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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Segunda Avaliação Presencial Casa de Álgebra Linear II – 12/06 (8h) a 14/06 (19h) GABARITO Questão 1 (1,5 pontos) Determine os valores de a, b, c ∈ R para que seja autoadjunto o operador L : R3 −→ R3 definido por L(x, y, z) = ( 7x+ (a− 5)y + (3c− 1)z, (b− c)x+ 11y + (b− c)z, (3a+ 2)x+ (7− a)y + 13z ) . Solução: A matriz de L na base canônica (base ortonormal) é [L] = 7 a− 5 3c− 1b− c 11 b− c 3a+ 2 7− a 13 . L é autoadjunto ⇐⇒ [L] = [L]t ⇐⇒ a− 5 = b− c 7− a = b− c 3c− 1 = 3a+ 2 ⇐⇒ a− 5 = 7− a 7− a = b− c 3c− 1 = 3a+ 2 ⇐⇒ 2a = 12 7− a = b− c 3c− 1 = 3a+ 2 ⇐⇒ a = 6 7− 6 = b− c 3c− 1 = 3.6 + 2 ⇐⇒ a = 6 1 = b− c c = 7 ⇐⇒ a = 6 b = 8 c = 7 Questão 2 (1,5 pontos) Determine as matrizes ortogonais de ordem 2 cuja segunda coluna tenha mesma direção e sentido de (5, 12). Solução: A segunda coluna deve ser um múltiplo positivo de u = (5, 12), para ter mesma direção e sentido de u. Precisamos de um vetor v = (x, y) ortogonal a u = (5, 12). Assim, 〈u, v〉 = 0 =⇒ 〈(5, 12), (x, y)〉 = 0 =⇒ 5x+ 12y = 0 =⇒ x = −125 y Segue que v = (−125 y, y), com y ∈ R. Para a matriz ser ortogonal suas colunas têm que ser ortogonais e unitárias. A única possibilidade para a segunda coluna é u2 = u‖u‖ = ( 5 13 , 12 13 ) . A primeira coluna tem que ser um vetor da forma u1 = (−125 y, y) com ||u1|| = 1. Assim 〈u1, u1〉 = 1 =⇒ 〈 (−125 y, y), (− 12 5 y, y) 〉 = 1 =⇒ 14425 y 2 + y2 = 1 =⇒ 144y2 + 25y2 = 25 Assim 169y2 = 25 =⇒ y = ± 513 Há duas possibilidades para a primeira coluna: u1 = ( −1213 , 5 13 ) ou u1 = ( 12 13 ,− 5 13 ) . Assim, há duas possibilidades para a matriz ortogonal pedida[ −1213 5 13 5 13 12 13 ] ou [ 12 13 5 13 − 513 12 13 ] . Álgebra Linear 2 APX2 2020/1 Questão 3 (2,0 pontos) Seja A ∈M3(R) com autovalores λ1 = 23 e λ2 = −91 tal que E(λ1 = 23) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x− 2y + 5z = 0,−3x+ 7y − 16z = 0 e 2x− 5y + 11z = 0} e E(λ2 = −91) = {(x, y, z) ∈ R3 ; −x+ 4y + 6z = 0}. a) [1,5 pts] Determine bases para os autoespaços e dê as multiplicidades geométricas dos seus autovalores. b) [0,5 pt] A é diagonalizável? Justifique a sua resposta. Solução: a) – Cálculo da base de E(λ1 = 23): Reduzindo por linhas à forma em escada a matriz associada ao sistema linear homogêneo que define E(λ1 = 23), obtemos: 1 −2 5−3 7 −16 2 −5 11 L2 ← L2 + 3L1L3 ← L3 − 2L1∼ 1 −2 50 1 −1 0 −1 1 L1 ← L1 + 2L2L3 ← L3 + L1∼ 1 0 30 1 −1 0 0 0 Logo, x+ 3z = 0 e y − z = 0. Assim, E(λ1 = 23) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x− 2y + 5z = 0,−3x+ 7y − 16z = 0 e 2x− 5y + 11z = 0} = { (x, y, z) ∈ R3 ; x+ 3z = 0 e y − z = 0} = { (x, y, z) ∈ R3 ; x = −3z e y = z} = { (−3z, z, z) ; z ∈ R} = { z(−3, 1, 1) ; z ∈ R} = [(−3, 1, 1)]. Portanto, {(−3, 1, 1)} é uma base de E(λ1 = 23) e a multiplicidade geométrica de λ1 = 23 é 1. – Cálculo da base de E(λ2 = −91): Temos que E(λ2 = −91) = {(x, y, z) ∈ R3 ; −x+ 4y + 6z = 0} = {(x, y, z) ∈ R3 ; x = 4y + 6z} = {(4y + 6z, y, z) ; y, z ∈ R} = {(4y, y, 0) + (6z, 0, z) ; y, z ∈ R} = {y(4, 1, 0) + z(6, 0, 1) ; y, z ∈ R} = [(4, 1, 0), (6, 0, 1)] Portanto, {(4, 1, 0), (6, 0, 1)} é uma base de E(λ2 = −91) e a multiplicidade geométrica de λ2 = −91 é 2. b) Pelos cálculos do item (a), vemos que existe uma base do R3 formada por autovetores de A, a saber {(−3, 1, 1), (4, 1, 0), (6, 0, 1)}, equivalentemente, a soma das multiplicidades geométricas dos autovalores é 1 + 2 = 3 = dimR3, logo A é diagonalizável. Questão 4 (3,0 pontos) Seja A = [ 5 3 3 −3 ] . a) [1,8 pts] Determine uma base do R2 formada por autovetores de A, indicando os autovalores. b) [1,2 pts] Usando os cálculos do item anterior, identifique a cônica dada pela forma matricial abaixo, obtendo uma equação reduzida à forma canônica por meio de uma rotação. (x, y) [ 5 3 3 −3 ] [ x y ] + (10 √ 10 , 6 √ 10) [ x y ] + 38 = 0. Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Álgebra Linear 2 APX2 2020/1 Solução: a) Seja A = [ 5 3 3 −3 ] . Temos λI2 − A = [ λ− 5 −3 −3 λ+ 3 ] e p(λ) = det(λI2 − A) = det [ λ− 5 −3 −3 λ+ 3 ] = (λ− 5)(λ+ 3)− 9 = λ2 − 2λ− 24 = (λ+ 4)(λ− 6). Logo, os autovalores de A são −4 e 6. – Cálculo dos autovetores associados a λ = −4: Devemos resolver o sistema linear homogêneo cuja matriz associada é (−4)I2 − A. Reduzindo por linhas à forma em escada, obtemos: (−4)I2 − A = [ −9 −3 −3 −1 ] L1←(− 19)L1∼ [ 1 13 −3 −1 ] L2←L2−3L1∼ [ 1 13 0 0 ] . Assim, x+ 13y = 0⇔ 1 3y = −x⇔ y = −3x e E(λ = −4) = {(x, y) ∈ R2; y = −3x} = {(x,−3x) ; x ∈ R} = {x (1,−3) ; x ∈ R}. Logo, fazendo x = 1, obtemos que v = (1,−3) é autovetor associado λ = −4. – Cálculo dos autovetores associados a λ = 6: Devemos resolver o sistema linear homogêneo cuja matriz associada é 6I2−A. Reduzindo por linhas à forma em escada, obtemos: 6I2 − A = [ 1 −3 −3 9 ] L2←L2+(3)L2∼ [ 1 −3 0 0 ] . Assim, x− 3y = 0⇔ x = 3y e E(λ = 6) = {(x, y) ∈ R2;x = 3y} = {(3y, y) ; y ∈ R} = {y (3, 1) ; y ∈ R}. Logo, fazendo y = 1 obtemos que w = (3, 1) é autovetor associado λ = 6. Portanto, {v = (1,−3)︸ ︷︷ ︸ λ1=−4 , w = (3, 1)︸ ︷︷ ︸ λ2=6 } é uma base do R2 formada por autovetores de A. b) Usando os cálculos e notações do item anterior, - x y 6 �� �� � �� � �� �� � �� � ��* w λ = 6 A A A A A A A A A A AA A A A A A AU v λ = −4 Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Álgebra Linear 2 APX2 2020/1 Vemos que devemos girar v de π2 no sentido anti-horário para fazê-lo coincidir com w. Portanto, β = { u1 = v‖v‖ = ( 1√ 10 ,− 3√ 10 ) , u2 = w‖w‖ = ( 3√ 10 , 1√ 10 )} é uma base ortonormal de auto- vetores, associados aos autovalores λ1 = −4 e λ2 = 6, tal que a matriz de mudança de base, da base β para a base canônica, é dada por P = [ u1 u2 ] = [ 1√ 10 3√ 10 − 3√10 1√ 10 ] com det(P ) = 1 (é a rotação utilizada) e cuja correspondente matriz diagonal é D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ −4 0 0 6 ] . Como [ x y ] = P [ x1 y1 ] e P tAP = [ −4 0 0 6 ] , obtemos: (x1, y1) [ −4 0 0 6 ] [ x1 y1 ] + (10 √ 10, 6 √ 10) [ 1√ 10 3√ 10 − 3√10 1√ 10 ] ︸ ︷︷ ︸ faça essa conta primeiro [ x1 y1 ] + 38 = 0 ⇐⇒ −4x21 + 6y21 + (−8, 36) [ x1 y1 ] + 38 = 0 ⇐⇒ −4x21 + 6y21 − 8x1 + 36y1 + 38 = 0 ⇐⇒ ( − 4x21 − 8x1 ) + ( 6y21 + 36y1 ) + 38 = 0 ⇐⇒ (−4) ( x21 + 2x1 + 12 ) + 6 ( y21 + 6y1 + 32 ) + 4− 54 + 38 = 0 ⇐⇒ (−4)(x1 + 1)2 + 6(y1 + 3)2 = 12⇐⇒ − (x1+1) 2 3 + (y1+1)2 6 = 1, que é uma equação reduzida na forma canônica de uma hipérbole. Questão 5 (2,0 pontos) Seja Π o plano de equação 4x− 5y − 3z = 0. a) [1,2 pts] Determine uma base ortonormal do plano Π. b) [0,8 pt] Seja T : R3 −→ R3 a projeção ortogonal sobre o plano Π. Dê exemplo de uma base ortonormal do R3 formada por autovetores de T , indicando seus respectivos autovalores. Solução: a) Primeiramente, vamos encontrar uma base ortogonal para o subespaço Π. Para determinarmos uma base ortogonal para Π, escolhemos u = (2, 1, 1) ∈ Π e basta encontrarmos um vetor não nulo w = (a, b, c) ∈ Π que seja ortogonal a u.{ w = (a, b, c) ∈ Π w ⊥ u ⇐⇒ { 4a− 5b− 3c = 0 〈(a, b, c), (2, 1, 1)〉 = 0 ⇐⇒ { 4a− 5b− 3c = 0 2a+ b+ c = 0 ⇐⇒ { 4a− 5b− 3c = 0 4a+ 2b+ 2c = 0 ⇐⇒ { −7b− 5c = 0 a = −12(b+ c) ⇐⇒ { b = −57c a = −12(− 5 7c+ c) = − 1 7c Assim, qualquer vetor não nulo w = (−17c,− 5 7c, c) servirá. Fazendo c = −7, obtemos w = (1, 5,−7). Logo, {u,w} é uma base ortogonal para Π. Normalizando esses vetores obtemos:{ u1 = u ‖u‖ = ( 2√ 6 , 1√ 6 , 1√ 6 ) , u2 = w ‖w‖ = ( 1√ 75 , 5√ 75 ,− 7√ 75 )} . b) Geometricamente, a projeção ortogonal sobre um plano Π tem a seguinte propriedade: se u ∈ Π, então T (u) = u, logo, u 6= (0, 0, 0) é autovetor associado ao autovalor λ = 1; se u ⊥ Π, então T (u) = (0, 0, 0) = 0u, logo, u 6= (0, 0, 0) é autovetor associado ao autovalor λ = 0. Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Álgebra Linear 2 APX2 2020/1Olhando para a equação do plano Π, sabemos que (4,−5,−3) ⊥ Π. Pelos cálculos anteriores, os vetores (2, 1, 1), (1, 5,−7) ∈ Π. Assim, β = { u1 = ( 2√ 6 , 1√ 6 , 1√ 6 ) , u2 = ( 1√ 75 , 5√ 75 ,− 7√ 75 ) , u3 = ( 4√ 50 ,− 5√ 50 ,− 3√ 50 )} é uma base ortonormal do R3 formada por autovetores de T , cujos respectivos autovalores são: λ1 = 1, λ2 = 1, λ3 = 0. Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ
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