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AUTISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL SOCIALIZAÇÃO EM SALA DE AULA

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INSTITUTO MINEIRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR (IMES).
PEDAGOGIA
Cristiane Aparecida Martins Paiva Marques Leandro
Carla Alves de Souza Viana
Leni Gomes da Silva
Darli Cândida de Jesus Silva
AUTISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
SOCIALIZAÇÃO EM SALA DE AULA
Governador Valadares
2023
Cristiane Aparecida Martins Paiva Marques Leandro
Carla Alves de Souza Viana
Leni Gomes da Silva
Darli Candida de Jesus Silva
AUTISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
SOCIALIZAÇÃO EM SALA DE AULA
Dissertação apresentada ao curso de pedagogia do Instituto Mineiro de Educação Superior (IMES). Como requisito parcial à obtenção do título de mestre em pedagogia.
Orientador: Ludimila costa Meire.
Governador Valadares
2023
Imprimir na parte inferior, no verso da folha de rosto a ficha disponível em: 
http://www.ufjf.br/biblioteca/servicos/usando-a-ficha-catalografica/
Aprovada em (dia) de (mês) de (ano)
BANCA EXAMINADORA
--
_______________________________________
Titulação Nome e Sobrenome - Orientador
________________________________________
Titulação Nome e Sobrenome 
Instituição
________________________________________
Titulação Nome e Sobrenome 
Instituição
“Texto em que o autor apresenta uma citação, seguida de autoria, relacionada com a matéria tratada no corpo do trabalho.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011, p. 2).
RESUMO
O tema autismo tem recebido uma atenção especial ultimamente, tendo em vista que tal tema é de suma importância e sempre precisa ser atualizado e estudado, pois é o que crianças portadoras de tal condição demandam. Desse modo, o presente estudo tem como objetivo investigar a fundo o autismo e suas vertente, assim também como praticar a socialização em sala de aula para os alunos autistas, além disso, será desmistificado algumas crenças dos educandos sobre a temática. Os resultados principais da aplicação do método de Análise de Conteúdo são discutidos e as implicações do papel dos educadores de crianças com autismo em sala de aula. Foi possível verificar um distanciamento entre a realidade do aluno em comparação com as crenças dos educadores, que desconhecem alguns aspectos fundamentais para a compreensão da síndrome do autismo, necessitando de uma redefinição de metodologias de ensino-aprendizagem no contexto da educação inclusiva, sendo necessário sempre uma educação atualizada e pragmática. 
Palavras-chave: Autismo. Inclusão Escolar. Sala de Aula 
ABSTRACT
The topic of autism has received special attention lately, given that this topic is of paramount importance and always needs to be updated and studied, as it is what children with this condition demand. Thus, the present study aims to investigate autism and its aspect in depth, as well as to practice socialization in the classroom for autistic students, in addition, some beliefs of students on the subject will be demystified. The main results of the application of the Content Analysis method are discussed and the implications of the role of educators of children with autism in the classroom. It was possible to verify a gap between the student's reality in comparison with the educators' beliefs, who are unaware of some fundamental aspects for the understanding of the autism syndrome, requiring a redefinition of teaching-learning methodologies in the context of inclusive education, always being necessary an up-to-date and pragmatic education.
Keywords: Autism. School inclusion. Classroom
 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
	ABNT
	Associação Brasileira de Normas Técnicas
	Fil.
	Filosofia
	IBGE
	Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
	INMETRO
	Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
LISTA DE SÍMBOLOS 
	∀
	Para todo
	∈
	Pertence
	SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	7
2 DESENVOLVIMENTO	9
2.1 O CONCEITO DO AUTISMO	9
2.2 TEORIAS SOBRE O AUTISMO	10
2.3 A INCLUSÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS EM SALA DE AULA	12
4 CONCLUSÃO	16
	
	
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. 
Conforme a Lei de Proteção à pessoa autista (2012), alguns dos sintomas que confirmam o diagnóstico são: deficiência na comunicação verbal e não-verbal; dificuldades para manter relações sociais de acordo com seu nível de desenvolvimento; ausência de reciprocidade social; padrões repetitivos e restritivos de comportamentos, atividades e interesses; fixação por padrões de comportamento ritualizados e por rotinas; interesses restritos e fixos 
É de grande importância buscar integrar estas crianças no espaço escolar, pois, como afirmam Santos e Oliveira (2018), a escola é uma porta de entrada para o desenvolvimento integral da criança. Sendo assim, definimos a escola como uma grande oportunidade para as crianças autistas de descobrirem e aprimorar suas habilidades e potencialidades. 
Segundo a ONU, Mais de 70 milhões de pessoas são portadores de autismo, o que corresponde a cerca de 1% da população mundial, de acordo com a (ONU) Organização das Nações Unidas. Ainda segundo a ONU, uma a cada 160 crianças é diagnosticada com o TEA. O transtorno tem causa neurobiológica, acarretando alterações em alguns aspectos da vida do indivíduo. O TEA pode ser diagnosticado ainda na infância e a tendência é que permaneça na adolescência e na fase adulta. 
A Constituição Federal (1988) afirma a educação como um direito de todos, sem distinção; portanto, uma criança com autismo não pode ser excluída do sistema de ensino devido à sua condição médica. Este direito também está pautado na Lei n° 12.764, de 27 de dezembro de 2012, também conhecida como Lei Berenice Piana, que assegura os direitos da pessoa autista, e um dos direitos citados na lei é: o direito à educação e ao ensino profissionalizante. 
De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), o movimento de luta pela inclusão trata-se de uma ação social, política, cultural e pedagógica, pautada na defesa do direito de todos os alunos aprenderem e participarem juntos, sem haver nenhuma discriminação. 
É papel do professor e da escolar através de práticas pedagógicas inovadoras buscar garantir uma boa socialização na escola e em sala de aula para o aluno com transtorno do espectro autista (TEA) 
Este artigo constitui o Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Pedagogia busca entenda a importância da socialização de crianças autistas nas escolas e em sala de aula além de buscar entender qual maneira correta fazê-lo para que o processo de inclusão e aprendizagem ocorra de maneira efetiva na sua escola, trabalhar com o autismo na educação infantil pode ser desafiador. Porém, com esforço e dedicação é possível criar técnicas de enfrentamento que promovam um ensino saudável para o aluno, com respeito e inclusão. 
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 O CONCEITO DO AUTISMO
No dicionário, o autismo vem com substantivo masculino Transtorno global do desenvolvimento, caracterizado por alterações no desenvolvimento neurológico, pela dificuldade de socialização, de comunicação verbal e/ou do uso da linguagem. expressão Transtorno do Espectro Autista (TEA). 
Buscando aprofundar sobre o autismo, dentre tantos pensadores, encontramos o Pensador Kanner (1943) que foi um dos primeiros autores a identificar algumas características que compunham um determinado quadro psiquiátrico nosológico e as contrapôs com um quadro pertencente ao desenvolvimento normal da criança. O autor apontou na literatura psiquiátrica, um quadro no qual ele chamou de Autismo da Infância Primitiva, distinguindo de outro quadro, ligado àquelas entidades patológicas realmente graves. 
Desde 1943, a partir da conceituação de autismo efetuada por Kanner, o
conceito passou por algumas transformações que ajudarama ampliar o campo de
compreensão da psicodinâmica dessa síndrome. Em 1979, Rutter estudou e definiu o
autismo como uma síndrome comportamental originada por fatores orgânicos,
considerando quatro traços principais que caracterizariam crianças portadoras de
autismo: a) presença de comportamento motor bizarro que se manifesta através de
brincadeiras limitadas, repetitivas e de cunho ritualísticos; b) prejuízo grave nas
interações sociais; c) uma incapacidade para elaborar uma linguagem responsiva; d) início da síndrome anterior à idade de 30 meses. O autor também chamou a atenção
para os comportamentos individuais que cada caso poderia apresentar (Rutter, 1997)
O termo “espectro autista”, foi abordado primeiramente por Wing (1998), que considerou o autismo como um conjunto complexo de sintomas variáveis de acordo com o grau de comprometimento cognitivo da criança, corrobora as descrições de Rutter sobre os comportamentos individuais apresentados. Nos manuais de classificação de transtornos mentais, o autismo aparece no grupo dos transtornos globais do desenvolvimento (CID- 10- OMS, 1998 e DSM IV-TR- APA, 2002), enfocando principalmente os aspectos lingüísticos e cognitivos da síndrome. A partir dessas discussões, pode-se perceber que o conceito passou a ser mais bem compreendido como uma síndrome de origem comportamental que desvia seu percurso do que poderia ser chamado de “desenvolvimento normal”. Entretanto,
o conceito de autismo é ainda muito controverso (Marcelli, 2009).
2.2 TEORIAS SOBRE O AUTISMO
· Teorias neuropsicológicas e cognitivas
Estudos datados na década de 70 inspiram os pesquisadores atuais a
debaterem teórica e empiricamente o tema do autismo, principalmente na área
cognitivo comportamental. Para isso, citam-se os estudos de Hermelin e O’Connor
(1970) que investigaram e mapearam de que forma as crianças portadoras de autismo
processavam as informações adquiridas ao serem submetidas a testes de habilidades
de memória. O estudo concluiu que crianças que portavam a condição artística
sofriam de consideráveis déficits cognitivos, tais como uma probabilidade maior de
armazenar informações visuais em comparação com outras crianças não
diagnosticadas com autismo, que prevalecia o armazenamento de informações por
meio de recursos auditivos e verbais. Em um estudo, fica claro a grande dificuldade de crianças autistas em depurar e atribuir significados a determinadas situações propostas durante a realização dos testes diversos estudos comprovam a tendência ao isolamento de crianças portadoras de autismo (Hermelin & O’Connor, 1970). Contudo, duas características apresentavam-se com maior frequência nestas verificações sobre as manifestações do autismo – aquela relacionada ao comportamento estereotipado e à característica de impulsividade (Ozonoff, Pennington & Rogers, 1991).
· Teorias afetivas
Hobson (1993) Sugere quue poderia estar relacionada à qualidade da
maternagem e suas consequências no âmbito social dessa criança. Para os autores
Mundy e Sigman (1989), existe um sistema afetivo e cognitivo envolvido na
formação e desenvolvimento social infantil. Esses sistemas, agindo em conjunto,
contribuem para a aquisição da capacidade de compartilhar experiências e objetos
com um outro, possibilitando que a criança interaja com o mundo externo e que ela
verifique a existência de formas diferentes de agir e sentir.
Teorias psicanalíticas:
Dentro das teorias presentes na corrente psicanalítica, Melanie Klein
reconheceu a presença de manifestações e características que eram notavelmente
diferentes em crianças com autismo, em comparação com crianças ditas psicóticas.
No autismo, existiria uma inibição constitucional do desenvolvimento, estando a
criança inserida num drama conflitivo entre instinto de vida e de morte, prevalecendo
mais as defesas primitivas do ego, dificultando a interação da criança com o mundo
externo e bloqueando sua capacidade de simbolização (Klein, 1996)
Recentemente, têm surgido outras hipóteses para definir o termo “posição
autística” que engloba alguns mecanismos de defesa que podem ser aplicados e
compreendidos como pertencentes à típica síndrome do autismo. Um dos mecanismos seria a identificação adesiva, ou seja, um estado de dependência absoluta no qual não há limites entre um objeto e a criança. Marcelli (2009) aponta para um dado clínico observado em atendimentos psicoterápicos de uma conduta tipicamente apresentada por um autista, “de prender a mão de outro para utilizá-la como um prolongamento de si” (p.243). Esse autor cita o pesquisador Donald Meltzer, que também fez pesquisas sobre o autismo, observando além da identificação adesiva, um desmantelamento sensorial, onde os objetos são percebidos como um único objeto. 
Derivando o conceito de posição autística, que de certa forma permite ao
bebê colocar um limite aos excessivos estímulos do mundo externo, ficar fixado
nessa posição leva o bebê para uma desorganização generalizada. Não há a formação de símbolos e os objetos são concebidos como objetos parciais planos e
bidimensionais, já que o pensamento fica com a ideia de um prolongamento das
partes do próprio corpo, como sendo pertencentes a esses objetos (Marcelli, 2009).
Winnicott (1997) foi um dos poucos estudiosos da linha
psicanalítica a reconhecer a não-existência do autismo. Para esse autor, o termo
autismo servia para que psiquiatras e pediatras pudessem catalogar essa manifestação como uma doença e, assim, prescrever certos medicamentos. Para Winnicott (1997), a psiquiatria é ineficaz em alguns casos, ao colocar determinados sintomas psiquiátricos como responsáveis pela formação de uma determinada doença, afirmando também que qualquer sintoma que viesse a caracterizar-se como pertencente a um quadro autístico, poderia também ser encontrado em muitas outras crianças não autistas e tampouco reconhecidas como portadoras de outros distúrbios psíquicos.
Percebe-se, portanto, uma variada gama de hipóteses que tentam explicar o
autismo através de pressupostos teóricos psicanalíticos (Tustin, 1975). 
Além das teorias citadas, teve algumas que foram totalmente rejeitadas logo no começo, como por exemplo a de Kanner que culpou as mães. Pioneiro no estudo de autistas, ele cunhou a expressão "mães-geladeiras" àquelas mulheres que, supostamente, se mantinham distantes de seus bebês recém-nascidos. A falta desse vínculo afetivo, segundo ele, levaria ao autismo. A tese foi completamente descartada no meio acadêmico ao longo dos anos e o próprio médico mais tarde tentou se retratar no livro Em Defesa das Mães.
Outra teoria rechaçada entre os cientistas foi a de que a vacina tríplice viral causaria o autismo. Dezenas de amplos estudos ao redor do mundo descartaram essa hipótese, a ponto de o autor da teoria, o médico britânico Andrew Wakefield, ter sido considerado "inapto para o exercício da profissão" pelo Conselho Geral de Medicina do Reino Unido. A Organização Mundial da Saúde destaca em seu site que "não há evidência que sugira que qualquer vacina infantil possa aumentar o risco de TEA".
2.3 A INCLUSÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS EM SALA DE AULA 
A educação inclusiva é atualmente uma realidade em termos de legislação e faz parte da rotina de escolas e da vida de crianças e adolescentes. A Lei de Diretrizes e Bases 9.394/961 define que o atendimento às pessoas com necessidades educacionais especiais deve ser oferecido, preferencialmente, pela rede regular de ensino público, e ter início na faixa etária de zero a seis anos
Baptista e Bosa (2002), descrevendo a percepção dos professores sobre a
inclusão de alunos autistas, fazem um alerta para as noções um tanto distorcidas
sobre o que significa basicamente o termo autismo, assim como o manejo com o
mesmo. No estudo dos referidos autores, destacam-se as seguintes dificuldades do
trabalho com crianças autistas: dificuldades na compreensão da linguagem autista,
dificuldades em compreender o significado dos rituais (às vezes bizarros), manejo da
agressividade expressa pelo aluno, sentimento de insegurança por parte do
educador,dúvidas com relação à prática pedagógica que deverá ser empregada e a
falta de uma estrutura devidamente preparada para lidar com esses alunos. Essa
estrutura refere-se à utilização de brinquedos didáticos, recursos audiovisuais,
publicações, espaço físico e outros recursos que poderiam incrementar a qualidade
do ensino. Até o ano de 2002, ano da publicação desse estudo, a maior dificuldade
dos educadores, além das já citadas, seria com relação a identificação do aluno com
autismo e com a falta de preparo e especialização
Assim como nos adverte Mantoan e Prieto (2006) “... combinar igualdades e
diferenças no processo escolar é andar no fio da navalha” (p.10), já que muitas
varáveis fazem parte dessa complexa tentativa de integração, ajudar e treinar
professores e educadores para conhecer e lidar com as diferenças, sobretudo lidar e
identificar alunos portadores de autismo, constitui-se num desafio por si só. Logo,
cabe aos projetos de Políticas Públicas Educacionais Inclusivas determinarem quais
seriam os profissionais aptos a fazer esse treino, estabelecendo etapas para o
desenvolvimento de um ensino de qualidade, para que esses alunos possam
conquistar certa autonomia.
Para Mittler (2003), o objetivo da inclusão é de garantir que todas as
crianças possam fazer parte de um grupo, de uma comunidade e de um sistema
educacional que possa oferecer-lhes as mesmas oportunidades que crianças que não possuem necessidades especiais, numa tentativa de impedir que minorias sociais, na qual se incluem crianças portadoras da síndrome autística, escapem do preconceito e do isolamento. O autor aponta que as escolas possuem limites no que diz respeito ao que oferecer a estes alunos incluídos e reflete sobre a necessidade de mudanças nas políticas educacionais vigentes nos países que adotaram ou que irão adotar o processo de inclusão social como parte do sistema de educação das escolas, sabendo que a inclusão escolar é um modelo mundial apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Campbell (2009) salienta que apesar de não se conhecer com maior
profundidade as causas do autismo, refere que essas são parcialmente compreendidas
por alguns neurologistas, que apontam a existência de falhas nas conexões neuronais
do cérebro de pessoas com autismo como sendo um forte indício para a sua
manifestação em status de síndrome ou distúrbio. Dessa forma, o autor salienta
também que o autismo possuía uma aproximação com a esquizofrenia, ou seja, com
a conhecida fuga da realidade, mas na verdade, o autismo se caracterizaria por um
comprometimento geral do desenvolvimento, inclusive motor. O comportamento
autista, de certa forma, compromete também o grupo familiar, pois interfere no estilo
de vida dos membros da família, nos relacionamentos e nos vínculos com o mundo
interno e externo do contexto familiar. A frustração e a angústia gerada nos
familiares e em outros indivíduos que convivem com o autismo, geralmente são
resultantes de práticas não adequadas para com os mesmos, e mais precisamente
pode-se falar numa não compreensão do mundo autista.
Por ser o autismo uma perturbação que faz com que a criança não interaja
com os pais, pares, familiares e educadores, evitando olhar para os rostos das
pessoas, nos permite pensar numa intervenção ampla, começando pela compreensão
do desenvolvimento de uma criança com autismo, promovendo interações que
atendam as reais necessidades e habilidades dessas crianças (Campbell, 2009). Outro
dado importante, também sugere que a pessoa com autismo repete incessantemente
uma mesma atividade para certificar-se de sua própria existência, mostrando-nos
outro caminho para tentar compreender esses mecanismos ritualísticos e tentar
diminuir aspectos negativos e pejorativos que porventura estejam associados com
essa síndrome. Para Bosa (2000), grande parte dos conhecimentos sobre o autismo, mais especificamente no que se refere ao campo da educação, baseiam-se nos fatores relacionados com os comprometimentos dessas crianças e não com as possibilidades que esses educandos poderão vir a apresentar. Assim sendo, pode-se pensar que tais indivíduos sejam estigmatizados através de preconceitos, dificultando, e muito, o trabalho dos professores e educadores, que deverão compreender e ver o aluno com autismo como um todo, porém, sem jamais esquecer que as particularidades de cada um deverão ser cuidadosamente manejadas. A capacidade de escuta desses educadores se torna fundamental para o processo de aprendizagem formação de um vínculo positivo com qualidade.
Para lidar um aluno autista, deve ter uma equipe preparada, que tenha amplo conhecimento em relação ao transtorno, para que juntos possam estimular a aprendizagem, socialização e adaptação da criança autista na escola, e amparar o aluno caso venha ocorrer alguma crise. É papel da escola estimular essa conscientização.
 Deve haver quantas adaptações forem necessárias para que todas as crianças tenham as mesmas condições de aprendizado, isso inclui adaptações do espaço físico, do currículo, do planejamento, da rotina, das metodologias, dos recursos didáticos e da avaliação em consonância com o Projeto Pedagógico da escola (SOARES, 2019). 
É de suma importância também que a escola estimule a participação dos familiares dos alunos autistas, promovendo reuniões, debates e planejamentos, pois o trabalho em conjunto entre família, escola e sociedade promove o melhor desenvolvimento do aluno. Ferro, Mendonça e Silva (2022) ressaltam que a escola exerce um papel muito importante para as habilidades básicas de um ser humano, como a estimulação linguística, o desenvolvimento cognitivo, a socialização e autonomia da criança. Portanto, a escolarização é uma boa estratégia de ajudar a pessoa com autismo a se desenvolver em diferentes áreas. Outro aspecto crucial para que esta inclusão tenha sucesso é o papel do professor em sala de aula com o aluno autista. Para que a inclusão escolar de um aluno com TEA seja efetiva, é crucial que o professor esteja preparado para colaborar, tendo em vista que o professor é o profissional da escola que vai passar a maior parte do tempo com o aluno, e vai acompanhar os seus principais processos de aprendizagem e socialização.
Dessa forma, pode-se pensar em intervenções que contemplem novos
olhares, novas formas de escuta e novos planejamentos de estratégias de ensino-
aprendizagem para esses educandos. E nunca esquecer que o vínculo é o grande
agente que possibilita e dinamiza o aprendizado e a formação de laços sociais
saudáveis (Pichon-Rivière, 1995). Assim sendo, o objetivo da presente monografia foi investigar as crenças de duas educadoras inseridas numa escola particular de educação infantil sobre a inclusão escolar de uma criança portadora de autismo
4 CONCLUSÃO 
O presente trabalhou buscou entender como como ocorria a inclusão em uma sala de aula para alunos autistas. Respeitar a diversidade das pessoas é valorizar e promover a igualdade de oportunidades de desenvolvimento, de autonomia e de cidadania. Sempre que falamos em favor da diversidade, estamos também ressaltando a igualdade de direitos entre as pessoas, grupos e nações. 
A inclusão da criança com TEA deve estar muito além da sua presença na sala de aula; deve almejar, sobretudo, a aprendizagem e o desenvolvimento das habilidades e potencialidades, superando as dificuldades.
Ao defender a inclusão de crianças autistas em salas de aula, estamos buscando a efetivação de direitos adquiridos por todas as crianças, deficientes ou não, de estarem dentro de uma sala de aula.
Esse processo, longe de ser efetivado somente pelo professor, precisa ser assumido pelos seus pares, pelos governantes e pela sociedade em geral, para que se tenham as condições propícias para a realização de uma educação de qualidade para todos. Para que o aluno autista desenvolva suas habilidades, é necessária uma estrutura escolar eficiente, com preparo profissional de todos os envolvidos no processo educativo. Como o aluno autista tem dificuldades de se adaptar ao mundo externo, a escola devepensar na adequação do contexto. Não existem apenas salas de aulas inclusivas, mas escolas inclusivas. Por isso, é necessário que a escola crie uma rotina de situação no tempo e no espaço como estratégias de adaptação e desenvolvimento desses alunos.
Deste modo, as escolas brasileiras procuram cumprir os objetivos expostos na lei (Brasil, 1996), promovendo um aumento dos números de mátriculas de crianças com TEA na rede regular de ensino - e têm conseguido. 
A interação entre pais e professores é muito importante para o processo de aprendizagem da criança com autismo, pois juntas irão achar formas de atuação, a fim de favorecer o processo educativo eficaz e significativo na superação das dificuldades de uma criança com autismo. Portanto, além de acolhedora e inclusiva, a escola precisa se constituir em espaço de produção e socialização de conhecimentos para todos os alunos, sem distinção.
Além disso, as esferas administrativas precisam oferecer a sustentação financeira necessária, tanto para as formações dos professores quanto para a manutenção desses alunos no contexto escolar. Temos a consciência de que não se trata de um processo fácil, mas almejamos a possibilidade de termos todas as crianças participando desse processo, que é o da aprendizagem, nesse ambiente onde ocorrem tantas descobertas, que é a escola.
REFERÊNCIAS
KANNER, Leo. (1943). Autistic Disturbances of Affective Contact. Nervous Child, n. 2, p.
217-250. 
Marcellio, D. ( 2009). Infancia e psicopatologia. Porto Alegre; Artmed.
Hermelin, B. and O’Connor, N. (1970) Psychological Experiments with Autistic Children. Pergamon Press, Oxford, UK
Tustin, F. (1975). Autismo e psicose infantil. Rio de Janeiro
PRIETO, R. G. Atendimento escolar de alunos com necessidades educacionais
especiais: um olhar sobre as políticas públicas de educação no Brasil. In: MANTOAN, M.
T. E. Inclusão escolar: pontos e contrapontos. Mantoan, M. T. E., Prieto, R. G.; Arantes,
V. A. (Org.). São Paulo: Summus, 2006. 
Campbell, W.K. and Campbell, S.M. (2009) On the Self-Regulatory Dynamics Created by the Peculiar Benefits and Costs of Narcissism: A Contextual Reinforcement Model and Examination of Leadership. Self and Identity, 8, 214-232.
https://doi.org/10.1080/15298860802505129
APÊNDICE A - Título
Este elemento é opcional. Apresenta um texto ou documento elaborado pelo autor com o objetivo de complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho.
ANEXO A - Título
Este elemento é opcional. Apresenta um texto ou documento não elaborado pelo autor com o objetivo de complementar ou comprovar sua argumentação.

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