Buscar

Português - Senhora de José de Alencar

Prévia do material em texto

José de Alencar (1829-1877) foi um romancista, dramaturgo, jornalista, advogado e político brasileiro muito influente, se orgulhava de ser conservador e defensor da moral dos bons costumes, monarquista e contrário a abolição da escravatura. Seus livros mais famosos são “Iracema” e “Senhora”. 
Em 1844, ao ver o sucesso do livro “A Moreninha” de Joaquim Manuel de Macedo, resolveu que seria escritor de romances. Entregou-se à leitura dos autores mais influentes da época.
Alencar faleceu relativamente jovem no Rio de janeiro com tuberculose, aos quarenta e oito anos em 12 de dezembro de 1877.
AUTOR DA OBRA
O livro senhor é dividido em quatro partes: O preço do casamento, quitação,posse e resgate
O preço do casamento começa descrevendo uma moça chamada Aurélia, órfã e recebedora de uma grande fortuna. Mostra o casamento de Aurélia com Fernando Seixas. Aurélia na noite de núpcias chama seu então marido de homem vendido
 Em quitação é contada a história de Aurélia, a morte dos pais o compromisso de Seixas com Aurélia e a desistência de Seixas ao casamento para casar com Adelaide, uma moça mais rica, após a morte de sua mãe o recebimento da fortuna do avô de Aurélia
 Em posse mostra o casamento de faxada, de interesses e humilhação de Aurélia a Seixas
 E em resgate temos como fato importante Seixas começando a trabalhar, fazendo negócios importantes e devolvendo o dinheiro do dote a Aurélia e ele então pede o divórcio. Aurélia então lê mostra o testamento feito no dia do casamento onde deixa toda sua fortuna para ele e declara seu amor por ele, o casamento então é consumado e os dois se tornam um casal de amantes
A OBRA
PERSONAGENS
Aurélia Camargo: personagem principal, jovem de 18 anos que chama atenção de todos pela sua beleza e excentricidade. Muitos moços da sociedade a desejam como esposa, porém, ela pede a seu tio que faça um acordo com Fernando Seixas e casa-se com ele. 
Fernando Seixas: Jovem de 18 anos que, apesar de sua família viver de maneira muito simples, tinha uma pose e um lugar de respeito na sociedade. Interesseiro, procura casamento. É servidor público. Só após o casamento com Aurélia é que começa a ocorrer uma transformação em sua personalidade.
D. Emília: mãe de Aurélia, casa-se com Pedro por amor e deixa sua família para viver esse amor.
Lemos: Irmão mais velho de D. Emília que só aparece após saber que sua sobrinha herdou uma valiosa herança. A pedido de Aurélia, arruma seu casamento com Fernando.
Pedro Camargo: filho bastardo de Lourenço Camargo, casa-se escondido de seu pai com D. Emília e morre, deixando Aurélia órfã.
D. Firmina: mora com Aurélia e a faz companhia.
Adelaide: Ex-noiva de Fernando, é apaixonada por Torquato e por ele ser pobre, só consegue se casar com a ajuda de Aurélia.
Foco narrativo
O romance é narrado em terceira pessoa por um narrador onisciente, ou seja, que tudo sabe sobre as personagens, penetrando em seus pensamentos e em sua alma. Esse narrador é também intruso, já que interfere em vários momentos, apresentando-se ao leitor. A técnica narrativa empregada por Alencar em Senhora é sem dúvida bem moderna, se tomarmos como base suas obras anteriores, já que o autor utiliza digressões.
CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO
Senhora" traz características inequivocamente românticas, como se pode ver pelo núcleo de seu enredo, simples, atrelado ao esquematismos dos dramas de amor do romantismo: Aurélia Camargo, filha de uma pobre costureira, apaixonou-se por Fernando Seixas, quem namorou.
"Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.
 Desde o momento de ascensão ninguém lhe disputou o centro; foi proclamada a rainha dos salões.
Tornou-se deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade.
Era rica e famosa
[...]
Quem não se recorda de Aurélia Camargo?[...]”
— Vendido! — exclamou Seixas ferido dentro d’alma.
— Vendido, sim; não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem mil cruzeiros, foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.

Continue navegando