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SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA ESTÁGIOS 1) Transmissão viral Nessa fase o organismo ainda não desenvolveu nenhuma tipo de resposta imune 2) Infecção primária / AIDS aguda / Síndrome Aguda da Soroconversão ⇑ carga viral (> 500.000 cópias/mL) → resposta de TCD8 → ⇓ carga viral O diagnóstico da fase aguda é feito pela soroconversão que ocorre entre dois exames colhidos no início dos sintomas e 30 a 60 dias depois! 3) Soroconversão Nessa fase o vírus se multiplica nos centros germinativos dos linfonodos e gânglios 4) Período de latência clínica com ou sem linfadenopatia persistente generalizada 5) Infecção sintomática inicial 6) AIDS propriamente dita (linf T <200 células/mm³ TCD4 <350 - notificação! TCD4 <50 - avançada ETIOPATOGENIA Fa - Retroviridae G - Lentivirus - retrovírus - HIV1 / HIV2 (+ benigno) HIV 1 diâmetro: 100nm envolvido por membrana lipoproteica 72 complexos de glicoproteínas/partículas gp40 gp41 2 cópias de RNA Replicação intracelular: - Transcriptase Reversa (TR) - integrase - protease Genes: - gag: antígeno - pol: polimerase (TR) - env: envelope - outros: tav + rev - proteínas reguladoras; vif (gênese morfológica) + vpr + vpu (saída do vírus da célula + nef - expressão gênica. Mucosa genital: gp120 (através do CD4) + células dendríticas Quimiocinas: Suprimir replicação! MIP-1 α / MIP β / RANTES / CXCR4 (fusina) + Δ32 + TCD8 + CCD5 Citoplasma do linfócito T → RNA → DNA → Núcleo → Genoma → ativação da replicação viral e síntese de proteínas → novo HIV! A estrutura dos componentes protéicos e lipídicos do vírus é organizada fora da célula (só assim para infectar novas células) As células infectadas com HIV se fundem com os linfócitos TCD4 e se disseminam pelo organismo Detectado nos linfonodos regionais 2 dias de exposição e no plasma depois de mais 3 dias → cérebro → baço EXAMES ESPECÍFICOS LINFÓCITOS TCD4 Os valores normais são de 800 a 1.000 células/mm³ (lembrar se tiver usando corticoides) Contagem de CD4: número total de leucócitos × linfócitos (%) × linfócitos (%) corados com Maior que 500 células/mm³ e >350 células/mm³ para pacientes com AIDS 32% a 61% <14% = <200 células/mm³ >29% = >500 células/mm³ Indicações para realização da contagem de linfócitos CD4+: ★ estadiamento da doença, ★ decisões quanto ao início do tratamento antirretroviral (TARV), ★ monitoração do tratamento, ★ definir instituição ou suspensão de profilaxias para infecções oportunistas. Aqueles que não estão em uso de TARV podem fazer o exame a cada 3 a 6 meses. Os que usam antirretrovirais geralmente realizam o exame a cada 4 meses. CARGA VIRAL <20 CÓPIAS = INDETECTÁVEL Avaliar o prognóstico da infecção (paciente com carga viral de 500 cópias/mL e sem TARV tem uma sobrevida de mais de 10 anos) Monitorar a resposta ao tratamento (objetivo do tratamento é atingir carga viral indetectável) Avaliar o risco de transmissão vertical e definir o tipo de parto Diagnóstico de infecção aguda pelo HIV (esse exame pode ser utilizado no período que antecede a soroconversão) TESTE DE RESISTÊNCIA Há dois tipos de testes de resistência: 1) Análise Genotípica O material viral isolado do plasma é amplificado por PCR e feito o sequenciamento à procura de mutações que são associadas com resistência a cada antirretroviral. Esse exame só avalia os vírus presentes no plasma, não sendo capaz de fornecer informações sobre os vírus existentes em locais como os gânglios, sistema nervoso ou trato genital. 2) Fenotípica Já a análise fenotípica avalia a capacidade do vírus se multiplicar na presença de concentrações estabelecidas de antirretrovirais. O teste avalia cada droga isoladamente, o que pode não corresponder à resposta do vírus frente a uma combinação de várias drogas. EXAMES INESPECÍFICOS HEMOGRAMA É muito comum a ocorrência de anemia, leucopenia e plaquetopenia, seja de forma isolada, seja em associação, mesmo em paciente assintomático. O hemograma consiste na contagem de leucócitos, hemácias e plaquetas, e na dosagem de hemoglobina (Hb), hematócrito (Ht) e índices hematológicos. Leucócitos: combatem a infecção 4.500 a 10.500 células/mm³ baixa - infecção viral alta - infecção aguda Hemácias: Transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e CO₂ dos tecidos para os pulmões. mulher - 3,6 a 5 x 10⁶ mm³ homem - 4,2 a 5,4 x 10⁶ mm³ Plaquetas: Coagulação sanguínea, integridade vascular, vasoconstrição e atividade de adesão e agregação. Ref - 140 a 400 x 10³/mm³ <20 - hemorragia espontânea, tempo de sangramento prolongado, petéquias e equimose. Hematócrito: massa eritrocitária. mulher - 36 a 48% homem - 42 a 52% <20% = IC O valor baixo indica a diminuição da concentração de hemácias dentro do espaço vascular, refletindo na coloração que o paciente apresenta. >60% = coagulação espontânea do sangue Hemoglobina: transporte de O₂ e CO₂ mulher - 12 a 16 g/dL homem - 14 a 17,4 g/dL Valores baixos revelam diminuição da capacidade de transporte de oxigênio nos tecidos pela insuficiência de proteínas para carreá-lo, refletindo em cansaço aos pequenos esforços. BIOQUÍMICOS Os exames devem incluir: TGO/AST: a enzima é liberada na circulação após lesão ou morte celular. mulher - 10 a 36 U/L homem - 14 a 20 U/L Valores aumentados sugerem a ocorrência de lesão hepática TGP/ALT: mulher - 7 a 35 U/L homem - 10 a 40 U/L Valores aumentados sugerem a ocorrência de lesão hepática Fosfatase alcalina/ALP: 25 a 100 U/L Gama-GT: 7 a 47 UI/L Bilirrubina: resulta da decomposição de hemoglobina nas hemácias e é produto intermediário da hemólise. T- 0,3 a 1 mg/dL D/C - 0 a 0,2 mg/dL I/NC - 0,3 a 0,8 mg/dL Ureia: indicador da função glomerular na produção e excreção da ureia. Ref - 6 a 20 mg/dL Creatinina: função renal mulher - 11 a 20 mg/Kg/d homem - 14 a 26 mg/Kg/d sérica - 0,6 a 1,2 mg/dL Glicemia: a glicose é formada pela digestão de carboidratos e conversão do glicogênio em glicose pelo fígado. em jejum - menor ou igual a 100 mg/dL triglicerídeos colesterol total e frações desidrogenase lática DOENÇAS OPORTUNISTAS TUBERCULOSE A infecção pelo HIV tem sido responsável pelo aumento da tuberculose em decorrência do comprometimento da imunidade celular, que facilita a infecção primária e, com maior frequência, a reativação da infecção latente. Por sua vez, o Mycobacterium tuberculosis, pelas suas características patogênicas, aumenta a replicação viral, acelerando a evolução natural da infecção por HIV e elevando o índice de mortalidade da aids sendo a taxa de óbito da coinfecção no Brasil, de 20%7a,17. Nesses pacientes, a incidência da tuberculose é 170 vezes maior do que na população em geral e o risco de reativação da infecção latente é de 30%, muito superior aos 5% a 10% dos indivíduos sem HIV. Nos países onde a incidência é elevada, é a doença oportunista mais frequente depois da candidíase oral, e em muitos doentes a primeira manifestação da aids. Pode incidir em qualquer nível de CD4/mm3 de sangue, sendo mais frequente abaixo de 350 células/mm3 . Nos doentes com a contagem de células CD4 acima de 350/mm3 , a clínica é igual à dos pacientes imunocompetentes. Sintomas de infecção respiratória alta, com tosse inicialmente irritativa, depois produtiva por mais de 3 semanas. Febre de 37,5ºC ou mais, diária, vespertina, com sudorese noturna, astenia, anorexia, perda de peso. Podem aparecer hemoptoicos, que sugerem o diagnóstico, mas este é confirmado com a presença de BAAR no escarro ou nos tecidos atingidos. A imagem radiológica mostra opacidades heterogêneas apicais com cavitações e consolidação alveolar. Nos pacientes com menos de 350 células CD4/mm3 , as imagens radiológicas podem dificultar o diagnóstico, mostrando infiltrados intersticiais para-hilares ou nas bases e até, quando não há resposta inflamatória para o bacilo, uma radiografia normal. TOXOPLASMOSE A forma mais frequente é a encefalite abscedada. Durante 2 semanas ou mais, o paciente apresenta febre, cefaleia intensa e constante, alterações de comportamento, fotofobia, sinais de intensidade variável e progressivos de localização, como monoplegia,hemiplegia espástica, síndromes cerebelares, crises convulsivas, confusão mental, obnubilação e coma. A coriorretinite pode ser diagnosticada no exame de fundo de olho em mais da metade dos pacientes. O diagnóstico de neurotoxoplasmose se baseia na história e no exame físico do doente, na confirmação das sorologias para HIV e nas imagens das tomografias ou ressonâncias magnéticas cerebrais. Nelas podem ser observados abscessos múltiplos, raramente únicos, com halo periférico e sinais de efeito de massa e edema cerebral. A localização mais comum é nos gânglios da base e nas regiões corticais do cérebro. As sorologias para toxoplasma não são de ajuda para o diagnóstico, pois não há resposta específica humoral, devido à grave imunodeficiência. O diagnóstico diferencial dos abscessos únicos deve ser feito com os abscessos de outras etiologias e com os linfomas primários do SNC. TRATAMENTO 1. RALTEGRAVIR 300 mg - VO - 1 cp a noite Inibidor da transcriptase reversa, enzima codificada pelo HIV e com atividade catalítica necessária para a replicação do vírus. 2. TENOFOVIR 600 mg - VO - 1 cp a noite Inibição da replicação viral, perfil de resistência, por possuir maior barreira genética. 3. LAMIVUDINA 150 mg - VO - 2 cp 1x ao dia Inibição da transcriptase reversa, protease, transcriptase reversa. DIAGNÓSTICOS Risco de função hepática prejudicada Risco de volume de fluido desequilibrado QUESTÕES DE PROVA 1) Para Tavares; Marinho (2016), a infecção pelo HIV estimula inicialmente a resposta inata. A maioria das citocinas e das proteínas com ação inflamatória encontradas nos fluidos corporais. como saliva, lágrimas, leite materno e placenta, faz parte desse sistema. As células do sistema inato reconhecem a conformação do patógeno e respondem de maneira imediata com a produção de citocinas. Por que isto ocorre? (0,5) 2) Para Tavares; Marinho (2016), a infecção aguda e síndrome retroviral aguda ocorre após a infecção, em 2 dias os vírus migram para os linfonodos regionais, alterando sua arquitetura, destruindo os centros germinativos e diminuindo a sua função imunológica. A viremia acontece em 5 dias, com intensa migração para o sistema nervoso central (SNC). Dependendo do volume da infecção, do subtipo do vírus e da competência imunológica do hospedeiro, o paciente poderá ou não apresentar manifestações clínicas. Explique por que isto ocorre? (0.5) comentários da prof: trocar desobstrução por dor aguda (NHB - sono e repouso) comentários da prof: mudar intervenções 3, 4 e 5. motivos: o edema é sistêmico e não superficial LEPTOSPIROSE AGENTE ETIOLÓGICO Leptospira sp. (interrogans) Bactéria helicoidal (espiroqueta) aeróbica obrigatória RESERVATÓRIO - Animais sinantrópicos, domésticos e selvagens. - O ser humano é apenas hospedeiro acidental e terminal, dentro da cadeia de transmissão. - Os principais são os roedores das espécies Rattus norvegicus (ratazana ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de telhado ou rato-preto) e Mus musculus (camundongo ou catita). - Os animais infectados podem eliminar a leptospira através da urina durante meses, anos ou por toda a vida, segundo a espécie animal e o sorovar envolvido. TRANSMISSÃO A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados. Período de incubação: 1 a 30 dias (M5-14). LETALIDADE 9% no Brasil MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 1) FASE LEPTOSPIRÊMICA / PRECOCE ★ Caracteriza-se pela instalação abrupta de febre, comumente acompanhada de cefaléia, mialgia, anorexia, náuseas e vômitos. ★ Geralmente, a leptospirose é associada à intensa mialgia, principalmente em região lombar e nas panturrilhas. ★ A fase precoce da leptospirose tende a ser autolimitada e regrida entre três e sete dias sem deixar sequelas. ★ Sufusão conjuntival é um achado característico da leptospirose e é observada em cerca de 30% dos pacientes. Esse sinal aparece no final da fase precoce e caracteriza-se por hiperemia e edema da conjuntiva ao longo das fissuras palpebrais. EXAMES Na fase precoce da doença, as leptospiras podem ser visualizadas no sangue por meio de exame direto em cultura, inoculação em animais de laboratório e por meio da detecção do DNA do microrganismo pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR). TRATAMENTO 1. DOXICICLINA 100mg - VO - 12/12h - 5 a 7 dias 2. AMOXICILINA 500mg - VO - 8/8h - 5 a 7 dias 2) FASE IMUNE / TARDIA ➔ A manifestação clássica da leptospirose grave é a Síndrome de Weil: ★ Icterícia (aparece entre o terceiro e o sétimo dia da doença), ★ Insuficiência renal caracterizada por ser não oligúrica e hipocalcemia, devido à inibição de reabsorção de sódio nos túbulos renais proximais, aumento no aporte distal de sódio e consequente perda de potássio Durante esse estágio inicial, o débito urinário é de normal a elevado, os níveis séricos de creatinina e uréia aumentam e o paciente pode desenvolver hipocalcemia moderada a grave ★ Hemorragia, mais comumente pulmonar caracterizada por lesão pulmonar aguda e sangramento pulmonar maciço. O comprometimento pulmonar da leptospirose apresenta-se com tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica e, ocasionalmente, dor torácica e cianose. EXAMES Na fase tardia, as leptospiras podem ser encontradas na urina, cultivadas ou inoculadas. No entanto, pelas dificuldades inerentes à realização dos exames de cultura, os métodos sorológicos são prioritariamente escolhidos para o diagnóstico da leptospirose EXAMES INESPECÍFICOS Normais ou Aumentadas: • Elevação das bilirrubinas totais com predomínio da fração direta, podendo atingir níveis elevados. • Leucocitose • Aumento de ureia e creatinina. • CPK elevada. • Aminotransferases normais ou com aumento de três a cinco vezes o valor da referência (geralmente não ultrapassam 500 UI/dL), podendo estar a AST (TGO) mais elevada que a ALT (TGP) Normais ou Diminuídas: • Plaquetopenia. • Gasometria arterial, mostrando acidose metabólica (<24-25 mEq/L) e hipoxemia (<25-40 mmHg). • Potássio sérico normal ou diminuído, mesmo na vigência de insuficiência renal aguda (potássio elevado pode ser visto ocasionalmente e, nesse caso, indica pior prognóstico). TRATAMENTO 1. PENICILINA G CRISTALINA 1.500.000 UI - IV - 6/6h - 7d 2. AMPICILINA 1g - IV - 6/6h - 7d 3. CEFTRIAXONA 1 a 2g - IV - 24/24h - 7d 4. CEFOTAXIMA 1g - IV - 6/6h - 7d PREVENÇÃO E CONTROLE • Controle da população de roedores • Segregação e tratamento de animais de produção e companhia acometidos pela doença. • Criação de animais seguindo os preceitos das boas práticas de manejo e guarda responsável. • Armazenamento apropriado dos alimentos pelos proprietários de imóveis residenciais, comerciais ou rurais, em locais inacessíveis aos roedores. • Tratamento adequado dos resíduos sólidos, coletados, acondicionados e destinados aos pontos de armazenamento e tratamento definidos pelo órgão competente. • Manutenção de terrenos, públicos ou privados, murados, limpos e livres de mato e entulhos, evitando condições propícias à instalação e à proliferação de roedores. CASO CLÍNICO - LEPTOSPIROSE Paciente do sexo masculino, 24 anos de idade, mulato solteiro, desempregado, residente em São Gabriel da Cachoeira. O paciente informou que em 15/12/19 apresentou febre alta (38,5°C), calafrios, sudorese, cefaléia de pequena intensidade e dor epigástrica. Procurou atendimento médico, sendo medicado com dipirona por via oral, penicilina benzatina por via intramuscular, sem obter melhora. Procurou o Hospital Fundação de Medicina Tropical para atendimento médico, recebendo ampicilina por via oral, durante 4 dias. Com o agravamento do quadro clínico, aumento de intensidade da cefaléia, aparecimento de dores no corpo, náuseas vômitos, tosse com expectoração amarelada, urina de coloração avermelhada e queda do estado geral, foi encaminhado ao Pronto-Socorro do Hospital novamente a Fundação de Medicina Tropical, com suspeita de meningite. Ao exame físico, encontrava-se em bom estado geral, corado, hidratado, anictérico, com pressão arterial de 120 x 75 mmHg, pulso e frequência cardíacade 88 batimentos por minuto e temperatura axilar de 38,5°C. A propedêutica cardio-pulmonar foi normal, e a palpação profunda da região epigástrica foi dolorosa, sem visceromegalia. Observou-se ausência de sinais de irritação meníngea e de gânglios palpáveis nas cadeias ganglionares periféricas. O paciente foi internado com diagnóstico de meningite bacteriana indeterminada e medicado com ampicilina por via endovenosa. No segundo dia de internação, houve piora da dor muscular, principalmente em panturrilhas, que dificultava a deambulação, estabelecendo-se, então, a hipótese diagnostica de leptospirose, e colhido material para exames específicos. O paciente negou antecedentes epidemiológicos para leptospirose. Responda: a) Quais perguntas devem ser feitas para um paciente que tem suspeita de leptospirose para ter um ótimo histórico clínico deste caso? Quais sinais e sintomas são característicos da leptospirose? Questionar ao paciente se o mesmo esteve em locais de alagação ou vive próximo a local onde há circulação frequente de ratos. Os sinais e sintomas característicos da leptospirose são dor muscular em panturrilhas, palpação profunda dolorosa da região epigástrica. b) O que é Síndrome de Weil na leptospirose? É uma manifestação clássica da leptospirose grave com uma tríade de quadro clínico com icterícia, insuficiência renal e hemorragia geralmente na região pulmonar. c) Quais os sinais e sintomas devem ser monitorizados neste paciente e por que? Deve-se monitorar a PA, FC e pulso a fim de identificar possível sangramento não aparente, avaliar dosagem de TGO e TGP para acompanhar a função hepática Evidências: ● febre alta ● calafrios ● sudorese ● cefaléia ● dor epigástrica ● dor muscular, principalmente em panturrilhas ● náuseas ● vômitos ● tosse com expectoração amarelada ● urina de coloração avermelhada ● queda do estado geral ANIMAIS PEÇONHENTOS CONCEITO • Os envenenamentos por toxinas de animais peçonhentos constituem um problema médico e de saúde pública em decorrência dos significativos números de acidentes que demonstram altas taxas de morbidade e mortalidade (BRASIL, 2001; FOCACCIA, 2010; TAVARES; MARINHO, 2007). • Os animais peçonhentos são caracterizados como aqueles que possuem glândulas produtoras de veneno ou substâncias tóxicas, com ductos excretores, associadas ou não a um dispositivo inoculador (BRASIL, 2009). TIPOS Os animais peçonhentos de importância médica para a saúde pública no Brasil determinam os diferentes tipos de envenenamento. Estes animais são representados pelos seguintes grupos: - Lepidópteros - Ofidismo - Araneismo - Ictismo - Escorpianismo - Himenopteros Notificação dos Casos - Cenário Atual • Em 1993 houve a criação do Sistema de Notificação Compulsória (SINAN); • A dispensação do soro só ocorre após preenchimento da ficha e notificação do agravo; • A ficha visa a notificação e investigação do acidente por animal peçonhento. OFIDISMO • As serpentes são as principais causadoras de acidentes por animais peçonhentos no Brasil, são catalogadas 256 espécies sendo 69 venenosas e/ peçonhentas e 187 não venenosas e/ou não peçonhentas. DENTIÇÃO - aflifa: não tem - opstóglifa: posterior - proteróglifa: anterior - solenóglifa: retrátil picada seca: ocorre quando uma serpente peçonhenta não injeta veneno no momento do ataque (mas ela é venenosa). Nestes casos, pode ser observada as marcas das presas, porém sem sinal local ou sistêmico de envenenamento, e os PACIENTES NÃO NECESSITAM ANTIVENENO. - Caso o paciente chegue ao atendimento sem sinais de envenenamento, deve permanecer sob observação por, no mínimo, 6 horas após o acidente. PRÉ-SOROTERAPIA SOROTERAPIA ● Todas intravenosas ● pegar soro de 500ml, retirar 400ml ● colocar as ampolas ● administração lenta ● pode ser administrado a qualquer momento, mesmo após refeições ou ingestão de bebidas alcoólicas. ● Como é feito? injeta o veneno no cavalo, coleta o plasma e retira os anticorpos. antiveneno heterologo! O antiveneno será administrado seguindo as doses indicadas pelo médico, em infusão lenta, entre 20 e 60 minutos na via intravenosa (IV) e o antiveneno, diluído ou não em solução fisiológica. Família: Viperidae 1) Bothrops: Jararaca (vários tipos - 7 soros) - encontrada em 90% do território brasileiro - conhecida popularmente por jararaca - apresenta hábitos crepusculares - comportamento agressivo quando ameaçada ★ ação proteolítica - quebra celular (principalmente musculares) - dor calor rubor edema dividir em 5 segmentos do edema serve para saber a quantidade de ampolas utilizadas!!! Manifestações locais: ● começou edema (pegar fita métrica e comparar o local da picada com o outro lado e ver diferença) ● edema endurecido - pulso diminuido/ausente ● síndrome compartimental - faciotomia com ortopedista (curativo com o enfermeiro) ● dor intensa ● equimoses (ATB), flictemas (é pra aspirar) e abcessos (dreno de penrose) ★ ação coagulante padrão ouro: fibrinogênio outros exames: TAP, INR, plaquetas ★ ação hemorrágica oftalmorragia, hematúria, epistaxe, hemoptise, hematêmese, gengivorragia, hemorragia espontânea decorrente a quebra da cascata de coagulação Manifestações sistêmicas ● leve - distúrbios de coagulação (1 a 2 segmentos) ● moderado - sangramentos locais ou sistêmicos (3 a 4 segmentos) ● grave - edema extenso, IRA, alterações hemodinâmicas (5 segmentos = membro todo) ● Soroterapia: O paciente tem que melhorar de 6 a 12 horas, avaliar o paciente, se não desaparece sinais ou sintomas pensar se não deu o soro errado ou o quadro clínico está piorando. Manifestações menos comuns, observadas em pacientes que demoram para receber tratamento, são: ● Bolhas no membro acometido com conteúdo líquido que pode variar de coloração, podendo chegar a sanguinolento; ● Síndrome compartimental, quando ocorre compressão do feixe vásculo-nervoso devido à intensidade do edema; ● Infecção secundária por contaminação por bactérias presentes na boca da serpente ou bactérias presentes na pele do paciente e até por aplicação de substâncias caseiras e necrose de pele e subcutâneo; ● Pode haver também oligúria. 2) Lachesis: Surucucu (só 1 tipo) - conhecida popularmente como surucucu, pico de jaca - animal raro, baixa densidade populacional - comportamento pacífico - fica em mata preservada - aproximadamente 3 metros o adulto O quadro clínico é muito semelhante ao descrito para os envenenamentos botrópicos, exceto pela possibilidade de ocorrência de síndrome vagal. Manifestações: moderado ou grave Tem ação combinada: ★ proteolítica, coagulante, hemorrágica e NEUROTÓXICA! Síndrome vagal: supressão do nervo vago envenenado caracterizado por hipotensão arterial, tonturas, escurecimento da visão, bradicardia, cólicas abdominais e diarreia. Manifestações locais: ● edema extenso, sangramento, dor intensa, equimoses, flictemas, vesículas serosas Manifestações sistêmicas: ● moderado- sudorese profunda, dor local intensa (precede a síndrome vagal) ● grave- hipotensão franca, síndrome vagal, sangramento intracraniano obs. única coisa que vai resolver é a soroterapia! ele não vai melhorar enquanto não receber o soro. 3) Crotalus: Cascavel (vários tipos) - conhecida popularmente por cascavel-quatro-ventas, boicininga entre outros - encontrada em áreas secas, arenosas e pedragosas - não apresentam por hábito atacar, quando ameaças sinalizam com guizo - não se adapta ao clima no amazonas (exceto humaitá quando muda para a vegetação seca) - mais no nordeste e centro-oeste - manifestações clínicas completamente diferentes ★ ação coagulante, miotóxica e neurotóxica Manifestações locais: ● pouca dor ou ausente, parestesia regional Manifestações neurológicas Surgem nas primeiras horas após a picada, evidenciada por: Paralisia de grupos musculares: ptose palpebral uni ou bilateral, alteração do diâmetro pupilar, oftalmoplegia, visão turva e diplopia. Flacidez da musculatura da face pode provocar sialorreia e dificuldade de deglutição. Possíveis dores musculares generalizadas(mialgias). Além disso, conseguinte liberação do pigmento de mioglobina no sangue e na urina podem aparecer juntamente com urina de cor avermelhada ou de tonalidade mais escura, podendo chegar até o marrom (mioglobinúria). Manifestações sistêmicas: ● leve - neurotoxicidade ● moderado - mialgia discreta, facie miastênica, alterações urinárias (rabdomiolise) e de tempo de coagulação alterada (minoria - Crotalus curuima) ● grave - mialgia intensa, urina escurecida podendo ocorrer anúria e oligúria Família: Elapidae 1) Micrurus: Coral - conhecidas popularmente por coral, coral verdadeira ou boicorá - amplamente confundidas com as falsas corais - diversidade de espécies, mais de 50 - mais vista no sudeste ou sul, mas já tem na nossa área - não tem sinais e sintomas, pq??? dentição!! ★ ação miotóxica e neurotóxica Manifestações locais: ● dor discreta, parestesia leve Manifestações sistêmicas: ● intubação e antiveneno ● todos potencialmente graves, quadros eméticos, fraqueza muscular, ptose palpebral (não abre o olho), dificuldade para manter-se ereto, distúrbios de ventilação MALÁRIA CID 10: B50 ─ P. falciparum B51 ─ P. vivax INTRODUÇÃO ▸ 200 milhões de casos de pessoas por ano ▸ 367.000 e 755.000 óbitos anualmente ▸ No Brasil, 99,8% dos casos estão concentrados na Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, norte de Mato Grosso, Tocantins e oeste do Maranhão). ▸ A incidência parasitária anual (IPA) é expressa por número de casos por 1.000 habitantes, e reflete com maior precisão a endemicidade da malária em uma dada localidade, pois leva em consideração o tamanho da população, constituindo, assim, um melhor parâmetro do que o número absoluto de casos. AGENTE ETIOLÓGICO No gênero Plasmodium, quatro espécies têm importância clínica e epidemiológica, pois determinam infecções em humanos: 1) P. malariae 2) P. vivax 3) P. falciparum 4) P. ovale No Brasil, a principal espécie implicada na transmissão da doença é Anopheles darlingi, presente em todo o interior do país. TRANSMISSÃO ▸ Picada da fêmea de Anopheles sp. infectada durante repasto sanguíneo. Outras formas: transfusão sanguínea, compartilhamentos de seringas contaminadas, acidentes em laboratório e infecção congênita. CICLO BIOLÓGICO NO HOMEM Pré-eritrocítico / Exo-eritrocítica / Tissular Resumo: esporozoíto → hepatócitos → trofozoítos pré-eritrocíticos → esquizogonia → esquizontes → merozoítos → circulação sanguínea. ▸ A infecção malárica inicia-se quando esporozoítos infectantes são inoculados no homem pelo inseto vetor, que desaparecem da circulação sanguínea dentro de 30 a 60 minutos. ▸ Ao invadir os hepatócitos, onde evoluem, se diferenciam em trofozoítos pré-eritrocíticos, e ocorre a reprodução ASSEXUADA chamada esquizogonia, dando origem aos esquizontes. ▸ Os esquizontes teciduais se multiplicam e posteriormente milhares de merozoítos que invadirão os eritrócitos. Agente etiológico: Plasmodium falciparum Fase evolutiva: Esquizonte Morfologia: - Geralmente arredondado - Citoplasma pouco deformado - Cromatina separada em grânulos grossos 1 esquizonte = 22 merozoítos Agente etiológico: Plasmodium vivax Fase evolutiva: Esquizonte Morfologia: - Forma amebóide - Citoplasma irregular vacuolizado - Cromatina segmentada 1 esquizonte = 16 merozoítos ▸ A duração dessa fase no fígado é de 1 semana para P. vivax e P. falciparum. ▸ Nas infecções por P. vivax e P. ovale, o vetor inocula formas diferentes de esporozoítos, das quais algumas ficam em estado de latência, sendo denominadas hipnozoítos. (hypnos = sono). ▸ Os hipnozoítos são responsáveis pelas recaídas tardias da doença, em geral de 6 meses. ▸ O ciclo hepático tem duração de cerca de 14 dias, que corresponde ao período de incubação da doença. Eritrocítico Resumo: Merozoítos → esquizogonia → esquizontes → merozoítos → gametócitos. ▸ Merozoítos tissulares invadem os eritrócitos através de receptores específicos: P. falciparum - glicoforinas P. vivax - glicoproteína do grupo sanguíneo Duffy ▸ Merozoítos realizam a esquizogonia dentro do eritrócito, formam os esquizontes sanguíneos para se dividir e formar mais merozoítos, depois de algumas gerações ocorre a diferenciação em estágios sexuados, os gametócitos. ▸ Os gametócitos não se dividem, e serão inoculados pelo mosquito vetor. O ciclo se repete a cada 48 horas - P. falciparum, P. vivax e P. ovale. O ciclo se repete a cada 72 horas - P. malarie. ▸ A nutrição dos trofozoítos e esquizontes se dá pela hemoglobina através da organela chamada citóstoma (pigmento malárico) e plasma sanguíneo. ▸ O pigmento malárico acumulado é liberado pelo eritrócito e fagocitado pelas células de Kupffer no fígado ou macrófagos. NO MOSQUITO VETOR ▸ Durante o repasto sanguíneo, a fêmea do Anopheles sp. ingere as formas sanguíneas do parasito, mas somente os gametócitos serão capazes de evoluir no inseto, dando origem ao ciclo SEXUADO ou esporogônico. ▸ No intestino médio há a estimulação de GAMETOGÊNESE (gametócitos → gametócitos extracelulares) poucos minutos após ingestão. - ↑ Ph - ↓ T - ↓ pressão de CO² Gametócito feminino = 1 macrogameta Gametócito masculino = 8 microgametas (exflagelação) ▸ Fecundação ocorre em 20 a 30 minutos ▸ Após 24 horas o zigoto passa a movimentar-se por contrações, sendo chamado de oocineto. ▸ O oocineto através a matriz peritrófica e atinge a parede do intestino médio, onde ocorre o encistamento, sendo chamado de oocisto. ▸ Ocorre a divisão esporogônica e após 9 a 14 dias ocorre a ruptura da parede do oocisto, sendo liberados esporozoítos. ▸ Os esporozoítos são disseminados por todo o corpo do inseto até atingir as células das glândulas salivares. PATOGENIA A febre da malária resulta quando ocorre o rompimento das hemácias, liberando na corrente sanguínea plasmódios e toxinas, tais como a hemozoína (o pigmento malárico resultante da transformação da hemoglobina). DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO ▸ É importante lembrar que o período de incubação médio da malária vivax é de 12 a 17 dias e o da malária falciparum, de 7 a 12 dias pois, muitas vezes, os pacientes se esquecem que estiveram em área endêmica. ▸ Os anofelinos têm hábitos de repasto sanguíneo no período noturno. DIAGNÓSTICO CLÍNICO NÃO GRAVE ▸ As espécies mais prevalentes no país são P. vivax, cuja infecção antigamente era conhecida como terçã benigna, responsável pelo maior número de pacientes infectados, e P. falciparum, cuja infecção era antigamente conhecida como terçã maligna, responsável pelas formas de maior gravidade. ▸ A malária não grave manifesta-se clinicamente como uma síndrome febril aguda indiferenciada. ▸ Tipicamente, os pacientes se queixam de quadro agudo de febre alta, calafrios, mialgia, artralgia, cefaleia intensa, astenia, tontura, náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. ▸ Ao exame físico, que pode ser muitas vezes normal, podemos encontrar mucosas hipocoradas, hepatomegalia e esplenomegalia de consistência diminuída e dor à palpação do abdome. GRAVE ▸ Gestantes, crianças e adultos não imunes (primoinfectados) constituem os grupos de maior risco para a forma grave da doença. ▸ Observa-se que as formas mais frequentes de malária grave por P. falciparum no Brasil, em adultos, são a insuficiência renal aguda e a colestase hepática. ▸ Já em crianças, a forma mais comum é a anemia grave. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - Gota espessa: + sensibilidade / - especificidade - Esfregaço sanguíneo: - sensibilidade / + especificidade - Teste rápido: alto custo, detectam a presença da enzima pDHL (antígeno pan- -malárico) e da proteína HRP-2 (presente só em P. falciparum). - PCR - Exames inespecíficos: hemograma - Diferencial: ex. dengue, infecção por influenza e do trato urinário; doença meningocócica e riquetsioses. TRATAMENTO ▸ A primeira evidência de diminuição da sensibilidade de P. falciparum à cloroquina aconteceu em 1957, na Tailândia. ▸ A partir de 1989, encontramos também relatos na literatura de diminuição da sensibilidade de P. vivax à cloroquina. ▸ Ainda que exista no Brasil umaresistência à cloroquina estimada em 10%, o fenômeno ainda não parece estar espalhado por toda a Amazônia, e por isso não se reverteu em uma mudança da primeira linha de tratamento. 1) Cloroquina 2) Primaquina (CI - gestantes e a crianças com menos de 6 meses) 3) Artemisinina (CI - 1° trimestre da gestação e crianças abaixo de 6 meses de idade. (Nesses casos deve-se optar pelo uso de quinino, em combinação com clindamicina) 4) Quinino 5) Mefloquina NÃO COMPLICADA P. vivax e P. ovale ▸ Para isso, usa-se a combinação de dois medicamentos: cloroquina e primaquina. ▸ Apenas a primaquina tem atividade contra os hipnozoítos. ▸ O tratamento é realizado com cloroquina por três dias (10 mg/kg no dia 1 e 7,5 mg/kg nos dias 2 e 3) e, para o tratamento radical, utiliza-se também primaquina, na dose de 0,5 mg/kg/dia, por sete dias. ▸ A primaquina precisa ter sua dose corrigida pelo peso do paciente, porque sua distribuição acontece em todos os tecidos do corpo, diferentemente da cloroquina. ▸ Gestantes e crianças com menos de 6 meses de idade não podem usar primaquina. No caso de infecções por P. vivax ou P. ovale, as gestantes devem usar o tratamento com cloroquina por três dias e cloroquina profilática (5 mg/kg/dose) semanalmente até um mês de aleitamento, para prevenção de recaídas. P. malariae ▸ O tratamento de P. malariae assemelha-se ao tratamento para malária vivax (apenas cloroquina por três dias), porém sem a necessidade de uso da primaquina. P. falciparum ▸ Recomenda-se o uso de artemeter/lumefantrina ou artesunato/mefloquina para o tratamento de P. falciparum, conforme a disponibilidade local. INFECÇÕES MISTAS ▸ Para pacientes com infecção mista por P. falciparum e P. vivax (ou P. ovale), o tratamento deve incluir artemerter/lumefantrina ou artesunato/mefloquina, que são drogas esquizonticidas sanguíneas eficazes para todas as espécies, associando-as à primaquina por sete dias (para o tratamento radical de P. vivax). ▸ Gestantes em qualquer trimestre e crianças menores de 6 meses devem ser tratadas somente com o ACT, no entanto, gestantes devem fazer cloroquina profilática de recaídas (5 mg/kg/dose) semanalmente até o primeiro mês da lactação, para prevenção de recaídas, já que não podem usar primaquina por sete dias. COMPLICADA ▸ A malária grave deve ser considerada emergência médica. A orientação da OMS é tratar adultos e crianças com malária grave (incluindo crianças menores/lactentes e gestantes em todos os trimestres de gestação e em período de amamentação) com artesunato intravenoso (IV) ou intramuscular (IM), um antimalárico potente e de ação rápida, por no mínimo 24 horas e até que possam tomar medicação oral (completar então o tratamento preconizado por espécie parasitária – respeitando as restrições de uso da primaquina). ▸ Crianças com peso inferior a 20 kg devem receber maior dose parenteral de artesunato (3,0 mg/kg/dose) do que crianças com mais de 20 kg e adultos (2,4 mg/kg/dose) para garantir uma exposição equivalente ao medicamento. Um acesso venoso adequado deve ser providenciado e as seguintes determinações laboratoriais solicitadas: glicemia, hemograma, quantificação da parasitemia (em caso de infecção por P. falciparum), gasometria arterial e exames de função renal e hepática. 1) Sabemos que a Malária é uma doenca endêmica no Amazonas e precisamos sempre ficar atentos aos pacientes que procuram o serviço de saúde com sintomas febris inespecíficos, pois, pode ser malária. Assim, responda as questões abaixo: 2) Qual é o agente causador da malária e explique como ocorre a transmissão para os seres humanos? 3) Quais os itens da entrevista e do exame físico específico devem ser observados a fim de confirmar ou descartar a malária? DENGUE CID10 - A90 / A91 INTRODUÇÃO Virose sistêmica aguda G - Flavivirus Fa - Flaviviridae 50 nm, esférico e representado por RNA de fita simples 3 proteínas estruturais - C M E 7 proteínas não estruturais Quatro sorotipos distintos: Den 1 Den 2 Den 3 Den 4 Na maioria das vezes, o período sintomático não ultrapassa 10 dias TRANSMISSÃO Infecção transmitida ao homem por insetos hematófagos (a fêmea) do gênero Aedes Quadro febril abrupto, algias variadas, exantema pruriginoso ou não e manifestação hemorrágica FHD (apenas 0,3% a 4%) FHD exames - procurar vasculopatia, trombocitopenia, disfunção plaquetária Fatores externos - condicionantes da proliferação do inseto transmissor no ambiente doméstico e na área peridomiciliar Fatores internos - asma brônquica, anemia falciforme e diabetes mellitus, crianças (choque hipovolêmico) VETOR Aedes aegypti / Aedes albopictus Os insetos que adquirem o agente infeccioso de indivíduos virêmicos necessitam entre 8 a 12 dias (período de incubação extrínseco) para estar aptos a transmitir, daí permanecendo por toda sua vida (em torno de 45-60 dias) O artrópode se reproduz em recipientes artificiais construídos, apenas 10% são criadouros naturais O repasto sanguícola da fêmea adulta é preferencialmente realizado no início da manhã (das 5 às 7 horas) e no final da tarde/princípio da noite (das 17 às 19 horas). DIAGNÓSTICO Assintomáticos / Sintomáticos Pode apresentar três fases clínicas: 1) Febril ★ Febre > 38°C, de início abrupto e com duração de 2-7 dias ★ cefaleia ★ astenia ★ mialgia ★ artralgia ★ dor retro-orbitária Anorexia, náuseas, vômitos e diarreia também podem se fazer presentes, havendo ocorrência desta última em um percentual significativo dos casos. Essa lesão exantemática, presente em grande parte dos casos, é predominantemente do tipo maculopapular, atingindo face, tronco e membros, não poupando regiões palmares e plantares. O exantema também pode se apresentar sob outras formas – com ou sem prurido. Após a fase febril, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite . 2) Crítica Tem início com o declínio da febre (de fervescência), entre o 3-7 dias Sinais de alarme: decorrente ao extravasamento de plasma e/ou hemorragias que podem levar o paciente a choque grave e óbito. • Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua. • Vômitos persistentes. • Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico). • Hipotensão postural e/ou lipotímia. • Letargia e/ou irritabilidade. • Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal. • Sangramento de mucosa. • Aumento progressivo do hematócrito: mulher - 36 a 48% homem - 42 a 52% • Diminuição das Plaquetas quando paciente em choque: Ref - 140 a 400 x 10³/mm³ A maioria deles é resultante do aumento da permeabilidade capilar. Sem a identificação e o correto manejo nessa fase, alguns pacientes podem evoluir para as formas graves. SINAIS DE CHOQUE: • Pulso rápido e fraco. • Hipotensão arterial. • Pressão arterial (PA) convergente (diferença entre PAS e PAD ≤20 mmHg em crianças – em adultos, o mesmo valor indica choque mais grave). • Extremidades frias. • Enchimento capilar lento. • Pele úmida e pegajosa. • Oligúria. • Manifestações neurológicas, como agitação, convulsões e irritabilidade (em alguns pacientes). 3) Recuperação Ocorre após as 24-48 horas da fase crítica, quando uma reabsorção gradual do fluido que havia extravasado para o compartimento extravascular se dá nas 48-72 horas seguintes. Observa-se melhora do estado geral do paciente, retorno progressivo do apetite, redução de sintomas gastrointestinais, estabilização do estado hemodinâmico e melhora do débito urinário. Alguns pacientes podem apresentar um exantema, bradicardia e mudanças no eletrocardiograma. TRATAMENTO Baseia-se principalmente na reposição volêmica adequada, levando-se em consideração o estadiamento da doença (grupos A, B, C e D) segundo os sinais e os sintomas apresentados pelo paciente, assim como no reconhecimento precoce dos sinais de alarme. É importante reconhecer precocemente os sinais de extravasamento plasmático, para correção rápida com infusão de fluidos. - Caso suspeito: 14 dias em área endêmica + febre (entre 2 e 7 dias) + 1 ou 2 manifestações (náuseas, vômitos,exantema, leucopenia, cefaleia, petéquias, laço positivo, dor retro-orbitária). Sorologia (ELISA IgM): a partir do 6º dia; Antígenos virais (RT-PCR): até o 5º dia; QUESTÃO DE PROVA A.RS, 24 anos e idade, sexo feminino, natural de Coari, residente no Bairro São Jose, Manaus/AM, procurou atendimento no ambulatório na Fundação de Medicina Tropical. queixando, cefaleia, náuseas, mialgia, dor retro orbitaría, apresentando exantema, febre (39°C) há 4 dias, a prova do laço foi positiva. NS1-regente. De acordo com seus conhecimentos, analise o caso clínico e assinale a(s) afirmativa(s) correta(s) (0,25) I-A prova do laço deve ser realizada obrigatoriamente em todos os pacientes com suspeita de Dengue, incluindo aqueles que já apresentam sangramento espontâneo. II- A detecção do antigeno viral do Dengue pode ser realizada com o teste NS1, devendo ser solicitado até o quinto dia do início dos sintomas. III- Os sinais e sintomas apresentados pela paciente são inespecíficos, e de acordo com o Manual de diagnóstico e manejo clínico da Dengue em adultos e criança/MS, 2016, o caso se enquadra no Grupo A. Assinale a(s) afirmativa(s) correta(s) Resposta: apenas II CHIKUNGUNYA - Pode ocorrer transmissão vertical; - Média de inoculação: 3 a 7 dias (1 a 12); - Viremia pode perdurar por 10 dias (2 dias antes dos sintomas); -Não há transmissão pelo aleitamento materno; RT-PCR: até 8º dia (maior viremia do 1º ao 5º dia); ELISA IgM (2º dia, melhor no 5º dia) IgG (6º DIA); 1) FASE AGUDA A fase aguda da doença tem duração de 5 a 14 dias. febre alta de início súbito (>38,5°C) e surgimento de intensa poliartralgia (mais de 90% dos pacientes), geralmente acompanhada de dorsalgia, exantema, cefaléia, mialgia e fadiga, com duração variável. A queda de temperatura não é associada à piora dos sintomas, como na dengue (da inoculação até o 14º dia): ✓ Exantema entre o 2º e o 5º dia; ✓ Febre de início abrupto (maior que 38,5 0C); ✓ Intensa poliartralgia do 1º ao 5º dia; ✓ Edema associado a tenossinovite; ✓ Dor ligamentar 2) PÓS AGUDA Nessa fase normalmente a febre desaparece, mas existem relatos de recorrência. Pode haver melhora da artralgia (com ou sem recorrências) persistência ou agravamento desta, incluindo poliartrite distal, e tenossinovite hipertrófica pós-aguda nas mãos (mais frequentemente nas falanges e nos punhos) e nos tornozelos. Síndrome do túnel do carpo pode ocorrer como consequência da tenossinovite hipertrófica (até 3 meses, persistência das dores articulares, pode usar prednisona e solicitar testes para HB, HIV, HC, toxoplasmose): ✓ Febre normalmente desaparece; ✓ Persistência ou agravamento da artralgia; ✓ Tenossivite hipertrófica (falanges, punhos e tornozelos); ✓ Síndrome do túnel do carpo; ✓ Prurido generalizado; ✓ Lesões purpúricas, vesiculares e bolhosas; Solicitar ureia, creatinina, AST, ALT, glicemia de jejum, hemograma. 3) CRÔNICA O acometimento articular se dá, frequentemente, nas mesmas articulações atingidas durante a fase aguda, caracterizando-se por dor com ou sem edema, limitação de movimento e rigidez articular matinal, podendo levar à deformidade ao longo dos anos. (pode durar de 3 a 6 meses, pode usar hidroxicloroquina): ✓ Acometimento articula preexistente e maior intensidade, persistente ou reincidente nas mesmas articulações atingidas na fase aguda; ✓ Dor articular, musculoesquelética e neuropática; - Leucopenia com linfopenia menor que 1000 céls/mm3. - A melhora na febre não está relacionada com a piora dos sintomas, como na dengue. MAYARO O vírus Mayaro pertence ao gênero Alphavirus da família Togaviridae, assim como o vírus chikungunya. As manifestações clínicas das duas enfermidades são muito semelhantes, embora aquelas produzidas pelo CHIKV habitualmente sejam bem mais intensas. Quadros clínicos prolongados, com meses de duração, também podem ser causados pelo Mayaro. A transmissão desse vírus, diferentemente do chikungunya, envolve mosquitos silvestres, principalmente os do gênero Haemagogus. Definição de caso humano suspeito de Febre de Mayaro: Indivíduo que apresentou febre e artralgia e/ou edema articular, acompanhado de cefaléia, e/ou mialgia e/ou exantema, com exposição nos últimos 15 dias (ou moradia) em área silvestre, rural ou de mata, em todo território nacional ZIKA - 3 a 6 dias de manifestação; - Não há cronicidade; - Pode haver transmissão durante o parto; - Pode haver replicação viral no trato genital (transmissão sexual); Tropismo pelo sistema nervoso central E CÉLULAS DENDRÍTICAS; - Gestantes nos primeiros 3 meses tem maior risco; ✓ Febre baixa (37, 8 a 38,5 0C); ✓ Conjuntivite não purulenta; ✓ Hematoespermia; ✓ Artralgia em mãos e pés; RNA viral até o 5º dia; IgM ELISA a partir do 5º dia; HEPATITES CID10 = B15 - Hepatite Aguda CARACTERÍSTICAS GERAIS AGENTE ETIOLÓGICO ★ HAV ★ HBV ★ HCV ★ HDV ★ HEV RESERVATÓRIO ● Homem ● Outros MODO DE TRANSMISSÃO: ❖ oral fecal - A, E ❖ sanguínea, vertical, percutánea, parenteral, sexual - B, C (acidente de material biológico), D PERÍODO DE INCUBAÇÃO A - 15 a 45 dias (M30) B - 30 a 180 dias (M60-90) C - 15 a 150 dias (M50) D - 30 a 180 dias E - 14 a 60 dias (M42) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS AGUDA Prodrômico: inespecífico Icterícia: hepatomegalia, esplenomegalia CRÔNICA Detecção do material genético ou antígenos > 6 meses + marcadores sorológicos de replicação Infecção sintomática/assintomática Lesão: inflamação com ou sem fibrose → insuficiência FULMINANTE 1. Encefalopatia hepática (estágio final) 2. Coagulopatia 3. Icterícia DIAGNÓSTICO ESPECÍFICO Avaliação da Função Hepática - nível de consciência - presença de sangramentos - TAP - albumina (crônica): 3,5 a 5,2 g/dL INESPECÍFICOS - Dosagem de proteínas séricas - Gama GT - AST/TGO - ALT/TGP - Bilirrubina TRATAMENTO HAV - pelos sintomas HBV - interferon (IFN ⲁ, lamivudina, adefovir HCV - IFN ⲁ IFN ⲁ ★ fase de ataque: 4 semanas em dose ⇑ ★ fase de manutenção: 24 semanas COMPLICAÇÕES B (RN - 90% / adulto - 5%) C (60 a 90%) D (70%) Quais? ● Fibrose ● Cirrose ● Carcinoma hepático HEPATITE A Fa - Dicornaviridae G - Hepatovirus - RNA de fita simples - esférica 27 a 30 nm - sem envelope vírus → circulação mesentérica → sistema porta → membrana celular dos hepatócitos → citoplasma → perde capsídio e libera o RNAm → Replicação Genótipo humano: I (Brasil), II, III, VII Genótipo simios: IV, V, VI Transmissão: ingestão de água e alimentos contaminados Profilaxia: pasteurização, fervura, autoclavagem, radiação UV-A DIAGNÓSTICO CLÍNICO TIPOS 1) Assintomático sorologia 2) Oligossintomático anictérica “virose” 1 semana - ⇑ TGO/TGP 3) Ictérica ⇑ bilirrubina direta 4) Colestática >3 meses característica de obstrução de vias biliares manifestação dispépticas incomodativas Gama GT ⇑ TAP ⇑ 5) Prolongada média de 6 meses ⇑ TGO/TGP 6) Recorrente 7) Fulminante Insuficiência hepática lesão necrótica extensa EXAMES LABORATORIAIS Leucograma - normal ou leucopenia TGO/TGP - elevados Bilirrubina total/direta - normal → anictérico / elevado → ictérico Bilirrubina indireta - normal ou pouco elevado TRATAMENTO mediante sintomas HEPATITE B Fa - Hepadnaviridae G - Orthohepadnavirus - DNA parcialmente dupla - nucleocapsídeo: proteínas e HBcAg - Formas: - infectantes - esféricas completas - não infectantes - esféricas incompletas e filamentosa incompleto (HBsAg) Transmissão: veiculação percutânea ou das mucosas por fluidos corpóreos, sangue ou derivados contendo vírion infectante (e transando tbm) quanto mais novo ⇑ risco de virar portador crônico (cirrose) >8/10 anos = 10% de risco de virar portador crônico DIAGNÓSTICO CLÍNICO AGUDA Até 6 meses de infecção CRÔNICA >6 meses de infecção (pode ser persistente, ativa ou lobular PERÍODO PRODRÔMICO - fraqueza - vômitos - anorexia - intolerância a alimentos - dor EXAMES LABORATORIAIS Leucograma - normal (4 a 10K) / diminuídos (<4500) Linfocitose 35% TRATAMENTO 1) Interferon ⲁ - imuno estimula - anti fibrinogênio - >48 semanas - Eventos adv: mielodepressão, alto custo, autoimunidade 2) Lamivudina - Inibea síntese do DNA - 1 ano 3) Adefovir - Suprime a replicação viral HEPATITE C Fa- Flaviridae G- Hepacivirus genótipos - 1a, 1b (é mais grave + brasil), 2a, 3 (brasil), 4, 5, 6 Linfócito T sobre apoptose → lesões falha no Th1 e Th2 (cronificação) Transmissão: sangue e derivados, sexo, parenteral, mãe-filho HCV + Período de incubação: 40 a 120 dias fadiga → alterações inflamatórias → lesões fibróticas, cirrótica e neoplasias → Insuficiência → Transplante (?) EXTRA HEPÁTICA ★ Pele ★ Rins ★ SNC ★ Pulmão ★ Tecido linfático crioglobulinemia/fator reumatóide + hipocomplementenemia - fração C4 MENINGOENCEFALITES CID10 = A87 - Meningite viral CID10 = G04.2 - Meningoencefalite bacteriana - Processo inflamatório - medula espinhal, meninges, parênquima nervoso Lesões: ❖ necróticas ❖ tóxicas ❖ hemorrágicas ❖ anóxia SISTEMA NERVOSO CENTRAL MENINGES Dura-Máter ● externa ● dura e fibrosa ● muitos nervos Folheto parietal? paquimeninge! Aracnóide ● trabeculado ● espaço subaracnóide Folheto visceral? leptomeninge! Pia-Máter ● interna ● fina e delicada ● muitos vasos ● todo SN LCR Líquido CefaloRraquidiano - Resulta da secreção e filtração do plasma arterial - Reabsorvido pelos seios venosos - Translúcido e estéril - Volume normal: 125 a 200 ml Função: 1. proteção ao trauma 2. regula a PIC 3. célular de defesa (t) Punção lombar - valores de referência Adulto sentado: 18 a 25 cm/H₂O decúbito lateral: 5 a 18 cm/H₂O RN: 1 a 8 cm/H₂O Criança: 4 a 15 cm/H₂O Barreiras: - Hematoencefálica - Hemoliquórica Componentes: proteína - 20 a 40 cm/100 ml glicose - 40 a 80% cloretos - 680 a 720 mg% ou 115 a 125 mEq/L glicorraquia - ⅔ glicemia mas pode sofrer variações PATOLOGIA O aspecto da 1ª punção do LCR vai definir o diagnóstico e terapêutica LCR CLARO - Pouco exsudato (linfócitos e monócitos) - Células mononucleadas - Bactérias específicas - Vírus, fungos helmintos e protozoários LCR TURVO - Exsudato purulento - Células polimorfonucleares - Bactérias piogenicas (amebas, estafilococos, meningococo, pneumococo, hemófilo, enterobactérias, pseudomonas) LCR OPALESCENTE - Não muito definido LEPTOMENINGE Causa? 1. Continuidade: traumas 2. Contiguidade: sinusite, otite, mastoidite 3. Sanguínea: foco infeccioso primário Bainha de nervo: encefalites (ameba livre, rábica) - NCI e NCII CLASSIFICAÇÃO 1. Aspecto do LCR 2. Etiologia 3. Evolução: aguda (1 a 5 dias) ou insidiosas (10 a 15 ou mais dias) 4. Gravidade (meningoencefalite herpética?) 5. Tipos especiais: fulminante (Neisseria meningitidis) ou recidivante (Streptococcus pneumoniae) ME BACTERIANA - mb: gram + ou gram - - vias: continuidade, contiguidade e hematogênica Fatores que levam a distúrbios hipóxia: ❖ Exsudato bloqueia o fluxo ❖ Agressão microbiana ❖ Lesão dos vasos do SNC ❖ Vasos que passam pelo espaço subaracnóide ocluídas ❖ Maior comprometimento da circulação causando reação inflamatória e edema cerebral DIAGNÓSTICO CLÍNICO Nas infecções meningocócicas, pneumocócicas e por hemofílicos não é necessária a existência de infecção local. período de incubação: horas ou dias SÍNDROMES 1) Infecciosa - Febre alta persistente - Palidez - Astenia - Mialgia - Anorexia - Fácies de dor aguda - Mal estar geral 2) Meningorradicular/radiculite ou Síndrome de Irritação Meníngea - Cão de gatilho fuzil - Contratura de músculos paravertebrais - Rigidez na nuca - Opistótono - Hipertonia abdominal - Sinal de Kernig I: remador / só levanta o tronco - Sinal de Kernig II: levanta a perna reta / dor ciática - Sinal de Brudzinski I: flexão na cabeça / joelho levanta - Sinais de Brudzinski II: dobra a perna sobre a coxa / músculo retrai - Sinal de Lasegue = Sinal de Brudzinski II 3) Hipertensão Intracraniana (HIC) - Cefaleia intensa - Vômitos em jato - Abaulamento da fontanela em RN - Respiração Cheyne-Stokes - Irritabilidade - Bradicardia 4) Encefálica - Sonolência - Obnubilação - Estupor - Coma - Hiporreflexia - Dislalia - Sinal de Babinski - Paresia/paralisia - Convulsões Outros sinais e sintomas: - Fotofobia - Priapismo - Olhar vago e fixo - Respiração Biot - Retenção urinária e fecal EPIDEMIOLOGIA 1 a cada 20 mil esporádico contato direto EXAMES LABORATORIAIS 1) TC/RM 2) Exame de Líquor - Punção lombar - Decúbito lateral direito (entre a 4ª/5ª VL) Quantos ml a coleta? Adulto - 5 a 10 ml Criança - 5 ml RN - 3ml IMPORTANTEEEE!!! Bacterioscopia - gram No início da doença? normal >24h: pleocitose esperada P⇑ 18 cmH₂O Pleocitose ⇑ 500 células/ml (polimorfas) ⇑ proteínas: 100 a 500 mg% ⇓ glicose: 40 mg% bacterioscopia/cultura + 20 a 40 cmH₂O (moderado/elevado) ⇑ 40 cmH₂O (bastante elevado) lactato ⇑ 35 mg% (diferente das meningites virais) procalcitonina no soro ⇑ 0,2 ng/ml ⇑ ferritina 3) Exame sorológico/teste de látex 4) Análise molecular COMPLICAÇÕES Sistêmicas Neurológicas Hemófilos - herpes LETALIDADE RN: 40 a 80% Crianças e adultos: 10 a 20% Idoso: 50 a 60% TRÍADE Virulência Resistência Eficácia terapêutica TRATAMENTO EMERGÊNCIA! Cefalosporina 3ª geração Cefotaxima Ceftriaxona MEDIDAS DE SUPORTE - Garantir via venosa de rápida administração (desidratação/choque) - Suspender dieta oral se vômito, convulsão ou sono - Antitérmicos se >37,8°C (⇑ hipertermia = ⇑ edema) - Corticoides? dexametasona 0,15 mg/kg - 6/6h - 2 a 4 dias (⇓ permeabilidade) - Vancomicina 30 a 45mg/kg CHOQUE? - reposição de volume - Infusão venosa contínua - dopamina 2 a 10 ug/min - digitálicos Ianatosídio C 0,04 mg/kg/dia - correção da insuficiência renal CONVULSÃO - diazepam IV 2 mg/min - 20 mg (máximo) - fenitoína - fenobarbital HIC - monitol - dexametasona - furosemida - restrição hídrica PROFILAXIA - rifampicina - ceftriaxona IM - ciprofloxacino VO - minociclina ME LCR CLARO 1) Aguda São causadas na maioria das vezes por vírus. No Brasil, situam-se principalmente o agente da caxumba e os vírus coxsackie, echo e herpes simples 2) Insidiosa SEQUELAS - hidrocefalia - paralisias - hiperestesia localizada - epilepsia - cegueira - surdez - estrabismo
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