampola hepatopancreática para o duodeno do intestino delgado é regulada por massa de músculo liso que circunda a ampola conhecida como músculo esfíncter da ampola hepatopancreática ou esfíncter de Oddi. O ducto pancreático acessório (ducto de Santorini), sai do pâncreas e esvazia-se no duodeno aproximadamente 2,5 cm acima da ampola hepatopancreática. HISTOLOGIA Histologicamente, o pâncreas é composto por pequenos aglomerados de células epiteliais glandulares. O pâncreas tem como função ser uma glândula mista: porção exócrina e porção endócrina Aproximadamente 99% dos aglomerados, chamado ácinos, constituem a porção exócrina do órgão. As células no interior dos ácinos secretam uma mistura de líquidos e enzimas digestórias chamadas suco pancreático. O 1% restante dos aglomerados, as chamadas ilhotas pancreáticas (ilhotas de Langerhans), formam a porção endócrina do pâncreas. PORÇÃO EXÓCRINA: é uma glândula acinosa composta, e essa região produz as enzimas digestivas. Essa porção possui células serosas com citoplasma apical eosinófilo, devido a presença de grânulos de zimogênio (há proenzimas que só vão se ativar quando chegar no duodeno, para realizar a digestão do bolo alimentar), e o citoplasma basal basófilo, devido ao RE rugoso ser bem desenvolvido (produção de proteínas); Núcleo esférico e basal = na base da célula vê um núcleo esférico; Possui DUCTOS INTERCALARES formados por um epitélio simples pavimentoso ou cúbico = a porção inicial penetra no lúmen dos ácinos. Além disso, tem-se as células centroacinosas que constituem a porção intra-acinosa dos ductos intercalares Nos DUCTOS INTERCALARES há produção do líquido seroso alcalino, que é o líquido cujo objetivo é neutralizar a ácido que do estômago ao duodeno. DUCTOS INTRALOBULARES é a continuação dos ductos intercalares, ainda dentro do lóbulo pancreático, e é composto por um epitélio cúbico ou colunar. DUCTOS INTERLOBULARES é a continuação dos ductos intralobulares, ficam nos septos entre os lóbulos, composto por um epitélio simples colunar, e às vezes tem células caliciformes. Os ductos interlobulares se continuam como DUCTO PANCREÁTICO PRINCIPAL que é composto por um epitélio simples colunar com células caliciformes. O ducto pancreático principal se une ao ducto biliar comum/colédoco e desemboca no duodeno. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 2 FISIOLOGIA O pâncreas produz diariamente de 1.200 a 1.500ml de suco pancreático, um líquido claro e incolor que consiste em principalmente em água, alguns sais, bicarbonato de sódio e várias enzimas. O bicarbonato de sódio dá ao suco um pH alcalino que tampona o suco gástrico ácido no quimo, interrompe a ação da pepsina do estômago e cria o pH apropriado para a ação das enzimas digestórias no intestino delgado. O suco pancreático é secretado em resposta a presença de quimo nas poções superiores do intestino delgado, e este sofre modificações dependendo do tipo de alimento ingerido. O suco pancreático possui diversas enzimas para digerir os principais tipos de alimento, sendo estas produzidas pelas células acinares AMILASE PANCREÁTICA: Digerir o amido; TRIPSINA, QUIMOTRIPSINA, CARBOXIPEPTIDASE E ELASTASE: digerem proteínas em peptídeos; LIPASE PANCREÁTICA: principal enzima que digere triglicerídeos em adultos; RIBONUCLEASE E DESOXIRRIBONUCLEASE: digerem ácido ribonucleico (RNA) e ácido desoxirribonucleico (DNA) em nucleotídios. As enzimas pancreáticas são produzidas em uma forma inativa, como a pepsina é produzida no estômago como pepsinogênio, dessa forma, não digerem as células do próprio pâncreas. A tripsina é secretada em uma forma inativa chamada tripsinogênio. Quando o tripsinogênio alcança o lúmen do intestino delgado, encontra uma enzima de ativação da borda em escova chamada enteroquinase, que divide parte da molécula tripsinogênio para formar a tripsina. A tripsina atua sobre os precursores inativos (chamados quimotripsinogênio, proelastase e procarboxipeptidase) para produzir a quimotripsina, a elastase e a carboxipeptidase, respectivamente As células acinares pancreáticas também secretam uma proteína denominada inibidor da tripsina, que se combina a qualquer tripsina formada acidentalmente no pâncreas ou no suco pancreático e bloqueia a sua atividade enzimática = inativa a tripsina e impede que esta ative as outras enzimas. VESÍCULA BILIAR . ANATOMIA A vesícula biliar é um órgão oco, com formato de pera, aderido à superfície inferior do fígado. Pode armazenar de 30 a 50ml de bile. As partes vesícula biliar incluem o amplo fundo da vesícula biliar, que se projeta inferiormente além da margem inferior do fígado; o corpo da vesícula biliar, a parte central, e o colo da vesícula biliar, a parte afunilada. O corpo e o colo se projetam superiormente. HISTOLOGIA A túnica mucosa da vesícula biliar é composta por epitélio colunar simples disposto em pregas semelhantes às do estômago. Contém pregas abundantes que são particularmente evidentes quando a vesícula está vazia. A parede da vesícula biliar carece de uma tela submucosa. A túnica muscular média da parede é constituída por fibras de músculo liso. A contração das fibras musculares lisas é induzida pela colecistoquinina (hormônio produzido por células enteroendócrinas do intestino delgado estimulado por ácido graxos da dieta) e ejeta o conteúdo da vesícula biliar para dentro do ducto cístico O revestimento exterior da vesícula biliar é o peritônio visceral. FISIOLOGIA A principal função da vesícula biliar é ARMAZENAR bile (quem produz é o fígado!), concentrá-la por meio da absorção de água e secretá-la no sistema digestório quando necessário. Esse processo depende de um mecanismo de transporte ativo de sódio no epitélio de revestimento da vesícula. Os hepatócitos secretam diariamente de 800 a 1.000 ml de bile, um líquido amarelo, marrom ou verde-oliva que tem um pH entre 7,6 e 8,6. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 3 A bile é constituída principalmente por água, sais biliares, colesterol, um fosfolipídio chamado lecitina, pigmentos biliares e vários íons. O principal pigmento biliar é a bilirrubina. A fagocitose dos eritrócitos envelhecidos libera ferro, globulina e bilirrubina (derivada do heme); O ferro e a globina são reciclados, o componente heme vai seroxidado (ação da heme oxidase), que vai produzir a biliverdina, que por sua vez vai sofrer uma redução dando origem a bilirrubina não conjugada (indireta). Como ela está no baço, tem que passar para o fígado: por meio do sinusoide esplênico com a albumina. Chegando no fígado, ela vai ser conjugada, pela glucurunil transferase. A bilirrubina conjugada é secretada na bile. Quando chega no intestino, ela é desconjugada novamente em: UROBILINA (vai ser filtrada nos rins = urina) e ESTERCOBILINA (dá às fezes a sua coloração marrom normal). Quando for necessário o uso dessa bile no processo digestivo, a vesícula biliar contrai e libera a bile . A bile passa pelo ducto cístico, depois pelo ducto colédoco, que une ao ducto pancreático e desemboca na segunda porção do duodeno. O estímulo da contração da bile começa quando chega alimentos no duodeno, a presença de lipídios vai ser percebida pelas células I produzindo e liberando COLECISTOCININA (CCK). A colecistocinina além de induzir a secreção de suco pancreático, retardar o esvaziamento gástrico, vai estimular a vesícula biliar a contrair e liberar bile armazenada no intestino, relaxando o esfíncter de Oddi (controla a liberação de bile e de secreções pancreáticas no duodeno). A principal função da bile é a emulsificação de gordura, ou seja, a bile vai atuar sobre os lipídios quebrando em partículas menores, facilitando, assim, que ocorra a digestão e absorção deles. Facilita a atuação da enzima lipase, que vai fazer o processo digestivo sobre essas moléculas de lipídios. 2) COMPREENDER A EPIDEMIOLOGIA, ETIOLOGIA, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, COMPLICAÇÕES, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA PANCREATITE AGUDA E CRÔNICA Os distúrbios inflamatórios do pâncreas variam quanto à gravidade, de doenças moderadas autolimitadas a processos amplamente destrutivos que representam risco de morte, e estão igualmente associados a déficits que podem ser triviais e passageiros ou sérios e permanentes. Os distúrbios inflamatórios do pâncreas são divididos em formas aguda e crônica. Na pancreatite aguda, a função pode retornar à normalidade se a causa subjacente da inflamação for removida. Por outro lado, a pancreatite crônica causa destruição irreversível do pâncreas exócrino. PANCREATITE AGUDA É um distúrbio reversível que varia em relação à gravidade, de edema focal e necrose gordurosa e necrose hemorrágica difusa. A pancreatite aguda é relativamente comum, com incidência anual de 10 a 20 pessoas por cada 100 mil no Ocidente. A causa mais comum de pancreatite aguda é a impactação de cálculos biliares dentro do ducto biliar comum, obstruindo o fluxo das enzimas pancreáticas através da ampola hepatopancreática. Em seguida, está a pancreatite secundária à ingestão excessiva de álcool. Então, os cálculos biliares e o etilismo representam mais de 80% dos casos de pancreatite aguda. As demais etiologias incluem: OBSTRUÇÕES DOS DUCTOS PANCREÁTICOS NÃO RELACIONADOS COM OS CÁLCULOS BILIARES: câncer pancreático ou outras neoplasias periampulares, pâncreas divisum, lama biliar ou parasitos (Ascaris); MEDICAMENTOS: anticonvulsivantes, agentes quimioterápicos contra o câncer, diuréticos tiazídicos, estrogênios e mais de outros 85 em uso clínico; INFECÇÕES: vírus da caxumba ou vírus de Coxsackie que podem afetar diretamente as células do pâncreas exócrino; DISTÚRBIOS METABÓLICOS: hipertrigliceridemia, hiperparatireoidismo e outros estados hipercalcêmicos; ISQUEMIA: trombose vascular, embora, vasculite ou choque; TRAUMA: tanto contuso como iatrogênico (cirurgia ou endoscopia) MUTAÇÕES NAS CÉLULAS GERMINATIVAS: envolve genes que codificam as enzimas pancreáticas ou seus inibidores. Ainda, 10% a 20% dos casos de pancreatite aguda não apresentam nenhuma causa identificável (pancreatite idiopática), embora muitos podem apresentar mutações APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 4 subjacentes nas células germinativas do gene CFTR com sintomas predominantemente restrito ao pâncreas. FISIOPATOLOGIA A pancreatite aguda parece ser causada pela autodigestão do pâncreas por enzimas pancreáticas ativadas inadequadamente. Como já visto, a tripsina é capaz de converter outras formas zimogênicas de enzimas pancreáticas para sua forma ativada, dessa forma, a ativação prematura da tripsina no INTERIOR do tecido pancreático pode libertar essas pro-enzimas (fosfolipases e elastases), levando à lesão tecidual e inflamação. A tripsina também converte a pré-calicreína na sua forma ativa, acionando então o sistema de cininas e, por meio da ativação do fator XII, também são desencadeados os sistemas de coagulação e complemento. 3 vias podem estimular a ativação enzimática inicial que pode levar à pancreatite aguda: OBSTRUÇÃO DO DUCTO PANCREÁTICO: A impactação de um cálculo biliar ou de lama biliar, ou a compressão extrínseca do sistema ductal por uma massa, bloqueia o fluxo ductal, aumenta a pressão intraductal e propicia o acúmulo de uma fluido intersticial rico em enzimas. Uma vez que a lipase é secretada na sua forma ativa, pode haver o surgimento de necrose gordurosa localizada. Os tecidos lesados, os miofibroblastos periacinares e os leucócitos liberam então citocinas pró- inflamatórias que promovem inflamação local e edema intersticial por meio de um extravasamento microvascular. O edema, ainda, compromete o fluxo sanguíneo local, causando insuficiência vascular e lesão isquêmica às células acinares. LESÃO PRIMÁRIA DAS CÉLULAS ACINARES: envolvido na pancreatite aguda causada por isquemia, infecções virais, medicamentos e trauma direto no pâncreas; TRANSPORTE INTRACELULAR DEFECTIVO DE PRÓ- ENZIMAS NAS CÉLULAS ACINARES: as pró-enzimas pancreáticas e as hidrolases lisossômicas encontram-se armazenadas em um mesmo compartimento. Isso resulta na ativação das pró-enzimas, na ruptura lisossômica (ação das fosfolipases) e na liberação local de enzimas ativadas. O papel desse mecanismo na pancreatite aguda humana não está claro. O consumo de álcool pode causar pancreatite por meio de diversos mecanismos: O álcool aumenta transitoriamente a secreção pancreática exócrina e a contração do esfíncter de Oddi. O álcool também exerce efeitos tóxicos diretos sobre as células acinares, incluindo a indução de estresse oxidativo nas células acinares, o que leva a danos na membrana. Por fim, a ingestão crônica de álcool resulta na secreção de um fluido pancreático rico em proteínas, que leva à deposição de tampões proteicos espessos e à obstrução dos ductos pancreáticos pequenos. As alterações básicas nos casos de pancreatite aguda: Extravasamento microvascular = edema; Necrose gordurosa causada por lipases = destruição enzimática das células de gordura; Reação inflamatória aguda; Destruição protelítica do parênquima pancreático; Destruição dos vasos sanguíneos = hemorragia intersticial. Nas formas mais graves, como a pancreatite aguda necrosante, a lesão também envolve células acinares e ductais, as ilhotas de Langerhans e os vasos sanguíneos. Macroscopicamente, o pâncreas exibe áreas hemorrágicas vermelho-escuras intercaladas aos focos de necrose gordurosa branco-amarelados pálidos. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As manifestações clínicas podem ser brandas com disfunção mínima do órgão, ou casos graves e potencialmente fatais. Dor abdominal é uma das principais manifestações. A dor localiza-se na região epigástrica ou periumbilical e pode irradiar para o dorso, o tórax ou a região do flanco. Náuseas, vômitos e distensão abdominaltambém podem estar presentes. As alterações do exame físico são variadas e incluem: Febre, taquicardia, hipotensão; Estertores nas bases pulmonares e derrame pleural (comum à esquerda); Hipersensibilidade grave à palpação do abdômen, RHA diminuídos e massa palpável no abdômen superior; Sinal de Cullen: coloração azul na área periumbilical devida ao hemoperitônio; Sinal de Turner: coloração azul-vermelho-púrpura ou verde-castanha dos flancos em razão do catabolismo tecidual da hemoglobina. COMPLICAÇÕES COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS: Choque, sangramento GI, obstrução do colédoco, íleo paralítico, infarto ou ruptura do baço, coagulação intravascular disseminada, necrose da gordura subcutânea, SARA (síndrome da angústia respiratória aguda), derrame pleural, insuficiência renal aguda e cegueira súbita. COMPLICAÇÕES LOCAIS: NECROSE PANCREÁTICA INFECTADA OU ESTÉRIL: A necrose pancreática pode levar à falência de outros órgãos como os pulmões e os rins, caracterizando-se como uma doença ameaçadora à vida. PSEUDOCISTOS PANCREÁTICOS: são complicações secundárias à pancreatite aguda e caracterizam-se como lesões císticas onde ocorre acúmulo de secreção pancreática limitada por tecido fibroso. OUTRAS COMPLICAÇÕES: Ascite pancreática, rompimento do ducto pancreático, necrose desalojada, acúmulo de fluidos pancreáticos, envolvimento de órgãos adjacentes por pancreatite necrosante, trombose de vasos sanguíneos, fístula entérica pancreática, infarto intestinal e icterícia obstrutiva. DIAGNÓSTICO O diagnóstico de pancreatite aguda exige dois dos seguintes sinais/sintomas: Dor abdominal característica de pancreatite aguda; Níveis séricos de amilase e/ou lipase (de preferência) duas ou três vezes acima do limite superior do normal = quase sempre confirmam o diagnóstico se perfuração do intestino, isquemia e infarto já foram excluídos; Achados característicos de pancreatite aguda na ultrassonografia, na TC contrastada ou na RM transabdominal. A US não consegue visualizar o pâncreas por causa dos gases intestinais, mas pode detectar cálculos biliares, pseudocistos, lesões expansivas, edema ou aumento do volume do pâncreas. A TC pode confirmar a impressão clínica de pancreatite aguda = detectar necrose e acumulação de líquidos. Hipocalcemia ocorre em cerca de 25% dos pacientes. A leucocitose ocorre com frequência (15.000 a 20.000). A hemoconcentração pode ser o prenúncio de doença mais grave (necrose pancreática) e azotemia é um fator de risco importante para mortalidade, assim como a hipoalbuminemia e elevações significativas da LDH sérica. A hipertrigliceridemia ocorre em 5 a 10% dos casos e pode ser responsável por um nível sérico de amilase falsamente normal e a hiperglicemia é comum Bilirrubina, fosfatase alcalina e aspartato aminotransferase séricas podem estar transitoriamente elevadas. PANCREATITE CRÔNICA A pancreatite crônica é caracterizada por inflamação duradoura, por fibrose e pela destruição do pâncreas exócrino. Em estágios mais avançados, o parênquima endócrino também é perdido. Mesmo que a pancreatite crônica possa resultar de crises recorrentes de pancreatite aguda, a principal diferença entre elas é o dano irreversível da função pancreática causada pela crônica. É difícil determinar a prevalência da pancreatite crônica, mas provavelmente varia entre 0,04-5% da população dos Estados Unidos APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 6 A causa mais comum é o abuso do álcool por longo período de tempo. Homens de meia idade contituem a maioria dos pacinetes nesse grupo etiológico. As causas menos comuns incluem: OBSTRUÇÃO DURADOURA DO DUCTO PANCREÁTICO OBSTRUÍDO: pseudocistos, cálculos, neoplasias ou pâncreas divisum; PANCREATITE TROPICAL: um distúrbio heterogêneo mal caracterizado observado na África e na Ásia, com um subgrupo de casos que têm base genética; PANCREATITE HEREDITÁRIA: causada por mutações no gene pancreático do tripsinogênio (PRRS1) ou no gene SPINK1, que codifica o inibidor da tripsina; PANCREATITE CRÔNICA ASSOCIADA A MUTAÇÕES CFTR: a fibrose cística é causada por mutações no gene CFTR. A proteína CFTR também está presente no epitélio ductal pancreático, e as mutações nesse gene diminuem a secreção de bicarbonato e aumenta a viscosidade das secreções. Isso promove o arrolhamento das proteínas. Quase 40% das pessoas com pancreatite crônica não têm nenhum fator de predisposição reconhecível. FISIOPATOLOGIA A patogenia da pancreatite crônica não é bem definida, mas várias hipóteses são propostas: OBSTRUÇÃO DUCTAL POR CONCREÇÕES: Muitos dos agentes causadores da pancreatite crônica (álcool) aumentam a concentração de proteínas das secreções pancreáticas, e essas proteínas podem formar rolhas nos ductos. TÓXICO-METABÓLICA: Toxinas, inclusive o álcool e seus derivados metabólicos, podem exercer um efeito tóxico direto sobre as células acinares e acarretar acúmulo de lipídios, perda das células acinares e, por fim, fibrose parenquimatosa. ESTRESSE OXIDATIVO: O estresse oxidativo induzido pelo álcool pode gerar radicais livres nas células acinares, o que causa danos à membrana e subsequente produção de quimiocinas, como a IL-8, que recruta células inflamatórias mononucleares. O estresse oxidativo também promove a fusão de lisossomos e grânulos de zimogênio com a resultante necrose das células acinares, inflamação e fibrose Em contraste com a pancreatite aguda, uma variedade de citocinas pró-fibrogênicas, como o fator de crescimento transformador beta (TGF-b), o fator de crescimento fibroblástico e o fator de crescimento derivado de plaquetas, é secretada na pancreatite crônica. Essas citocinas induzem a ativação e a proliferação de miofibroblastos periacinares (“células estreladas pancreáticas”), que depositam colágeno e são fundamentais na patogenia da fibrose. A pancreatite crônica é caracteriza, por fibrose parenquimatosa, reduzido número e tamanho dos ácinos e dilatação variável dos ductos pancreáticos. A perda dos ácinos é uma característica constante, geralmente com um infiltrado inflamatório crônico em torno dos lóbulos e ductos remanescentes. Macroscopicamente, a glândula é dura, às vezes com ductos extremamente dilatados, com visíveis áreas de calcificações. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Os pacientes com pancreatite crônica têm episódios persistentes e recidivantes de dor no epigástrio e no quadrante superior esquerdo. Em geral, esses episódios são desencadeados por ingestão excessiva de álcool ou alimentos. Anorexia, náuseas, vômitos, constipação intestinal e flatulência são queixas comuns. Por fim, a doença progride a ponto de causar insuficiência das funções pancreáticas exócrinas e endócrinas. Nesse ponto, os pacientes apresentam sinais de diabetes mellitus e síndrome de má absorção (emagrecimento, esteatorreia). DIAGNÓSTICO Não há teste laboratorial específico para pancreatite crônica. Com frequência, os níveis séricos de amilase e lipase se mostram normais. Bilirrubina e fosfatase alcalina séricas podem estar elevadas. A TC é o exame de imagem de escolha, seguida por RM, ultrassonografia endoscópica e testes de função pancreática. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 7 Calcificações difusas percebidas na radiografia simples do abdome normalmente indicam danos importantes ao pâncreas e são sinais típicos de pancreatite crônica. 3) CONHECER AS SÍNDROMES ABDOMINAIS AGUDAS E AS CAUSAS ABDOMINAIS E EXTRAABDOMINAIS DO ABDOMEN AGUDO (DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO) Abdome agudo é definido como toda condição dolorosa de início súbito oude evolução progressiva, localizada no abdome, que requer decisão terapêutica rápida, preferencialmente após definição diagnóstica. É uma das principais emergências da prática médica, com alta incidência e elevado risco de gravidade, podendo levar ao óbito, muitas vezes pela dificuldade de se estabelecer o diagnóstico correto. Quanto à sua etiopatogenia, o abdome agudo é classificado em 5 grupos: INFLAMATÓRIA É o tipo mais comum do abdome agudo = apendicite aguda, colecistite, diverticulite, pancreatite. O processo se inicia com a obstrução mecânica de vísceras ocas normais, ou anatomicamente alteradas (divertículos), originando diversos fenômenos inflamatórios na parede da víscera com tendencia à progressão para infecção franca e comprometimento da vascularização do órgão; SINAIS, SINTOMAS E EXAMES: febre, intervalo entre o início dos sintomas e o atendimento médico, dor súbita ou insidiosa, sinais de infecção ou sepse, quadro abdominal de peritonite evidente, hemograma e radiografas simples do abdome. APENDICITE: constitui a causa mais comum de abdome agudo cirúrgico. A fase inicial apresenta dor epigástrica ou periumbilical, tipo visceral, seguida por anorexia, náuseas e vômitos (- comum), e posterior localização da dor em QID, tipo somática. É comum ter constipação intestinal e parada de eliminação de flatos, mas pode haver diarreia; A febre é baixa e a leucocitose moderada (até 15.000), com desvio para a esquerda; No apêndice retrocecal, a apresentação clínica é modificada, sendo a dor menos intensa, podendo estar localizada em hipocôndrio direito. As radiografias simples mostram achados inespecíficos, mas recentemente descreveu-se um novo sinal radiológico = acúmulo de fezes no ceco (90% dos casos). A US apresenta sensibilidade de 94% confirmando o diagnóstico clínico = apêndice inflamado (estrutura tubular aperistáltica, não compreensível, com paredes espessadas). A TC pode ser necessária em alguns casos. COLECISTITE: está associada à litíase biliar em 95% dos casos. Presença de resposta inflamatória na parede da vesícula. A dor inicialmente é epigástrica, visceral, acompanhada de náuseas e vômito, e posteriormente mais intensa e localizada no QSD, podendo irradiar-se para as regiões lombar direita e escapular direita. A febre geralmente é baixa, e a leucocitose moderada (até 15.000). Alterações enzimas hepatobiliares são discretas. Presença de icterícia no inicio do quadro = colangite. Exame de imagem = ultrassonografia abdominal. Sinal de Murphy que acontece quando o paciente reage em sua respiração de forma rápida à palpação profunda da vesícula biliar, associado à litíase biliar e ao espessamento da parede vesicular indica colecistite em 95% dos casos. Na ausência de cálculos, o espessamento da parede vesicular acima de 3,5mm, associado a sintomas, faz o diagnóstico de colecistite alitiásica. PANCREATITE AGUDA: principal causa litíase biliar. O quadro clínico é polimorfo, sendo a dor de início súbito, contínua, localizada em epigástrio, hipocôndrios ou região umbilical. A dor tipicamente é em faixa, com irradiação dorsal, acompanhada de náuseas e vômito frequentes, além de distensão abdominal. Há elevação 4x superior ao normal de amilase e lipase. Na US irá identificar colelitíase. A TC e a RM irão avaliar o parênquima pancreático, determinando a gravidade da doença. DIVERTICULITE: a localização mais comum é no sigmoide. Doença comum em idosos manifesta-se clinicamente por dor em QIE, febre e constipação intestinal. Náuseas e vômitos não são proeminentes, mas há distensão abdominal. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 8 Pode haver disúria e polaciúria devido à proximidade com a bexiga. Leucocitose é comum. Exame de imagem na fase aguda = TC. Deve evitar colonoscopia na fase aguda, devido ao risco de perfuração. PERFURATIVA Trata-se de uma das causas mais frequentes de cirurgia abdominal de urgência = úlcera perfurada, diverticulite perfurada e outras perfurações intestinais. A dor tem início súbito, geralmente dramático, já começando de forma intensa, rapidamente atingindo seu pico; O problema advém do extravasamento de secreção contida no trato gastrointestinal para a cavidade peritoneal = peritonite; A dor do tipo somática vem da irritação química do peritônio, e, quanto menor o pH, maior a irritação. O exame físico demonstra silêncio abdominal e rigidez muscular = “abdome em tábua”. A temperatura é normal, e náuseas e vômito podem estar presentes. A radiografia simples revela pneumoperitônio, sendo o exame de imagem de escolha para diagnóstico. RESUMINDO SINAIS, SINTOMAS E EXAMES: dor súbita de forte intensidade localizada, que se torna difusa com o passar das horas, intervalo entre o início da dor e o atendimento médico, sinais de infecção e sudorese, hipotensão arterial e taquicardia, sinais evidentes de peritonite à palpação e descompressão, radiografas de tórax e abdome mostrando pneumoperitônio As perfurações costumam ser divididas em: ALTAS (gastroduodenal e delgado proximal): a dor abdominal é discreta, e os sinais de irritação peritoneal são menos exuberantes, mas originam quadros sépticos mais precoces (flora bacteriana). BAIXAS (delgado distal e cólon): manifestações clínicas e peritoneais intensas, com evolução rápida para peritonite fecal, devido ao conteúdo altamente infectado desse segmento. A causa mais comum de perfuração é a úlcera péptica, e a perfuração é a primeira manifestação da doença ulcerosa em 30 a 40% dos casos. Idosos são os mais afetados, devido ao uso crônico de anti- inflamatório e AAS. A dor de localiza no epigástrio, seguida de dor abdominal difusa. O paciente procura manter-se imóvel, com restrição respiratória, devido à irritação peritoneal. Os exames laboratoriais revelam leucocitose e possível hiperamilasemia. PERFURAÇÃO DO INTESTINO DELGADO: doenças inflamatórias e infecciosas, corpos estranhos deglutidos e tumores. PERFURAÇÃO DO INTESTINO GROSSO: ocorrem devido a processos inflamatórios (diverticulite, megacólon tóxico, colite pseudomembranosa grave) ou neoplásicos, além de corpos estranhos. OBSTRUTIVA O sintoma cardinal do abdome agudo obstrutivo é a cólica intestinal, demonstrando o esforço das alças para vencer o obstáculo que está impedindo o trânsito normal. A dor é visceral, localizada em região periumbilical, nas obstruções de delgado, e hipogástrica, nas obstruções de cólon, intercalada com períodos livres de dor no início da evolução. Os episódios de vômito surgem após a crise de dor, inicialmente reflexos, e são progressivos, na tentativa de aliviar a distensão das alças obstruídas. Será possível observar o peristaltismo aumentado e exacerbado, peristaltismo de luta, na ausculta do abdome no momento de crise dolorosa e se manifesta por uma cascata de ruídos. Febre normalmente não está presente. A desidratação é acentuada pelas perdas provocadas pelo vômito, sendo pior nas obstruções mais altas. Com o avançar da doença, ocorre o comprometimento da vascularização, surgindo irritação do peritônio parietal, manifesta por dor somática, contínua e contratura da parede abdominal, o que geralmente indica sofrimento de alça. Os exames laboratoriais são inespecíficos, sendo mais para avaliar as condições clínicas dos pacientes. Exame de imagem: Raio x simples do abdome em 3 incidências, que relevam níveis hidroaéreos, edema e distensão das alças, além de localizar o nível e o grau de obstrução, possibilitando também a identificação de corpos estranhos. A TC é útil em distinguir as obstruções simples das em alça fechada, que tendem a estrangular mais facilmente.Pode ainda, identificar espessamento de paredes das APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 9 alças ou do mesentério, bem como a presença de gás na parede intestinal ou líquido livre na cavidade. RESUMINDO SINAIS, SINTOMAS E EXAMES: náuseas e vômitos, parada de eliminação de gases e fezes, dores abdominais em cólicas e episódicas, peristaltismo abdominal visível, distensão abdominal, sinais de peritonite (acompanhados de isquemia intestinal), ruídos hidroaéreos aumentados à ausculta, radiografas simples de abdome mostrando distensão de alças intestinas e níveis hidroaéreos característicos A principal causa de obstrução intestinal no adulto são as bridas e aderências, sendo também a principal causa de obstrução mecânica do delgado. As hérnias parietais vêm em seguida como causadoras de obstrução intestinal. O câncer colorretal é a causa mais comum de obstrução colônica no adulto, seguida de diverticulite complicada e vólvulo. VASCULAR: O abdome agudo vascular constitui doença grave, às vezes pouco lembrada no momento do exame clínico, com mortalidade atingindo 80% na maioria dos estudos = diagnóstico sempre tardio. A fisiopatologia envolve uma lesão isquêmica inicial, decorrente da redução do fluxo arterial ou venoso (o que leva a lesões precoces na mucosa, tornando-se posteriormente transmurais), perpetuada pelo vasospasmo reflexo da circulação mesentérica e completada pela lesão de reperfusão (principalmente pela formação e ação de radicais livres de oxigênio, que desencadeiam a síndrome da resposta inflamatória sistêmica, podendo evoluir para falência de múltiplos órgãos). SINAIS, SINTOMAS E EXAMES: intervalo entre o início da dor e o atendimento médico, arritmias cardíacas e doenças arteriais prévias, distensão abdominal, tendência à hipotensão arterial e ao choque, RHA ausentes à ausculta. A chave para o diagnóstico precoce é valorizar os sinais, ainda que inespecíficos, em pacientes com fatores de risco para isquemia mesentéria aguda: (>60 anos, portadores de doença aterosclerótica, IAM recente, arritmias cardíacas, passado de eventos tromboembólicos, ICC, estados hiperdinâmicos com má perfusão periférica e uso de nutrição enteral). Passada a fase inicial de dor abdominal, vem a fase intermediária, caracterizada por peritonite, que frequentemente confunde o quadro clínico com outras causas de abdome agudo inflamatório. Na terceira fase, acentuam- se os sinais abdominais, surgindo a instabilidade hemodinâmica, o choque refratário e o óbito. Os exames laboratoriais também são inespecíficos, não existindo marcadores de isquemia ou necrose intestinal, mas hemoconcentração, leucocitose e acidose metabólica, associados aos achados clínicos de distensão, defesa e ausência de peristaltismo sugerem doença avançada. A radiologia convencional afasta outras causas de abdome agudo e pode mostrar espessamento da parede das alças intestinais, alças tubuliformes, fixas e imutáveis, e pneumoperitônio, o que indica lesões em fase bem avançada. A ultrassonografia, principalmente associada ao recurso Doppler, pode identificar a obstrução vascular e estudar o fluxo dos vasos mesentéricos, especialmente dos segmentos proximais. O diagnóstico de certeza é dado pela arteriografia, que é considerada o padrão-ouro no estudo da isquemia mesentérica, por suas possibilidades diagnósticas e terapêuticas, sendo que só deve ser realizada no paciente hemodinamicamente estável. A embolia da artéria mesentérica superior é o tipo mais frequente, correspondendo a 50% dos casos. A maioria dos êmbolos tem origem cardíaca, derivados de tromba mural associado a fibrilação atrial ou infarto agudo do miocárdio. Os êmbolos normalmente se instalam nos ramos distais da artéria mesentérica superior, após a origem da artéria cólica média. A dor abdominal é súbita, intensa, inicialmente periumbilical, associada a vômito e diarreia sanguinolenta. Na trombose da artéria mesentérica superior, que corresponde de 10 a 25% dos casos, o quadro clínico tem início mais insidioso, podendo durar dias. Habitualmente, o paciente apresenta angina intestinal crônica, com dor pós-alimentar, perda de peso e alteração do hábito intestinal. Tende a ocorrer na origem da artéria mesentérica superior e está associada à aterosclerose difusa avançada. A isquemia mesentérica aguda não oclusiva habitualmente ocorre em situações de baixo fluxo, que cursam com vasoconstrição e corresponde a 20-30% dos casos. :É comum nos estados de choque, hipovolemia, redução do débito cardíaco, uso de vasoconstritores ou agentes inotrópicos, e pelo uso de cocaína. O paciente típico é aquele portador de ICC hospitalizado que evoluiu com hipotensão prolongada. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 10 O quadro clínico pode cursar sem dor em até 25% dos casos, mas há distensão abdominal importante e sangramento intestinal. : É comum a cianose periférica conhecida como "síndrome dos pés azuis". A trombose da veia mesentérica superior pode ser primária (onde não se identifica situação de risco associado) ou secundária a estados de hipercoagulabilidade, doenças hematológicas, uso de contraceptivos orais, sepse abdominal, doença maligna, hipertensão portal. A dor tem início insidioso, e o quadro pode ser marcado por grande distensão abdominal, desidratação precoce, náuseas e vômito (50% dos casos), com pouca alteração do hábito intestinal HEMORRÁGICA Nos quadros de abdome agudo hemorrágico, além da dor súbita, chama a atenção o rápido comprometimento hemodinãmico, com palidez intensa e hipovolemia acentuada Apesar da forte dor, não se encontra contratura muscular no hemoperitônio, visto que o sangue não é tão irritante para a serosa peritoneal. O abdome agudo hemorrágico é mais frequentemente associado ao trauma, ao pós-operatório e a complicações pós- procedimentos (biopsias hepáticas). Na mulher em idade fértil, sempre ponderar a possibilidade de gravidez ectópica rota. A ruptura de aneurisma de aorta abdominal acomete geralmente pacientes idosos do sexo masculino, população na qual a incidência de aneurisma é maior. A aterosclerose é a causa principal, mas trauma, infecção (sífilis) e arterites são causas possíveis. A apresentação clássica é dor abdominal difusa, intensa, associada a hipotensão e massa abdominal pulsátil. Antes da ruptura, o aneurisma passa por um processo de distensão aguda (expansão), o que leva ao estiramento do plexo nervoso perivascular, gerando dor intensa nos flancos ou no dorso. O local mais comum de ruptura é no retroperitônio, e o hematoma que se forma contém a hemorragia por algumas horas. O diagnóstico é confirmado por ultrassonografia. REFERÊNCIAS TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (14ª edição). Grupo GEN, 2016. JUNQUEIRA, LC, CARNEIRO, J. Histologia Básica. 13ªed. Editora Guanabara Koogan, 2018. KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul; ASTER, Jon. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Manual de medicina de Harrison. 20ª ed. Grupo A, 2021. DANI, Renato; PASSOS, Maria do Carmo F. Gastroenterologia Essencial, 4ª edição. Grupo GEN, 2011. ZATERKA, S., EISIG, J. N. Tratado de Gastroenterologia - Da Graduação à Pós-graduação. 2. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2016.
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